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Aula 12

Contabilidade Geral p/ TCE-SC -Auditor Fiscal Cont Externo - Cargo 2 -Contabilidade -


Com videoaulas

Professores: Gabriel Rabelo, Júlio Cardozo, Luciano Rosa


Contabilidade Geral para TCE SC
Teoria e exercícios comentados
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa Aula 12

AULA 12: CPC 02 – TAXA DE CÂMBIO. EFEITOS INFLACIONÁRIOS SOBRE


O PATRIMÔNIO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO. ............................................................................................................................ 1
1. IAS 21 – PRONUNCIAMENTO CPC 02 – EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO E
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. ................................................................................ 2
1.1. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 3
1.2. ALCANCE ................................................................................................................................ 3
1.3. DEFINIÇÕES: .......................................................................................................................... 4
1.4. MOEDA FUNCIONAL ................................................................................................................. 7
1.5. INVESTIMENTO LÍQUIDO EM ENTIDADE NO EXTERIOR ................................................................. 9
1.6. TRANSAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA ................................................................................... 12
1.7. RECONHECIMENTO DE VARIAÇÃO CAMBIAL .............................................................................. 16
1.8. ALTERAÇÃO DA MOEDA FUNCIONAL ......................................................................................... 18
1.9. USO DE MOEDA DE APRESENTAÇÃO DIFERENTE DA MOEDA FUNCIONAL ...................................... 19
1.9.1. CONVERSÃO PARA A MOEDA DE APRESENTAÇÃO .................................................................... 19
1.10. REALIZAÇÃO DAS VARIAÇÕES CAMBIAIS REGISTRADAS EM CONTA ESPECÍFICA DO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO ..................................................................................................................................... 27
1.11. DIVULGAÇÃO ....................................................................................................................... 28
1.12. RESUMO GERAL – TAXA DE CÂMBIO ....................................................................................... 29
2. EFEITOS INFLACIONÁRIOS SOBRE O PATRIMÔNIO DAS EMPRESAS ................................................ 30
2.1 - RESUMO GERAL .................................................................................................................... 36
3. QUESTÕES COMENTADAS – TAXA DE CÂMBIO ............................................................................. 36
4 - QUESTÕES COMENTADAS – EFEITOS INFLACIONÁRIOS ............................................................... 58
5. QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ....................................................................................... 63
6. GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ................................................................ 76

APRESENTAÇÃO.

Olá, meus amigos. Como estão?!

É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, para


ministrar para vocês mais uma aula de Contabilidade Geral para o TCE SC.

Hoje, encerraremos o nosso curso com uma aula sobre o CPC 02 – Taxa de
câmbio. É um Pronunciamento que vez ou outra aparece em provas de
concursos. Além disso, falaremos também sobre o tópico efeitos 06090347825

inflacionários sobre o patrimônio, que também se faz presente algumas


vezes em provas de concursos.

É isso! Vamos começar a nossa batalha?! Agradecemos a presença no curso e


desejamos, desde já, sucesso na prova. Estaremos à inteira disposição até a
data de apresentação dos recursos. Podem contar conosco, através do fórum,
e-mails, mensagens, facebook.

Forte abraço!

Gabriel Rabelo/Luciano Rosa.

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1. PRONUNCIAMENTO CPC 02 – EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS


DE CÂMBIO E CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.

O tema Conversão de demonstrações contábeis em moedas estrangeiras é


tratado na “IAS 21” (IAS = Internationais Accounting Standards, ou seja, as
Normas internacionais de Contabilidade).

Tais normas (as “IAS”) são emitidas pelo Comitê de Padrões de Contabilidade
Internacional (IASC), com o objetivo de proporcionar uma convergência
contábil mundial.

As IAS, no Brasil, são emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis


(CPC).

Mas o que é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis?

Criado pela Resolução CFC 1.055/2005, o CPC tem como objetivo “o estudo, o
preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de
Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização
e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a
convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais”.

Os pronunciamentos passaram a ser obrigatórios, para as empresas, a partir de


2010. Ou seja, os balanços fechados em 31.12.2010 foram os primeiros
elaborados conforme os padrões internacionais.

Os pronunciamentos surgiram principalmente pelos seguintes motivos:

1. Convergência internacional das normas contábeis.


Esta convergência tem o fito de prover a redução de custo de elaboração de
relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução
de custo de capital. Temos o exemplo prático de uma empresa europeia, que
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apresentava lucro de mais de U$ 370 milhões, e, desejando entrar no mercado


norte-americano, teve de se adaptar às normas nesse país vigentes. Para a
surpresa da empresa, a conversão das demonstrações levou a um prejuízo da
ordem de U$ 1 bilhão. A padronização das normas internacionais reduz esse
efeito;

2. Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas


entidades o fazem);

3. Representação e processo democráticos na produção dessas informações


(produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia,
governo).

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Assim, faremos referência à norma internacional (IAS) apenas no título da aula.


Mas vamos nos basear nos Pronunciamentos do CPC.

O IAS 21, no Brasil, foi publicado como Pronunciamento CPC 02 (R2) – Efeitos
das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis,
o qual passamos a estudar.

Para os itens que consideramos mais importantes, vamos apresentar o texto do


pronunciamento e uma explicação detalhada para reforçar o entendimento.

Para outros itens, apresentaremos apenas o texto do pronunciamento, pois, em


alguns casos, a explicação seria mera repetição da norma. O texto é
importante, caso resolvam cobrar literalidade.

E, finalmente, deixamos alguns (pouco) itens de lado, pois são assuntos muito
específicos e que dificilmente serão cobrados. Caso alguém decida ler todo o
pronunciamento, poderá encontrá-lo no site do CPC, Pronunciamento Técnico
02 (R2):

www.cpc.org.br

Muito bem, vamos começar!

1.1. OBJETIVOS

1. Uma entidade pode manter atividades em moeda estrangeira de duas


formas. Ela pode ter transações em moedas estrangeiras ou pode ter operações
no exterior. Adicionalmente, a entidade pode apresentar suas demonstrações
contábeis em uma moeda estrangeira. O objetivo deste Pronunciamento
Técnico é orientar acerca de como incluir transações em moeda estrangeira e
operações no exterior nas demonstrações contábeis da entidade e como
converter demonstrações contábeis para moeda de apresentação.

2. Os principais pontos envolvem quais taxas de câmbio devem ser usadas e


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como reportar os efeitos das mudanças nas taxas de câmbio nas


demonstrações contábeis

1.2. ALCANCE

Este Pronunciamento Técnico deve ser adotado:

(a) na contabilização de transações e saldos em moedas estrangeiras, exceto


para aquelas transações com derivativos e saldos dentro do alcance do
Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e
Mensuração e da Orientação OCPC 03 – Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação;

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(b) na conversão de resultados e posição financeira de operações no exterior


que são incluídas nas demonstrações contábeis da entidade por meio de
consolidação ou pela aplicação do método da equivalência patrimonial; e
(Alterada pela Revisão CPC 03)
(c) na conversão de resultados e posição financeira de uma entidade para uma
moeda de apresentação

Comentários

Uma companhia pode conduzir operações no exterior (e, portanto, ser afetada
pelas alterações na taxa de câmbio) de duas formas:

a) Pode ter transações em moeda estrangeira. Ocorre quando a empresa realiza


importações, exportações, empréstimos, ou quaisquer outras transações
vinculadas à moeda estrangeira.
b) Ou pode possuir operações no exterior por meio de investimento direto em
uma entidade localizada no exterior. É o caso de empresas brasileiras que
abrem filial, agência ou mesmo uma empresa controlada no exterior.

O pronunciamento detalha os procedimentos contábeis que devem ser


observados, em cada caso.

1.3. DEFINIÇÕES:

Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento Técnico com os


significados abaixo descritos:

Taxa de fechamento é a taxa de câmbio à vista vigente ao término do período


de reporte.

Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número


específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas
cambiais.
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Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração (ver Pronunciamento Técnico
CPC 46). (Alterada pela Revisão CPC 03)

Moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da


entidade.

Entidade no exterior é uma entidade que pode ser controlada, coligada,


empreendimento controlado em conjunto ou filial, sucursal ou agência de uma
entidade que reporta informação, por meio da qual são desenvolvidas

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atividades que estão baseadas ou são conduzidas em um país ou em moeda


diferente daquelas da entidade que reporta a informação.

Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a


entidade opera.

Grupo econômico é uma entidade controladora e todas as suas controladas.

Itens monetários são unidades de moeda mantidas em caixa e ativos e


passivos a serem recebidos ou pagos em um número fixo ou determinado de
unidades de moeda.

Investimento líquido em entidade no exterior é o montante que


representa o interesse (participação na maior parte das vezes) da entidade que
reporta a informação nos ativos líquidos dessa entidade.

Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são


apresentadas.

Taxa de câmbio à vista é a taxa de câmbio normalmente utilizada para


liquidação imediata das operações de câmbio; no Brasil, a taxa a ser utilizada é
a divulgada pelo Banco Central do Brasil.

Comentários

Algumas definições serão mais detalhadas adiante, pelo Pronunciamento.


Chamamos a atenção para os seguintes pontos:

1) Taxa de fechamento e taxa de câmbio a vista: Taxa de fechamento é a


taxa de câmbio da data de encerramento (fechamento) do balanço. Taxa de
Cambio a vista é a taxa da data em que ocorre a transação.

2) No Pronunciamento, há uma explicação mais detalhada sobre itens


monetários e não monetários, confira: 06090347825

16. A característica essencial de item monetário é o direito a receber


(ou a obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de
unidades de moeda. Alguns exemplos incluem: passivos de planos de pensão
ou outros benefícios a empregados a serem pagos com caixa; provisões que
devem ser liquidadas em caixa; e dividendos a serem distribuídos com caixa,
que são reconhecidos como passivos. Da mesma forma, um contrato que
preveja o direito a receber (ou a obrigação de entregar) um número variável de
instrumentos patrimoniais da própria entidade ou uma quantidade variável de
ativos, cujo valor justo a ser recebido (ou a ser entregue) iguala-se a um
número fixo ou determinável de unidades de moeda, é considerado item
monetário.

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Por outro lado, a característica essencial de item não monetário é a


ausência do direito a receber (ou da obrigação de entregar) um número
fixo ou determinável de unidades de moeda. Alguns exemplos incluem:
adiantamento a fornecedores de mercadorias; adiantamento a prestadores de
serviços; aluguéis antecipados; goodwill; ativos intangíveis; estoques;
imobilizado; e provisões a serem liquidadas mediante a entrega de ativo não
monetário.

Comentários

Vamos explicar um pouco mais, iniciando pela definição do FIPECAFI, “Manual


de Contabilidade das Sociedades por Ações”, 7ª edição, pg. 557:

Os itens monetários são compostos pelas contas de disponibilidades e de


direitos e obrigações a serem liquidados com disponibilidades. Podem ser
subdivididos em:

1) Itens monetários puros: compostos pelas contas de valor prefixado que


não contêm qualquer forma de reajuste ou atualização, como o próprio caixa
em moeda nacional;
2) Itens monetários prefixados: que também não têm atualização, mas que
possuem embutida alguma expectativa de inflação já inserida em seu valor,
como contas a receber de vendas a prazo;
3) Itens monetários indexados: que são as contas monetárias sujeitas à
atualização por índice pós-fixado, como os empréstimos em TR ou dólar.

Os itens não monetários são todos os demais, ou seja, representam bens


(estoque, imobilizado, etc.), despesas antecipadas ou diferidas (seguros a
apropriar, despesas pré-operacionais etc.), adiantamentos a serem liquidados
em bens (a fornecedores, de clientes, etc.), resultado de exercício futuro, etc.

Essa terminologia era usada quando havia altas taxas de inflação, na aplicação
da técnica da correção monetária integral.
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Os itens monetários perdiam valor, quando expostos à inflação, pois não


possuíam "valor intrínseco".

Valor intrínseco de um ativo é o valor que esse ativo tem, independentemente


de tal valor estar expresso no ativo.

Os bens, tais como estoques, ou equipamentos, podem ser avaliados a preço de


mercado, não importando o valor que custaram. O mesmo não ocorre com os
itens monetários. Uma nota de cem reais tem valor nominal de cem reais, hoje
ou daqui a um mês.

E se houver uma forte inflação?

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O valor nominal da nota continua cem reais, ainda que o valor real tenha
diminuído (perda em ativo monetário exposto à inflação).

Da mesma forma, uma duplicata a receber com valor de R$ 20.000 é um ativo


monetário, pois, em caso de inflação, continuará com o valor nominal de R$
20.000, gerando perda.

Suponha, por outro lado, que uma empresa adquiriu estoques no valor de R$
10.000 e, em virtude de uma inflação de 10% ao mês, tais estoques valem R$
11.000 no mês seguinte.

O estoque que a empresa adquiriu continua contabilizado por R$ 10.000, mas,


vale R$ 11.000. Por ser um item não monetário, não perde valor quando
exposto à inflação. Houve, aqui, um "ganho de estocagem" que será
reconhecido quando o estoque for vendido.

O mesmo ocorre com máquinas do imobilizado, possuem valor intrínseco.

Quanto ao adiantamento: Se corresponder a uma quantidade fixa de produtos,


é item não monetário.

Exemplo: Uma loja faz um adiantamento de R$ 10.000 para uma indústria,


para comprar 10 televisores, a serem entregues no mês seguinte. Se, durante o
mês, a indústria reajustar em 5% o preço dos televisores, a loja ainda irá
receber 10 unidades. Portanto, trata-se de um adiantamento com
características de item não monetário.

Por outro lado, as empresas que trabalham com produtos agrícolas costumam
realizar adiantamentos aos produtores rurais, vinculados a um contrato para
compra da safra. Ocorre que o preço de venda é o preço da data da entrega. O
adiantamento é abatido, não em quantidade de produto, mas em valor
monetário. Neste caso, o adiantamento assume características de item
monetário.
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1.4. MOEDA FUNCIONAL

9. O ambiente econômico principal no qual a entidade opera é normalmente


aquele em que principalmente ela gera e despende caixa. A entidade deve
considerar os seguintes fatores na determinação de sua moeda funcional:

(a) a moeda:

(i) que mais influencia os preços de venda de bens e serviços (geralmente é a


moeda na qual os preços de venda para seus bens e serviços estão expressos e
são liquidados); e
(ii) do país cujas forças competitivas e regulações mais influenciam na
determinação dos preços de venda para seus bens e serviços;

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(b) a moeda que mais influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e
outros custos para o fornecimento de bens ou serviços (geralmente é a moeda
na qual tais custos estão expressos e são liquidados).

10. Os seguintes fatores também podem servir como evidências para


determinar a moeda funcional da entidade:

(a) a moeda por meio da qual são originados recursos das atividades de
financiamento (exemplo: emissão de títulos de dívida ou ações).
(b) a moeda por meio da qual os recursos gerados pelas atividades operacionais
são usualmente acumulados.

11. Os seguintes fatores adicionais devem ser considerados na determinação da


moeda funcional de entidade no exterior, e também devem sê-los para avaliar
se a moeda funcional dessa entidade no exterior é a mesma daquela utilizada
pela entidade que reporta a informação (no caso em tela, a entidade que
reporta a informação é aquela que possui uma entidade no exterior por meio de
controlada, filial, sucursal, agência, coligada ou empreendimento controlado em
conjunto):

(a) se as atividades da entidade no exterior são executadas como extensão da


entidade que reporta a informação e, não, nos moldes em que lhe é conferido
um grau significativo de autonomia. Um exemplo para ilustrar a primeira figura
é quando a entidade no exterior somente vende bens que são importados da
entidade que reporta a informação e remete para esta o resultado obtido. Um
exemplo para ilustrar a segunda figura é quando a entidade no exterior
acumula caixa e outros itens monetários, incorre em despesas, gera receita e
angaria empréstimos, tudo substancialmente em sua moeda local;
(b) se as transações com a entidade que reporta a informação ocorrem em uma
proporção alta ou baixa das atividades da entidade no exterior;
(c) se os fluxos de caixa advindos das atividades da entidade no exterior afetam
diretamente os fluxos de caixa da entidade que reporta a informação e estão
prontamente disponíveis para remessa para esta;06090347825

(d) se os fluxos de caixa advindos das atividades da entidade no exterior são


suficientes para pagamento de juros e demais compromissos, existentes e
esperados, normalmente presentes em título de dívida, sem que seja
necessário que a entidade que reporta a informação disponibilize recursos para
servir a tal propósito.

12. Quando os indicadores acima estão mesclados e a determinação da moeda


funcional não é um processo tão óbvio, a administração deve se valer de
julgamento para determinar a moeda funcional que representa com maior
fidedignidade os efeitos econômicos das transações, eventos e condições
subjacentes. Como parte dessa abordagem, a administração deve priorizar os
indicadores primários do item 9 antes de levar em consideração os indicadores

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enumerados nos itens 10 e 11, os quais são fornecidos para servirem como
evidência adicional para determinação da moeda funcional da entidade.

13. A moeda funcional da entidade reflete as transações, os eventos e as


condições subjacentes que são relevantes para ela. Assim, uma vez
determinada, a moeda funcional não deve ser alterada a menos que tenha
ocorrido mudança nas transações, nos eventos e nas condições subjacentes.

14. Se a moeda funcional é a moeda de economia hiperinflacionária, as


demonstrações contábeis da entidade devem ser reelaboradas nos moldes do
Pronunciamento Técnico CPC 42 – Contabilidade e Evidenciação em Economia
Altamente Inflacionária (pelo método da correção integral enquanto não emitido
esse Pronunciamento). A entidade não pode evitar a reapresentação nos moldes
requeridos pelo Pronunciamento Técnico CPC 42 mediante, por exemplo, a
eleição de outra moeda que não seja aquela determinada em consonância com
este Pronunciamento Técnico como sua moeda funcional (tal como a moeda
funcional de sua controladora).

Comentários

O aspecto mais importante, com relação à moeda funcional, é que se trata da


moeda em que a empresa gera e desembolsa caixa.

Geralmente, é a moeda do país em que ocorrem as operações. Por


exemplo, a moeda funcional de uma empresa localizada na França
normalmente será o Euro.

Uma vez determinada, a moeda funcional não deve sofrer alteração, a não ser
que as transações, eventos e condições subjacentes (que determinam qual é a
moeda funcional) também tenham se alterado.

1.5. INVESTIMENTO LÍQUIDO EM ENTIDADE NO EXTERIOR

15. A entidade pode possuir item monetário caracterizado como recebível junto
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a uma entidade no exterior ou como contas a pagar à mesma. Um item para o


qual sua liquidação não é provável de ocorrer, tampouco está planejada para
um futuro previsível é, substancialmente, parte do investimento líquido da
entidade nessa entidade no exterior, e deve receber o tratamento contábil
previsto nos itens 32 e 33 deste Pronunciamento Técnico. Referidos itens
monetários podem contemplar contas a receber de longo prazo e empréstimos
de longo prazo. Eles não contemplam contas a receber e contas a pagar
relacionados a operações comerciais normais.

15A. A entidade que possui item monetário a receber de entidade no exterior


ou item monetário a pagar para entidade no exterior, conforme descrito no item
15, pode ser qualquer controlada do grupo econômico. Por exemplo, uma
entidade possui duas controladas: “A” e “B”. A controlada “B” é uma entidade

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no exterior. A controlada “A” concede um empréstimo à controlada “B”. O


empréstimo que a controlada “A” tem a receber da controlada “B” será
considerado parte do investimento líquido da controladora na controlada “B” se
a sua liquidação não for provável de ocorrer, tampouco estiver planejada para
um futuro previsível. Do mesmo modo esse entendimento valeria se a
controlada “A” fosse por completo uma entidade no exterior.

Comentários

A situação descrita acima pode ser exemplificada da seguinte forma:

Uma empresa brasileira constitui uma controlada no exterior. Após certo tempo,
a controlada no exterior está precisando de dinheiro para continuar suas
operações e a controladora brasileira opta por realizar um empréstimo, ao invés
de subscrever capital. Pois bem. Se não houver previsão de liquidação do
empréstimo (será pago quando e se a controlada puder), tal empréstimo é
tratado como parte do investimento líquido realizado na controlada.

Conforme esclarecido no item 15A, a operação da qual resulte um item


monetário com característica de investimento líquido no exterior pode ser feito
diretamente pela controladora ou por alguma outra empresa do grupo (outra
controlada ou coligada).

32. As variações cambiais advindas de itens monetários que fazem parte do


investimento líquido em entidade no exterior da entidade que reporta a
informação (ver item 15) devem ser reconhecidas no resultado nas
demonstrações contábeis separadas da entidade que reporta a informação ou
nas demonstrações contábeis individuais da entidade no exterior, conforme
apropriado. Nas demonstrações contábeis que incluem a entidade no exterior e
a entidade que reporta a informação (por exemplo: demonstrações contábeis
individuais com avaliação das investidas por equivalência patrimonial, ou
demonstrações contábeis consolidadas quando a entidade no exterior é uma
controlada), tais variações cambiais devem ser reconhecidas, inicialmente, em
outros resultados abrangentes em conta específica do patrimônio líquido, e
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devem ser transferidas do patrimônio líquido para a demonstração do resultado


quando da baixa do investimento líquido, de acordo com o item 48.

Comentários

Vamos detalhar a contabilização das variações cambiais de itens monetários


que fazem parte do investimento líquido em entidade no exterior:

No investidor:

a) Demonstrações contábeis separadas: reconhecidas no resultado.

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b) Demonstrações contábeis individuais: Reconhecidas no patrimônio líquido


– Outros resultados abrangentes, sendo transferidas para resultado quando
ocorre a baixa do investimento.

c) Demonstrações contábeis consolidadas: Reconhecidas no patrimônio


líquido – Outros resultados abrangentes, sendo transferidas para resultado
quando ocorre a baixa do investimento.

Na Investida do exterior:

Demonstrações individuais: reconhecidas no resultado.

Observação: Vamos explicar rapidamente a diferença entre demonstrações


separadas e demonstrações individuais.

Demonstrações individuais são as demonstrações contábeis que incluem os


investimentos em coligadas ou controladas através do método da equivalência
patrimonial. No Brasil, são as principais demonstrações.

Demonstrações separadas: Os investimentos em controladas e coligadas são


avaliados pelo valor justo; neste tipo de demonstração, é proibido o uso do
método da equivalência patrimonial. Segundo a Interpretação Técnica ICPC 09,
há três razões para que uma entidade adote as demonstrações separadas:

(a) por opção, ou seja, a entidade opta pela apresentação adicional das
demonstrações separadas;
(b) por exigência legal local, ou seja, quando por força de lei local se exigir
que os investimentos em coligadas controladas e controladas em conjunto
sejam mensurados pelo custo ou pelo valor justo; e
(c) por ter sido dispensada da aplicação do método de equivalência
patrimonial ou da consolidação (integral ou proporcional), situação em que
a entidade deve mensurar os investimentos em coligadas, controladas e
controladas em conjunto pelo custo ou pelo valor justo e então publicar as
demonstrações contábeis separadas. No caso brasileiro, nossa legislação
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societária não exige que tais investimentos sejam avaliados a custo ou a valor
justo, bem como não dispensa a aplicação do método de equivalência
patrimonial no balanço individual quando de investimentos em coligadas, em
controladas e em controladas em conjunto.” (ICPC 09, pg. 7)

Ou seja, as entidades não devem usar demonstrações contábeis separadas no


Brasil (só as demonstrações individuais e demonstrações consolidadas).

33. Quando um item monetário faz parte do investimento líquido em entidade


no exterior da entidade que reporta a informação e está expresso na moeda
funcional da entidade que reporta a informação, surge uma variação cambial
nas demonstrações contábeis individuais da entidade no exterior, de acordo
com o item 28. Se esse item está expresso na moeda funcional da entidade no

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exterior, surge uma variação cambial nas demonstrações contábeis separadas e


nas individuais da entidade que reporta a informação, de acordo com o item 28.
Se esse item está expresso em moeda que não é a moeda funcional da entidade
que reporta a informação, nem tampouco a moeda funcional da entidade no
exterior, surge uma variação cambial nas demonstrações separadas e nas
individuais da entidade que reporta a informação e nas demonstrações
contábeis individuais da entidade no exterior, de acordo com o item 28. Tais
diferenças cambiais devem ser reconhecidas em outros resultados abrangentes
em conta específica do patrimônio líquido nas demonstrações contábeis que
incluem a entidade no exterior e a entidade que reporta a informação
(exemplo: demonstrações contábeis nas quais a entidade no exterior é
consolidada ou é tratada contabilmente pelo método da equivalência
patrimonial). (Alterado pela Revisão CPC 03)

Comentários

Este Pronunciamento é, sem dúvida, um dos mais difíceis para entender – e


esse item 33 é o pior do pronunciamento. A tradução não foi feliz. Vamos
explicar melhor.

Suponha que a empresa A constitua a controlada B, na França. Se houver um


item monetário com característica de investimento liquido, isso irá gerar uma
variação cambial. Por exemplo, um empréstimo entre as empresas.

Se o empréstimo for em reais, isso irá gerar uma variação cambial na


Controlada B francesa.

Se o empréstimo for em euros, isso irá gerar uma variação cambial na


Controladora A brasileira.

E se o empréstimo for em, digamos, dólares, isso irá gerar uma variação tanto
na controladora brasileira (real x dólar) como na controlada francesa (euro x
dólar).
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Isso, nas demonstrações individuais. Na demonstração consolidada ou na


aplicação do método da equivalência patrimonial, tal variação deve ser
reclassificada em “outros resultados abrangentes”, no Patrimônio Líquido.

Leia novamente o item 33. Ficou mais fácil para entender?

1.6. TRANSAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA

20. Uma transação em moeda estrangeira é a transação que é fixada ou requer


sua liquidação em moeda estrangeira, incluindo transações que são originadas
quando a entidade:

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(a) compra ou vende bens ou serviços cujo preço é fixado em moeda


estrangeira;
(b) obtém ou concede empréstimos, quando os valores a pagar ou a receber
são fixados em moeda estrangeira; ou
(c) de alguma outra forma, adquire ou desfaz-se de ativos, ou assume ou
liquida passivos fixados em moeda estrangeira.

21. Uma transação em moeda estrangeira deve ser reconhecida contabilmente,


no momento inicial, pela moeda funcional, mediante a aplicação da taxa de
câmbio à vista entre a moeda funcional e a moeda estrangeira, na data da
transação, sobre o montante em moeda estrangeira.

22. A data da transação é a data a partir da qual a transação se qualifica para


fins de reconhecimento, de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil. Por motivos práticos, a taxa de câmbio que se aproxima da taxa vigente
na data da transação é usualmente adotada, como, por exemplo, a taxa de
câmbio média semanal ou mensal que pode ser aplicada a todas as transações,
em cada moeda estrangeira, ocorridas durante o período. Contudo, se as taxas
de câmbio flutuarem significativamente, a adoção da taxa de câmbio média
para o período não é apropriada.

Comentários

O reconhecimento inicial é simples. Aplicamos a taxa de cambio à vista


(portanto, a taxa do dia do reconhecimento da transação) ao valor em moeda
estrangeira.

Quanto à data de reconhecimento, para compra de ativos, a regra geral é que


deve ser observada a data em que o ativo está pronto para o uso.

Assim, no caso de estoque (que já podem ser usados ou vendidos


imediatamente), usamos a data da entrada no estabelecimento.

Para imobilizado, a data da entrada em operação.


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Vamos detalhar melhor esse conceito em uma questão, no final da aula.

No pronunciamento consta que “a taxa média de uma semana ou um mês pode


ser usada para todas as transações, em cada moeda estrangeira, ocorridas
durante aquele período”.

Seria o caso, por exemplo, de uma empresa que realiza diversas exportações
durante o mês e converte todas elas pela taxa média do mês. (taxa inicial +
taxa final)/2.

Isto era muito útil antigamente, no tempo em que as operações eram


controladas manualmente. Agora, com o uso dos computadores, as empresa

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podem efetuar a conversão de cada operação usando a taxa do dia da


operação.

Mas a possibilidade do uso da taxa média permanece, e pode ser cobrada em


questões de concursos.

Apresentação ao Término de Períodos de Reporte Subsequentes

23. Ao término de cada período de reporte:

(a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-


se a taxa de câmbio de fechamento;
(b) os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em moeda
estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio vigente na data
da transação; e
(c) os itens não monetários que são mensurados pelo valor justo em moeda
estrangeira devem ser convertidos, usando-se as taxas de câmbio vigentes nas
datas em que o valor justo tiver sido mensurado. (Alterada pela Revisão CPC
03)

Comentários

Nos balanços encerrados após o reconhecimento inicial, as transações


vinculadas à moeda estrangeira são avaliadas assim:

Itens monetários: são convertidos usando a taxa da data do balanço (taxa de


fechamento), e, portanto, irão gerar variação cambial.

Exemplifique-se. Uma empresa contrata um empréstimo, no valor de 100.000


dólares, em outubro/X1, quando a taxa era de R$ 2,00. Em dezembro de X1, o
empréstimo ainda está em aberto e a taxa do câmbio do dólar passou para R$
2,10. Isso iria gerar a seguinte contabilização: US$ 100.000 x R$ 2,10 =
210.000.
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Na contratação, em outubro:
D – banco 200.000
C – Empréstimos do exterior a pagar 200.000

Em dezembro/X1

D –Despesa financeira – variação cambial (resultado) 10.000


C – Empréstimos do exterior a pagar 10.000

Itens não-monetários mensurados ao custo histórico: São convertidos


usando a taxa da data da transação.

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Exemplo: Uma empresa importa uma máquina, no valor de 100.000 dólares, a


qual entrou em funcionamento em outubro/X1, quando a taxa era de R$ 2,00.

O pagamento foi efetuado também em outubro/X1. Em dezembro de X1, a taxa


de câmbio do dólar passou para R$ 2,10. Isso iria gerar a seguinte
contabilização:

Em outubro, quando a máquina entrou em uso e o pagamento foi efetuado:

D – Imobilizado 200.000
C – Bancos 200.000

Em dezembro/X1, não haverá nenhuma contabilização, pois os itens não-


monetários são convertidos pela taxa da data da transação. Portanto, o valor da
máquina em reais continuaria sendo de 200.000, mesmo com a variação da
taxa de cambio.

Itens não-monetários mensurados ao valor justo: São convertidos usando


a taxa da data em que o valor justo foi mensurado. Portanto, a partir daí, não
geram mais variação cambial.

No reconhecimento da variação cambial referente às transações em moeda


estrangeira, os pontos acima são os mais importantes. Como o Pronunciamento
é pequeno, vamos reproduzir abaixo outros itens, destacando em negrito o que
consideramos relevante.

24. O valor contábil de item deve ser determinado em conjunto com


outros Pronunciamentos Técnicos pertinentes. Por exemplo, terrenos,
plantas industriais, máquinas e equipamentos podem ser mensurados pelo valor
justo ou pelo custo histórico como base de valor, de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 27 Ativo Imobilizado. Independentemente de o
valor contábil ser determinado com base no custo histórico ou com base no
valor justo, se o valor contábil é determinado em moeda estrangeira, ele deve
ser convertido para a moeda funcional de acordo com este Pronunciamento
06090347825

Técnico.
25. O valor contábil de alguns itens deve ser determinado pela
comparação de dois ou mais montantes. Por exemplo, o valor contábil dos
estoques deve ser determinado pelo custo ou pelo valor líquido de realização,
dos dois o menor, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 16 Estoques. Da
mesma forma, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 01 Redução ao Valor
Recuperável de Ativos, o valor contábil do ativo, para o qual há indicação de
redução de valor, é o menor valor entre o seu valor contábil, antes de se
considerarem possíveis perdas por desvalorização, e o seu valor recuperável.
Quando esse ativo for item não monetário e for mensurado em moeda
estrangeira, o valor contábil é determinado comparando-se:

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(a) o custo ou o valor contábil, conforme apropriado, convertido à taxa de


câmbio vigente na data em que o valor for determinado (exemplo: a taxa na
data da transação para um item mensurado em termos de custo histórico como
base de valor); e
(b) o valor líquido de realização ou o valor recuperável, conforme apropriado,
convertido à taxa de câmbio vigente na data em que o valor for determinado
(exemplo: a taxa de câmbio de fechamento ao término do período de reporte).

O efeito dessa comparação pode ensejar o reconhecimento de perda por


desvalorização na moeda funcional sem que enseje o seu reconhecimento na
moeda estrangeira ou vice-versa.

26. Quando várias taxas de câmbio estiverem disponíveis, a taxa de


câmbio a ser utilizada é aquela a partir da qual os futuros fluxos de
caixa representados pela transação ou pelos saldos poderiam ser liquidados
se esses fluxos de caixa tivessem ocorrido na data da mensuração. Se,
temporariamente, não houver câmbio entre duas moedas, a taxa a ser
utilizada é a primeira taxa de câmbio subsequente a partir da qual
operações de câmbio podem ser feitas.

1.7. RECONHECIMENTO DE VARIAÇÃO CAMBIAL

27. Conforme ressaltado nos itens 3(a) e 5, o Pronunciamento Técnico CPC 38


Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e a Orientação OCPC
03 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação
devem ser aplicados à contabilidade de operações de hedge para itens em
moeda estrangeira. Na aplicação da contabilidade de operações de hedge, a
entidade é requerida a tratar contabilmente algumas variações cambiais
diferentemente do tratamento previsto por este Pronunciamento Técnico para
as variações cambiais.

Por exemplo, o Pronunciamento Técnico CPC 38 Instrumentos Financeiros:


Reconhecimento e Mensuração e a Orientação OCPC 03 Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação requerem que as
06090347825

variações cambiais advindas de item monetário, qualificado como instrumento


de hedge em operação de hedge de fluxo de caixa, sejam inicialmente
reconhecidas em conta específica de outros resultados abrangentes (dentro do
Patrimônio Líquido), na extensão da eficácia da operação de hedge.

Comentários

Aproveitaremos o texto acima para comentar rapidamente sobre hedge.

As operações de hedge são feitas para proteção. Vamos supor que determinada
empresa comercialize apenas os produtos que importa da sua investidora,
localizada no EUA. As importações tem prazo de pagamento de 6 meses, e
portanto essa empresa possui um grande valor a pagar vinculado ao dólar. Ela

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se encontra em situação vulnerável, pois se houver uma maxidesvalorização do


dólar (como já tivemos em várias ocasiões) ou se a cotação do dólar disparar,
seu passivo irá aumentar e o resultado diminuir.

Para se proteger, a empresa poderia, por exemplo, realizar investimentos


vinculados ao dólar. Dessa forma, se houver uma maxidesvalorização, ela irá
perder pelo aumento do valor do passivo e ganhar pelo aumento do ativo
(investimento), reduzindo ou anulando o risco cambial.

O investimento vinculado ao dólar seria item monetário sujeito à variação


cambial; tal variação normalmente iria para o resultado do período.

Mas se for instrumento de hedge, a variação cambial será inicialmente


reconhecida em conta específica do Patrimônio Líquido.

28. As variações cambiais advindas da liquidação de itens monetários ou da


conversão de itens monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram
convertidos quando da mensuração inicial, durante o período ou em
demonstrações contábeis anteriores, devem ser reconhecidas na demonstração
do resultado no período em que surgirem, com exceção daquelas descritas no
item 32.

29. Quando itens monetários são originados de transações em moeda


estrangeira e há mudança na taxa de câmbio entre a data da transação e a
data da liquidação, surge uma variação cambial. Quando a transação é
liquidada dentro do mesmo período contábil em que foi originada, toda a
variação cambial deve ser reconhecida nesse mesmo período. Entretanto,
quando a transação é liquidada em período contábil subsequente, a variação
cambial reconhecida em cada período, até a data de liquidação, deve ser
determinada pela mudança nas taxas de câmbio ocorrida durante cada período.

Comentários

O item 32 refere-se ao tratamento das variações de itens monetários que fazem


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parte do investimento líquido em entidade no exterior, já tratado


anteriormente.

Os itens 28 e 29, acima, esclarecem que a variação cambial deve ser


apropriada seguindo o regime de competência. Ou seja, se determinada
transação é contratada em outubro/X1 e deverá ser liquidada em julho/X2, a
variação cambial ocorrida entre outubro/X1 e dezembro/X1 deve ser
contabilizada no ano de X1 (supondo, naturalmente, que a entidade encerra
seus demonstrativos em 31/12 de cada ano).

30. Quando um ganho ou uma perda sobre itens não monetários for
reconhecido em conta específica de outros resultados abrangentes, qualquer
variação cambial atribuída a esse componente de ganho ou perda deve ser

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também reconhecida em conta específica de outros resultados abrangentes. Por


outro lado, quando um ganho ou uma perda sobre item não monetário for
reconhecido na demonstração do resultado do período, qualquer variação
cambial atribuída a esse ganho ou perda deve ser também reconhecida na
demonstração do resultado do período.

Comentários

Portanto, o acessório acompanha o principal, vale dizer, se o ganho ou perda do


item não monetário for reconhecido no PL, a variação cambial também o será.
Se o ganho ou perda sobre itens não monetário for reconhecido no resultado, a
variação cambial também deverá ser reconhecida no resultado.

1.8. ALTERAÇÃO DA MOEDA FUNCIONAL

35. Quando há alteração na moeda funcional da entidade, a entidade deve


aplicar, prospectivamente, os procedimentos de conversão requeridos à nova
moeda funcional a partir da data da alteração.

36. Conforme ressaltado no item 13, a moeda funcional da entidade reflete as


transações, os eventos e as condições subjacentes que são relevantes para a
entidade. Portanto, uma vez determinada a moeda funcional, ela somente
pode ser alterada se houver mudança nas transações, nos eventos e
nas condições subjacentes. Por exemplo, uma alteração na moeda que
influencia fortemente os preços de venda de bens e serviços pode conduzir a
alteração na moeda funcional da entidade.

37. O efeito da alteração na moeda funcional deve ser tratado contabilmente de


modo prospectivo. Objetivamente, a entidade deve converter todos os itens
para a nova moeda funcional, utilizando a taxa de câmbio observada na data da
alteração. Os montantes resultantes da conversão, no caso dos itens não
monetários, devem ser tratados como se fossem seus custos históricos.
Variações cambiais advindas da conversão da entidade no exterior, previamente
reconhecidas em outros resultados abrangentes, de acordo com os itens 32 e
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39(c), não devem ser transferidas do patrimônio líquido para a demonstração


do resultado até a baixa da entidade no exterior.

Comentários

É importante destacar que pode haver mudança na moeda funcional, se


houver alteração nas transações, nos eventos e nas condições em que a
empresa opera.

Se ocorrer a alteração da moeda funcional, a entidade deverá converter todos


os itens (monetários e não-monetários) para a nova moeda, usando a cotação
da data da alteração (data em se adotou a nova moeda funcional).

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Os efeitos da alteração devem ser tratados contabilmente de forma prospectiva,


ou seja, da data da alteração em diante, sem alterar as demonstrações
passadas.

1.9. USO DE MOEDA DE APRESENTAÇÃO DIFERENTE DA MOEDA


FUNCIONAL

1.9.1. CONVERSÃO PARA A MOEDA DE APRESENTAÇÃO

38. A entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer


moeda (ou moedas). Se a moeda de apresentação das demonstrações
contábeis difere da moeda funcional da entidade, seus resultados e sua posição
financeira devem ser convertidos para a moeda de apresentação. Por exemplo,
quando um grupo econômico é composto por entidades individuais com
diferentes moedas funcionais, os resultados e a posição financeira de cada
entidade devem ser expressos na mesma moeda comum a todas elas, para que
as demonstrações contábeis consolidadas possam ser apresentadas.

39. Os resultados e a posição financeira da entidade, cuja moeda funcional não


é moeda de economia hiperinflacionária, devem ser convertidos para moeda de
apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos:

(a) ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado (incluindo os


balanços comparativos) devem ser convertidos, utilizando-se a taxa de câmbio
de fechamento na data do respectivo balanço;
(b) receitas e despesas para cada demonstração do resultado abrangente ou
demonstração do resultado apresentada (incluindo as demonstrações
comparativas) devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas datas
de ocorrência das transações; e
(c) todas as variações cambiais resultantes devem ser reconhecidas em outros
resultados abrangentes.

40. Por razões práticas, uma taxa que se aproxime das taxas de câmbio
vigentes nas datas das transações, por exemplo, a taxa média para o período,
06090347825

pode ser normalmente utilizada para converter itens de receita e despesa.


Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da taxa
de câmbio média para o período é inapropriado.

41. As variações cambiais mencionadas no item 39(c) são decorrentes de:

(a) conversão de receitas e despesas pela taxas de câmbio vigentes nas datas
de ocorrência das transações e conversão de ativos e passivos pela taxa de
câmbio de fechamento;
(b) conversão dos saldos de abertura de ativos líquidos (patrimônio líquido)
pela taxa de câmbio de fechamento atual, que difere da taxa de câmbio de
fechamento anterior.

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Essas variações cambiais não devem ser reconhecidas na demonstração do


resultado porque as mudanças nas taxas de câmbio têm pouco ou nenhum
efeito direto sobre os fluxos de caixa atuais e futuros advindos das operações.
O montante acumulado das variações cambiais deve ser apresentado em conta
específica separada do patrimônio líquido até que ocorra a baixa da entidade no
exterior. Quando as variações cambiais são relacionadas a uma entidade no
exterior que é consolidada, porém não é controlada integralmente, as variações
cambiais acumuladas advindas da conversão e atribuídas às participações de
não controladores devem ser a estas alocadas e devem ser, dessa forma,
reconhecidas no balanço patrimonial consolidado.

Comentários

Abaixo, uma questão para explicar em detalhes como fazer a conversão de


demonstrações contábeis em moeda estrangeira para real. Deverá esclarecer,
também, o cálculo do ajuste acumulado de conversão.

Questão – Investimento no exterior e conversão de demonstrações


contábeis

A Cia KLS, sediada em São Paulo, constituiu a empresa ABC em Paris, e


integralizou o Capital Social, no valor de 20.000 euros, no dia 01/11/X1.

Cotação em 01/11/X1: 1 euro = 2 reais

Lançamento na KLS após o investimento:

D - Investimentos no Exterior 40.000 reais


C – Caixa / bancos 40.000 reais

Balanço inicial da empresa ABC (em euros)

01/11/X1
06090347825

Caixa 20.000
Capital Social 20.000

Durante os meses de novembro e dezembro de X1, a empresa ABC não efetuou


nenhuma operação, permanecendo com o mesmo balanço inicial.

Cotação de 31/12/X1: 1 euro = 1,90 reais

1. Indique o lançamento contábil na empresa KLS, em 31/12/X1:

a) D – Caixa / bancos 2.000


C – Capital Social 2.000

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b) Não houve lucro ou prejuízo na Controlada Abc no Exterior; portanto, não há


lançamento na controladora KLS

c) D – Variação cambial (resultado) 2.000


C – Investimentos no exterior (ANC) 2.000

d) D – Ajustes acumulados de conversão (PL) 2.000


C – Investimentos no exterior (ANC) 2.000

e) D – Variação cambial ( resultado) 2.000


C – Ajustes acumulados de conversão (ANC) 2.000

Durante o ano de X2, a controlada ABC realizou diversas operações,


apresentando os seguintes demonstrativos em 31/12/x2:

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/X2

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/X2


ATIVO EUROS PASSIVO EUROS
Caixa / bancos 16.000 Fornecedores 7.000
Clientes 8.000 Aluguéis a pagar 500
Estoque 6.500 Tributos a recolher 750
Capital Social 20.000
Lucro Líquido 2.250
Total Ativo 30.500 Total Passivo + PL 30.500

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Vendas 12.000
(-) CMV -4.500
Lucro bruto 7.500
Salários 06090347825

-2.000
Despesas vendas -1.500
Despesas aluguéis -1.000
Lucro antes Tributos 3.000
Tributos -750
Lucro líquido 2.250

Considerando as cotações abaixo, responda às questões:

Cotação de 31/12/X1: 1 euro = 1,90 reais


Cotação de 31/12/X2: 1 euro = 2,40 reais
Cotação média de X2: 1 euro = 2,20 reais

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2. Indique o valor em reais a ser reconhecido no resultado do exercício da Cia


KLS em 31/12/X2

a) 8.450
b) 7.140
c) 6.259
d) 4.950
e) 3.549

3. Indique o valor em reais da conta ajuste acumulado de conversão na Cia KLS


em 31/12/X2

a) 8.450
b) 7.140
c) 6.259
d) 4.950
e) 3.549

4. Indique o valor do investimento na Cia KLS, em 31/12/X2

a) 38.000
b) 40.000
c) 53.400
d) 63.500
e) 73.200

Resolução das questões

Para converter demonstrações contábeis de uma moeda estrangeira para o


Real, usamos os seguintes procedimentos:

1. Ativo e passivo: usamos a taxa de fechamento da data do balanço


06090347825

2. Patrimônio líquido: usamos a taxa histórica, ou seja, a taxa de conversão


da data em que foi contabilizado o item no PL.

3. Demonstração do resultado do exercício: deve ser usada a taxa da data


da transação. Mas é aceitável usar uma taxa média (por exemplo, converter
todas as vendas de um mês pela taxa média do mês), desde que as vendas
sejam distribuídas normalmente e a taxa também não apresente alterações que
possam distorcer os dados.
4. Depois de efetuarmos os cálculos acima, o valor do ativo não irá bater com o
valor do passivo + PL. A diferença (que era chamada de “ganhos ou perdas na
conversão”) constituirá o chamado “ajuste acumulado de conversão”, e será
contabilizado no PL.

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Parece complicado, mas, com a resolução da questão, ficará bem mais fácil.

Questão de n. 1

Vamos resolver a primeira questão:

Ativo Euros Cotação Reais Patrimônio Líquido Euros Cotação Reais


Caixa/bancos 20.000 1,9 38.000 Capital Social 20.000 2 40.000
Ganhos/perdas na conversão -2.000
Total ativo 38.000 Total do patrimônio líquido 38.000

Para o ativo (que só tem a conta caixa) usamos a taxa de fechamento de 1,90.

Para o PL, usamos a taxa histórica de 2,00.

Assim, obtemos um ativo de R$ 38.000 e um PL de R$ 40.000. A diferença


(perda de 2000) refere-se à perda na conversão (ajuste acumulado de
conversão). Essa perda não decorre de atividades da empresa, que, aliás, não
teve nenhuma atividade neste ano, conforme dados da questão.

É puramente cambial, em virtude da variação do euro de 2,00 para 1,90, e


portanto não afeta o resultado do exercício.

Repare que o valor do Investimento (ativo da controladora) passou de 40.000


reais para 38.000 reais.

O lançamento na controladora fica assim:

D – Ajuste Acumulado de Conversão (PL) 2.000


C – Investimentos no exterior (AÑC) 2.000

Transcrevemos abaixo parte do pronunciamento CPC 02 (R2) que trata deste


assunto:

39. Os resultados e a posição financeira da entidade, cuja moeda funcional não


06090347825

é moeda de economia hiperinflacionária, devem ser convertidos para moeda de


apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos:

(a) ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado (incluindo os


balanços comparativos) devem ser convertidos, utilizando-se a taxa de câmbio
de fechamento na data do respectivo balanço;
(b) receitas e despesas para cada demonstração do resultado abrangente ou
demonstração do resultado apresentada (incluindo as demonstrações
comparativas) devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas datas
de ocorrência das transações; e
(c) todas as variações cambiais resultantes devem ser reconhecidas em outros
resultados abrangentes.

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40. Por razões práticas, uma taxa que se aproxime das taxas de câmbio
vigentes nas datas das transações, por exemplo, a taxa média para o período,
pode ser normalmente utilizada para converter itens de receita e despesa.
Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da taxa
de câmbio média para o período é inapropriado.

41. As variações cambiais mencionadas no item 39(c) são decorrentes de:

(a) conversão de receitas e despesas pela taxas de câmbio vigentes nas datas
de ocorrência das transações e conversão de ativos e passivos pela taxa de
câmbio de fechamento;

(b) conversão dos saldos de abertura de ativos líquidos (patrimônio líquido)


pela taxa de câmbio de fechamento atual, que difere da taxa de câmbio de
fechamento anterior.

Gabarito  D

Continuação da resolução...

Vamos converter as demonstrações acima, de euros para reais:

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/X2


Ativo Euros Cotação Reais Passivo Euros Cotação Reais
Caixa / bancos 16.000 2,4 38.400 Fornecedores 7.000 2,4 16.800
Clientes 8.000 2,4 19.200 Aluguéis a pagar 500 2,4 1.200
Estoque 6.500 2,4 15.600 Tributos a recolher 750 2,4 1.800
Total Passivo 8.250 19.800
Capital Social 20.000 2 40.000
Lucro Líquido 2.250 4.950
Ganho/perda conversão 8.450
Total PL 22.250 53.400
Total Ativo 30.500 73.200 Total Passivo + PL 30.500 73.200
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Euros Cotação Reais


Vendas 12.000 2,2 26.400
(-) CMV -4.500 2,2 -9.900
Lucro bruto 7.500 16.500
Salários -2.000 2,2 -4.400
Despesas vendas -1.500 2,2 -3.300
Despesas aluguéis -1.000 2,2 -2.200
Lucro antes Tributos 3.000 6.600
Tributos -750 2,2 -1.650

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Lucro líquido 2.250 4.950

Questão de n. 2

A DRE deve ser convertida pela taxa da data da transação, sendo aceitável o
uso de taxa média. Acima, convertemos toda a DRE, mas podemos usar o
seguinte cálculo:

Lucro líquido 2.250 euros x taxa média de 2,20 = 4.950 reais.

Este valor refere-se a um lucro efetivo, apurado pela controlada no exterior.

Como é uma controlada integral (a controladora tem 100% de participação),


reconhecemos este lucro na controladora pela equivalência patrimonial:

D – Investimento no Exterior (ativo) 4.950


C – Resultado da equivalência Patrimonial (resultado) 4.950

Gabarito  D.

Questão de n. 3

O ativo, convertido pela taxa de fechamento (2,40), é de R$ 73.200.

O passivo, convertido pela taxa de fechamento (2,40), é de R$ 19.800.

O capital social, convertido pela taxa histórica (2,00), é de R$ 40.000.

E o lucro do exercício (taxa média de 2,20) é de R$ 4.950.

A diferença (73.200 – 19.800 – 40.000 – 4.950 = 8450) é o valor do ajuste


acumulado de conversão. 06090347825

Vejamos a contabilização.

A conta de Investimentos no Exterior apresenta o seguinte saldo: 40.000 –


2.000 + 4.950 = R$ 42.950.

O valor do PL em reais da empresa no exterior é de 53.400 (ativo de 73.200


reais - passivo de 19.800).

Assim, temos que complementar essa conta (investimento) no valor de 53.400


– 42.950 = R$ 10.450,00.

D – Investimento no Exterior (ativo) 10.450

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C – Ajuste acumulado de conversão (PL) 10.450

A conta ajuste acumulado de conversão apresentava um saldo de R$ 2.000,00


devedor (veja questão 1, acima).

Com o crédito de 10.450 nesta conta, o saldo passa para 8.450 credor.

Este valor “bate” com o ganho de conversão (ajuste acumulado de conversão)


apurado no balanço convertido de 31/12/X2 (veja acima o balanço completo
convertido).

Vem daí o nome da conta. Ela sempre irá bater com a posição acumulada, e
não apenas com a perda ou ganho de conversão auferido no ano (o ganho de
conversão do ano foi de 10.450, mas o saldo mostra 8.450).

Gabarito  A.

Questão de n. 4

Este item foi explicado na questão anterior. Passemos a contabilização


completa.

1. Pelo investimento

D – Investimentos no exterior (ANC) 40.000


C – Caixa/bancos 40.000

2. Pela conversão em 31/12/X1

D – Ajustes de conversão acumulados (PL) 2.000


C - Investimentos no exterior (ANC) 2.000

3. Pela equivalência Patrimonial em 31/12/X2 06090347825

D – Investimentos no exterior (ANC) 4.950


C – Resultado da Equivalência Patrimonial 4.950

4. Pela variação cambial (ganhos / perdas na conversão)

D – Investimentos no exterior (ANC) 10.450


C - Ajustes de conversão acumulados (PL) 10.450

OBS: Para a prova, não há necessidade de se fazer todos esses cálculos.


Calcule diretamente.

Assim: Ativo – passivo = 22.250 euros x 2,40 = 53.400 reais

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Lucro líquido: 2.250 euros x 2,2 = 4.950 reais (vai para resultado)

Capital: 20.000 euros x 2,00 = 40.000 reais


Ajuste acumulado de conversão: 53.400 – 4950 – 40.000 = 8.450 reais.

O valor do Ajuste Acumulado de Conversão também pode ser calculado


diretamente, da seguinte forma:

PL: Diferença de taxa x PL  (2,40 – 2,00) x US$ 20.000 = R$ 8.000 (1)

Lucro do exercício: (2,40 – 2,20) x US$ 2.250 = R$ 450 (2)

Soma (1) + (2) = 8.000 + 450 = R$ 8.450.

Vimos acima como calcular o valor da variação cambial que vai para o PL, na
conta Ajuste Acumulado de Conversão, bem como os procedimentos para a
conversão das demonstrações contábeis para moeda estrangeira. Aliás, os
pontos estudados acima são os mais importantes.

Gabarito  C.

Veremos, agora, como ocorre a realização dos valores registrados nessa conta e
a divulgação.

Apresentamos o texto do pronunciamento, pois, se cair alguma questão sobre


tais assuntos, provavelmente será de literalidade.

1.10. REALIZAÇÃO DAS VARIAÇÕES CAMBIAIS REGISTRADAS EM


CONTA ESPECÍFICA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

BAIXA TOTAL OU PARCIAL DE ENTIDADE NO EXTERIOR

48. Na baixa de entidade no exterior, o montante acumulado de variações


06090347825

cambiais relacionadas a essa entidade no exterior, reconhecido em outros


resultados abrangentes e registrado em conta específica do patrimônio líquido,
deve ser transferido do patrimônio líquido para a demonstração do resultado
(como ajuste de reclassificação) quando o ganho ou a perda na baixa for
reconhecido (a esse respeito ver Pronunciamento Técnico CPC 26 Apresentação
das Demonstrações Contábeis).

48A. Além do tratamento contábil previsto para a baixa integral da participação


da entidade em entidade no exterior, os seguintes eventos devem receber
tratamento contábil similar – devem ser contabilizados como baixa – mesmo
que a entidade mantenha participação na ex-controlada, na ex-coligada ou no
ex-empreendimento controlado em conjunto:

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(a) a perda de controle de controlada que contenha entidade no exterior;


(b) a perda de influência significativa sobre coligada que contenha entidade no
exterior;

1.11. DIVULGAÇÃO

51. Nos itens 53 e 55 a 57, as referências à "moeda funcional" aplicam-se, no


caso de grupo econômico, à moeda funcional da controladora.

52. A entidade deve divulgar:


(a) o montante das variações cambiais reconhecidas na demonstração do
resultado, com exceção daquelas originadas de instrumentos financeiros
mensurados ao valor justo por meio do resultado, de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e
Mensuração e a Orientação OCPC 03 Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação; e

(b) variações cambiais líquidas reconhecidas em outros resultados abrangentes


e registradas em conta específica do patrimônio líquido, e a conciliação do
montante de tais variações cambiais, no início e no final do período.

53. Quando a moeda de apresentação das demonstrações contábeis for


diferente da moeda funcional, esse fato deve ser relatado juntamente com a
divulgação da moeda funcional e da razão para a utilização de moeda de
apresentação diferente.

54. Quando houver alteração na moeda funcional da entidade que reporta a


informação ou de entidade no exterior significativa, esse fato e a razão para a
alteração na moeda funcional devem ser divulgados.

55. Quando a entidade apresentar suas demonstrações contábeis em moeda


que é diferente da sua moeda funcional, ela só deve mencionar que essas
demonstrações estão em conformidade com as práticas contábeis adotadas no
Brasil se elas estiverem de acordo com todas as exigências de cada
06090347825

Pronunciamento Técnico, Orientação e Interpretação do CPC aplicáveis,


incluindo o método de conversão definido nos itens 39 e 42.

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1.12. RESUMO GERAL – TAXA DE CÂMBIO

Uma empresa pode ter transações em moeda estrangeira ou operações


(controladas ou coligadas) no exterior

1. No caso de transações:

1.1. Reconhecimento inicial: é feito pela taxa de câmbio na data da


transação

2. Reconhecimentos subsequentes

2.1. Itens monetários: são convertidos pela taxa de fechamento (taxa da


data do balanço). A variação cambial vai para o resultado.
2.2. Itens não monetários reconhecidos pelo custo: são convertidos pela
taxa da data da transação, portanto não geram variação cambial.
2.3. Itens não monetários reconhecidos pelo valor justo: são convertidos
pela taxa da data de reconhecimento ao valor justo.

3. Itens monetários com características de investimento liquido: ocorre


quando valores a receber ou a pagar entre a investidora e a investida, sem
previsão de liquidação. Nesse caso, tais valores são considerados parte do
investimento líquido.

3.1. Nas demonstrações individuais de cada empresa: a variação cambial


desses itens monetários é reconhecida no resultado do exercício.
3.2. Nas demonstrações consolidadas: a variação cambial dos itens
monetários com natureza de investimento é reconhecida no Patrimônio
Líquido.

4. Para converter demonstrações em moeda estrangeira para real:

4.1. Ativo e Passivo : use a Taxa de Fechamento (taxa da data do balanço)


06090347825

4.2. PL : use a taxa histórica (taxa da data em que o valor foi incluído no PL)
4.3. DRE: use a taxa da data da transação OU taxa média.
4.4. A diferença (ATIVO – (PASSIVO + PL)) é o Ajuste Acumulado de
Conversão.
4.5. O lucro ou prejuízo apurado vai para o Resultado, via Equivalência
Patrimonial.
4.6. O valor calculado conforme item 4.4 acima vai para o PL ( Ajuste
Acumulado de Conversão).

5. Moeda funcional: é a moeda do ambiente econômico principal no qual a


entidade opera. Pode ser alterada.

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2. EFEITOS INFLACIONÁRIOS SOBRE O PATRIMÔNIO DAS EMPRESAS

Até o ano de 1994, o Brasil conviveu com altas taxas de inflação. Entre os anos
de 1990 a 1994, a inflação média foi de 18% ao mês.

Podemos definir inflação como uma alta consistente dos preços.

A inflação distorce o resultado e os balanços das empresas. Vamos supor que


uma empresa esteja analisando o crescimento das vendas, e que em um ano o
crescimento nominal foi de 100%, conforme abaixo:

Vendas X1 60.000 / vendas X0 30.000 = 2,00

Taxa nominal = 100% de crescimento.

Supondo que a taxa de inflação no período foi de 120 %, temos a seguinte taxa
real:

Taxa Real = Vendas X1 / (vendas X0 x 2,20)

Taxa Real = 60.000 / (30.000 x 2,20) = 60.000 / 66.000 = 0,909

Taxa Real = diminuição de 0,091 = diminuição de 9,1 %.

Ou seja, saímos de uma taxa nominal de aumento de 100% para uma taxa real
de diminuição de 9%.

O mesmo ocorre com as outras contas da Demonstração do Resultado. O lucro


nominal no início do exercício é muito diferente do lucro nominal apurado no
final do exercício (naturalmente, quando há inflação alta).

Ocorrem distorções também com o saldo das contas do Balanço Patrimonial.

O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do


06090347825

patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das


transações.

Os itens que entravam em contato com o mercado (contas do ativo circulante e


passivo circulante) acabavam sendo atualizadas. Os itens permanentes (na
atual estrutura de balanço, seriam os subgrupos investimentos, Imobilizado e
Intangível, no Ativo, e o Patrimônio Líquido) ao longo do tempo tinham o seu
valor corroído pela inflação.

Vamos explicar melhor esse ponto. Suponha que uma empresa foi criada com
Capital Social de $10.000, integralizado em dinheiro, e comprou uma máquina
no valor de $6.000. Comprou também matéria prima, no valor de $4.000.

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Balanço inicial:
ATIVO PL
Estoque 4.000
Imobilizado 6.000 Capital Social 10.000

Durante o primeiro mês, a empresa processou a matéria prima e vendeu o


produto acabado, por 5.000. Quando foi comprar novamente a matéria, a
mesma havia aumentado em 10%, que é a taxa de inflação no período.
(Observação: não vamos considerar a depreciação e nenhuma outra despesa,
para fins didáticos).

Após a segunda aquisição, o balanço fica assim:

ATIVO
Caixa 600
Estoque 4.400 Capital Social 10.000
Imobilizado 6.000 Lucro exercício 1.000
TOTAL 11.000 11.000

Repare que o Imobilizado e o Capital Social continuam com o valor original. Já o


estoque (que é item circulante e entra em contato com o mercado) tem o seu
valor atualizado.

Após algumas repetições deste ciclo (inflação de 10% ao mês, compra de


matéria prima, produção e venda, inflação de 10%,compra de matéria prima,
etc) é fácil perceber que os valores nominais do imobilizado e do Capital Social
ficam defasados. Nesse exemplo, seriam rapidamente ultrapassados pelo valor
do estoque e do caixa.

A inflação também distorce os resultados da empresa. Vejamos o seguinte


exemplo:

A empresa KLS foi constituída com Capital Social de $100.000, em dinheiro, e


adquiriu um terreno, no valor de 90.000, para suas futuras instalações. O saldo
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de caixa foi aplicado, gerando rendimentos de 11% ao mês, sendo que a


inflação no período foi de 10%.

Balanço inicial:

ATIVO
Aplicação Financeira 10.000 Capital Social 100.000
Imobilizado 90.000
TOTAL 100.000 100.000

Após um mês de sua constituição, a empresa contabilizou os rendimentos da


aplicação financeira elaborou as seguintes demonstrações:

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Contabilização dos rendimentos da aplicação financeira:


10.000 x 11% = 1.100
D – Aplicação financeira (ativo) 1.100
C – Receita financeira (resultado) 1.100

Balanço:
ATIVO Passivo e PL
Aplicação Financeira 11.100 Capital Social 100.000
Imobilizado 90.000 Lucro exercício 1.100
TOTAL 101.100 101.100

Demonstração de Resultado:
Receita financeira 1.100

Rendimento nominal da aplicação financeira: 10.000 x 11% = 1.100

Rendimento real da aplicação financeira:


10.000 + (10.000 x 10%) = 11.000

Rendimento nominal - valor atualizado = rendimento real


11.100 – 11.000 = 100

Como a inflação foi de 10%, do rendimento da aplicação 1.000 foi apenas


correção monetária (inflação); o rendimento foi de 100. Mas a DRE da empresa
mostra um lucro superavaliado, no total de 1.100.

Para corrigir essas distorções, a Lei 6404/76 determinava que as empresas


realizassem a Correção Monetária do Balanço, da seguinte forma:

Lei 6404/76 - Correção Monetária (Atenção: artigos da lei 6404/76 revogados)

Art. 185. Nas demonstrações financeiras deverão ser considerados os


efeitos da modificação no poder de compra da moeda nacional sobre o valor dos
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elementos do patrimônio e os resultados do exercício.

§ lº Serão corrigidos, com base nos índices de desvalorização da moeda


nacional reconhecidos pelas autoridades federais:

a) o custo de aquisição dos elementos do ativo permanente, inclusive os


recursos aplicados no ativo diferido, os saldos das contas de depreciação,
amortização e exaustão, e as provisões para perdas;

b) os saldos das contas do patrimônio líquido.

§ 2º A variação nas contas do patrimônio líquido, decorrente de correção


monetária, será acrescida aos respectivos saldos, com exceção da correção do

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capital realizado, que constituirá a reserva de capital de que trata o § 2º do


artigo 182.

§ 3º As contrapartidas dos ajustes de correção monetária serão


registradas em conta cujo saldo será computado no resultado do exercício.

Observação: esses artigos da Lei 6.404/76 foram revogados.

Basicamente, os procedimentos eram os seguintes:


1) Corrige as contas do antigo Ativo Permanente (Investimento, Imobilizado
e Ativo Diferido), com contrapartida na conta Correção Monetária de
Balanço;
2) Corrige as contas do PL, com contrapartida na conta Correção Monetária
de Balanço;
3) A conta Correção Monetária de Balanço é conta de Resultado, inclusive
produzia efeitos fiscais (era tributável ou dedutível para o Imposto de
Renda).

Muito bem. Vamos efetuar a Correção Monetária do Balanço:


Ativo Imobilizado:
Terreno 90.000 x 10% = 9.000

Contabilização:
D – Correção Monetária – Terrenos (Ativo) 9.000
C – Correção Monetária do balanço (resultado) 9.000

Correção do PL:
Capital Social 100.000 x 10% = 10.000
Contabilização:

D - Correção Monetária do balanço (resultado) 10.000


C – Reserva de Correção Monetária (PL) 06090347825
10.000

Saldo da conta Correção Monetária do Balanço (resultado)

10.000 – 9000 = 1.000 saldo devedor (diminui o resultado)

Demonstrações após a correção Monetária:

Balanço:
ATIVO Passivo e PL
Aplicação Financeira 11.100 Capital Social 100.000
Imobilizado 90.000 Reserva de CM 10.000
Correção Monetária 9.000 Lucro exercício 100
TOTAL 110.100 110.100

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Demonstração de Resultado:
Receita financeira 1.100
Correção Monetária Balanço (1.000)
Lucro do exercício 100

Podemos observar o seguinte, após a correção monetária:


1) O Imobilizado (incluindo a conta Correção Monetária, no ativo) passou
para $99.000, que representa o valor original mais a inflação do mês.
2) O mesmo ocorreu com o Capital Social, considerando-se a conta “Reserva
de Correção Monetária”.
3) O Lucro do período passou de 1.100 para 100 (que é o resultado real,
descontando a inflação).

Assim, a técnica da Correção Monetária de balanço ajusta os efeitos da inflação.

Mas não devemos pensar que houve um saldo devedor de correção monetária
porque “o PL é maior que o Imobilizado”.

O procedimento contábil é esse, mas o que gera ganhos ou perdas são os ativos
e passivos monetários expostos à inflação.

No nosso exemplo, temos zero de Passivo Monetário e 10.000 de Ativo


Monetário, que gera perda devido à inflação. Portanto, o saldo devedor da
correção monetária foi calculado a partir dos saldos do PL e do Ativo
Permanente; mas refere-se à aplicação financeira de $10.000 exposta à inflação
de 10%, o que gera uma perda.

Há outra técnica para combater os efeitos inflacionários: a Correção Integral, na


qual todas as contas do balanço são corrigidas monetariamente. É uma técnica
complexa, que foi aplicada durante pouco tempo no Brasil.

Itens monetários e não monetários


06090347825

Conforme o Pronunciamento Técnico 02 do CPC:


Itens monetários são aqueles representados por dinheiro ou por
direitos a serem recebidos e obrigações a serem liquidadas em
dinheiro.

Itens não-monetários são aqueles representados por ativos e passivos


que não serão recebidos ou liquidados em dinheiro.

Vamos explicar melhor esse conceito. Conforme o “Manual de Contabilidade das


Sociedades por Ações”, FIPECAFI, 7a. edição, pg. 557:

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"Os itens monetários são compostos pelas contas de disponibilidades e de


direitos e obrigações a serem liquidados com disponibilidades. Pode ser
subdivididos em:

1) Itens monetários puros, compostos pelas contas de valor prefixado que


não contêm qualquer forma de reajuste ou atualização, como o próprio caixa
em moeda nacional;

2) Itens monetários prefixados, que também não têm atualização, mas que
possuem embutida alguma expectativa de inflação já inserida em seu valor,
como contas a receber de vendas a prazo;

3) Itens monetários indexados, que são as contas monetárias sujeitas a


atualização por índice pós-fixado, como os empréstimos em TR ou dólar.

Os itens não monetários são todos os demais, ou seja, representam bens


(estoque, imobilizado, etc.), despesas antecipadas ou diferidas (seguros a
apropriar, despesas pré-operacionais etc.), adiantamentos a serem liquidados
em bens (a fornecedores, de clientes, etc.), resultado de exercício futuro, etc.”

Os itens monetários perdiam valor, quando exposto à inflação, pois não


possuíam "valor intrínseco".

Valor intrínseco de um ativo é o valor que esse ativo tem, independentemente


de tal valor estar expresso no ativo.

Os bens, tais como estoques, ou equipamentos, podem ser avaliados a preço de


mercado, não importando o valor que custaram. O mesmo não ocorre com os
itens monetários. Uma nota de cem reais tem valor nominal de cem reais, hoje
ou daqui a um mês.

E se houver uma forte inflação?

O valor nominal da nota continua cem reais, ainda que o valor real tenha
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diminuído (perda em ativo monetário exposto à inflação).

Da mesma forma, uma duplicata a receber com valor de 20.000 reais é um


ativo monetário, pois, em caso de inflação, continuará com o valor nominal de
20.000, gerando perda.

Suponha, por outro lado, que uma empresa adquiriu estoques no valor de
10.000 e, em virtude de uma inflação de 10% ao mês, tais estoques valem
11.000 no mês seguinte.

O estoque que a empresa adquiriu continua contabilizado por 10.000, mas vale
11.000. Por ser um item não monetário, não perde valor quando exposto à

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inflação. Houve, aqui, um "ganho de estocagem" que será reconhecido quando


o estoque for vendido.

O mesmo ocorre com máquinas do imobilizado.

2.1 - RESUMO GERAL

1 - Os principais efeitos da inflação sobre o patrimônio das empresas são:

--- distorce os resultado da empresa

--- deixa os itens que não circulam (não entram em contato com o mercado)
sub avaliados.

2 – As perdas com a inflação ocorrem nos itens monetários.

3 – Os itens não monetários (estoque, imobilizado) possuem valor intrínseco, e


portanto não sofrem perda quando expostos à inflação.

4 – Os ativos monetários resultam em perdas; os passivos monetários, em


ganhos, quando sofrem os efeitos inflacionários.

5 – A Lei 6.404/76 estabeleceu a Correção Monetária do Balanço, para


combater os efeitos inflacionários. O Ativo Permanente (Investimentos,
Imobilizado e Ativo Intangível) e o Patrimônio Líquido eram corrigidos
monetariamente, apurando-se um saldo credor (ganho) ou saldo devedor
(perda) com a Correção Monetária.

6 - Itens monetários puros: não contêm qualquer forma de reajuste ou


atualização.

7 - Itens monetários prefixados: possuem embutida alguma expectativa de


inflação já inserida em seu valor;
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8 - Itens monetários indexados: possuem atualização por índice pós-fixado,


como os empréstimos em TR ou dólar.

3. QUESTÕES COMENTADAS – TAXA DE CÂMBIO

01. (CESPE/BACEN/Analista – área 4/2013) No item a seguir é


apresentada uma situação hipotética acerca do processo contábil de
reconhecimento, mensuração e evidenciação, seguida de uma assertiva a ser
julgada.

Para conversão de participações de entidades no exterior, deve-se utilizar a


taxa de câmbio mais próxima da taxa vigente na data da transação, que pode

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ser expressa pela taxa média semanal ou mensal, mesmo em períodos de


significativa flutuação de câmbio.

Comentário:

Assertiva errada.

Para converter o Ativo e o Passivo, deve-se usar a taxa de fechamento (taxa


da data do balanço).

Para o PL: use a taxa histórica (taxa da data em que o valor foi incluído no
PL)

Para a DRE: use a taxa da data da transação OU taxa média. Por razões
práticas, uma taxa que se aproxime das taxas de câmbio vigentes nas datas
das transações, por exemplo, a taxa média para o período, pode ser
normalmente utilizada para converter itens de receita e despesa.
Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da
taxa de câmbio média para o período é inapropriado.

Gabarito  ERRADO

02. (CESPE/PF/ÁREA 1/2013) No item a seguir é apresentada uma situação


hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Uma companhia brasileira é investidora de uma companhia estrangeira, que


elabora suas demonstrações financeiras usando o dólar norte-americano. Nessa
situação, para realizar a conversão das demonstrações para a moeda funcional
da investidora, utilizando o método da taxa corrente, a investidora deverá
converter os valores dos ativos e passivos pela taxa de fechamento do dólar na
data do respectivo balanço. As receitas e as despesas deverão ser convertidas
pelas taxas cambiais em vigor nas datas das transações ou pela taxa média do
período, sendo reconhecidas as variações cambiais resultantes em conta
específica do patrimônio líquido. 06090347825

Comentário:

Vejamos as instruções para conversão de balanço:

4. Para converter demonstrações em moeda estrangeira para real:


4.1. Ativo e Passivo : use a Taxa de Fechamento (taxa da data do balanço)
4.2. PL : use a taxa histórica (taxa da data em que o valor foi incluído no PL)
4.3. DRE: use a taxa da data da transação OU taxa média.
4.4. A diferença (ATIVO – (PASSIVO + PL)) é o Ajuste Acumulado de
Conversão.
4.5. O lucro ou prejuízo apurado vai para o Resultado, via Equivalência
Patrimonial.

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4.6. O valor calculado conforme item 6.4 acima vai para o PL ( Ajuste
Acumulado de Conversão).

Gabarito  CERTO

03. (CESPE/MJ/Contabilidade/2013) Julgue o item a seguir, referente aos


impactos provocados por fatos contábeis no patrimônio de uma companhia
aberta.

No caso de disponibilidades em moeda estrangeira, a variação cambial


decorrente do ajuste do saldo em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na
data de atualização da demonstração contábil deve ser reconhecida na conta
ajustes de avaliação patrimonial, no patrimônio líquido.

Comentário:

Moeda estrangeira é item monetário. Segundo o pronunciamento CPC 02 (R2):

28. As variações cambiais advindas da liquidação de itens monetários ou da


conversão de itens monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram
convertidos quando da mensuração inicial, durante o período ou em
demonstrações contábeis anteriores, devem ser reconhecidas na
demonstração do resultado no período em que surgirem, com exceção
daquelas descritas no item 32.

O item 32 refere-se ao tratamento das variações de itens monetários que fazem


parte do investimento líquido em entidade no exterior.

Gabarito  ERRADO

Julgue o item a seguir, referente à avaliação de itens patrimoniais.

04. (CESPE/TCE – RO/ACE/2013) Considere que, em novembro de 2012,


determinada empresa tenha comprado mercadoria do exterior pelo valor de
06090347825

50.000 euros, com a paridade da moeda de €1,00 = R$ 3,00. Considere, ainda,


que, no final do exercício, essa mercadoria continue em estoque e que a
cotação do euro tenha sido igual a R$ 2,80. Nessa situação, é correto afirmar
que, no final do exercício, período em que foi realizado um lançamento para
registrar o efeito da variação cambial, o balanço patrimonial evidenciou o
estoque da referida mercadoria no valor de R$ 140.000,00.

Comentário:

Assertiva errada.

Uma companhia pode conduzir operações no exterior (e, portanto, ser afetada
pelas alterações na taxa de câmbio) de duas formas:

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a) Pode ter transações em moeda estrangeira. Ocorre quando a empresa


realiza importações, exportações, empréstimos, ou quaisquer outras transações
vinculadas à moeda estrangeira.

b) Ou pode possuir operações no exterior por meio de investimento direto em


uma entidade localizada no exterior. É o caso de empresas brasileiras que
abrem filial, agência ou mesmo uma empresa controlada no exterior.

Compra de estoque é uma transação com o exterior.

No caso das transações, o reconhecimento inicial é simples. Aplicamos a taxa


de cambio à vista (portanto, a taxa do dia do reconhecimento da transação) ao
valor em moeda estrangeira.

Nos balanços encerrados após o reconhecimento inicial, as transações


vinculadas à moeda estrangeira são avaliadas assim:

Itens monetários: são convertidos usando a taxa da data do balanço (taxa de


fechamento), e, portanto, irão gerar variação cambial.

Itens não-monetários mensurados ao custo histórico: São convertidos


usando a taxa da data da transação.

Estoque são itens não monetários. Assim, não geram variação monetária, pois
ficam avaliados pela taxa da data da transação (no caso, por $3,00, e portanto
permanecem com o valor de 50.000 euros x R$3,00 = R$ 150.000,00.

Gabarito  ERRADO

05. (CESPE/CADE/Contador/2014) Com base nos pronunciamentos do CPC


e nos seus reflexos na elaboração e divulgação das demonstrações contábeis,
julgue o item a seguir. 06090347825

Empresas que possuem itens não monetários mensurados pelo valor justo em
moeda estrangeira devem realizar a conversão monetária utilizando as taxas de
câmbio vigentes nas datas em que o valor justo tiver sido mensurado e for
evidenciado no balanço patrimonial em moeda funcional.

Comentário:

Assertiva correta. Cópia do pronunciamento CPC 02 (R2):

23. Ao término da cada período de reporte:


(a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-
se a taxa de câmbio de fechamento;

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(b) os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em moeda
estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio vigente na data
da transação; e
(c) os itens não monetários que são mensurados pelo valor justo em
moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se as taxas de
câmbio vigentes nas datas em que o valor justo tiver sido mensurado.
(Alterada pela Revisão CPC 03)

Gabarito  CERTO

6. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) A Cia. ABC (Investidora)


adquiriu, em 01 de dezembro de 20x1, 90% das ações da Cia. XYZ (Investida),
que se encontra instalada em Portugal. Em 31 de dezembro de 20x1, a Cia. XYZ
apresentou a seguinte posição financeira:

Contas Saldo (€ euros)


Ativos 40.000,00
Passivos 30.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 8.500,00
Lucro líquido, referente a dezembro de 20x1 1.500,00
Taxas Cotação € euro Observações
Taxa Histórica R$ 2,00 em 01/12/20x1
Taxa Média R$ 2,25 de 01/12 a 31/12/20x1
Taxa de Fechamento R$ 2,50 em 31/12/20x1

A conversão do Balanço Patrimonial da Cia. XYZ (para Reais), em 31/12/20x1,


gera um registro na Conta Ajuste Acumulado de Conversão, na Cia. ABC, no
valor de, em R$,

A) 1.912,50.
B) 2.500,00. 06090347825

C) 4.162,50.
D) 4.500,00.
E) 5.000,00.

Comentários:

O Ativo e Passivo devem ser convertidos pela taxa de fechamento (taxa da data
do balanço).

O Lucro Líquido, pela taxa média.

E o PL pela taxa histórica.

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A diferença é o Ajuste Acumulado de Conversão.

Podemos calcular assim:

Ativo 40.000 – Passivo 30.000 = 10.000 euros.


10.000 x taxa de fechamento 2,50 = R$ 25.000,00
PL 8.500 x taxa histórica 2,00 = R$ 17.000,00
Lucro líquido 1.500 x taxa média 2,25 = R$ 3.375,0
Ajuste Acumulado de Conversão:
R$ 25.000,00 – R$ 17.000,00 – R$ 3.375,00 = R$4.625,00

Como a participação é de 90%, temos:


R$ 4.625 x 90% = R$4.162,50

Gabarito  C.

7. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) A Cia. ABC (Investidora)


adquiriu, em 01 de dezembro de 20x1, 90% das ações da Cia. XYZ (Investida),
que se encontra instalada em Portugal. Em 31 de dezembro de 20x1, a Cia. XYZ
apresentou a seguinte posição financeira:

Contas Saldo (€ euros)


Ativos 40.000,00
Passivos 30.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 8.500,00
Lucro líquido, referente a dezembro de 20x1 1.500,00
Taxas Cotação € euro Observações
Taxa Histórica R$ 2,00 em 01/12/20x1
Taxa Média R$ 2,25 de 01/12 a 31/12/20x1
Taxa de Fechamento R$ 2,50 em 31/12/20x1

Com base nos dados contábeis fornecidos pela Cia. XYZ (Investida) e as
cotações do € euro após a conversão, o valor do investimento da Cia. ABC
06090347825

(investidora) é, em 31 de dezembro de 20x1, em R$,

a) 15.300,00.
b) 18.000,00.
c) 19.125,00.
d) 22.500,00.
e) 25.000,00.

Comentário:

O valor do Investimento é 90% do valor do PL convertido.

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Assim:

PL 8.500 + Lucro Líquido 1.500 = 10.000 euros


$10.000 euros x 2,50 = R$ 25.000,00
R$ 25.000,00 x 90% = R$ 22.500,00

Gabarito  D.

8. (Infraero/Contador/FCC/2009) Na ocasião da elaboração do balanço, os


saldos de passivos, tomados em moeda estrangeira, cujo contrato seja efetuado
com cláusula de paridade cambial deverão ser:

(A) vertidos em reais pela taxa de câmbio funcional na data da operação.


(B) convertidos em reais pela variação média da taxa de apresentação.
(C) transformados em reais à taxa de fechamento da operação.
(D) convertidos em reais à taxa de câmbio em vigor na data do balanço.
(E) atualizados pelo valor médio do período encerrado da taxa funcional.

Comentários

Neste tipo de questão, tente encontrar a resposta sem ler as alternativas. Pois
as alternativas são redigidas para confundir o candidato. Vamos analisar o
caput da questão:

“Na ocasião da elaboração do balanço, os saldos de passivos, tomados em


moeda estrangeira, cujo contrato seja efetuado com cláusula de paridade
cambial deverão ser”

Trata-se de TRANSAÇÂO em moeda estrangeira, e não de conversão de


balanço. Trata-se, ainda, de item monetário. (Saldo de passivo, tomado em
moeda estrangeira, refere-se a empréstimo ou contas a pagar em moeda
estrangeira).

No caso de transação em moeda estrangeira, os itens monetários são


06090347825

valorizados pela taxa de fechamento (taxa da data do balanço) e a variação


cambial vai para o resultado. Portanto, a resposta correta é a letra D.

Gabarito  D.

09. (Infraero/Contador/FCC/2009) No processo de conversão, a moeda do


ambiente econômico principal no qual a entidade opera é denominada moeda

(A) equivalente.
(B) externa.
(C) de apresentação.
(D) funcional.
(E) do fechamento

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Comentários

O gabarito da questão é moeda funcional.

Gabarito  D.

10. (Infraero/Auditor/FCC/2009) A Cia. Omega importou uma máquina no valor


CIF (Cost, Insurance and Freight) de 100.000,00 dólares americanos. Na
ocasião do desembaraço da mercadoria, houve incidência de imposto de
importação à alíquota 10% sobre o valor aduaneiro, este último correspondente
a R$ 215.000,00. Todos os demais impostos pagos sobre a importação são
recuperáveis para a companhia. Houve pagamento de despesas de
armazenagem e outras taxas no valor de R$ 23.000,00. A Cia. gastou de frete e
seguro internos para remoção da mercadoria do local de entrada no Brasil para
suas instalações fabris o valor de R$ 38.000,00. A importação foi feita a prazo
e, no vencimento, o fornecedor estrangeiro cobrou juros de 2%, no período,
sobre o valor da aquisição em dólares. Na data do pagamento ao credor, a taxa
de câmbio era U$ 1.00 = R$ 2,36. Ao final da operação, o valor da máquina no
Ativo da companhia ficou registrado por, em R$,

(A) 323.220,00.
(B) 318.500,00.
(C) 303.220,00.
(D) 307.500,00.
(E) 297.500,00.

Comentários

US$ 100.000 x 2,36 = 236.000


(+) II 10% 215000 = 21.500
(+) despesas armazenagem = 23.000
(+) fretes e seguros = 38.000
06090347825

Total: 318.500

A dúvida se refere ao valor da taxa de câmbio a ser usada: Se a taxa do


momento do desembaraço da mercadoria (2,15) ou a taxa da data de
pagamento ao credor: 2,36.

Para encontrar a resposta, a FCC considerou a taxa de pagamento ao credor.

Vamos analisar esse entendimento da FCC.

Conforme o CPC 02 – Efeito das mudanças na taxa de câmbio e conversão das


demonstrações contábeis:

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24. Uma transação em moeda estrangeira deve ser contabilizada, no seu


reconhecimento inicial, na moeda funcional, aplicando-se, à importância em
moeda estrangeira, a taxa de câmbio à vista entre a moeda funcional e a
moeda estrangeira na data da transação.

25. A data da transação é a data na qual a transação se qualifica para


reconhecimento de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Muito bem. A questão agora é determinar a data na qual uma importação se


qualifica para reconhecimento. Conforme o livro “Normas e Práticas Contábeis
no Brasil”, FIPECAFI e ARTUR ANDERSEN, Editora Atlas,2ª. Edição, 1994, pg.
247:

IMPORTAÇÕES EM ANDAMENTO:

10.90 A conta Importações em Andamento normalmente engloba o custo dos


produtos importados, inclusive frete, desembaraço, armazenagem e
recebimento pela empresa, bem como o imposto de importação e imposto
sobre operações financeiras relativo à operação de câmbio. A variação cambial
apurada até a data da entrada dos bens importados na empresa constitui parte
do seu custo de aquisição e, a partir daí, tal variação é considerada como
despesa financeira.

No FIPECAFI (Manual de contabilidade das Sociedades por Ações, 7ª. Edição,


2009) consta:

Importações em andamento de bens do Imobilizado: Essa conta registra todos


os gastos incorridos relativos aos equipamentos, máquinas, aparelhos e outros
bens até sua chegada, desembaraço e recebimento pela empresa,
considerando-se as modalidades de importação, CIF ou FOB.

Nesse momento, se passar ainda por fase de montagem e instalação de


construção em andamento, é transferida, por seu custo total, para a conta de
Construção em Andamento. 06090347825

Se, por outro lado, já entrar em operação logo após a chegada, sua
transferência é feita diretamente para a conta correspondente de Bens em
operação (Pg. 196).

“Os encargos financeiros decorrentes de empréstimos e financiamentos para a


aquisição de bens do Ativo Imobilizado não devem ser incluídos no custo dos
bens adquiridos, mas lançados como despesas financeiras”. Op. Cit., pg. 197.

O critério, portanto, é o momento de entrada em operação do bem importado:


até essa data, a variação cambial constitui custo do equipamento; após a
entrada em operação, a variação cambial, se houver, deve ir para resultado
(despesa ou receita financeira).

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A questão falha ao informar a cotação da data do pagamento. Deveria informar


a cotação da data em que o bem entrou em operação.

Gabarito  B.

Para responder às questões 11 a 14, considere as seguintes instruções:

(Questões inéditas) A empresa brasileira ABC possui 100 % da controlada EFG,


localizada na França. A controlada EFG apresentou as seguintes demonstrações
contábeis, em euros:

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/X2


Ativo Euros Passivo Euros
Caixa / bancos 6.500 Fornecedores 8.500
Clientes 18.000 Aluguéis a pagar 1.100
Estoque 10.000 Tributos a recolher 900
Capital Social 15.000
Lucro Líquido 9.000
Total Ativo 34.500 Total Passivo + PL 34.500

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Vendas 32.000
(-) CMV -16.450
Lucro bruto 15.550
Salários -3.150
Despesas vendas -1.500
Despesas aluguéis -1.000

Lucro antes Tributos 9.900


06090347825

Tributos -900
Lucro líquido 9.000

COTAÇÃO DO EURO

Data Valor R$

Maio/X1 1,50
31/12/X1 1,60
Taxa média X2 1,70
31/12/X2 2,00

O Capital Social foi integralizado em maio de X1.

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11. O valor a ser lançado no Resultado do Exercício da Controladora ABC em


Reais:

A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000
D) 48.000
E) 69.000

Comentários:

O que vai para o resultado é o Lucro apurado pela controlada, convertido pela
taxa da data da transação OU pela taxa média. Assim, temos:

Lucro Líquido de X2 = 9000 euros x taxa média X2 1,70 = R$ 15.300

Gabarito  B.

12. O valor do Investimento da Controladora ABC em reais é:

A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000
D) 48.000
E) 69.000

Comentários

O valor total do investimento é o PL da controlada, convertido pela taxa de


fechamento. PL = 15.000 + 9.000 = 24.000 euros x taxa fechamento 2,00
reais = R$ 48.000.
06090347825

Gabarito  D.

13. O valor da conta Ajuste Acumulado de Conversão na Controladora ABC em


reais é de:

A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000
D) 48.000
E) 69.000

Comentários:

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Convertemos o ativo e passivo pela taxa do fechamento, o Capital pela taxa


histórica ( da data em que foi reconhecido o CS) e o lucro pela taxa média. A
diferença entre estes valores é o Ajuste Acumulado de Conversão.

Ativo: 34.500 x 2,00 = 69.000 reais


Passivo: 20.500 x 2,00 = 21.000 Reais
Lucro: 9.000 x 1,70 = 15.300 Reais
Capital social: 15.000 x 1,50 = 22.500 Reais

Ajuste de conversão acumulado: + 69.000 – 21.000 – 15.300 – 22.500 = R$


10.200

Gabarito  A.

14. O valor do Ativo Total da Controlada EFG, convertido para reais, é de:

A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000
D) 48.000
E) 69.000

Comentários

Vamos simplesmente converter o ativo pela taxa do fechamento do balanço:


34.500 euros x 2,00 = R$ 69.000.

Gabarito  E.

(Questões inéditas) Uma empresa foi constituída em julho/X1 com capital social
de 100.000 reais, totalmente integralizado em dinheiro.
06090347825

Em setembro, a empresa importou um equipamento no valor de 20.000


dólares, para pagamento em fevereiro / X2.

Em outubro, a empresa importou mercadorias para revenda, no valor de 8.000


dólares, para pagamento em janeiro /X2.

Considere as seguintes taxas de câmbio:

Julho/X1 1,60
Setembro/X1 1,75
Outubro/X1 1,85
Dezembro/X1 2,00

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15. O valor total do ativo é de:

A) 49.800
B) 56.000
C) 100.000
D) 149.800
E) 156.000

Comentários

Caixa 100.000
Estoque 14.800 (8.000 x 1,85)
Equipamento 35.000 (20.000 x 1,75)
Total Ativo 149.800

Gabarito  D.

16. O valor da variação cambial será

A) 1.200
B) 5.000
C) 6.200
D) 8.400
E) 10.200

Comentários:

Apresentamos abaixo o balanço patrimonial em 31/12/X1, antes dos


lançamentos de variação cambial:

Ativo Passivo e PL
Caixa 100.000,00 Importações a pagar/Equipamento
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35.000,00
Estoque 14.800,00 Importações a pagar/Estoque 14.800,00
Equipamentos 35.000,00 Capital Social 100.000,00
Total Ativo 149.800,00 Total Passivo 149.800,00

Estoques e equipamentos são itens não-monetários, e portanto são convertidos


pela taxa de cambio da data da transação. Assim, não geram variação cambial.

Já o passivo é item monetário, e deve ser convertido pela taxa da data do


fechamento do balanço (2,00).

Importação a pagar / estoque: 8.000 x 2,00 = 16.000 – 14.800 = 1.200


Importação a pagar / equipamento: 20.000 x 2,00 = 40.000 – 35.000 = 5.000
Total variação cambial: 5.000 + 1.200 = 6.200

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Gabarito  C.

17. O lançamento da variação cambial será:

A) D - Estoque
D – Ativo imobilizado
C - Receita com variação cambial

B) D – Ativo
C – Ajuste acumulado de conversão

C) D – Despesa com variação cambial


C – Ajuste acumulado de conversão

D) D – Ajuste acumulado de conversão


C – ativo

E) D – Despesa com variação cambial


C – Passivo (importações a pagar)

Comentários:

A variação cambial foi gerada pelo passivo ( importações a pagar). Portanto, a


contabilização será:

D – Despesa (resultado)
C – Passivo – importações a pagar.
Gabarito  E.

18. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS/SP/2013) Em 31/10/2012, a


Cia. Endividada, com operações apenas no Brasil, obteve um empréstimo em
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moeda estrangeira no valor de US$ 100.000,00. Este empréstimo deve ser


apresentado no Balanço Patrimonial, em 31/12/2012, à taxa de câmbio:

(A) do dia da obtenção do empréstimo.


(B) da data do Balanço Patrimonial.
(C) média do mês em que o empréstimo foi obtido.
(D) do dia da obtenção do empréstimo mais correção monetária.
(E) determinada entre as partes envolvidas.

Comentários

Segundo o CPC 02 – Taxa de câmbio:

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Apresentação ao Término de Períodos de Reporte Subsequentes

23. Ao término de cada período de reporte:

(a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-


se a taxa de câmbio de fechamento;
(b) os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em moeda
estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio vigente na data
da transação; e
(c) os itens não monetários que são mensurados pelo valor justo em moeda
estrangeira devem ser convertidos, usando-se as taxas de câmbio vigentes nas
datas em que o valor justo tiver sido mensurado. (Alterada pela Revisão CPC
03)

Como o empréstimo em moeda estrangeira é item monetário, será convertido


pela taxa de fechamento (taxa da data do Balanço Patrimonial).

Gabarito  B.

19) (Questão inédita) Assinale a alternativa incorreta:

a) Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas.


b) Taxa de câmbio a vista é a taxa de câmbio vigente na data do balanço.
c) Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração
d) Grupo econômico é uma entidade controladora e todas as suas controladas.
e) Itens monetários são unidades de moeda mantidas em caixa e ativos e
passivos a serem recebidos ou pagos em um número fixo ou determinado de
unidades de moeda.

Comentários:
06090347825

Todas parecem corretas. Todavia, leia-se novamente a alternativa B. Trata-se


da definição da Taxa de Fechamento, e não da taxa de cambio a vista. As
demais definições foram reproduzidas fielmente.

Gabarito  B.

20) (Questão inédita) Assinale a alternativa incorreta:

A) Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são


apresentadas.
B) Moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da
entidade.

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C) Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a


entidade opera.
D) Investimento líquido em uma entidade no exterior é o montante que
representa o interesse (participação na maior parte das vezes) da entidade
investida nos ativos líquidos dessa entidade.
E) Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número
específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas
cambiais.

Comentários:

A alternativa incorreta é a D. Não é o “interesse da entidade investida”, o


correto é “interesse da entidade que reporta a informação”. Ou seja, a
investidora. Confira a definição correta:

“Investimento líquido em entidade no exterior é o montante que representa o


interesse (participação na maior parte das vezes) da entidade que reporta a
informação nos ativos líquidos dessa entidade.”.

Gabarito  D.

21. (FGV – TCM RJ 2008) Com base na Resolução CFC 1.120/08, analise as
afirmativas a seguir:

I. As variações cambiais resultantes de conversão das demonstrações contábeis


para moeda diferente da moeda funcional devem ser reconhecidas em conta
específica no resultado não-operacional.
II. As variações cambiais que surgem da liquidação de itens monetários ao
converter itens monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram
inicialmente convertidas durante o período, ou em demonstrações contábeis
anteriores, devem ser reconhecidas como receita ou despesa no período em
que surgirem, com exceção das variações cambiais de itens monetários que
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fazem parte do investimento líquido da entidade que reporta em uma entidade


no exterior.
III. Uma entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer
moeda (ou moedas).

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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Comentários

I) INCORRETA. Devem ser reconhecidas em conta específica do PATRIMÔNIO


LÍQUIDO.

II) CORRETA. Veja item 28 do texto do Pronunciamento:

28. As variações cambiais advindas da liquidação de itens monetários ou da


conversão de itens monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram
convertidos quando da mensuração inicial, durante o período ou em
demonstrações contábeis anteriores, devem ser reconhecidas na demonstração
do resultado no período em que surgirem, com exceção daquelas descritas no
item 32.

III) CORRETA. Cópia literal do início do item 38 do pronunciamento. Confira:


“38. Uma entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer
moeda (ou moedas).”

Gabarito  E.

22. (UEL/Auditor Fiscal/ICMS PR/2012) A moeda funcional reflete as


transações, os eventos e as condições subjacentes que são relevantes para a
entidade. Portanto, uma vez que ela seja determinada, somente pode ser
alterada se houver mudança nas transações, nos eventos e nas condições
subjacentes.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, como o efeito da alteração


na moeda funcional deve ser tratado, contabilmente, pela entidade.

a) Converter todos os itens para a nova moeda funcional, utilizando a taxa de


câmbio observada na data da alteração.
b) Manter a escrituração pelo valor contábil histórico, considerando que a
moenda funcional inaltera a estrutura contábil.06090347825

c) Manter inalteradas as demonstrações contábeis, pois a legislação vigente


proíbe o uso de outra moeda que não o real.
d) Preparar duas demonstrações contábeis, uma demonstrando os valores na
moeda funcional antiga e a outra com a nova moeda funcional.
e) Preparar suas demonstrações contábeis, apresentando, em colunas distintas,
os valores em moeda de apresentação e em moeda funcional.

Comentários

Dissemos durante a aula que:

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35. Quando há alteração na moeda funcional da entidade, a entidade deve


aplicar, prospectivamente, os procedimentos de conversão requeridos à nova
moeda funcional a partir da data da alteração.

É importante destacar que pode haver mudança na moeda funcional, se


houver alteração nas transações, nos eventos e nas condições em que a
empresa opera.

Se ocorrer a alteração da moeda funcional, a entidade deverá converter todos


os itens (monetários e não-monetários) para a nova moeda, usando a cotação
da data da alteração (data em se adotou a nova moeda funcional).

Os efeitos da alteração devem ser tratados contabilmente de forma prospectiva,


ou seja, da data da alteração em diante, sem alterar as demonstrações
passadas.

Gabarito  A.

23. (FEMPERJ/TCE RJ/ACE/2012) A Cia. Import In fez uma compra de


matérias-primas por US$ 10.000 no dia 10/12/X1 e pagará ao fornecedor
estrangeiro no dia 10/01/X2. As matérias-primas adquiridas ficarão
armazenadas para serem utilizadas ao longo de X2.

Considerar as seguintes cotações do Dólar:

Em 10/12/X1: US$ 1,00 = R$ 2,00;

Em 31/12/X1: US$ 1,00 = R$ 2,20;

Em 10/01/X2: US$ 1,00 = R$ 1,80.

Com base nas informações acima, o lançamento feito pela Cia em 10/12/X1 foi:
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 Débito – estoques (ativo) – R$ 20.000,00


 Crédito – fornecedores estrangeiros (Passivo) – R$ 20.000.

Para elaborar as demonstrações contábeis anuais, em 31/12/X1, a Cia. deverá


fazer em relação à operação supracitada os seguintes lançamentos:

A) débito - estoques (ativo) - R$ 2.000,00


crédito - fornecedores estrangeiros (passivo) - R$ 2.000;

B) débito - variação cambial (DRE) - R$ 2.000,00


crédito - fornecedores estrangeiros (passivo) - R$ 2.000,00;

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C) débito - variação cambial (DRE) - R$ 2.000,00


crédito - estoques (ativo) - R$ 2.000,00;

D) débito - variação cambial (ativo) - R$ 2.000,00


crédito - fornecedores estrangeiros (passivo) - R$ 2.000,00;

E) débito - estoques (ativo) - R$ 2.000,00


crédito - variação cambial (passivo) - R$ 2.000.

Comentário:

O Estoque é item não monetário. Portanto, ficará registrado no Balanço pela


taxa da data da entrada no estabelecimento.

Já a conta Fornecedores é item monetário. Deverá ser atualizada pela taxa da


data do balanço (taxa de fechamento).

U$ 10.000 x R$ 2,20 = R$ 22.000

Valor em 31/12 R$ 22.000 – valor em 10/12 R$20.000 = R$ 2.000

Contabilização :

D – Variação cambial (resultado – DRE) 2.000


C – Fornecedores (Passivo) 2.000

Gabarito: B

24. (FCC/ICMS SP/AFR/2013) A Empresa Devedora S.A. adquiriu um


financiamento de US$ 10,000.00 (dez mil dólares), em 1 de dezembro de 2012,
e deverá quitá-lo, em 1 de outubro de 2013. Na data da aquisição do
financiamento, a taxa do dólar (cotação) era R$ 1,70. Sabendo-se que, em 31
de dezembro de 2012, o dólar estava cotado a R$ 1,45, a variação cambial,
06090347825

referente ao período de 01/12/2012 a 31/12/2012, foi

A) ativa de R$ 2.500,00, que aumenta o ativo circulante da empresa.


B) ativa de R$ 2.500,00, que reduz o passivo circulante da empresa.

C) passiva de R$ 2.500,00, que reduz o passivo circulante da empresa.


D) passiva de R$ 2.500,00, que aumenta o passivo circulante da empresa.
E) ativa de R$ 2.500,00, que reduz o saldo da conta Ajustes de Avaliação
Patrimonial.

Comentário:

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Uma empresa pode ser afetada pela mudança na taxa de câmbio de duas
maneiras: conduzindo uma operação no exterior (filial, agência, coligada ou
controlada) ou tendo transações com o exterior (exportando, importando,
pegando empréstimos em moeda estrangeira).

No caso das transações, devemos identificar se a questão se refere a item


monetário ou item não monetário.

Essa identificação é importante, pois os itens não monetários (estoque,


máquinas, equipamentos) ficam avaliados pela taxa de câmbio da data da
transação.

Já os itens monetários (moeda estrangeira, valores a receber, valores a pagar,


empréstimos, e outros) são avaliados pela taxa de fechamento (taxa da data do
balanço, geralmente 31/12).

Nessa questão, a taxa na data do financiamento era de $1,70 e a taxa de


fechamento (data do balanço) em 31/12 era de $1,45.

$1,70 - $1,45 = $0,25 x $10.000 = $2.500

Como a taxa diminuiu, o valor do financiamento também diminui; assim, a


empresa apurou variação ativa (receita de variação cambial).

A contabilização fica assim:

D – Financiamento do exterior (Passivo Circulante) 2500


C – Variação cambial ativa (resultado) 2500

Gabarito: B

25. (FCC/TRE-RO/AFR/2013) Desconsiderando economia hiperinflacionária, em


06090347825

relação ao processo de conversão das demonstrações contábeis, é correto


afirmar que:

A) o balanço patrimonial e a demonstração de resultados são convertidos à taxa


de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração.

B) as receitas e as despesas devem ser convertidas à taxa de câmbio de


fechamento na data da respectiva demonstração.
C) os ativos e os passivos devem ser convertidos às taxas de câmbio históricas
nas datas das respectivas operações.
D) os ativos e os passivos devem ser convertidos à taxa de câmbio de
fechamento na data do respectivo balanço.

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E) os aumentos de capital devem ser convertidos à taxa média anual em que a


operação foi realizada.

Comentário:

Uma empresa pode ser afetada pela mudança na taxa de câmbio de duas
maneiras: conduzindo uma operação no exterior (filial, agência, coligada ou
controlada) ou tendo transações com o exterior (exportando, importando,
pegando empréstimos em moeda estrangeira).

No caso das operações, a regra é a seguinte:

4. Para converter demonstrações em moeda estrangeira para real (que não


seja economia hiperinflacionária):
4.1. Ativo e Passivo: use a Taxa de Fechamento (taxa da data do balanço)
4.2. PL : use a taxa histórica (taxa da data em que o valor foi incluído no PL)
4.3. DRE: use a taxa da data da transação OU taxa média.
4.4. A diferença (ATIVO – (PASSIVO + PL)) é o Ajuste Acumulado de
Conversão.
4.5. O lucro ou prejuízo apurado vai para o Resultado, via Equivalência
Patrimonial.
4.6. O valor calculado conforme item 4.4 acima vai para o PL (Ajuste
Acumulado de Conversão).

Gabarito: D

26. (FCC/TRT-16/Analista Judiciário – contabilidade/2014) A Cia. Internacional


S.A. obteve, em 31/12/2013, um empréstimo de US$300.000,00 atualizado
apenas pela variação cambial, para ser liquidado em uma única parcela em
31/12/2015. Na data da obtenção do empréstimo a taxa de câmbio era
R$2,40/US$1,00 e em 31/01/2014, a taxa de câmbio era R$2,45/US$1,00. A
taxa de câmbio média do mês de janeiro de 2014 foi R$2,50 /US$1,00.
06090347825

Sabendo que em 31/01/2014 a taxa de câmbio projetada para 31/12/2015 era


R$2,35/US$1,00, é correto afirmar que o valor apresentado no Balanço
Patrimonial da Cia. Internacional S.A., referente a este empréstimo, foi

A) R$ 705.000,00, em 31/01/2014.
B) R$ 705.000,00, em 31/12/2013.
C) R$ 720.000,00, em 31/01/2014.
D) R$ 735.000,00, em 31/01/2014.
E) R$ 750.000,00, em 31/01/2014.

Comentário:

Essa nós já sabemos!

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Variação cambial de empréstimo, é transação de item monetário, vamos usar a


taxa de fechamento (data do balanço).

A banca forneceu taxas para todos os gostos: taxa da data da obtenção do


empréstimo, taxa de 31.12.2014, taxa média de janeiro de 2014, taxa
projetada para 31.12.2015....e pergunta o valor do empréstimo em 31.12.2013
(letra B) e 31.12.2014 (as demais alternativas).

Vamos calcular:

Valor em 31.12.2013: $300.000 x 2,40 = R$ 720.000,00

Valor em 31.12.2014: $300.000 x 2,45 = R$ 735.000,00

Gabarito: D

27. (CETRO/ISS-SP/AFTM/2014) Uma sociedade empresária adquiriu, em


22/06/2013, mercadorias para revenda de um fornecedor estrangeiro no valor
de US$200.000,00 para pagamento em 15/07/2013, sendo que a sua moeda
funcional é o Real.

Informações complementares:

TAXAS DE CÂMBIO:
22/06/2013 – R$2,10.
30/06/2013 – R$2,25.
15/07/2013 – R$2,15.

Com base somente nas informações apresentadas, admitindo que não ocorreu
venda dos estoques, e considerando o que determina a NBC TG 02 – Efeito das
Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão das Demonstrações Contábeis –, o
saldo apresentado nas contas Mercadorias e Fornecedores, no balanço de
06090347825

30/06/2013, foi, respectivamente, de

A) R$430.000,00 e R$430.000,00.
B) R$420.000,00 e R$430.000,00.
C) R$450.000,00 e R$450.000,00.
D) R$420.000,00 e R$450.000,00.
E) R$420.000,00 e R$420.000,00.

Comentário:

Mais uma ?

Vamos resolver rapidamente:

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Compra de mercadoria em 22/06/2013, pagamento em 15/07/2013, valor da


Mercadoria e Fornecedores em 30/06/2013.

Mercadoria = item não monetário = taxa da data da compra (na verdade,


deveria ser a data em que a mercadoria ficou nas condições desejada para
venda. Mas, nesse tipo de questão, a banca geralmente só informa a data da
compra).

Mercadoria = US$ 200.000 x 2,10 = R$ 420.000,00

Empréstimo = item monetário. Avaliada pela taxa de fechamento (taxa da data


do balanço).

Empréstimo = US$ 200.000 x 2,25 = R$450.000,00

Gabarito: D

4 - QUESTÕES COMENTADAS – EFEITOS INFLACIONÁRIOS

28. (CESPE/Inmetro/Ciências Contábeis/2010) Em ambientes inflacionários, é


relevante proceder a ajustes nos valores nominais, para dar melhor
representatividade aos valores contábeis. Suponha, por exemplo, que o
patrimônio líquido de uma empresa tenha variado de R$ 1.000.000,00 para R$
1.100.000,00 entre o início e o final de um período, em que a inflação foi de
5%. Com base nessas informações, assinale a opção correta.

A) O crescimento real do patrimônio líquido foi de 5%.


B) Para comparar os dois valores no início do período, será preciso indexar o
valor nominal do patrimônio líquido ao final desse período.
C) Houve crescimento real do patrimônio líquido de R$ 50.000,00.
D) O crescimento seria de 100%, caso fosse adotado o critério linear.
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E) Os valores reais do patrimônio líquido no início e no final do período em


questão são, respectivamente, R$ 1.050.000,00 e R$ 1.047.619,00.

Comentário:

Devemos atualizar os valores iniciais pela inflação do período, para calcular a


variação real. Como a inflação foi de 5%, vamos multiplicar o PL Inicial por
1,05:

Saldo inicial: 1.000.000 x 1,05 = 1.050.000


Crescimento real: 1.100.000 – 1.050.000 = 50.000

Gabarito Letra C.

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Quanto à letra A: o crescimento real foi de:

1.100.000 / 1.050.000 = 1,0476 = 4,76%. Portanto, a alternativa está errada.


O crescimento real foi de 4,76% e não de 5%.

Julgue os itens subsequentes, acerca dos efeitos inflacionários sobre o


patrimônio das empresas.

29 – (CESPE/EMBASA/Ciências Contábeis/2010) A inflação provoca


perdas nos itens monetários do ativo e ganhos nas contas monetárias do
passivo. A conta salários a pagar é um exemplo de item monetário do passivo.

Comentário:

Os ativos monetários, expostos á inflação, geram perdas; os passivos


monetários geram ganhos. A conta “Salários a Pagar” é um item monetário do
passivo

Gabarito  CERTO.

30 - (CESPE/EMBASA/Ciências Contábeis/2010) A conta estoques é um


item monetário pertencente ao ativo de uma companhia comercial.

Comentário:

Os estoques possuem valor intrínseco, e portanto são itens não monetários.

Gabarito  ERRADO.

31. (FUNRIO/FURNAS/Contador/2009) De acordo com Clóvis Luis


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Padoveze, em sua obra "Manual de Contabilidade Básica", é correto afirmar que


o ativo representado pela conta-caixa, diante de um cenário inflacionário,
apresentará o seguinte comportamento:

A) manterá seu valor nominal e também seu real poder de compra.

B) aumentará seu valor nominal e também seu real poder de compra.

C) aumentará seu valor nominal e manterá seu poder de compra.

D) manterá seu valor nominal e aumentará seu poder de compra.

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E) manterá seu valor nominal, mas perderá seu poder real de compra.

Comentário:

Vamos supor que a empresa possua um caixa de 10.000 reais, e que a inflação
mensal seja de 10%. Após um mês, supondo que não houve movimentação, o
saldo nominal da conta caixa será o mesmo, mas o poder real de compra
diminuiu. Ou seja, em virtude da inflação, o ativo monetário (conta Caixa)
perdeu valor.

Gabarito  E

32. (FCC/TJ/AP/2009) São considerados itens monetários e geram perdas


ou ganhos monetários em períodos de inflação crescente os

(A) estoques mantidos entre dois períodos contábeis e o saldo dos valores a
receber.
(B) saldos dos valores a receber e das disponibilidades no período.
(C) resultados de equivalência patrimonial e o saldo dos imobilizados.
(D) passivos de curto prazo e os estoques mantidos no período.
(E) imobilizados e os saldos de valores a receber.

Comentário:

Vamos analisar as alternativas:

(A) estoques mantidos entre dois períodos contábeis e o saldo dos


valores a receber.
Alternativa INCORRETA. Estoques mantidos entre dois períodos contábeis são
itens não monetários. O saldo dos valores a receber é item monetário.

(B) saldos dos valores a receber e das disponibilidades no período.


Alternativa CORRETA. Saldos dos valores a receber e das disponibilidades no
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período são itens monetários.

(C) resultados de equivalência patrimonial e o saldo dos imobilizados.


Alternativa INCORRETA. Resultados de equivalência patrimonial é conta de
resultado. A classificação entre itens monetários ou não monetários á aplicada
apenas para as contas patrimoniais. O saldo dos imobilizados é item não
monetário.

(D) passivos de curto prazo e os estoques mantidos no período.


Alternativa INCORRETA. Passivos de curto prazo são itens monetários, mas os
estoques mantidos no período não.

(E) imobilizados e os saldos de valores a receber.

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Alternativa INCORRETA. Imobilizados são itens não monetários. Já os saldos de


valores a receber são itens monetários.

Gabarito  B.

Com relação aos efeitos inflacionários sobre o patrimônio das empresas, aos
investimentos societários e à destinação de resultados, julgue os itens
subsequentes.

33. (CESPE/MEC-FUB/Contador/2009) Em ambientes de inflação, a


empresa deve minimizar seus investimentos em ativos monetários, a não ser
que os rendimentos que eles produzem compensem as perdas inflacionárias.
Investir em estoques pode ser um antídoto, mas é preciso levar em conta o
custo de oportunidade dessas aplicações.
Comentário:

Os ativos monetários geram perdas, quando expostos à inflação. Portanto, em


ambientes de inflação, a empresa deve minimizar seus investimentos em ativos
monetários. Já o estoque não é item monetário, pois possui valor intrínseco.

Gabarito  CERTO.

(CESPE/TRE-RJ/Analista Judiciário – Contabilidade/2012) Julgue o


próximo item, relacionado aos efeitos inflacionários sobre o patrimônio das
empresas

34 - Os ativos monetários que dispõem de algum tipo de mecanismo de defesa


contra os efeitos da inflação são denominados ativos monetários puros.

Comentário:

Os ativos monetários puros são aqueles que não possuem qualquer forma de
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reajuste ou atualização.

Os ativos que dispõe de algum tipo de mecanismo de defesa contra os efeitos


da inflação são os ativos indexados, os quais ficam sujeitos a atualização por
índice pós-fixado, como os empréstimos em TR ou dólar.

Gabarito  ERRADO.

(CESPE/Correios/Contador/2011) Relativamente à metodologia de análise


de balanços, julgue os itens a seguir.

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35 - Eventuais efeitos inflacionários sobre as demonstrações contábeis são


incapazes de provocar qualquer viés sobre a análise horizontal dessas
demonstrações.

Comentário:

A Análise Horizontal compara um ano com os anos seguintes. Assim, a inflação


distorce a análise horizontal, pois relaciona valores que não estão expresso em
moeda de mesmo poder aquisitivo.

Gabarito  ERRADO.

36 - (CESPE/SEGER/Analista - Contabilidade/2007) A respeito dos efeitos


inflacionários sobre o patrimônio das empresas, a contabilização e a avaliação
de investimentos societários e destinação do resultado, julgue os itens
seguintes.

Os ativos não-monetários não sofrem perda nem oferecem ganho em


decorrência da inflação. Não obstante, seu valor nominal deve ser corrigido
para que se possa reconstituir o valor original ou o custo de aquisição em
moeda de poder de compra equivalente.

Comentário:

Os ativos não-monetários não eram afetados pela inflação. Mas, como alguns
tipos de ativo não-monetário não entravam em contato com o mercado (não
circulavam), não ocorria a atualização de seu valor.

A correção Monetária determinada pela Lei 6404/76 tinha como um de seus


objetivos atualizar o valor dos ativos permanentes e do Patrimônio Líquido.

Gabarito  CERTO.
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(CESPE/SEBRAE - AC/Analista Contábil /2007) A propósito dos efeitos


inflacionários sobre o patrimônio das empresas, julgue os próximos itens.

37 - Considere a seguinte situação hipotética.

Uma empresa dispõe de ativos monetários no valor de R$ 150.000,00. Para


não expô-los às perdas inflacionárias, efetuou uma aplicação financeira que, ao
final do período, assegurou um rendimento de R$ 7.500,00, sendo a inflação no
período igual a 4%.

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Nesse caso, o gerente financeiro alegou, corretamente, que a empresa obteve


uma receita financeira real de R$1.500,00.

Comentário:

Para calcular a receita real, devemos em primeiro lugar atualizar o valor base.

Assim:

R$ 150.000,00 x 4% = R$ 156.000,00
E agora podemos calcular a receita real:
R$ 157.500,00 - R$ 156.000,00 = R$ 1.500,00

Gabarito  CERTO.

5. QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

01. (CESPE/BACEN/Analista – área 4/2013) No item a seguir é


apresentada uma situação hipotética acerca do processo contábil de
reconhecimento, mensuração e evidenciação, seguida de uma assertiva a ser
julgada.

Para conversão de participações de entidades no exterior, deve-se utilizar a


taxa de câmbio mais próxima da taxa vigente na data da transação, que pode
ser expressa pela taxa média semanal ou mensal, mesmo em períodos de
significativa flutuação de câmbio.

02. (CESPE/PF/ÁREA 1/2013) No item a seguir é apresentada uma situação


hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Uma companhia brasileira é investidora de uma companhia estrangeira, que


elabora suas demonstrações financeiras usando o dólar norte-americano. Nessa
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situação, para realizar a conversão das demonstrações para a moeda funcional


da investidora, utilizando o método da taxa corrente, a investidora deverá
converter os valores dos ativos e passivos pela taxa de fechamento do dólar na
data do respectivo balanço. As receitas e as despesas deverão ser convertidas
pelas taxas cambiais em vigor nas datas das transações ou pela taxa média do
período, sendo reconhecidas as variações cambiais resultantes em conta
específica do patrimônio líquido.

03. (CESPE/MJ/Contabilidade/2013) Julgue o item a seguir, referente aos


impactos provocados por fatos contábeis no patrimônio de uma companhia
aberta.

No caso de disponibilidades em moeda estrangeira, a variação cambial


decorrente do ajuste do saldo em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na

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data de atualização da demonstração contábil deve ser reconhecida na conta


ajustes de avaliação patrimonial, no patrimônio líquido.

Julgue o item a seguir, referente à avaliação de itens patrimoniais.

04. (CESPE/TCE – RO/ACE/2013) Considere que, em novembro de 2012,


determinada empresa tenha comprado mercadoria do exterior pelo valor de
50.000 euros, com a paridade da moeda de €1,00 = R$ 3,00. Considere, ainda,
que, no final do exercício, essa mercadoria continue em estoque e que a
cotação do euro tenha sido igual a R$ 2,80. Nessa situação, é correto afirmar
que, no final do exercício, período em que foi realizado um lançamento para
registrar o efeito da variação cambial, o balanço patrimonial evidenciou o
estoque da referida mercadoria no valor de R$ 140.000,00.

05. (CESPE/CADE/Contador/2014) Com base nos pronunciamentos do CPC


e nos seus reflexos na elaboração e divulgação das demonstrações contábeis,
julgue o item a seguir.

Empresas que possuem itens não monetários mensurados pelo valor justo em
moeda estrangeira devem realizar a conversão monetária utilizando as taxas de
câmbio vigentes nas datas em que o valor justo tiver sido mensurado e for
evidenciado no balanço patrimonial em moeda funcional.

6. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) A Cia. ABC (Investidora)


adquiriu, em 01 de dezembro de 20x1, 90% das ações da Cia. XYZ (Investida),
que se encontra instalada em Portugal. Em 31 de dezembro de 20x1, a Cia. XYZ
apresentou a seguinte posição financeira:

Contas Saldo (€ euros)


Ativos 40.000,00
Passivos 30.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 8.500,00
Lucro líquido, referente a dezembro de 20x106090347825

1.500,00
Taxas Cotação € euro Observações
Taxa Histórica R$ 2,00 em 01/12/20x1
Taxa Média R$ 2,25 de 01/12 a 31/12/20x1
Taxa de Fechamento R$ 2,50 em 31/12/20x1

A conversão do Balanço Patrimonial da Cia. XYZ (para Reais), em 31/12/20x1,


gera um registro na Conta Ajuste Acumulado de Conversão, na Cia. ABC, no
valor de, em R$,

A) 1.912,50.
B) 2.500,00.
C) 4.162,50.

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D) 4.500,00.
E) 5.000,00.

7. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) A Cia. ABC (Investidora)


adquiriu, em 01 de dezembro de 20x1, 90% das ações da Cia. XYZ (Investida),
que se encontra instalada em Portugal. Em 31 de dezembro de 20x1, a Cia. XYZ
apresentou a seguinte posição financeira:

Contas Saldo (€ euros)


Ativos 40.000,00
Passivos 30.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 8.500,00
Lucro líquido, referente a dezembro de 20x1 1.500,00
Taxas Cotação € euro Observações
Taxa Histórica R$ 2,00 em 01/12/20x1
Taxa Média R$ 2,25 de 01/12 a 31/12/20x1
Taxa de Fechamento R$ 2,50 em 31/12/20x1

Com base nos dados contábeis fornecidos pela Cia. XYZ (Investida) e as
cotações do € euro após a conversão, o valor do investimento da Cia. ABC
(investidora) é, em 31 de dezembro de 20x1, em R$,

a) 15.300,00.
b) 18.000,00.
c) 19.125,00.
d) 22.500,00.
e) 25.000,00.

8. (Infraero/Contador/FCC/2009) Na ocasião da elaboração do balanço, os


saldos de passivos, tomados em moeda estrangeira, cujo contrato seja efetuado
com cláusula de paridade cambial deverão ser: 06090347825

(A) vertidos em reais pela taxa de câmbio funcional na data da operação.


(B) convertidos em reais pela variação média da taxa de apresentação.
(C) transformados em reais à taxa de fechamento da operação.
(D) convertidos em reais à taxa de câmbio em vigor na data do balanço.
(E) atualizados pelo valor médio do período encerrado da taxa funcional.

09. (Infraero/Contador/FCC/2009) No processo de conversão, a moeda do


ambiente econômico principal no qual a entidade opera é denominada moeda

(A) equivalente.
(B) externa.

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(C) de apresentação.
(D) funcional.
(E) do fechamento

10. (Infraero/Auditor/FCC/2009) A Cia. Omega importou uma máquina no valor


CIF (Cost, Insurance and Freight) de 100.000,00 dólares americanos. Na
ocasião do desembaraço da mercadoria, houve incidência de imposto de
importação à alíquota 10% sobre o valor aduaneiro, este último correspondente
a R$ 215.000,00. Todos os demais impostos pagos sobre a importação são
recuperáveis para a companhia. Houve pagamento de despesas de
armazenagem e outras taxas no valor de R$ 23.000,00. A Cia. gastou de frete e
seguro internos para remoção da mercadoria do local de entrada no Brasil para
suas instalações fabris o valor de R$ 38.000,00. A importação foi feita a prazo
e, no vencimento, o fornecedor estrangeiro cobrou juros de 2%, no período,
sobre o valor da aquisição em dólares. Na data do pagamento ao credor, a taxa
de câmbio era U$ 1.00 = R$ 2,36. Ao final da operação, o valor da máquina no
Ativo da companhia ficou registrado por, em R$,

(A) 323.220,00.
(B) 318.500,00.
(C) 303.220,00.
(D) 307.500,00.
(E) 297.500,00.

Para responder às questões 11 a 14, considere as seguintes instruções:

(Questões inéditas) A empresa brasileira ABC possui 100 % da controlada EFG,


localizada na França. A controlada EFG apresentou as seguintes demonstrações
contábeis, em euros:

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/X2


Ativo Euros Passivo Euros
Caixa / bancos 6.500 Fornecedores
06090347825

8.500
Clientes 18.000 Aluguéis a pagar 1.100
Estoque 10.000 Tributos a recolher 900
Capital Social 15.000
Lucro Líquido 9.000
Total Ativo 34.500 Total Passivo + PL 34.500

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Vendas 32.000
(-) CMV -16.450
Lucro bruto 15.550
Salários -3.150

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Despesas vendas -1.500


Despesas aluguéis -1.000

Lucro antes Tributos 9.900

Tributos -900
Lucro líquido 9.000

COTAÇÃO DO EURO

Data Valor R$

Maio/X1 1,50
31/12/X1 1,60
Taxa média X2 1,70
31/12/X2 2,00

O Capital Social foi integralizado em maio de X1.

11. O valor a ser lançado no Resultado do Exercício da Controladora ABC em


Reais:

A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000
D) 48.000
E) 69.000

12. O valor do Investimento da Controladora ABC em reais é:

A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000 06090347825

D) 48.000
E) 69.000

13. O valor da conta Ajuste Acumulado de Conversão na Controladora ABC em


reais é de:

A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000
D) 48.000
E) 69.000

14. O valor do Ativo Total da Controlada EFG, convertido para reais, é de:

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A) 10.200
B) 15.300
C) 18.000
D) 48.000
E) 69.000

(Questões inéditas) Uma empresa foi constituída em julho/X1 com capital social
de 100.000 reais, totalmente integralizado em dinheiro.

Em setembro, a empresa importou um equipamento no valor de 20.000


dólares, para pagamento em fevereiro / X2.

Em outubro, a empresa importou mercadorias para revenda, no valor de 8.000


dólares, para pagamento em janeiro /X2.

Considere as seguintes taxas de câmbio:

Julho/X1 1,60
Setembro/X1 1,75
Outubro/X1 1,85
Dezembro/X1 2,00

15. O valor total do ativo é de:

A) 49.800
B) 56.000
C) 100.000
D) 149.800
E) 156.000

16. O valor da variação cambial será

A) 1.200 06090347825

B) 5.000
C) 6.200
D) 8.400
E) 10.200

17. O lançamento da variação cambial será:

A) D - Estoque
D – Ativo imobilizado
C - Receita com variação cambial

B) D – Ativo
C – Ajuste acumulado de conversão

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C) D – Despesa com variação cambial


C – Ajuste acumulado de conversão

D) D – Ajuste acumulado de conversão


C – ativo

E) D – Despesa com variação cambial


C – Passivo (importações a pagar)

18. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS/SP/2013) Em 31/10/2012, a


Cia. Endividada, com operações apenas no Brasil, obteve um empréstimo em
moeda estrangeira no valor de US$ 100.000,00. Este empréstimo deve ser
apresentado no Balanço Patrimonial, em 31/12/2012, à taxa de câmbio:

(A) do dia da obtenção do empréstimo.


(B) da data do Balanço Patrimonial.
(C) média do mês em que o empréstimo foi obtido.
(D) do dia da obtenção do empréstimo mais correção monetária.
(E) determinada entre as partes envolvidas.

19) (Questão inédita) Assinale a alternativa incorreta:

a) Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas.

b) Taxa de câmbio a vista é a taxa de câmbio vigente na data do balanço.

c) Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração

d) Grupo econômico é uma entidade controladora e todas as suas controladas.


06090347825

e) Itens monetários são unidades de moeda mantidas em caixa e ativos e


passivos a serem recebidos ou pagos em um número fixo ou determinado de
unidades de moeda.

20) (Questão inédita) Assinale a alternativa incorreta:

A) Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são


apresentadas.
B) Moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da
entidade.
C) Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a
entidade opera.

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D) Investimento líquido em uma entidade no exterior é o montante que


representa o interesse (participação na maior parte das vezes) da entidade
investida nos ativos líquidos dessa entidade.
E) Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número
específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas
cambiais.

21. (FGV – TCM RJ 2008) Com base na Resolução CFC 1.120/08, analise as
afirmativas a seguir:

I. As variações cambiais resultantes de conversão das demonstrações contábeis


para moeda diferente da moeda funcional devem ser reconhecidas em conta
específica no resultado não-operacional.
II. As variações cambiais que surgem da liquidação de itens monetários ao
converter itens monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram
inicialmente convertidas durante o período, ou em demonstrações contábeis
anteriores, devem ser reconhecidas como receita ou despesa no período em
que surgirem, com exceção das variações cambiais de itens monetários que
fazem parte do investimento líquido da entidade que reporta em uma entidade
no exterior.
III. Uma entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer
moeda (ou moedas).

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

22. (UEL/Auditor Fiscal/ICMS PR/2012) A moeda funcional reflete as


06090347825

transações, os eventos e as condições subjacentes que são relevantes para a


entidade. Portanto, uma vez que ela seja determinada, somente pode ser
alterada se houver mudança nas transações, nos eventos e nas condições
subjacentes.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, como o efeito da alteração


na moeda funcional deve ser tratado, contabilmente, pela entidade.

a) Converter todos os itens para a nova moeda funcional, utilizando a taxa de


câmbio observada na data da alteração.
b) Manter a escrituração pelo valor contábil histórico, considerando que a
moenda funcional inaltera a estrutura contábil.

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c) Manter inalteradas as demonstrações contábeis, pois a legislação vigente


proíbe o uso de outra moeda que não o real.
d) Preparar duas demonstrações contábeis, uma demonstrando os valores na
moeda funcional antiga e a outra com a nova moeda funcional.
e) Preparar suas demonstrações contábeis, apresentando, em colunas distintas,
os valores em moeda de apresentação e em moeda funcional.

23. (FEMPERJ/TCE RJ/ACE/2012) A Cia. Import In fez uma compra de matérias-


primas por US$ 10.000 no dia 10/12/X1 e pagará ao fornecedor estrangeiro no
dia 10/01/X2. As matérias-primas adquiridas ficarão armazenadas para serem
utilizadas ao longo de X2.

Considerar as seguintes cotações do Dólar:

Em 10/12/X1: US$ 1,00 = R$ 2,00;

Em 31/12/X1: US$ 1,00 = R$ 2,20;

Em 10/01/X2: US$ 1,00 = R$ 1,80.

Com base nas informações acima, o lançamento feito pela Cia em 10/12/X1 foi:

 Débito – estoques (ativo) – R$ 20.000,00


 Crédito – fornecedores estrangeiros (Passivo) – R$ 20.000.

Para elaborar as demonstrações contábeis anuais, em 31/12/X1, a Cia. deverá


fazer em relação à operação supracitada os seguintes lançamentos:

A) débito - estoques (ativo) - R$ 2.000,00


crédito - fornecedores estrangeiros (passivo) - R$ 2.000;

B) débito - variação cambial (DRE) - R$ 2.000,00


crédito - fornecedores estrangeiros (passivo) - R$ 2.000,00;

C) débito - variação cambial (DRE) - R$ 2.000,00


06090347825

crédito - estoques (ativo) - R$ 2.000,00;

D) débito - variação cambial (ativo) - R$ 2.000,00


crédito - fornecedores estrangeiros (passivo) - R$ 2.000,00;

E) débito - estoques (ativo) - R$ 2.000,00


crédito - variação cambial (passivo) - R$ 2.000.

24. (FCC/ICMS SP/AFR/2013) A Empresa Devedora S.A. adquiriu um


financiamento de US$ 10,000.00 (dez mil dólares), em 1 de dezembro de 2012,
e deverá quitá-lo, em 1 de outubro de 2013. Na data da aquisição do
financiamento, a taxa do dólar (cotação) era R$ 1,70. Sabendo-se que, em 31

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de dezembro de 2012, o dólar estava cotado a R$ 1,45, a variação cambial,


referente ao período de 01/12/2012 a 31/12/2012, foi

A) ativa de R$ 2.500,00, que aumenta o ativo circulante da empresa.


B) ativa de R$ 2.500,00, que reduz o passivo circulante da empresa.
C) passiva de R$ 2.500,00, que reduz o passivo circulante da empresa.
D) passiva de R$ 2.500,00, que aumenta o passivo circulante da empresa.
E) ativa de R$ 2.500,00, que reduz o saldo da conta Ajustes de Avaliação
Patrimonial.

25. (FCC/TRE-RO/AFR/2013) Desconsiderando economia hiperinflacionária, em


relação ao processo de conversão das demonstrações contábeis, é correto
afirmar que:

A) o balanço patrimonial e a demonstração de resultados são convertidos à taxa


de câmbio de fechamento na data da respectiva demonstração.
B) as receitas e as despesas devem ser convertidas à taxa de câmbio de
fechamento na data da respectiva demonstração.
C) os ativos e os passivos devem ser convertidos às taxas de câmbio históricas
nas datas das respectivas operações.
D) os ativos e os passivos devem ser convertidos à taxa de câmbio de
fechamento na data do respectivo balanço
E) os aumentos de capital devem ser convertidos à taxa média anual em que a
operação foi realizada.

26. (FCC/TRT-16/Analista Judiciário – contabilidade/2014) A Cia. Internacional


S.A. obteve, em 31/12/2013, um empréstimo de US$300.000,00 atualizado
apenas pela variação cambial, para ser liquidado em uma única parcela em
31/12/2015. Na data da obtenção do empréstimo a taxa de câmbio era
R$2,40/US$1,00 e em 31/01/2014, a taxa de câmbio era R$2,45/US$1,00. A
taxa de câmbio média do mês de janeiro de 2014 foi R$2,50 /US$1,00.

Sabendo que em 31/01/2014 a taxa de câmbio projetada para 31/12/2015 era


06090347825

R$2,35/US$1,00, é correto afirmar que o valor apresentado no Balanço


Patrimonial da Cia. Internacional S.A., referente a este empréstimo, foi

A) R$ 705.000,00, em 31/01/2014.
B) R$ 705.000,00, em 31/12/2013.
C) R$ 720.000,00, em 31/01/2014.
D) R$ 735.000,00, em 31/01/2014.
E) R$ 750.000,00, em 31/01/2014.

27. (CETRO/ISS-SP/AFTM/2014) Uma sociedade empresária adquiriu, em


22/06/2013, mercadorias para revenda de um fornecedor estrangeiro no valor
de US$200.000,00 para pagamento em 15/07/2013, sendo que a sua moeda
funcional é o Real.

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Informações complementares:

TAXAS DE CÂMBIO:
22/06/2013 – R$2,10.
30/06/2013 – R$2,25.
15/07/2013 – R$2,15.

Com base somente nas informações apresentadas, admitindo que não ocorreu
venda dos estoques, e considerando o que determina a NBC TG 02 – Efeito das
Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão das Demonstrações Contábeis –, o
saldo apresentado nas contas Mercadorias e Fornecedores, no balanço de
30/06/2013, foi, respectivamente, de

A) R$430.000,00 e R$430.000,00.
B) R$420.000,00 e R$430.000,00.
C) R$450.000,00 e R$450.000,00.
D) R$420.000,00 e R$450.000,00.
E) R$420.000,00 e R$420.000,00.

28. (CESPE/Inmetro/Ciências Contábeis/2010) Em ambientes inflacionários, é


relevante proceder a ajustes nos valores nominais, para dar melhor
representatividade aos valores contábeis. Suponha, por exemplo, que o
patrimônio líquido de uma empresa tenha variado de R$ 1.000.000,00 para R$
1.100.000,00 entre o início e o final de um período, em que a inflação foi de
5%. Com base nessas informações, assinale a opção correta.

A) O crescimento real do patrimônio líquido foi de 5%.


B) Para comparar os dois valores no início do período, será preciso indexar o
valor nominal do patrimônio líquido ao final desse período.
C) Houve crescimento real do patrimônio líquido de R$ 50.000,00.
D) O crescimento seria de 100%, caso fosse adotado o critério linear.
06090347825

E) Os valores reais do patrimônio líquido no início e no final do período em


questão são, respectivamente, R$ 1.050.000,00 e R$ 1.047.619,00.

Julgue os itens subsequentes, acerca dos efeitos inflacionários sobre o


patrimônio das empresas.

29 – (CESPE/EMBASA/Ciências Contábeis/2010) A inflação provoca perdas nos


itens monetários do ativo e ganhos nas contas monetárias do passivo. A conta
salários a pagar é um exemplo de item monetário do passivo.

30 - (CESPE/EMBASA/Ciências Contábeis/2010) A conta estoques é um item


monetário pertencente ao ativo de uma companhia comercial.

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31. (FUNRIO/FURNAS/Contador/2009) De acordo com Clóvis Luis Padoveze, em


sua obra "Manual de Contabilidade Básica", é correto afirmar que o ativo
representado pela conta-caixa, diante de um cenário inflacionário, apresentará
o seguinte comportamento:

A) manterá seu valor nominal e também seu real poder de compra.


B) aumentará seu valor nominal e também seu real poder de compra.
C) aumentará seu valor nominal e manterá seu poder de compra.
D) manterá seu valor nominal e aumentará seu poder de compra.
E) manterá seu valor nominal, mas perderá seu poder real de compra.

32. (FCC/TJ/AP/2009) São considerados itens monetários e geram perdas ou


ganhos monetários em períodos de inflação crescente os

(A) estoques mantidos entre dois períodos contábeis e o saldo dos valores a
receber.
(B) saldos dos valores a receber e das disponibilidades no período.
(C) resultados de equivalência patrimonial e o saldo dos imobilizados.
(D) passivos de curto prazo e os estoques mantidos no período.
(E) imobilizados e os saldos de valores a receber.

Com relação aos efeitos inflacionários sobre o patrimônio das empresas, aos
investimentos societários e à destinação de resultados, julgue os itens
subsequentes.

33. (CESPE/MEC-FUB/Contador/2009) Em ambientes de inflação, a empresa


deve minimizar seus investimentos em ativos monetários, a não ser que os
rendimentos que eles produzem compensem as perdas inflacionárias. Investir
em estoques pode ser um antídoto, mas é preciso levar em conta o custo de
oportunidade dessas aplicações.
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(CESPE/TRE-RJ/Analista Judiciário – Contabilidade/2012) Julgue o próximo


item, relacionado aos efeitos inflacionários sobre o patrimônio das empresas

34 - Os ativos monetários que dispõem de algum tipo de mecanismo de defesa


contra os efeitos da inflação são denominados ativos monetários puros.

(CESPE/Correios/Contador/2011) Relativamente à metodologia de análise de


balanços, julgue os itens a seguir.

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35 - Eventuais efeitos inflacionários sobre as demonstrações contábeis são


incapazes de provocar qualquer viés sobre a análise horizontal dessas
demonstrações.

36 - (CESPE/SEGER/Analista - Contabilidade/2007)A respeito dos efeitos


inflacionários sobre o patrimônio das empresas, a contabilização e a avaliação
de investimentos societários e destinação do resultado, julgue os itens
seguintes.

Os ativos não-monetários não sofrem perda nem oferecem ganho em


decorrência da inflação. Não obstante, seu valor nominal deve ser corrigido
para que se possa reconstituir o valor original ou o custo de aquisição em
moeda de poder de compra equivalente.

(CESPE/SEBRAE - AC/Analista Contábil /2007)A propósito dos efeitos


inflacionários sobre o patrimônio das empresas, julgue os próximos itens.

37 - Considere a seguinte situação hipotética.


Uma empresa dispõe de ativos monetários no valor de R$ 150.000,00. Para
não expô-los às perdas inflacionárias, efetuou uma aplicação financeira que, ao
final do período, assegurou um rendimento de R$ 7.500,00, sendo a inflação no
período igual a 4%.

Nesse caso, o gerente financeiro alegou, corretamente, que a empresa obteve


uma receita financeira real de R$1.500,00.

06090347825

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Contabilidade Geral para TCE SC
Teoria e exercícios comentados
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa Aula 12

6. GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO
1 E
2 C
3 E
4 E
5 C
6 C
7 D
8 D
9 D
10 B
11 B
12 D
13 A
14 E
15 D
16 C
17 E
18 B
19 B
20 D
21 E
22 A
23 B
24 B
25 D
26 D
27 D
06090347825

28 C
29 C
30 E
31 E
32 B
33 C
34 E
35 E
36 C
37 C

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