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Investigação ou branqueamento sobre Vala Comum?
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Pág. 2 e 3
io
Esta edição
Dhlakama recua
ár
tem 92
Pág. 4 páginas
Di
2 Savana 03-06-2016
TEMA DA SEMANA
Investigação ou branqueamento?
- descobertos mais cinco corpos em Macossa
o
M
enos de 24 horas após aqueles corpos que foram documen-
a triunfante procla- tados em dois loc
locais difer
diferentes, qua-
mação da não existên- tro numa pequena savana, a cerca de
cia de vala comum em 200 metros do cruzamento Macossa
log
Canda(Gorongosa) feita por Edson para o interior, e outros 11 debaixo
Macuácua da Frelimo, a agência de uma ponte próxima da Estrada
France Press (AFP) anunciava, esta Nacional Número 1”, afirmou Hen-
quarta-feira, a descoberta de mais rique Botequilha.
cinco corpos a três quilómetros de Os cadáveres que os jornalistas viram
onde estavam os deputados, na es- e fotografaram, continuou Botequi-
trada nacional N1. lha, são de mulheres, homens jovens,
uns deixados recentemente no lugar,
Cerca de um mês após denúncias de outros sem roupas e largados, basica-
ció
existência de uma vala comum e da mente, à superfície do terreno.
descoberta de corpos espalhados ao “Estes 15 corpos, quatro no primei-
abandono no centro do país, a Co- ro local e outros 11 no local que a
missão dos Assuntos Constitucio- seguir mencionei, foram observados
nais, Direitos Humanos e de Lega- directamente pelo meu colega e do-
lidade da Assembleia da República cumentados, nós temos imagens e
(AR), encarregue da investigação algumas delas foram divulgadas”,
do assunto, ainda se encontrava em acrescentou o delegado da Lusa em
Maputo. Maputo.
Quando se começou a mexer, e de- Perante o forte interesse dos mem-
so
pois de “fintarem” a Renamo na Co- bros da comissão em saber se a Lusa
missão Permanente da AR, na se- Macuácua na Gorongosa em frente da Comissão Parlamentar de legitimidade duvidosa chegou à chamada vala maior, Hen-
mana passada, foi escolhida uma das rique Botequilha reiterou que houve
salas alcatifadas e climatizadas do “Isso já percebemos”, chegou a re- vicção: não há vala comum e infor- lorizou como notícia, dada a credi- várias tentativas par o fazer, mas os
Parlamento para audições de várias torquir Macuácua, perante mais uma mações em contrário não passam de bilidade do jornalista, fiabilidade jornalistas nunca conseguiram al-
entidades, incluindo o vice-ministro referência de Henrique Botequilha uma falsidade. das suas fontes e à circunstância de cançar ao local.
do Interior, João Coimbra. de que o que a Lusa e jornalistas de Da mesma forma patética como o a zona ser palco de confrontos entre “Não apenas ele, temos indicação de
Mas, nas audições de Maputo, o mo- outros órgãos conseguiram fotos de administrador do distrito da Goron- as forças de defesa e segurança e o outros colegas de profissão que ten-
mento mais aguardado foi a presen- 15 corpos que avistaram numa zona gosa se recusou a avançar para além Renamo.
braço armado da Renamo taram chegar à localização indicada
um
ça do delegado da Agência Lusa em em Macossa, próximo da área alvo de do rio Nhadue para testemunhar a “A primeira notícia que ele (André por aquelas fontes, no entanto, por
Moçambique, Henrique Botequilha, denúncia de existência de uma vala existência de corpos abandonados já Catueira) divulgou dá conta de exis- vários motivos, e julgo que o prin-
cujo órgão foi o primeiro a divulgar comum. em Macossa (província de Manica),
Manic tência de uma vala comum com mais cipal deles é o receio dessas fontes
a denúncia da existência de uma vala Outro depoente considerado pela Macuácua e o seu grupo fizeram o de 100 corpos, informação essa que em avançar para a localização que
comum em Canda, distrito de Go- comissão como essencial para o co- mesmo, prometendo que na próxi- nasce do contacto com vários cam- avançaram, essa localização continua
rongosa, província de Sofala. nhecimento dos factos, foi o jorna- ma semana estarão no local, mas no poneses (esse elemento “vários” é por confirmar”, realçou Henrique
Os membros da aludida comissão, lista Andréé Catueira, colaborador âmbito da visita à província de Ma- importante), são vários testemunhos Botequilha.
dominada pela Frelimo, com 10 de- da Lusa e do semanário SAVANA, nica. Na zona indicada, entre Muera cruzados por fontes que o meu co-
putados, e boicotada pela Renamo, que escreveu
eveu sobre a denúncia. O e Tropa, há agora evidências de 21 lega entendeu serem bastante fiáveis Não há investigação na
que tem seis membros, no órgão, timbree com que foi inquirido pelos cadáveres: 11 debaixo da ponte sobre e as afirmações bastante sólidas”, de- “zona76”
onde o MDM tem apenas um, in- deputados chegou a abeirar-se da in- o rio Piro e nove na machamba do clarou o delegado da Lusa em Ma- A equipa da AFP conseguiu che-
dagaram, entre outras perguntas, se quisição, com vários momentos res- camponês Donca Sabir, segundo a puto. gar ao local descrito como “zona76”
de
a Lusa tinha provas da vala comum, sabiavam a intimidação. “Ainda não AFP. Ao contrário do afirmado pelo André Catueira, prosseguiu Hen- mas, estranhamente e ao que é ha-
como obteve a denúncia, que impe- respondeu à minha pergunta”, reagiu Governo, a repórter Tania Page da rique Botequilha, e outros dois jor- bitual nas zonas rurais, a população
dimentos frustraram a chegada ao em tom autoritário, a dado momen- televisão Al Jazeera e a AFP teste- nalistas (da rádio DW e da rádio fugiu mal se apercebeu da chegada
local apontado pelos camponeses e to, Macuácua, o presidente da co- munham que os corpos debaixo da comunitária da Gorongosa), procu- da viatura dos jornalistas. Apesar
as circunstâncias em que uma foto missão, também conhecido por ser o ponte permanecem quase a desco- raram chegar à zona descrita pelos das insistências dos repórteres, os
divulgada por outro órgão de comu- chefe do G-40, um grupo de pressão berto, notando-se que houve a pre- camponeses, inclusivamente com as camponeses recusaram-se a falar.
nicação veio associada à notícia vei- a soldo dos sectores mais retrógrados ocupação recente de deitar alguma próprias fontes que fizeram a de- Anteriormente, camponeses disse-
culada pela Lusa. do partido Frelimo e que escreve e areia por cima. núncia e, no entanto, não consegui- ram ao SAVANA que na zona ha-
participa em debates manipulados ram chegar ao local, porque as fon- via uma “cova grande” onde havia
Macuácua obcecado na comunicação social controlado Lusa defende sua notícia tes mostraram bastante receio dado muitos corpos que “estavam a ser
io
A obsessão dos membros da comis- pelo Governo. Nas respostas que deu à comissão, aquilo que descreveram como uma comidos por passarinhos(abutres)”.
são, dirigida por Edson Macuácua, Bem antes de se deslocarem a Can- Henrique Botequilha afirmou que forte presença militar na região. O repórter da AFP, em declarações
por provas da vala comum foi cla- da, em pronunciamentos em Mapu- André Catueira recebeu denúncias “Não conseguiram chegar ao local ao SAVANA, disse ter ficado com a
morosa e foi notável o desinteresse, e to e na Beira, ficou patente que os de vários camponeses sobre a exis- que tinham indicado como sendo, e impressão de que a população
até embaraço, pelos corpos testemu- membros da Frelimo na comissão tência de uma vala comum numa vou-lhe chamar assim para facilitar, a tinha sido ameaçado e intimi-
nhados por jornalistas na zona. já tinham formulada a sua pré-con- zona em Canda, que a agência va- vala maior, no entanto, descobriram dada para não prestar declara-
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oerente com as posições que em Gorongosa”, disse ele, acres- ção moçambicana, recusando-se
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responsável do trabalho da agência “Não é um Macuácua, da Frelimo,
sobre a matéria. o mesmo partido que manda matar
“As imagens (divulgadas pela Lusa) a população da Gorongosa porque
dizem respeito aos corpos que o apoia a Renamo, o mesmo governo
log
colaborador da Lusa testemunhou que contratou norte- coreanos nes-
naqueles dois lugares que indiquei te momento da paz que treinaram
e não dizem respeito à vala comum sequestradores, espalharam-se aqui
denunciada pelos camponeses, são na Gorongosa a apanhar homens,
imagens, repito, obtidas junto da jovens e tudo a serem lançados aqui
Nacional Um, debaixo da ponte, e em Macossa. Como é que uma pes-
no outro local que mencionei”, enfa- soa, com cabeça, sendo um ser huma-
tizou Botequilha. no, pode acreditar? Os próprios que
O delegado da Lusa frisou que a criam crime, que mandam assassinar
agência reputou como válida a notí- é que vão investigar? O Macuácua,
ció
cia sobre a denúncia da vala comum, como deputado e da Frelimo, Presi-
uma vez que entendeu estarem pre- dente desta Comissão chega à Go-
enchidos os elementos que dão valor rongosa, perguntou a quem? Com
noticioso a uma denúncia. quem conversou? Ele é da Frelimo,
“A primeira notícia respeitou aqui- a Frelimo é que fez aquilo”, disse
lo que nós podemos chamar como classificando o trabalho parlamentar
valor-notícia, estamos a falar de uma como uma fantochada e propaganda. Mais corpos encontrados em Macossa, Manica
denúncia que nós temos consciên-
cia que é uma denúncia grave, mas
so
também estamos a falar de um jor-
nalista, que é colaborador da Lusa já
há muito tempo, e com grande fia-
bilidade, e as suas fontes são fontes
fiáveis, então existe aqui aquilo que
podemos chamar o valor que se so-
brepôs a tudo o resto, que é o valor
noticia”, disse.
Por outro lado, a zona em causa está
em conflito, onde são descobertos
um
corpos espalhados em vários lugares,
pelo que ficou reforçada a noticiabi-
lidade da denúncia de existência de
uma vala comum.
André Catueira, que vive em Chi-
moio, esteve debaixo de fogo no local
das duas emboscadas protagonizadas
contra Afonso Dhlakama em Ma-
nica, no mês de Setembro de 2015,
sendo de sua autoria as primeiras fo-
tos documentando a morte de vários
guardas da escolta do líder da Rena-
de
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O
Presidente da Renamo, reforçar”, disse. capacidade de orientar o grupo das
Afonso Dhlakama, que Conta o Presidente da Renamo que, negociações”.
em Dezembro de 2015 ju- ao se aperceber da ida das tropas, Por isso, conclui Dhlakama, é falso
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rou “alma da minha mãe” disse aos seus comandos para que que o Governo quer a paz.
que iria governar, infalivelmente, não abandonassem a base. “A Frelimo quer ganhar tempo”,
até Março último, as seis províncias “Nós dissemos não, não lhes vamos entende. Diz que não é medroso,
do Centro e Norte de Moçambi- oximar perto porque se
deixar aproximar mas também garante que não quer
que, veio a público, esta quarta-fei- sairmos da base, eles chegam, não a guerra.
ra, anunciar o fim da sua pretensão, apanham a ninguém e, sem reacção, “Mas também não sou santo para
justificando que não quer estragar a queimam a base ou vão levar a im- ficar sentido ou levantar braços
sua carreira política. prensa para fazer filmagens e pro- quando alguém vem nos provocar,
paganda de que destruíram, como estamos a lutar pela democracia,
ció
Questionado por jornalistas, numa aconteceu com o ataque do dia 21 liberdade e justiça. Não queremos
teleconferência em que a estatal de Outubro de 2013, em que quan- golpear a Frelimo, queremos que a
Televisão de Moçambique (TVM) do vinham nós saímos e fizeram Frelimo aceite que a Renamo gover-
foi vedada, alegadamente, para não propaganda como se tivessem aca- ne as seis provinciais, e resolvermos
deturpar o conteúdo da teleconfe- bado com a Renamo”, contou. o problema da defesa e segurança
rência como sempre o fez, Afonso Propaganda ou não, Afonso Dhlaka- em Moçambique. Mais nada, so-
Dhlakama, que falava a partir da ma fala de inúmeras baixas do lado mos irmãos, primos, família e o país
“parte segura”, algures na Goron- dos atacantes e lamenta. Entende o é nosso. Não é um grupinho de la-
gosa, para além de anunciar o recuo, Presidente da Renamo que foi por drões, de criminosos, digo crimino-
so
explicou as razões por que abando- Não quero estragar a minha carreira política - Afonso Dhlakama isso que o Governo não publicitou sos porque vêm nos matar, sentados
nou a intenção de governar à força a operação, pautando por silêncio no Maputo que querem escravizar
o Centro e Norte de Moçambique. cear, o mundo é pequeno, propagan- insistiu. como se nada tivesse acontecido. o Centro e o Norte. É inaceitável,
“Vimos que seríamos considerados da no mundo hoje: ora Dhlakama Afonso Dhlakama, que reiterou a Dhlakama continua: “isso aconteceu mas também queremos dizer de
de belicistas”, justificou-se o homem está aí a disparar contra a Frelimo, disponibilidade para o diálogo com por volta das 15 horas, e nós con- voz viva que não iremos deixar de
que, duas horas depois de o Presi- ora Dhlakama anda a atacar carros, vista ao fim do conflito militar, su- tinuamos, só mais tarde, por aí às dialogar, para que o mundo veja
dente da República, Filipe Nyusi, então, eu vou ficar parado para que blinhou que a intenção da Renamo 20 horas, ordenei os comandos que que Dhlakama é o homem da paz,
ter apresentado o Estado Geral da os europeus digam que Dhlakama é não é dividir o país porque “se qui- vamos sair, porque como já localiza- vamos continuar a seguir até onde
Nação, ano passado, reagiu em como o melhor do mundo e a Frelimo a séssemos, teríamos feito em 1992, ram a base, podem colocar já armas a Frelimo quer chegar, há-de chegar
já havia acabado a paciência. mandar assassinar”, disse. nem teríamos levado tempo a nego- pesadas a 10 quilómetros e lançar o momento de ficarmos cansados
um
Agora que recuou daquilo que levou “Eu quero que deixem de nos cha- ciar em Roma. Não é hoje, 24 anos obuses que podem causar danos … e adoptarmos uma estratégia para
meses a prometer, Dhlakama diz mar belicistas ou de nos chamar ma- depois, que o Dhlakama vai preten- e nós nos retiramos, mas estamos a acabarmos uma vez para sempre”,
que se o seu partido tivesse iniciado lucos. Se é o problema da Constitui- der dividir o País porque nós que- quase cinco quilómetros da nossa frisou.
a ocupação de distritos e províncias, ção, vamos negociar e fazer emenda. remos governar o país inteiro, agora base”. Repisa que lançar ofensivas é levar
o mundo não o teria entendido, pelo A Constituição de Moçambique queremos governar seis províncias Dhlakama, que disse que não está tempo, multiplicar e não vai resolver
contrário, iria sempre se apoiar na não pode defender o Guebuza, o porque já ganhamos desde 1994 até doente nem ferido, não entende a o problema, mas a PRM nega que
tese de que os negros sempre fazem Nyusi, o Chissano e mais três cama- hoje”. razão do ataque, numa altura em tenha atacado a base da Renamo.
a guerra. radas, tem de ser uma Constituição que há equipas a negociar a agenda Aliás, ao nosso Jornal, Inácio Dina,
“Eu sou negro, mas inteligente e flexível. A qualquer momento, se for Dhlakama denuncia tenta- para o diálogo. o porta-voz do Comando-Geral da
democrata, por isso, abandonamos preciso que satisfaça a vontade da tiva de assalto “Porquê ir atacar a base de Dhlaka- PRM, disse que, para começar, a
aquela estratégia de ocupar à força”, maioria. E tem de ser mudada, é o Em menos de uma semana depois ma neste momento, quando há uma “perdiz” nem devia ter base, pois isso
explicou o Presidente do maior par- que se chama Constituição. Não é de termos questionado, na nossa úl- equipa que está a negociar a agen- cabe às forças do Estado.
de
tido da oposição, que garantiu ainda escrever um papel que defende três tima edição, se estava ou não imi- da. Isto é má-fé, isto é má-fé. Co- Perante as nossas insistências, o
que a sua formação política agora comunistas sentados ali a reprimir nente um assalto à base da Renamo, locamos a equipa, está a negociar a porta-voz disse que o que a corpo-
está a virar as atenções para que as liberdades, eu sou democrata, co- em Satunjira, onde se encontra o agenda para depois começar com o ração sabe é que Afonso Dhlakama
tudo seja negociado e legislado na nheço tudo, por isso, eu repito não Presidente do partido, desde que viu diálogo sério para conseguirmos a está em parte incerta, desmentindo
Constituição da República. quero levar o poder à forca, nem sua residência, na Beira, assaltada, a paz. Dizem que querem a paz, mas assim o ataque anunciado pelo Pre-
Mas Dhlakama voltou a socorrer- quero golpear, atacar e assaltar Ma- 9 de Outubro de 2015, esta quarta- ao mesmo tempo atacam o próprio sidente da Renamo. Insistiu que o
-se ainda da teoria dos esquadrões puto”, explica, frisando que aban- -feira, Afonso Dhlakama, depois de Presidente da Renamo”, lamenta, que as forças governamentais têm
de morte. donou a ideia sozinho, porque não rumores sobre intensos combates para depois questionar: “como é que feito é repelir os ataques da Rena-
“Também coincidiu, na altura, com quer estragar a sua carreira política. no interior da Gorongosa, Sofala, vou conseguir orientar politicamen- mo, missão que disse que vai con-
io
a entrada de muitos sequestradores Aliás, acrescentou ainda que o recuo quebrou o silêncio e denunciou ten- te os grupos a contra atacar a ofensi- tinuar.
que foram treinados por norte-co- da estratégia de força visa “puxar a tativa de assalto na sexta-feira da va da Frelimo, ao mesmo tempo, ter
reanos aí no Maputo e foram lan- Frelimo para a paz” o partido que, semana finda.
çados aqui na região da Gorongosa. para ele, pretende arrastar o tempo Segundo o Presidente da Renamo,
Perdemos centenas de membros até até se chegar às eleições autárqui- tudo começou por volta das 15 ho- Reatamento do diálogo: “Eu gostaria que
porque muitos que não são mem- cas de 2018 e as presidenciais de ras quando começaram a se ouvir os
GHVWDYH]IRVVHGHÀQLWLYRµ
ár
bros e apoiantes nas províncias de 2019 para voltar a “roubar os votos”, primeiros disparos, mas como “20
Manica e Sofala foram sequestra- lembrando que “o Guebuza chegou dias antes já tínhamos a informação” A uma pergunta do SAVANA sobre se Dhlakama, que por várias vezes se
dos, mortos a sangue frio, metidos a dizer em 2014 que arrancamos o sobre o plano, “estávamos prepara- disse enganado pelo Governo da Frelimo, acredita que será desta que o diá-
nos sacos e lançados fora e isto fez poder nas mãos da oposição”. dos”. logo reiniciado colocará fim à instabilidade no País, o Presidente da Renamo
com que nós disséssemos que, se Avança, contudo, que, tendo em “Chegaram à Vila Paiva com mais respondeu que a disponibilidade da equipa do seu partido enquadra-se exac-
nós respondermos, andar a ocupar conta a estratégia frelimista de ar- de 12 BTR´s, que são carros usados tamente nas tentativas de se chegar a uma solução definitiva.
“Não quero dizer que acredito ou não acredito, são tentativas de negociar, o
Di
os distritos e tudo, o mundo não rastar o problema, a governação das pela infantaria mecanizada, onde al-
mais importante é a informação e o seu Jornal também escrever que mais uma
havia de entender, havia de criticar seis províncias do Centro e Norte gumas tropas disparam dentro dos vez estão a negociar porque se eu disser não, porque já me enganaram várias
a Frelimo e a Renamo dizendo que de Moçambique tem de acontecer carros e foi uma tropa que veio di- vezes, vou fazer o quê? Assaltar Maputo e cortar pescoço a todos da Frelimo
são pretos, são negros, sempre fazem ainda este ano para que a Renamo rectamente de Maputo para aqui na e sentar? Isto é aumentar o problema”, respondeu.
a guerra…por isso, abandonamos tenha tempo.
tempo Gorongosa”, explicou, acrescentan- Disse Dhlakama que é regra mundial, sempre que há conflitos, avançar-se
aquela estratégia de ocupar à força, “O próprio povo quer ser governa- do que o ataque foi perpetrado por para tentativas de negociação. “É por isso que estamos a exigir que o diálogo
estamos a concentrar que tudo seja do pelo partido que eles votaram. uma tropa mista. pode iniciar em Maputo entre as equipa da Renamo e da Frelimo, não essas
negociado e legislado na Constitui- O problema é que nós os moçam- equipas de três a três, Jacinto Veloso e o Manteigas que estão a negociar a
“Chamamos tropa mista porque ha-
ção da República. Não é que o plano agenda, mas depois tem de haver grupos verdadeiros de negociação, é por isso
bicanos, às vezes, não sabemos que via alguns estrangeiros até da raça que estamos a dizer que queremos a mediação internacional para testemunhar
está perdido. Nenhuma coisa está democracia significa o povo. Votar branca que desconfiamos que sejam qual é o lado sério e qual é o lado não sério porque não basta sentar na mesa
mudada”, disse. num candidato, votar num manifes- especialistas chineses, havia ango- de gravata e tudo assinar papéis acordos e apertar a mão…eu gostaria de facto
Reitera que o plano de governar So- to, votar num partido, para que esse lanos, zimbabueanos e tanzanianos. que desta vez fosse definitivamente”, observou.
fala, Manica, Tete, Zambézia, Nam- partido governe através da vontade Quanto aos zimbabueanos viemos Dhlakama falou horas antes da terceira reunião mista entre o Governo e a
pula e Niassa continua em pé, o que do mesmo povo que votou, não é confirmar até ontem (terça-feira) Renamo que, no final, as partes disseram ter registado avanços e que o encon-
mudou é a estratégia. aquilo que acontece em que os nos- que se tratava de alguns especialistas tro deverá acontecer o mais breve possível, como aliás recomendou no mesmo
“Já não se trata do prazo, claro. Por- sos irmãos camaradas da Frelimo dia o Conselho Nacional de Defesa e Segurança, reunido sob liderança do
instrutores que estavam lá em Ma-
quê tudo isto? Nós já estamos a re- Presidente Filipe Nyusi.
falsificam tudo só para se governar”, puto e foram metidos no grupo para
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TEMA
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DA SEMANA
6 Savana 03-06-2016
SOCIEDADE
o
ataque covarde há alguns dias”, Joanna Kuenssberg.
Por Armando Nhantumbo
N
uma altura em que as cha- “Congratulo o CIP pela iniciativa nhecidos os dois negócios nebulosos a-geral do FMI.
finda, a directora-geral o país, o desafio dos nossos tempos
log
madas dívidas escondidas, – uma iniciativa que mais uma vez cujos contornos sugerem corrupção Para Adriano Nuvunga, entretanto, é combater a corrupção que está a
que remontam ao consula- destaca a coragem não só do Adria- escondida como admitiu, semana se no passado o desafio era libertar custar caro ao país.
do de Armando Guebuza, no e de seus colegas, mas também
pioram a imagem do país, colocan- de muitos outros moçambicanos, no
do toda uma nação como corrupta combate à corrupção e na promoção Actionaid Moçambique
aos olhos da comunidade interna- da transparência”, disse, indicando Rua do Comandante João Belo, 208
cional, a Alta Comissária britânica que o caminho é árduo, os desafios P.O.Box 2608
em Moçambique, Joanna Kuens- imensos e os riscos são altos, inclusi- Maputo
sberg, veio a público esta semana ve para a integridade física das pes-
ció
dizer que em países onde há corrup- soas envolvidas. 7HO
ção quem paga a factura são aqueles “Aproveito o espaço para prestar &HOOV
que menos condições têm, por sinal, uma homenagem ao Professor José
)D[
a maioria esmagadora da população, Jaime Macuane, outro moçambica-
à custa da qual as minorias predado- (PDLODGPLQPDSXWR#DFWLRQDLGRUJ
no que tem lutado pela transparên-
ras se enriquecem. cia e que foi vítima de um ataque :HEVLWHZZZDFWLRQDLGRUJPR]DPELTXH
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covarde há alguns dias”, disse, numa
altura em que o baleiamento do aca-
démico continua, tal como outros
ataques covardes, um enigma, embo-
so
ra para muitos é quase certo tratar-se A Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), uma Organização Não – Governamen-
de um atentado à própria liberdade WDOGHDMXGDKXPDQLWiULDHVWijSURFXUDGHXPFDQGLGDWRTXDOLÀFDGRSDUDSUHHQFKHUR
WDOGHDMXGDKXPDQLWiULDHVWijSURFXUDGHXPFDQGLGDWRTXDOLÀ
de expressão. posto de 2ÀFLDOGR3URMHFWR)RUWDOHFLPHQWRGD5HVSRQVDELOL]DomR6RFLDOSDUDD*HVWmR
2ÀFLDOGR3URMHFWR)RUWDOHFLPHQWRGD5HVSRQVDELOL]DomR6RFLDOS
Vincou a Alta Comissária que as di- GH5HFXUVRV3~EOLFRVQD6D~GHH$JULFXOWXUD
ficuldades são grandes, mas porque
a causa é justa, disse que “estamos
juntos nessa luta”.
/2&$/,=$d®2 Maputo
Explicou que, em Moçambique, '85$d®2'2&2175$72 3 Anos
a estratégia do Reino Unido tem
3523Ð6,72'232672
um
orientado o trabalho com o gover-
no no reforço da gestão das finanças Assegurar a boa implementação do projecto Fortalecimento da Responsabilização Social
públicas, assim como as parcerias para a Gestão de Recursos Públicos na Saúde e Agricultura em Moçambique
com a sociedade civil e o sector pri-
Joanna Kuenssberg
Quase uma semana depois de a di-
vado, sendo por isso que o combate 5(63216$%,/,'$'(6²&+$9(
à corrupção continuará a ser uma /LGHUDUHJHULUDSODQLÀFDomRLPSOHPHQWDomRPRQLWRULDUHSRUWHHDYDOLDomRHIHFWLYD
D /LGHUDUHJHULUD
rectora-geral do Fundo Monetário prioridade daquele país europeu em
Internacional (FMI), Christine La- GRSURMHFWRDQtYHOQDFLRQDOFRPYLVWDDDWLQJLURVREMHFWLYRVGRSURMHFWRGHÀQLGRVHP
GRSURMHFWRDQtYHOQDFLRQDOFRPYLVWDDDWLQJLURVREMHFWLYRV
Moçambique.
garde, ter afirmado que, por detrás Disse ter a certeza de que todos FRQIRUPLGDGHFRPRGRFXPHQWRGRSURMHFWRDSURYDGR
das dívidas ocultas em Moçambique, acreditam na construção de uma b) Manter a supervisão de todos os componentes (capacitação, relações das partes inte-
há sinais claros de corrupção escon- sociedade justa e próspera em Mo- ressadas com os sectores de agricultura e de HIV/SIDA) do projecto e garantir que os
dida, Joanna Kuenssberg diz que, em çambique, por isso a luta contra a PHVPRVHVWmRDSURJUHGLUSDUDDSODQLÀFDomR
de
situações de corrupção, os mais po- corrupção faz parte te desse esforço e F &RRUGHQDUHIHFWLYDPHQWHFRPRVPHPEURVGRFRQVyUFLRSDUFHLURVJRYHUQRHRXWURV
&RRUGHQDUHIHFWLYDPHQWHFRPRVPHPEURVGRFRQVyUFLRSDUFHLU
bres e vulneráveis acabam por pagar deixou um recado ao Governo: “gos- DFWRUHVSDUDDLPSOHPHQWDomREHPVXFHGLGDGDVDFWLYLGDGHVGRSURMHFWRHIRUWDOHFHU
DFWRUHVSDUDDLPSOHPHQWDomREHPVXFHGLGDGDVDFWLYLGDGHVGRSU
pelo enriquecimento de alguns pou- taríamos de vê-la no centro da agen- XPDUHGHHPWRUQRGDUHVSRQVDELOL]DomRVRFLDO
cos indivíduos. da de desenvolvimento do país”.
E mais, para Kuenssberg, a corrup- d) Monitorar as actividades do projecto a nível nacional assegurando a documentação
Deixou claro ainda que a batalha
ção tem outros custos que são mais GRLPSDFWRHDSUHQGL]DJHP
contra aquilo que custa mais aos po-
difíceis de quantificar. bres e vulneráveis e enriquece alguns
H 6XSHUYLVLRQDUDLPSOHPHQWDomRHÀFD]GRTXDGURGHPRQLWRULDHDYDOLDomRHPFROD-
Apontou os custos sócio-políticos poucos indivíduos faz-se com insti- boração com os técnicos, assegurando a partilha de conhecimento e aprendizagem
como alguns deles e questionou:
tuições soberanas fortes que sejam GHQWURHIRUDGRFRQVyUFLR
“qual a legitimidade de um Estado I 5HSRUWDU DR *HVWRU GR 3URMHFWR GR &RQVyUFLR QXPD EDVH WULPHVWUDO H GLPHQVLRQDU
capazes de combater a corrupção,
io
zinha. O Presidente Samora Machel porquanto ela tem impactos negati- to. Fortes competências de comunicação e negociação, com uma excelente capacidade
partilhava dessa visão. Uma socieda- vos sobre a economia e os recursos de comunicação oral e escrita em inglês. Pelo menos 5 anos de experiência de trabalho
de que passa a aceitar a corrupção do Estado.
numa organização de desenvolvimento na agricultura sustentável, saúde ou responsabi-
como prática normal, desde a escola Para além de explicar como a cor-
rupção prejudica o país, o relatório
lização social. Compreensão abrangente das práticas do programa baseado nos direitos
até ao governo,, não será uma socie-
dade justa – a corrupção é, acima de mostra que, de 2002 a 2014, um humanos.
tudo,, um abuso de poder, uma injus- período que coincide com o reinado
tiça”, frisou a diplomata, que falava do Presidente Armando Guebuza, a Os candidatos podem solicitar os TDR`s mais detalhados e submeter os seus CV´s com
esta segunda-feira, no lançamento corrupção em Moçambique custou uma carta de motivaçãoSDUD$FWLRQ$LG0RoDPELTXH5XD&RPDQGDQWH-RmREHOR
do relatório encabeçado pelo Centro até USD 4,9 mil milhões, o equi- &3²0DSXWR)D[²0DSXWR(PDLO
de Integridade Pública (CIP) que, valente a cerca de 30% do Produto admin.maputo@actionaid.org
em 90 páginas, explica porquê é im- Interno Bruto (PIB) de 2014 e 60%
portante combater a corrupção num do Orçamento de Estado para 2015. 3UD]RSDUDRHQYLRGDVFDQGLGDWXUDVGH-XQKRGH
clima de fragilidade fiscal. São dados que não incluem os casos
1%$$VVRFLDomR$FWLRQ$LG 0RoDPELTXH UHVHUYD R GLUHLWR GH UHVSRQGHU DSHQDV DRV
Na ocasião, Joanna Kuenssberg des- PROINDICUS e MAM, visto que
tacou a importância da quantificação à data da sua realização, 31 de De- candidatos seleccionados. Encorajamos candidaturas de mulheres.
dos custos de corrupção. zembro de 2015, eram ainda desco-
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8 Savana 03-06-2016
SOCIEDADE
Sasol no Petróleo
Por Argunaldo Nhampossa
o
N
uma altura em que os pre- volvimento do contrato de partilha para a viabilizar a geração de 400
ços das commodities no de produção, que integra petróleo megawatts de energia para central
mercado internacional não líquido e gás. térmica de Temane.
log
são favoráveis às empresas No entanto, só no final do presente Abordando a questão das novas in-
que se dedicam à exploração de hi- trimestre a multinacional irá divul- vestidas em tempo de crise, precisou
drocarbonetos, com muitas delas já gar as reais quantidades de petróleo que o investimento na área do gás
a contabilizarem prejuízos finan- encontradas no primeiro poço, mas pressupõe a existência de mercado
ceiros, a multinacional sul-africana estudos preliminares apontam para assegur
assegurado para a venda do produto,
Sasol mantém o seu optimismo de uma quantidade que permitirá uma cujos contratos são de longa duração
que melhores dias virão. produção diária de 15 mil barris nos e feitas de forma rigorosa. Segundo
13 poços. Zimba, é nesta perspectiva de longo
A Sasol acaba de iniciar as perfura- O director da Sasol Moçambique, prazo que o negócio também deve
ció
ções do primeiro dos 13 poços para Mateus Zimba, diz que a explo- ser visto. Saber que existem ciclos de
produção de petróleo líquido e gás alta e de baixa, sendo que cabe a cada
ração do petróleo líquido marcará
natural em Inhassoro, na província empresa adoptar as filosofias empre-
uma nova etapa nos investimentos
de Inhambane. Este investimento sarias necessárias para que possa re-
da empresa, pois, para além da venda
marcará a estreia desta petroquímica Sasol espera produzir 15 mil barris de petróleo por ano sistir em cada situação.
nos mercados internacionais, estão
no mercado petrolífero na qualidade Actualmente a vender cerca de 36
em análise mecanismos para o uso projecto específico. Neste momento mercados internacionais, Mateus
de operador. milhões gigajoules de gás por ano,
Com a descoberta de petróleo lí- interno. preocupa-nos a ideia de adicionar Zimba diz olhar o futuro com muito Mateus Zimba fez notar que, para-
quido, também conhecido como Esclarece Zimba que, diferentemen- valor a este recurso localmente e es- optimismo.
optimismo lelamente às perfurações, decorrem
te do petróleo bruto, o petróleo de
so
petróleo leve, em Inhassoro, a Sasol tamos a estudar as diversas opções Adverte, no entanto, que é preciso pesquisas adicionais de gás no dis-
desenha um futuro risonho para o Inhassoro carece de outro tipo de de como utilizar o petróleo leve em saber estar nos diferentes ciclos de trito de Mabote, ainda na província
alargamento da sua base de negó- refinação para que seja usado como Moçambique”, disse. oscilação de preços. de Inhambane, sul de Moçambique.
cios em Moçambique e no mundo. combustível, facto que contribuiria Para Zimba, uma das opções de mo- Assim, diz que foi neste espírito que Falou também da parceira com a
As perfurações já estão em curso e bastante para a redução da factura mento passa pela utilização do pe- a sua empresa aprovou para este ano ENI no bloco de Angoche, na qual
decorrem a 15 quilómetros da cen- de importações e no desenvolvimen- tróleo para geração de energia eléc- um pacote de investimento de cerca a Sasol não é operadora, mas espera
tral de processamento de Temane. to do país. trica para aumentar a qualidade na de USD 1.4 biliões que contempla celebrar um memorando de enten-
São lideradas por uma firma france- “O petróleo líquido ou leve ainda provisão destes serviços, bem como as perfurações de gás, petróleo o res- dimento para a transformação do
sa denominada Société de Mainte- exige processamento e, por enquan- contribuir para superação do défice pectiv processamento dos seus de-
pectivo gás de Angoche e de Rovuma em
nance Pétrolière e envolvem cerca de to, não nos comprometemos a fazer energético que se verifica na região. rivados, bem como a viabilização do líquidos, para a utilização local. É
um
200 trabalhadores dos quais 75% são refinação para se usar como combus- Apesar do actual cenário não ser quinto train para colocar em marcha que de acordo com Zimba, a Sasol
moçambicanos. tíveis utilizados localmente. Mas po- favorável às multinacionais devido o projecto da central térmica. detém direitos exclusivos de uma
As investidas da Sasol enquadram- derá haver outras formas de refinar à queda acentuada dos preços de Aliás, destacou que as perfurações de tecnologia que lhe permite transfor-
-se no âmbito do plano de desen- esse petróleo que poderão ser um referência dos hidrocarbonetos nos gás permitirão certificar as reservas mar gás em líquidos.
de
io
ár
Di
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SOCIEDADE
o
T
rês meses após a queda da do responsável. todo o Complexo do Zimpeto”, disse imóvel, neste caso o Estado (FFH). Neste momento, verificam-se, na-
parede da fachada frontal da “Há trabalhos que são feitos pela Costa. Devido a estes problemas, 15 famí- quele local, obras de construção de
Piscina Olímpica do Zim- nossa equipa de manutenção, mas Além de apontar o dedo apenas ao lias foram obrigadas a saírem dos novos apartamentos (240) e, segundo
peto, o titular da pasta das há outros problemas que carecem de Empreiteiro, pela “má execução do seus apartamentos e, como solução PCA do FFH, os mesmos “resultam
log
Obras Públicas, Habitação e Re- uma intervenção de vulto e está à es- projecto”, Carlos Boneti Martinho Ad hoc, o FFH cancelou o processo dos problemas que tivemos na fase
cursos Hídricos (MOPHRH), Car- pera do Relatório da Comissão criada afirma que o problema é também da de pagamento das amortizações, de 1”, garantindo que “terão qualidade
los Boneti Martinho, efectuou, esta para averiguar o estágio das obras de responsabilidade de quem vendeu o modo a que se reabilite
eabilite as casas.
asas. superior que os outr
outros”.
semana, uma visita de trabalho ao
Complexo do Zimpeto para avaliar o
estágio em que o mesmo se encontra.
ció
çado pelos citadinos da capital, apre-
sentando-se em avançado estado de
degradação.
Dos 840 apartamentos que consti-
tuem a sua primeira fase, construídos
no âmbito dos X Jogos Africanos,
realizados em Maputo, em 2011, 200
sofrem de anomalias, destacando-se a
infiltração e as rachas, tendo provoca-
so
do a evacuação de 15 famílias.
Aliás, num dos apartamentos visi-
tados por Carlos Boneti Martinho
e sua equipa de trabalho foi possí-
vel observar a vergonha herdada do
maior evento desportivo do conti-
nente negro, caracterizada pela ine-
xistência das paredes da infra-estru-
tura, tendo restado apenas os pilares
metálicos. Tudo que constituía a pa-
um
rede falsa das casas despedaçou-se,
transformando-se em lixo.
O Ministro das Obras Públicas e
Habitação mostrou-se agastado com
o que presenciou e pediu a respon-
sabilização das partes contratantes
(Governo, através do Comité Orga-
nizador dos Jogos Africanos, COJA;
o empreiteiro e a fiscalização).
“Precisamos olhar o que dizem os
contratos, como foram geridos e de-
pois responsabilizar as partes contra-
de
$VLQIUDFo}HVÀQDQFHLUDVSDUDDOpPGDVGtYLGDVRFXOWDV
o
pDSHQDVXPDDPRVWUDGHSURFHVVRVHPQRPHVPRDQRHPTXHIRUDPGHVSHQGLGRVPDLVGHPLOK}HVHPDFWLYLGDGHVVHPFRQWUDWRV
HPTXHIRUDPGHVSHQGLGRVPDLVGHPLOK}HVHPDFWLYLGDGHVVHP
log
HRXWURVPDLVGHPLOK}HVDFLPDGRVYDORUHVFRQWUDWXDLV
3RU$UPDQGR1KDQWXPER
N
ão se trata de novas dí- Direcção Provincial do Plano de Fi-
vidas, mas com elas têm nanças da Zambézia.
algo em comum, ou seja, A AT, com 20.988.433,63 Meticais,
se por um lado o Governo o IPEX, com 2.050.737,16 Meti-
do “visionário” Presidente Arman- cais, o Ministério das Pescas, com
do Guebuza ocultou empréstimos 2.624.138,94 Meticais, o Ministé-
ció
de 1,4 biliões de dólares à Assem- rio da Indústria e Comércio, com
bleia da República (AR) e ao Banco 1.715.780,32 Meticais, a Delegação
de Moçambique (BM), por outro, de APIE da província de Maputo,
usou 24.307.277.404,43 Meticais, com 334.720,00 Meticais são algu-
só em 2014, sem o visto obrigatório mas das instituições que gastaram na
nem anotação do Tribunal Adminis- prestação de serviços diversos, sem
trativo (AT), em violação à Lei n°. celebração de contratos.
Relação de processos executados sem visto obrigatório nem anotação do Tribunal Administrativo
26/2009 de 29 de Setembro. O TA, “Nos termos do artigo 7 do Regula-
que anualmente audita as contas pú- outras instituições que também exe- Ademais, mesmo sem indicar nomes, pelo Centr
Centro Nacional de Cartografia mento de Contratação já citado, as
so
blicas moçambicanas, volta assim a cutaram contratos sem o visto obri- o TA denuncia que, entre estes casos, e Teledacta e 220.700,00 Meticais entidades deveriam ter aberto con-
emitir novas lamúrias, perante aqui- gatório Tribunal auditor de contas. há contratos que foram celebrados pelo município de Chiúre, em Cabo curso público ou fundamentado, por
lo que descreve como violação de Na Prestação de Serviços, com um com Fornecedores de Bens, Presta- Delgado. escrito, a sua dispensa, com base no
normas sobre a execução orçamental gasto global de 92.754.196,23 Me- dores de Serviços e Empreiteiros não Só em arrendamento, o gover- preceituado nos números 1, 2 e 3 do
e ao mesmo tempo infracções de na- ticais, 57.163.800,00 foram despen- inscritos no Cadastro Único do Mi- no gastou e sem notação do TA artigo 9 do mesmo diploma. Por ou-
tureza financeira. didos pelo extinto Ministério das intende a área das
nistério que superintende 1.629.000,00 Meticais, dos quais tro lado, deveriam, obrigatoriamen-
Pescas, na altura por Victor Borges, Finanças. 1.401.000,00 Meticais pela Direcção te, ter notificado e fundamentado
Trata-se apenas de números referen- actualmente, governador de Nampula Provincial de Saúde da Zambézia, a adopção de outra modalidade de
tes a uma amostra de 837 processos e 20.819.721,09 e 5.423.427,00 Me- Contratos sem anotação 180.000,00 Meticais pelo Ministério contratação, à Unidade Funcional de
relacionados com Fornecimento de ticais foram, ilegalmente, executados A par de execuções orçamentais sem da Indústria e Comércio e 48.000,00 Supervisão das Aquisições, de acor-
um
Bens, Prestação de Serviços, Emprei- na Autoridade Tributária e no Insti- visto,, o governo moçambicano não Meticais pelo Município de Mueda, do com o disposto no n°.1 do artigo
tada de Obras Públicas e Habitação, tuto para a Promoção de Exportações submeteu, em 2014, à anotação ao em Cabo Delgado. 118 do Regulamento de Contratação
Consultoria e Arrendamento, secto- (IPEX), respectivamente. TA, 149 contratos no montante de de Empreitada de Obras Públicas,
res estes que têm sido, ao longo dos Em Consultorias, o executivo gastou 258.411.746,24 Metic
Meticais, contrarian- Despesas sem contrato Fornecimento de Bens e Prestação
anos, fonte de clientelismo das elites 12.478.480,00 Meticais, dos quais do o disposto no n°3 do artigo 72 da Se, por um lado, há 24.307.277.404,43 de Serviços ao Estado, aprovado pelo
frelimistas, graças à forte e promíscua 11.951.980,00 pela Direcção Provin- Lei n°.26/2009, de 29 de Setembro, Meticais despendidos em execuções Decreto n°.15/2010, de 24 de Maio”,
relação partido-Estado. cial de Obras Públicas e Habitação segundo o qual os serviços devem, no sem o visto obrigatório ou submis- analisa o TA, para quem a não obser-
Do total dos 24.307.277.404,43 Me- da Zambézia e 526.500,00 pela Di- prazo de 30 dias, após a celebração do são de anotação ao TA, há por outro, vância do regime estabelecido para
ticais, 24.048.865.685,19 Meticais recção Provincial da Saúde de Cabo contrato, remeter cópia dos mesmos à 421.350.144,60 Meticais pagos em o Fornecimento de Bens, Prestação
Delgado. jurisdição administrativa. despesas diversas sem celebração de de Serviços e Empreitada de Obras
são referentes a 122 contratos execu-
O sector de Arrendamento foi res- Aqui, o sector de Empreitada e contrato com Fornecedores de Bens, Públicas é uma violação das normas
tados, no último ano do consulado de
Obras Públicas foi o que consu- Prestadores de Serviços e Emprei- sobre a execução do Orçamento e
Armando Guebuza, sem o visto obri- ponsável por 5.821.630,20 Meticais,
constitui infracção financeira, segun-
de
gatório do TA, representando 14,6% 3.003.550,20 dos quais à Empresa miu a maior parte da verba. Foram teiros, em violação do estatuído no
do a alínea b) do n°. 3 do artigo 93 da
da amostra seleccionada, contra de Desenvolvimento de Maputo Sul, 109.488.597,38 Meticais, dos quais n°.1 do artigo 44 do Regulamento de
Lei n°.26/2009, de 29 de Setembro.
258.4111.746,24 Meticais relativos a 744.000,00 ao então Ministério das 51.487.137,81 Meticais pelo Mi- Contratação de Empreitada de Obras
Despesas acima dos contratos
149 contratos que não foram subme- Pescas e 240.000,00 ao IPEX, entre nistério da Indústria e Comércio, na Públicas, Fornecimento de Bens e
Na longa teia de violação das normas
tidos à anotação do TA, representan- outras entidades. altura dirigido por Armando Inroga, Prestação de Serviços ao Estado, sobre a execução do Orçamento e
do 17,8% sobre a mesma amostra de No seu Relatório e Parecer sobre a que celebrou contratos, sem anotação aprovado pelo Decreto n°.15/2010, infracções financeiras, foram pagos
837 processos analisados. Conta Geral do Estado de 2014, o do TA. de 24 de Maio, o qual preconiza que 62.827.700,38 Meticais, acima dos
TA volta a mandar recados. Diz que Instituições como o Serviço Distrital os contratos cujo valor seja superior 178.829.946,00 Meticais previstos
Execuções sem visto “a falta do visto configura violação de Planeamento e Infra-estruturas de ao limite previsto no n°.3 do artigo nos respectivos contratos, corres-
No que às execuções sem visto obri- do disposto na alínea c) do n° 1 do Nicoadala, na Zambézia, e a Direc- 113, isto é, 87.500,00 para bens e ser- pondentes a um acréscimo de 35,1%,
io
gatório do TA diz respeito, o sector artigo 61 da Lei n° 26/2009, de 29 ção Provincial da Educação e Cultura viços e 175.000,00 Meticais, no caso superior ao limite de 25% do valor
de Empreitada de Obras Públicas e de Setembro, segundo a qual estão de Cabo Delgado despenderam, sem de empreitada de obras públicas, de- inicialmente previsto nos contratos, o
Habitação é aquele que se eviden- obrigatoriamente sujeitos à fiscaliza- anotação do TA, 21.486.213,57 Me- vem ser reduzidos a escrito. que carecia de autorização por despa-
cia com 23.676.994.692,46 Me- ção prévia os actos, contratos e mais ticais e 11.713.186,32 Meticais, res- Aqui, o sector da Empreitada e cho do ministro que superintende a
ticais, numa lista em que constam instrumentos jurídicos de qualquer pectivamente. Obras Públicas foi responsável por área das finanças.
entidades como a Empresa do De- natureza e montante, geradores de Segue o sector de Fornecimento 227.860.301,81 Meticais, gastos por Aqui, o TA destaca que “dos incre-
ár
Acidente do TM 470
o
Os dados fornecidos aos siste- pelo fabricante (Embraer) não estava pertinente: porque não foi utilizado
mas do piloto automático pela devidamente preparada”. o intercomunicador que se encontra
pessoa que se presume ser o Esta fase da investigação era muito junto da porta da cabine para quem
Comandante, que permaneceu importante e constitui uma das lacu- quisesse voltar à cabine de comando?
log
só na cabine de voo, quando a pessoa nas deste Relatório Final.
inal. Sendo uma descida de emergência
que se presume ser o co-piloto pediu É que na informação factual, resul- comprovadamente “controlada e es-
para ir aos lavabos, levaram a que a tante do cruzamento do gravador de tável”, em que a aeronave não tinha
aeronave saísse de um voo cruzeiro voz e do tempo real dos aconteci- entrado num voo a pique e descon-
para uma descida controlada e está- mentos, há questões muito pertinen- trolado, por que razão “quem estava
vel com a subsequente colisão com o tes que ficam
am por explicar. do lado de fora não fez uso do óbvio
solo”. Segundo o Relatório Final, entre o – o intercomunicador?”.
co-piloto ter autorização para sair da
Esta é uma tradução oficial daquilo cabine de comando e abrir a porta da Estaria a funcionar?
ció
que a comissão de investigação inde- mesma, decorrem exactamente dez Já sobre o não funcionamento do
pendente da Namíbia, no seu Rela- segundos. ELT (Emissor de Localização de
tório Final com data de 4 de Abril procedimento dessa descida; a “descida controlada e estável”; O gravador de voz revela que ele iria Emergência) que deveria ter funcio-
de 2016, apurou sobre as “Prováveis - se a aeronave atingiu (ou não) a al- - a “atitude” da aeronave era de es- ao lavabo, que se encontrava a menos nado depois de a aeronave embater
Causas” do acidente da aeronave da titude de segurança; tabilidade, podendo ser recuperável de dois metros da sua cadeira. no solo, é dito que o mesmo não emi-
LAM, voo TM 470, ocorrido a 29 de - razões por que a porta de acesso à para voo normal quando soou o alar- Contudo, até que a porta da cabine tiu qualquer sinal porque “o fio da
Novembro de 2013. cabine de comando se manteve fe- de comado se feche decorr
decorrem dois sua antena se cortou após o embate”
me de “pull-up” (levantar).
Após aturadas investigações, envol- chada; longos minutos.
O teste feito na “Azul” comprova que
vendo todas as partes interessadas, - “atitude” do piloto (o comunicado De acordo com pilotos e tripulantes Lacunas
a aeronave não foi propositadamente
nomeadamente da Namíbia (o país O Relatório Final é igualmente
so
não fazia referência a Comandante atirada contra o solo e que a cerca de deste tipo de aeronave, este período
que liderou a investigação, por ter de tempo suscita dúvidas, pois não omisso relativamente ao ambiente na
nem Co-piloto) na descida de emer- trezentos metros do solo ainda era
sido no seu território onde ocorreu cabine de comando do início ao fim
gência e, recuperável. Isto contraria e anula a é possível ter as portas da cabine e
o acidente), de Moçambique (por a do voo.
- “atitude” da aeronave no momento tese advogada por alguns responsá- lavabo abertas ao mesmo tempo. Ou
LAM ser o operador da aeronave), Seria importante informar, porque
de embate com o solo. veis moçambicanos, incluindo o en- seja, para se abrir a porta do lavabo
do Brasil (país fabricante da aerona- isso foi registado, as conversas entre
Os operadores nacionais sugeriram tão Ministro dos Transportes, sobre a tem de se fechar a porta da cabine
ve), dos Estados Unidos da América o Comandante e o seu co-piloto no
(país fabricante dos motores e onde então que para tal se deveria recorrer intencionalidade de despenhamento de comando.
a um simulador de voo deste tipo de da aeronave. Sobre o que aconteceu durante estes momento da partida e antes deste
se efectuou a leitura das caixas ne-
aeronave, num teste a ser “efectuado Com efeito e após a realização dos dois minutos não há registo, nem último ter, presumivelmente, aban-
gras), a comissão não conseguiu se-
por especialistas e observado por co- ulador no Brasil, a co-
testes no simulador de som, nem de informação técnica. donado a cabine de comando.
quer apurar e provar com exactidão
um
quem estava no comando da aerona- mandantes do operador da aeronave missão de investigação voltou ao lo- Aliás, o Relatório Final confirma que A primeira, diz respeito ao atraso na
ve no momento em que ela colidiu (LAM) com experiência nesta rota” cal do acidente, onde confirmou que “não existe nenhum registo de voz partida do voo, provocada pela troca
com o solo. (Maputo-Luanda). os motores da aeronave embateram depois que o co-piloto deixou a ca- de um elemento do pessoal navegan-
Esta constatação é corroborada pela Em Agosto de 2014, a comissão no solo em paralelo, numa “atitu- bine de comando”. te, coisa que levou o Comandante a
recomendação que o Relatório Final de investigação recorreu ao Centro de” idêntica à de aterragem, com o Só um minuto e quinze segundos lembrar ao seu co-piloto que deve-
faz à Organização Internacional da de Simulação da companhia aérea trem de aterragem recolhido tendo- depois deste vácuo de informação é riam fazer um rápido “turn-around”
Aviação Civil (ICAO), propondo “Azul”, em São José, no Brasil, para -se arrastado por várias centenas de que há, segundo os registos das Cai- em Luanda, por forma a poder estar
“a criação de um grupo de trabalho reproduzir o que se havia passado metros, o que provocou a sua total xas de Voz e de Informação Técnica, a horas para a festa de aniversário do
para rever a instalação de gravação nos últimos minutos de voo do Em- desintegração. sinais sobre o início da Descida de seu irmão, a quem já havia telefona-
audio-visual, dentro e fora da cabine braer 190 da LAM. O teste foi feito Emergência controlada e efectuada do a informar sobre a possibilidade
de voo (cockpit), que possa fornecer na presença de dois representantes ...Dois minutos pelo piloto automático. de chegar mais tarde a Maputo.
informação sobre quem estava na da LAM (um piloto e um respon- Estranhamente, toda esta “descida Entre esse instante e aquele que, A segunda é sobre a cirurgia cardía-
de
cabine, quem exactamente estava no sável pela manutenção), bem como controlada e estável” decorreu sem segundo o simulador, era possível ca que a filha do Comandante havia
controlo da aeronave no momento do Chefe da Delegação do nosso que, em nenhum instante dos últi- recuperar a aeronave decorrem exac- recentemente feito na África do Sul
do acidente e mesmo - onde estavam Ministério dos Transportes e ainda mos minutos de voo, tenha sido gra- tamente cinco minutos e trinta e um descrevendo ao co-piloto o que se
as suas mãos relativamente ao painel de representantes da Autoridades vado um sequer som humano – voz, segundos. havia passado. O relatório faz refe-
de comandos”. Aeronáutica brasileira e da Embraer. gemido, suspiro... Nesse período, correspondente à rência a este facto, mas omite que é a
Embora tenha recorrido a vários No Anexo IV do Relatório Final Foram gravados outros sons que, se- descida “controlada e estável”, o seguir a esta conversa que o co-piloto
meios de apoio técnico aeronáutico encontram-se
ntram-se os resultados apurados gundo o que os investigadores afir- Relatório Final refere sons não hu- pede para ir aos lavabos.
de comprovada competência, o facto Houvesse sistema de gravação au-
no teste de simulador de voo, utili- mam no Anexo IV, não puderam ser manos, presumindo batidas na por-
é que os resultados a que a comissão
zando os parâmetros técnicos gra- devidamente investigados no Brasil ta, mas não clarifica, nem identifica dio-visual dentro e fora da cabine,
de investigação chegou são inconclu-
vados pela caixa negra da aeronave - “uma vez que a aeronave disponível uma outra questão extremamente saberíamos ao certo o que aconteceu?
io
sivos.
acidentada.
A investigação não conseguiu reco-
lher e reunir provas objectivas sobre Com base na informação descodifi-
as causas que provocaram o acidente, cada pelo National Transport Safety
nem sequer sobree quem estava no Board americano do Flight Data Re-
comando da aeronave no momento corder (caixa negra com informação
técnica), foram efectuadas quatro
ár
ANÚNCIO DE BOLSAS
o
DOUTORAMENTO EM ENERGIA NO ÂMBITO DA INICIATIVA DO REINO DOS PAÍSES BAIXOS
log
SOBRE O ENSINO SUPERIOR-NICHE
No âmbito da cooperação entre Moçambique e o Reino das instituições de ensino superior acima referidas,
dos Países Baixos, através da Agência de Desenvolvi- desde que reúnam integralmente as condições indica-
mento dos Países Baixos EP-NUFFIC, quatro institui- das. Mas também, poderão candidatar-se a estas bolsas
ções de ensino superior moçambicanas, nomeadamente; pessoas que não façam parte destas instituições, desde
a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a Universi- que aceitem integrar estas instituições caso venham a
ció
dade Lúrio (Unilúrio), a Universidade Católica de Mo- VHUDSXUDGRVDV(PTXDOTXHUGRVFDVRVRVEHQHÀFLi
VHUDSXUDGRVDV(PTXDOTXHUGRVFDVRVRVEHQHÀFLi-
çambique (UCM) e o Instituto Superior Politécnico do rios das bolsas deverão assinar cartas de compromisso
Songo (ISPSONGO), estão envolvidas num programa com a instituição onde estão integrados ou pretendem
GHFRRSHUDomRFRPLQVWLWXLo}HVFLHQWtÀFDVGR5HLQRGRV LQWHJUDUVHHDFDQGLGDWXUDGHYHUiVHUIHLWDDWUDYpVGH
Países Baixos, dentre as quais, a Universidade de Gro- uma carta dirigida ao Director de Cooperação da Uni-
ningen. Mas também, instituições sul-africanas, como a versidade Eduardo Mondlane, anexando a seguinte
so
Universidade de Stellenbosch. documentação de base:
O programa em referência visa a formação de quadros &9DFWXDOL]DGRHGHWDOKDGRHVFULWRHPLQJOrV
TXDOLÀFDGRVDRQtYHOGH'RXWRUDPHQWRQDiUHDGHHQHU- 'LSORPDGH0HVWUDGRWUDGX]LGRSDUDRLQJOrVFDVR
gia e enquadra-se na iniciativa “Netherlands Initiative não esteja neste idioma;
for Capacity Development in Higher Education - NI- &HUWLÀFDGRGDVFDGHLUDVIHLWDVGXUDQWHR0HVWUDGR
CHE” intitulada “Innovative ways to transfer techno- traduzido para o inglês, caso não esteja neste idioma;
&HUWLÀFDGRGHGRPtQLRGDOtQJXDLQJOHVDWUDGX]LGR
um
logy and know-how, developing skills and expertise
for gas, renewable energy and management”. para o inglês, caso não esteja neste idioma;
Ademais, ao abrigo deste programa, serão disponibili- &ySLDGDGLVVHUWDomRGH0HVWUDGRQDOtQJXDRULJL
&ySLDGDGLVVHUWDomRGH0HVWUDGRQDOtQJXDRULJL-
zadasas para cada uma das quatro instituições de ensino nal;
superior moçambicanas supramencionadas participan- $FDUWDGHFDQGLGDWXUDGHYHUiLQGLFDURQRPHGDLQV
$FDUWDGHFDQGLGDWXUDGHYHUiLQGLFDURQRPHGDLQV-
tes do programa, 4 bolsas de estudo ao nível de Douto- tituição moçambicana de ensino superior na qual o
UDPHQWRHPDVVXQWRVOLJDGRVDLSHWUyOHRHJiVQDWX-
UDPHQWRHPDVVXQWRVOLJDGRVDLSHWUyOHRHJiVQDWX candidato pretende ser integrado. Adicionalmente, os
UDOLLHQHUJLDVUHQRYiYHLVHLLLDVVXQWRVWUDQVYHUVDLV
concorrentes deverão apresentar a seguinte documen-
GDV iUHDV DFLPD UHIHULGDV$VVLP VHQGR VHUmR DFHLWHV
de
WUDGRUHOHYDQWHSDUDDiUHDHPTXHVHSURS}HPDUHDOL
WUDGRUHOHYDQWHSDUDDiUHDHPTXHVHSURS}HPDUHDOL- peração da Universidade Eduardo Mondlane, Doutor
zar os seus estudos de Doutoramento, com uma classi- Carlos Lucas, através dos endereços electrónicos car-
ÀFDomRÀQDOGH%RPD([FHOHQWHHFRPXPDH[SHULrQFLD los.lucas@uem.mz e clucas33@yahoo.com .
relevante de trabalho. Atendendo e considerando que o Para mais informações sobre o projecto e tópicos pos-
SURJUDPDGH'RXWRUDPHQWRVHUiPLQLVWUDGRQDOtQJXD síveis para a investigação, por favor contacte o Prof.
inglesa, recomenda-se que os candidatos tenham um Doutor Carlos Lucas, pelos endereços acima indicados
domínio deste idioma nas dimensões de escrita, leitura ou visitando o Gabinete de Cooperação, 2o andar do
e fala. (GLItFLR GD 5HLWRULD GD 8(0 &DPSXV 8QLYHUVLWiULR
Poderão candidatar-se a estas bolsas docentes, inves- Principal, Av. Julius Nyerere, número 3453, Maputo.
tigadores e membros do corpo técnico administrativo Maputo, 25 de Maio de 2016
14 Savana 03-06-2014 Savana 03-06-2014 15
NO CENTRO DO FURACÃO
o
NA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
A Eni East Africa S.p.A. (EEA) convida todas as empre- rá fornecer informações sobre cada membro do consórcio
log
sas interessadas a submeterem a Sua Manifestação de ou “joint venture” e o papel de cada participante no po-
Interesse para prestação de serviços de Reboque, Pilota- tencial projecto. Tal intenção de formar quer um consórcio
gem, Ancoragem e Manutenção Marinha em operações ou uma empresa comum, deve ser apoiado por um acordo
de atracagem e desatracagem de Transportadores de Gas ou “Memorando de Entendimento” devidamente assinado
Natural Liquefeito (GNL), Transportadores de Conden- por cada entidade do grupo.
sados e outras embarcações para a unidade de Gás Natu-
ral Flutuante (FLNG), que estará localizado ao largo da O website para o registo está disponível no seguinte URL:
ció
costa moçambicana, na Área 4 da Bacia do Rovuma, a KWWSVHSURFXUHPHQWHQLLWLQWBHQJ6XSSOLHUV4XDOLÀ-
KWWSVHSURFXUHPHQWHQLLWLQWBHQJ6XSSOLHUV4XDOLÀ
cerca de 135 milhas náuticas a nordeste de Pemba, Mo- cation/Mozambique-Application (para as candidaturas
çambique. em língua inglesa)
As empresas interessadas poderão submeter a sua Ex- KWWSVHSURFXUHPHQWHQLLWLQWBLWD)RUQLWRUL4XDOLÀFD
pressão de Manifestação de Interesse fornecendo os se- Autocandidatura-Mozambico (para as candidaturas em
guintes documentos: língua portuguesa/italiana)
1. Carta de interesse, devidamente assinado pela pessoa
so
autorizada (juntamente com procuração reconhecida IMPORTANTE: A candidatura deverá fazer referência ao
pelo notário ou outra prova da autoridade de tal pessoa seguinte código de produto/serviço:
autorizada) SS05BC06 - SMALL WORK BOATS IN LOCALIZED SER-
2. Evidências de experiência nos últimos cinco anos, pelo VICE & HARBOUR TUGS
menos duas evidências de experiências no fornecimen- No website de candidatura, na secção “Actividades Objec-
to de serviços no mar para o terminal marinha de GNL, to de Candidatura”, no campo “Origem do Convite” deve-
um
FLNG, FPSO ou projetos similares que incluem: rá ser preenchido da seguinte forma: “Serviços marítimos
a. Ser propietario de Rebocadores ou prestador de servi- de TPM”.
ços de reboque usando rebocadores do tipo ASD com Sujeito à submissão da Manifestação de Interesse e a con-
capacidade de 80 á 120 Ton; formidade de toda a documentação acima indicada, as em-
b.Piloto e/ou Mestre de Ancorragem com experiência presas interessadas poderão receber da Eni East Africa o
comprovada em ancorragem lado-a-lado e acopolada; 3DFRWHGH4XDOLÀFDomR
c.Tranferência de pilotos, manuseamento de mangueira A Eni East Africa S.p.A fará uma avaliação da documenta-
e assistência da ancorragem durante operaçôes de atra- ção acima solicitada e, caso o resultado da avaliação seja sa-
cagem e desatracagem no mar usando barcos de multi- tisfatório, irá incluir o candidato na sua Lista de Fornecedo-
de
o
Eni East Africa S.p.A. invites interested companies to 6XFK LQWHQWLRQ WR IRUP HLWKHU D FRQVRUWLXP RU D -9
log
submit expressions of interest for the provision of ser- must be supported by an Agreement or “Memoran-
vices consisting of Towing, Piloting, Mooring and Ma- dum of Understanding” duly signed by each entity
rine Maintenance (TPM) services for the berthing and in the group.
XQEHUWKLQJ RSHUDWLRQV RI /LTXHÀHG 1DWXUDO *DV &DU- The registration website (Mozambique Application) is
riers, Condensate Export Carriers and other vessels to available on the following URL:
the Floating LNG unit (FLNG) position, that will be lo- https://eprocurement.eni.it/int_eng/Suppliers/Qua-
cated in the Area 4 of Rovuma Basin, approximately at OLÀFDWLRQ0R]DPELTXH$SSOLFDWLRQ (for application in
ció
QDXWLFDO PLOHV RͿVKRUH IURP WKH QRUWK HDVW FRVW RI English)
Pemba, Moçambique. https://eprocurement.eni.it/int_ita/Fornitori/Quali-
Companies interested in this invitation may submit ÀFD$XWRFDQGLGDWXUD0R]DPELFR (for application in
their Expression of Interest by providing the following Portuguese/Italian)
required documentation:
1. Letter of interest duly signed by the authorized person IMPORTANT:
so
(together with notarized powers of attorney or other The submission must refer to the following commodity
evidence of authority of such authorized person) codes:
(YLGHQFHRIKDYLQJDFURVVWKHODVWÀYH\HDUVDWOHDVW SS05BC06 - SMALL WORK BOATS IN LOCALIZED
WZRHYLQFLEOHH[SHULHQFHVLQSURYLGLQJ2ͿVKRUH0DUL- SERVICE & HARBOUR TUGS
ne Services for LNG marine terminal, FLNG, FPSO or Within the website application, under the section “Ob-
similar projects which shall include : ject of the Application”, the area “Origin of invitation”
a. Tugs’ ownership and/or provision of tug services shall be completed as follows : “TPM Marine Services”
um
using , ASD type tugs, having a bollard pull (conti- Subject to the submission of the application and to the
nuous static pull) of about 80-120 Tons; compliance of all the above documentation, Compa-
b. Pilot and/or Mooring Master with proved expe- nies interested in this Expression of Interest may recei-
rience
ce in side by side and tandem moorings; YHIURP(QL(DVW$IULFDWKH4XDOLÀFDWLRQ3DFNDJH
c. Pilot transfer, Hose Handling and Mooring Assis- Eni East Africa will evaluate the above requested docu-
tance during berthing and un- berthing PHQWDWLRQDQGLIVDWLVÀHGZLOOLQFOXGHWKHDSSOLFDQWLQ
operations at sea using a multipurpose boats; its Vendor List for consideration in future tender pro-
3. Company and Group Structure with the list of major cesses regarding the subject activities.
de
6KDUHKROGHUV DQG XOWLPDWH EHQHÀFLDULHV LI QRW OLVWHG This is not an invitation to participate in the abovemen-
in any stock exchange); tioned potential Tender but only an invitation to parti-
6FDQQHG &HUWLÀHG FRS\ RI WKH 7UDGH 5HJLVWHU /HJDO cipate to the Expression of Interest
(QWLW\QDPHDQGFRQWDFWSHUVRQIRUUHFHLYLQJTXDOLÀ-
(QWLW\QDPHDQGFRQWDFWSHUVRQIRUUHFHLYLQJTXDOLÀ This enquiry shall not be considered an invitation to
cation and commercial information; bid and therefore it does not represent or constitute any
)LOOHG4XDOLÀFDWLRQ)RUPRIWKH5HTXLUHPHQWVIRUWKH promise, obligation or commitment of any kind on the
7HFKQLFDO 3UH4XDOLÀFDWLRQ RI 2ͿVKRUH 9HVVHOV 2Z- 2Z
io
LAS 74/78 Chapt.IX, Reg.4 for the type of Tug to be thin the application shall not be construed as a com-
managed; mitment on the part of Eni East Africa to enter into any
4XDOLW\ 0DQDJHPHQW 6\VWHP FHUWLÀFDWLRQV DQGRU agreement or arrangement with you, nor shall they en-
FHUWLÀFDWHV SURYLQJ WKH &RPSDQ\ FRPSOLDQFH ZLWK title your company to claim any indemnity from Eni
national or international Quality Standards (e.g. ISO East Africa.
Di
EDITORIAL Cartoon
De deasculpa em
desculpa, à procura
o
de bodes expiratórios
log
U
m dos grandes problemas com que Moçambique se con-
fronta hoje é a gritante falta de confiança que os cida-
dãos têm em relação ao Estado.
No passado, pesquisas revelavam que os cidadãos deste
país não tinham confiança sobre algumas instituições do Estado,
tendo no topo a polícia e o sistema de administração da justiça,
em particular os tribunais.
Mas a situação foi-se deteriorando progressivamente a tal ponto
ció
que agora não é uma questão dos cidadãos não confiarem no
Estado; eles desconfiam do Estado.
Os sinais disso tornam-se visíveis, por exemplo, quando na se-
mana passada o Ministro do Interior se vê obrigado a explicar
que o Estado não pode fazer mal aos cidadãos, porque ele existe
para proteger os cidadãos. De outro modo não seria necessário
reiterar uma questão tão óbvia, que numa sociedade normal é
um dado adquirido.
Um pelourinho em África
so
A reacção do governo, de certo modo atabalhoada aos aconteci-
mentos das últimas semanas no país deixa muitas lacunas pouco
abonatórias para o executivo.
Tomemos como exemplo a questão da alegada vala comum. A
Por João Carlos Barradas
partir do momento em que os jornalistas tomaram conhecimen-
A
mulher violada, as vidas torturadas, os mor- Em 2012, o Tribunal Internacional de Justiça orde-
to da sua suposta existência através de presumíveis relatos da tos insepultos e anos de horror pairaram nou o julgamento de Habré em Dacar ou a sua ex-
população local, que esforços foram encetados para se chegar num instante interminável no tribunal de tradição para Bruxelas e o sucessor de Wade, Macky
ao local e confirmar a sua existência ou não. Mas esses esforços Dacar ao escutar-se a sentença de prisão Sall, negociou com a UA a criação de um tribunal
foram sistematicamente sabotados pelas forças do governo es- pétua para Hissène Habré.
perpétua extraordinário para crimes internacionais graves co-
um
tacionadas no local. Foi depois de frustrada esta tentativa, que Centenas de mulheres e homens tinham-se batido metidos no Chade entre 1982 e 1990.
no seu regresso, os jornalistas deparam com corpos debaixo de
pelo julgamento do antigo ditador do Chade - refu- O Tribunal Penal Internacional (TPI) com jurisdi-
uma ponte, os quais, dependendo de com quem se fala, são 15,
giado no Senegal desde 1990 após um golpe de Es- ção limitada a crimes cometidos após Julho de 2002
13, ou 11.
tado liderado por um dos seus homens de confiança, não tinha competência e só a instituição das Câma-
Um mês depois, a Assembleia da República, através da sua pri-
Idriss Déby - e segunda-feira viram feita justiça à ras Africanas Extraordinárias - financiadas pela UA,
meira comissão, toma a iniciativa de lançar um inquérito, ouvin-
do todas as partes que se julguem relevantes no caso. Repare- razão dos perseguidos. UE, Chade, Alemanha, França, Bélgica, Holanda,
-se que este inquérito incide sobre a alegada vala comum, sem Habré chegou ao poder pela força da armas em 1982 Luxemburgo e Estados Unidos - permitiu a deten-
considerar o facto de que mesmo que esta não exista, há algo de e durante cinco anos, com apoio de França e dos ção de Habré em Junho de 2013.
terrível com a descoberta dos corpos debaixo da ponte, assunto Estados Unidos, fez guerra à Líbia pelo controlo do Presidido por Gberdao Kam, do Burkina Fasso, co-
sobre o qual a comissão parlamentar de inquérito não faz ne- Norte do Chade. adjuvado por dois magistrados senegaleses, o tribu-
Levou a melhor no confronto com Gaddafi e a vio-
de
nhum esforço de se pronunciar. O inquérito em si assemelha-se nal, em função de leis internacionais e da legislação
mais a uma inquisição, uma espécie de intimidação aos jorna- lência no Chade nunca amainou, provocando cerca
em vigor no Senegal, deu por provados, no julga-
listas para que não voltem a meter-se em assuntos que possam de 40 mil mortos, até que, malquisto com Paris, foi
mento iniciado em Julho de 2015, crimes de escra-
embaraçar o governo. abandonado pelos aliados que agora fecham olhos
vidão sexual, homicídio voluntário, execuções sumá-
É importante sublinhar que este é o mesmo parlamento que en- aos abusos de Déby feito baluarte da luta antijiha-
rias, raptos e torturas.
tendia que não havia pertinência em investigar as circunstâncias dista.
A sentença, a cumprir no Senegal, é passível de re-
da presença de dezenas de milhar de moçambicanos refugiados Habré contou viver as prebendas do exílio em Dacar,
curso e representa a aplicação, pela primeira vez, do
no Malawi, que nunca se preocupou em investigar a existência mas muitas das vítimas persistiram e com o apoio
de alegados esquadrões da morte para abater presumíveis opo- princípio de jurisdição universal por um tribunal na-
da Human Rights Watch conseguiram reunir teste-
cional africano (julgando crimes cometidos noutro
io
contribui para adiar a solução dos mesmos. É tempo do governo em África e no mundo afora a justiça pesa, sobretu-
(UA) em 2006 para julgar Habré por crimes de guer-
assumir que ele existe para resolver os problemas que o país en-
ra, crimes contra a humanidade e tortura, enquanto do, sobre os vencidos.
frenta, e não para andar de desculpa em desculpa, à procura de
em 2008 um tribunal de Ndjamena decretava pena
bodes expiratórios.
de morte à revelia para o ex-Presidente. *Jornalista
KOk NAM Editor Executivo: Ivone Soares, Luis Guevane, João Distribuição:
Franscisco Carmona Mosca, Paulo Mubalo (Desporto). Miguel Bila
Director Emérito Colaboradores: (824576190 / 840135281)
Conselho de Administração: (francisco.carmona@mediacoop.co.mz)
André Catueira (Manica) (miguel.bila@mediacoop.co.mz)
Fernando B. de Lima (presidente) Aunício Silva (Nampula) (incluindo via e-mail e PDF)
Redacção:
e Naita Ussene Eugénio Arão (Inhambane) Fax: +258 21302402 (Redacção)
Fernando Manuel, Raúl Senda, Abdul António Munaíta (Zambézia)
Direcção, Redacção e Administração: 82 3051790 (Publicidade/Directo)
Sulemane, Argunaldo Nhampossa e Maquetização:
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Armando Nhantumbo Auscêncio Machavane e Prédio Aruanga, nº 32 – 1º andar, A
Telefones: )RWRJUDÀD Hermenegildo Timana. Telefone: (+258) 825 847050821
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Registado sob número 007/RRA/DNI/93 Propriedade da 843171100 e Ilec Vilanculos Gervásio Nhalicale Redacção
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Fernando Gonçalves Machado da Graça, Fernando Lima, Benvinda Tamele (823282870) Administração
Maputo-República de Moçambique editorsav@mediacoop.co.mz António Cabrita, Carlos Serra, (benvinda.tamele@mediacoop.co.mz) www.savana.co.mz
Savana 04-06-2016 19
OPINIÃO
A
lcançar consensos a ní- de desvalorizações concorrenciais excedente de transacções correntes Bretton Woods para determinar que nos. Só com um sistema de liquidez
vel global é sempre difícil. a nível global e ainda mais defla- de 2015 – é muito importante dimi- medidas colectivas são possíveis. mundial de segurança – suporta-
Mas, no contexto dos dias ção. Felizmente, os líderes chineses nuir as reservas mínimas. Há imensos incentivos para a acção. do por acordos cambiais de divisas
o
de hoje, é impossível con- reconheceram que, se o mundo se O Banco popular da China Com as economias desenvolvidas a – podem os países alcançar a tão
tornar a questão. Se os países conti- mantiver atolado numa recessão (PBOC), tem de, naturalmente, enfrentar
rentar um rápido envelhecimen- necessária reflação, sem excessivos
nuarem a avançar sozinhos, o mun- de balanços financeiros, a falta de apertar o controlo do mercado cam- to da população, elevados encargos receios de fuga de capitais e/ou des-
do inteiro sofrerá. procura agregada, o continuar do bial. Mas também deve considerar da dívida pública, políticas econó- valorização da taxa de câmbio.
log
Em Março, os encontros do G-20, o enfraquecimento do comércio, irá outros instrumentos macropruden- micas esticadas, e políticas turbu- Finalmente, a acção colectiva é ne-
Congresso Nacional Popular chinês também arrastar o crescimento do ciais, tal como uma espécie de Taxa lentas, a capacidade da economia cessária para tornar a política mo-
e os múltiplos grupos de reflexão, seu próprio país. Tobin, imposto sobre as movimen- global escapar desta situação difícil netária não convencional mais efec-
todos eles expressaram uma cres- Mas, claro, a China ainda precisa de tações financeiras internacionais, depende em grande medida dos pa- tiva. Até agora, essas políticas não
cente consciencialização dos riscos encontrar o caminho para lidar com pela primeira vez proposto em 1972 íses emergentes. foram bem-sucedidas para relançar
para a economia global colocados saída de capitais, prosseguindo as pelo economista laureado com o Afinal, enquanto estas economias a economia, em grande medida
pela deflação e o aumento da ins- reformas estruturais que são neces- Prémio Nobel, James Tobin, a fim estão a enfrentar os seus próprios porque bancos comerciais e outros
tabilidade do sector financeiro. Para sárias para colocar a economia numa de desencorajar movimentações fi- desafios, gozam de demografias mais financiadores
financiador retêm a liquidez que
reduzir estes riscos, o caminho que a trajectória de crescimento sustentá- nanceiras internacionais de carácter favoráveis e registam uma rápida recebem dos bancos centrais, em vez
ció
China tomar vai ser particularmente vel a longo prazo. especulativo. urbanização. Como resultado têm de a canalizarem para a economia
importante. Mas evitar uma aterra- Como defendemos ultimamen- Tudo isto nos conduz ao Plano A – um imenso potencial para ganhos real concedendo crédito a pequenas
gem forçada na China é condição te, a solução será manter uma taxa uma inevitável estratégia para parar de produtividade, que permitem e médias empresas e investindo em
necessária mas não suficiente para de crescimento anual próxima dos a deflação na China. Mas, no sis- reforçar o crescimento da econo- projectos de infra-estrutura de lon-
uma recuperação mundial. 6,5%, enquanto prossegue no curto tema global multipolar dos dias de mia mundial, e uma elevada procura go prazo.
Contra as recomendações de muitos prazo um multifacetado plano de hoje, um país sozinho não consegue em infra-estruturas sustentáveis de Não é coincidência o facto de en-
economistas chineses, os decisores estabilização que vise estimular a salvar a economia da deflação. É por maneira a reduzir a destruição dos tre 2010 e 2014, os maiores bancos,
políticos optaram por não seguir a criação de emprego para compensar essa razão que o mundo inteiro deve recursos naturais e reduzir o aqueci- empresas e fundos de investimento
abordagem ocidental convencional perdas registadas na reestruturação também considerar a implementa- mento global. terem aumentado a sua liquidez em
so
de usar as taxas de câmbio flexíveis a de indústrias ineficientes e na elimi- ção de uma estratégia partilhada, O maior constrangimento na rea- 3 biliões de dólares – mais ou menos
actuar como um amortecedor a flu- nação da capacidade excedentária. chamemos-lhe o Plano B. lização do potencial das economias o montante com que os bancos cen-
xos de capital voláteis e deste modo Entretanto, o Banco Popular da Claro que, uma acção colectiva não emergentes é financeiro, com as ins- trais reforçaram as reservas de divi-
libertar a política monetária para China (PBOC) enfrentará a difí- será fácil – até porque algumas das tituições de Bretton Woods incapa- sas dos países no mesmo período.
fornecer liquidez para ajustamen- cil tarefa de manter a estabilidade medidas, como a política monetá- zes de providenciar o capital neces- Ao permitir aos países eliminarem
tos estruturais internos. Satisfazen- cambial e combater a deflação, as- ria ou política fiscal, foram postas sário. Se o mundo conseguir escapar o excesso de capacidade, reduzir a
do simultaneamente economistas segurando a liquidez necessária para de parte na conferência de Bret- à armadilha da deflação – para não alavancagem, e equilibrar políticas
ocidentais e mercados financeiros salvaguardar a mudança da indústria ton Woods (1944), onde os líderes falar do aumento de rendimento e fiscais – reduzindo a incerteza ge-
mundiais, que respiraram de alívio para os serviços e consumo disponí- mundiais criaram as regras para as da desigualdade na distribuição da opolítica em simultâneo – a acção
quando os líderes chineses reafir- vel a preços razoáveis. relações comerciais e financeiras en- riqueza – esta situação tem de mu- colectiva para escapar à deflação e
um
maram o seu empenho em manter Tendo em conta o montante de re- tre países que prevalecem até hoje. dar.
dar estimular o crescimento atenuaria a
o renminbi estável. servas oficiais que a China já gastou Mas, face a uma ameaça sem prece- O recente pânico gerado pela desva- aversão ao risco das instituições fi-
O receio era, se a China procuras- para estimular a economia e estabi- dentes à estabilidade da economia lorização do renminbi chinês desta- nanceiras, melhorando assim os me-
se taxas de câmbio mais baixas para lizar a taxa de câmbio e as saídas de global, talvez seja tempo de convo- ca outro motivo imperioso para uma canismos de transmissão das políti-
escapar à deflação, uma nova série capital – o equivalente a três vezes o car um novo tipo de conferência de acção colectiva. No mundo de hoje, cas monetárias não convencionais.
ninguém está livre de grandes e vo- Alcançar consensos a nível global é
láteis fluxos de capital – nem mes- sempre difícil. Mas, no contexto dos
mo os países que construíram uma dias de hoje, é impossível contornar
imensa montanha de segurança na a questão. Se os países continuarem
forma de reservas de divisas estran- a avançar sozinhos, o mundo inteiro
geiras. sofrerá.
de
Depoimento 6
ral Americana esteve disposta em nable Finance. Xiao Geng, director do
empenhar-se em linhas de liquidez Instituto IFF, é professor da Univer-
com bancos centrais chave, a maior sidade de Hong Kong e membro do
parte deles aliados norte-america- Instituto Asia Global.
N
asci num ano hermafrodi- ratos, adoro a simplicidade organi- para baixo. Mas, bom, isso é outra
ta: 1966. zada da minha casa de três quartos, conversa. O que estou a dizer é
io
Como se pode ver facil- uma sala grande e uma copa. que gosto de me ver assim mesmo
mente, sessenta e seis tem Gosto de ter a certeza de que, mes- como sou. Estou a caminho dos
dois seis. É escusado dizer que o mo de olhos fechados, posso ir à 50 anos, aliás, estou mesmo quase
seis é um número hermafrodita: minha biblioteca, que não é grande a completá-los, e acontece que es-
tem aquele gancho terrivelmente coisa, mas tem 750 livros, e posso tou a fazer cinquenta num ano que
Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
ár
macho, mas também tem aquela ir, como estava a dizer, de olhos também termina em seis: 2016. Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
forma diáfana de uma divina fêmea. fechados buscar um livro de Saint O seis é um número hermafrodita, 479
Nasci em 1966, e seja lá por isso Exupéry, do Aldino Muianga ou, tem formas ásperas terríveis, agres-
ou por uma razão qualquer, eu porque é que não, do Marcelo Pan- sivas, de um macho, mas também
também sou hermafrodita. Estou
a alcançar os 50 anos de idade e
guana. Gosto de apalpar as paredes,
mesmo na escuridão, e ver que este
acomoda formas femininas, de uma
feminilidade diáfana, de entrega
A presença da ausência
A
Di
U
ma das responsabilidades dos intelectuais não é de se fe- de sociologia crítica ou trabalhos sistemáticos sobre funciona-
char nos escritórios ou de renunciar a todo o tipo de ac- mento de países capitalistas periféricos. É para mim surpreen-
ção. É responsabilidade ética (Fréderic Lordon, E. Bou- dente a ausência dessas perspectivas que, não sendo consensuais,
laga) dos intelectuais agirem politicamente sem serem abrem outras perspectivas de compreensão do problema.
políticos para repensar os problemas profundos da sua sociedade. Essa situaçãoão mostra, quanto a mim, o absenteísmo crítico da
o
Escrevo este texto tendo como pano de fundo uma ideia que grande parte daqueles que se dizem académicos, que estão tão
foi desenvolvida pelo filosofo holandês Baruch Spinoza que é neoliberalizados que não conseguem criticar o sistema econó-
Ideologias
desfazer-se dos pré-juízos e pensar livremente aquilo que parece mico e muito menos os quadros de leitura desse mesmo sistema.
evidente mesmo que isso não possa agradar a todos. Ou seja, tudo que dizem não só não põe em causa o sistema que
log
Moçambique hoje não só é uma tragédia, mas conhece igual- produz essas situações, mas também não questiona sistemati-
mente três problemas que considero primordiais, pois eles pro- camente a possibilidade do advento de uma nova possibilidade
H
á poucos dias, em entrevista à rádio DW, da Ale- duzem consequências dramáticas. O primeiro problema é o política. Isso não pode ser outra coisa que uma crise cultural no
manha, o líder da Renamo afirmou que nunca neoliberalismo que penetrou até aos «ossos» todos os extractos sentido de Bourdieu, crise da crítica no nosso país. Esta situação
sociais da nossa sociedade, com particular enfoque para todos os tem um efeito directo na capacidade crítica ou modificante do
aceitaria ser vice-presidente de Moçambique.
políticos e grande parte dos intelectuais nacionais. pensamento que sai desses académicos.
E eu creio que Afonso Dhlakama pode ter mil O segundo é a incompetência política dos partidos da oposição O pensamento que sai deles sendo acrítico na sua essência, ide-
boas razões para não querer sê-lo. Só que, na minha opi- em articular espaços potencialmente políticos. Terceiro, absen- ologicamente comprometido com o que se pretende criticar,
nião, deu como resposta uma razão completamente er- tismo dos intelectuais, excepto muito poucos. Esses três pro- improdutivo politicamente é incapaz de articular esta situação
rada. blemas conjugados produzem uma sociedade estruturalmente com uma nova proposta política, pelo menos como tentativa de
ció
Segundo ele, não aceitaria o cargo por ele não ser de es- incompetente, onde nem a crítica profunda nem a produção de ultrapassagem da violência no neoliberalismo e do capitalismo
um pensamento político alternativoo é possível, por isso podemos num país periférico como o é Moçambique. Efectivamente, essa
querda, ser do centro-direita.
dizer que uma das tragédias que Moçambique vivee hoje é a sua dívida que devia servir de momento de radicalizarmos a crítica
Ora, isso mostra um desacerto ideológico que não é fá- incapacidade de se pensar a ele mesmo, seja por via de intelectu- contra o modelo de desenvolvimento capitalista e a dominação
cil de aceitar no dirigente do maior partido da oposição ais ou de actores sociais e políticos. cultural ou política do neoliberalismo serviu apenas para pedir
nacional. Para tentar reflectir sobre essa questão usarei a situação em que esclarecimentos ou ainda a devolução dos fundos, exceptuando
Ao responder daquela forma, Dhlakama dá a entender nos encontramos, de endividamento letal, para mostrar que a poucos intelectuais que colocaram questões sérias.
que o governo do partido Frelimo é um governo de es- forma como estamos a pensar, agir ou orientar o debate sobre Será isso a questão essencial neste momento? Esclarecimentos
esse assunto não só não é essencialmente criador de novas ima- para mudar o quê? Na realidade, as exigências desses académicos
querda, no qual não quer ser integrado. Só que, há deze- ginações, mas também não permite compreendermos a essência são improdutivas se considerarmos que o intelectual/académico
so
nas de anos, o partido Frelimo, e os seus governos, dei- do nosso problema. deve levantar e propor reflexões para mudanças dentro de uma
xaram de ser de esquerda. Nem pouco mais ou menos. O debate público sobre a dívida pública está essencialmente sociedade. Em relação aos partidos da oposição tenho a dizer
Será que ainda alguém, hoje, é capaz de afirmar que o orientado para saber quais os mecanismos foram usados para que a sua incompetência política é muito grande.
partido governamental pertence à aliança operário-cam- endividamento ou ainda tende a frisar que se violou as leis diver- Não consegui compreender como é que os dois partidos na As-
ponesa? Onde vai já esse tempo? Alguém me indique sas do país ligadas ao assunto em epígrafe. Ademais, a estrutura sembleia da República não foram capazes de articular essa ques-
interna da tentativa de mobilização social que deveria ter lugar tão da dívida com um projecto político alternativo ao que o par-
um dirigente de nível médio ou alto que seja operário ou no 30 de Abril estava centrada em exigir esclarecimentos. tido no poder implementa. Tudo do que dizem mostra apenas
camponês. Um só que seja. Coloco as coisas de forma esquemática porque entendo que a que se encontram numa crise estrutural de produção um novo
Pelo contrário, é no partido Frelimo que se encontram forma como estamos a pensar essa dívida é igualmente esquemá- movimento político como espaço de reconfiguração radical do
todas as grandes fortunas do país. É lá que se cruzam os tica, salvo raras excepções. Olhando para esse debate público so- político (De Lagasnerie). Porque não usar esse movimento da
um
empresários, os industriais, os grandes comerciantes. bre a dívida não constatamos, senão raras excepções, como ocor- dívida para mostrar que o modelo capitalista de desenvolvimen-
reu na conferência sobre economia e governação, uma produção to nos termos da Frelimo é apenas produtor de oligarquias e que
Fogem de qualquer ideia de luta de classes como o diabo
intelectual essencialmente crítica que questiona aquilo que é o por isso a necessidade de propor um modelo alternativo de de-
da cruz e, pelo contrário, querem é ter os seus trabalha- problema de Moçambique. senvolvimento e de produção do político, onde a primeira coisa
dores calmos, nem que seja através da violência policial, Não consigo perceber como é que é possível abordar critica- a revolucionar é o lugar do Estado no processo desenvolvimen-
para aumentarem ainda mais os seus lucros. mente essa dívida sem criticar severamente o neoliberalismo e to nacional. Pouquíssimos deles ousa criticar o neoliberalismo
Se formos a ver bem nada separa, em termos ideológi- as consequências que o modelo capitalista de desenvolvimento e muitos menos o capitalismo. Que alternativa são eles ao que
cos, o partido Frelimo, a Renamo ou o MDM. Todos existentes em Moçambique. Não consigo perceber como é que eles consideram o seu inimigo? Essa incompetência de produção
se pode pretender criticar essa dívida usando termos, conceitos, de novos espaços políticos é apenas a demonstração da crise de
propõem a chamada economia de mercado (isto é, o ca-
quadros de análise totalmente neoliberais, infecundos para pro- produção de novas utopias políticas em Moçambique. Se todos
pitalismo). duzir um olhar alternativo desse processo. Não me foi complica- os extractos sociais estão sensibilizados em relação à essa dívida,
Há diferenças, depois, na maneira como cada um acha do ouvir alguns académicos dizerem que um dos perigos dessa nem os intelectuais nem os políticos estão a ser capazes de arti-
que se deve chegar a esse objectivo e geri-lo. dívida é a eliminação da classe média. cular essa energia popular com a tentativa de produzir um novo
de
Mas sobre o tipo de sociedade que cada um desses par- Mas de que classe média estava aquele académico a falar ? Não projecto político sobre aquilo que chamamos de Moçambique. A
tidos procura atingir se há alguma diferença ela escapa à está ele dominado por uma linguagem neoliberal e que incons- incompetência é generalizada, a necessidade de um pensamento
cientemente reproduz as instituições que ele pretende criticar? alternativo e mais crítico é imperativo! Vivemos numa socieda-
minha atenção. Como é possível pretender-se uma crítica da forma como as de, como diz o filósofo camaronês E. Boulaga, dominada por
Será que isso não pode ser base para o diálogo? elites políticas governamentais endividaram o país sem fazer ne- uma «ilusão deformante».
nhuma referência aos trabalhos de economia política marxista,
Dois modelos
ár
D
ois pais conversavam sobre como o esforço individual para não criar condições violenta ou reduzi-la ao meio de onde surgiu. fonte de poder, num país pobre, é o tra-
educar os filhos. Inventemos dois para os indesejáveis momentos de repreensão A obediência é um imperativo. A violência balho. Nesse acto há falhas e estas susci-
nomes. O Sr. Sexta-feira dos física. física e psicológica é o seu recurso mais se- tam crítica, o que é normal para melho-
Santos defendia o castigo corpo- Imaginemos estes dois pais a discutirem so- guro. O chefe deve ser endeusado. Aos que rarmos. A fonte de poder é não criarmos
ral como solução mais curta e imediata; bre política, provavelmente sobre os raptos pretenderem desendeusar ao “chefe e aos condições para que o espaço de crítica
solução que desincentiva a repetição do e aplicação da “lei da bala” aos analistas ou seus” poderá ser aplicado uma “repreensão de seja gerado pelo nosso mau desempenho,
Di
suposto erro. O outro, o Sr. Domingos mesmo sobre assassinatos cujos mandantes aviso” para o próprio indivíduo ou, em últi- obrigando a soluções que o Sr. Sexta-fei-
Castigo, defendia que, se os nossos filhos não têm rosto. Os dois professam a mesma ma instância, uma “repreensão mais pesada”, ra julga serem as melhores depois de ter
cometem algo repreensível é porque nós religião e idolatram o mesmo partido políti- eliminando-o fisicamente, servindo de aviso abraçado a pluralidade de democracia. À
próprios criamos condições para tal. Não co. Notaríamos que durante a discussão o Sr. aos que comungam pensamentos que des- violência como um recado deve sobrepor-
fomos suficientemente inteligentes no Sexta-feira teria tendência para a violência constroem dogmas. O pensamento do Sr. -se a entrega ao trabalho.
nosso apelo ao comportamento irrepre- e o Sr. Domingos para a ponderação, para a Sexta-feira é válido e muito comum nos paí- Cá entre nós: quantas vezes não ouvimos
ensível. procura das razões do problema. Ou seja, de- ses onde as estatísticas de educação, nutrição, este e aquele a dizer: “não bate na criança, só
Podemos até assumir que os dois pais te- fenderia que é importante, antes de se tomar direitos humanos, democracia, entre outros vai piorar a situação, ainda é pequena.” De
nham sido criados praticamente na estei- qualquer atitude, conhecer o problema para indicadores, são muito, aliás, são bastante facto, a nossa democracia ainda é pequena.
ra da repreensão verbal seguida da corres- se poder administrar a melhor a solução. preocupantes. Deve ser acarinhada. Deve ser a nossa flor
pondente violência física. Entretanto, um Nessa discussão o Sr. Sexta-feira dos Santos Por seu turno, o Sr. Domingos Castigo pensa que nunca murcha e que por isso é preciso re-
aplica aos seus filhos os métodos pelos está comprometido com a violência como como os que não apresentam estatísticas pre- gá-la sem violentá-la. Quando violentamos
quais passou. O outro pode ter percebido, fonte de poder. É assim que foi educado. O ocupantes. A fonte de poder não é o castigo a democracia é porque não estamos a perceber
durante o seu percurso de vida, que é pos- percurso até ao último nível académico ad- corporal ou a eliminação física de quem apre- a racionalidade do seu espírito. A mudança
sível educar os seus filhos fazendo todo quirido não conseguiu deseducar a sua parte senta ideias e ideais diferentes dos nossos. A de mentalidade é, de facto, um processo!
Savana 03-06-2016 21
SOCIEDADE
Em Moçambique
o
log
E
leito como a principal base interessadas no sector mormente, o AGRA identificou como razões da concentrar-se em quatro culturas. bem como na qualidade e quan-
de desenvolvimento do Governo, associações de campone- fraca produtividade agrícola os bai- Trata-se do milho, arroz, mandioca tidade de mistur
mistura de fertilizantes
país, o sector agrário tem ses, parceiros de cooperação na área xos rendimentos de muitas das suas e soja em 30 distritos nos corredo- para além de aumentar o acesso ao
passado por várias adversi- agrária e a sociedade civil, referiu principais culturas devido à baixa res de desenvolvimento de Nacala, financiamento das Pequenas e Mé-
dades tais como a dependência aos que é nesta senda que a AGRA, em adopção de variedades melhoradas, Beira e no Vale do Zambeze”, disse dias Empr
Empresas.
factores naturais, falta de financia- parceria com o Governo, busca a a disponibilidade e uso de misturas Mole. Sublinhar que a AGRA é uma
mento, o que impede a mecaniza- forma de transformar o sector num de fertilizantes adequadas, elevadas Assim, na base do referido projecto, organização de cariz humanitário
ção e industrialização da área, para verdadeiro polo de desenvolvimen- perdas pós-colheita resultando em a AGRA vai fortalecer as ligações fundada nos Estados Unidos da
além de outros tipos de incentivos. to económico. rendimentos reduzidos para peque- de mercado de valores, melhorar a América em 2006 numa parceria
ció
Para tal, o projecto levado a cabo nos agricultores para além de de- qualidade na produção de sementes entre as fundações Rockefeller e
Preocupado com a situação, várias pela AGRA irá procurar promover senvolvimento limitado do sector e provisão de serviços ao agricultor Bill Gates. (RS)
esferas da sociedade moçambicana o aumento de produção agrícola privado.
estão a buscar soluções com vista a através do melhoramento dos solos No entender da AGRA, a falha da
alterar este negro cenário. bem como das sementes. cadeia de produção faz com que
Vai investir também no fortaleci- Moçambique continue a exportar Necrologia R Necrologia R Necrologia R Necrologia R Necrologia
Uma delas é a Aliança para uma
Revolução Verde em África mento das infra-estruturas e servi- produtos que, em condições nor-
(AGRA) que tenciona investir, nos ços para a melhoria do acesso aos mais, seria um dos maiores expor-
próximos cinco anos, cerca de 40 mercados. tadores. Alvarito de Carvalho
so
milhões de dólares americanos para Sublinha que apesar de Moçambi- Mole ressalvou que nos próximos
a revitalização do sector agrário. que possuir um potencial agri-eco- cinco anos, a AGRA vai trabalhar A Redacção do semanário SAVANA
Paulo Mole, representante da orga- lógico invejável, a produtividade com o Governo e outros parceiros, lamenta o falecimento do seu colega
nização em Moçambique, reconhe- agrícola está muito abaixo da sua para catalisar uma transformação WULQ-
GH SURÀVVmR H FRPSDQKHLUR GH WULQ
ceu que, apesar desde sector servir capacidade e isso afecta significa- agrícola orientada pelo mercado MRUQD-
FKHLUD $OYDULWR GH &DUYDOKR MRUQD
tivamente a economia, a segurança em Moçambique, que terá uma OLVWDGRMRUQDO ZambezeRFRUULGRQHV-
como fonte de subsistência para
alimentar e nutrição. impacto sobre 1,5 milhões de pe- WD VHJXQGDIHLUD YtWLPD GH GRHQoD
cerca de 80% da população mo-
Para desenvolver o seu projecto, a quenos agricultores e vai contribuir FXMDV H[pTXLDV I~QHEUHV GHFRUUHUDP
çambicana, a agricultura continua
AGRA elegeu três culturas de ren- para os objectivos nacionais de se- 7H
HVWD TXDUWDIHLUD QR FHPLWpULR GD 7H-
um sector crítico para a economia
[ORPQR0XQLFtSLRGD0DWROD1HVWH
um
de Moçambique, representando dimento nomeadamente o milho, gurança alimentar e o crescimento
PRPHQWR GH GRU H FRQVWHUQDomR RV
cerca de 32% do Produto Interno mandioca e soja por ser produtos económico inclusivo.
MRUQDOLVWDV GR SAVANA apresentam
Bruto e cerca de 6% das exporta- importantíssimos na melhoria nu- “Após uma ampla consulta com
j IDPtOLD HQOXWDGD H DRV FROHJDV GR
ções. tricional, mas que a sua produção o Governo, a AGRA junto com
Mole, que falava à margem do en- está muito abaixo do real potencial. várias partes interessadas e pacei-
Zambeze as mais sentidas condolên-
FLDV
contro de consulta entre as partes Nas consultas e estudos feitos, a ros de desenvolvimento resolveu
de
io
ár
Di
22 Savana 03-06-2016
DESPORTO
Desportivo do Niassa averba falta de comparência e dá cara a um problema crónico do nosso campeonato
o
log
'HIHQGH$QDQLDV&RXDQHSDUDTXHPD/0)QmRWHPFRPSHWrQFLDSDUDDIHULUDFDSDFLGDGHÀQDQFHLUDGHFDGDÀOLDGR
UDDIHULUDFDSDFLGDGHÀQDQFHLUDGHFDGDÀOLDGR
Por Abílio Maolela
porque “nenhum clube quer estar
T
rês anos depois de assistir- inquieta o país futebolístico, pois, o
-se à falta de comparência pagamento de salários é considera- fora da prova”.
do Vilankulo FC (2013), do o maior fardo do clubes, dentre Aliás, o alargamento dos clubes de
por reclamar longas via- as várias despesas. 14 para 16, neste ano, é apontado
gens terrestres, o Moçambola Contactado pela SAVANA para como um dos factores que ditaram
este cenário. Couane nega e consi-
ció
presenciou, semana finda, uma abordar esta situação, o Presidente
nova vergonha. Com três meses na da LMF, Ananias Couane, consi- dera que aceitaria se tivesse aconte-
primeira divisão, depois de procla- derou ser preocupante o que se vive cido com as equipas repescadas.
mado, na Secretaria, vencedor da nos clubes, mas afirma que a insti- “Se fosse Desportivo de Nacala ou
poule zonal norte, o Desportivo tuição que dirige não tem compe- 1º de Maio a averbarem falta de
tência para interferir na gestão dos comparência diríamos que repesca-
do Niassa averbou a sua primeira
clubes. mos dois clubes e não analisamos
falta de comparência, deixando nu
Para o gestor da prova raínha, a as questões financeiras e estruturais
e dando cara a um problema estru-
crise financeira do Desportivo do e de organização. Mas, Desportivo
tural e financeiro do nosso campe-
Niassa, que culminou com a falta chegou ao Moçambola por ter ga-
so
onato. “O Licenciamento dos Clubes vai ajudar-nos, pois, o clube que não reúne os requi-
de comparência, deveu-se a proble- sitos não entrará no Moçambola”, Ananias Couane
nho a poule zonal norte e não pelo
mas estruturais, devido à ausência aumento de clubes”, explica.
Os jogadores do representante da Outra solução, segundo Couane,
de uma direcção. nanceiras para estar no Moçambo- pr
po próprio c
e suas características.
província do Niassa não se fizeram seria a recolha do dinheiro dos
“A situação do Desportivo do la. Mas, pensamos que o Licencia- O critério legal refere-se à existên-
presente ao Estádio 1º de Maio, patrocinadores para uma posterior
Niassa agravou-se com a falta de mento dos Clubes vai ajudar-nos, cia de certidão de equitação actu-
para o jogo da 10ª jornada frente ao destruição pelos clubes para fazer a
direcção. Desde que foi proclama- pois, o clube que não reúne os re- alizada, estatutos, situação contra-
Ferroviário de Maputo, reclamando do vencedor da zona norte nunca sua gestão.
falta de condições de trabalho, des- quisitos não entrará no Moçambo- tual dos funcionários regularizada,
esteve claro quem ia dirigir o clube. “Um dos modelos que pretendemos
de transporte, alimentação e paga- la”. etc.
Sempre mostrou não estar prepara- implementar é de recolher dinheiro
Para o licenciamento, cinco requi- Entretanto, desde que o processo
um
mento de salários, algo que afecta a do para a alta competição. Quando dos patrocinadores e fazer uma dis-
maior parte do clubes. sitos são exigidos pela CAF, onde foi introduzido no país, em 2008, tribuição pelos clubes para fazerem
iniciamos os contactos existia uma
Retirando os Ferroviários, a Liga direcção, mas no decorrer do cam- destacam-se os critérios desportivo, nenhum clube foi licenciado e ape- a sua gestão (alojamento, transpor-
Desportiva de Maputo, a ENH de peonato alterou-se e não fomos co- legal e das infra-estruturas. nas os Ferroviários de Maputo e da te, alimentação e salários), ficando
Vilankulo e União Desportiva do municados”, comenta. O critério desportivo corresponde Beira e a Liga Desportiva de Ma- para LMF fazer o acompanhamen-
Songo, o campeonato nacional é Para Ananias Couane, a solução à estrutura do clube no que tange puto estão próximos de conseguir to. O dinheiro seria distribuído,
feito por clubes deficitários, onde o paraa os problemas que se verificam aos escalões por ele movimentado; o feito. mensalmente, mediante a prestação
atraso salarial superior a dois meses na prova está no licenciamento dos o seu corpo técnico; de saúde; en- Confrontado com esta questão, de contas e caso não cumprissem, a
não é novidade. clubes, que determinará qual o clu- tre outros. Segue-se o critério das Couane reconheceu que se o prazo LMF retira o valor e paga salários
Com a prova a ser custeada, na be que deve estar na primeira di- Infra-estruturas, correspondente à fosse hoje “não teríamos 16 equipas aos atletas”, avança, acrescentando
maior parte, pela Liga Moçambi- visão. existência ou não de uma sede pró- no Moçambola”, mas acredita que que é um modelo que necessita de
cana de Futebol (LMF), a situação “Ainda não pedimos garantias fi- pria do referido clube, de um cam- até Outubro o cenário será outro, uma robustez financeira.
de
S
e ainda restavam dúvidas Para já, os candidatos vão afinando de Maputo; aumentar o número de
em relação à possibilida- a máquina, cada qual procurando provas.
de de fusão das candida- esgrimir os seus argumentos na Na componente formação, o candi-
turas de Nicolau Manjate tentativa de ganhar o potencial dato da lista “A” pretende uniformi-
ár
e Carlos de Sousa (Dr. Cazé) em eleitorado, embora com aparen- zar os métodos de formação no seio
uma únicaa lista, a assembleia-geral te vantagem de Nicolau Manjate, dos clubes, bem como organizar
extraordinária da semana passada pelo trabalho que vem realizan- cursos regulares de formação para
demonstrou
rou que os dois candida- do na modalidade. Mas Carlos de monitores, treinadores, árbitros, di-
tos querem arriscar, cada um à sua Sousa, ainda que de forma discreta, rigentes, numa primeira fase, a ní-
maneira, o que faz prever eleições está também a procurar namorar o vel interno e, posteriormente, fora
do país, através de bolsas.
Di
do próximo dia 9 deste mês bas- seu eleitorado. Vai visitando alguns
tante renhidas até porque é ponto clubes que praticam a modalidade, “O meu sonho era terminar o pró-
assente que os núcleos provinciais vai interagindo com os fazedores ximo ciclo do mandato com uma
Nicolau Manjate Dr. Cazé
obra visível relativamente à cons-
de Nampula e Quelimane e a As- tecendo decorriam a bom ritmo e eleições à presidência da Liga do hóquei para deles perceber o que
trução de um campo ou pavilhão
sociação de Patinagem da Cidade que fazia antever um rápido enten- Moçambicana de Futebol, devia acham da sua candidatura e os pon-
de raiz, com parquet, pertença da
de Maputo terão direito de voto, dimento na família da modalidade concentrar-se em outras tarefas não tos que deve privilegiar caso venha FMP. Gostaria, também, de dei-
contra os procedimentos anterio- tida como muito pequena. executivas, tendo em conta o seu a ser eleito. xar como herança para os futuros
res que legitimavam tal exercício A par disto, muita pressão foi sendo historial como médico das selec- Em termos de manifesto, Carlos presidentes da FMP uma sede do
exclusivamente aos membros fun- feita por algumas individualidades ções nacionais. de Sousa vai dar mais ênfase à for- organismo, construída de raiz.
dadores. ligadas à patinagem no sentido de Mas os que pensavam que com mação, enquanto Nicolau Manjate Já no que tange à componente ma-
Carlos de Sousa abdicar de concor- essas palavras iriam desanimá-lo promete encorajar os clubes, Aca- terial desportivo, Nicolau Manjate
Não se sabe ao certo o que terá di- rer ao cargo com o argumento de enganaram-se redondamente, pois, démica, Desportivo, Estrela Ver- e seu elenco entendem que a falta
tado a que os dois candidatos não que este, quando era vice-ministro ainda que de forma sorrateira, ele melha e Ferroviário, a consolidarem de equipamentos para a prática
tenham aceite unir-se numa única da Juventude e Desportos, pouco não se deixou incomodar e, desa- a prática da modalidade a nível da da modalidade e de acessórios é o
lista , pois em alguns círculos che- fez em prol da modalidade. fiando os seus detractores, decidiu alta competição, o que passará por principal nó de estrangulamento
gou-se a avançar que as conversa- Outras vozes entendem que de- concorrer à presidência da Federa- aumentar o número de jogos de se- dos clubes, daí que tenham dese-
ções e os contactos que iam acon- pois de te ter saído derrotado nas ção Moçambicana de Patinagem. niores masculinos a nível da cidade nhado algumas saídas.
Savana 03-06-2016 23
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24 Savana 03-06-2016
CULTURA
T Estação da Sombra
eve lugar no dia 27 de Maio, na cida- disco é uma homenagem para os artistas que
o
de de Maputo, o lançamento do Ál- trabalham para desenvolver a música de raiz
bum “Raízes”, do conceituado mú- nacional. Este é o ritmo que tenho trabalha-
sico moçambicano Wazimbo, cuja do e desenvolvido na companhias de exímios
E
última obra a solo intitulada “Makwêro” foi artistas amantes deste género musical”, enal- stamos ainda na estação das sombras e não se pode dizer que a culpa seja de Platão
log
e da sua famosa alegoria da caverna.
lançada há 18 anos. tece o artista.
A culpa – se é que isso é assim na longa duração da história – também não é
A sua carreira internacional iniciou-se na
da camaronesa Léonora Miano, autora de Estação da Sombra, uma obra extra-
No evento, Wazimbo fez a apresentação década de 70, quando em 1972 o músico
ordinária, do melhor que se publicou em língua portuguesa em 2015, servido por uma
do seu novo produto, que tem o BCI como ganhou um contrato internacional para ru-
tradução à altura, da responsabilidade de Miguel Serras Pereira. O livro ganhou o prémio
patrocinador oficial, e Emídio Semedo da mar a Angola. Neste país fez parte da banda Fémina de 2013
Nambu Produções como produtor executivo. “Dinossauros” e regressou a Moçambique, Leiam o excerto a seguir como um aviso para a nossa contemporaneidade: “ A des-razão
“Tive que namorar os patrocinadores duran- dois anos mais tarde. Integrou nessa altu- apoderara-se do mundo, mas alguns recusaram-se a habitar as trevas. Vós sois os descen-
te quatro anos para gravar este trabalho. As ra a Associação Moçambicana dos Músicos dentes dos que disseram não à sombra. A sombra esta por cima do mundo. A sombra im-
relações entre os artistas e empresários, tendo (AMMO), juntando-se a uma das bandas pele as comunidades a enfrentarem-se, a fugirem da sua terra natal. Quando tiver passado
ció
em conta a situação económica do país”, ex- mais importante do país, o Grupo RM. o tempo, quem guardará a memória de todas estas dilacerações? As gerações por nascer
plica wazimbo. Neste grupo ladeou, na qualidade de voca- saberão que foi necessário fugir para escapar às aves de rapina”.
O CD “Raízes” é composto por 12 faixas e lista principal, com artistas como Sox, Zeca A obra de Léonora Miano é, sob a forma de um poderoso poema em prosa, uma elegia a
contou com a participação de amigos do mú- Tcheco, Alexandre e Milagre Langa e outros. todas as vítimas de um dos maiores crimes da história, o comércio esclavagista da África
sico, nomeadamente HortêncioLanga, Ótis, “É uma forma de homenagear estes artistas para as Américas. A dedicatória/epígrafe é cocomovente: “Aos residentes da sombra, que o
Tony Paco, Leman Pinto entre outros. “São que fazem e fizeram pela nossa cultura. É um sudário atlântico envolve. Àqueles que os amavam.”
temas conhecidos e outros inéditos. Trabalhei momento triste porque perdemos um grande E são esses nomes que Léonora Miano vai resgatar do limbo do esquecimento com uma
com vários artistas amigos. O ritmo que trago artista, homem de família. Refiro ao baterista trama narrativa que é a metaforização do real. Na terra dos mulungos deflagra um pressa-
é o habitual. Por isso que o título do disco en- Zeca Tcheco”, lamenta. giante e misterioso incêndio, o primeiro sinal da mudança dos tempos. São capturados os
so
fatiza esta questão de preservação dos ritmos Na década 80, juntou-se à “Orquestra Mar- primeiros homens que os habitantes do litoral reclamam para o comércio a iniciar-se com
nacionais”, enaltece o artista. rabenta Star de Moçambique”, agrupamento os traficantes europeus. Nas terras, até então pacíficas, ficam as mulheres e as crianças. E
Figura incontornável das artes e cultura de com o qual gravou os discos “Independence” serão elas, sobretudo as mulheres, as protagonistas da agónica luta de resistência que são
Moçambique, Humberto Carlos Benfica, e “Marrabenta”, pela editora alemã Piranha. obrigadas a travar. Sob a aura de uma África pré-colonial, cujos valores de um humanismo
mais conhecido por Wazimbo, nasceu no “Foram momentos áureos do nosso grupo. visceral impregnam o combate doravante a desenrolar-se, sem resvalar para nenhum edíli-
fim da década de 40, no bairro da Mafalala, Éramos muitos artistas juntos. Quando re- co paraíso perdido que a intervenção brutal das primeiras incursões coloniais tivesse cons-
na então cidade de Lourenço Marques, hoje cordo os tempos passados do grupo, quase purcado, Léonora Miano tem a mestria e o sopro poético de nos apresentar uma narrativa
Maputo, onde reside e produziu um vasto re- que caiem lágrimas. São coisas da vida”, fi- da força e da fragilidade do humano em situação, das suas cosmogonias fundacionais,
pertório musical que atravessa gerações. “O naliza. A.S dos seus mitos, das adequações e interpretações que as abissais acontecências obrigam. O
um
sublime emerge na sua condição única, a da inevitabilidade dessa situação-limite de onde
emergem as gramáticas que lhe resistem, preservando o múnus essencial.
Trata-se também de um requisitório sobre um tempo histórico que a historiografia euro-
peia não revisita amiúde, muito menos para se pensar a si própria.
Através do romance, a jovem autora resgata o que, com outra estratégia, Aimée Césaire
deixou como legado e forma definitiva, na sua violentíssima e certeira Carta sobre o Co-
lonialismo.
Léonora Miano convida-nos a frequentar os lugares infectos que a historiografia europeia
e africana ou esquece, o recalcado europeu, ou idealiza e arvora em cliché do início da
“grande noite” – essa que Achille Mbembe escalpeliza -, para nos devolver o trágico canto
do humano, desse outro e o mesmo Prometeu Acorrentado, o negro, assim designado pelo
esclavagista e depois colonialista.
de
Mas a Estação ainda é de Sombra. Em Crítica da Razão Negra, Achille Mbembe alerta-
-nos “pela primeira vez na história humana, o nome Negro deixa de remeter unicamente
para a condição atribuída aos genes de origem africana durante o primeiro capitalismo
(predações de toda a espécie, desapossamento de autodeterminação e, sobretudo, de duas
matrizes do possível, que são o futuro e o tempo). E acrescenta o autor de África Insub-
missa: “ A este novo carácter descartável e solúvel, à sua institucionalização, enquanto pa-
drão de vida e à sua generalização ao mundo inteiro, chamamos o devir-negro do mundo”.
Nele estamos, entre dívidas, oscilações bolsistas, usura, cartilha neo-liberal e guerras por
encomenda. Com a democracia em Estado de Excepção.
elação entre os artistas e patrocinadores é bastante distante actualmente, lamenta Wazimbo
A relação
io
O
fotógrafo moçambicano Mário Ma- exper
pessoas para gerar experiências transformado- Macilau acrescenta: “quando desenhei o pro- transformação global de padrões sociais de
cilau acaba de ganhar uma bolsa ras no mundo da arte e da cultura brasileiras. jecto levei diversas notas em consideração des- representação, interpretação e comunicação,
para a criação de uma oficina de for- A entidade brasileira diz que é uma grande de as nossas origens, diferenças e similaridades integrando maneiras que podem mudar senso
mação denominada Cultura, simi- satisfação apoiar e receber as oficinas de for- tendo em conta que a cultura é o conjunto de de auto conforto ou da sensibilidade em expor
laridades e diferenças. Trata-se de um apoio mação criadas pelo jovem fotógrafo Mário crenças, comportamentos, linguagens e de toda a nossa vida, imagem, identidade ou segredo
da Itaú Cultural, uma instituição privada que Macilau que, para além da fotografia, vai de- a forma de vida de um determinado tempo ou a todo o mundo. “Esta ideia surge como um
Di
pertence ao banco brasileiro Itaú voltada para senvolver o potencial criativo dos participan- grupo de pessoas localizado num determina- ponto de partida teórico à prática como uma
a pesquisa e produção de conteúdo e para o tes com o recurso da expressão livre no fazer do espaço geográfico dentro do nosso amplo possibilidade de aprender, mas também como
mapeamento, incentivo e difusão de manifes- artístico e na exploração de diversos materiais universo”. um meio de reflexão colectiva sobre o passado
tações artístico-intelectuais. existentes ou respeitando as possibilidades que Mário Macilau pretende criar uma oficina ao corrente presente. Desde há muitos anos, a
todos os participantes têm. A oficina vai juntar intensiva contando com a participação de 20 nossa história foi adulterada, a nossa cultura
A escolha do projecto de Mário Macilau teve mais de 20 participantes e contempla uma pla- participantes. Estas oficinas propõem a escul- foi omissa e até hoje a nossa cultura, história é
em conta o bom desempenho, experiência e taforma de interacção. tura de um imaginário colectivo que se afasta contada por quem vem de fora”, recorda Mário
visão demonstradas durante as intervenções Para Mário Macilau, “esta é uma oportunidade da possibilidade de criar qualquer peça de arte Macilau.
do fotógrafo moçambicano em recentes acti- excelente não simplesmente pelo apoio finan- à longa distância e se isolando da sua subjecti- O jovem fotógrafo acredita: “esta oficina não
vidades na faculdade de artes visuais da FAAP ceiro, mas sim pelo apoio moral e pela quebra vidade. “Trata-se de um processo experimental será um fim, mas sim uma oportunidade de re-
- Fundação Armando Alvares Penteado, onde da fronteira entre Moçambique e Brasil, se em que o ponto de partida para criar tais peças verter o espelho para nós mesmos, para vermos
actualmente se encontra em residência artísti- calhar essa oportunidade vai também motivar parte antes das nossas próprias histórias, nos- a nossa própria imagem no reflexo e contribuir
ca. instituições similares em Moçambique a levar sos hábitos, nossas acções válidas segundo os para a criação do novo caminho para o futuro
Há 27 anos que Itáu Cultural promove e divul- artistas visuais com mais seriedade uma vez parâmetros culturais com os quais nos identifi- através de manifestações artísticas e culturais
ga a produção artística brasileira dentro e fora que no nosso país as instituições privadas sim- camos”, realça a fonte. como um meio válido de expressão activa”, fi-
do país, tendo como visão inspirar e ser inspi- plesmente apoiam ou consideram unicamente A oficina Cultura, similaridades e diferenças naliza.
rado pela sensibilidade e pela criatividade das a música como arte”. pretende criar estratégias de envolvimento em A.S
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1169 DE JUNHO DE 2016
go
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2 Savana 03-06-2016 Savana 03-06-2016 3
SUPLEMENTO
Savana 03-06-2016 27
OPINIÃO
o
log
Por mérito
N
esta sociedade em que por um simples vacilo somos derrubados
pelo adversário, ou pelos inimigos, por não concordar com algumas
opiniões, é preciso que sejamos firmes para enfrentar esses desafios.
Então, quando ouvimos sobre uma empresa como a mediaCoop,
ció
jornal SAVANA, particularmente, percebemos que é um jornal
forte neste mercado, tendo em conta a situação que vivemos.
Não é fácil sobreviver numa sociedade em que muitas vezes somos vistos como
os do contra. Entre outras situações, não partilhamos de algumas e muitas
ideias. E por aí em diante. Quando somos dignificados pelo papel aliado ao
desempenho que o Jornal SAVANA teve em estimular o desenvolvimento
económico de Moçambique, pela Pmr África, sentimos o valor do mérito.
so
Não é por acaso que o representante da organização que atribuiu os prémios
disparou um olhar de reconhecimento para os Editores do jornal SAVANA,
Fernando Gonçalves e Francisco Carmona, depois de entregar a distinção, o
segundo Diamond Arrow consecutivo. Podemos dizer que é um grande olhar
de afeição. Para o ano queremos estar lá de novo.
Nessa senda de premiados também fomos acarinhados por uma visita bem
agradável. A passagem do nosso colega Fernando Manuel. Esteve numa ani-
de
Ilec Vilanculo
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF+VOIPEFt"/099***t/o 1169
se
Diz-
IMAGEM DA SEMANA Foto: Naíta Ussene
Diz-
s e. . .
t)ÈVNEJUBEPQPQVMBSRVFEJ[RVFRVFNTFNFJBWFOUPDPMIFUFN-
EJUBEPQPQVMBSRVFEJ[RVFRVFNTFNFJBWFOUPDPMIFUFN
pestade! Vem isto a propósito do embaraço porque o visionário
terá passado, há dias, à entrada da última morada da sua mãe,
para onde se tinha dirigido para uma visita que não se concre-
o
UJ[PV1PSMÈ
PTNFOJOPTRVFOÍPTFJNQPSUBNQFMBTQSFTVOÎÜFT
de inocências gritaram bem alto amuyiveeee, a forma changana
de denunciar o larápio. Mas como se tratava de quem se tratava,
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VNDPOUJOHFOUFTFGF[BPMPDBMQBSBFEVDBSB
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NBMEJUBSBQB[JBEBTFNSFTQFJUPFFEVDBÎÍP
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UJÎB
13. F BMHVOT ØSHÍPT EF DPNVOJDBÎÍP TPDJBM QBHPT QFMPT
impostos dos contribuintes, estão a investir todas as suas energias
para inocentar o Governo dos cadáveres de Macossa e Gorongo-
TB/FTTBMVUB
PKPWFNQSPHFOJUPSEPTGBNJHFSBEPT(UFWFEF
QPOUBQFBSBTMJÎÜFTRVFBQSFOEFVFN%JSFJUPQBSBGB[FSWBMFSB
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ció
t/BTFNBOBQBTTBEB
P5SJCVOBM+VEJDJBMEF*OIBNCBOFDPOEFOPV
três comparsas acusados de abuso de fundos públicos lá para as
CBOEBTEPNVOJDÓQJPEBUFSSBEF#PB(FOUF"KVTUJÎBEJ[RVF
os sujeitos apoderaram-se duns cem mil meticais, mas o povo
continua preocupado em saber quando é que os homens que ne-
HPDJBSBNBTEÓWJEBTPDVMUBTRVFFTUÍPBEFJYBSPQBÓTËCFJSBE
HPDJBSBNBTEÓWJEBTPDVMUBTRVFFTUÍPBEFJYBSPQBÓTËCFJSBEP
Moçambique à Beira do abismo c
colapso vão seguir o mesmo caminho.
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– jornal City Press, da RSA
so
MJHBEPTBPVTPBCVTJWPEPTGVOEPT
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BTNÈTMÓOHVBTQFS-
guntam para quando o desfecho do caso do edil de outro lado da
margem da terra de Boa Gente e o seu vereador-mor.
A
lém da geografia e da etno- SFMBDJPOBEPTDPNBEÓWJEBQÞCMJDB USVUVSBTBDFOEFVVNBMV[EFFTQFSBOÎB
linguística, que aproximam 1PS PVUSP MBEP
B JOnBÎÍP BDVNVMBEB Contudo, nas últimas semanas foram t%FQPJTEFVNEJTDVSTPQSPNJTTPSTPCSFBSFDPODJMJBÎÍPFJODMVTÍ
t%FQPJTEFVNEJTDVSTPQSPNJTTPSTPCSFBSFDPODJMJBÎÍPFJODMVTÍP
os dois países, Moçambi- atingiu 17% no mês passado contra EFTDPCFSUBT BWVMUBEBT EÓWJEBT FTDPOEJ-
FTDPOEJ
na sua tomada de posse, o mel parece ter se esquecido de que
que significa 10% das trocas a taxa média de 3,6% em 2015, refere EBT DPOUSBÓEBT QFMP BOUFSJPS (PWFSOP
comerciais da África do Sul com o ainda o jornal sul-africano. entree 2013 e 2014, alegadamente para P NFTNP FTUÈ FTDSJUP F HSBWBEP 0T TFVT EJTDVSTPT EPT ÞMUJNPT
continente africano e 2% do comércio 0 .FUJDBM TPGSFV VNB RVFEB EF BBUJWJEBEFEB&."56.FQSPUFDÎÍP dias dão a entender que a tirania que marcou a governação do
internacional sul-africano com o resto face ao dólar no ano passado e 10% em costeira. cachimbo continua em frente com o vermelho mais brilhante que
um
do mundo, de acordo com dados do relação ao rand. as cinco cores da bandeira nacional.
Serviço de Receitas da África do Sul, o 0GFOØNFOPDMJNBUÏSJDP&M/J×PQSP- “Navios à deriva”
equivalente sul-africano da Autoridade vocou uma seca devastadora no sul e Citando um perito militar, o City Press t"SFBMJEBEFEBDSJTFFDPOØNJDBFmOBODFJSBRVFBCBMBPQBÓTQBSFDF
Tributária em Moçambique. centro de Moçambique e 90% de cul- EJ[RVFBGPSÎBOBWBMNPÎBNCJDBOBOÍP que está a mostrar mais do que nunca que as obras do visionário
turas foram perdidas e milhares de ca- UFN DBQBDJEBEF TVmDJFOUF QBSB VTBS P F DMBSJWJEFOUF mMIP EB OBÎÍP OBEB UJOIBN B WFS DPN P EFTFO-
Em Moçambique, o capital sul-africa- beças de gado morreram. equipamento que terá sido suposta-
WPMWJNFOUPEPQBÓT0HPWFSOPEFDJEJVDPODFTTJPOBSBQSJWBEPT
no tem uma presença de peso. Colossos Para gerar uma verdadeira tempestade mente adquirido por parte do dinheiro
da economia sul-africana como Sasol, perfeita e uma situação pior, a violência EBTDIBNBEBTEÓWJEBTFTDPOEJEBT B HFTUÍP EP BFSPQPSUP EF /BDBMB
VN QSPKFDUP RVF EFTEF B TVB
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4BTPMF"GSJDBO3BJO- FOUSFPCSBÎPBSNBEPEB3FOBNPFBT 0KPSOBMEFTDSFWFRVFP(PWFSOPNP-
0KPSOBMEFTDSFWFRVFP(PWFSOPNP BQSFTFOUBÎÍPQÞCMJDBGPJDMBTTJmDBEPDPNPFMFGBOUFCSBODP
bow Minerals contam interesses de Forças de Defesa e Segurança moçam- ÎBNCJDBOP NFOUJV BP '.* TPCSF VNB
peso na “Pérola do Índico”. bicanas têm-se agravado nos últimos EÓWJEBEFQFMPNFOPT64%
NJMNJ-
EÓWJEBEFQFMPNFOPT64%
NJMNJ t 2VJO[FEJBTEFQPJTEBWJTJUBBPHJHBOUFBTJÈUJDP
P13 EFDJEJV
Por isso e muito mais, Moçambique in- meses. lhões e antes do conhecimento deste SFGSFTDBS B EJQMPNBDJB DPMPDBOEP P BDUVBM 1$" EB &OUSFQPTUP
teressa à África do Sul e o que se passa i6NBHVFSSBDJWJMJOWJTÓWFMFTUÈEFGBD-
i6NBHVFSSBDJWJMJOWJTÓWFMFTUÈEFGBD- escândalo aquele organismo internacio- naquele cargo. Há quem diga que há um G40 mor que viu as suas
de
mesmo mais rapidamente que o rand”, de Estudo de Segurança da África do i0UJQPEFBQPJPRVFGPJDBODFMBEPBKV- JNQPOFOUFDPOEPNÓOJPEP;JNQFUP
USBOTGPSNPVTFFNEFQØTJ-
refere a matéria do City Press. 4VM
P $JUZ 1SFTT SFGFSF RVF P DPOnJUP da Moçambique a equilibrar o seu orça- UPEFMJYPQPSTJQSPEV[JEP5PEPPKPWFNRVFKVSPVmEFMJEBEFBP
Citando dados do Banco Mundial, ainda não atingiu uma dimensão nacio- mento e a decisão vai levar o Governo a
MBSOÍPTBCFTFDPNFNPSBBTCPEBTEFQSBUB
OPBMUBSEBT0CSBT
a matéria, assinada por Gerrit van nal que ponha em causa a estabilidade proceder a cortes”, refere o economista
3PPZFO
EJ[RVFBFDPOPNJBNPÎBNCJ- SFBMJEB
QPMÓUJDB EP QBÓT
NBT USBEV[ B SFBMJEB- sul-africano Hanns Spangenberg, cita- 1ÞCMJDBTF)BCJUBÎÍP0UJUVMBSEBQBTUBQFEFSFTQPOTBCJMJ[BÎÍP
cana vai cair este ano para 5,8%, depois EFEFRVFBQB[FN.PÎBNCJRVFÏVN EPOBOPUÓDJBEP$JUZ1SFTT mas ninguém lhe disse que a cidadela não foi concebida para a
ár
de ter crescido a uma média de 7% en- QSPDFTTPMPOHPFBDPOWJWÐODJBQBDÓmDB Spangenberg observa, porém, que os vida inteira, como as casas do bairro militar.
tre 2001 e 2014. ainda não está totalmente garantida. fundos de emergência para a crise hu-
0 KPSOBM MFNCSB RVF FN
.P- .P NBOJUÈSJB RVF P QBÓT WJWF OÍP GPSBN
O inferno da dívida ÎBNCJRVF FSB P QBÓT NBJT QPCSF retirados.
Em voz baixa
0T BOBMJTUBT
DPOTJEFSB P $JUZ 1SFTT
EPNVOEPEFVNÓOEJDFEFQBÓTFT Em Março, prossegue o texto, antes t&TUÈJNJOFOUFNBJTVNBNFYJEBHPWFSOBNFOUBM6NEPTRVFQP-
FTUÍP
DPOUVEP
QSFPDVQBEPTDPNBEÓ-
FTUÍP
DPOUVEP
QSFPDVQBEPTDPNBEÓ BOBMJTBEPT FN GVOÎÍP EP TFV 1*# QFS EB EFTDPCFSUB EBT EÓWJEBT PDVMUBT
B derá ver a sua pretensão satisfeita (consta que escreveu uma carta
vida pública, que vai ultrapassar 100% capita, de acordo com dados do Banco agência de notação Standard & Poors nesse sentido) é o ministro que teve de suar para dar explicações
Di
0DSXWRGH-XQKRGH$12;;,,,1o 1169
o
HCB com resultados positivos
log
ció
so
um
de
A
Hidroeléctrica de 2015, a produção de energia
Cahora Bassa (HCB)
encerrou o exercício
das suas actividades
de 2015 com um resultado
atingiu o máximo registado
na história da empresa desde
a sua criação, situando-se em
16.978 GWh, representando
Ímpar cresce 14,6%
O
líquido positivo de 4.154,7 receita total da cessada foi influenciada pelo Rating “AA-“, a mais alta
um acréscimo de 6,8% em re-
Seguradora In- lançamento de novos produtos, atribuída a uma segurado-
Milhões de Meticais. Este lação ao verificado em 2014.
ternacional de nomeadamente, Mais Auto e ra em Moçambique, pela
resultado representa uma evo- O presente cenário permi-
io
com o Balanço e a Demons- USD 800 milhões, contraídos face ao período homólogo presenta um crescimento de Social, em 2015, reforçou
tração de Resultados respei- para a reversão da maioria ac- de 2014, que foi de 464 2,8% face aos 1.753,0 milhões o seu compromisso com a
tantes ao exercício em refe- cionista de empreendimento milhões de meticais. de Meticais realizados no mes- sociedade moçambicana,
rência, aprovados na sessão da para o Estado moçambicano, mo período do ano transacto. ao apoiar, criar e desenvol-
Assembleia Geral realizada Segundo uma nota de Refira-se que a Seguradora foi ver projectos contínuos e
prevendo-se a amortização
imprensa enviada à nossa recentemente, pelo segundo sustentáveis com impacto
Di
o
Conselho Municipal da Cidade Segundo Carimo, o programa ora Os governantes municipais, que
de Pemba (CMCP), província em curso vai abranger todos os 12 são eleitos de cinco em cinco anos,
de Cabo Delgado, Norte de Mo- Bairros da Cidade em duas voltas têm desenvolvido diferentes for-
çambique, identificou para servir e insere-se no processo da melho- mas de envolvimento de todos os
log
de vector de sensibilização para ria de prestação de serviços admi- actores no processo de desenvol-
o saneamento básico nos bairros nistrativos municipais a partir da vimento, desde o sector privado,
através de jornadas de limpeza base,, desde o quarteirão passando passando pelos parceiros de desen-
envolvendo todos os segmentos pela Unidade e até ao Secretário volvimento até às organizações da
da sociedade. do Bairro, dotando-os de ferra- sociedade civil especializadas.
mentas paraa a melhoria do bem- O envolvimento dos munícipes no
De 23 a 28 de Maio passado, o -estar dos munícipes. processo de tomada de decisões,
Presidente do Conselho Muni- Os líderes destas estruturas de or- par além do clássico modelo de
para
cipal da Cidade de Pemba, Tagir vidade desportiva local e um show dos para o efeito com a colabora- ganização político – administrati- participação eleitoral, opera nas
ció
Assimo Carimo, trabalhou no musical. Esta semana (30 de Maio ção do conceituado músico Carlos va receberam um cartão de iden- autarquias moçambicanas desde o
âmbito deste programa no Bair- a 3 de Junho) é a vez do histórico de Lina. tificação aquando da realização da início do processo de municipali-
ro Municipal de Mahate, onde se Bairro de Paquitequete. O CMCP desenvolve esta ferra- II reunião de quadros e dirigentes zação em Moçambique. A presta-
reuniu com estruturas de base, vi- No final de cada visita, o Edil e menta EU AMO O MEU BAIR- municipais nos meados de Abril ção de contas e a responsabilização
sitou empreendimentos económi- sua comitiva envolvem-se numa RO desde os princípios deste ano passado. social na governação municipal são
cos e infra-estruturas sociais. jornada de limpeza em locais in- para a consolidação da Governa- O aperfeiçoamento do EU AMO princípios de base para os municí-
A visita de trabalho incluía a aus- dicados pelos residentes, participa ção Participativa iniciada pelo Edil O MEU BAIRRO ocorre um mês pios moçambicanos.
cultação sobre os principais desa- num torneio desportivo que cul- de Pemba no início do seu manda- depois da Conferência do OIDP Nos últimos dez anos da munici-
fios dos munícipes daquela parcela mina com a realização de um show to em 2014. realizada na Cidade da Matola palização têm-se multiplicado va-
so
municipal, para além de participa- musical e cultural abrilhantado por O Edil de Pemba, Tagir Carimo, de 3 a 6 de Maio deste ano, onde riadas ferramentas de monitoria e
ção em jornadas de limpeza, acti- artistas e músicos locais organiza- tem recebido rasgados elogios foram partilhadas diversas ferra- responsabilização social.
G
-Africana de Rela- Epic MSGLGROUP, At- estores e técnicos dos Con- dos membros e colaboradores. Por
ções Públicas e Ges- mosphere, Burson-Marsteller, selhos Empresariais Pro- isso, através desta formação, preten-
tão de Reputação da vinciais (CEPs), órgãos demos que os Conselhos Empresa-
Djembe Communications e
Public Relations Consulting, máximos de consulta da riais Provinciais maximizem o seu
Magna Carta.
Magna Carta, foi indicada Confederação das Associações Eco- desempenho e resultados”, afirmou
“É para nós um orgulho enor- nómicas de Moçambique (CTA) a Rogério Manuel.
como a Agência Africana de me sermos prestigiados como a nível das províncias estão, desde esta Durante a capacitação serão aborda-
Relações Públicas do Ano grande finalista e, consequen- terça-feira, 31 de Maio, a ser capa- das temáticas ligadas à organização
2016, na cerimónia de entre- temente, reconhecidos pelo citados em matérias de Liderança e e funcionamento da CTA, gestão
ga dos prémios SABRE, que sector e pelos nossos colegas”, Processo de Diálogo Público-Priva- operacional, postura e liderança, or-
de
decorreu na noite de quarta- afirmou Vincent Magwenya, do. ganização do lobby, técnicas de nego-
-feira, 25 de Maio, em Berlin, CEO da Magna Car Carta. Esta capacitação, que decorre na ci- ciação, gestão financeira e prestação
na Alemanha. A Public Relations Consul- dade da Matola, província de Mapu- de contas, apoio ao desenvolvimento
ting foi nomeada, em Julho de to, e que terá a duração de quatro dias, empresarial, desenvolvimento de ser-
Uma nota recebida na nossa 2015, representante exclusiva, insere-se no âmbito da revitalização e viços, entre outras.
Redacção indica que a deci- em Moçambique, da Magna reforço institucionais dos Conselhos Entretanto, os gestores e técnicos
são foi anunciada pelos edito- Carta. Empresariais Provinciais e visa refor- beneficiários desta capacitação vão
res do Relatório Holmes, que Com uma rede Pan-Africana çar as habilidades destes órgãos assim participar no III Seminário Nacional
analisaram o desempenho de de 19 países em franco cres- como harmonizar a metodologia de dos Conselhos Empresariais Provin-
400 agências com base num cimento, que integra Moçam- trabalho e a relação com a CTA. ciais, que irá decorrer no sábado, dia
io
bique, Nigéria, Gana, Quénia, O reforço das habilidades e a harmo- 4, sob o lema “Consolidando o Di-
cuidadoso método de pesqui-
nização da metodologia de trabalho álogo Público-Privado e Cultivando
sa. Maurícias, Angola e mais re-
irão conferir maior dinâmica no fun- o Espírito de Liderança e lobby no
O processo de avaliação con- centemente o Zimbabwe, a
cionamento e gestão destes órgãos, Seio dos Actores”.
tou com as candidaturas das filosofia da Magna Carta de o que irá permitir que conduzam de Para além dos presidentes, vice-presi-
melhores agências de Re- apostar na evolução perma- forma eficaz o Diálogo Público-Pri- dentes, gestores e técnicos dos CEPs,
ár
lações Públicas e firmas de nente da sua rede e dos asso- vado a nível local. o seminário contará com a presença
comunicação estratégica do ciados exclusivos que a repre- Segundo o presidente da CTA, Ro- dos membros do Conselho Directi-
Mundo, nomeadamente, da senta continua a ser o motor gério Manuel, que dirigiu a cerimó- vo, Direcção Executiva, responsáveis
Europa, Médio Oriente e de integração das melhores nia de abertura, há necessidade de pelos pelouros, técnicos da CTA e
África. práticas globais em comunica- preparar os quadros para fazer face outros convidados.
Relativamente à África, con- ção, relações públicas e reputa- aos desafios impostos pelo novo mo- Espera-se que esta interacção, entre
Di
correram ao prestigiado ga- ção, com a oferta de serviços delo do Diálogo Público-Privado e a CTA, CEPs e pelouros, contribua
lardão “African PR Agency of cada vez mais personalizados a para melhor satisfazer as necessida- para o reforço das capacidades e tro-
the Year”, cinco agências de nível local. des dos membros da organização. ca de experiências sobre o Diálogo
“Um dos desafios de qualquer orga- Público-Privado e outras matérias
nização é a capacitação permanente relevante
Savana 03-06-2016 3
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4 Savana 03-06-2016
o
nitários (CMC’s), que garanta a sob os auspícios do Ministério Estes enquadram-se nos esfor- nitários, distribuídos por todas de todos na implementação do
sustentabilidade e a participação da Ciência Tecnologia, Ensino ços nacionais de desenvolver as províncias do nosso país, daí modelo, principalmente dos go-
activa de todos os intervenien- Superior e Técnico Profissional um sistema de disseminação de a necessidade de união de siner- vernos provinciais e distritais na
tes, através da abordagem de um (MCTESTP). conhecimento científico e tec- gias visando a consolidação dos divulgação das acções do gover-
log
mecanismo multissectorial co- Na ocasião, Constantino So- nológico, aproveitando as novas CMC’s já criados e expansão no central através dos CMC’s.
ordenado e ajustado à realidade tomane, representante do Mi-
do Programa Nacional dos Cen- nistério da Ciência Tecnologia,
tros Multimédia Comunitários Ensino Superior e Técnico Pro-
(PNCMC’s). fissional, referiu que o PNCMC’s
Esta informação foi divulgada estabelece em todo o país Cen-
ció
UEM gradua 1032 quadros
A
Universidade Eduardo Segundo Orlando Quilambo,
Mondlane (UEM) gra- a UEM vai continuar a formar
duou, na última sexta- quadros competentes das di-
-feira, 1032 estudantes, ferentes esferas da vida e que
so
dos quais 412 do sexo feminino sirvam de pilar para o desenvol-
e 620 do sexo masculino. Foram vimento humano e sustentável
918 licenciados, 112 mestrados que o país tanto almeja. “Para o
e dois Doutores. efeito, a UEM já está introdu-
zindo e adoptando mecanismos
Dos estudantes licenciados, 43 para a integridade académica,
são do ensino à distância, fac- bem como outras formas de
to que resulta dos esforços que atendimento aos estudantes e
membros do CTA”, disse.
um
a UEM está a introduzir para
aumentar sua credibilidade e Por sua vez, a vice-ministra da
eficiência. Parte dos graduados Ciência e Tecnologia, Ensino
inclui estudantes provenientes Superior e Técnico Profissio-
de outros países do continente nal, Leda Hugo, defendeu que
africano e europeu. o Ensino Superior deve forjar
De acordo com o Reitor da nos graduados os valores entre
UEM, Orlando Quilambo, a os quais a auto-estima, o senti-
presença de estudantes oriun- do patriótico e de unidade na-
dos de outros países enquadra- cional, estimular uma concepção
-se num programa da UEM, de mais activa da vida, que alinha
de