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EPIDEMIOLOGIA

Conceitos e Usos

2016.1
Bases Conceituais da Epidemiologia

Desenvolvimento Histórico da Epidemiologia


Estudo da ocorrência de doenças em populações humanas

Epi=sobre Demos=povo

Logos= estudo epidemiologia

Primeiro registro do emprego desta expressão data de 1802 (Espanha)


Desenvolvimento Histórico da Epidemiologia

Com o estabelecimento definitivo da teoria dos


germes, entre 1872 e 1880, a epidemiologia, como
toda ciência da saúde, adotou um modelo de
causalidade que reproduzia o da física.

 Consolida-se a teoria da unicausalidade -para cada doença um


agente específico -Paradigma do Contagionismo

 Pouca atenção as doenças não infecciosas

 Estratégias de prevenção: quarentena, controle dos animais e


extermínio de ratos.
Desenvolvimento Histórico da Epidemiologia

Século XX

Transição, da epidemiologia de doenças infecciosas para


epidemiologia das doenças crônicas, ocupacionais, avaliação de
serviços de saúde

 Novos problemas de Saúde Pública nos Países Desenvolvidos após


a II Guerra Mundial: Úlcera péptica, Doenças Cardiovasculares, e
Câncer de Pulmão

 Desenvolvimento de Metodologias para Estudos Epidemiológicos


Observacionais, Prospectivos e Caso-controle (Caso-comparação) e
Análises Multivariadas.
Desenvolvimento Histórico da Epidemiologia

FASE CONTEMPORÂNEA

ATRAVÉS DA EPIDEMIOLOGIA DESCOBRIU-SE A ASSOCIAÇÃO


ENTRE:

MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS X RUBÉOLA NA MÃE


(GRAVIDEZ)
 LEUCEMIA NA INFÂNCIA X EXPOSIÇÃO À RX NA GESTAÇÃO
HÁBITO DE FUMAR X CÂNCER DE PULMÃO
 MORTALIDADE INFANTIL X CLASSE SOCIAL
 CEGUEIRA EM CRIANÇAS DESNUTRIDAS X AVITAMINOSE A

 A EPIDEMIOLOGIA É O EIXO DA SAÚDE PÚBLICA


EPIDEMIOLOGIA – CONTEXTO ATUAL

•Mudanças no perfil de morbimortalidade


• Desenvolvimento tecnológico
•Redução das Doenças Infecciosas + Mudança do
perfil etário  Aumento do papel das DANT’s
•Incorporação dos conceitos de associação de múltiplos
fatores determinantes à ocorrência de doenças
complexas redes de multicausalidade)
CONSOLIDAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA
Epidemiologia – Conceito

“Ciência que estuda o processo saúde-doença em


coletividades humanas, analisando a distribuição e
os fatores determinantes das enfermidades, danos,
à saúde e eventos associados à Saúde Coletiva,
propondo medidas específicas de prevenção,
controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo
Indicadores que sirvam de suporte ao
planejamento, administração e avaliação das ações
de saúde”.
EPIDEMIOLOGIA

DISTRIBUIÇÃO DETERMINANTES

FREQUÊNCIA
Epidemiologia – Conceito

“Disciplina que estuda os determinantes e as condições de


ocorrência das doenças em populações humanas.”

Discurso epidemiológico X Discurso Clinico

Doença como Especificidade


integrante de uma do caso
dada estrutura individual
social
EPIDEMIOLOGIA – APLICAÇÃO

Doenças Infecciosas: Sarampo,


Rubéola, Aids, Ebola, etc.

Não Infecciosas: acidentes,


violências, diabetes, etc.
Processo Saúde Doença
Epidemiologia

Melhor explicando o Conceito

Dois epidemiologistas se encontram e um


pergunta para o outro: Como está sua mulher?
O outro responde:
- Comparado com quem?

“Oobjeto modelo da epidemiologia : Doentes em


populações e não doença no homem” ( )
Almeida Filho
OBJETIVOS DA EPIDEMIOLOGIA
Segundo a IAE, são três os principais objetivos

I. Descrever a distribuição e a magnitude dos


problemas de saúde das populações humanas.

II. Proporcionar dados essenciais para o planejamento,


execução e avaliação das ações de prevenção, controle e
tratamento das doenças, bem como para estabelecer
prioridades.
“Filho)

III. Identificar fatores etiológicos na gênese das


enfermidades
OBJETOS DA EPIDEMIOLOGIA

 Doenças infecciosas
 Doenças não-infecciosas
 Genéticas
 Cárdio-vasculares e neurológicas
 Violência
 Outras: ocupacionais, da poluição, psico-sociais
etc.
 Condições fisiológicas e hábitos/comportamentos.
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

Na análise da situação de saúde: ciência descritiva e


analítica
Na Vigilância em Saúde
Nos estudos etiológicos: ciência construtiva

Na avaliação de serviços, programas e tecnologias


em Saúde : instrumento de predição

Na Avaliação das tendências futuras – epidemiologia


prospectiva. (Prof. Cruiskshank, 1990)
EPIDEMIOLOGIA e PREVENÇÃO
EPIDEMIOLOGIA e CLINICA

EPIDEMIOLOGIA e PREVENÇÃO
GRUPOS DE ALTO RISCO  PROGRAMAS PREVENTIVOS

NÃO MODIFICÁVEIS:
Sexo, Idade, Raça
FATORES ESPECÍFICOS CARACTERÍSTICAS
MODIFICÁVEIS:
Obesidade, Dieta, Estilo de
Vida
EPIDEMIOLOGIA e PREVENÇÃO

PREVENÇÃO
ABORDAGEM POPULACIONAL => Medidas de Saúde
Pública

ABORDAGEM À GRUPOS DE ALTO RISCO ==>


Requer Ação Clinica para identificar Grupo de Alto
Risco
EPIDEMIOLOGIA e CLÍNICA

A Prática Clinica depende de Dados Populacionais:


 Diagnóstico
 Prognóstico
 Seleção da Terapia apropriada
ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA – o raciocínio epidemiológico
Inicia-se com dados descritivos (dados confiáveis)

Os dados são comparáveis qualitativamente?

Por que elas ocorrem?

A Epidemiologia inicia sua investigação


GRANDE CAMPOS DE POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA
EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

1) Na busca de explicações (causas ou fatores de risco) para a ocorrência de


doenças, com utilização predominante dos métodos da epidemiologia analítica;

2) Nos estudos da situação de saúde (que doenças ocorrem mais na comunidade? Há


grupos mais suscetíveis? Há relação com o nível social dessas pessoas? A doença ou agravo
ocorre mais em determinado período do dia, ano?)  Epidemiologia Descritiva)

3) Na avaliação de tecnologias, programas ou serviços (houve redução dos casos de


doença ou agravo após introdução de um programa? A estratégia de determinado serviço
é mais eficaz do que a de outro? A tecnologia “A” fornece mais benefícios do que a
tecnologia “B”?);

4) Na vigilância epidemiológica (que informação devemos coletar, observar? Que atitudes


tomar para prevenir, eliminar, controlar ou erradicar a doença?).
USOS DA EPIDEMIOLOGA

ciência descritiva e analítica reúne, classifica e


sistematiza os conhecimentos existentes

A- diagnosticar a presença e determinar a magnitude,


natureza e importância relativa dos agravos que podem
atingir uma população.
B– estimar os riscos e oportunidades que as pessoas
têm, sob certas condições, de adoecer, assim como
estimar as probabilidades de morte e a esperança de
vida.
USOS DA EPIDEMIOLOGA

ciência construtiva serve como um método de adquirir


novos conhecimentos

A – identificar os componentes dos mecanismos causais


da doença e investigar as associações existentes com as
condições do ambiente em que vivem as pessoas
visando a determinar a história natural da doença para
fins de prevenção;
B- ajudar a completar o quadro clínico de uma doença ou
esclarecer síndromes clínicas de diferentes etiologias;
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

C - diagnosticar as fases pré-clínicas e incipiente das


doenças através de exames em massa de grande
parcela da população

D – estudar outros processos de biologia humana que


não redundam em doença como por exemplo: o
crescimento pré e pós-natal, a determinação do sexo, a
gravidez múltipla etc.;

E – auxiliar no esclarecimento de síndromes clínicas


novas.
USOS DA EPIDEMIOLOGA

instrumento de predição
A -realizar estudos históricos da saúde de uma comunidade,
relacionando as tendências anteriores com as atuais
flutuações no tempo (tendência secular, variações clínicas,
variações sazonais);
B – resolver problemas administrativos, relacionados com a
efetividade dos programas de prevenção ou controle, e o
rendimento dos serviços de saúde em geral;
C – orientar os administradores na instalação de recursos
destinados à prevenção da ocorrência ou da evolução da
mesma.
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

O que a Epidemiologia pode ainda evidenciar:

•O Caráter nocivo do tabaco na determinação de


doenças;
•Fatores de risco para as doenças cardiovasculares e
cânceres;
• Estilos de vida – fatores associados a maior ou menor
presença de doenças;
•Efeitos protetores: Fluor, Vacinas, atividade física, dieta
com qualidade , etc.
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

Aplicação nos serviços de saúde

• “Utilização
da Epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, alocação de recursos e a orientação
programática.”
- Lei Orgânica de Saúde – Lei 8080 / Set. 1970
OBRIGADA!

cleane.zezerra@unipe.br

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