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Enunciado 1

Nos contratos de mútuo bancário que adotem o denominado Sistema Francês de Amortização
(Tabela Price), sejam eles celebrados ou não no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação
(SFH), recomenda-se que seja alegada a existência de capitalização de juros e a amortização
negativa, bem como que seja pleiteada a produção de prova pericial contábil com a finalidade
de comprovar tais alegações.

Enunciado 2
Nas ações judiciais a serem propostas em face da União, como as relativas à tutela da saúde,
independentemente do local de domicílio do assistido, deve-se ter em mente, para efeitos de
fixação da competência, o disposto no art. 109, § 2º, da Constituição Federal.

Enunciado 3
São responsáveis pelos vícios da construção em imóveis edificados com recursos do Sistema
Financeiro da Habitação o agente financeiro, a empresa que realizou a obra e a seguradora.

Enunciado 4
A fixação de limite etário para o provimento de cargo por meio de concurso público, em
especial no caso de militares, deve necessariamente ter fundamento em lei em sentido estrito
(lei em sentido formal e material) e render observância ao princípio da razoabilidade,
guardando, pois , proporcionalidade com a natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

Enunciado 5
As pessoas jurídicas fazem jus à assistência jurídica da Defensoria Pública da União, desde
que comprovem documentalmente a insuficiência de recursos econômicos.

Enunciado 6
O cessionário (gaveteiro) tem legitimidade ativa para pleitear judicialmente a revisão e a
liquidação do contrato, bem como a suspensão e a anulação do procedimento de execução
extrajudical viciado, dentre outros direitos decorrentes dos contratos de mútuo bancário no
âmbito do Sistema Financeiro da Habitação.

Enunciado 7
A existência de doença mental, que gera incapacidade absoluta para os atos da vida civil (Art.
3º, inciso II do CC/2002), contemporânea ao fato gerador do direito civil ou trabalhista do
assistido, ou iniciada antes de ultimado o decurso do prazo prescricional, impede ou suspende
a fluência deste (art. 198, inciso I, do CC/2002), sendo possível propor a ação judicial cabível
independentemente do lapso temporal transcorrido.

Enunciado 8 Direito Civil. SFH. Contrato de gaveta. Possibilidade de ajuizamento de ação


para declaração de validade de cessão contratual, envolvendo imóvel financiado pelo Sistema
Financeiro da Habitação, ainda que sem anuência da CEF.

Enunciado 9
O elenco de hipóteses para saque de PIS, PASEP e FGTS, previsto no art. 9º da Lei
Complementar nº 07/70, no art. 4º da Lei Complementar nº 26/75 e no art. 20 da Lei nº
8.036/90 não é taxativo. Possibilidade de ajuizamento de ação para saque dos valores
depositados em conta vinculada nas hipóteses de doença grave, idade avançada, desemprego
por mais de três anos, miserabilidade, dentre outras hipóteses de vulnerabilidade social.

Enunciado 10
Nos casos em que não houve intimação da defesa para a sessão de julgamento, ou de sua
redesignação, recomenda-se que o defensor alegue, na primeira oportunidade, a nulidade
absoluta do processo.

Enunciado 11
A apreensão e a perícia técnica na arma de fogo são indispensáveis para a incidência da
causa especial de aumento de pena prevista pelo inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal,
não sendo supridas pela prova indireta, nem mesmo testemunhal, sob pena de violação aos
comandos legais dos artigos 158, 159 e 175 do Código de Processo Penal e aos princípios da
legalidade, ofensividade, proporcionalidade da pena e a exclusiva tutela de bens jurídicos.

Cancelamento do Enunciado n° 11 (aprovado na ata da 8a reunião das Câmaras de


Coordenação)

Enunciado 12
O prequestionamento deve ser feito desde o início da demanda, de forma expressa e com a
indicação dos dispositivos legais violados.

Enunciado 13
A ausência de prequestionamento não impede, por si só, a interposição de recurso quando a
controvérsia puder ser levada ao conhecimento dos Tribunais Superiores e do Supremo
tribunal Federal.

Enunciado 14
Nos casos de competência concorrente (§2º do art. 109 da Constituição), ainda que o assistido
resida em cidade diversa daquela em que está situada a Unidade da Defensoria Pública da
União no estado, não se poderá recusar assistência, ajuizando-se a demanda na sede da
Seção Judiciária Federal, sempre que questões de competência absoluta não o impedirem.

Enunciado 15
A apresentação do atestado médico, quando da impossibilidade material do assistido de
apresentá-lo imediatamente, deverá ser flexibilizada em virtude dos princípios norteadores dos
Juizados Especiais Federais, não devendo ser exigido atestado/exame médico como condição,
nestas circunstâncias, para a propositura da ação previdenciária na qual se pleiteia a
concessão e/ou restabelecimento de benefício por incapacidade.

Enunciado 16
Não deve ser exigido o prévio requerimento administrativo para a propositura de ações
revisionais, bem como para a propositura de ações concessórias nas localidades onde não
exista agência da previdência social.

Enunciado 17
É cabível hábeas corpus sempre que evidenciado constrangimento ilegal ao direito de
liberdade do indivíduo, independentemente da não interposição de Recurso Especial e/ou
Extraordinário.

Enunciado 18
A pessoa usada para o transporte de drogas ilegais entre fronteiras, mediante pagamento ou
coação, faz jus à aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista pelo §4º do art.
33 da Lei nº 11.343/2006.

Enunciado 19
A natureza hedionda e a gravidade em abstrato do delito, por si só, não impõem o início do
cumprimento da pena no regime fechado, devendo sempre ser observado o disposto no art. 33,
§2º e §3º do Código Penal.

Enunciado 20
A vedação contida no art. 44 da Lei nº 11.343/2006 não impede, por si só, a concessão da
liberdade provisória no delito de tráfico de drogas.

Enunciado 21
A transnacionalidade do crime de tráfico de entorpecentes deve estar demonstrada através de
elementos concretos de prova que liguem o denunciado à origem alienígena da droga, de
modo a justificar tanto a competência da justiça federal, como a aplicação da causa especial de
aumento de pena prevista pelo art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006.

Enunciado 22
O limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais), previsto pelo art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com a
alteração da Lei nº 11.033/04, deve nortear a aplicação do princípio da insignificância no crime
de descaminho - art. 334 do Código Penal - (Precedentes: STF - HC 92.438; HC 95.089).

Enunciado 23
A caracterização da infração penal como insignificante não abarca considerações de ordem
subjetiva, sendo irrelevante, entre outras, a reiteração de condutas.

 Portarias de aprovação dos enunciados

 Memorando de Sugestões de Enunciados

Enunciado 24

Cabe à Secretaria das Câmaras enviar ao Defensor Público Federal natural o resultado do
parecer do membro da Câmara nos casos de recurso voluntário do assistido, para que o
mesmo proceda à devida comunicação ao recorrente. (aprovado na ata da 8a reunião das
Câmaras de Coordenação)

Propostas

1. NÃO DEVE SER EXIGIDO ATESTADO/EXAME MÉDICO COMO CONDIÇÃO PARA A


PROPOSITURA DA AÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA QUAL SE PLEITEIA A CONCESSÃO E/OU
RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE.

JUSTIFICATIVA: Tendo em vista que nos casos de ação para a concessão ou


restabelecimento de benefício previdenciário, cuja causa seja a incapacidade permanente ou
temporária, haverá necessariamente a realização de perícia médica judicial, a Câmara entende
ser despiciendo, bem como oneroso aos assistidos encaminhá-los ao Sistema Único de Saúde
para a aquisição de atestado ou laudo médico, o que certamente causa atraso na postulação
do direito, levando o assistido a enfrentar novas filas nos serviços públicos destinados para tal
finalidade. Importante ressaltar que a boa instrução do feito com a apresentação de
documentos médicos é sempre mais efetiva à conquista do direito pleiteado na demanda. No
entanto, a Câmara apresentou preocupação com a negativa de acesso à justiça pela ausência
de tais documentos, quando o verdadeiro juiz da causa é o perito do Juízo.

2. NÃO DEVE SER EXIGIDO O PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO PARA A


PROPOSITURA DE AÇÕES REVISIONAIS, BEM COMO PARA A PROPOSITURA DE AÇÕES
CONCESSÓRIAS NAS LOCALIDADES ONDE NÃO EXISTA AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL.

JUSTIFICATIVA: Em que pese a orientação jurisprudencial no sentido de se exigir o prévio


requerimento administrativo nas causas previdenciárias, a Câmara decidiu orientar a categoria
a propor as ações revisionais independentemente de prévio requerimento administrativo para
esta finalidade, uma vez que a revisão administrativa pode ser em prejuízo dos beneficiários,
bem como já se afigura estampado o conflito de interesses pelo mero descumprimento das
normas legais que regular o correto valor do benefício. Com relação às localidades onde não
há agência do INSS instalada, a Câmara entende que é desarrazoada a exigência do prévio
requerimento, ainda que para as ações concessórias, devendo ser prestigiado o princípio do
acesso à Justiça.

3. NOS CASOS EM QUE NÃO HOUVE INTIMAÇÃO DA DEFESA PARA A SESSÃO DE


JULGAMENTO, OU DE SUA REDESIGNAÇÃO, RECOMENDA-SE QUE O DEFENSOR
ALEGUE, NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE, A NULIDADE ABSOLUTA DO PROCESSO.

4. CONSIDERANDO A PENDÊNCIA DE JULGAMENTO DOS HC 92.790/RS E HC 91.085/SP


PELO STF E A POSSIBILIDADE DE MUDANÇA NO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL
SOBRE A MATÉRIA, RECOMENDA-SE O MANEJO DE RECURSO OU OUTRA MEDIDA
CABÍVEL CONTRA A DECISÃO QUE DECRETAR A PERDA DOS DIAS REMIDOS PELO
APENADO EM RAZÃO DO COMETIMENTO DA FALTA GRAVE.

5. A APREENSÃO E A PERÍCIA TÉCNICA NA ARMA DE FOGO SÃO INDISPENSÁVEIS


PARA A INCIDÊNCIA DA CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA PREVISTA PELO
INCISO I DO §2° DO ART. 157 DO CÓDIGO PENAL, NÃO SENDO SUPRIDAS PELA PROVA
INDIRETA, NEM MESMO TESTEMUNHAL, SOB PENA DE VIOLAÇÃO AOS COMANDOS
LEGAIS DOS ARTIGOS 158, 159 E 175 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL E AOS
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, OFENSIVIDADE, PROPORCIONALIDADE DA PENA E DA
EXCLUSIVA TUTELA DE BENS JURÍDICOS.

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