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ESTÉTICA
Estética Teatral exercesse a sua função precípua e se tornasse uma ferramenta útil para o
entendimento do fenômeno teatral pelos alunos em seu todo. Desde logo pareceu-me que não
poderia pensar a matéria, do ponto de vista do ensino, a não ser na sua relação com o produto
último, didático e artístico, de um curso de Teatro, ou seja, a obra teatral. E por obra teatral
entendia não apenas o escrito literário, os diferentes elementos que se cruzam e se condensam
nele, em termos dramatúrgicos, cênicos, comunicacionais e filosóficos (éticos, estéticos,
culturais, políticos e humanos), nem os gêneros teatrais que são teoricamente agrupados a
partir de modalidades literárias ou dramáticoespetaculares, porém a peça de teatro na sua
concretude final, isto é, na incorporação e consubstanciação que em todos os sentidos, e por
todos os componentes de captação pelo espectador, se processa em seu afloramento no palco.
Este filósofo da arte entende que a única forma de se apreciar uma obra de arte
se dá pela sensibilidade do observador. Ela, a sensibilidade, só é possível
quando o observador se permite contemplar a arte a partir da sua própria
subjetividade.
A palavra filosofia
A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de
philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer
sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio. Filosofia significa, portanto, amizade pela
sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo
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saber, deseja saber. Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é,
deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita. Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras
de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria
afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem
desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
ARTE
A palavra arte vem do latim ars e corresponde ao termo grego techne, técnica,
significando: o que é ordenado ou toda espécie de atividade humana
submetida a regras. Em sentido lato, significa habilidade, destreza, agilidade. Em
sentido estrito, instrumento, ofício, ciência. Seu campo semântico se define por
oposição ao acaso, ao espontâneo e ao natural. Por isso, em seu sentido mais
geral, arte é um conjunto de regras para dirigir uma atividade humana qualquer.
Mas o que determinaria o ato de fazer uma obra de arte? A resposta mais
aceita é a personalidade do artista e o contexto histórico-cultural do qual o
artista faz parte e todas as influências que ele possa receber. Para Gallo (1997),
o próprio artista é quem determina a funcionalidade de sua obra.
O teatro na Grécia antiga teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da vegetação,
da fertilidade e do vinho, cujos rituais tinham um caráter orgiástico. Durante as
celebrações, que duravam seis dias, em honra ao deus, em meio a procissões e com o
auxílio de fantasias e máscaras, eram entoados cantos líricos, os ditirambos, que mais
tarde evoluíram para a forma de representação plenamente cênica como a que hoje
conhecemos através de peças consagradas.
Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C., sendo cultivado em especial
em Atenas, que neste período também conheceu seu esplendor, mas espalhou-se por
toda a área de influência grega, desde a Ásia Menor até a Magna Grécia e o norte
da África. Sua tradição foi depois herdada pelos romanos, que a levaram até as suas mais
distantes províncias, e é uma referência fundamental na cultura do ocidente até os dias de
hoje.
engenhoso. Uma alavanca permite deslocar um peso que uma pessoa, sozinha,
jamais deslocaria. A técnica pertence, assim, ao campo dos instrumentos
engenhosos e astutos para auxiliar o corpo a realizar uma atividade penosa,
dura, difícil.
A partir da Renascença, porém, trava-se uma luta pela valorização das artes
mecânicas, pois o humanismo renascentista dignifica o corpo humano e essa
dignidade se traduz na batalha pela dignidade das artes mecânicas para
convertê-las à condição de artes liberais. Além disso, à medida que o
capitalismo se desenvolve, o trabalho passa a ser considerado fonte e causa das
riquezas, sendo por isso valorizado. A valorização do trabalho acarreta a
valorização das técnicas e artes mecânicas.
A primeira dignidade obtida pelas artes mecânicas foi sua elevação à condição
de conhecimento, como as artes liberais. A segunda dignidade foi alcançada no
final do século XVII e a partir do século XVIII, quando distinguiram-se as
finalidades das várias artes mecânicas, isto é, as que têm como fim o que é útil
aos homens – medicina, agricultura, culinária, artesanato – e aquelas cujo fim é
o belo – pintura, escultura, arquitetura, poesia, música, teatro, dança. Com a
idéia de beleza surgem as sete artesxi ou as belas-artes, modo pelo qual nos
acostumamos a entender a arte.
Arte e Filosofia
Essa mudança fez com que a idéia de gosto e de beleza perdessem o privilégio
estético e que a estética se aproximasse cada vez mais da idéia de poética, a
arte como trabalho e não como contemplação e sensibilidade, fantasia e ilusão.