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Interpretação De Textos
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Interpretação De Textos

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Este livro reúne 1.036 questões comentadas de Interpretação de Textos. Todas as questões foram analisadas e comentadas - item por item - pelo Dr. Pablo Jamilk, escritor, pesquisador e professor dos principais preparatórios para concursos públicos do Brasil. Trata-se de livro de cabeceira para quem tem alguma dificuldade com o estudo de Interpretação de Textos.
LanguagePortuguês
Release dateMay 4, 2023
Interpretação De Textos

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    Interpretação De Textos - Pablo Jamilk

    Interpretação

    de Textos

    Questões Comentadas

    PABLO JAMILK

    Interpretação

    de Textos

    Questões Comentadas

    Sobre

    o autor

    PABLO JAMILK

    Professor de língua portuguesa, interpretação de textos, redação de correspondências oficiais e redação discursiva para concursos públicos. Graduado em Letras, Mestre em Letras e Doutor em Letras, tem sua carreira dedicada à preparação de candidatos para provas de concursos públicos. É autor de outros 12 títulos e pesquisador em Linguística Cognitiva.

    TikTok: @pablojamilk

    Instagram: @pablojamilk

    YouTube: youtube.com/pablojamilkoficial

    Twitter: @pjamilk

    Site: www.pablojamilk.com.br

    Sumário

    TIPOLOGIA TEXTUAL E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO .......................... ...................

    DICAS ................................................................................................................ ....................

    CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO ............................................................... ...................

    FIGURAS DE LINGUAGEM.............................................................................................................

    DICAS ............................................................................................................... ....................

    SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS .................................................................... ...................

    DICAS ................................................................................................................ ....................

    COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ............................ ...................

    DICAS ................................................................................................................ ....................

    INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DAS BANCAS FCC, CONSULPLAN

    E ESAF ..................................................................................................... ...................

    FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS .....................................................................................................

    CONSULPLAN.................................................................................................................................

    ESAF ...............................................................................................................................................

    DICAS ................................................................................................................ ....................

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... ...................

    Tipologia Textual

    e Organização

    do Texto

    (FGV – TecGes Admin (ALEMA)/ALEMA/Taquígrafo/2013)

    Analise os quadrinhos a seguir.

    Considerando os quadrinhos como cenas focalizadas por uma câmera cinematográfica, é correto afirmar que os planos utilizados partem

    a) do todo para as partes.

    b) do alto para baixo.

    c) dos componentes para o conjunto.

    d) da parte para o todo.

    e) de longe para perto.

    .

    a) Não há visão inicial do todo. É preciso ler as partes para compreender o texto.

    b) Não há distinção de alto e baixo na leitura do texto, as imagens são sequenciais.

    c) Os componentes (personagens, localização, falas) estruturam as partes do texto. A leitura seria da parte para o todo.

    d) Certo. Os planos partem de uma focalização das partes (cenas recortadas) para compreender o todo (o sentido geral do texto).

    e) O plano de focalização é de perto na primeira cena, não de longe.

    Gabarito: D

    (VUNESP – Ass CT (FUNDACENTRO)/FUNDACENTRO/2014)

    Leia o texto para responder à questão.

    O coração aos pulos. Aquele cheque na bolsa... Meu Deus, me protege, me guia, me salva!

    Ao sair do escritório, com o negócio fechado, dona Irene sentia-se leve, até orgulhosa de haver cumprido a missão, na cidade. Nem reparou que um sujeito alto a seguia, quase tocando no seu ombro.

    Quando reparou, pois ele encostara demais no seu braço e até o puxara, ficou branca, passou a mão no pulso, estava sem o relógio. Gritou desesperada:

    – Ladrão! Pega ladrão! Roubou meu relógio! Pega!

    Se havia muita gente no local, de repente apareceu mais ainda. O bolo se adensou, e era difícil as pessoas se mexerem. O homem que agarrara o braço de dona Irene queria correr, mas aí é que não dava mesmo jeito de escapar. Num lance rápido, ele colocou alguma coisa na mão dela, que não compreendeu bem o gesto mas apertou o objeto, e só um instante depois viu que era o relógio.

    Quando deu fé que este lhe fora restituído – coisa surpreendente, difícil de acreditar e mais ainda de acontecer –, já o cara tinha sumido.

    Coração aos pulos, emocionada pelo roubo e pela devolução imprevista, o que dona Irene desejou foi tomar um helicóptero e fugir incontinenti dali. Como não há helicópteros à disposição de senhoras aflitas, ela tomou um táxi para chegar em casa ainda arfante, com o multíplice receio do que pudesse acontecer até abrir a porta do apartamento – e mesmo depois, quem sabe lá o que pode ir-romper de terrível hoje em dia?

    O marido, na cama, foi despertado pelo puxão nervoso e pelas palavras ainda mais nervosas de dona Irene:

    – Imagina: me roubaram e me devolveram meu relógio!

    – Que relógio?

    – Este aqui – e ela estendeu o pulso, esquecida de que o pusera na bolsa, sem tempo e sem calma para atar novamente a pulseira, depois do fato. Abriu a bolsa e exibiu o relógio recuperado.

    – Mas você não levou relógio nenhum, filha. Você esqueceu ele na mesinha de cabeceira. Está ali.

    Quando eu dei fé, corri à janela para avisar, mas não vi mais você.

    Sujeito assustado, aquele ladrão! Mais medroso do que a medrosa dona Irene.

    (Carlos Drummond de Andrade, As palavras que ninguém diz. Adaptado) A última frase do texto – Sujeito assustado, aquele ladrão! Mais medroso do que a medrosa dona Irene. – corresponde a uma reflexão

    a) do marido, em relação ao comportamento da mulher.

    b) do narrador, em relação ao comportamento do ladrão.

    c) da mulher, em relação ao comportamento do ladrão.

    d) da mulher, em relação ao seu próprio comportamento.

    e) do marido, em relação ao comportamento do ladrão.

    .

    a) Errado. Se fosse a reflexão do marido, seria introduzida por travessão, a fim de marcar a fala de um personagem.

    b) Certo. Como se trata de uma consideração sobre os eventos ocorridos no texto sem marcação de fala de outrem, significa que se tata do narrador em face ao comportamento do ladrão.

    c) Errado. Errado. Se fosse a reflexão da mulher, seria introduzida por travessão, a fim de marcar a fala de um personagem.

    d) Errado. Se fosse a reflexão da mulher, seria introduzida por travessão, a fim de marcar a fala de um personagem.

    e) Errado. Se fosse a reflexão do marido, seria introduzida por travessão, a fim de marcar a fala de um personagem.

    Gabarito: B

    (FCC – TL (ALERN)/ALERN/Taquigrafia/2013)

    Atenção: A questão refere- se ao texto abaixo transcrito, extraído do relatório Ação afirmativa na pós-graduação: o Programa Internacional de Bolsas da Fundação Ford na Fundação Carlos Chagas, redigido por Fúlvia Rosemberg (São Paulo: FCC/SEP, 2013. p. 35).

    Obs.: Ações afirmativas são medidas especiais e temporárias, tomadas pelo Estado ou por instituições da sociedade civil, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros.

    Um equívoco recorrente no debate brasileiro refere-se à compreensão (com boa ou má-fé) de que programas de ação afirmativa eliminariam a avaliação do mérito individual, quando, de fato, programas de ação afirmativa mantêm avaliação de mérito, mas alteram as regras de seleção do mercado. Como salienta Calvès (2004), estratégias de seleção de ação afirmativa corrigem a sub-representação de grupos em determinados nichos ou posições sociais, principalmente nas intervenções que têm por objetivo diminuir desigualdades no acesso a bens socialmente produzidos, como foi o caso deste Programa.

    Porém, para o provimento de postos no mercado de trabalho, ou de vagas no ensino superior e na pós-graduação ou de bolsas de estudo, os(as) beneficiários(as) são pessoas, indivíduos. E assim sendo, processa-se também uma avaliação individual, de seu mérito ou potencial. O pressuposto metateórico é que, ao mesmo tempo em que somos produto de nossas condições de origem, somos também agentes, dentro de certos limites, dos caminhos que trilhamos, especialmente quando ultrapassamos as várias barreiras educacionais.

    Ocorre, então, na implementação de experiências de ação afirmativa, uma tensão a ser enfrentada entre justiça para o grupo e justiça para o indivíduo, contornada pela preferência por pessoas que pertencem a certos grupos sub-representados, mas que, além disso, apresentam potencial ou mérito individual. A seleção das pessoas, a partir de seus méritos e potencialidades individuais, se processa, mas, agora, entre iguais do ponto de vista das condições sociais responsáveis pela desigualdade social. Portanto, não ocorre eliminação de avaliação centrada no indivíduo, mas sim a alteração da composição do grupo de referência. Na ação afirmativa, esta seleção se processa dentro de um grupo mais homogêneo do ponto de vista das oportunidades sociais que lhe foram disponibilizadas.

    Em seu texto, o autor

    a) mantém a objetividade que caracteriza um texto científico, sem deixar marcas de sua presença.

    b) marca sua presença num único momento, na situação em que se vale da expressão deste Programa.

    c) remete explicitamente a si ao referir o conceito universalizante ao mesmo tempo em que somos produto de nossas condições de origem, somos também agentes [...] dos caminhos que trilhamos

    [...].

    d) passa a palavra a Calvès a partir da citação feita e, daí em diante, é a voz desse estudioso que o leitor ouve, no tom decisivo que se notou em seu pronunciamento às linhas de 3 a 5.

    e) em nenhum momento pressupõe a presença de um leitor, pois inexiste passagem em que diretamente se dirija a um tu ou a formulações equivalentes, como você e senhor.

    .

    a) A pessoalidade está marcada na utilização da primeira pessoa do plural na forma O pressuposto metateórico é que, ao mesmo tempo em que somos produto de nossas condições de origem, somos também agentes, dentro de certos limites, dos caminhos que trilhamos, especialmente quando ultrapassamos as várias barreiras educacionais.

    b) Como visto na alterativa anterior, há mais demonstrações de pessoalidade pela autora do texto.

    c) Nessa passagem, o autor está se colocando no discurso, por meio do recurso do plural inclusivo (a primeira pessoa do plural), que busca conseguir a adesão do leitor ao que está escrito.

    d) Há apenas uma referência a esse estudioso, a que está no início do texto. Depois disso, o que se tem é a voz da autora.

    e) Há a pressuposição de um autor, pois o autor utiliza a primeira pessoa do plural, ou seja, inclui-se em um grupo no qual há mais de um indivíduo (no caso, um leitor virtual).

    Gabarito: C

    (FEPESE – Ana (MPE SC)/MPE SC/Letras/2014)

    Texto 8

    O dia em que Maria fez Lampião tremer de amor

    Dia Internacional da Mulher, dia de aniversário de Maria Bonita.

    Essa menina que enjoou da boneca mais cedo do que as outras.

    Essa baixinha invocada. Tipo que a gente gama pela brabeza e pelo destemor de se jogar lindamente sob o solzão estralado da existência.

    Pense em uma mulher bem-resolvida, meu caro Sigmund. Melhor: uma mulher que sabia o que queria no calor da hora. Repare a enquadrada que ela dá em Virgulino:

    – Como é, quer me levar ou quer que eu lhe acompanhe? – sapecou a baiana, idos de 1929, dos 18

    para 19 anos, deixando Lampião, acossado, risinho amarelo fora dos beiços.

    Foi a primeira cantada de uma mulher em um homem no Nordeste brasileiro. Reza a lenda e quem tiver sua realidade que não me venha botar gosto ruim na história.

    O temido bandoleiro, que já havia deixado um rastro de sangue pelos sertões, estava diante de uma mulher que o fazia tremer como vara verde de canafístola:

    – Como você quiser, Maria; eu também quero. Se estiver disposta a me acompanhar, vambora" –

    respondeu, assombrado com a danação da pequena.

    E lá estava formado, com esse diálogo fumegante, o casal mais lendário do Nordwestern – Bonnie & Clyde é muito pouco, quase nada diante das aventuras desta parelha.

    A moreninha mignon, olhos enfeitiçadores – charmosamente estrábicos, como amo isso! –, era a primeira fêmea a participar de um bando de cangaceiros, uma história dominada pelos homens desde que o século 18, quando o pernambucano José Gomes (1751-1776), o Cabeleira, deu início a este ramo.

    O pioneirismo de Maria Gomes de Oliveira enfrentou resistência. A suspeita dos cabras de Lampião era que a presença feminina enfraqueceria o cangaço, facilitando a captura dos fora-da-lei por parte das forças policiais ou volantes, como eram conhecidas.

    Homem de batalha não pode andar com mulher. Se ele tem uma relação, perde a oração, e seu corpo fica como uma melancia: qualquer bala atravessa, declarou o cangaceiro Balão.

    O sociólogo e psicanalista cearense Daniel Lins, no seu livro Lampião, o Homem que Amava as Mulheres (ed. Annablume) mostra o contrário. A tropa ganhou mais força com a presença delas.

    […]

    SÁ, Xico. Disponível em: http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2014/03/08/o-dia-em-que-maria-fez-lampiao-tremer-de-amor/ Acessado em 08/03/2014

    Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação ao texto 8.

    ( ) Trata-se de uma crônica, de composição relativamente curta, que mescla um tema historiográfico com questões contemporâneas, a partir de um posicionamento avaliativo do autor.

    ( ) Trata-se de um gênero discursivo literário, de tom coloquial ameno, com enredo bem linear, constituído estruturalmente por uma sequência de orações predominantemente coordenadas.

    ( ) Trata-se de um texto que apresenta recursos estilísticos variados, tais como uso de frase nominal, tiradas bem-humoradas, linguagem figurada e regionalismos.

    ( ) O texto é polifônico, o que se expressa por frases intercaladas e pelo uso de discurso direto e discurso indireto.

    ( ) O texto se constitui estilisticamente por expressão livre, com ideias que se sobrepõem conferindo uma sensação de fluxo do pensamento, o que se evidencia por uma pontuação econômica.

    Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

    a) V – V – V – F – F

    b) V – F – V – V – F

    c) V – F – F – V – V

    d) F – V – F – V – F

    e) F – F – V – F – V

    .

    1 – Verdadeiro. A crônica fala sobre uma cena possível (o ingresso de Maria Bonita ao bando de Lampião), bem como sobre a mudança de posicionamento da mulher em relação a uma sociedade pautada na força masculina. As avaliações do autor estão em comentários como como amo isso.

    2 – Falso. O tom do texto não é ameno em relação à linguagem coloquial. O coloquialismo é forte e as orações estão recortadas por pontos finais, não são coordenadas, pois não fazem parte do mesmo período – em sua maioria.

    3 – Verdadeiro. Ao longo do texto, o autor emprega recursos como frases nominais (A moreninha mignon, olhos enfeitiçadores – charmosamente estrábicos); expressões bem-humoradas, figuradas e regionalismos (O temido bandoleiro, que já havia deixado um rastro de sangue pelos sertões, estava diante de uma mulher que o fazia tremer como vara verde de canafístola).

    4 – Verdadeiro. A polifonia no texto é a presença de diversas vozes ao longo do que se narra. O

    emprego de variação de discurso : – Como você quiser, Maria; eu também quero. (Direto, em que o narrador dá voz para o personagem); e Homem de batalha não pode andar com mulher. Se ele tem uma relação, perde a oração, e seu corpo fica como uma melancia: qualquer bala atravessa (discurso indireto, em que o narrador fala pelo próprio personagem).

    5 – Falso. A pontuação do texto não é econômica, na realidade, trata-se de uma pontuação abundante.

    Gabarito: B

    (FGV – AnaT (DETRAN MA)/DETRAN MA/2013)

    Não é a chuva (fragmento)

    Tem saído nos jornais: chuvas deixam São Paulo no caos. É verdade que os moradores estão sofrendo além da conta, quer estejam circulando pela cidade com seus carros ou nos ônibus e metrô, quer estejam em casa ou no trabalho. Três fatores criam a confusão: semáforos desligados; alagamentos nas ruas; falta de energia. Então, tudo culpa da chuva, certo? Errado.

    Semáforos, por exemplo. Eles poderiam ter a fiação enterrada ou a fonte de energia e os sistemas de controle automático protegidos por caixas blindadas. Isso não é nenhuma maravilha da tecnologia, algo revolucionário. Existe em qualquer cidade organizada. E tanto é acessível que já há projetos para a instalação desses equipamentos em São Paulo. Se não avança, é culpa dos administradores – não da chuva.

    Quanto aos alagamentos, ocorrem por falta de algum serviço ou obra, esta já prevista. Podem reparar. Sempre aparece alguma autoridade municipal ou estadual dizendo que a enchente aqui será resolvida com um piscinão, ali com a canalização de um córrego, em outra rua com a simples limpeza dos bueiros, e assim vai. De novo, sabe-se o que é preciso fazer, mas não se faz. Também não é culpa da chuva.

    A falta de energia é outro estrago. Caem postes, desabam árvores, fiações são destruídas, transformadores pifam. Um amigo conta a situação na sua rua: os galhos de uma árvore cresceram muito e encostaram no transformador; quando chove com vento, os galhos vão batendo no transformador, já molhado, até desligá-lo. Sempre acontece isso.

    Ora, por que não podam a árvore? Porque é preciso uma autorização formal da prefeitura, o que significa uma solicitação formal, um trâmite formal, a visita pessoal de um fiscal. Não sai antes da próxima chuva.

    Podem reparar: em toda queda de árvore, sempre aparece um morador para dizer que aquilo era esperado, que já havia sido solicitada a poda ou a retirada. De novo, não tem nada a ver com a chuva.

    (Carlos Alberto Sardenberg. O Globo, 28/02/2013)

    A organização do texto mostra:

    a) uma progressão textual do tema mais grave para o menos grave.

    b) uma simples listagem de problemas causados pelo mau tempo.

    c) uma crítica crescente às autoridades e aos moradores.

    d) uma série de problemas e as soluções já dadas.

    e) uma distribuição pelos parágrafos dos fatores inicialmente citados.

    .

    a) Errado. O texto trata dos assuntos com a mesma gravidade.

    b) Errado. O autor diz que os problemas não são causados pelo mau tempo.

    c) Errado. A crítica não é crescente, é feita de maneira igual a todos.

    d) Errado. O texto mostra uma série de problemas e a proposição de soluções, mas apresenta fundamentalmente uma crítica.

    e) Certo. No primeiro parágrafo, o autor resume os itens sobre os quais discorre nos parágrafos posteriores (semáforos desligados; alagamentos nas ruas; falta de energia) Gabarito: E

    (FGV – TecGes Admin (ALEMA)/ALEMA/Taquígrafo/2013)

    Analise a tira a seguir.

    Com relação aos constituintes linguísticos e gráficos da tira acima, assinale a afirmativa correta.

    a) A tira é um exemplo claro de texto narrativo, já que apresenta uma sequência cronológica de ações.

    b) A fala do personagem no primeiro quadrinho mostra certa desconsideração pelo cliente.

    c) A atitude mostrada – no segundo quadrinho – pelo responsável pelo conserto do barco indica a consciência de que o reparo havia sido mal feito.

    d) O fato de o personagem Hagar estar acompanhado de seu amigo indica, implicitamente, que ele tinha consciência de que ia ser vítima de alguma violência.

    e) O fato de a linguagem empregada por Hagar respeitar rigorosamente a norma culta tenta indicar sua classe social.

    .

    a) Certo. Toda tirinha é um tipo de texto narrativo minimalista, pois apresenta uma sequência breve de ações.

    b) Errado. A fala mostra consideração e respeito, haja vista a forma de tratamento empregada.

    c) Errado. A atitude demonstra que provavelmente o valor da conta seja muito maior do que o aceitável para o serviço.

    d) Errado. Como a quebra semântica consiste no fato de haver uma escolta para trazer a conta do conserto, a cena demonstrada é inusitada. Não há como afirmar que seria vítima de alguma violência.

    e) Errado. Não há indicativo de variedade linguística como rótulo social na tirinha.

    Gabarito: A

    (CETRO – Arquiv (MCID)/MCID/2013)

    Texto I

    A notícia de que foi demolida a igrejinha de Santa Ifigênia me fez voltar ao passado e pensar na história da sua construção, que talvez nem toda a gente conheça hoje.

    Quem a fez foi uma antiga escrava, Maria Velha (como era conhecida), em pagamento de promessa.

    Prometeu construir a capela com o fruto de seu trabalho e de donativos, e assim aconteceu. Ignoro quando começou e quais são os detalhes, mas penso que foi tarefa da maior parte da vida, com mi-galhas acumuladas num esforço duro de cada dia.

    Lembro da construção já na fase final, que caminhava devagar, porque o dinheiro ia pingando aos poucos, destilado pelo esforço da boa velhinha. Ela passava semanalmente pelas casas a fim de apanhar retalhos de pano, que sobravam das costuras e que as senhoras guardavam para lhe dar. Subia da casa onde morava, na rua hoje denominada Belo Horizonte, e vinha vindo, de porta em porta, recebida com estima e carinho. Já estava no fim da vida, creio que na casa dos 80. Era então frágil e curva, sempre arrimada a um bastão polido pelo contato de tantos anos, trazendo com dificuldade nas costas o saco onde punha os retalhos com que fazia colchas, para vendê-las e angariar recursos que iam alimentar a construção. Sei que também fazia doces e quem sabe mais coisas, separando o mínimo para as necessidades e aplicando o mais na realização de seu grande objetivo.

    Se não me engano, a consagração foi ali por 1927, talvez no Natal, com festa de congadeiros e moçambiques, pois ela era Rainha Conga. As pessoas gradas compareceram e o padre rezou a primeira missa. Ouvi contar que então Maria Velha teve um momento de extraordinária plenitude, improvisou uma espécie de alocução entrecortada, dizendo que ali estavam os brancos, os ricos, os importantes, mas quem fizera aquela obra de Deus fora ela, pobre, negra e antiga escrava. Depois, recolheu-se à apagada humildade, enquanto os foguetes pipocavam em contraponto festivo com as caixas dos congos e os bumbos dos moçambiqueiros.

    A meu ver, Maria Velha deu um alto exemplo de fidelidade às crenças, respeito à própria consciência e tenacidade na realização de um ideal. A integridade com que cumpriu o seu compromisso íntimo deve ser encarada em função da pobreza e desqualificação social que a caracterizavam, pois só assim é possível avaliar a sua justa dimensão. Com efeito, se é louvável e nobre o fato de uma pessoa abas-

    tada praticar atos de generosidade e desprendimento, que a privam quando muito do supérfluo, o que dizer de quem se priva do necessário para realizar uma obra que não vai trazer qualquer vantagem material ou projeção de fama, e corresponde apenas ao império da convicção?

    A vida consagrada de Maria Velha ilustra bem um dos lados mais belos dos brasileiros de origem africana, que, vilipendiados, privados de liberdade, humilhados pela própria natureza da sua condição, souberam não obstante ensinar aos seus senhores o que valem a dedicação e a retidão moral.

    Os escravos não apenas construíram o Brasil com o seu trabalho, mas legaram qualidades humanas que um preconceito obtuso em vão procura negar.

    CANDIDO, Antonio. Duas heroínas (A vanguarda, Cássia/MG, 10/6/1984). Texto com adaptações. In: Textos de Inter-

    venção / Antonio Candido; seleção apresentação e notas de Vinicius

    Dantas. São Paulo: Duas Cidades; Ed.34, 2002. (Coleção Espírito Crítico).

    Leia o Texto II abaixo, para responder à questão.

    Texto II

    A negação do racismo, uma hipocrisia que durante décadas orientou o discurso oficial brasileiro, apenas serviu para aprofundar ainda mais as desigualdades e impedir que o Estado e a sociedade atuassem de forma a enfrentar o problema.

    Todos os indicadores sociais atestam que recaem sobre a parcela negra dos brasileiros inúmeras mazelas sociais e toda sorte de violência e violação de direitos. As desigualdades e discriminações de natureza racial são evidentes no cotidiano e comprovadas por variadas estatísticas. Cite-se como exemplo a renda dos brancos, que costuma ser o dobro da renda dos negros, relação esta que tem se mantido estável ao longo do tempo.

    Embora há décadas o Movimento Negro brasileiro, sindicatos, universidades e setores progressistas denunciem o racismo e proponham políticas para sua superação, o Governo Federal não havia assumido uma política nacional articulada e contínua para a promoção da igualdade racial.

    A despeito de o sistema jurídico outorgar um conjunto de leis que se ocupem da igualdade nos direitos individuais e políticos (de que seria exemplo a liberdade religiosa), dos direitos sociais, direito educacional, direitos culturais, entre outros, as estatísticas indicam que tais direitos estão longe de serem eficazes, pelo que cabe ao Governo Federal – observados os limites institucionais do Poder Executivo – envidar esforços no sentido de assegurar eficácia àqueles direitos.

    Para tornar eficazes os direitos, o Estado tem que redefinir o seu papel no que se refere à prestação dos serviços públicos, de forma a ampliar sua intervenção nos domínios das relações intersubjetivas e privadas, buscando traduzir a igualdade formal em igualdade de oportunidades e tratamento.

    Daí a necessidade de uma intervenção estatal, norteada pelos princípios da transversalidade, da participação e da descentralização, que seja capaz de tornar iguais as oportunidades, impulsionando de modo especial aquele segmento que há cinco séculos trabalha para edificar este país, mas que continua sendo o alvo predileto de toda sorte de mazelas, discriminações, ofensas a direitos e violência pura e simples, material e simbólica.

    BRASIL. Secretaria Especial de Políticas da Promoção da Igualdade Racial. Política Nacional

    de Promoção da Igualdade Racial. Texto com adaptações. SEPPIR, 2003. 14 p. Disponível em

    . Acesso em 15/06/2013.

    Comparando os textos I e II, assinale a alternativa correta.

    a) Ambos tangem a questão do preconceito racial no Brasil, mas o texto I é mais imparcial, devido à utilização mais eloquente dos recursos expressivos da língua.

    b) Ambos os textos trazem uma preocupação com a urgência da intervenção do Estado para se combater o descaso sofrido pelos negros no Brasil, desde a época da escravidão.

    c) Em ambos os textos, há um predomínio da narração, apesar de eles demonstrarem claramente um ponto de vista acerca da condição do negro no Brasil.

    d) No texto II, a construção do raciocínio se dá de forma mais racional e objetiva, ao passo que no texto I o autor dá maior vazão a sua subjetividade.

    e) No texto II, há o objetivo de apresentar o tema sem a inserção de opinião, característica própria de textos oficiais como esse; não é o que ocorre no texto I, em que o autor aponta claramente sua opinião no último parágrafo do texto.

    .

    a) Errado. O texto I não é imparcial, pois também toma partido na questão relativa ao preconceito racial no Brasil. Os recursos expressivos apenas compõem uma narração mais competente.

    b) Errado. O texto I não se preocupa em discutir o papel de uma intervenção estatal para combater o descaso sofrido pelos negros no Brasil.

    c) Errado. O segundo texto não é narrativo. Trata-se de um texto da tipologia dissertativa.

    d) Certo. A construção do texto II é mais racional e objetiva, pois se trata de um texto dissertativo. A construção do texto I dá mais vazão à subjetividade, pois se trata de um texto narrativo.

    e) Errado. Os dois textos, apesar de pertencerem a tipologias distintas, carregam opiniões. É incomum que um texto oficial deixe transparecer a opinião do autor, mas nesse exemplo ficou evidente qual era seu ponto de vista.

    Gabarito: D

    (FGV – Ana Amb (INEA)/INEA/Administrador/2013)

    Só falta a política de redução de riscos

    Entre 1990 e 2010, mais de 96 milhões de pessoas foram afetadas por desastres no Brasil, como demonstra o Atlas dos Desastres Naturais do Brasil. Destas, mais de 6 milhões tiveram de deixar suas moradias, cerca de 480 mil sofreram algum agravo ou doença e quase 3,5 mil morreram imediatamente após os mesmos. Desastres como o de Petrópolis, que resultaram em dezenas de óbitos, não existem em um vácuo. Se por um lado exigem a presença de ameaças naturais, como chuvas fortes, por outro não se realizam sem condições de vulnerabilidade, constituídas através dos processos sociais relacionados à dinâmica do desenvolvimento econômico e da proteção social e ambiental. Isto significa que os debates em torno do desastre devem ir além das cobranças que ano após ano ficam restritas à Defesa Civil.

    A redução de riscos de desastres deve hoje constituir o cerne da política brasileira para os desastres.

    Isto significa combinar um conjunto de políticas não só para o durante os riscos e situações de desastres, o que avançamos bem, mas também e principalmente para o antes e o depois dos mesmos.

    Particularmente, após o desastre da Região Serrana (RJ) em 2011, uma série de iniciativas importantes ocorreu. Criou-se o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, a Força-Tarefa de Apoio Técnico e Emergência, a Força Nacional do SUS e reestruturou-se o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos de Desastres. Estas iniciativas ainda estão concentradas no monitoramento, alerta e respostas aos desastres. Faltam políticas integradas para redução de riscos.

    Dados do IBGE revelam que apenas 1,2% dos municípios possuíam plano municipal de redução de riscos em 2011. Nos municípios maiores, com mais de 500 mil habitantes, que não ultrapassam quatro dezenas, este percentual superava 50%. De modo inverso, nos municípios menores, com menos de 20 mil habitantes, em torno de quatro mil, este percentual era de 3,3%. É uma situação bastante preocupante relacionada aos municípios de grande porte e drástica nos municípios de pequeno porte.

    Há necessidade urgente de se investir em políticas integradas. E que ofereçam suporte aos municípios de menor porte. Na outra ponta, políticas de recuperação e reconstrução após desastres deveriam permitir o retorno à normalidade da vida cotidiana, não prolongando os efeitos dos desastres, como temos visto.

    (Carlos Machado – O Globo, 01/04/2013)

    As alternativas a seguir apresentam características do texto, à exceção de uma. Assinale-a a) Predomínio do emprego de linguagem culta.

    b) Preocupação com a indicação das fontes de informações.

    c) Tentativa de imparcialidade, mostrando avanços e problemas.

    d) Argumentação fundamentada em dados e fatos.

    e) Tendência para uma velada ironia.

    .

    a) Certo. Trata-se de um texto bem escrito, sem desvios à norma padrão da Língua Portuguesa.

    b) Certo. O autor cita as fontes de onde foram extraídos os dados estatísticos apresentados.

    c) Certo. O autor não toma partido na situação, dissertando de maneira imparcial sobre os problemas causados por desastres naturais e as tentativas de superar tais problemas, a exemplo da criação de um centro para monitoramento de desastres naturais.

    d) Certo. O texto apresenta a temporalização dos fatos (2011, 1990, 2010) e indica a origem dos dados (por exemplo, o IBGE).

    e) Errado. Não há construção irônica ao longo do texto, porque se trata de uma matéria com linguagem predominantemente referencial.

    Gabarito: E

    (CESPE – AnaTA MDIC/MDIC/2014)

    Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços em educação, renda e expectativa de vida nos últimos vinte anos.

    Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

    O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o IDHM médio do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010 — quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o Brasil passou de um patamar muito baixo para um patamar alto de desenvolvimento social. O que mais contribuiu para esse índice foi o aumento na longevidade, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos. Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse período.

    Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro componente do IDHM. Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em vinte anos, o IDHM específico de educação é o mais distante da meta ideal, de 1. Em 2010, pouco mais da metade dos brasileiros com dezoito anos de idade ou mais havia concluído o ensino fundamental; e só 57,2% dos jovens entre quinze e dezessete anos de idade tinham o ensino fundamental completo. O ministro da Educação admitiu um imenso desafio na área, mas destacou que a educação é o componente que, tendo partido de um patamar mais baixo, registrou os maiores avanços, graças ao aumento no fluxo de alunos matriculados nas escolas. O

    índice de crianças de cinco e seis anos de idade que entraram no sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991, para 91,1%, em 2010.

    Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a porcentagem de municípios na classificação

    muito baixa caiu de 85,5%, em 1991, para 0,6%, em 2010. O relatório identificou uma redução nas disparidades sociais entre Norte e Sul do Brasil, mas confirmou que elas continuam a existir. Um exemplo disso é que 90% dos municípios das regiões Norte e Nordeste têm baixos índices de IDHM

    em educação e renda.

    Internet: (com adaptações).

    No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas no texto, julgue o item que se segue.

    Os argumentos utilizados para sustentar as ideias defendidas no texto consistem na apresentação de dados, seguidos de exemplos, e de narrativas a eles relacionadas.

    Certo

    Errado

    .

    O texto apresenta argumentos fundamentados em dados, haja vista a enorme quantidade de estatísticas inseridas ao longo do desenvolvimento, entretanto não há a utilização de narrativas relativas a esses dados.

    Gabarito: Errado

    (CESPE – AnaTA (CADE)/CADE/2014)

    Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países — incluindo Brasil, Argentina e Venezuela — com acesso ao Oceano Atlântico, que confere ao Estado grande papel na economia. A segunda — composta por países de frente para o Pacífico, como México, Peru, Chile e Colômbia — adota o livre comércio e o mercado livre.

    Os dois grupos de países compartilham de uma geografia, de culturas e de histórias semelhantes, entretanto, por quase dez anos, a economia dos países do Atlântico cresceu mais rapidamente, em grande parte graças ao aumento dos preços das commodities no mercado global. Atualmente, parece que os anos vindouros são mais promissores para os países do Pacífico. Assim, a região enfrenta, de certa forma, um dilema sobre qual modelo adotar: o do Atlântico ou o do Pacífico?

    Há razões para pensar que os países com acesso ao Pacífico estão em vantagem, como, por exemplo, o fato de que, em 2014, o bloco comercial Aliança do Pacífico (formado por México, Colômbia, Peru e Chile) provavelmente crescerá a uma média de 4,25%, ao passo que o grupo do Atlântico, formado

    por Venezuela, Brasil e Argentina — unidos pelo MERCOSUL —, crescerá 2,5%. O Brasil, a maior economia da região, tende a crescer 1,9%.

    Segundo economistas, os países da América Latina que adotam o livre comércio estão mais preparados para crescer e registram maiores ganhos de produtividade. Os países do Pacífico, mesmo aqueles como o Chile, que ainda dependem de commodities como o cobre, também têm feito mais para fortalecer a exportação. No México, a exportação de bens manufaturados representa quase 25% da produção econômica anual (no Brasil, representa 4%). As economias do Pacífico também são mais estáveis. Países como México e Chile têm baixa inflação e consideráveis reservas estrangeiras.

    Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se parecer com casos econômicos sem solução. Na Venezuela, a inflação passa de 50% ao ano — igual à da Síria, país devastado pela guerra.

    David Juhnow. Duas Américas Latinas bem diferentes. The Wall Street Journal.

    In: Internet: (com adaptações).

    Julgue o item a seguir, no que se refere à tipologia e às ideias do texto acima.

    A ideia defendida no texto, que se classifica como dissertativo, é construída por meio de contrastes.

    Certo

    Errado

    .

    Isso já se percebe na primeira sentença do texto, a qual traz a ideia de que há duas Américas Latinas.

    O texto tem sua argumentação constituída por meio dos contrastes entre os países que têm acesso ao Oceano Atlântico e os países que têm acesso ao Oceano Pacífico, sendo que os contrastes estão fundamentalmente baseados nos princípios econômicos.

    Gabarito: Certo

    (FGV – AP (TCE-BA)/TCE-BA/2014)

    A festa cristão

    A Igreja Católica denuncia a amoralidade e o materialismo pelo vazio espiritual da moderna civilização. A decomposição das famílias, a violência, a corrupção, as drogas, a dissolução dos costumes e a falta de solidariedade com os menos afortunados seriam sintomas de um mundo sem fé.

    Ao lado do racionalismo grego, nada influenciou tanto a história do Ocidente quanto o cristianismo, registra o filósofo Karl Popper. O cristianismo foi o principal ingrediente do pensamento europeu. Mesmo sob ataque, manteve seus críticos em sua órbita. São ainda condenados a esgrimir com a ética e a moralidade cristã até mesmo os ateus , observa o historiador Fernand Braudel. Humanistas prisioneiros de métodos científicos, desamparados pela fé, celebram também com o Papa Francisco

    o Natal como anúncio de alegria, esperança e ternura.

    O historiador Paul Johnson argumenta que a ascensão cristã não foi acidental, mas sim o atendimento de uma ampla, urgente e mal formulada necessidade de um culto monoteísta no mundo grego. As divindades tribais não forneciam mais explicações satisfatórias para uma sociedade cosmopolita em expansão, com crescentes padrões de vida e pretensões intelectuais. Era a versão mediterrâ-nea da globalização derrubando deuses locais.

    O mesmo pode ser dito da contaminação viral das ideias socialistas. A morte de Deus e o desencantamento do mundo exigiram uma nova religião secular e universal. O marxismo e suas pretensas bases científicas revelaram-se não apenas um formidável equívoco intelectual mas também um trágico experimento político, social e econômico. Mas disseminaram-se por seu apelo a nossos ancestrais instintos de solidariedade e altruísmo, heranças da moralidade dos pequenos bandos e das grandes religiões. Pois, afinal, a predisposição à crença religiosa é a mais complexa, poderosa e provavelmente irremovível força da natureza humana , considera o biólogo Edward Wilson.

    Por outro lado, apesar de criticados por sua impessoalidade e incompreendidos pelas massas, os mercados globais formam uma extensa rede de cooperação social abrangendo bilhões de indivíduos. Nossas dificuldades resultam de que precisamos ajustar nossas vidas, pensamentos e emoções a esses dois mundos diferentes , diagnostica o economista Friedrich von Hayek.

    (Paulo Guedes, O Globo, 23/12/2013)

    Assinale a alternativa que indica uma característica marcante desse texto.

    a) Ambiguidade intencional

    b) Presença de várias vozes

    c) Preocupação com os dogmas da Igreja.

    d) Pluralidade de variedades linguísticas.

    e) Paralelismo estrutural de todos os parágrafos.

    .

    a) Errado. O texto não apresenta ambiguidade, pois todas as posições estão marcadas explicitamente sem possibilidade de dupla interpretação.

    b) Certo. O autor usa diversas citações distintas para compor seu texto, o que indica a presença de várias vozes conceituais no trecho.

    c) Errado. Há uma visão racional a respeito do cristianismo, sem se preocupar com o rompimento de seus dogmas (verdades absolutas).

    d) Errado O texto é construído sob o mesmo registro linguístico, a forma padrão da língua.

    e) Errado. Nem todo parágrafo está estruturado da mesma maneira: alguns possuem a citação no início; outros, no final; outros nem possuem citação. Por isso, não há como falar em paralelismo estrutural dos parágrafos.

    Gabarito: B

    (FCC – AJ TRT16/TRT 16/Judiciária/Sem Especialidade/2014)

    Atenção: Para responder à questão, considere o texto de Barbosa e Rabaça.

    Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de comunicação, e as assertivas que o seguem.

    Responsabilidade social

    • (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso de uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito

    maior do que gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente de forma absolutamente responsável e ética, inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social. Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa: consumidores, empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético, a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida, modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura, conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma consciência nacional para integrar desenvolvimento e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se tb. responsabilidade social corporativa ou RSC. V. ecossis-

    tema social, ética corporativa, empresa cidadã e marketing social.

    (BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada.

    Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10ª reimpressão, p. 639-40) I. Para que o leitor leigo tenha acesso adequado a todas as informações que o texto acima disponibiliza, basta que, após a sua leitura, cumpra as remissões indicadas; são remissões indicadas as que estão expressas nos segmentos iniciados por Diz-se tb. e V.

    II. Para o entendimento do verbete deste dicionário especializado, contrariamente ao que ocorre com os verbetes dos dicionários da língua portuguesa, é imprescindível que o leitor se aproprie de todas as convenções utilizadas na obra; neste caso, que saiba que mk significa "marketing" e que

    rp significa relações públicas.

    III. O verbete, neste dicionário especializado, é aberto por uma expressão; a sinonímia, igualmente assentada em expressão, é relevante nessa estrutura de vocabulário técnico.

    Está correto o que se afirma APENAS em

    a) I.

    b) II.

    c) III.

    d) I e II.

    e) II e III.

    .

    I – Não é necessário cumprir as remissões indicadas para compreender o conteúdo do texto. As remissões podem ser informações complementares, mas não são fundamentais para o entendimento.

    II – Não é necessário conhecer o significado das convenções da obra. Essas indicações especificam o emprego dos termos, mas não orientam o sentido lato da expressão.

    III – A apresentação da sinonímia (o que é feito em negrito, no fim do verbete) é relevante para que o leitor entenda que há mais de uma forma de se referir ao mesmo conceito. O verbete é aberto pela expressão inicial, o que equivale a um título no dicionário especializado.

    Gabarito: C

    (CESGRANRIO – Tec (BR)/BR/Administração e Controle Júnior/2013) Morar só por prazer

    O número de residências habitadas por uma única pessoa está aumentando velozmente no Brasil e no mundo. Morar sozinho é um luxo que tem pouco a ver com solidão e segue uma tendência generalizada em países desenvolvidos. Cada vez mais gente batalha para conquistar o seu espaço individual.

    Há quem diga que é coisa de eremita ou então puro egoísmo, típico da era moderna. Chega-se até a falar na ruína da família e no fim do convívio em comunidade. Entretanto, o crescimento no número de casas habitadas por uma só pessoa, no Brasil e no mundo, não significa necessariamente isso.

    O antropólogo carioca Gilberto Velho, estudioso dos fenômenos urbanos, faz questão de enfatizar que a cultura que desponta não é marcada pelo egoísmo, mas sim pelo individualismo. Embora os dois conceitos muitas vezes se confundam no linguajar informal, e até nos dicionários, para a filosofia, o egoísmo é um julgamento de valor e o individualismo, uma doutrina baseada no indivíduo.

    De acordo com a psicanalista Junia de Vilhena, ter uma casa só para si é criar um espaço de individualidade, o que é muito saudável para o crescimento pessoal de cada um, seja homem, seja mulher, jovem ou adulto, solteiro, casado ou viúvo. "Em muitas famílias não há espaço para o indivíduo. O

    sistema familiar pode abafar e sufocar. Não dá mais para idealizar o conceito de família. Acredito que o aumento dos lares unipessoais nos propõe uma reflexão: que tipo de família queremos construir?"

    Junia lembra que nem sempre uma casa com dois ou vários moradores é um espaço de troca. Ser sociável, ou não, depende do jeito de ser das pessoas. Morar sozinho não define isso, embora possa reforçar características dos tímidos. Para os expansivos, ter um ambiente próprio de recolhimento propicia a tranquilidade que lhes permite recarregar as energias para viver o ritmo acelerado das grandes cidades.

    MESQUITA, Renata. Revista Planeta, ed. 477. São Paulo: Editora Três, junho de 2012. Adaptado.

    O texto possui características típicas de uma reportagem porque apresenta a) relatos de episódios passados

    b) comparações entre opiniões opostas

    c) termos técnicos de circulação restrita

    d) depoimentos de especialistas no assunto

    e) dados estatísticos de pesquisas realizadas

    .

    a) Errado. Não há relatos e episódios passados.

    b) Errado. As opiniões apresentadas não são contrapostas.

    c) Errado. Não são empregados termos técnicos de circulação restrita.

    d) Certo. São citadas as opiniões de Gilberto Velho e Junia Vilhena.

    e) Errado. Não são apresentados dados estatísticos de pesquisas realizadas.

    Gabarito: D

    (CESPE – APF/PF/2014)

    O tráfico internacional de drogas começou a desenvolver-se em meados da década de 70, tendo tido o seu boom na década de 80. Esse desenvolvimento está estreitamente ligado à crise econômica

    mundial. O narcotráfico determina as economias dos países produtores de coca e, ao mesmo tempo, favorece principalmente o sistema financeiro mundial. O dinheiro oriundo da droga corresponde à lógica do sistema financeiro, que é eminentemente especulativo. Este necessita, cada vez mais, de capital livre para girar, e o tráfico de drogas promove o aparecimento mágico desse capital que se acumula de modo rápido e se move velozmente.

    A América Latina participa do narcotráfico na qualidade de maior produtora mundial de cocaína, e um de seus países, a Colômbia, detém o controle da maior parte do tráfico internacional. A cocaína gera dependência em grupos econômicos e até mesmo nas economias de alguns países, como nos bancos da Flórida, em algumas ilhas do Caribe ou nos principais países produtores — Peru, Bolívia e Colômbia, para citar apenas os casos de maior destaque. Na Bolívia, os lucros com o narcotráfico chegam a US$ 1,5 bilhão contra US$ 2,5 bilhões das exportações legais. Na Colômbia, o narcotráfico gera de US$ 2 a 4 bilhões, enquanto as exportações oficiais geram US$ 5,25 bilhões. Nesses países, a corrupção é generalizada. Os narcotraficantes controlam o governo, as forças armadas, o corpo diplomático e até as unidades encarregadas do combate ao tráfico. Não há setor da sociedade que não tenha ligação com os traficantes e até mesmo a Igreja recebe contribuições destes.

    Osvaldo Coggiola. O comércio de drogas hoje. In: Olho da História, nº 4.

    Internet: (com adaptações).

    Julgue o próximo item, referente aos sentidos do texto acima.

    O texto, que se classifica como dissertativo, expõe a articulação entre o tráfico internacional de drogas e o sistema financeiro mundial.

    Certo

    Errado

    .

    Trata-se de um texto dissertativo-expositivo, uma vez que não se busca a defesa de uma tese, mas o esclarecimento a respeito de uma proposta, que pode ser resumida na seguinte sentença do texto (tópico frasal): O narcotráfico determina as economias dos países produtores de coca e, ao mesmo tempo, favorece principalmente o sistema financeiro mundial.

    Gabarito: Certo

    (CESPE – AAmb (IBAMA)/IBAMA/Tema 1/Licenciamento Ambiental/2013) Denomina-se política ambiental o conjunto de decisões e ações estratégicas que visam promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. A política ambiental, portanto, tem relação direta com todas as demais políticas que promovam o uso dos recursos. Por isso, embora a responsabilidade pelo seu estabelecimento seja dos órgãos ambientais, todas as demais áreas de governo têm um papel a cumprir na execução das políticas ambientais.

    No Brasil, as primeiras iniciativas governamentais para instituir mecanismos para a gestão ambiental datam do início do século XIX, com a criação do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e do Serviço Florestal, que funcionou de 1921 a 1959, sucedido pelo Departamento de Recursos Naturais Renováveis e, em 1967, pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), inte-

    grado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas, setores empresariais (indústria, comércio e agricultura), populações tradicionais e indígenas e comunidade científica.

    Em 1985, foi criado o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e, em 1989, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), originado da fusão da SEMA com a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca e com o IBDF. Em 1999, a questão ambiental passou a ser tratada no âmbito de uma secretaria especial da Presidência da República, e, em 1992, ano da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, foi finalmente criado o Ministério do Meio Ambiente.

    Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil socioambiental.

    São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

    Julgue o item, relativo à tipologia e às ideias do texto acima, bem como às estruturas nele empregadas.

    No texto, essencialmente narrativo, o clímax, identificado no último parágrafo, corresponde à criação do Ministério do Meio Ambiente.

    Certo

    Errado

    .

    Não se trata de um texto narrativo, pois não se observam os operadores de uma narrativa, tais co-mo: narrador, personagens, tempo, trama e espaço. Trata-se de um texto dissertativo-expositivo.

    Gabarito: Errado

    (CESPE – TJ TRE MS/TRE MS/Administrativa/Contabilidade/2013) Texto para a questão

    Diversas são as naturezas dos instrumentos de que dispõe o povo para participar efetivamente da sociedade em que vive. Políticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles destinam-se à mesma finalidade: submeter o administrador ao controle e à aprovação do administrado. O sufrágio universal, por exemplo, é um mecanismo de controle de índole eminentemente política — no Brasil, está previsto no art. 14 da Constituição Federal de 1988, que assegura ainda o voto direto e secreto e de igual valor para todos —, que garante o direito do cidadão de escolher seus representantes e de ser escolhido pelos seus pares.

    Costuma-se dizer que a forma de sufrágio denuncia, em princípio, o regime político de uma sociedade. Assim, quanto mais democrática a sociedade, maior a amplitude do sufrágio. Essa não é, entretanto, uma verdade absoluta. Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a serem preen-chidas pelo cidadão para se tornar eleitor, desde que não sejam discriminatórias ou levem em consideração valores pessoais. Segundo José Afonso da Silva, considera-se, pois, universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a todos os nacionais de um país, sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna ou de capacidade especial. No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal.

    Internet: (com adaptações).

    O texto é, essencialmente,

    a) prescritivo e normativo.

    b) dissertativo-argumentativo.

    c) narrativo.

    d) descritivo.

    e) informativo.

    .

    a) Errado. Não se trata de texto prescritivo, pois não apresenta normas ao longo de seu desenvolvimento.

    b) Certo. Trata-se de um texto argumentativo que busca convencer o leitor de que o sufrágio universal é um instrumento de que o indivíduo dispõe para participar efetivamente da sociedade em que vive.

    c) Errado. Não se trata de uma narração, pois não há uma sequência die ações realizadas por um personagem.

    d) Errado. Como o propósito do texto não é expor características, não se trata de uma descrição.

    e) Errado. Texto informativo é também conhecido como texto dissertativo-expositivo. Como há a defesa de um ponto de vista no texto, entende-se que o texto é argumentativo.

    Gabarito: B

    (CESPE – AJ CNJ/CNJ/Administrativa/Sem Especialidade/2013) Como afirma Foucault, a verdade jurídica é uma relação construída a partir de um paradigma de poder social que manipula o instrumental legal, de um poder-saber que estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger o cidadão do poder com o simples contraditório processual e a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição. Deve haver um tratamento crítico e uma posição política sobre o discurso jurídico, com a possibilidade de revelar possíveis contradições e complexidades das tábuas de valor que orientam o direito.

    Ora, o conceito de justiça é o de um discurso construído dentro de uma instância de poder, e construído dentro de uma processualidade. Segundo Lyotard, não existe um discurso a priori correto ou verídico, mas narrativas entrecruzantes em busca de verdades parciais, históricas. O discurso sobre a justiça não pode ser diferente. Ele há de ser plurissignificativo, embasado em valores diversificados, mutáveis, conhecidos retoricamente, e não no fechamento kantiano, platônico e cartesiano dos sentidos prévios, imutáveis, unissignificativos do que seja o justo.

    Somente o processo isocrítico e com estruturação em um paradigma democrático-constitucional de fiscalização constante das premissas discursivas pode levar a um processo justo e a um direito justo em algum sentido.

    Dessa forma, justiça é a busca da processualidade para que os agentes partícipes do processo e, latu sensu, toda a sociedade possam participar e controlar a institucionalização do justo.

    Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista Jus Vigilantibus.

    Internet: (com adaptações).

    Com relação aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item que se segue.

    No texto, que se caracteriza como dissertativo-argumentativo, o autor defende a ideia de que, no discurso jurídico, os fins justificam os meios.

    Certo

    Errado

    .

    O autor usa, em sua argumentação, citações de pensadores da Filosofia para defender a ideia de que não há um conceito pré-concebido a respeito do discurso jurídico. Afirma que há contradições e complexidades dos valores que definem o direito em si. Não há citação que justifique o posicionamento da questão.

    Gabarito: Errado

    (CESPE – AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/Sem Especialidade/2013) De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde que o homem pôde vingar a ofensa a ele dirigida e verificou que tal vingança o satisfazia e atemorizava a reincidência, só deixou de exercer sua força perante uma força maior. No entanto, como acontece muitas vezes no domínio biológico, a reação começou a ultrapassar de muito a ação que a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que começou propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no mecanismo social, ou melhor, foi aí que começou a sociedade propriamente dita. Fracos unidos não deixam de constituir uma força. E os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, os primeiros inteligentes da história da humanidade, procura-ram submeter aquelas relações até então naturais, biológicas e necessárias, ao domínio do pensamento. Surgiu, como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, tinham direitos. Novas noções de Justiça, Caridade, Igualdade e Dever foram se insinuando naquele grupo primitivo, instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o é o fato de os primeiros remédios terem sido inven-tados pelos doentes. No espírito do homem, foi se formando a correspondente daquela revolta: um superego mais ou menos forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações do novo homem com os seus semelhantes, impedindo-lhe a perpetração de atos considerados por todos como proibidos. (...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais forte e musculoso diante do menos poderoso pelo próprio nascimento e natureza. Igualados pelas mesmas condições, afrouxados na sua agressividade de animal pelo nascimento do superego, fizeram uma espécie de tratado de paz, as leis, pelas quais os interesses e os proibidos não seriam violados reciprocamente, sob a garantia de uma punição por parte da coletividade.

    Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do direito de punir. In: Aparecida Maria Nunes (Org.).

    Clarice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p. 67-8 (com adaptações).

    A respeito do texto acima, julgue o próximo item.

    O texto tem caráter predominantemente dissertativo e argumentativo, embora nele possam ser identificados trechos que remetam ao tipo narrativo.

    Certo

    Errado

    .

    O texto, que discorre sobre a evolução da noção de direito, parte de uma recapitulação factual que a autora realiza para poder criar uma metáfora – com finalidade argumentativa – de que os homens constituíram as leis para poderem viver a resolução de seus litígios.

    Gabarito: Certo

    (CESPE – PRF/PRF/2013)

    Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade de que dispomos.

    Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas (aliás, imun-das) porque, depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrôncio 90. Ora, isso é desagradável: pode mesmo acontecer que o próprio país que lançou a bomba venha a sofrer, a longo prazo, as consequências mortíferas da proeza. O que é, sem dúvida, uma sujeira.

    Pois bem, essas bombas indisciplinadas, mal-educadas, serão em breve substituídas pelas bombas n, que cumprirão sua missão com lisura: destruirão o inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, não?

    Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, p. 109.

    No que se refere aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir.

    O objetivo do texto, de caráter predominantemente dissertativo, é informar o leitor a respeito do surgimento da bomba limpa.

    Certo

    Errado

    .

    O texto não busca informar a respeito da criação de uma bomba limpa. Na realidade, o texto é dissertativo-argumentativo e carrega uma crítica irônica que o autor tece sobre a notícia da criação de uma nova arma de destruição em massa.

    Gabarito: Errado

    (CESPE – ATA MIN/MIN/2013)

    Entre as iniciativas desenvolvidas pelo Ministério da Integração Nacional (MI) por meio da Secretaria Nacional de Irrigação está o programa Mais Irrigação, que prevê investimentos de R$ 10 bilhões em recursos federais e em parcerias com a iniciativa privada, para aumentar a eficiência das áreas irrigá-veis e incentivar a criação de polos de desenvolvimento.

    Em outra frente, o MI tem incentivado os estados a elaborar planos diretores de irrigação, com indicadores, metas e prioridades para a agricultura irrigada. Esse é um instrumento estratégico para a

    política pública voltada para o setor. Com a nova Política Nacional de Irrigação, o governo federal visa ao aumento da produtividade, de forma sustentável, e à redução de riscos climáticos.

    O uso das técnicas de irrigação pode aumentar a produtividade da lavoura, contribuindo para a preservação dos biomas brasileiros, uma vez que se reduz a demanda pela expansão da fronteira agrícola. A irrigação pode trazer ao produtor rural ganhos de produtividade muito elevados. Para algumas culturas, esse índice pode chegar a 300%.

    Idem, ibidem.

    Com base no texto acima, julgue o item a seguir.

    Predominam no texto as estruturas próprias da narrativa.

    Certo

    Errado

    .

    Para eliminar a ideia de que poderia ser uma narrativa, basta identificar que não há narrador e não há personagens no texto. Trata-se de um texto dissertativo-expositivo.

    Gabarito: Errado

    (FGV – Cons Leg (ALEMA)/ALEMA/Direito Constitucional/2013)

    Texto

    Cobrar responsabilidade

    No início do mês, um assaltante matou um jovem em São Paulo com um tiro na cabeça, mesmo depois de a vítima ter lhe passado o celular. Identificado por câmeras do sistema de segurança do prédio do rapaz, o criminoso foi localizado pela polícia, mas – apesar de todos os registros que não deixam dúvidas sobre a autoria do assassinato – não ficará um dia preso. Menor de idade, foi apreen-dido e levado a um centro de recolhimento. O máximo de punição a que está sujeito é submeter-se, por três anos, à aplicação de medidas socioeducativas.

    Não é um caso isolado na crônica de crimes cometidos por menores de idade no país. Mas houve, nesse episódio de São Paulo, uma circunstância que o transformou em mais um exemplo emblemáti-co do equivocado abrigo legal que o Estatuto da Criança e do Adolescente confere a criminosos que estão longe de poderem justificar suas ações com o argumento da imaturidade: ao disparar friamen-te contra o estudante paulista, a assaltante estava a três dias de completar 18 anos. Pela selvageria do assassinato, o caso remete à barbárie de que foi vítima, no Rio, o menino João Hélio, em 2007.

    Também nesse episódio, um dos bandidos que participaram do martírio do garoto estava a pouco tempo de atingir a maioridade.

    Nos dois casos, convencionou-se, ao anteparo do ECA, que a diferença de alguns dias – ou, ainda que o fosse, de alguns meses – teria modificado os padrões de discernimento dos assassinos. Eles não saberiam o que estavam fazendo. É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como o emprego de menores em ações – inclusive armadas – de quadrilhas organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei.

    O raciocínio, nesses casos, é tão cristalino quanto perverso: colocam-se jovens, muitos dos quais mal entraram na adolescência, na linha de frente de ações criminosas porque, protegidos pelo ECA, e diante da generalizada ruína administrativa dos órgãos encarregados de aplicar as medidas socioeducativas, na prática eles são inimputáveis. Tornam-se, assim, personagens de vestibulares para a entrada em definitivo, sem chances de recuperação, numa vida de crimes.

    É dever do Estado (em atendimento a um direito inalienável) prover crianças e adolescentes com cuidados, segurança, oportunidades, inclusive de recuperação diante de deslizes sociais. Neste sentido, o ECA mantém dispositivos importantes, que asseguram proteção a uma parcela da população em geral incapaz de discernir entre o certo e o errado à luz das regras sociais. Mas, se estes são aspectos consideráveis, por

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