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Ponto de Partida
Orçamaneto Participativo:
a experiência de Porto Alegre
Tarso Genro e Ubiratan de Souza
Versões e Ficções:
O seqüestro da história
Vários autores
ENTREVISTADORES:
MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES
MANUEL CORREIA DE ANDRADE
RAIMUNDO RODRIGUES PEREIRA
Diretoria
Luiz Dulci - Presidente
Zilah Wendel Abramo - Vice-presidente
Hamilton Pereira - diretor
Ricardo de Azevedo - diretor
Coordenação editorial
Flamarion Maués
Edição de Texto
Raimundo Rodrigues Pereira
Revisão
António Cerveira de Moura
Priscila Úrsula Santos
Editoração Eletrônica
Augusto Gomes
PREFÁCIO......................................................................................7
MAPA 1: REGIÕES GEOGRÁFICAS E
PRINCIPAIS CIDADES DO NORDESTE........................................13
Vera Siqueira
PREFÁCIO
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Fonte: ETENE/BNB.
Org.: Manuel Correia de Andrade e Jerônimo de Freitas.
Des./Ed. Graf.: Fernando J. C. C. Lins. 14
O DRAMA DA SECA
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MCT — Numa situação dessas, uma pessoa dizer que não foi
bem informada de uma crise desse tamanho, quando todo mundo
tinha avisado, quando todos falavam do efeito El Niño...
CF — A realidade é que nessa seca tudo, aparentemente,
foi decidido com muito desleixo. Como já disse, há a in-
dústria da seca, gente que ganha com a seca, porque ela
significa muito dinheiro do governo chegando para o
comércio, para financiar as frentes de trabalho etc. A seca
é um negócio. Na Paraíba, por exemplo, havia as fortu-
nas feitas pela seca; diversas fortunas de Campina
Grande decorriam de vantagens públicas. Isso mostra
a ligação entre a máquina política, o controle da admi-
nistração...
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OS SEM-TERRA
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AGRICULTURA E MERCADO
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MCT — Mas não tem projeto nenhum: não tem projeto agrícola,
nem projeto industrial, nem projeto de nação, nem projeto de povo.
Povo não tem, nação não tem, agricultura não tem...
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MCT — Não. Mais uma razão para dizer que a estrutura está
pronta para mudar, para uma reforma agrária maciça.
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IRRIGAÇÃO
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MCA — Sob alguns aspectos, sim, sob outros, é pior. Você pega
o Josué de Castro11 e ele mostra que o problema da fome na Zona
da Mata é maior do que no Sertão... Agora, na Mata a fome não
é por causa da seca...
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13. A mudança nas regras do Banco Central para permitir o livre trân-
sito de dólares para fora do país foi feita pelo BC, no final do governo
José Sarney (1985-1989). CC-5 — que hoje designa contas de pessoas
e instituições financeiras do exterior em bancos locais — é um nome
de 30 anos atrás, da época em que não existia dinheiro eletrônico. A
legislação que fundamenta essas contas é anterior, de 1957, e era niti-
damente restritiva. Dizia que podia ser convertido livremente em moeda
estrangeira para envio ao exterior exclusivamente o dinheiro que tivesse
entrado em moeda estrangeira. Tudo o mais precisaria de autorização.
Com um jogo de palavras — basicamente dizendo que autorizava tudo
o mais — o BC transformou as CC-5 em contas para a era do dinheiro
eletrônico, e absolutamente permissivas.
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res.
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CLIENTELISMO E MODERNIDADE
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FRANÇA E CEPAL
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A CRIAÇÃO DA SUDENE
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RRP — Quando?
CF — Foi no fim do governo Juscelino. Uma coisa terrí-
vel, romper uma barragem daquele tamanho. Já existia a
Sudene: tomamos todas as providências para evitar o pior,
ninguém morreu, todas as pessoas foram indenizadas
pelas inundações. A barragem tinha sido feita um pouco
às pressas, para inaugurar enquanto Juscelino fosse pre-
sidente... essas coisas do Brasil.
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CAPITALISMO E GLOBALIZAÇÃO
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MCT — O que significa dizer que, para mudar, a crise vai ter de
chegar neles... Eles estão flutuando com uma massa de riqueza enor-
me sobre um mercado totalmente móvel e flexível. Quando dá bode,
o pessoal se refugia lá...
CF — O dinheiro só confia neles. O dólar é a moeda de
referência para todos os países, todos os bancos centrais
trabalham com dólar...
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MCT — No limite, o senhor não acha que era o caso de, unila-
teralmente, introduzir alguns circuit breakers e começar a fazer
algum controle de câmbio?
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RRP — Essa é a questão. Para ter força, ele precisa ter força
internamente, e essa força ele foi buscar no PFL, nos conserva-
dores, nos que estão interessados em manter a situação atual,
não em mudá-la.
CF — Um país como o Brasil tem alguma importância,
mas como vai convencer os outros de que eles têm de
fazer alguma coisa? A verdade é que os americanos não
têm interesse maior nisso.
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