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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

FELIPPE ZAMBRANO
GABRIEL RODRIGUES DO NASCIMENTO
GUILHERME ROSA DE MATOS
HIGOR CAMPOS
IRANILDO BATISTA DE SOUSA
JEFERSON YUDI MASSAOKA
JOÃO PEDRO JULIDORI
NATHIELLY DE SOUZA SOARES

PROJETO INTEGRADOR DE SUSTENTABILIDADE

Placas solares como fonte de energia solar

SÃO PAULO
2017
1
FELIPPE ZAMBRANO 417109141
GABRIEL RODRIGUES DO NASCIMENTO 417104720
GUILHERME ROSA DE MATOS 417110250
HIGOR CAMPOS 417105377
IRANILDO BATISTA DE SOUSA 417101444
JEFERSON YUDI MASSAOKA 917112088
JOÃO PEDRO JULIDORI 417101781
NATHIELLY DE SOUZA SOARES 417111435

PROJETO INTEGRADOR DE SUSTENTABILIDADE

Energia solar fotovoltaica como fonte de energia sustentável

Projeto integrador apresentado ao programa


de Graduação na área de engenharia do
Centro de exatas da Universidade Nove de
Julho, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Bacharel.

Orientador: Prof. Ramão C Gomes

São Paulo
201
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. JUSTIFICATIVA 5
3. OBJETIVOS 6
4. METODOLOGIA 6
4.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS 6
5. ENERGIA FOTOVOLTAICA 8
6. PRÓS E CONTRAS DA ENERGIA SOlar 9
7. PAINEL SOLAR FOTOVOLTAICO: CONVERSORES SOLARES EM ENERGIA
ELÉTRICA 10
8. COMO FUNCIONA UM PAINEL SOLAR 12
9. TAMANHO E VIDA ÚTIL 13
10. TIPOS DE PAINÉIS SOLARES FOTOVOLTAICOS 13
11. PLACAS SOLARES EM USINAS E RESIDÊNCIAS 15
12. APLICAÇÕES DOS PAINÉIS FOTOVOLTAICOS EM UM REAL EXEMPLO DE
FALTA DE ENERGIA: UIRAMUTÃ 17
13. USINA: DEMANDA DE UIRAMUTÃ 22
14. USINA: ORÇAMENTO 25
15. RESULTADOS E CONCLUSÕES 28
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29

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1. INTRODUÇÃO

Todos os dias a Terra recebe uma quantidade energia solar proveniente do


Sol, energia essa que é cerca de 5 mil vezes maior do que o consumo mundial de
eletricidade e energia térmica somados e, durante um ano, a Terra recebe 80 mil
vezes mais energia do Sol do que todas as outras fontes renováveis somadas
podem produzir no mesmo período. Essa energia gerada pelo sol pode ser
considerada como uma fonte inesgotável, já que o sistema solar existirá ainda por
bilhões de anos, e pode ser aproveitada tanto na forma de calor quanto na forma de
luz.

A energia solar é a energia eletromagnética cuja fonte é o sol. Ela pode ser
transformada em energia térmica ou elétrica e aplicada em diversos usos.
Atualmente, esse tipo de energia se apresenta como uma das alternativas mais
notáveis para a geração de energia elétrica de forma limpa e sustentável. As duas
principais formas de aproveitamento da energia solar são a geração de energia
elétrica e o aquecimento solar de água.

Para a produção de energia elétrica são usados dois sistemas: o heliotérmico,


em que os raios solares são convertidos primeiramente em energia térmica e
posteriormente em elétrica; e o fotovoltaico, em que os raios solares são convertidos
diretamente em energia elétrica.

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2. JUSTIFICATIVA

Anualmente, o Brasil apresenta a ocorrência de diversas falhas em seu


sistema elétrico. Segundo o relatório do ONS (Operador Nacional do Sistema
Elétrico) apresentado ao MME (Ministério de Minas e Energia), o número de falhas
no sistema elétrico no ano de 2007 variou de 2258 a 2670 casos, sendo um
problema mais comum em cidades pequenas e poucos desenvolvidas. Ao pensar no
enorme impacto da falta de energia para escolas, hospitais e para a população em
geral, torna-se necessário então, a implantação de sistemas de emergência que
possam suprir a energia demandada na ocorrência desses problemas.

Desta forma, o incentivo à energia solar no Brasil é justificado pelo potencial


do país, que possui grandes áreas com radiação solar incidente e está próximo à
linha do Equador. As regiões semiáridas do nordeste brasileiro são ideais para a
geração de energia fotovoltaica, pois atendem às condições de alta irradiação solar
e baixa pluviosidade.

Neste cenário, a utilização da energia fotovoltaica surge como alternativa


ideal por ser uma fonte de energia limpa, sustentável e com baixo custo de
manutenção.

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3. OBJETIVOS

Esse trabalho tem como base a análise e o levantamento de dados sobre a


produção de energia solar fotovoltaica para a geração de energia elétrica de forma
sustentável, ao realizar a montagem de um sistema de energia elétrica ininterrupta,
que atenda a demanda elétrica da cidade de Uiramutã, localizada no interior do
estado de Roraima, com o propósito de encontrar uma solução sustentável para a
constante falta de energia elétrica sofrida pelo município. Desta forma, a
apresentação de um sistema não poluente e ininterrupto no fornecimento de energia
elétrica, torna-se o objetivo principal deste trabalho.

4. METODOLOGIA

Inicialmente o grupo se reuniu para a escolha do tema do projeto, logo após a


escolha do mesmo, o grupo deu início às pesquisas na internet referente ao tema,
foi decidido, então, que seria realizado a montagem de uma maquete representando
a cidade escolhida para o desenvolvimento do projeto.

4.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS

Os materiais utilizados no desenvolvimento deste trabalho foram:

1. Notebook
2. Pincel
3. Tinta
4. Placa de Isopor
5. Folha de EVA
6. Cola quente
7. Extensor USB 4 entradas
8. Extensor USB
9. Fio de Cobre
6
10. Cano PVC
11. Cartolina Preta e Cinza
12. Cola branca
13. Palitos de sorvete
14. Furadeira
15. Serra
16. Lixa
17. Tesoura
18. Bateria
19. Solar Power (Placa Solar)

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5. ENERGIA FOTOVOLTAICA

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil tem cerca de 70% de sua


matriz elétrica baseada em energia hidráulica, e mais recentemente outras fontes de
energia, como a biomassa, a eólica e a nuclear vêm recebendo estímulos. Em vista
de condições hidrológicas desfavoráveis, com períodos de estiagem cada vez mais
prolongados, a energia fotovoltaica a se apresenta como uma alternativa. Ainda
mais se considerarmos que os períodos de seca estão associados ao aumento do
potencial solar devido à baixa interferência de nuvens e radiação solar mais intensa.

A energia fotovoltaica é aquela na qual a irradiação solar é transformada


diretamente em energia elétrica, sem passar pela fase de energia térmica
(característica do sistema heliotérmico). As células fotovoltaicas (ou células solares)
são feitas a partir de materiais semicondutores (normalmente o silício). Quando a
célula é exposta à luz, parte dos elétrons do material iluminado absorve fótons
(partículas de energia presentes na luz solar).

Os elétrons livres são transportados pelo semicondutor até serem puxados


por um campo elétrico. Este campo elétrico é formado na área de junção dos
materiais, por uma diferença de potencial elétrico existente entre esses materiais
semicondutores. Os elétrons livres são levados para fora da célula solar e ficam
disponíveis para serem usados na forma de energia elétrica.

Figura 1 – Sistema de energia fotovoltaica. Fonte: Captosol

8
Figura 2 – Sistema heliotérmico solar. Fonte: Newhome

Ao contrário do sistema heliotérmico, o sistema fotovoltaico não requer alta


irradiação solar para funcionar. Contudo, a quantidade de energia gerada depende
da densidade das nuvens, de forma que um número baixo de nuvens pode resultar
em uma maior produção de eletricidade em comparação a dias de céu
completamente aberto, devido ao fenômeno da reflexão da luz solar.

6. PRÓS E CONTRAS DA ENERGIA SOLAR

A energia solar é considerada uma fonte de energia renovável e inesgotável.


Ao contrário dos combustíveis fósseis, o processo de geração de energia elétrica a
partir da energia solar não emite dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e dióxido
de carbono, todos gases poluentes com efeitos nocivos à saúde humana e que
contribuem para o aquecimento global.

A não dependência da alta irradiação é uma grande vantagem do sistema


fotovoltaico, o que contribui para que seja apontado como uma outra alternativa.
Entretanto, a desvantagem da energia fotovoltaica, é que, apesar de não exigir
áreas tão extensas quanto as hidrelétricas, ainda requer grandes espaços. Outra
vantagem é que as centrais de conversão de energia solar fotovoltaico podem
operar durante anos com pouca manutenção, só é necessário manter os painéis

9
limpos de poeiras que impeçam a absorção da luz solar. Além disso, os custos
operacionais são baixos.

A desvantagem mais frequentemente apontada desse sistema é o alto custo


de implantação e a baixa eficiência do processo, que varia de 15% a 25%.
Entretanto, este sistema acaba por compensar o investimento inicial com o passar
dos anos.

Outro ponto de extrema importância a ser considerado na cadeia produtiva do


sistema fotovoltaico é o impacto socioambiental causado pela matéria prima mais
comumente usada para compor as células fotovoltaicas, o silício. A mineração do
silício, assim como qualquer outra atividade de mineração, tem impactos para o solo
e a água subterrânea da área de extração. Além disso, é imprescindível que sejam
proporcionadas boas condições ocupacionais aos trabalhadores, a fim de evitar
acidentes de trabalho e desenvolvimento de doenças ocupacionais. A Agência
Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc) aponta, em relatório, que a sílica
cristalina é cancerígena, podendo causar câncer de pulmão ao ser cronicamente
inalada.

7. PAINEL SOLAR FOTOVOLTAICO: CONVERSORES SOLARES EM


ENERGIA ELÉTRICA

O Brasil é um excelente mercado para o setor energético, pois a radiação


solar média que incide sobre a superfície do país é de até 2300 quilowatt/hora por
metro quadrado (kWh/m²), conforme o Atlas Solarimétrico da Cepel.

Um sistema de energia solar fotovoltaico, é um modelo em que os


componentes de seu kit funcionam de forma a realizar a captação da energia solar,
e sua conversão em eletricidade.

A energia produzida pode ser então utilizada no abastecimento da rede


eletrica em larga escala, como acontece em usinas solares (setor energético
comercial), mas também pode ser gerada em escala menores, residenciais (energia

10
solar para utilização doméstica). Além do sistema solar para geração de energia
elétrica, há também aquele para energia térmica, que tem por objetivo a utilização
da radiação solar para o aquecimento de agua.

Os sistemas de energia solar fotovoltaicas possuem alguns componentes


básicos, agrupados em três diferentes blocos: o bloco gerador, o bloco de
condicionamento de potência e o bloco de armazenamento. Cada grupo é formado
por componentes com funções especificas.

● Bloco gerador: painéis solares; cabos; estrutura de suporte.


● Bloco de condicionamento de potência: inversores; controladores de
carga.
● Bloco de armazenamento: baterias

Figura 3 – Sistema de energia fotovoltaico. Fonte: Blumenau Vertical

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Figura 4 – Blocos de um sistema fotovoltaico. Fonte: Reich Chemistry

O painel solar fotovoltaico é considerado o coração dos sistemas e faz parte


do primeiro bloco, o de geração de energia. Sua função especifica é de converter a
energia solar em eletricidade. O número de painéis necessários varia de acordo com
a demanda de energia da residência.

8. COMO FUNCIONA UM PAINEL SOLAR

Os painéis solares geram energia elétrica a partir do sol de forma muito


simples. Além de a energia fotovoltaica ser considerada limpa por não gerar
resíduos para além das placas e não causar danos ao meio ambiente, os painéis
que realizam a transformação da luz solar em energia elétrica demandam
manutenção mínima.

Um painel solar fotovoltaico é formado por conjunto de células fotovoltaicas


que possuem elétrons (partículas de cargas negativas que giram ao redor dos seus
núcleos dos átomos) e esses, por sua vez, ao serem atingidos pela sua radiação
solar, se movimentam gerando uma corrente elétrica. Por esse motivo, São
necessárias inspeções periódicas para verificar se há acumulo de poeira, folhas ou
outros interferentes sobre o painel. Geralmente a chuva é o suficiente para manter o
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painel livre de detritos, mas, quando não for, é necessário que ocorra a limpeza
periódica do painel a fim de checar os fios soltos ou oxidados (o que acontece
principalmente em regiões mais úmidas ou com maresia).

9. TAMANHO E VIDA ÚTIL

Os tamanhos e pesos dos painéis solares são bastante variáveis. Há vários


tipos e variações, mas um painel possui, em média, aproximadamente um metro
quadrado, e pesa pouco mais de 10 quilos. Um painel destas proporções possui
cerca de 36 células fotovoltaicas, sendo capaz de produzir por volta de 17 volts, e
uma potência de até 140 watts.

Os modelos existentes geralmente variam de cinco até 300 watts de potência


máxima, dependendo da finalidade de seu uso, e da tecnologia adotada. Além disso,
podem ser instalados diversos painéis fotovoltaicos, que podem ser organizados de
formas diferentes, possibilitando que se trabalhe com muitas variações de sistemas
de energia solar. Um painel solar tem vida útil de aproximadamente 25 anos, sendo
bem prático por não precisar de manutenção pesada. O tempo de retorno do
investimento, no sistema fotovoltaico é variável, e depende da quantidade de
investimento e da quantidade de energia que o imóvel demanda. Apesar disso, a
vantagem do sistema caseiro é a economia: uma vez atingido este tempo de retorno,
a conta de energia não precisará mais ser paga. Energia do sol que se transforma
em eletricidade “grátis”.

10. TIPOS DE PAINÉIS SOLARES FOTOVOLTAICOS

Existem três tipos básicos de painéis solares fotovoltaicos, nos quais são:
Painel solar monocristalino, painel solar policristalino e painel de filme fino.

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Os painéis solares monocristalino apresentam alto rendimento, e são feitos de
células monocristalinas de silício, ou seja, cada célula é formada por um único cristal
desse elemento. O processo de fabricação desses painéis é complexo, pois exige a
produção de cristais únicos de silício de alta pureza para cada célula fotovoltaica.

Figura 5 – Painel solar monocristalino. Fonte: Ecycle.

Os painéis solares policristalinos são menos eficientes que os


monocristalinos, pois diferentemente dos monocristalinos, nos painéis policristalinos
as células são formadas por diversos cristais, e não somente por um. O resultado
final é uma célula fotovoltaica com aparência de vidro quebrado.

Figura 6 – Painel solar policristalino. Fonte: Ecycle.

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Nos painéis de filme fino, o material fotovoltaico é depositado diretamente
sobre uma superfície (podendo ser de metal ou de vidro), para formar o painel.
Apesar de serem mais baratos, possuem uma eficiência energética muito menor,
fazendo com que seja necessária uma área bem maior para compensar.

Figura 7 – Painel de filme fino. Fonte: Ecycle.

11. PLACAS SOLARES EM USINAS E EM RESIDÊNCIAS

As usinas solares fotovoltaicas operam de forma semelhante ao


funcionamento dos sistemas de energia solar fotovoltaica residencial, porém em
uma escala bem maior, pois são projetadas para a produção e venda de grande
volume de energia em alta tensão.

Nessas usinas fotovoltaicas, que são o único tipo de usina sendo instalado de
forma comercial no Brasil (existem também as usinas solares heliotérmicas), milhões
de painéis fotovoltaicos captam a luz do sol e a convertem em energia elétrica
através de um processo chamado efeito fotovoltaico.

Nas usinas, os painéis são montados no solo, podendo ser fixados em terra
ou então sobre estruturas chamadas de sistemas Solar-Tracker, que são
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dispositivos que direcionam o painel conforme a posição do sol, de forma a deixá-lo
sempre no melhor ângulo para captação da luz. Essa energia, que é gerada em
Corrente Contínua (CC), é então enviada aos inversores fotovoltaicos, que a
convertem em Corrente Alternada (CA), que é o tipo de energia que consumimos em
nossos estabelecimentos.

Figura 8 – Funcionamento de um sistema fotovoltaico em uma residência. Fonte: Neo Solar

Até esse ponto não existe diferença para os sistemas de energia solar
residencial, no entanto, como essa energia será enviada aos pontos de consumo
através das linhas de alta tensão, ela precisa passar antes pelos transformadores,
que irão elevar sua tensão, que vem dos inversores em até 380 volts, para tensões
que vão de 13.800 volts até 230.000 volts.

Já nas residencias, os painéis solares são geralmente instalados nos telhados


(rooftop), porém, deve-se estar atento a algumas recomendações:

● A geração de eletricidade pelos painéis solares pode ser prejudicada


por ventos, sombras e superfícies reflexivas, que interferem, diminuindo a eficiência
do processo.
● É importante que haja uma boa circulação de ar no local, para que as
células não superaqueçam.

O telhado deve ser resistente ao peso dos painéis.

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12. APLICAÇÕES DOS PAINÉIS FOTOVOLTAICOS EM UM REAL
EXEMPLO DE FALTA DE ENERGIA: UIRAMUTÃ

Uiramutã surgiu a partir de diversos núcleos formados em função do


estabelecimento de garimpos de ouro e diamante na região, que ganharam força a
partir da década de 1960. Estes núcleos, dos quais os mais importantes são Mutum,
Água Fria e o próprio Uiramutã, caracterizam-se pela população cabocla, fruto da
miscigenação entre brancos e índios das etnias macuxi, ingarikó e wapixana, que
constituem a maioria da população da região. Uiramutã foi elevada à condição de
município em 1995.

Figura 9 – Uiramutã vista de cima. Fonte: Tiago Orihuela.

O mais setentrional dos municípios brasileiros possui uma população quase


totalmente indígena. Os índios representam 90% dos pouco mais de quatro mil
habitantes do município e, ao contrário do que ocorre em outros locais onde vivem
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algumas tribos indígenas, que participam ativamente das decisões sobre os rumos
que o município deve tomar.

Situado ao norte do Estado de Roraima (a 360 km de Boa Vista), o município


de Uiramutã está localizado numa região bem favorável e eficiente para se
desenvolver um projeto de energia fotovoltaica, pois está localizada próxima a linha
do Equador, onde recebe bastante luz proveniente do Sol.

O município de Uiramutã é um dos maiores exemplos da escassez de energia


elétrica no país, chegando a sofrer por mais de dois meses, constantes interrupções
de energia. Esses desligamentos, de acordo com a população local, seriam
provocados pela insuficiência de motores geradores de eletricidade. Essas falhas no
sistema elétrico de Uiramutã acabam por gerar diversas consequências para a
população residente no município, comprometendo diretamente no sistema
educacional e de saúde da cidade.

Diante disso, Uiramutã foi escolhido como base do nosso Projeto Integrador
por se mostrar um município favorável e eficiente no desenvolvimento do projeto de
energia fotovoltaica.

A inclinação e a orientação dos painéis também podem interferir em sua


eficiência. No caso de Uiramutã, o painel solar instalado deve ter a face orientada
para o norte verdadeiro (que não é o mesmo norte dado pela bússola). O norte
magnético, para onde uma bússola padrão aponta, está alinhado com os pólos da
Terra e está em constante movimento, apesar de leve. O norte real é o que se vê em
um mapa de papel e é constante.

É necessário também garantir que os componentes utilizados tenham a


certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro),
que realizou a implementação da Portaria n.º 357 em 2014, com o objetivo de
estabelecer regras para os equipamentos de geração de energia fotovoltaica.

Tendo em vista que Uiramutã é uma cidade com um pouco mais de 9 mil e
300 habitantes (IBGE, 2014), com uma área de 8.066 quilômetros quadrados. Pode-
se visar tanto a instalação de painéis solares em residências, quanto a possível
construção de usinas fotovoltaicas.
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Um dos motivos que levou o grupo a escolher a cidade de Uiramutã, pode ser
encontrado em artigos do portal G1, onde informa que habitantes reclamam das
constantes quedas de energia no local, algo que gera diversos prejuízos como a
perda de diversos equipamentos eletrônicos. Ainda no G1, podemos encontrar
noticias sobre o único posto de saúde da cidade, que também sofre com a falta de
energia e que por conta disso paralisa diversos atendimentos, algo que prejudica
gravemente a saúde da população.

“Artigos do portal G1”

Além da energia em Uiramutã sofrer com constantes quedas, o custo dela é


muito elevado. Segundo o portal do G1, um habitante que paga pela energia elétrica
em Uiramutã, paga a maior parte desse valor em tributos e pelo sistema de
distribuição, e não é só isso, o conta de energia não só na cidade de Uiramutã mas
também em todo estado do Roraima, sofre com constantes reajustes, inclusive o
ultimo reajuste foram de absurdos 35,30%. O custo tão elevado desse energia pode
ser dado pois a usina que alimenta a cidade é encontrada a mais de 500km de
distancia da cidade, que é a usina hidrelétrica de Jatapú.

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Outras oportunidades que
podemos encontrar em Uiramutã, é
que a cidade é um dos principais
pontos turísticos de Roraima, com
belas cachoeiras, grandes montanhas
e extensas áreas verdes, algo que
atrai diversos turistas de lazer.
Uiramutã também atrai turistas
culturais, por conta da forte presença
indígena na cidade.

Tauá, cidade do estado do


Ceará, foi a primeira cidade do Brasil a
implantar uma usina solar em seu
território, esse feito atraiu diversas
industrias e empresas a se alojarem
em seus domínios, algo que trouxe

mais de 1000 novos empregos, Figura 10 – Cachoeiras de Uiramutã. Fonte: G1


aumento considerável da população, e
melhor qualidade de vida da população, assim como a sua constante evolução.

Conforme ocorreu na cidade de Tauá, provavelmente ocorrerá em Uiramutã


de maneira semelhante, pois são cidades parecidas em questões de território,
população e clima, podendo ocorrer ainda em proporções maiores pelo fato de
Uiramutã ser um ponto turístico em Roraima.

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Figura 11 – Usina fotovoltaica de Tauá. Fonte: Portal Solar.

Para atrair apoio da população e boa repercussão externa e interna referente


a usina, localizamos um projeto apoiado pela Fundação Nacional do Índio (Funai)
junto com o Instituto Federal de Roraima (IFRR). Esse projeto visa melhorar a
qualidade de vida da população de uma aldeia indígena localizada no interior de
Uiramutã. Nessa comunidade vivem cerca de 200 indígenas da etnia Ingarikó, e a
acessibilidade ao local é mínima, podendo chegar apenas de avião, algo que
dificulta influencias externas, e isso prejudica na qualidade de vida dessas pessoas.
De principio, o projeto levou conhecimentos rurais para a aldeia, ensinando cultivos
de diversos vegetais, e o próximo passo já confirmado pela Fundação Nacional do
Índio (Funai) é levar a energia elétrica para aldeia, e é onde a usina irá influenciar,
levando energia para a aldeia, e consequentemente ganhando o apoio de ambas as
organizações (IFRR e Funai) e boas repercussões.

21
Figura 12 – População da aldeia, recepcionando os visitantes da Funai e do IFRR. Fonte: G1.

13. USINA: DEMANDA DE UIRAMUTÃ

Atualmente, no município de Uiramutã apenas 422 das residências recebem


energia elétrica, enquanto 1022 sofrem com a falta da mesma. Tendo em vista o
desenvolvimento de um sistema elétrico fotovoltaico em que possa abranger todas
as residências do município, foi calculado o gasto mensal de uma residência
localizada no centro de Uiramutã (que já possui energia) e de uma residência
localizada no interior (que não possui energia), sendo que as residências do centro
por já receberem energia, a maioria provavelmente possui diversos equipamentos
eletrônicos, como por exemplo, refrigerador, chuveiro, televisão, lâmpada, micro-
ondas, ferro de passar, carregador de celular, ventilador, computador e entre outros.
Já as residências do interior por não ter acesso a energia dificilmente possuirá
algum equipamento eletrônico, portanto de principio suponhamos que cada casa
possuirá apenas o necessário, como refrigerador, chuveiro e lâmpadas.

22
Residências do centro:

Utilizando as ferramentas do Excel, foram realizados os cálculos do gasto


diário (kWh) de cada equipamento eletrônico, consolidado num único gasto para
representar o gasto diário da residência (kWh) e multiplicado por 30 para representar
o gasto mensal (kWh) da mesma.

Para representar o custo mensal de cada residência, colocamos o preço da


energia solar de nossa usina, que é R$0,30 (R$/kWh) para a tarifa de energia e
R$0,18 (R$/kWh) para a tarifa do uso do sistema de distribuição, totalizando um
custo de R$0,58 centavos por kWh.

Com o preço da energia já estipulada podemos representar o custo mensal


de cada residência, que é o preço da conta luz mensal. Onde pegamos o gasto
mensal em kWh e multiplicamos por R$0,58 que no caso das residências do centro
o valor mensal da conta de luz será de apenas R$71,51.

Com o projetado do recebimento de uma residência da região do centro da


cidade, podemos calcular o recebimento total de todas as 422 residências que
possuem esse gasto em kWh, multiplicando o gasto de cada residência que é no
valor de R$71,51 por 422 que totaliza o recebimento no valor de R$30.177,39.

23
Residências do interior:

Utilizando as ferramentas do Excel, foram realizados os cálculos do gasto


diário (kWh) de cada equipamento eletrônico, consolidado num único gasto para
representar o gasto diário da residência (kWh) e multiplicado por 30 para representar
o gasto mensal (kWh) da mesma.

Para representar o custo mensal de cada residência, colocamos o preço da


energia solar de nossa usina, que é R$0,25 (R$/kWh) para a tarifa de energia e
R$0,15 (R$/kWh) para a tarifa do uso do sistema de distribuição, totalizando um
custo de R$0,40 centavos por kWh.

Com o preço da energia já estipulada podemos representar o custo mensal


de cada residência, que é o preço da conta luz mensal. Onde pegamos o gasto
mensal em kWh e multiplicamos por R$0,40 que no caso das residências do interior
o valor mensal da conta de luz será de apenas R$37,08.

Com o projetado do recebimento de uma residência da região do centro da


cidade, podemos calcular o recebimento total de todas as 1022 residências que
possuem esse gasto em kWh, multiplicando o gasto de cada residência que é no
valor de R$37,08 por 1022 que totaliza o recebimento no valor de R$37.895,76.

24
14. USINA: ORÇAMENTO

No site do Portal Solar, é disponibilizado o orçamento completo apenas


informando a demanda mensal em kWh, que no caso de Uiramutã, totaliza
157.608,96 kWh (94.739,40 kWh interior e 62.869,56 centro). Com a demanda
informada o Portal Solar informa a quantidade de placas necessárias, custo total das
placas com gerador, inversor e bateria, e área mínima ocupada pelo sistema

Total de placas necessárias: 5056 de 260W

Custo total das placas: R$5.126.667,00

Área mínima ocupada pelo sistema: 10516,24 m2

Já com o custo total das placas, calculamos o custo dos cabos, do território e
da estrutura da usina.

Para passar os cabos de uma casa a outra o custo irá variar em uma média
de R$380,00 incluindo os postes. Multiplicando os R$380,00 pelo total de
residências na cidade, totalizam R$388.360,00 que representa o custo total dos
cabos.

Para a estrutura não é necessário um grande investimento, pois irá assediar


apenas a equipe do administrativo, e armazenar alguns equipamentos para
manutenção e limpeza das placas. O custo da construção de uma estrutura com
essas necessidades varia em torno de R$50.00,00.

O custo do metro quadrado (m²) para uma construção dessa proporção varia
numa média de R$110,00, o terreno necessário é de 10516,24 m2, então custo do
terreno será de R$1.156.786,40, porém conforme ocorreu na construção da usina de
Tauá no Ceará, o terreno utilizado foi cedido pela prefeitura da cidade, então existe
a possibilidade que esse custo não exista.

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26
27
15. RESULTADOS E CONCLUSÕES

Após a consolidação de todas as informações e pesquisas, podemos concluir


o quão útil à energia solar pode ser para nós seres humanos e para o ambiente, não
o agredindo e criando um lugar melhor para vivermos através de técnicas
avançadas, visando o bem estar da população e da fauna e flora, aproveitando a
inesgotável energia do sol ao invés de usarmos energias em longo prazo que
prejudicam o meio ambiente como o petróleo. Pode ainda ser considerada uma
solução cara para estes fins, mas brevemente será mais utilizada por seu custo
baixar gradativamente e também pelo fato de cada residência possuir a
possibilidade de obter de maneira independente a sua própria placa dentro do seu
próprio território, algo que de fato aumenta a confiabilidade da energia que está
sendo utilizada, e também o custo inicial é alto, porém o gasto mensal é mínimo,
pois reduz os gastos com os sistemas de transmissão e distribuição, que por conta
disso, ao serem agregados os impostos, custos ambientais e sociais, e a sua
gradativa redução de custo, a energia solar fotovoltaica passa a ser, em um futuro
breve, economicamente competitiva quando comparada as outras fontes de energia.

Podemos concluir também que a energia solar é uma ótima solução


sustentável, não só para a cidade de Uiramutã, mas também para toda a população
que sofre com a falta de energia elétrica no Brasil, justamente por ser um pais
tropical, e receber grandes quantidades de energia do sol. E a usina de Tauá é um
ótimo exemplo para comprovar que a usina implantada em seu território, além de
produzir energia solar, também leva a evolução financeira dos locais ao seu redor,
assim como melhoria da qualidade de vida da população, com novos empregos, e
etc.

Por fim, os objetivos do trabalho foram alcançados com sucesso, com a


construção da maquete, junto ao protótipo da usina, e a apresentação de um projeto
que além de levar uma energia limpa para a população de Uiramutã, leva uma
energia mais barata e vantajosa que a energia já existente na cidade, junto ao
devido orçamento da usina baseado na demanda da população.

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16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AES ELETROPAULO. Tarifa de energia elétrica. Disponível em:


<https://www.aeseletropaulo.com.br/para-sua-casa/prazos-e-tarifas/conteudo/tarifa-
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