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Cartilha Técnica
da Aviação Agrícola

2o Workshop de Gestão Agrícola e


XX Congresso Mercosul e Latino Americano de
Aviação Agrícola

Expediente Diretoria Diretoria


2009/2011 2011/2013
Publicação de responsabilidade do
Sindicato Nacional das Empresas de Presidente: Júlio Augusto Kämpf Presidente: Nelson Antônio Paim
Aviação Agrícola (Sindag) Vice-presidente: Nelson Antônio Paim Vice-presidente: Claudio Coutinho Rodrigues
Junho de 2011 Secretário: Francisco Dias da Silva Secretário: Cesar Alberto Lilischkies
Tesoureiro: Claudio Coutinho Rodrigues Tesoureiro: Francisco Dias da Silva
Sindag
Rua Felicíssimo de Azevedo, 53 - Salas 701 e 702
Bairro São João
Conselho Fiscal Conselho Fiscal
Porto Alegre/RS CEP 90540-110
Fone/Fax: (51) 3337-5013 / (51) 3342-9096 Kurt Jaime Frantz Júlio Augusto Kämpf
Email: sindag@sindag.org.br José Selomar da Silva Oliveira José Selomar da Silva Oliveira
Site: www.sindag.org.br Nelci Afonso Arenhart André Textor

Ficha Técnica da publicação


Tiragem: 1.000 exemplares
Projeto Gráfico: Diagramação: Impressão: Gráfica Portão
Jornalista Tatiane Lopes de Souza Jornalista Clarissa Thones Mendes Distribuição: gratuita e dirigida

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Sumário
04 Sumário

05 Editorial

06 Histórico do Sindag

07 Perfil da aviação agrícola

08 Decreto Lei 917/1969 - Mapa

10 Decreto 86.765/1981 - Mapa

16 Instrução Normativa no 2 - Mapa

26 Aviação Agrícola: atuação primordial


no combate ao incêndio

30 Aviação Agrícola: eficaz no combate aos


transmissores de doença

33 Projeto de aplicação aérea, parceria


Embrapa, Sindag e INCT-SEC

36 Aviação Agrícola e a preocupação


com a sustentabilidade
37 Empresas associadas

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P a l a v r a do PRESIDENTE
sta cartilha técnica, além qualidade, do respeito à legislação

E de servir de norte para os


associados do Sindicato
Nacional as Empresas de Aviação
Agrícola, nosso Sindag, foi produ-
e do cumprimento das regras de se-
gurança operacional, com especial
atenção às questões ambientais –
pelas quais lutamos incessantemen-
zida para marcar os 20 anos da te, apoiando conceitos como o de
Entidade, com seu lançamento sustentabilidade, por exemplo.
durante as realizações dos dois
maiores eventos do segmento, o 2º Além das atividades inerentes
Workshop de Gestão Agrícola e que cabem a um sindicato, para a
no XX Congresso Mercosul e categoria, fomos efetivos na revi-
Latino Americano de Aviação são das Normas Técnicas de Tra-
Agrícola, em Santa Catarina. balho, a IN 2/2008. Durante anos,
participamos de reuniões para se
A principal função deste materi- chegar a um resultado que interes-
al é esclarecer as mais diversas dú-
vidas sobre a legislação da aviação
sasse a todos nós, aproximando a
legislação à atividade de campo.
Júlio
agrícola, cujas normas criadas con-
taram com o olhar atento das dire-
Com esse mesmo espírito que há
quatro anos trabalhamos junto à Kämpf
torias que estiveram à frente desta Anac (Agência Nacional de Avia-
Entidade. O Sindag não se furtou, ção Civil) para viabilizar o atual Re-
em nenhum momento, de discutir, gulamento Brasileiro de Aviação Não houve, portanto, tempo hábil para
alertar e informar sobre a nature- Civil, RBAC 137 – Operações Ae- que fossem regulamentados até o momen-
za da atividade da aviação agríco- roagrícolas e a IS 137.32-001 – Uso to da impressão desse material. Cabe sa-
la aos órgãos competentes. do etanol em aeronaves agrícolas. lientar, mais uma vez, que o Sindag parti-
cipou ativamente de todo o processo, até
Nestes 20 anos de atividades, o Contudo, infelizmente, apesar de chegar-se a versão final dessas legislações,
foco do Sindicato sempre foi a bus- todo o esforço realizado os referi- tendo inclusive manifestado-se oficial e
ca contínua do reconhecimento dos materiais ainda não constam amplamente durante a consulta pública.
das atividades aeroagrícolas, atra- nesta cartilha técnica. A Anac se-
vés de padrões internacionais de gue analisando os documentos. Por esse motivo, assim que forem regu-
lamentadas o RBAC 137 e a IS 137.32-
001 estaremos complementando esta car-
tilha técnica, pois os dois documentos são
fundamentais para a aviação agrícola e de-
vem ser conhecidos amplamente por to-
dos os profissionais da área.

Trabalho, idealismo e união são as ra-


zões para que uma entidade cresça e se
fortaleça. O Sindag é uma entidade ma-
dura e atuante. Esperamos que este ma-
terial seja bastante útil no seu dia a dia
profissional.

Boa leitura a todos!


Diretoria reunida durante assembleia

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SINDAG- o nosso sindicato!
Sindicato Nacional das Empresas de Avi

O ação Agrícola (Sindag) tem a missão de re


presentar, assistir e defender os interesses
das empresas associadas e dos integrantes da
categoria. A nossa Entidade foi criada em
assembleia realizada no dia 19 de julho de 1991,
em São Paulo. Os estatutos do Sindicato, po-
rém, tiveram seu registro completo em 12 de
março de 1992, quando, então, iniciaram-se ofi-
cialmente as atividades.

O Sindag foi criado pela necessidade que senti-


am as empresas de aviação agrícola em ter um
sindicato forte, que as representasse legalmen-
te para todos os efeitos, junto aos órgãos ofici-
ais da iniciativa privada e perante a opinião pú-
blica.

Antes da criação do Sindag, existia a Fenag (Fe-


deração Nacional de Aviação Agrícola). Esta
entidade prestou grandes serviços ao setor, mas
não reunia diretamente as empresas e sim asso-
ciações regionais de empresas - em número de
cinco - e, por não ter características de repre-
sentação sindical, não podia representar juridi-
camente os associados. Daí a necessidade de
criação do Sindag, este sim, investido do poder
pleno de representação da classe.

O setor aeroagrícola cresce a cada ano, conquista


novas áreas e culturas. Mostra, por meio dos ser-
viços oferecidos e das vantagens econômicas e
ambientais, os benefícios que pode trazer aos em-
presários e aos agricultores. Há muito a avançar.
E um Sindicato forte, atuante, comprometido e
responsável como o Sindag faz-se necessário para
alcançar o almejado.
A aviação agrícola é imprescindível para o de-
senvolvimento da agricultura. E nesse proces-
so, de tamanha importância e responsabilidade,
o Sindag segue na linha de frente. Sempre lu-
tando para que o segmento seja cada vez mais
conhecido e respeitado.

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PERFIL da aviação agrícola
aviação agrícola completará em agosto de 2011, 64 anos de atividade no Brasil. Na Secretaria de Aviação Civil,

A a atividade está enquadrada na categoria de Serviços Aéreos Especializados – SAE. Nesta esfera, além da
legislação aeronáutica, através da Anac– Agência Nacional de Aviação Civil, é regulada por legislação especí-
fica, por meio de RBAC e Portarias. Também no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a
atividade está regulamentada de forma específica e extensiva, abrangendo inclusive, aspectos relacionados à prote-
ção da saúde das populações e ao meio ambiente.

Frota Mercado
A frota de aeronaves As principais culturas, objeto do trabalho da
agrícolas brasileiras, segun- Aviação Agrícola, são: soja, arroz, algodão,
dos dados colhidos no cana-de-açúcar, trigo, banana, milho, feijão e
RAB, em dezembro de pastagens, além de outras em menor escala.
2010, é de 1.560 aviões, o Com o incremento do florestamento em nosso
que nos coloca na posição país, duas novas áreas de trabalho se somaram a
de segunda maior frota nossa atividade, que são o trato cultural na im-
do mundo. Estima-se que plantação da floresta e o combate a incêndios nas
em 2011 haja um cresci- mesmas, bem como em campos, já que esta práti-
mento da frota em 5%. ca é também prerrogativa da aviação agrícola.

Área tratada
Não se tem estatísticas oficiais a respeito do uso de aeronaves agrí-
Benefícios
colas, sendo a avaliação feita por estimativa e tomando-se depoimen- As principais vantagens da aplicação aérea, em
tos pessoais. benefício da produção agrícola e da proteção
A área aplicada tem acompanhado a evolução da safra agrícola naci- às pessoas e meio ambiente, são:
onal, estimando-se que na última, tenham sido tratados / aplicados Rapidez de execução, o que permite tratar
cerca de 20 milhões de hectares, correspondentes a aproximadamente grandes áreas no momento correto;
6,7 milhões de hectares plantados. O volume movimentado em negó- Uniformidade de deposição dos produtos
cios, no mesmo período, foi em torno de R$ 400 milhões. aplicados;
As estimativas do SINDAG, indicam que a participação da aviação Ausência de danos diretos
agrícola não atinge, ainda, 15% da área passível de ser tratada, restan- (“amassamento”) das plantas da cultura;
do ainda bastante espaço para crescimento. Inexistência de danos indiretos, como a
compactação do solo;
Utilização
Na Legislação da Aviação Agrícola estão listadas as atividades
Possibilidade de uso em praticamente qual-
quer condição de solo (solos irrigados ou
de encharcados por chuvas, por exemplo);
consideradas como suas prerrogativas, que são: Menor número de pessoas envolvidas, o
Aplicação de defensivos agrícolas; que é vantajoso quando se trata de aplica-
Aplicação de fertilizantes; ção de produtos tóxicos;
Semeaduras; Participação obrigatória de pessoal especi-
Povoamento de águas; alizado (Técnicos, Pilotos, Agrônomos);
Combate a incêndios em campos e florestas; Aplicação, sempre, sob responsabilidade
Outros empregos que vierem a ser aconselhados. técnica de Engenheiro Agrônomo.

Pessoal Especializado Engenheiro Agrônomo;


A atividade aeroagricola se utiliza de no mínimo três Piloto Agrícola;
categorias de profissionais especializados na área, a saber: Técnico Agrícola Executor em Aviação Agrícola.

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DECRETOS da aviação agrícola /Mapa
Decreto Lei 917 - outubro de 1969
Os Ministros da Marinha de Guerra, do
Dispõe sobre o emprego da Exército e da Aeronáutica Militar, usando das
atribuições que lhes confere o artigo 1º do Ato
Aviação Agrícola no País e dá Institucional no. 12, de 31 de agosto de 1969,
outras providências combinado com o § 1º do artigo 2º do Ato
Institucional no 5, de 13 de dezembro de 1969,
decretam:

Art. 1o Compete ao Ministério da Agricultura


propor a política para o emprego da Aviação
Agrícola, visando a coordenação, orientação,
supervisão e fiscalização de suas atividades,
ressalvada a competência de outros
Ministérios, notadamente:

a) do Ministério da Aeronáutica, em relação às normas do Código Brasileiro do Ar e ao disposto nos artigos 63 e


162, do Decreto-lei no. 200, de 25 de fevereiro de 1967, e demais legislações complementares pertinentes;
b) do Ministério da Saúde, em relação ao Código Brasileiro de Alimentos (Decreto-lei no. 209, de 27 de fevereiro de
1967), a política nacional de saúde e ao controle de drogas, às medidas de segurança sanitária do País (Decreto-lei
no. 303, de 28 de fevereiro de 1967);
c) do Ministério da Indústria e do Comércio, em relação a marcas e patentes (Decreto-lei no. 254, de 28 de fevereiro
de 1967) e ao desenvolvimento industrial e comercial e ao registro de comércio;
d) do Ministério do Trabalho e Previdência Social, em relação à higiene e à segurança do trabalho e normas legais
do trabalho.

Art. 2o Através do Ministério da Agricultura, a Administração Federal objetivará conciliar a missão pioneira do
poder público, em relação a pesquisas, treinamento de pessoal e demonstração de equipamentos e técnicas, com o
princípio de que cabe à iniciativa privada operar e desenvolver essas atividades de Aviação Agrícola.
§ 1º Os equipamentos que poderão ser objeto de demonstração pela Aviação Agrícola, são destinados à aspersão e
pulverização, conforme se especificar em regulamento.
§ 2º As atividades da Aviação Agrícola compreendem:
a) emprego de defensivos;
b) emprego de fertilizantes;
c) semeadura;
d) povoamento de águas;
e) combate a incêndios em campos ou florestas;
f) outros empregos que vierem a ser aconselhados.
§ 3º Enquanto a iniciativa privada não estiver em condições de desenvolver as atividades de pesquisa e treinamento
de pessoal, em relação à Aviação Agrícola, o Ministério da Agricultura delas se incumbirá.

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Art. 3oAo Ministério da Agricultura, ouvidos, quando segurança de tripulantes e normas de proteção às pessoas
for o caso, os demais Ministérios interessados, incumbe: e bens, objetivando a redução de riscos oriundos de
emprego de produtos de defesa agropecuária;
a) registrar e manter o cadastro de empresas que, sob d) apoio às pesquisas e às operações de aviação agrícola
qualquer forma, incluam a exploração de Aviação realizadas pelas Universidades e Escolas Superiores do
Agrícola entre seus objetivos, ou a realiza em consonância País;
com os interesses da sua exploração agropecuária; e) publicação periódica e atualizada de leis,
b) manter registro estatístico da pesquisa tecnológica e regulamentos e outras matérias que interessem,
econômica e outras necessárias, relativas à utilização da especificamente, a Aviação Agrícola, ouvido o Ministério
Aviação Agrícola; da Aeronáutica quanto aos aspectos técnicos pertinentes.
c) homologar e fazer publicar a relação dos produtos
químicos em condições de serem aplicados pela Aviação
Agrícola, atendidas as normas de proteção à saúde, e de
Art. 5o O Ministério da Agricultura poderá, em
defesa geral do interesse público; convenio com Universidades Federais, Órgãos da União
d) realizar testes operacionais de aeronaves e ensaios e dos Estados, realizar cursos de treinamento, pesquisas
de equipamentos quanto aos seus desempenhos como e experimentação, levantamentos e analises técnicas,
máquinas de aplicação aérea em trabalhos agrícolas, visando ao racional aproveitamento da infra-estrutura
propondo ao Ministério da Aeronáutica o atestado técnico-científica do País, e a realização e divulgação
liberatório da aeronave equipada, abrangendo: de pesquisas tecnológicas, com a utilização de recursos
aeronaves e equipamentos já em uso em território ou planos integrados de cooperação interadministrativas,
nacional; em proveito de Aviação Agrícola.
aeronaves requeridas para importação; e Parágrafo Único - Os candidatos ao curso de Aviação
aeronaves de fabricação nacional. Agrícola deverão ser titulares da licença de piloto
e) participar das decisões sobre concessão de incentivos comercial ou privado.
fiscais e favores creditícios oficiais em benefício de
empresas que utilizem ou explorem Aviação Agrícola,
juntamente com os demais órgãos especializados na
Art. 6 o O Ministério da Agricultura poderá,
matéria; inicialmente, observado o disposto na letra d do artigo
f) fiscalizar as atividades da Aviação Agrícola no 3º, como forma de incentivo ao financiamento da
concernente à observância das normas de proteção à Aviação Agrícola, adquirir aeronaves e equipamentos
vida e à saúde, do ponto de vista operacional e das agrícolas, para fins de arrendamento, e promover esquema
populações interessadas, bem como das de proteção à de financiamento da venda de aeronaves e equipamentos
fauna e à flora, articulando-se com os órgãos ou com a condição de serem empregados exclusivamente nas
autoridades competentes para aplicação de sanções, atividades previstas no § 2º do artigo 2º.
quando for o caso; § 1º - No caso de Universidades Federais e Órgãos de
g) na falta de sanções específicas, previstas em leis e Pesquisa criados e mantidos pela União, ou pelos
regulamentos, aplicar multas de até 100 (cem) salários Estados, as aeronaves e equipamentos poderão ser
mínimos mensais, suspender ou cancelar o registro de cedidos a título gratuito, conforme se estipular em cada
empresas de Aviação Agrícola que tenha infringido as caso.
normas de proteção à vida e à saúde, bem como as de § 2º - Nos demais casos de arrendamento, cobrar-se-á
proteção à fauna e à flora, pelo prazo, e na forma que aluguel a ser fixado em tabela aprovada pelo Ministério
dispuser o regulamento. da Agricultura.
§ 3º - As condições para revenda serão estabelecidas
em regulamento.
Art. 4o A Administração Federal, através do Ministério Art. 7o Este Decreto-lei, que deverá ser regulamentado
da Agricultura, assegurará a Aviação Agrícola:
a) assitência creditícia através dos órgãos oficiais do no prazo de 90 (noventa) dias, entrará em vigor na data
Sistema Bancário Nacional; de sua publicação, revogadas as disposições em contrario.
b) orientação técnica e econômica à exploração dessa Brasília, 7 de outubro de 1969; 148º da Independência
atividade; e 81º da República.
c) estabelecimento de padrões técnico-operacionais de (D.O. de 08/10/1969, págs. 8489/90)
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DECRETOS da aviação agrícola /Mapa
Decreto 86.765 - dezembro de 1981
O Presidente da República, usando
da atribuição que lhe confere o artigo Regulamenta o Decreto-lei no. 917, de 97 de outubro de 1969,
81, item III, da Constituição, e tendo que dispõe sobre o emprego da Aviação Agrícola no País e dá outras
em vista o disposto no artigo 7º do
Decreto-lei no. 917, de 07 de outubro providências.
de 1969, DECRETA:

CAPÍTULO I

Da competência
Art. 1o Compete ao Ministério da
Agricultura propor a política para o
emprego da Aviação Agrícola ,
visando a coordenação, orientação,
supervisão e fiscalização de suas
atividades, de acordo com as normas
previstas neste Regimento.

Art. 2o As atividades de Aviação Agrícola compreendem:


a) emprego de defensivos;
b) emprego de fertilizantes;
c) emprego de fertilizantes;
d) semeadura;
e) povoamento de águas;
f) combate a incêndios em campos ou florestas;
g) outros empregos que vierem a ser aconselhados.

Art. 3o O Ministério da Agricultura poderá, na forma do artigo 5º do Decreto-lei no. 917, de 07 de outubro de
1969, celebrar convênios com as Universidades Federais, órgãos da União e dos Estados, para realizar cursos de
treinamento, pesquisas e experimentação, levantamento e analises técnicas, visando ao racional aproveitamento da
infra-estrutura técnico-científica do País e a realização e divulgação de pesquisas tecnológicas, com a utilização de
recursos ou planos integrados na Aviação Agrícola.

Art. 4o Ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento compete:


I. estudar e propor diretrizes para a política nacional de Aviação Agrícola;
II. registrar e manter o cadastro de empresas, que sob qualquer forma, incluam a exploração da Aviação Agrícola
entre seus objetivos ou a realize em consonância com os interesses de sua exploração agropecuária;
III. manter registro estatístico da pesquisa tecnológica e econômica e outras necessárias, relativas à utilização da
Aviação Agrícola;
IV. homologar e fazer publicar a relação dos produtos químicos em condições de serem aplicados pela Aviação
Agrícola, atendidas as normas de proteção biológica, de proteção à saúde e as restrições de analise toxicológica do
produto, realizada pelo Ministério da Saúde;
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V. realizar testes operacionais e de aeronaves e ensaios
de equipamentos quanto aos seus desempenhos como Art. 6o As empresas somente poderão obter registro e
maquinas de aplicação aérea em trabalhos agrícolas, operar em território nacional, desde que atendam às
propondo ao Ministério da Aeronáutica o atestado seguintes exigências:
liberatório da aeronave equipada, abrangendo:
- aeronaves e equipamentos já em uso em território I. ter autorização de funcionamento do Ministério da
nacional; Aeronáutica;
- aeronaves requeridas para importação; e II. possuir engenheiro agrônomo, responsável pela
- aeronaves de fabricação nacional. coordenação das atividades a serem desenvolvidas com
o emprego da Aviação Agrícola, devidamente registrado
VI. participar das decisões sobre concessão de incentivos no CREA;
fiscais e favores creditícios oficiais em benefício de III. possuir pilotos devidamente licenciados pelo
empresas que utilizem ou explorem Aviação Agrícola, Ministério da Aeronáutica e portadores de certificado de
juntamente com os demais órgãos públicos afins e Banco conclusão de curso de Aviação Agrícola, desenvolvido
Central do Brasil, visando o estabelecimento da política ou reconhecido pelo Ministério da Agricultura e
creditícia e de incentivos para a atividade; devidamente homologado pelo Departamento de Aviação
VII. fiscalizar as atividades da Aviação Agrícola no Civil - DAC;
concernente à observância das normas de proteção à vida IV. possuir responsáveis pela execução dos trabalhos de
e à saúde, do ponto de vista operacional e das populações campo, que deverão ser técnicos em agropecuária, de nível
interessadas, bem como das de proteção à fauna e à flora, médio, possuidores de curso de executor técnico em
articulando-se com os órgãos ou autoridades competentes Aviação Agrícola, desenvolvido ou reconhecido pelo
para aplicação de sanções, quando for o caso; Ministério da Agricultura;
VIII. dar orientação técnica e econômica à exploração V. possuir aeronave equipada dentro dos padrões técnicos
dessa atividade; estabelecidos pelos Ministérios da Agricultura e da
IX. estabelecer padrões técnico-operacionais de segurança Aeronáutica.
de tripulantes e normas de proteção às pessoas e bens,
objetivando a redução de riscos oriundos do emprego de
produtos de defesa agropecuária; Art. 7o O pedido de registro das empresas deverá ser
X. dar apoio às pesquisas e às operações de Aviação dirigido ao Delegado Federal de Agricultura do Ministério
Agrícola realizadas por Universidades Superiores do País, da Agricultura, nos Estados, e instituído com os seguintes
e empresas de pesquisa; elementos:
XI. promover a publicação periódica e atualizada de leis,
regulamentos e outras matérias que interessem, I. contrato social ou documento equivalente;
especificamente, à Aviação Agrícola, ouvido o Ministério II. certidão do ato de autorização, expedida pelo órgão
da Aeronáutica quanto aos aspectos técnicos pertinentes; competente do Ministério da Aeronáutica;
XII. conciliar a missão pioneira do poder publico em III. certidão de registro no CREA;
relação a pesquisas, treinamento pessoal e demonstração IV. numero de inscrição no Cadastro Geral de
de equipamento e técnicas, com o principio de que cabe Contribuintes;
à iniciativa privada operar e desenvolver essas atividades V. registro na Junta Comercial;
de Aviação Agrícola; VI. prova de contrato de trabalho do Engenheiro
XIII. baixar normas sobre demonstração de Aviação Agrônomo responsável pela atividade aeroagricola;
Agrícola com equipamentos de aspersão e pulverização. VII. relação das aeronaves a serem utilizadas pela
empresa;
CAPÍTULO II VIII. prova de registro da propriedade das aeronaves, de
acordo com o que preceitua o Código Brasileiros do Ar.
Do Registro e do Cadastro de Empresas
Art. 5o Toda empresa que, sob qualquer forma, inclua Art. 8o Qualquer alteração ocorrida na documentação
a exploração da Aviação Agrícola em seus objetivos, ou de que trata o artigo anterior, posteriormente ao registro,
a realize em consonância com os interesses de sua devera ser comunicada ao Ministério da Agricultura, no
exploração agropecuária, fica obrigada ao registro no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
Ministério da Agricultura.

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Ministério da Agricultura.
Art. 9o Fica instituído, no Ministério da Agricultura o § 2º - O relatório será assinado pelo diretor da empresa
cadastro geral das empresas aludidas no artigo 4º, item ou entidade e pelo engenheiro agrônomo responsável.
II, deste regulamento, destinado ao registro das pessoas
jurídicas de direito publico ou privado, para fins de
fiscalização, estatística e informação. Art. 15o Os trabalhos de Aviação Agrícola deverão
guardar conformidade com os padrões técnicos
§ 1º - A concessão do registro de que trata este artigo constantes das Normas de Trabalho, baixadas pela
terá validade de 5 (cinco) anos. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, do
§ 2º - O interessado devera requerer a revalidação do Ministério da Agricultura.
registro, no prazo de 60 (sessenta) dias antes do termino
da validade, considerando-se automaticamente CAPITULO IV
cancelado quando excedido esse prazo.
Das Aeronaves e seus Equipamentos
CAPÍTULO III

Das atividades de Aviação Agrícola Art. 16o Para execução das atividades de Aviação
Agrícola, somente poderão ser utilizados equipamentos
o de dispersão, aprovados pelo Ministério da Agricultura,
Art. 10 As atividades de Aviação Agrícola poderão
cuja instalação seja homologada pelo Ministério da
ser exercidas livremente pela iniciativa privada, Aeronáutica.
observadas as normais legais pertinentes. § 1º - Equipamentos de dispersão, para efeito deste artigo,
é todo aquele que, instalado em aeronave agrícola, se
destina ao lançamento de carga sólida ou liquida, com
Art. 11o Os órgãos da Administração Publica, direta
emprego especifico na Aviação Agrícola.
ou indireta, que possuam ou venham a possuir aeronaves § 2º - Equipamentos de aspersão e pulverização, de que
agrícolas, deverão atuar exclusivamente na pesquisa, trata o artigo 2º, parágrafo 1º, Decreto-lei 917/69, são
treinamento de pessoal e demonstração de equipamentos aqueles destinados a aplicação de defensivos agrícolas,
e técnicas, visando à promoção dessa tecnologia. fertilizantes, semeadura e outras atividades que vierem
a ser aconselhadas.
Art. 12o As empresas e os agricultores proprietários
CAPÍTULO V
de aeronaves deverão empregar, em suas operações,
pilotos devidamente habilitados, com a qualificação de Do Treinamento de Pessoal e de Pesquisa
agrícola expedida pelo Ministério da Aeronáutica.
Parágrafo Único - A qualificação de agrícola será
averbadas no certificado de habilitação técnica do piloto Art. 17o Ao Ministério da Agricultura incumbe a
que concluir o Curso de Aviação Agrícola - CAVAG, responsabilidade do treinamento de pessoal para os
desenvolvido pelo Ministério da Agricultura ou outra trabalhos de Aviação Agrícola, até que a iniciativa privada
entidade devidamente autorizada. tenha condições de desenvolver ou promover essa
atividade.
Art. 13o Os agricultores, proprietários de aeronaves
agrícolas, somente poderão utilizá-las dentro de sua Art. 18o Para os fins de que trata o artigo anterior, poderá
propriedade, vedada, a qualquer título, a prestação de o Ministério da Agricultura instituir os seguintes cursos:
serviços a terceiros, e ficando sujeitos, no que couber, I. Curso de Coordenadores de Aviação Agrícola - CCAA,
as exigências deste Regulamento. para engenheiros agrônomos;
II. Curso de Executores de Aviação Agrícola - CEAA,
para técnicos em agropecuária;
Art. 14o As empresas de Aviação Agrícola ficam
III. Curso de Aviação Agrícola - CAVAG, para pilotos;
obrigadas a apresentar mensalmente, até o dia 15 do mês IV. Curso para Mecânicos de Equipamentos
seguinte, relatório das suas atividades. Aeroagrícolas.
§ 1º - O relatório de atividade será confeccionado de § 1º - Além desses cursos, outros poderão ser criados,
acordo com as normas a serem estabelecidas pelo por ato do Ministro de Estado da Agricultura.
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§ 2º - Os candidatos ao Curso de Aviação Agrícola - serem baixadas pelo Ministério da Agricultura, desde que
CAVAG, deverão ser portadores de licença de piloto. se destinem ao emprego exclusivo nas atividades
previstas no Artigo 2º deste Regulamento.
Art. 19o Para inscrição nos cursos mencionados no
Artigo anterior, os interessados deverão apresentar Art. 24o Somente poderá ocorrer cessão de aeronaves
requerimento ao Delegado Federal de Agricultura, na e equipamentos, destinados à Aviação Agrícola, a
Unidade da Federação em que residirem. universidades oficiais e a órgãos de pesquisa, criados e
mantidos pela União ou pelos Estados, para realização
Art. 20o Os cursos de que trata o Artigo anterior
de pesquisas e experimentação dirigidas para o
serão realizados nas instalações do Centro Nacional de desenvolvimento tecnológico.
Engenharia Agrícola - CENEA, do Ministério da § 1º - A cessão a que se refere este artigo poderá ser feita
Agricultura - Fazenda Ipanema - Iperó/SP, ou em outro a titulo gratuito, conforme se estipular em cada caso.
local, a critério do Ministério da Agricultura. § 2º - Nos demais casos de arrendamento, cobrar-se-á
aluguel, a ser fixado em tabela aprovada pelo Ministro
de Estado da Agricultura.
Art. 21o O Ministério da Agricultura poderá realizar
pesquisas dirigidas para a técnica de aplicação aeroagricola.
Art. 25o Na hipótese de ocorrer desvio na finalidade
CAPÍTULO VI da cessão da aeronave ou equipamento, as unidades e os
órgãos de pesquisa promoverão a devolução dos bens
Do incentivo à Aviação Agrícola cedidos, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas.

o Art. 26o Dos contratos de arrendamento constará,


Art. 22 O Ministério da Agricultura poderá,
obrigatoriamente, cláusula de seguro do casco, pelo seu
observado o disposto o Artigo 6º. Do Decreto-lei no. 917, valor integral, bem como dos tripulantes e dos eventuais
de 07 de outubro de 1969, adquirir aeronaves e danos a terceiros.
equipamentos agrícolas para fins de arrendamento.
Parágrafo Único - A aquisição de aeronaves, acessórios CAPÍTULO VII
e sobressalentes no exterior dependerá de audiência previa
da Comissão de Coordenação de Transporte Aéreo Civil Da Fiscalização
- (COTAC) do Ministério da Aeronáutica.
Art. 27o Para efeito deste Regulamento, entende-se
por fiscalização a atividade que tem por objetivo a
Art. 23o Poderá, igualmente, o Ministério da
verificação da observância, pelos interessados, das
Agricultura, promover esquemas de arrendamento, normas de proteção à vida e à saúde, do ponto de vista
financiamento, venda e revenda de aeronave e operacional, das populações interessadas, bem com as
equipamentos, de acordo com as normas e instruções a de proteção à fauna e à flora.
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§ 2º - À vista do auto de infração, será constituído
Art. 28o Ficam os interessados obrigados a permitir a processo administrativo pelo Delegado Federal de
fiscalização que, a juízo dos órgãos fiscalizadores, seja Agricultura.
necessária, podendo ser solicitado o auxilio da autoridade
policial, nos casos de recuso à sua ação.
Art. 32oO recurso devera ser interposto no prazo de
15 (quinze) dias, contados da data do recebimento da
Art. 29o É expressamente proibida a duplicidade de notificação, perante a autoridade que houver imposto a
fiscalização. penalidade, a qual, depois de o informar, providenciará
seu encaminhamento ao Secretário Nacional de Defesa
CAPÍTULO VIII Agropecuária.

Das Penalidades
o Art. 33o No caso de haver multa, o recurso só terá
Art. 30 Sem prejuízo da responsabilidade penal prosseguimento se o interessado o instruir com a prova
cabível, a infringência às disposições deste Regulamento do respectivo deposito.
acarretara, isolada ou cumulativamente, a aplicação das § 1º - O valor do deposito a que alude este artigo será
seguintes sanções: recolhido, através de guias próprias, fornecidas ao
I. multa; interessado pelo órgão competente, no prazo de 5 (cinco)
II. suspensão do registro; dias da data do recebimento das respectivas guias, em
III. cancelamento do registro. qualquer Agência do Banco do Brasil S.A., em nome do
Tesouro Nacional.
Parágrafo Único - A apuração da infração, na jurisdição § 2º - Uma das vias de guia de recolhimento será
do Ministério da Agricultura, não elide a aplicação da desenvolvida pelo infrator ao órgão que a emitiu, até o
legislação de competência de outros Ministérios. 6º (sexto) dia após seu recebimento.

Art. 31oO auto de infração deverá ser lavrado em 3 Art. 34oA multa será reduzida de 10% (dez por cento)
(três) vias, nos termos dos modelos e instruções expedidos se o infrator, não recorrendo, a recolher dentro do prazo
e assinados pelo agente que verificar a infração e pelo de 15 (quinze) dias, contados da data do recebimento da
infrator ou seu representante legal. notificação, na forma prevista no § 1º do Artigo anterior.
§ 1º - Sempre que o infrator se negar a assinar o auto de Parágrafo Único - Para a expedição da guia, na hipótese
infração, será esse fato nele declarado, remetendo-se-lhe, prevista neste artigo, devera o infrator juntar a notificação
posteriormente, uma de suas vias. com a prova da data de seu recebimento.

14
Art. 35oA pena de multa será aplicada pelo Delegado CAPÍTULO IX
Federal de Agricultura, nos seguintes casos:
I. multa de 5 (cinco) vezes o maior valor de referência Das Disposições Gerais
vigente, fixado de acordo com a Lei no. 6.205, de 29 de
abril de 1975, por inobservância do estabelecido no artigo
14 deste regulamento.
Art. 38o Fica constituída, no Ministério da Agricultura,
II. multa de até 10 (dez) vezes o maior valor de referência uma Comissão Especial para Assuntos de Aviação
vigente, fixado de acordo com a Lei no. 6.205, de 29 de Agrícola, integrado pelo Secretário Nacional de Defesa
abril de 1975, por inobservância do estabelecido no artigo Agropecuária, pelos Dirigentes dos órgãos específicos de
14 deste regulamento. fiscalização e coordenação de Aviação Agrícola, por um
III. multa de até 20 (vinte) vezes o maior valor de representante do Ministério da Aeronáutica
referência vigente, fixado de acordo com a Lei no. 6.205, (Departamento de Aviação Civil) e por representantes
de 29 de abril de 1975, por inobservância do estabelecido de outros órgãos que venham a ser convidados, no total
no artigo 16 deste regulamento. de 7 (sete) integrantes, com as seguintes atribuições:
IV. multa de até 50 (cinqüenta) vezes o maior valor de a) fornecer subsídio para o estabelecimento ou
referência vigente, fixado de acordo com a Lei no. 6.205, modificações de normas, padrões e técnicas para os
de 29 de abril de 1975, por inobservância do estabelecido trabalhos aeroagrícolas;
nos artig os 5º, 6º, 12 e 13 deste regulamento. b) sugerir medidas visando o aprimoramento da execução
V. multa de até 80 (oitenta) vezes o maior valor de do presente Regulamento.
referência vigente, fixado de acordo com a Lei no. 6.205,
de 29 de abril de 1975, por inobservância das Normas
Técnicas e de Trabalho baixadas pelo Ministério da
Art. 39o Os funcionários que atuarem na fiscalização
Agricultura, de acordo com o estabelecido no artigo 15 das atividades de Aviação Agrícola terão livre acesso às
deste regulamento; propriedades rurais e às dependências das empresas,
VI. multa de até 100 (cem) vezes o maior valor de mediante a apresentação de credencial, expedida pela
referência vigente, fixado de acordo com a Lei no. 6.205, Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, do
de 29 de abril de 1975, pelo uso de produtos proibidos Ministério da Agricultura.
nas atividades de Aviação Agrícola, de acordo com as
normas baixadas pelo Ministério da Agricultura. Art. 40o As empresas, referidas no artigo 5º, que
estejam funcionando na data de publicação deste
Art. 36oA pena de suspensão do registro será aplicada, Decreto, terão prazo de 120 (cento e vinte) dias para
pelo Secretário Nacional de Defesa Agropecuária nos atender as disposições do presente Regulamento.
seguintes casos:
I. de até 30 (trinta) dias, nos casos de reincidência, por
inobservância do disposto nos Artigos 6º e 8º deste
Art. 41o O Ministro de Estado da Agricultura baixara
Regulamento; os atos complementares que se fizerem necessários ao
II. de até 60 (sessenta) dias, nos casos de reincidência cumprimento deste Decreto.
por inobservância do disposto nos Artigos 12, 15 e 16.
Art. 42o Os casos omissos e as duvidas suscitadas na
Art. 37o A pena de cancelamento do registro será execução deste Regulamento serão resolvidos pelo
aplicada, pelo Secretario Nacional de Defesa Secretário Nacional de Defesa Agropecuária, do
Agropecuária nos seguintes casos: Ministério da Agricultura.
I. no caso de reincidência, por 2 (duas) vezes, na
inobservância do artigo 35, item VI, deste Regulamento;
II. recusa no cumprimento da penalidade imposta, na
Art. 43o Este regulamento entrará em vigor na data
forma deste Regulamento; de sua publicação, revogadas as disposições em contrario.
III. violação contumaz de disposições do presente
Regulamento. JOÃO FIGUEIREDO
Parágrafo Único - Entende-se por reincidência, para Ângelo Amaury Stábile
os efeitos deste Regulamento, o descumprimento da Paulo de Abreu Coutinho
mesma disposição, dentro do respectivo ano civil. Publicado no D.O.U. de 23.12.81 - Página 24561
15
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
GABINETE DO MINISTRO

número 02 INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 3 DE JANEIRO DE 2008

O Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no uso da atribuição que lhe


confere o art. 41, do Decreto nº 86.765, de 22 de dezembro de 1981, e tendo em vista o que
consta do Processo Administrativo nº 21000.004124/2007-19, resolve:

Art. 1o Aprovar as normas de trabalho da vigor, no que se refere à utilização e registro


aviação agrícola, em conformidade com os das áreas de pouso e decolagem empregadas
padrões técnicos operacionais e de seguran- nos trabalhos de aviação agrícola, sem preju-
ça para aeronaves agrícolas, pistas de pouso, ízo das normas estabelecidas nesta Instrução
equipamentos, produtos químicos, operado- Normativa, inclusive no que diz respeito à
res aeroagrícolas e entidades de ensino, obje- estocagem de produtos, que deverá ser feita
Instrução Normativa/Mapa

tivando a proteção às pessoas, bens e ao meio em local seguro, no que se refere à operação
ambiente, por meio da redução de riscos aeronáutica e contaminação ambiental.
oriundos do emprego de produtos de defesa § 1º As empresas de aviação agrícola deverão
agropecuária, e ainda os modelos constantes informar a localização geográfica das áreas
dos Anexos I, II, III, IV, V e VI. de pouso e decolagem.
§ 2º Não será permitida a estocagem de agro-
tóxicos em aeródromos públicos.
Art. 2o Nas atividades aeroagrícolas so- § 3º Não é caracterizada como estocagem a
mente poderão ser empregadas aeronaves ho- permanência de produto destinado à opera-
mologadas para utilização em serviços aéreos ção em andamento, assim caracterizada pelo
especializados, certificadas pela autoridade ae- documento competente o relatório operacio-
ronáutica. nal, devendo, no entanto, serem observadas
Parágrafo único. As modificações e adap- as normas de proteção à saúde e ao meio
tações, consideradas indispensáveis nas ae- ambiente, inclusive no que se refere ao desti-
ronaves mencionadas no caput deste artigo, no das embalagens vazias.
deverão obedecer aos regulamentos aeronáuti-
cos em vigor.
Art. 5o Os eventuais restos de agrotóxicos
remanescentes no avião e as sobras da lava-
Art. 3oOs equipamentos de dispersão, as- gem e limpeza da aeronave ou dos equipa-
persão e pulverização, utilizados nas aerona- mentos de apoio no solo somente poderão
ves, deverão ser de modelos aprovados pelo ser descartados em local apropriado, o pátio
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- de descontaminação, observados os modelos
tecimento (MAPA) e sua instalação deverá próprios, aprovados pelo MAPA, ou sobre a
ser aprovada pela Agência Nacional de Avia- mesma lavoura tratada, diluindo-se os mesmos,
ção Civil (ANAC). com a maior quantidade de água possível.
Parágrafo único. As modificações nos equi-
pamentos agrícolas previamente aprovados
pelo MAPA poderão ser feitas pelo operador Art. 6o As embalagens vazias utilizadas
aeroagrícola desde que tal modificação seja serão, obrigatoriamente, devolvidas ao seu
efetuada por profissionais habilitados, apro- proprietário, para serem por ele destinadas,
vados pela autoridade aeronáutica. conforme legislação específica.
§ 1º As embalagens previstas no caput deste
artigo, quando de agrotóxicos, deverão ser
Art. 4oNas áreas de pouso e decolagem, objeto de tríplice lavagem, quando aplicável,
deverão ser observados pelas empresas de antes da devolução ao proprietário.
aviação agrícola, pessoa física ou jurídica, o § 2º As empresas ficam obrigadas a entrega-
disposto nos regulamentos aeronáuticos em rem aos contratantes as embalagens após re-
16
alizar a tríplice lavagem. ção ao comprimento da aeronave, ras no pátio;
§ 3º Nas empresas que tenham, ape- sendo que, no caso de uso de aero- 4. a superfície deverá ser polida para
nas, a responsabilidade de aplicação naves de diferentes envergaduras, o reduzir a porosidade superficial, evi-
dos agrotóxicos, o destino das em- pátio deverá estar dimensionado para tando a infiltração de calda remanes-
balagens será de inteira obrigação do a de maior tamanho; e cente;
contratante obedecendo às normas b) a pavimentação em concreto, do 5. a declividade do piso do pátio
fixadas neste artigo. piso, banquetas, valetas e tampas, deve ser de três por cento;e
deverá seguir as seguintes especifi- 6. as juntas de dilatação devem ser
cações: preenchidas com Cimento Asfáltico
Art. 7oA empresa de aviação agrí- 1. deverão ser construídos de tal for- de Petróleo (CAP), viscosidade e
cola, pessoa física ou jurídica, deve- ma que suportem o peso de uma ae- penetração 50-60; IV - o sistema co-
rá possuir pátio de descontaminação ronave, recomenda-se o uso de con- letor do pátio de descontaminação da
de acordo com o modelo constante creto usina do preparado na propor- água de lavagem das aeronaves agrí-
do Anexo IV, obedecendo às seguin- ção de duas partes de brita média, colas deverá:
tes regras: duas partes de areia fina e uma parte a) ser situado no meio do pátio, pre-
I - o pátio de descontaminação das de cimento; o concreto utilizado de- ferencialmente na projeção do ho-
aeronaves agrícolas deverá ser cons- verá ter resistência à Força de com- pper, reservatório da aeronave agrí-
truído sob orientação de técnico ha- pressão (Fck) igual ou superior a vin- cola, onde são colocados os produ-
bilitado, em local seguro, quanto à te e cinco Mega Pascal (MPa), ou tos a serem utilizados na operação
operação aeronáutica e à contamina- duzentos e cinqüenta quilograma for- aérea;
ção ambiental; ça por centímetro quadrado (Kgf/ b) o produto proveniente da limpe-
II -deverá ser feita sondagem no lo- cm²), na proporção de quatrocentos za ser conduzido através de canaleta
cal da construção, para determinação e cinqüenta quilos de cimento por ou de caixa coletora por tubulação
do nível do lençol freático, que não metro cúbico de concreto, com o obje- para o reservatório de decantação,
deve estar a menos de um metro e tivo de diminuir a porosidade do piso; passando pela caixa de inspeção; e
meio da superfície; 2. para o piso, utilizar armação de c) a tubulação para o reservatório de
III -o piso do pátio de descontami- ferro com bitola de seis milímetros decantação dispor de sistema de de-
nação das aeronaves agrícolas deve- formando uma trama de dez por dez rivação da água das chuvas;
rá obedecer às seguintes especifica- centímetros, evitando fissuras causa- V - o reservatório de decantação para
ções: das pela dilatação; recepção da água de lavagem prove-
a) o tamanho do pátio de desconta- 3. a espessura do piso recomendada niente da canaleta ou da caixa cole-
minação será de acordo com as di- é de pelo menos dez centímetros, tora deverá ser construído com dois
mensões da aeronave, devendo ser cuja finalidade principal é impedir a tubos de concreto armado, com diâ-
acrescidos dois metros em relação à infiltração, sendo também suficiente metro de um metro e profundidade
envergadura e dois metros em rela- para suportar carga e evitar rachadu- de dois metros, sendo que a base17do
poço será fechada com camada de concreto b) aberto ou com cobertura, e deverá possuir as
armado com espessura de dez centímetros dimensões, em função do número de aeronaves,

número 02 e o cimento utilizado deverá ser padrão Fck


vinte e cinco Mpa ou superior, na propor-
ção de quatrocentos e cinqüenta quilos de
cimento por metro cúbico de concreto, per-
feitamente alisado e recoberto com manta
especificadas na tabela constante do Anexo VI.
X - na escolha de tipo coberto, cuja função é
evitar o acúmulo de água das chuvas, a estru-
tura do telhado será com pé-direito de um me-
tro e a cobertura terá sua parte externa pintada
impermeabilizante e deve ser fechado com da cor preta, com objetivo de aumentar as tem-
tampa de concreto; peraturas internas do tanque e do efluente ali
VI - o sistema de oxidação de agrotóxicos retido, potencializando sua evaporação;
da água de lavagem das aeronaves agrícolas XI - fica vedada a utilização de telhas de ami-
deverá conter: anto;
a) sistema de bombeamento, para a retira- XII - ao redor do reservatório de retenção, de-
da da água de lavagem das aeronaves do re- verá ser construída uma proteção para evitar
servatório de decantação e enviada ao re- entrada de água por escorrimento superficial; e
servatório de oxidação; XIII - o sistema de segurança do reservatório
b) ozonizador com capacidade mínima de de retenção e evaporação deverá conter obri-
Instrução Normativa/Mapa

produzir um grama de ozônio por hora; gatoriamente placas indicativas, em locais visí-
c) reservatório para oxidação que deverá ter veis, com o símbolo internacional que repre-
capacidade mínima de quinhentos litros, ser sente produtos tóxicos e perigo.
em Poli Cloreto de Vinila (PVC), para que
não ocorra reação com o ozônio, ser redon-
da para facilitar a circulação da água de la- Art. 8oQualquer alteração na construção do
vagem, com tampa para evitar contato com pátio de descontaminação e no seu sistema de
a água de lavagem; e descontaminação das aeronaves deverá ser pre-
d) as canalizações deverão ser em tubo PVC, viamente aprovada pelo MAPA.
para que não ocorra reação com o ozônio, e Parágrafo único. A alteração prevista no caput
com diâmetro de cinqüenta milímetros; só será aprovada mediante a apresentação de
VII - o ozonizador previsto na alínea b, do projeto específico com as devidas anotações de
inciso anterior, deverá funcionar por um responsabilidades técnicas.
período mínimo de seis horas, para cada
carga de quatrocentos e cinqüenta litros de
restos e sobras de agrotóxicos remanescen- Art. 9o A execução das atividades de avia-
tes da lavagem e limpeza das aeronaves e ção agrícola pelas empresas, pessoa física ou
equipamentos; jurídica, deverá ser objeto de relatório operaci-
VIII - dentro do reservatório de oxidação, onal, de acordo com o modelo constante do
deverá ser instalada a saída do ozonizador, Anexo I.
na sua parte inferior, para favorecer a circu- § 1º O relatório operacional deverá estar pre-
lação total e permanente da água de lava- sente no campo, por ocasião da realização dos
gem e com dreno de saída na parte superior trabalhos, do qual constem:
do reservatório de oxidação; I - nome da empresa operadora aeroagrícola,
IX - o reservatório de retenção, solarização pessoa física ou jurídica e número de registro
e de evaporação da água de lavagem das ae- no MAPA;
ronaves agrícolas devera ser: II - nome do contratante;
a) devidamente impermeabilizado com gel- III - localização da propriedade, município e
membrana, Polietileno de Alta Densidade unidade da federação, da área do serviço;
(PEAD) de um milímetro de espessura, cer- IV - tipo de serviço a ser realizado;
cado, sinalizado e situado preferencialmen- V - cultura a ser tratada;
te em local com distância mínima de du- VI - área tratada em hectare;
zentos e cinqüenta metros de mananciais hí- VII - nome do produto a ser utilizado, classe
dricos, e distantes de árvores para facilitar toxicológica, formulação e dosagem a ser apli-
a solarização, gerando um aumento da de- cada por hectare, número do receituário agro-
gradação via fotólise do material que tenha nômico e data da emissão, quando for o caso;
ficado retido no fundo do tanque; VIII - tipo e quantidade de adjuvante a usar,
18
quando for o caso; XVII - indicar se a aplicação foi rea- fissional do piloto agrícola; e
IX - volume de aplicação em litros lizada com uso do Sistema de Posici- IV - nome e assinatura do proprietá-
ou quilograma por hectare; onamento Global Diferencial rio da área ou seu preposto.
X - parâmetros básicos de aplicação, (DGPS); e § 5º Os relatórios operacionais de-
relacionados com a técnica e equi- XVIII - outras observações necessá- verão ser assinados pelo engenheiro
pamentos de aplicação a serem utili- rias. agrônomo responsável técnico da
zados, como a altura do vôo, largura § 2º Os dados dos incisos I, II, III, empresa, após as aplicações aeroagrí-
da faixa de deposição efetiva, limi- IV, V, VII, VIII, IX e X, poderão ser colas, no prazo máximo de dez dias,
tes de temperatura, velocidade do previamente preenchidos ou no pró- constando em campo específico o
vento e umidade relativa do ar, mo- prio local, antes do início da aplica- nome, a assinatura e o registro pro-
delo, tipo e ângulo do equipamento ção aeroagrícola, devendo constar fissional.
utilizado; ainda, em campo específico, a data, § 6º Quando da utilização de produ-
XI - croqui da área a ser tratada, in- o nome, a assinatura e identificação tos que necessitem de receituário
dicando seus limites, obstáculos, es- técnica do profissional, engenheiro agronômico, uma cópia deverá estar
tradas, redes elétricas, aguadas, cons- agrônomo ou técnico agropecuário arquivada com o relatório operacio-
truções, norte magnético e coorde- com curso de executor em aviação nal.
nadas geográficas em pelo menos um agrícola, responsável pelas informa- § 7º Todas as atividades aeroagríco-
ponto; ções técnicas. las de campo serão acompanhadas
XII - data e hora da aplicação, de- § 3º Os dados dos incisos VI, XII, por técnicos agropecuários com cur-
monstrando os horários do início e XIII, XIV, XI, XVI, XVII e XVIII, so de executor em aviação agrícola,
término da aplicação; deverão ser preenchidos durante a com a finalidade de ser mantido o
XIII - direção das faixas de aplica- aplicação. padrão de qualidade da aplicação, in-
ção (tiros) e o sentido do vento; § 4º Ao término da aplicação aeroa- terrompendo-se quando os parâme-
XIV - dados meteorológicos de tem- grícola, deverá constar em campo tros básicos atingirem os limites má-
peratura, umidade relativa do ar e específico as seguintes informações: ximos de segurança.
velocidade do vento, no início e ao I - data; § 8º Quando a aplicação for efetua-
final da aplicação; II - nome, assinatura e registro pro- da com utilização do DGPS, que pos-
XV - localização da pista através de fissional do técnico agropecuário exe- suam capacidade de gravação de da-
georrefenciamento; cutor; dos e emissão de relatório, uma có-
XVI - prefixo da aeronave; III - nome, assinatura e registro pro- pia do mapa da aplicação deverá ser

19
arquivada com o relatório operacional. tato direto com agrotóxicos deverá obrigato-

número 02 § 9º Os relatórios operacionais deverão ser


arquivados pelas empresas pelo prazo míni-
mo de dois anos.
§ 10. Na atividade de combate a incêndios
em campos e florestas, o relatório operacio-
riamente usar os Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) necessários, fornecidos pelo
empregador.

nal será necessário caso haja o emprego de Art. 11oAs demonstrações de equipamen-
produtos químicos. tos e produtos, na atividade aeroagrícola, po-
derão ocorrer em caráter simulado ou real da
seguinte forma:
Art. 10oPara o efeito de segurança opera- I - mediante prévia autorização do Superin-
cional, a aplicação aeroagrícola fica restrita tendente Federal de Agricultura no respecti-
à área a ser tratada, observando as seguintes vo estado, por meio de requerimento formu-
regras: lado àquela autoridade com antecedência de
I - não é permitida a aplicação aérea de agro- quinze dias, implicando em autorização táci-
tóxicos em áreas situadas a uma distância ta o não pronunciamento da autoridade com-
Instrução Normativa/Mapa

mínima de: petente até a data prevista para a respectiva


a) quinhentos metros de povoações, cidades, demonstração;
vilas, bairros, de mananciais de captação de II - as demonstrações de caráter simulado po-
água para abastecimento de população; derão ser efetuadas se for utilizado material
b) duzentos e cinqüenta metros de mananci- líquido ou sólido, não nocivos ao meio ambi-
ais de água, moradias isoladas e agrupamen- ente;
tos de animais; III - as demonstrações de caráter real pode-
II - nas aplicações realizadas próximas às cul- rão ser feitas utilizando-se produto que me-
turas susceptíveis, os danos serão de inteira lhor convier, desde que registrado e homolo-
responsabilidade da empresa aplicadora; gado pelos órgãos competentes do MAPA,
III - no caso da aplicação aérea de fertilizan- acompanhado do devido relatório operacio-
tes e sementes, em áreas situadas à distância nal, e obedecendo às determinações das nor-
inferior a quinhentos metros de moradias, o mas técnicas e de trabalho.
aplicador fica obrigado a comunicar previa-
mente aos moradores da área;
IV -não é permitida a aplicação aérea de fer- Art. 12o As empresas de aviação agrícola,
tilizantes e sementes, em mistura com agro- pessoa física ou jurídica, deverão requerer au-
tóxicos, em áreas situadas nas distâncias pre- torização para operar em outra unidade da fe-
vistas no inciso I, deste artigo; deração à Superintendência Federal de Agri-
V - as aeronaves agrícolas, que contenham cultura (SFA) no respectivo estado onde as
produtos químicos, ficam proibidas de sobre- operações serão efetuadas:
voar as áreas povoadas, moradias e os agru- I - conforme modelo de requerimento cons-
pamentos humanos, ressalvados os casos de tante do Anexo II, com no mínimo cinco dias
controle de vetores, observadas as normas de antecedência;
legais pertinentes; II - por ocasião do requerimento, deverão for-
VI - no local da operação aeroagrícola será necer:
mantido, de forma legível, o endereço e os a) nome ou razão social da pessoa física ou
números de telefones de hospitais e centros jurídica;
de informações toxicológicas; b) cadastro de pessoas físicas (CPF); cadas-
VII - no local da operação aeroagrícola, onde tro nacional de pessoas jurídicas (CNPJ) e ins-
é feita a manipulação de produtos químicos, crição estadual, quando for o caso;
deverá ser mantido fácil acesso a extintor de c) número do registro no MAPA;
incêndio, sabão, água para higiene pessoal e d) endereço e telefone da sede da empresa,
caixa contendo material de primeiros socorros; do escritório e da base operacional na região
VIII - é obrigatório ao piloto o uso de capa- da jurisdição dos trabalhos;
cete, cinto de segurança e vestuário de pro- e) nome do engenheiro agrônomo, responsá-
teção; e vel técnico pelas operações aeroagrícolas, ca-
XI - a equipe de campo que trabalha em con- dastro de pessoa física, cópia da carteira do
20
Conselho Regional de Engenharia e taminação das aeronaves, poderão deverão comunicar ao MAPA quais-
Arquitetura (CREA) e cópia da Ano- ser encaminhadas até quinze dias da quer alterações, no prazo máximo de
tação de Responsabilidade Técnica data do requerimento; trinta dias, devendo apresentar os
(ART) de desempenho de cargo no V - o relatório operacional dos servi- mesmos registrados em cartório;
respectivo Estado onde as operações ços realizados deverá ser mantido à II - ficam obrigadas a permitir a fis-
serão executadas; disposição da fiscalização na base calização sem embaraço que, a juízo
f) nome do técnico agropecuário com operacional ou no escritório, da ju- dos órgãos fiscalizadores, seja neces-
curso de executor em aviação agrí- risdição dos trabalhos, durante o pe- sária, podendo ser solicitado o auxí-
cola, cadastro de pessoa física, cópia ríodo constante da autorização; e lio da autoridade policial, nos casos
da carteira do CREA e cópia da ano- VI - o relatório mensal, de ativida- de recusa ou impedimento;
tação de responsabilidade técnica de des da empresa aeroagrícola com III - deverá comunicar qualquer al-
desempenho de cargo, do Estado sede em outra unidade da federação, teração ocorrida após a efetivação do
onde as operações serão executadas; deverá ser encaminhado à SFA no registro no MAPA, no prazo máximo
g) prefixo das aeronaves; respectivo estado onde atuou, até o de trinta dias, em atendimento ao art.
h) município e período de atuação; décimo quinto dia do mês subseqüen- 8º do Decreto nº 86.765, de 22 de
i) tipo de serviço a realizar e cultura te, sem prejuízo das informações a dezembro de 1981, como também
a ser tratada; e serem prestadas a SFA da unidade da relativas a:
j) localização do pátio de desconta- federação onde é registrada. a) informações do nome e endereço
minação das aeronaves, próprio ou Parágrafo único. Na hipótese de do vendedor, =comprador ou tercei-
mediante contrato ou autorização de ocorrerem operações emergenciais de ros, quando da aquisição ou venda
uso, com localização através de co- combate a incêndios em campos e de aeronaves;
ordenadas geográficas; florestas, o deslocamento poderá ser b) mudança de endereço; e
III - a emissão da autorização para feito sem prévia autorização do c) mudança do técnico agropecuário
as empresas de aviação agrícola, pes- MAPA, devendo ser encaminhado executor;
soa física ou jurídica, ficará condici- requerimento posteriormente. V - manter arquivos documentais,
onada à apresentação da documen- referentes às atividades da aviação
tação solicitada no inciso anterior; agrícola, disponibilizando ao fiscal
IV - as cópias das anotações de res- Art. 13o As empresas de aviação durante a fiscalização os seguintes
ponsabilidade técnica de desempe- agrícola, pessoa física ou jurídica, estão documentos:
nho de cargo, do engenheiro agrôno- sujeitas às seguintes exigências: a) registro da empresa no MAPA;
mo e do técnico agropecuário com I - as que possuírem contrato de ar- b) contrato de trabalho com o enge-
curso de executor em aviação agrí- rendamento de terra, contrato de par- nheiro agrônomo responsável pela
cola, bem como do contrato ou au- ceria agrícola, de acordo com o esta- coordenação das atividades a serem
torização de uso do pátio de descon- tuto da terra ou condomínio rural, desenvolvidas e anotação de respon-
21
sabilidade técnica de desempenho de cargo 2. na coluna fungicida, relacionar o nome co-

número 02
do CREA; mercial dos produtos utilizados no mês;
c) certificado do técnico agropecuário com 3. na coluna herbicida, relacionar o nome co-
curso de executor em aviação agrícola e ano- mercial dos produtos utilizados no mês;
tação de responsabilidade técnica de desem- 4. na coluna fertilizante, relacionar o nome
penho de cargo do CREA; dos produtos utilizados no mês, acrescido da
d) relatório operacional, com cópia do recei- letra “S”, para fertilizante sólido ou “L” para
tuário agronômico e o mapa da aplicação do fertilizante líquido; e
DGPS; 5. na coluna outros, relacionar os produtos
e) relatório mensal de atividade da empresa; utilizados que não puderem ser anotados nas
f) cópia das carteiras dos pilotos agrícolas; colunas anteriores, como, por exemplo, seme-
g) documentos das aeronaves agrícolas; adura de pastagens ou peixamento de rios;
h) histórico dos alunos somente para as insti- h) na coluna reservada à identificação das ae-
tuições de ensino; e ronaves, relacionar o prefixo destas, utiliza-
i) manter arquivados outros documentos das pela pessoa física ou jurídica, nas opera-
quando solicitados pela fiscalização. ções descritas no mês; e
Instrução Normativa/Mapa

VI - atender as solicitações e prazos estabe- i) na parte inferior do relatório existe espaço


lecidos no termo de intimação. reservado para colocar local, data e assinatu-
ra, com identificação do diretor da empresa e
do engenheiro agrônomo responsável técni-
Art. 14oAs empresas de aviação agrícola, co, conforme determina o art. 14, § 2º, do
pessoa física ou jurídica, deverão apresentar Decreto nº 86.765, de 1981.
o relatório mensal das atividades, que deve II - para a atividade de combate a incêndios
ser preenchido em formulário próprio: em campos e florestas, deverá ser utilizado o
I - conforme modelo constante do Anexo V, mesmo modelo de formulário para o relató-
com informações retiradas do relatório ope- rio mensal, conforme modelo do Anexo V,
racional, de acordo com as instruções de pre- sendo que:
enchimento abaixo: a) à coluna cultura não se aplica e pode ser
a) o campo reservado para identificação da deixada em branco;
entidade deverá anotar o nome, endereço, b) na coluna área em hectares, informar o nú-
mês, ano e número de registro no MAPA; mero de horas voadas no período; e
b) na coluna UF, anotar a sigla da Unidade da c) no campo destinado à informação dos pro-
Federação onde realizou o trabalho; dutos utilizados, utilizar a coluna “outros”,
c) na coluna Município, indicar o nome do caso haja algum produto químico empregado
município onde trabalhou; na água utilizada no combate a incêndios;
d) na coluna tipo de serviço, indicar o servi-
ço realizado, que pode ser aplicação de ferti- III - para qualquer atividade, caso nenhuma
lizantes, inseticidas, herbicidas, semeadura ou operação tenha sido realizada no mês, enca-
outros; minhar os relatórios mensais, informando:
e) na coluna cultura, indicar o nome da cul- “Nenhuma atividade realizada”.
tura em que realizou a atividade, ou seja, in-
dicar em qual cultura foi realizado o serviço;
f) na coluna área, indicar o número de hecta- Art. 15o Para as entidades de ensino, com
res trabalhados em uma atividade numa de- delegação de competência a ministrar cursos
terminada cultura, durante o mês relatado, no de piloto agrícola, cursos de coordenadores
final da coluna somar os hectares trabalha- em aviação agrícola e cursos de executores
dos, para obter o total mensal; em aviação agrícola, estas deverão:
g) o campo destinado à informação dos pro- I - comunicar à SFA, na unidade da federa-
dutos utilizados está dividido em cinco colu- ção, com antecipação de trinta dias, os perío-
nas, devendo relacionar apenas nomes comer- dos em que serão ministrados os cursos;
ciais, sem identificar dosagem ou quantidade II - enviar à SFA, a relação dos candidatos
aplicada, na seguinte forma: inscritos, até o dia de início do curso, e a rela-
1. na coluna inseticida, relacionar o nome co- ção dos formados ao final de cada curso;
mercial dos produtos utilizados no mês; III - enviar à SFA, a relação dos instrutores
22
práticos e teóricos, até o dia de iní- ministrar aulas práticas e demonstra- gações em dia com o MAPA.
cio de cada curso; ção de vôos;
IV - comunicar à SFA, no prazo má- IV - equipamentos para coleta de lí-
ximo de dez dias, qualquer alteração quidos e sólidos, croômetros, psicrô- Art. 18oPara obter a delegação de
ocorrida nas informações ou nos do- metros, termômetro, lupa, balança de competência do MAPA, para minis-
cumentos fornecidos ao MAPA, re- precisão e anemômetro; trar cursos de coordenadores e exe-
lativos aos cursos, ou na mudança: V - conjunto de equipamento para cutores em aviação agrícola, as enti-
a) de endereço; aplicação de líquidos, composto de dades de ensino deverão formalizar
b) no corpo docente; barras de bicos hidráulicos e rotativos; um convênio com à SFA na unidade
c) da empresa suporte; e VI - conjunto de equipamentos para da federação onde encontra situada
d) de aeronave agrícola; aplicação de sólidos, composto de a sede da instituição de ensino e aten-
distribuidor Venturi, conhecido der aos seguintes requisitos mínimos:
V - ficam obrigadas a permitir a fis- como Pé de Pato, e distribuidor Te- I - possuir:
calização que, a juízo dos órgãos fis- traédrico; a) pelo menos uma aeronave agríco-
calizadores, seja necessária, poden- VII - pátio de descontaminação, con- la própria ou arrendada, em condi-
do ser solicitado o auxílio de autori- forme modelo oficial; ções operacionais;
dade policial, no caso de recusa; e VIII - material didático sobre o pá- b) equipamentos para coleta de líqui-
VI - deverão manter arquivada a do- tio de descontaminação, conforme dos e sólidos, cronômetros, psicrô-
cumentação e histórico de cada aluno. modelo oficial; e metros, termômetro, lupa, balança de
IV - pista homologada ou registrada precisão e anemômetro;
para uso agrícola, de acordo com o c) conjunto de equipamento para
Art. 16o As entidades de ensino disposto nos regulamentos aeronáu- aplicação de líquidos, composto de
com delegação de competência para ticos em vigor. barras de bicos hidráulicos e rotati-
ministrar cursos de piloto agrícola de- vos;
verão: d) conjunto de equipamentos para
I - possuir duas aeronaves, confor- Art. 17o As empresas de aviação aplicação de sólidos, composto de
me legislação específica; agrícola que darão suporte técnico distribuidor Venturi, conhecido
II - ter engenheiros agrônomos, com aos cursos das entidades de ensino, como Pé de Pato, e distribuidor Te-
curso de coordenador em aviação com delegação de competência para traédrico;
agrícola para ministrar as aulas de ministrar cursos de coordenadores em e) pátio de descontaminação, confor-
legislação da aviação agrícola, normas aviação agrícola e cursos de execu- me modelo oficial;
técnicas e tecnologia de aplicação; tores em aviação agrícola, deverão ser f) material didático sobre o pátio de
III - ter piloto agrícola habilitado para registradas e estarem com suas obri- descontaminação, conforme modelo

23
oficial; e nheiro agrônomo, técnico executor e piloto
g) pista homologada ou registrada para uso agrícola deverão ser comunicadas às entida-

02 agrícola, de acordo com o disposto nos regu-


lamentos aeronáuticos em vigor;
II - o curso deverá obedecer ao estabelecido
na grade curricular mínima, aprovada pelo
des fiscalizadoras das respectivas categorias.

Art. 20oAs atividades aeroagrícolas ficam


MAPA; ainda sujeitas às disposições das demais nor-
Instrução Normativa/Mapa número
III - os exames finais para efeito de emissão mas vigentes.
de certificado serão aplicados pelo MAPA, ou
pela entidade de ensino delegada;
IV - as aulas de legislação, normas técnicas e Art. 21o As empresas aeroagrícolas já regis-
tecnologia de aplicação deverão ser ministra- tradas no MAPA terão prazo de um ano, da
das por engenheiros agrônomos, possuidores data da publicação desta Instrução Normati-
de curso de coordenadores em aviação agrí- va, para adequação ao novo sistema do pátio
cola; de descontaminação, constante deste ato.
V - as aulas de toxicologia deverão, preferen-
cialmente, ser ministradas por biólogos ou mé-
dicos, especialistas em toxicologia de agrotó- Art. 22o As dúvidas suscitadas na execu-
xicos; ção destas normas técnicas de trabalho serão
VI - os vôos de demonstração e aulas práticas esclarecidas pela Secretaria de Defesa Agro-
deverão ser efetuados por piloto agrícola ha- pecuária do MAPA.
bilitado; e
VII - as aulas práticas para curso de executo-
res em aviação agrícola poderão ser monitora- Art. 23o Esta Instrução Normativa entra
das por técnico agrícola com curso de execu- em vigor na data da sua publicação.
tores.
Parágrafo único. Ficam obrigadas as entida-
des de ensino a ministrarem o conteúdo e car- Art. 24oFicam revogadas as Portarias nºs
ga horária mínima das grades curriculares exi- 09, de 23 de março de 1983; 96, de 16 de ou-
gidas para os cursos, de acordo com modelo tubro de 1991; 436, de 14 de dezembro de
da tabela do Anexo III. 2000, e 626, de 19 de outubro de 2001.

Art. 19o As irregularidades constatadas pela REINHOLD STEPHANES


fiscalização relativas às atribuições do enge-

24
25
AVIAÇÃO AGRÍCOLA:
atuação primordial no combate a incêndio
Por
Prof. Dr. Ulisses R. Antuniassi
Núcleo de Tecnologia Aeroagrícola
FCA/UNESP - Botucatu/SP - Brasil
ulisses@fca.unesp.br

Prof. Dr. Paulo T. Fenner


Departamento de Recursos Naturais
FCA/UNESP - Botucatu/SP - Brasil
fenner@fca.unesp.br

fogo é parte importante da vida em incêndios que consumiram mais atividades relacionadas com a edu-

O do homem desde os primórdios


da nossa civilização. Apesar de
ter sido dominado e transformado em
de 500 mil hectares. Na última déca-
da, apesar do desenvolvimento de
ferramentas modernas de
cação, pesquisa, prevenção, controle
e combate aos incêndios florestais e
queimadas. Entretanto, apesar de
ferramenta de sobrevivência, o fogo monitoramento e combate aos incên- muitos investimentos nesse setor, nos
nunca deixou de ser uma das princi- dios originados e campos e florestas, últimos anos a intensa cobertura da
pais ameaças às populações rurais e diversos incêndios geraram prejuízos imprensa nacional trouxe ao conhe-
urbanas ao longo de toda a história e mortes em muitos países ao redor cimento público a destruição causa-
da humanidade. do mundo. Destes, ficaram famosas da por dezenas de incêndios e cam-
as ocorrências na Austrália (2002), pos, florestas e parques nacionais.
A história registra inúmeros casos com mais de 1 milhão de hectares
de incêndios de grandes proporções queimados, no Canadá e em Portu- O desejo de usar aeronaves no com-
que dizimaram campos, florestas, gal (2003), com significativas perdas bate a incêndios é tão antigo quanto
propriedades rurais e zonas urbanas. econômicas e na Espanha em 2006, a própria aviação. A história registra
Como exemplos, na década de 1940 que culminou com 41 mortes e uma que as primeiras tentativas datam do
a Austrália foi vítima de um incên- onda de incêndios florestais de ori- período de 1930 a 1940 (Estados
dio que atingiu mais de 3 milhões de gem criminosa. No Brasil, além do Unidos, Canadá, Rússia e Austrália).
hectares, com registro de mais de 60 incêndio ocorrido no Paraná em Na década de 1950, com o final da II
mortes. Nos anos 50 a região do 1963, perdas e mortes foram Guerra Mundial, tanto a aviação agrí-
Alaska perdeu mais de 2 milhões de registradas em Minas Gerais (1967), cola quanto a de combate a incêndi-
hectares em incêndios, assim como Roraima (1998 e 2003) e Acre (2005), os recebeu g rande incentivo,
o Estado do Paraná no Brasil sofreu entre outros. Por esta razão, em 1989 notadamente no que se refere ao
na década de 1960 uma ocorrência o Governo Federal criou através do aproveitamento de aeronaves milita-
onde mais de 2 milhões de hectares Decreto no. 97.635, o Sistema Naci- res desativadas com o fim do confli-
e 5000 casas foram destruídas, onal de Prevenção e Combate aos In- to. Neste período surgiram as duas
contabilizando-se mais de 100 mortes. cêndios Florestais - Prevfogo, que grandes vertentes tecnológicas do
atribui ao Instituto Brasileiro do Meio uso de aeronaves em combate a in-
Um dos incêndios mais famosos da Ambiente e dos Recursos Naturais cêndios: as versões “tanque” de ae-
história aconteceu em 1971 nos Es- Renováveis (Ibama) a competência ronaves civis e militares de médio e
tados Unidos (Wisconsin), onde cer- de coordenar as ações necessárias à grande porte e as aeronaves
ca de 1500 pessoas perderam a vida organização e operacionalização das monomotoras de uso misto em agri-
26
26
cultura e combate a incêndios. Apesar de não ter sido implementado combate aéreo a incêndios, assim
de fato, o projeto resultou num gran- atuou no desenvolvimento
O Brasil foi palco de inúmeras ten- de movimento organizado dos seto- tecnológico de equipamentos. Como
tativas de implantação de sistemas res ligados à aviação agrícola para a exemplo, o NTA participou do deli-
de combate aéreo a incêndios ao lon- discussão do assunto, originando um neamento inicial do projeto da ver-
go de sua história. Uma das primei- grupo de trabalho coordenado pelo são de combate a incêndios da aero-
ras tentativas organizadas ocorreu na Mapa em 2005 que delineou ações e nave Ipanema.
década de 1980 no interior de São planos futuros para a implantação da
Paulo, com o uso de aeronaves agrí- aviação de combate incêndios no O NTA realizou 4 anos de cursos
colas para o controle de queimadas Brasil. para capacitação de pilotos, sendo
em canaviais. As décadas seguintes que o Brasil já conta com 83 profis-
foram marcadas com iniciativas iso- A partir desse grupo de estudos a sionais (pilotos-bombeiros) forma-
ladas de uso de aeronaves agrícolas Faculdade de Ciências Agronômicas dos em Botucatu desde 2006, assim
no combate aéreo a incêndios nas da Universidade Estadual Paulista como 30 Fiscais Federais do Mapa,
regiões norte e centro-oeste do país, (Unesp) passou a atuar no segmento os quais atuam em diferentes regiões
mas alguns acidentes com aeronaves de combate aéreo a incêndios com a do país. Estes cursos de capacitação
deste tipo, ocorridos em operações de criação do NTA - Núcleo de foram muito populares durante a re-
combate a incêndios resultou num Tecnologia Aeroagrícola da FCA/ alização do Aerofogo, evento inter-
movimento de amplo Unesp, que através da Fepaf - Fun- nacional sobre o assunto que teve a
questionamento da necessidade de dação de Estudos e Pesquisas Agrí- sua quarta edição em 2009.
organização do setor no país. colas e Florestais, firmou em 2005
um convênio com o Mapa e o MMA A discussão sobre qual seria o me-
No início dos anos 2000 o Minis- (Ministério do Meio Ambiente) para lhor modelo para a gestão do com-
tério da Agricultura, Pecuária e Abas- fazer a gestão, desenvolvimento bate aéreo aos incêndios florestais no
tecimento (Mapa) recebeu um proje- tecnológico e formação de recursos Brasil surgiu durante o primeiro
to do que seria o “Sistema Nacional humanos para o combate aéreo a in- Aerofogo, em 2006. As opiniões se
de Prevenção e Combate Aéreo a In- cêndios no Brasil. dividiam e, no primeiro momento,
cêndios Florestais”, elaborado pela surgiram dúvidas sobre a participa-
Fiscal Federal Agropecuária Mônica Desde 2005 o NTA foi responsá- ção do setor privado na atividade de
Sarmento, especialista no setor com vel pela formação de Pilotos, Fiscais combate aéreo aos incêndios flores-
cursos e experiência internacional no Federais Agropecuários e demais téc- tais.
combate aéreo a incêndios florestais. nicos para realizar as atividades de De um lado havia uma corrente que

“O Brasil foi palco de inúmeras


tentativas de implantação de
sistemas de combate aéreo a
incêndios ao longo de sua história.
Uma das primeiras tentativas
ocorreu na década de 1980 no
interior de São Paulo, com o uso
de aeronaves agrícolas para o
controle de queimadas em
canaviais”

227
7
defendia uma participação forte do com diferentes modelos de aerona- niões foram tratadas abertamente
Estado, inclusive com a aquisição de ves em diferentes regiões do país, com o público, numa discussão fran-
aeronaves. De outro lado se quanto com o desenvolvimento de ca e com o objetivo claro de contri-
posicionavam aqueles que defendi- novas tecnologias e, principalmente, buir para alavancar e viabilizar o tra-
am que a iniciativa privada deveria com o treinamento e formação de balho árduo de combater os incêndi-
compor a parte executiva, visto que pilotos através dos cursos de os florestais no Brasil.
existia no país uma frota de aerona- capacitação de pilotos agrícolas para
ves que facilmente poderia ser adap- o combate aéreo a incêndios em cam- Sem prejuízo das opiniões contra-
tada para o combate aos incêndios. pos e florestas. Até o momento 83 rias e dos diferentes pontos de vista,
Estas aeronaves, pertencentes às pilotos agrícolas foram capacitados ficou claro que todos têm como ob-
empresas aeroagrícolas, são utiliza- para estas atividades no NTA - Nú- jetivo comum solucionar o proble-
das durante boa parte de ano nas ati- cleo de Tecnologia Aeroagrícola, o ma dos incêndios, seja através de
vidades de proteção fitossanitária das que permitiu a consolidação da ati- medidas preventivas, seja através de
lavouras. Na estação da seca, que é vidade de combate aéreo a incêndi- ações efetivas e eficientes de com-
quando ocorre a maior parte dos in- os no Brasil. bate aos incêndios, evitando danos
cêndios florestais, tais aeronaves es- maiores.
tão ociosas e podem ser facilmente No Aerofogo 2009 (4º Simpósio In-
deslocadas para as frentes de traba- ternacional sobre Prevenção e Com- Algumas experiências foram
lho no combate aéreo a incêndios. Tal bate Aéreo a Incêndios em Campos realçadas, como por exemplo, os ca-
modelo apresenta, de imediato, a e Florestas no Brasil), realizado nos sos de Minas Gerais e do Mato Gros-
vantagem da otimização das questões dias 21 e 22 de maio de 2009, em so. No Estado de Minas Gerais o IEF
relativas a manutenção e depreciação Botucatu/SP, uma mesa redonda tra- (Instituto Estadual de Florestas)
do investimento de aquisição das tou da viabilidade dos modelos de viabilizou a sedimentação de um
aeronaves. gestão do combate aéreo a incêndios amplo programa de combate aos in-
florestais no Brasil, discutindo am- cêndios florestais, denominado de
Passados 4 anos, muita experiên- plamente a participação de cada um Força Tarefa/Previncêndio, através
cia foi adquirida, tanto com a práti- dos atores nesta complexa questão. de um conjunto de parcerias públi-
ca, que envolveu diversas equipes Experiências e contraposição de opi- co-privadas. Já o caso do Mato Gros-

“Após 2006, quando começou


a capacitação de pilotos no
Aerofogo, nenhum acidente foi
registrado nas operações de
combate aéreo a incêndios
florestais no Brasil ”

28
28
so chama a atenção pela peculiarida-
de de envolver a iniciativa do setor
privado no processo. Devido aos pre- “A regulamentação do uso de
juízos sofridos em 2008, agricultores
da região de Primavera do Leste/MT coadjuvantes no combate aéreo a
se mostraram interessados em con- incêndios é uma necessidade
tratar o serviço de combate aéreo
para evitar danos às suas áreas de la- imediata”
voura atingidas pelos incêndios. Em
ambos os casos provou-se a eficiên-
cia e a viabilidade técnica do uso de
aeronaves em ações de combate.
Também foi possível testar o efeito
do treinamento recebido pelos pilo-
tos durante os cursos de capacitação
realizados pela Unesp. Verificou-se
claramente a diferença entre pilotos
capacitados e não capacitados, assim
como a qualidade e a segurança das
operações foram reforçadas. É im-
portante ressaltar que após 2006, que ciente emprego de aeronaves no nho, mas atinge também a segurança
foi quando começou a capacitação de combate, porem os órgãos pública.
pilotos no Aerofogo, de nenhum aci- regulamentadores ainda não defi-
dente foi registrado nas operações de niu o seu uso. Em consequência ele- Ficou claro que com o grupo
combate aéreo a incêndios florestais vam-se os custos operacionais, pois de pilotos agrícolas já capacitados
no Brasil. é necessário maior número de ho- para o combate aos incêndios e con-
ras de voo, e o combate tem sua efi- siderando a frota de aeronaves dis-
Outro aspecto relevante refere-se ciência limitada, pois a água pura poníveis na entressafra agrícola, que
a necessidade urgente de solucio- evapora rapidamente após a aplica- coincide com o período de incêndi-
nar a regulamentação do emprego ção. A regulamentação do uso de co- os, o combate aéreo poderia ser ime-
de for mulações químicas adjuvantes no combate aéreo a incên- diatamente implantado no Brasil.
supressantes ou retardantes de fogo dios é uma necessidade imediata. Os investimentos no setor são al-
no Brasil. Os supressantes são adi- tos porem os benefícios sociais e
cionados à água para aumentar a Embora todo piloto agrícola te- ambientais são evidentes. Entretan-
sua eficiência, resultando nos cha- nha habilitação para atuar em com- to verificou-se que, embora, as con-
mados aceir os molhados. Os bate a incêndios, devido a própria dições logísticas estão razoavel-
retardantes, por sua vez, alteram a regulamentação do setor, a preocu- mente solucionadas o mesmo não
flamabilidade do material combus- pação com os acidentes aéreos e ocorre com a questão política ad-
tível. Na presença do retardante, a com a eficiência no uso dos recur- ministrativa, ou seja, ainda não há
liberação dos gases inflamáveis, os sos deve ser constante. Nesse sen- no Brasil uma definição global
quais contribuem com o pré-aque- tido, os pilotos capacitados pude- quanto ao modelo de gestão a ser
cimento, combustão em chamas e ram demonstrar na pratica, em di- adotado pelo governo na efetivação
o consequente espalhamento do versas ações de combate, a diferen- das atividades de combate a incên-
fogo, não ocorre, pois na presença ça entre o piloto habilitado e o pi- dios florestais. Resta esperar que as
do produto retardante o material loto habilitado e capacitação para dificuldades sejam superadas e o
em combustão é transformado di- combate. Economia de recursos e Brasil saia da incômoda posição de
retamente para carvão com libera- eficiência no combate são apenas ser um país com uma das maiores
ção de água. A água, ao evaporar, detalhes numa atividade em que o emissões de CO2 decorrentes de in-
absorve calor, resfriando o com- risco de acidentes é, por natureza, cêndios florestais. Trata-se de uma
bustível e, consequentemente, di- alto. E este fato é ainda mais im- prioridade estratégica para o país, au-
ficultando a continuação da reação portante quando em condições de mentar a sinergia entre parceiros pú-
da combustão. O uso destes pro- sobrevoo de áreas em chamas. Em blicos e privados para aumentar a efi-
dutos é premissa básica para o efi- suma, a questão não só o desempe- ciência das ações de combate.
29
29
AVIAÇÃO AGRÍCOLA:
eficaz no combate aos
transmissores de doença
Por: Eduardo Araújo - Engenheiro Agrônomo

om a chega- ao mosquito adulto só pode ser feito eficazmente

C da do verão,
cresce a preo-
cupação com as doen-
através da aplicação episódica de inseticidas especi-
ais, os “adulticidas”. Entretanto, paradoxalmente,
nosso país, que tem a segunda frota mundial de aero-
ças veiculadas por mosquitos, como o Aedes aegypti, naves agrícolas, não utiliza esta tecnologia que está
transmissor da Dengue. O inseto prolifera-se principal- disponível para o combate rápido ao mosquito adul-
mente dentro ou nas proximidades das habitações, em to. Há anos, o Sindicato Nacional das Empresas de
locais com acúmulo de água limpa. O transmissor da Aviação Agrícola (Sindag) vem demonstrando preo-
doença é a fêmea do mosquito, em sua fase adulta, que cupação com o caso. Já lançou propostas ao Ministé-
se contamina ao picar uma pessoa doente e, posterior- rio e Secretarias da Saúde, elencando as vantagens
mente, inocula o virus em uma pessoa sadia. O mosqui- em utilizar as aeronaves agrícolas para o combate do
to-femea após alimentar-se de sangue, busca locais com transmissor, como aliás é feito em diversos outros
água estagnada para ali depositar seus ovos, dos quais países.
sairão larvas as quais, por sua vez, após o estágio inter-
mediário de pupa, transformar-se-ão em mosquitos adul- O Sindicato das empresas do setor quer utilizar con-
tos novamente (machos e femeas). Para seu controle a tra o Aedes aegypti a mesma técnica que, nos anos
níveis toleráveis,, o mosquito deve ser combatido em 70, acabou com surto de encefalite no litoral paulista
todas suas fases de forma a que se possa debelar uma e que foi também usada no controle de epidemias de
epidemia de dengue. O combate às fases aquáticas (ovo, Dengue em países como a Colômbia e Cuba. No en-
larva e pupa) deve ser feito de forma contínua, elimi- tanto, as propostas do Sindicato não tiveram até hoje
nando, secando e limpando os recipientes que possam acolhida, faltando apenas o aval do Ministério da
conter água, ou ainda mediante a aplicação de produtos Saúde. Havia a expectativa de uma concordância
químicos ou biológicos, os “larvicidas”. Já o combate em usar a técnica, mesmo que em área reduzida, no
surto ocorrido no verão de 2009/2010 em alguns
estados brasileiros, principalmente na região nordes-
te , para, em seguida, adotar a técnica em larga esca-
la, sempre que necessário (epidemia). O assunto foi,
inclusive, debatido no Congresso Nacional de Avia-
ção Agrícola (Congresso Sindag), realizado em junho
de 2009, em Cuiabá (MT). Foi também, objeto de
audiência concedida ao Sindag pelo Ministro da Saú-
de, José Gomes Temporão.

A ideia do sindicato é aplicar no Brasil uma técnica


utilizada há mais de 30 anos na Hungria, nos Esta-
dos Unidos, em Cuba e na Colômbia além de outros
países. E que não é propriamente novidade por aqui.
Em 1975, o uso de aviões foi responsável pela extin-
30
30
“O Sindicato das empresas do setor quer utilizar contra o Aedes
aegypti a mesma técnica que, nos anos 70, acabou com surto de
encefalite no litoral paulista e que foi também usada no controle de
epidemias de Dengue em países como a Colômbia e Cuba”

ção dos focos de mosquitos culex na dade (aplicação espacial em ambien- avaliadores, preparar o material de
região da Baixada Santista, em São te urbano). Outra vantagem adicio- divulgação para explicar à população
Paulo, Na época, com três aplica- nal, consequencia da rapidez, é o o que está acontecendo e até a logís-
ções em quatro semanas, a estraté- tratamento de mais de quatrocentos tica da disponibilização do produto
gia acabou com um surto de encefa- quarteirões – mais de 14.000 domi- a ser aplicado.
lite que assolava municípios como cílios em média - em apenas uma
Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. A hora de voo. Quanto aos avaliadores, a proposta
técnica não traz, como não trouxe, é montar um grupo multiespecialista
danos ao meio ambiente. Ficou com- A aplicação aérea de inseticidas coordenado pelo Ministério da Saúde
provada, também, naquela oportuni- não substitui o recomendado controle e composto por biólogos, sanitaristas,
dade, a eficácia do método no con- das larvas dos mosquitos, mas o com- entomólogos (especialistas em insetos),
trole de mosquitos do genero Aedes. plementa, atuando sempre que o con- médicos e ecologistas, juntamente com
trole larval não tenha sido eficaz o técnicos do sindicato aeroagrícola. A
Usando esta tecnologia, os aviões suficiente para reduzir a população de equipe se encarregaria de observar as
voam aplicando uniformemente nas mosquitos adultos e estes levem ao condições antes e depois das aplica-
ruas e por cima das casas o mesmo estabelecimento de um surto epidêmi- ções, nas áreas aplicadas por avião e
tipo de inseticida e nas mesmas do- co da doença. Nestas situações é ne- naquelas tratadas por equipamentos
ses atualmente pulverizados por cessário combater, e muito rapidamen- terrestres. Comprovada a eficácia e
bombas acopladas sobre caminhone- te, os mosquitos adultos os quais, do após feitos eventuais ajustes necessá-
tes (os chamados “fumacês”) ou por contrário, além de transmitir a doença rios sobre escolha dos produtos e suas
equipamentos portáteis levados às ainda se reproduzem alimentando o dosagens, haverá então condições de
costas de funcionários da Vigilância ciclo adulto-ovo-larva- pupa-adulto. articular uma ação em maior escala,
Sanitária. Com a vantagem – do preparatória aos anos seguintes.
avião - de atingir facilmente as áreas Na medida em que mais um verão
nos fundos das propriedades, terre- se aproxima, e com ele o risco de Rejeição
nos baldios com muro e pontos de novos surtos de Dengue, seria neces-
banhado e áreas de águas paradas sário iniciar o planejamento das ações A ideia dos aviões x mosquitos foi
afastadas das vias públicas (onde os imediatamente, para que haja tempo descartada em 2007 pelo Ministério
“fumacês” muitas vezes não alcan- para montar uma operação-piloto da Saúde, por meio da Nota Técnica
çam). Obrigatoriamente devem ser para avaliação e ajustes. Há que se 75. Entre outras coisas, o Ministério
empregados produtos registrados no preparar a estrutura, treinar o pesso- alegava pelo documento que a avia-
Ministério da Saúde para tal finali- al de terra, montar uma equipe de ção só seria aconselhada em casos de

31
31
epidemia. No entanto, mesmo dian- Sindag, ficaria em 22 centavos por já foi demonstrada em caráter simu-
te de surtos epidêmicos de monta, residência (serviços contratados, lado, em agosto de 2008, no Con-
como os verificados em 2008, 2009 mais o produto), sem necessitar in- gresso Sindag, ocorrido em Foz do
e 2010, inclusive com mortes, este vestir na compra de equipamentos. Iguaçu, Paraná. Na ocasião, também
importante recurso não foi ainda Some-se a isso as vantagens já foi feito o anúncio oficial do con-
empregado. O Sindicato contra-ar- mencionadas na extinção de mos- vênio entre a entidade e a Empresa
gumentou tecnicamente o conteúdo quitos fora do alcance do equipa- Brasileira de Pesquisa Agropecuária
da referida Nota. mento terrestre. (Embrapa) para testar a aplicação,
por aviões, de inseticidas biológi-
Custo-Benefício Diferente da aplicação em la- cos no combate a larvas de mosqui-
voura, na qual o avião faz voos tos. Neste caso, contra a malária e
Além da eficácia, a confiança do rasantes e deixa atrás de si uma febre amarela. Entretanto, para o
Sindag em sua proposta de com- esteira branca de defensivos, na combate ao transmissor – mosquito
bate à dengue baseia-se também no aplicação contra mosquitos o qua- adulto - da Dengue, ainda não há
custo-benefício. Segundo argu- dro é outro. Enquanto na lavoura produtos biológicos disponíveis.
mento do Ministério da Saúde, de se voa a quatro metros do solo, na Porém, há inseticidas químicos efi-
2008, a aplicação de inseticida aplicação contra mosquitos o avião cientes, seguros e aprovados pelo
com equipamentos terrestres cus- sobrevoa a cidade a uma altitude Ministério da Saúde para esta fina-
tava em média 19 centavos por de 40 metros. Quanto ao produto lidade.
residência. Valor que não leva em aplicado, ele é quase invisível a
conta a aquisição dos equipamen- olho nu, pois, além da dose ser bai- Deseja-se, naturalmente, que a
tos e dos veículos (o governo fe- xa, as gotículas são extremamente Dengue não retorne no próximo ve-
deral anunciou, no final de 2008, finas. O volume de aplicação é da rão. Porém, se vierem a ocorrer sur-
a compra de 270 nebulizadores ordem de apenas 400 mililitros por tos epidêmicos, é necessário que es-
costais motorizados, 200 kombis, cada 10 mil metros quadrados tejamos plenamente preparados para
100 motocicletas, 40 pick-ups e 30 (aproximadamente um quarteirão). enfrentá-los. E isto inclui não des-
pulverizadores costais motoriza- O que também explica a rapidez, cartar o uso da aplicação aérea de
dos). Em contrapartida, o custo de economia e segurança do método. inseticidas para o controle do mos-
aplicação por avião, conforme o A técnica de combate a dengue quito transmissor.

“Se vierem a ocorrer surtos epidêmicos, é


necessário que estejamos plenamente preparados
para enfrentá-los. E isto inclui não descartar o uso
da aplicação aérea de inseticidas para o controle do
mosquito transmissor”

32
PROJETO DE APLICAÇÃO AÉREA
parceria Embrapa,
Sindag e INCT-SEC
Por Prof. Dr. Wellington Pereira Alencar de Carvalho
Professor de Máquinas, Mecanização Agrícola e
Tecnologia de aplicação da Universidade Federal de Lavras

urante muitos anos a comu- exige a comunidade acadêmica. Em razão desta situação e as pers-

D nidade aeroagrícola tem pro-


curado obter infor mações
que possam embasar uma resposta
As projeções para o cenário agrí-
cola mundial e brasileiro, indicam
a necessidade de um aumento de
pectivas favoráveis para o setor de
um uso cada vez maior e necessá-
rio da aviação agrícola, como ele-
científica para diversos questiona- produção em grande escala, visan- mento fundamental para se atingir
mentos realizados por produtores e do atender as demandas de cresci- o crescimento das produções nas
técnicos sobre a comprovação dos mento previstas; crescimento este mais diferentes culturas, levou o
benefícios pelo uso de aeronaves que deverá ser embasado na ado- Sindag a contatar a direção da Em-
agrícolas no controle de pragas das ção cada vez maior do gerencia- presa de Pesquisa Agropecuária
lavouras. mento dos fatores de produção. (Embrapa) para o desenvolvimen-
to de projetos de parceria, que pos-
As empresas e usuários que se uti- A preocupação cada vez maior de sam de forma científica responder
lizam desta tecnologia, possuem aplicações seguras, com menor ris- ás demandas da agricultura, bem
respostas da alta eficácia do uso de cos de contaminação ambiental, como ás indagações da comunida-
aeronaves, mas muitas vezes, res- também tem sido algo de grande de aeroagrícola e todos os segmen-
postas estas, sem a aplicação de interesse de todos os operadores. tos produtivos do setor.
uma metodologia científica, como
A partir daí, a Embrapa verifi-
cou a importância das demandas
apresentadas e captadas no setor e
considerou estratégico organizar
com seus pesquisadores em parce-
ria com o Sindag e o INCT-SEC um
projeto de interesse nacional en-
volvendo a aviação agrícola.

Assim, encontra-se formulado o


projeto intitulado "Desenvolvimen-
to da aplicação aérea de agrotóxi-
cos como e estratégia de controle
de pragas agrícolas de interesse na-
cional”, o qual poderá contribuir
de forma decisiva para o desenvol-

33
“A Embrapa verificou a importância das demandas
apresentadas e captadas no setor e considerou estratégico
organizar com seus pesquisadores um projeto de interesse
nacional envolvendo a aviação agrícola”

vimento e geração de tecnologias de enças da soja em terras baixas da de produtos na cultura do arroz;
aplicação, com pulverizações seguras Região Sul;
e eficientes com o uso da aviação IX) determinação da influência do
agrícola. IV) determinação da eficiência e tamanho e densidade de partículas
deposição de inseticidas em apli- e gotas com diferentes equipamen-
Para se conseguir tais objetivos, o cação aérea para o controle de in- tos de aplicação na deriva de pro-
projeto foi preparado incluindo di- setos-praga da soja; dutos na cultura do da soja em ter-
versas estratégias de ação, com ativi- ras baixas da Região Sul;
dades estruturadas em nove frentes V) determinação da eficiência da
técnicas, organizadas e concatenadas deposição de inseticidas no con- X) determinação da influência do
por ações de gestão administrativa e trole de insetos da cultura do ar- tamanho e densidade de gotas com
do conhecimento. Tal arranjo foi orga- roz irrigado por inundação no es- diferentes equipamentos de aplica-
nizado com a finalidade de prover uma tado do Rio Grande do Sul; ção na deriva de produtos na cul-
melhor dinâmica operacional, visando tura do citros;
uma maior eficácia e o cumprimento VI) determinação da eficiência de
das metas traçadas. Entre as metas pro- deposição de produto biológico XI) avaliação do impacto ambien-
gramadas, destacam-se: em formulação oleosa e granula- tal da deriva na aplicação aérea de
da para o controle de cigarrinha- agrotóxicos em população de abe-
I) determinar a eficiência da deposi- da-raiz da cana-de-açúcar. lhas no entorno de pomares de ci-
ção de produtos e adjuvantes no con- tros;
trole da ferrugem da soja; VII) determinação a influência
do tamanho e densidade de gotas XII) avaliação do impacto ambien-
II) determinar a eficiência da depo- com diferentes equipamentos de tal da deriva na aplicação aérea de
sição de produtos e adjuvantes no aplicação na deriva de produtos herbicidas em vegetação nativa ad-
controle de plantas daninhas na cul- na cultura da soja; jacentes a áreas de plantio de soja;
tura da soja;
VIII) determinação da influência XIII) avaliação do impacto ambi-
III) determinação da eficiência da do tamanho e densidade de partí- ental da deriva na aplicação aérea
época de aplicação e da deposição de culas e gotas com diferentes equi- de agrotóxicos na qualidade da
produtos no controle de insetos e do- pamentos de aplicação na deriva água e organismos não alvos no
34
entorno das lavouras de arroz; XVIII) o desenvolvimento de con- rede, farão parte de um programa
troladores para pulverização aérea de transferência de tecnologia e
XIV) adaptação de uma rede de de agrotóxicos considerando a de- contará com a realização de even-
sensores sem fio para detecção da riva estimada; tos técnicos para articulação, re-
deriva em pulverização aérea de passe de tecnologias e difusão dos
agrotóxicos; XIX) desenvolvimento de modelo resultados envolvendo workshops,
para auxílio à navegação de aero- cursos, bem como palestras para
XV) monitoramento via uso de ve- naves com base no uso de variáveis operadores e usuários da aviação
ículos aéreos não tripulados edafo-climáticas; agrícola.
(VANTs) de variáveis ambientais e
informações terrestre obtidas por XX) caracterização metrológica de O Comitê Gestor do projeto em
sensoriamento remoto para auxílio instrumentos e sensores para pro- rede conta com representantes da
à minimização dos efeitos da deri- cessos de pulverização aérea de Embrapa, do Ministério da Agricul-
va decorrente de processos de pul- agrotóxicos. tura, Pecuária e Abastecimento
verização aérea de agrotóxicos; (Mapa) e do Sindag. Como um dos
XXI) comunicação Organizacional principais representantes do Sindag
XVI) desenvolvimento de sistema (Elaboração de publicações técni- na coordenação dos trabalhos, foi
de navegação para operação em co-informativas para técnicos e usu- convidado para compor a equipe de
tempo real da aplicação de pulve- ários da aviação agrícola); bem técnicos e pesquisadores, o Profes-
rização aérea de agrotóxicos; como sor de Máquinas, Mecanização
Agrícola e Tecnologia de aplicação
XVII) desenvolvimento de um sen- XXII) avaliação de impacto de al- da Universidade Federal de Lavras,
sor com polímeros condutores de terações no processo de pulveriza- Prof. Dr. Wellington Pereira Alen-
baixo custo para avaliação da aci- ção aérea na viabilidade financeira car de Carvalho, especialista em
dez da chuva artificial de gotas para de culturas agrícolas. Aviação Agrícola.
a pulverização aérea de agrotóxicos; Os resultados deste projeto em

“Os resultados deste projeto em


rede, farão parte de um programa de
transferência de tecnologia”

35
AVIAÇÃO AGRÍCOLA:
e a preocupação com a
sustentabilidade
Por Ivo Lessa Silveira Filho - Eng. Agrônomo
Consultor Ambiental do Sindag

século XXI busca, A pulverização aérea trabalha com este prin-

O em todos os seto
res produtivos, a
melhor forma de atender a
cípio da natureza, assim como o nevoeiro.
Quando a lavoura é pulverizada através da
névoa que é liberada há a fixação das micro
gotas dos produtos químicos aplicados, dimi-
coletividade observando
principalmente o que nos é mais caro: A preservação do nuindo o escorregamento do produto ao solo,
meio ambiente. e ao mesmo tempo,aderindo-se `a altura de
A aviação agrícola está inserida totalmente nesta vi- toda o planta.
são holística do mundo novo. Conseguimos assim um melhor aproveita-
Alem de ser uma atividade das mais controladas, pela mento do produto aplicado utilizado com mai-
Secretária de Aviação Civil (Anac), Ministério da Agri- or eficiência e eficácia.
cultura, órgãos ambientais participantes do Sisnama, te- Procure conhecer melhor os benefícios da
mos como principio básico em nosso trabalho a preser- pulverização aérea, e observe o custo-benefí-
vação do meio ambiente. cio desta atividade aliada ao custo-benefício
E foi a natureza que nos mostrou a importância da do meio ambiente.
pulverização aérea. Observando o nevoeiro, nota-se que Para maiores informações busque no site do
este aparece em toda altura da planta, ou seja, fixa-se a Sindag e veja também em que outras atividades
planta através de micro gotas. podemos participar em prol do meio ambiente.

“A aviação agrícola está inserida totalmente


nesta visão holística do mundo novo”

36
Aereals Aviação Agricola Ltda

em 25 de maio de 2011
Aero Agrícola Bela Vista Ltda.
SINDAG- Aero Agrícola Boa Safra Ltda.
Aero Agrícola Caiçara Ltda.
Aero Agrícola Chapadão Ltda.
Aero Agrícola do Alegrete Ltda.
Aero Agrícola Gabrielense Ltda.
Aero Agrícola Giruaense Ltda.
Empresas associadas ao SINDAG
Aero Agrícola Novo Tempo Ltda.
Aero Agrícola Rio Verde Ltda.
Aero Agrícola Rosariense Ltda.
Aero Agrícola Santanense Ltda.
Aero Agrícola Santos Dumont Ltda
Aero Agrícola São Miguel Ltda
Aero Agrícola Solo Ltda.
Aero Agrícola Vargas Ltda.
Aeroagrícola Sureña Ltda.
Aerolider Aviação Agrícola Ltda.
Aerominas Aviação Agrícola Ltda.
Aeromis Aero Agrícola Missioneiro
Aeropel Aero Operações Agríc. Ltda.
Aerosafra Aviação Agrícola Ltda.
Aeroterra - Aviação Agrícola Ltda.
Aerotex Aviação Agrícola Ltda.
Aerovale Av. Agrícola Vale do Piqueri Ltda.
Agrisul Aviação Agrícola Ltda.
Agro Aérea Triângulo Ltda.
Agroer Aviação Agrícola Ltda.
Águia Aviação Agrícola Ltda.
Amazônia Aviação Agrícola Ltda.
Americasul Aeroagricola Ltda.
Aplic Aviação Agrícola Ltda.
Aplitec Aero Agrícola Ltda.
Arenhart Aviação Agrícola Ltda.
Argino Bedin e Outros
Asa Av e Serviços Aero Agrícolas Ltda.
Aviação Agrícola Alagoana Ltda.
Aviação Agrícola Gaivota Ltda.
Aviação Agrícola Santa Terezinha Ltda
Banaer Pulverização Agrícola Ltda.
Banalves Aviação Agrícola Ltda.
C. Vale Cooperativa Agroindustrial
Capivari Aviação Agrícola Ltda.
Ceal Aviação Agrícola Ltda.
Centroar Agro Aérea Ltda.
CNAA Com. Noroeste Aviação Agrícola Ltda
Combate Aviação Agrícola Ltda.
Cosmos Aviação Agrícola Ltda.
Cristal Aviação Agrícola Ltda.
Dilopes Aviação Agrícola Ltda.
Eldoban Aero Agrícola Ltda.
Enagri Emp. Nac. Aviação Agríc. Ltda
Estiva Aviação Agricola Ltda.
Fenner Aviação Agrícola Ltda.
37
Foliar Aviação Agrícola Ltda.
FS Aviação Agrícola Ltda.

em 25 de maio de 2011
Garça Aviação Agrícola Ltda.
Garcia Aviação Agrícola Ltda.
Globo Aviação Agrícola Ltda.
Horizonte Aviação Agrícola Ltda.
Ibicui Aviação Agrícola Ltda.
Imbaa Aviação Agrícola Ltda.
Itagro - Itapororó Av. Agrícola Ltda.
Empresas associadas ao SINDAG
J.D.C. Aviação Agrícola Ltda.
KL Aviação Agrícola Ltda.
Lança Aeroagrícola Ltda.
Magis Aero Agrícola Ltda.
Mercaer Aviação Agrícola Ltda.
Michels Aviação Agrícola Ltda.
Mineiros Aviação Agrícola Ltda.
Mirim Aviação Agrícola Ltda.
Mococa Aero Agrícola Ltda.
Mostardas Aviação Agrícola Ltda.
Nitz Aviação Agrícola Ltda.
Norteagro Norte Aero Agrícola Ltda.
Nova Aviação Agrícola Ltda.
Novo Rumo Aeroagrícola Ltda.
Pegoraro Aviação Agrícola Ltda.
Pla & Silva Aviação Agrícola Ltda.
Precisão Aero Agrícola Ltda.
Quatroas Aero Agríc. Ariel Athayde Ltda.
Radar Agro Aérea Ltda.
Reis & Passamani Com. Av. Agrí. Ltda
Rondon Aviação Agrícola Ltda.
Sagal Suiamissu Aero Agrícola Ltda.
Ságuia Aviação Agrícola Ltda.
SAM - Soc. Aero Agrícola Mogiana Ltda.
Sana Agro Aérea Ltda.
Santa Luzia Aviação Agrícola Ltda.
São Bento Aviação Agrícola Ltda.
Sapa Serv. Aéreos Proteção Agríc. Ltda.
Savana Aero Agrícola Ltda.
Sepal - Serv. Esp. Pulver. Aéreas Ltda.
Serrana Aviação Agrícola Ltda.
SK Aviação Agrícola Ltda.
Solag - Sol e Lua Av. Agrícola
Somar Aero Agrícola Ltda.
Stal Serv. Tratamento Aéreo a Lavouras
Sucesso Aero Agrícola Ltda.
Taguató Aviação Agrícola Ltda.
Taim Aero Agrícola Ltda.
Terceiro Milênio Aviação Agrícola Ltda.
Terra Aviação Agrícola Ltda.
Teruel Aviação Agrícola Ltda.
Tom Aviação Agrícola Ltda.
Tucano Aviação Agrícola Ltda.
Viagro Vidotti Agro Aérea Ltda.
Villela Agro Aérea Ltda.
Voaar Aviação Agrícola Ltda.
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