You are on page 1of 49

ANTÔNIO JORLEI DA SILVA NUNES

EMERSON ANTÔNIO DE DEUS


GABRIELA AGUINELE MARTHE DOS SANTOS

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO MOVIDO A ENERGIA SOLAR


TÉRMICA

Belo Horizonte
2015
ANTÔNIO JORLEI DA SILVA NUNES
EMERSON ANTÔNIO DE DEUS
GABRIELA AGUINELE MARTHE DOS SANTOS

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO MOVIDO A ENERGIA SOLAR


TÉRMICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a
obtenção do título de engenharia mecânica.

Orientador: Prof. Alfred Gimpel Pinto

Belo Horizonte
2015
Dedico este trabalho a todas as pessoas que
contribuíram direta ou indiretamente para meu
desenvolvimento profissional e pessoal, em especial a
Deus, sempre presente, aos meus amigos e
familiares, que incentivaram meus sonhos e estiveram
sempre ao meu lado, aos meus colegas de classe e
demais formandos pela amizade e companheirismo e
por fim aos professores que acompanharam,
transmitindo-me conhecimento.
AGRADECIMENTOS

Á Deus

Agradeço a Deus pela benção de poder estar cursando engenharia mecânica,


a confiança na fé e coragem para desenvolver minhas capacidades.

Á minha família.

A minha família que sempre me apoiou e esteve perto em todos os


momentos.

A supervisão da faculdade Pitágoras, em especial a todo o corpo


docente.

Por ter me incentivado a buscar o conhecimento para atingir meus objetivos.

Meu muitíssimo obrigado a toda equipe, pois a realização deste curso me


proporcionou o crescimento profissional e pessoal.

À INSTITUIÇÃO ANHANGUERA

Mostrou-me que quando se tem um objetivo, o nome da instituição não é tão


importante, mas sim a forma de como se busca alcançar este objetivo.

A todos, o meu mais profundo obrigado.


“Eu colocaria meu dinheiro na energia solar”.

Que fonte de energia?

“Espero não ser necessário aguardar que o


petróleo e o carvão acabem para encarar isto”.

Thomas Edison em conversa com Henry Ford e


Harvey Firestone, em 1931.
DEUS, Emerson Antônio,
NUNES, Antônio Jorlei da Silva,
SANTOS, Gabriela Aguinele Marthe,
Sistema de refrigeração movido à energia solar térmica: 2015. 48 p. Trabalho de
Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Mecânica – Pitágoras, Belo
Horizonte, 2015.

RESUMO

Nesta pesquisa apresentaremos às diversas tecnologias em foco a utilização


da energia solar sendo utilizada como conversão de energia solar para energia
térmica. O desenvolvimento da pesquisa será relevante, pois permitirá conhecer o
desempenho de um sistema assistido por energia solar, contribuindo para o
entendimento de um sistema de refrigeração, determinando seu funcionamento e as
áreas de transferência de calor, correlacionando-as abrangendo como as mesmas
se relacionam.
Atualmente a energia elétrica é o maior contribuinte para os custos de
operação de uma indústria ou residência, portanto, os estudos irão relacionar a
utilização de uma energia renovável, apresentando suas melhorias e eficiências.
Contudo a objetivo deste trabalho é demonstrar o sistema de produção de
energia, sistematizando e detalhando os conteúdos que devem ser apresentados, a
fim de melhor descrever os conceitos através de um procedimento metodológico de
ensino aprendizagem, desenvolvidos por meio de um conjunto de atividades, onde
tomamos como principio a transformação dos problemas do presente em soluções e
atitudes que contribuam para a construção de um futuro sustentável.

Palavras-chave: Energia Solar. Energia Térmica. Conversão de Energia.


Sistema de refrigeração. Transferência de calor.
DEUS, Emerson Antônio,
NUNES, Antônio Jorlei da Silva,
SANTOS, Gabriela Aguinele Marthe,
Sistema de refrigeração movido à energia solar térmica: 2015. 48 p. Trabalho de
Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Mecânica – Pitágoras, Belo
Horizonte, 2015.

ABSTRACT

In this research we will present to various technologies focus on the use of


solar energy being used as converting solar energy into thermal energy. The
development of the research will be relevant as it will know the performance of a
system assisted by solar energy, contributing to the understanding of a cooling
system, determining its operation and the heat transfer areas, correlating them
covering as they relate.
Currently, electricity is a major contributor to the operating costs of an industry
or residence, so the studies will relate to the use of renewable energy, with its
improvements and efficiencies.
However, the aim of this study is to demonstrate the power generation system,
systematizing and detailing the contents to be submitted in order to better describe
the concepts through a methodological approach to teaching and learning, developed
through a set of activities, where we take as a principle the transformation of the
present problems into solutions and attitudes that contribute to building a sustainable
future.

Key-words: Solar energy. Thermal energy. Energy Conversion. Cooling


system. Heat transfer.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Processos de conversão de energia..........................................................16


Figura 2 - Esquema representativo do sistema arrefecimento solar..........................29
Figura 3 - Sistema de absorção água-amônia............................................................30
Figura 4 - Informações do Diagrama Psicométrico.....................................................34
Figura 5 - Carta Psicométrica......................................................................................35
Figura 6 - Desenho do projeto.....................................................................................35
Figura 7 - Irradiação solar diária média maior............................................................40
Figura 8 - Protótipo final – pespectiva 1......................................................................41
Figura 9 - Protótipo final – pespectiva 2......................................................................41
Figura 10 - Protótipo final – pespectiva 3....................................................................42
Figura 11 - Protótipo final – pespectiva 4....................................................................43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Combinações químicas de refrigerantes e absorventes............................26


Tabela 2 - Condições recomendadas para o verão....................................................32
Tabela 3 – Condições Climáticas recomendadas para o inverno...............................32
Tabela 4 - Condições climáticas médias (verão e inverno).........................................33
Tabela 5 - Tabela global de transferência de calor......................................................37
Tabela 6 - Diferencial de temperatura usado nos Projetos.........................................37
Tabela 7 - Tabela de perda de carga do projeto..........................................................39
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASHRAE American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning

Engineers

UNIFEI Universidade Federal de Itajubá

A Amper
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................13
1.1 OBJETIVOS........................................................................................................14
1.1.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................14
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................................14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................15
2.1 ENERGIA: CONCEITOS E FUNDAMENTOS.................................................15
2.1.1 DEFINIÇÕES...................................................................................................... 15
2.1.2 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA...............................................................................16
2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR..................................17
2.2.1 CONDUÇÃO....................................................................................................... 17
2.2.2 CONVECÇÃO..................................................................................................... 18
2.2.3 RADIAÇÃO TÉRMICA...........................................................................................19
2.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA TERMODINÂMICA..................................19
2.4 ENERGIA SOLAR................................................................................................20
2.4.1 RADIAÇÃO SOLAR..............................................................................................20
3 METODOLOGIA..............................................................................................22
3.1 UNIDADE IMPÍRICA.......................................................................................22
3.1.1 ABORDAGEM DA PESQUISA.................................................................................22
3.1.2 TIPO DE PESQUISA.............................................................................................23
3.1.3 TÉCNICA DE PESQUISA.......................................................................................23
3.1.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS................................................................23
4 SISTEMA DE AR CONDICIONADO CONVENCIONAL..................................24
4.1 DIMENSIONAMENTO E PRINCÍPIOS BÁSICOS.........................................................24
5 SISTEMA DE AR CONDICIONADO SOLAR...................................................25
5.1 DIMENSIONAMENTO E PRINCÍPIOS BÁSICOS.........................................................25
5.2 PROPRIEDADES QUÍMICAS E SEUS COMPÓSITOS..................................................26
5.2.1 SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO....................................................26
5.3 VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO..................................................................27
6 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA..................................................................28
6.1 CONDICIONAMENTO DE AR PARA UM AMBIENTE.....................................30
6.2 DADOS DE PROJETO....................................................................................34
6.2.1 PROJETO CONDICIONAMENTO DE AR..................................................................34
7 RESULTADO.......................................................................................................40
7.1 DIMENSIONAMENTO PROJETO SOLAR FOTOVOLTAICO..........................................40
8 CONCLUSÃO..................................................................................................44
9 REFERENCIAS...............................................................................................46
13

1 INTRODUÇÃO

Atualmente a diminuição das chuvas, e o aumento da temperatura em todo o


Brasil, vêm sendo consideravelmente alterado devido o efeito da poluição, da
demanda de construções com uma altíssima concentração de edifícios, com o
crescente número da frota de veículos, entre outros motivos, se tornando uma
ameaça ao fornecimento de energia elétrica.
Essas alterações do clima trouxeram diversos impactos em diversos setores,
como principal, os recursos hídricos, na transformação e distribuição de energia, na
agricultura, afetando diretamente a economia do país. Em busca de uma alternativa
para atender esta demanda gerada em dias de maior disponibilidade de radiação
solar, onde se utiliza com mais frequência o ar condicionado a fim de refrigerar o
ambiente, com essa necessidade a utilização do ar condicionado convencional é
responsável pelo aumento da utilização da energia elétrica, o que gera uma sobre
carga quanto à geração e distribuição da mesma, logo surge à necessidade de
buscar novas técnicas de transformação de energia.
No Brasil o fornecimento de energia elétrica provém principalmente de fontes
renováveis o que acarretaria após implantação do sistema de refrigeração solar
alguns benefícios ambientais, atualmente estima que uma grande parte da energia
produzida no planeta é usada em sistemas de refrigeração de ar conforme citado.
No entanto os sistemas de refrigeração e climatização solar são capazes de
contribuírem significativamente para redução da energia elétrica produzida, pois com
o aumento da temperatura gerada pela escassez de chuva, aumenta a incidência
solar, contudo o uso de energia solar térmica para acionar sistemas de refrigeração
impacta positivamente, pois essa tecnologia é capaz de reduzir os efeitos negativos
provocados pelos sistemas convencionais.
O tema proposto para esta pesquisa é a utilização da energia solar para
fornecer refrigeração de edifícios comerciais, escritórios e residências, utilizando
processos que integram o aproveitamento de uma energia renovável através da
aplicação de uma tecnologia que permite gerar a refrigeração de um ambiente
utilizando a energia solar, sem prejudicar o ambiente, objetivando a redução da
demanda da energia elétrica por utilização do ar condicionado convencional.
O objetivo principal desta pesquisa é analisar as soluções existentes
estudando as tecnologias aplicadas, de forma a perceber as potencialidades de
14

utilização e consequentemente melhorias do sistema. Como base para as pesquisas


usaremos como princípio básico, o dimensionamento do sistema de refrigeração
solar que serão descritos e estudado, e que será apresentado e discutido,
comparando-se um sistema de ar condicionado assistido por energia solar com um
sistema de ar condicionado convencional. No estudo deste caso, será desenvolvida
uma dinâmica de comparação entre os sistemas, onde iremos analisar os fluxos de
massa e as áreas de transferência de calor e onde as mesmas se relacionam. A
análise prossegue relacionando os parâmetros físicos, químicos e de operação e
suas restrições, utilizando como metodologia os princípios fundamentais de
transferência de calor e finalmente a termodinâmica.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Analisar as tecnologias existentes a fim de comparar o sistema de


refrigeração convencional com o sistema de refrigeração solar.

1.1.2 Objetivos específicos

- Demonstrativo básico de conversão de energia solar para energia térmica


como modo introdutório.
- Analisar os princípios fundamentais de transferência de calor associada à
geração de energia solar.
- Correlacionar os princípios da termodinâmica para análise do sistema de
refrigeração.
- Analisar os princípios básicos para dimensionamento de um sistema de
refrigeração solar.
- Mapear e analisar comparando um sistema de ar condicionado assistido por
energia solar com um sistema de ar condicionado convencional.
15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ENERGIA: CONCEITOS E FUNDAMENTOS

Energia é um termo que deriva do grego "ergos" cujo significado original é


trabalho. Energia na física está associado à capacidade de qualquer corpo produzir
trabalho, ação ou movimento.
A energia está em tudo que nos cerca e também em nós mesmos. Como
outros seres vivos somos movidos à energia. Nós a retiramos do sol e dos alimentos
para andar, rir, falar, correr, pensar, nadar, jogar bola, enfim, para viver. Mas, não é
apenas o ser humano que necessita dela. Exemplo: a água ferve, o sorvete congela,
as brisas refrescam, as lâmpadas acendem, as ondas se alternam, entre outras. E
nos existimos graças à energia, que está até o mais absoluto vazio cósmico.
É complexo definir o que é energia, porque ela se manifesta de diversas
maneiras. Segundo Richard Feyman (1918-1988), diz que: “A única coisa que a
natureza nos permite observar é uma realidade, ou se prefere uma lei chamada
Conservação de energia”.

2.1.1 Definições

A energia pode apresentar sobre diversas formas: elétrica, química,


mecânica, luminosa, nuclear e outras.
Com o contexto apresentado anteriormente, à energia solar constitui-se como
mais uma opção energética para utilização nos sistemas de condicionamento de ar.
16

Figura 1 - Processos de conversão de energia

Fonte: UNIFEI - Eficiência Energética. (2012)

2.1.2 Conservação de energia

Segundo Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794), um químico francês que em


1785 descobriu a Lei de Conservação das Massas. Esse cientista foi considerado o
pai da química moderna, e sua lei se baseiam na seguinte frase: "Na Natureza nada
se cria e nada se perde, tudo se transforma". Essa descrição também é conhecida
como 1° lei da termodinâmica.
Lavoisier fez inúmeras experiências nas quais pesava as substâncias
participantes, antes e depois da reação. Ele verificou que a massa total do sistema
permanecia inalterada quando a reação ocorria num sistema fechado, sendo assim,
concluiu que a soma total das massas das espécies envolvidas na reação
(reagentes), é igual à soma total das massas das substâncias produzidas pela
reação (produtos), ou seja, num sistema fechado a massa total permanece
constante.
Depois de Lavoisier enunciar esta lei, outros cientistas fizeram novas
experiências que visavam testar a hipótese proposta por ele e, mesmo ao utilizarem
balanças mais modernas, de grande sensibilidade, os testes confirmaram o
enunciado proposto.
Partindo desse objetivo de conservar ou transformar energia, existem duas
17

possibilidades de se obter condicionamento de ar ou refrigeração a partir da


radiação solar. “Uma delas ocorre a partir da transformação da radiação solar em
eletricidade e outra a partir da transformação da radiação solar em calor”
(HENNING, 2007).
Aproveitar a energia solar gerada pelo sol, inesgotável na escala terrestre,
tanto como fonte de calor ou de luz é uma das alternativas energéticas mais
promissoras para o que enfrentamos nos dias de hoje.
A fonte de energia em última instancia são derivadas da energia do sol, pois,
devemos lembrar que o sol é responsável praticamente por todas as outras fontes
de energia. É a partir da energia do sol que se dá a evaporação, originam do ciclo
das águas, que possibilita o represamento e a consequente geração de eletricidade
(hidroeletricidade).
A radiação solar também induz a circulação atmosférica em larga escala,
produzindo os ventos, que se manifestam devido à diferença do aquecimento, e que
é produzido pela diferença de incidência da radiação solar, sobre a superfície
terrestre.
Petróleo, carvão e gás natural foram gerados a partir de resíduos de plantas e
animais que, originalmente, obtiveram a energia necessária ao seu
desenvolvimento, da radiação solar.

2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Segundo Frank Incropera (capitulo 1, 2008), diz que: “sempre que existir uma
diferença de temperatura em um meio ou entre meios, haverá, necessariamente,
transferência de calor”. A transferência de calor é o trânsito de energia provocado
por uma diferença de temperatura, no sentido da temperatura mais alta para a mais
baixa.
Todos os processos de transferência de calor envolvem a transferência e a
conversão de energia. Dessa forma, eles devem obedecer a primeira e a segunda lei
da termodinâmica. A literatura reconhece três modos distintos de transferência de
calor: condução, convecção e radiação.

2.2.1 Condução

“A condução é um processo pelo qual o calor flui de uma região de


18

temperatura mais alta para outra de temperatura mais baixa, dentro de um meio
(sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato físico direto”
(KREITH, F. E BOHN, 1977, p.3).
Essa explicação abrange tanto a apresentação da Segunda Lei da
Termodinâmica, quando se diz que a transmissão de calor parte de uma região de
temperatura mais alta para outra de temperatura mais baixa, quanto à definição
específica do processo de transmissão de calor por condução em contato físico
direto. Portanto, a transmissão de calor por condução, ocorre quando corpos em
diferentes temperaturas estão literalmente encostados um no outro. A energia (calor)
do corpo de temperatura mais alta agita as moléculas do corpo de temperatura mais
baixa, fazendo com que a energia cinética média das moléculas deste último se
eleve, aumentando assim, sua energia interna. Consequentemente, a temperatura
do corpo que está recebendo a energia em forma de calor se eleva até o estado de
equilíbrio. Para ilustrar este fenômeno, imagina-se um bule com água fervendo ao
fogão. O fogo aquece o bule, o qual, por condução, aquece a parcela de líquido que
está em contato direto com o mesmo. Esta transmissão de calor por condução é a
única maneira de que o calor pode ser transmitido entre corpos sólidos opacos. Já
em meios líquidos, a condução também apresenta grande importância, embora
esteja, quase sempre, relacionada com outros meios de transmissão de calor.

2.2.2 Convecção

Transferência de calor que ocorre entre uma superfície e um fluido em


movimento, quando estiverem em temperaturas diferentes.

Segundo Maia (2011), “a convecção abrange dois mecanismos distintos.


Além da transferência de energia devido ao movimento molecular aleatório
(condução), a energia também é transferida através do movimento global ou
macroscópico do fluido (advecção). Este movimento, na presença de um
gradiente de temperatura, contribui para a transferência de calor”.

A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com a


natureza do escoamento do fluido. Ela é dita convecção forçada quando o
escoamento é causado por meios externos (como um ventilador ou uma bomba) ou
quando o escoamento é de ventos atmosféricos. Na convecção natural ou livre, o
escoamento dos fluidos é induzido por forças de empuxo, originadas a partir de
19

variações de densidade causadas por diferenças de temperatura no fluido. Na


prática, podem ocorrer situações nas quais ambas as formas de convecção ocorrem
simultaneamente. Diz-se, neste caso, que há convecção mista.

2.2.3 Radiação Térmica

Energia emitida na forma de ondas eletromagnéticas por uma superfície a


uma temperatura não nula.
A radiação térmica é a energia eletromagnética propagada na velocidade da
luz, emitida pelos corpos em virtude de sua temperatura. Os átomos, moléculas ou
elétrons são excitados e retornam espontaneamente para os estados de menor
energia. Neste processo, emitem energia na forma de radiação eletromagnética.
Uma vez que a emissão resulta de variações nos estados eletrônico, rotacional e
vibracional dos átomos e moléculas, a radiação emitida é usualmente distribuída
sobre uma faixa de comprimentos de onda.
O processo de transferência de calor por radiação ocorre de um corpo a alta
temperatura para um corpo a baixa temperatura, quando estes corpos estão
separados no espaço, ainda que exista vácuo entre eles.

2.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA TERMODINÂMICA

“[...] o ramo da ciência que trata da relação entre calor e outras formas de
energia são a termodinâmica, que estabelece os conceitos que explicam os
fenómenos físicos de transferência de energia térmica, identifica os
elementos físicos, as propriedades e as respectivas leis que descrevem os
fenómenos térmicos” (MORAN; SHAPIRO, 2013).

Seus princípios são baseados em observações e foram generalizados em leis


julgadas verdadeiras para todos os processos que ocorrem na natureza:
1a Lei da Termodinâmica: A energia não pode ser criada ou destruída, mas
apenas transformada de uma forma para outra.
2a Lei da Termodinâmica: É impossível existir um processo cujo único
resultado seja a transferência de calor de uma região de baixa temperatura para
outra de temperatura mais alta.
20

2.4 ENERGIA SOLAR

Energia solar é aquela proveniente do Sol, podendo ser energia térmica e


luminosa. Esta energia pode ser captada por painéis solares, aproveitando a energia
luminosa através dos painéis de células fotovoltaicas, produzindo energia elétrica ou
aproveitando a energia térmica aquecendo água ou fluidos que serão utilizadas para
geração de energia elétrica ou condicionamento de um ambiente, aquecendo ou
resfriando, encontrando a melhor temperatura para o conforto térmico. A energia
solar é considerada uma boa opção na busca por alternativas menos agressivas ao
meio ambiente, já que consiste em uma fonte de energia renovável e limpa, que não
emite qualquer tipo de poluente.
O sol é, no seu centro, um imenso reator nuclear de fusão, (núcleos de
átomos de hidrogénio fundem-se para originar núcleos de hélio), radiando para o
espaço uma grande quantidade de energia.

2.4.1 Radiação Solar

Segundo CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica


Sérgio Brito, o sol fornece anualmente, para a atmosfera terrestre, 1,5 x 10 18
kWh de energia. Trata-se de um valor considerável, correspondendo a
10.000 vezes o consumo mundial de energia neste período. Este fato vem
indicar que, além de ser responsável pela manutenção da vida na Terra, a
radiação solar constitui-se numa inesgotável fonte energética, havendo um
enorme potencial de utilização por meio de sistemas de captação e
conversão em outra forma de energia (térmica, elétrica, etc.).

Uma das formas de captação desta energia é o uso de coletores solares tanto
os concentradores com os planos.
Existem vários tipos de coletores, como exemplo, os coletores planos gerando
energia térmica, é constituído de uma serpentina de cobre ou aço inox pintada de
preto, que fica instalada dentro de um painel com a parte superior de vidro
transparente e com o fundo preto e de material absorvente de calor, que com a
irradiação do calor fornecido pelo sol que atravessa o vidro, aquece a chapa e a
tubulação da serpentina, formando uma estufa dentro do painel aquecendo a água,
chegando a alguns momentos do dia com a incidência direta do sol a mais de 80º C.
21

Temos também os coletores planos gerando energia elétrica onde são


constituídos de células fotovoltaicas, que são células de placas de semicondutores
com junção p-n capazes de coletar a luz solar e converter em energia elétrica, as
placas são constituídas de várias células ligadas em série e/ou paralelo até
conseguir a tensão e corrente necessária para geração.
Coletores concentradores são de formato côncavos ou parabólicos, com o
objetivo de concentrar a maior irradiação de calor e luz sobre os tubos absorvedores
ou células fotovoltaicas e conseguir o maior aproveitamento da energia térmica
quanto luminosidade.
22

3 METODOLOGIA

Para realização desta pesquisa será descrito em formato de pesquisa


utilizando a partir de bibliografias, levando em consideração a tecnologia existente.

3.1 UNIDADE IMPÍRICA

Esta pesquisa será realizada com base em livros e artigos.

3.1.1 Abordagem da pesquisa

Esse trabalho possui característica de uma pesquisa de trabalho acadêmico


que será apresentado como um trabalho de conclusão de curso, para a realização
da pesquisa será utilizado uma análise de uma revisão bibliográfica específica, onde
apresentaremos às diversas tecnologias em foco a utilização da energia solar sendo
utilizada como conversão de energia solar para energia térmica e energia elétrica,
sua aplicabilidade técnica e econômica e suas diversas características. Os princípios
básicos para dimensionamento de um sistema de refrigeração solar e os princípios
da termodinâmica relacionando os parâmetros físicos e de operação, e as restrições
físicas do sistema, através dos princípios fundamentais de transferência de calor. Os
compósitos químicos e seus constituintes. O ciclo de refrigeração. Por fim a análise
prossegue comparando um sistema de ar condicionado assistido por energia solar
com um sistema de ar condicionado convencional.
O tema proposto para esse trabalho vem de encontro ao conteúdo ministrado
em sala de aula, devido estar ligadas as matérias de transferência de calor,
termodinâmica, química, física e mecânica geral respectivamente, onde será
aplicado para desenvolvimento das pesquisas.
O desafio e objetivo é aplicar a teoria do conhecimento acadêmico na pratica
utilizando uma metodologia de uma tecnologia que tem a possibilidade de utilizar a
radiação solar para fins de refrigeração.
O método apresentado corresponde ao estudo dos sistemas de
condicionamento de ar com a utilização de energia solar para um determinado
espaço. Para isso foi apresentado na fundamentação teórica à tecnologia com suas
especificações e dados pertinentes ao processo de refrigeração solar como parte
metodológica.
23

3.1.2 Tipo de pesquisa

O Trabalho a ser desenvolvido será formulado e apresentado com base em


uma tecnologia existente, contudo o tipo de pesquisa será a partir de uma
apresentação teórica descritiva.

3.1.3 Técnica de pesquisa

Para o desenvolvimento deste trabalho será definido como técnica de


pesquisa de “estudo de caso”, uma vez que a fonte de pesquisa será de fontes
bibliográficas.

3.1.4 Instrumentos de coleta de dados

Como instrumentos de coletas de dados além da utilização de dados


bibliográficos, será desenvolvido a análise dos dois sistemas apresentados
comparando-os.
24

4 SISTEMA DE AR CONDICIONADO CONVENCIONAL

4.1 DIMENSIONAMENTO E PRINCÍPIOS BÁSICOS

O princípio de um sistema de ar condicionado é denominado pela troca da


saída de temperatura para um ambiente externo.
A refrigeração acontece devido às alterações de estado do refrigerante, hora
em estado líquido, quando em alta pressão, hora gasoso, quando em baixa pressão.
Ao realizar essa alteração de estado líquido para gasoso, o processo é chamado de
evaporação, absorve o calor do ar dentro do ambiente, superaquecendo o gás
refrigerante. De tal maneira que ao passar do estado gasoso para o líquido, o
refrigerante perde calor na parte externa, processo chamado de condensação, onde
o gás refrigerante esfria, ou seja, perde o calor absorvido no evaporador. Quando
alcançado a temperatura desejada e/ou de conforto térmico o sistema aciona o
compressor desligando-o e a temperatura é mantida, caso haja alguma alteração de
temperatura o compressor é acionado novamente.
O sistema de condicionamento de ar é composto por um compressor, um
evaporador, um condensador e um motor ventilador entre outros componentes. Suas
funções se definem em: arrefecimento, quando calor, desumidificação, no verão, de
aquecimento, quando frio, de umidificação, no inferno, de ventilação, filtragem e
circulação, as mesmas acontece de forma automática, sem ruídos e/ou vibrações.
Sua função é controlar as propriedades do ar, como exemplo a umidade do ar.
25

5 SISTEMA DE AR CONDICIONADO SOLAR

5.1 DIMENSIONAMENTO E PRINCÍPIOS BÁSICOS

Conforme as pesquisas realizadas para este trabalho, pode-se afirmar que é


possivel o condicionamento de ar a partir da energia solar, seja por sistemas
elétricos funcionados a partir de painéis fotovoltaicos, seja pelo sistema térmico ou
solar funcinando a partir de coletores solares.
O sistema de ar condicionado solar se dá pela absorção do sol a partir da
transformação da radiação solar transformando-a em calor, já o sistema de ar
condicionado solar elétrico se dá pela transformação a partir dos painéis
fotovoltaicos transformando-a em eletricidade como mencionado.
Os principios básicos de funcionamento por absorção é similar ao ciclo de
compressão a vapor.
O sistema é composto por um condensador, válvula de expansão,
evaporador, pois a ideia é transformar o vapor em alta pressão e entregar ao
condensador, logo o sistema de compressão do vapor usa um compressor para esta
atividade. O sistema de absorção como o proprio nome diz, absorve o vapor de
baixa pressão em um líquido absorvente, sendo convertido o vapor para o estado
liquido, sendo que o calor gerado é rejeitado durante o processo. Dando sequência a
pressão do líquido é elevada através de uma bomba e logo é liberado o vapor
líquido absorvente por adição de calor.
O ciclo de compressão de vapor é um ciclo onde o trabalho realizado é feita a
partir de um compressor que requer trabalho para elevação da pressão do
refrigerante, já o ciclo de absorção é um ciclo operado pelo calor devido sua
operação ser associada com o fornecimento de calor que libera o vapor liquido de
alta pressão como dito anteriormente, porém há uma necessidade de trabalho para
acionar a bomba em quantidade de trabalho bem menor do que a de compressão a
vapor por isso se dá sua similaridade.
Sua função é a mesma do sistema de refrigeração convencional e é destinado
a controlar as propriedades do ar.
26

5.2 PROPRIEDADES QUÍMICAS E SEUS COMPÓSITOS

5.2.1 Sistemas de refrigeração por absorção

Para esse sistema temos uma mistura de uma composição química que
funcionam simultaneamente como absorventes e refrigerantes, exemplo à água e a
amônia, ou água e brometo de lítio conforme ilustrado na tabela 1. No sistema de
refrigeração por absorção a solução quando absorve energia térmica há uma
elevação da pressão onde começa a circulação do vapor em alta pressão, este
vapor em alta pressão passa pelo condensador liberando calor para ambiente e
passando para a forma líquida, esta solução líquida passa pela válvula de expansão
e chegando ao evaporador onde recebe calor do ambiente saindo como vapor em
baixa pressão, retornando para o absorvedor onde será novamente aquecida e dará
início a um novo ciclo. Isso é possível devido à química de alguns fluidos
refrigerantes que ao misturarem aos absorventes formam uma solução na fase
líquida.
Existem diversas combinações de refrigerante e absorvente, alguns dos quais
relacionados na tabela 1 abaixo, sendo, os mais usados à amônia e água, água e
brometo de lítio. Neste estudo, o fluido refrigerante será o brometo de lítio e o
absorvente a água.

Tabela 1 - Combinações químicas de refrigerantes e absorventes


Absorvente Refrigerante
Amônia, Metil amina ou outras aminas
Água
alifáticas
Solução de água e brometo de lítio Água
Solução de cloreto de lítio e metanol Metanol
Ácido Sulfurico Água
Hidróxido de sódio ou potássio ou
Água
misturas
Nitrato de lítio Amônia
Sulfocianeto de amônia Amônia
Tetracloroetano Cloreto de etila
Dimetil eter tetraetileno glicol Cloreto de metileno
27

Óleo de parafina Tolueno ou pentano


Glicol elílico Metil amina
Éter dimetilico ou glicol tetraetílico Monofluor dicloro metano ou diclorometano
Fonte: Pohlman (1979); Sresnewsky (1983)

Logo a realização da absorção do fluido a solução com a junção do


refrigerante com a absorvente pode ter sua pressão elevada, com baixo consumo de
energia por causa do alto volume específico dos líquidos.

5.3 VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO

A tecnologia de refrigeração com utilização da energia solar demonstrada, sob


o aspecto e característica técnica é possível sua implantação onde para isso foi
apresentado as seguintes alternativas: a conversão solar térmica e a conversão
solar elétrica.
Em termo de mercado como vantagens apresentamos como um sistema que
não consomem combustíveis, não produz poluição ao meio ambiente, é silencioso,
contêm uma vida útil relativamente alta, possui resistência mecânica, gera energia
mesmo em dias nublados e por não possuir peças móveis exige pouca manutenção,
podendo ser somente a limpeza dos painéis, porém como desvantagens para o
sistema das células e/ou painéis necessitam de uma tecnologia avançada e que
oneram os custos de instalações e seu rendimento está atrelado às condições
ambientais onde é reduzido conforme a radiação, temperatura, quantidade de
nuvens em determinados dias.
Embora esta tecnologia ainda seja considerada como um método caro de
transformação em energia elétrica, em algumas situações constitui como um método
mais indicado. Em contrapartida percebe-se que a sociedade e as empresas adotam
posturas mais sustentáveis.
A energia solar fotovoltaica pode ser aplicada como principais formas em
dimensionamento de bombas solares, eletrificações em áreas rurais e em cidades,
refrigeração de ambientes e refrigeração de materiais de consumo hospitalar, entre
outros exemplos.
28

6 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA

Podemos utilizar a energia solar térmica para aquecimento de água ou para


geração de energia elétrica. Com a geração de energia elétrica teremos um
equipamento de refrigeração convencional com alimentação elétrica através de
placas fotovoltaicas gerando energia para este equipamento. E o aquecimento de
água fornecerá energia térmica para um chiller de absorção onde irá realizar a
refrigeração.
O funcionamento de um sistema de refrigeração movido através do espectro
da luz solar consiste em um conjunto de células fotovoltaicas montado em placa de
comprimento aproximado de 1600 mm, largura aproximada de 950 mm e altura de
40 mm com peso aproximado de 18 kg que serão montadas em um local onde terá
maior incidência de sol diária gerando energia elétrica para funcionamento de um ar
condicionado convencional.
O funcionamento de um sistema de refrigeração movido à energia solar
térmico consiste de um sistema de placas coletoras que absorve energia do sol e
transforma em calor, onde com esse calor fará a água ser aquecida, que irá
alimentar um reservatório, que acumulará esta energia térmica para ser utilizada
quando necessitar refrigerar ou aquecer um ambiente, o gerador do chiller poderá
utilizar essa água quente para transformar em frio através do ciclo de absorção.
O chiller de absorção tem seu funcionamento semelhante ao funcionamento
de um chiller convencional, que trabalha com compressão de vapor, sendo que o
convencional tem seu funcionamento por energia elétrica e o por absorção pela
energia do calor absorvido.
Abaixo na figura 2 tem um esquema representativo do sistema mais adotado
para arrefecimento solar.
29

Figura 2 - Esquema representativo do sistema arrefecimento solar

Fonte: Matheus (2007).

Os chiller de absorção têm como desvantagem que devem trabalhar com


temperaturas cerca de 90ºC para conseguir realizar o arrefecimento, por isso, caso
de a temperatura ambiente esteja baixa e as placas não consigam elevar a
temperatura da água, existe uma caldeira a gás para esquentar a água do
reservatório para que possa haver o condicionamento do ambiente.
30

Figura 3 - Sistema de absorção água-amônia

Fonte: www.fem.unicamp.br/~em672/Absorcao_Alan_Andre.html – Acessado em 1510/2015.

6.1 CONDICIONAMENTO DE AR PARA UM AMBIENTE

Atualmente a climatização de ambientes é essencial para melhorar a


produtividade do ser humano nas tarefas cotidianas dando mais sensação de
conforto térmico. Conhecendo o clima e aliado ao conhecimento dos fundamentos
básicos de transferência de calor e massa, permite ao ser humano realizar uma
melhoria na qualidade do ar interno.
O importante para o correto dimensionamento de sistemas de ar condicionado
é conhecer as condições ideais de conforto humano, saber o cálculo correto da
carga térmica ou vazão do ar de uma edificação para determinada região e os
fatores que afetam tal carga.
“Conforto Térmico é o estado mental que expressa satisfação do homem com
o ambiente que o circunda”. ASHRAE (American Society of Heating, Refrigeration
and Air Conditioning Engineers).
Para a vida moderna a climatização de ambientes possui três principais
aplicações importantíssimas:
 A satisfação do homem na sensação de conforto térmico;
31

 O desempenho humano: as atividades intelectuais, manuais e perceptivas


geralmente apresentam um melhor rendimento quando realizadas em conforto
térmico;
 A conservação de energia: ao conhecer as condições e os fundamentos
relativos ao conforto térmico do ambiente, os ocupantes evitam-se desperdícios
com calefação e refrigeração, que muitas das vezes, são desnecessários.
O padrão de conforto pode variar para cada tipo de atividade. De acordo com a
norma ABNT NBR 16401, a tabela 2, mostra alguns dados de temperatura e
umidade relativas ideais para o conforto:
32

Tabela 2 - Condições recomendadas para o verão


Recomendável Máxima
Finalidade Local TBS TBS
UR (%) UR (%)
(°C) (°C)
Residências
Hotéis
Conforto 23 a 25 40 a 60 26,5 65
Escritórios
Escolas
Bancos
Barbearias
Lojas de curto
Cabelereiros
tempo de 24 a 26 40 a 60 27,0 65
Lojas
ocupação
Magazines
Supermercados
Teatros
Auditórios
Ambientes Templos
com grandes Cinemas
cargas de Bares 24 a 26 40 a 65 27 65
calor latente Lanchonetes
e/ou sensível Restaurantes
Bibliotecas
Estúdios de TV
Locais de
Boates
reunião com 24 a 26 40 a 65 27 65
Salões de Baile
movimento
Ambientes de Depósitos de
arte livros,
21 a 23 40 a 50 - -
(Para o ano manuscritos e
inteiro) obras raras
Halls de
Acesso - - 28 70
elevadores
Fonte: NBR 16401

E a tabela 3 abaixo, mostra os dados requeridos para o conforto no inverno,


independente da aplicação.

Tabela 3 – Condições Climáticas recomendadas para o inverno


TBS (°C) UR (%)
20 a 22 35 a 65
Fonte: NBR 16401

As tabelas 02 e 03 definem a importância das temperaturas e condições


ideais de conforto no inverno e no verão, e também, as condições climáticas
externas, no inverno e no verão. Estas condições são fornecidas pela tabela 04 para
33

algumas cidades no Brasil.

Tabela 4 - Condições climáticas médias (verão e inverno)


Condições médias para o Condições médias para o
Cidades (UF) verão inverno
TBS (°C) TBU (°C) TBS (°C) UR (%)
Macapá (AP) 34,0 28,5 21,0 80,0
Manaus (AM) 35,0 29,0 22,0 80,0
Santarém (PA) 35,0 28,5 - -
Belém (PA) 33,0 27,0 20,0 80,0
João Pessoa (PB) 32,0 26,0 20,0 77,0
São Luiz (MA) 33,0 28,0 20,0 80,0
Parnaiba (PI) 34,0 28,0 - -
Teresina (PI) 38,0 28,0 20,0 75,0
Fortaleza (CE) 32,0 26,0 21,0 80,0
Natal (RN) 32,0 27,0 19,0 80,0
Recife (PE) 32,0 26,0 20,0 78,0
Petrolina (PE) 36,0 25,5 - -
Maceió (AL) 33,0 27,0 20,0 78,0
Salvador (BA) 32,0 26,0 20,0 80,0
Aracaju (SE) 32,0 26,0 20,0 78,0
Vitória (ES) 33,0 28,0 18,0 78,0
Belo Horizonte (MG) 32,0 24,0 10,0 75,0
Uberlândia (MG) 33,0 23,5 - -
Rio de Janeiro (RJ) 35,0 26,5 16,0 78,0
São Paulo (SP) 31,0 24,0 10,0 70,0
Santos (SP) 33,0 27,0 - -
Campinas (SP) 33,0 24,0 - -
Pirassununga (SP) 33,0 24,0 - -
Brasília (DF) 32,0 23,5 13,0 65,0
Goiânia (GO) 33,0 26,0 10,0 65,0
Cuiabá (MT) 36,0 27,0 15,0 75,0
Campo Grande (MS) 34,0 25,0 - -
Ponta Porã (MS) 32,0 26,0 - -
Curitiba (PR) 30,0 23,5 5,0 80,0
Londrina (PR) 31,0 23,5 - -
Foz do Iguaçu (PR) 34,0 27,0 - -
Florianópolis (SC) 32,0 26,0 10,0 80,0
Joinville (SC) 32,0 26,0 10,0 80,0
Blumenau (SC) 32,0 26,0 10,0 80,0
Porto Alegre (RS) 34,0 26,0 8,0 80,0
Santa Maria (RS) 35,0 25,5 8,0 80,0
Rio Grande (RS) 30,0 24,5 7,0 90,0
Pelotas (RS) 32,0 25,5 5,0 80,0
Caxias do Sul (RS) 29,0 22,0 0,0 90,0
Uruguaiana (RS) 34,0 25,5 7,0 80,0
Fonte: NBR 16401
34

6.2 DADOS DE PROJETO

No ambiente há uma impressora de 45 W, uma CPU que alimenta um monitor


com fonte de 60 w, 1 lâmpada de 100W e tem por volta de 2 pessoas tendo acesso
ao recinto em média de 8 horas/dia.
Este ambiente se está localizado em um escritório de advocacia.

6.2.1 Projeto Condicionamento de ar

6.2.1.1 Característica do ambiente

6.2.1.2 Valores encontrados no Diagrama Psicrométrico

Figura 4 - Informações do Diagrama Psicométrico

Fonte: Moran; Shapiro; Boettner; Bailey (2013, p. 589).


35

Figura 5 - Carta Psicométrica

Fonte: Google imagens.

Figura 6 - Desenho do projeto

Fonte: O autor.
36

Dados esquemáticos da planta do escritório, uma janela e uma porta de


acesso.
Dados da norma para atender ao projeto.
Dados:

Valores encontrados no Diagrama Psicrométrico:

6.2.1.3 Calculo da perda de calor pela janela de vidros triplos

Onde;

= taxa de transferência térmica (W)


= coeficiente de transferência de calor global (W/(m²·K))
= área de superfície de transferência de calor (m2)

= diferença de temperatura média logarítmica (K)

1*1*(21-14) = 11,62Kcal/h

6.2.1.4 Calculo perda paredes

Parede externa Tijolo furado uma vez (24cm)


Parede interna Tijolo furado uma vez (24cm)
Altura = 300cm;
Comprimento parede maior = 500cm
Comprimento parede menor = 300cm
37

Tabela 5 - Tabela global de transferência de calor


Elementos U em Kcal/h·m2°C
a) Janelas
Janelas de vidros comuns (simples) 5,18
Janelas de vidros duplos 3,13
Janelas de vidros triplos 1,66
b) Paredes externas
-Tijolos maciços (20 X 10 X 6 cm):
meia vez (14 cm) = 10 tijolos + 2 revestimentos 2,88
uma vez (24 cm) = 20 tijolos + 2 revestimentos 1,95
-Tijolos furados(20 X 20 X 10 ou 30 x 30 x 10cm):
meia vez (14 cm) = 10 tijolos + 2 revestimentos 2,59
uma vez (24 cm) = 20 tijolos + 2 revestimentos 1,9
c) Paredes internas
-Tijolos maciços (20 X 10 X 6 cm):
meia vez (14 cm) = 10 tijolos + 2 revestimentos 2,29
meia vez (10 cm) = 6 tijolos + 2 revestimentos 2,68
uma vez (24 cm) = 20 tijolos + 2 revestimentos 1,66
-Tijolos furados (20 X 20 X 10 ou 20 X 10 x 6 cm):
meia vez (10 cm) = 6 tijolos + 2 revestimentos 2,54
meia vez (14 cm) = 10 tijolos i-2 revestimentos 2,1
uma vez (24 cm) = 20 tijolos + 2 revestimentos 1,61
Fonte: NBR 16401

Tabela 6 - Diferencial de temperatura usado nos Projetos.


DT (°C)
1. Paredes exteriores 9,4
2. Vidros nas paredes exteriores 9,4
3. Vidros nas divisórias 5,5
4. Vitrinas de lojas com grande carga de luz 16,6
5. Divisórias 5,5
6. Divisórias junto de cozinha, lavandarias ou aquecedores 13,8
7. Pisos sobre recintos não-condicionados 5,5
8. Pisos do térreo 0
9. Pisos sobre porão 0
10. Pisos sobre porão com cozinha, lavandarias ou aquecedores 19,4
II. Pisos sobre espaços ventilados 9.4
12. Pisos sobre espaços não-ventilados 0
13. Tetos sobre espaços não-condicionados 5,5
14. Tetos sobre espaços com cozinhas, lavandarias e aquecedores 11,1
15. Teto sob telhados com ou sem sótão 9,4
Fonte: NBR 16401
38

Usando a tab.5 para achar o fator e usar nos cálculos abaixo.

6.2.1.4.1 Calculo perda parede interna

{3*[(5+3)-2,1m2]}(21-14) = 246,813Kcal/h

6.2.1.4.2 Calculo perda parede externa

{3*[(5+3)-1m2]}(21-14) = 305,9Kcal/h

6.2.1.4.3 Calculo de calor de insolação (parede externa)

{3*[(5+3)-1m2]}*(9,4) = 410,78Kcal/h

= 275,2226Kcal/h

6.2.1.5 Calor de infiltração janela sensível

*%perímetro

= 8,4Kcal/h

6.2.1.6 Calor de infiltração janela latente

*perímetro*HLV

*(0,005-0,0025) *583Kcal/kg =12,243Kcal/h


39

6.2.1.7 Calor de infiltração porta sensível

*%perímetro

= 56Kcal/h

6.2.1.8 Calor de infiltração porta latente

*perímetro*HLV

(0,005-0,0025) *583Kcal/kg = 11,66Kcal/h

6.2.1.9 Perda de calor liberado por maquinas e iluminação

= 225,5W

*0,86 = 193,93 Kcal/h

Tabela 7 - Tabela de perda de carga do projeto


Carga térmica Kcal/h %
Condução 552,713 44,36
Insolação 410,78 32,97
Iluminação 193,93 15,56
Infiltração 88,303 7,088
Q total 1245,726 100
Fonte: O autor.

Para obter esse valor em BTU multiplica-se o valor Q (taxa de transferência


40

térmica) total por 3,96 e quantidade de pessoas no local.


Q total*3,96= 2036,273*3,96*2 = 9866,4192 BTU/h
41

7 RESULTADO

Os resultados são apresentados a partir de cada item demonstrados sobre os


dados descritivos do projeto onde foi ilustrada uma simulação de um ambiente
denominado com a localização de uma sala de escritório de advocacia. A partir do
dimensionamento de Kcal/h para o ambiente, identificamos através de pesquisas a
catálogos de fabricantes a placa fotovoltaica.

7.1 DIMENSIONAMENTO PROJETO SOLAR FOTOVOLTAICO

A Irradiação solar diária média [kWh/m 2. dia] para cidade onde será instalado
o projeto é de 4,55.

Figura 7 - Irradiação solar diária média maior

Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/index.php#data. Acessado em 07/11/2015.

Em nossa pesquisa consultamos vários catálogos de fabricantes de placas


solares e resolvemos utilizar as placas da Canadian Solar, uma empresa canadense
que atua em mais de 90 países, produz um painel de 255 W com tensão de 30,2 V e
corrente de 8,43 A. O nosso estudo para refrigerar um escritório de 15 m² será
necessário de acordo com os cálculos 1245,726 kcal/h.

Então temos:
1 kcal = 0,001163 kW logo;
1245,726 kcal = 1245,726 * 0,001163 kW
1245,726 kcal = 1,449 kW

Como iremos usar um painel que produz 255 W de potência, para nosso
ambiente onde queremos condicionar o ar, teremos que utilizar 6 painéis de 1,61m 2,
gerando uma energia de 1530 W.
42

Abaixo apresentamos um desenho ilustrativo de protótipo para melhor


apresentação do nosso projeto de desenvolvimento dessa pesquisa.

Figura 8 - Protótipo final – pespectiva 1

Fonte: O autor

Figura 9 - Protótipo final – pespectiva 2

Fonte: O autor
43

Figura 10 - Protótipo final – pespectiva 3

Fonte: O autor

O funcionamento seria no reservatório da solução, teríamos uma solução de


agua e amônia ou brometo de lítio e água até o nível da solução, onde com o
aquecimento solar na parte da serpentina faria com que a amônia evaporasse
primeiro por ser mais volátil e esse vapor seria encaminhado para a parte superior
do condensador. Esse vapor quente iria ceder calor para o ambiente e condensar
voltando para a fase liquida descendo para o evaporador onde irá retirar calor do
ambiente escorrendo para o reservatório da solução fechando o ciclo.
Ele deverá ser montado com a estrutura em chapa de aço de cerca de 2 mm
as serpentinas de cobre, alumínio ou aço inox, na frente se uma placa de vidro com
espessura aproximada de 6 mm e após, muita leitura e pesquisa, descartamos o uso
da solução água / amônia, pois a amônia é toxica e explosiva e como nosso projeto
será para uso doméstico resolvemos utilizar a solução de agua e brometo de lítio.
Esse nosso desenho do protótipo é somente ilustrativo e para melhor
apresentação do nosso trabalho, pois na hora da aplicação deverá ser levantado o
44

local de aplicação e realizar um projeto individualizado.


A medida ficou com cerca de 1200 mm de largura por 1600 mm de altura com
100 mm de espessura. A parte interna deverá ser com um material de boa absorção
de energia térmica para conseguirmos a maior temperatura possível. A serpentina do
condensador deverá ter uma boa troca de calor para o ambiente, instalado
preferencialmente em um local onde tenha uma boa corrente de ar. A serpentina do
evaporador deverá ser instalada dentro do ambiente a ser refrigerado no teto onde
fará a retirada do calor do ambiente e refrigerar o ambiente a uma temperatura mais
confortável para o trabalho ou descanso.

Figura 11 - Protótipo final – pespectiva 4

Fonte: O autor
45

8 CONCLUSÃO

Contudo os sistemas de refrigeração de ar a partir do uso da energia solar


têm suas limitações por ser uma tecnologia com pouco incentivo governamental, há
elevados custos iniciais para implantação, embora seja viável tecnicamente. Para
esse sistema estudado a instalação solar, como exemplo, os painéis fotovoltaicos ou
os coletores solares correspondem com uma parcela principal nos gastos de
implantação. O que significa que para redução dos custos o objetivo é gastar menos
com essa parte da estrutura do sistema solar.
A viabilidade técnica deste projeto foi comprovada através dos cálculos
realizados com base nesta pesquisa apresentada, embora como foi apresentado,
suas limitações em relação aos custos de implantação comparados a outras
tecnologias de geração e transformação de energia apresenta um alto custo para
implantação.
Logo a utilização da energia solar para refrigeração pode contribuir na
diminuição no consumo de energia elétrica, e com isso reduzirá os gastos como
outros tipos de geração de energia, exemplo as hidroelétricas e com sua
problemática transmissão.
Sendo que a utilização desta energia para lugares afastados poderá produzir
reduzindo os custos de produção, com menores perdas. Neste contexto os
governantes devem atentar quanto à geração de energia utilizando sistemas
renováveis, em especial a energia solar, por ser uma tecnologia de fonte inesgotável
e que apresenta um grande potencial para o futuro.
Sabendo-se das características da radiação solar, as possibilidades técnicas
de utilização dessa fonte para condicionamento de ar, pode-se dizer que é uma
tecnologia que deve ser considerada, devido os níveis de radiação solar, como
exemplo o Brasil estar cada vez mais incidente.
Conclui-se que, para a utilização da refrigeração em certo ambiente conforme
foi apresentado como dados do projeto e para as hipóteses adotadas nesta
pesquisa, a utilização de um sistema de ar condicionado solar, conforme definido
neste trabalho, é uma solução vantajosa energeticamente comparada com um
sistema convencional.
46

Por fim, conclui-se que a tecnologia, embora seja viável tecnicamente, deve
ser aprimorada a fim de que possa representar como mais uma alternativa na
solução de geração de energia para os diversos fins e em especial para que atinja o
estágio de mercado, principalmente no que diz respeito ao desempenho de
instalações de grande porte e ao custo inicial dos sistemas.
47

9 REFERENCIAS

ABNT 6401:1980 – Instalações de ar condicionado central – Parâmetros


de projeto – Rio de Janeiro, 1980.

BORGNAKKE, Claus; SONNTAG Richard E. Fundamentos da


termodinâmica. São Paulo: Blucher, 2013. 728 p.

CALLISTER jr, William D. PLT Fundamentos da ciência e engenharia de


materiais : uma abordagem integrada. Tradução: Sérgio Murilo Stamile Soares 2.
ed. Rio de Janeiro : Livros Técnicos e Científicos : GEN : Valinhos : Anhanguera
Educacional, 2006-2008. 702p.

CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio


Brito / CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - disponível em:
http://cresesb.cepel.br/index.php?section=com_content&cid=301 - acessado em
15/10/2015.

HENNING, H.M. Solar assisted air conditioning of buildings – an


overview. Applied Thermal Engineering 27, 2007, p. 1734 – 1749. Disponível em
www.teses.usp.br/teses/.../3/.../Dissertacao_Paulo_Jose_Schiavon_Ara.pdf,
acessado em 17/11/2015.

IENO, Gilberto; NEGRO, Luiz. Termodinâmica. São Paulo: Prentice Hall do


Brasil, 2009. 227p.

INCROPERA, Frank P., et al. PLT Fundamentos de transferência de calor e


de massa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC : GEN : Valinhos : Anhanguera
Educacional, 2008. 643p.

KREITH, F. e BOHN, MS., Princípios de Transferência de Calor, 1977,


Editora Edgard Blücher, São Paulo p.3.

MAIA, Cristiana Brasil. Fenômenos de Transporte. 02/2011. Disponível em:


http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgKh8AA/transferencia-calor. Acessado em
29/10/2015.

MORAN, Michel J.; SHAPIRO, Howard N.; BOETTNER Daisie D.; BAILEY,
Margaret B. Princípios de Termodinâmica para Engenharia. 7 ed. 2013. Rio de
Janeiro : LTC : GEN
48

MATEUS, Tiago Cruz. Estudo de Sistemas Solares de Arrefecimento


Usando Bombas de Calor de Absorção. Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto – 11/2007. Disponível em: http://www.google.com.br/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=5&ved=0CDEQFjAEahUKEwjqufm0v_7IAh
WIQ5AKHZLrAJA&url=http%3A%2F%2Frepositorio-aberto.up.pt%2Fbitstream
%2F10216%2F11158%2F2%2FTexto
%2520integral.pdf&usg=AFQjCNGnA6zAQ0UcpdbtH5h_VCkMsiU-
Q&sig2=JTk6HbjxjaByQJRiTZSdlQ&cad=rja. Acessado em 06/11/2015.

WYLEN, Gordon John Van; SONNTAG, Richard E.; BORGNAKKE, Claus;


Fundamentos da termodinâmica clássica. Tradução: Euryale de Jesus Zerbini;
Ricardo Santilli Ekman Simões. São Paulo: Edgard Blucher, 2013. 591p.
49

You might also like