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Assim, após ser o bem jurídico a ser protegido pelo tipo penal, fica ao
intérprete, operadores do direito, analisar a infração penal criada, ajustá-la ao
raciocínio minimalista, afastando a tipicidade das condutas que atingem de
forma mínima ou insignificante os bens jurídicos protegidos. (GRECO, 2006, p.
94).
Neste contexto, para que o juízo de tipicidade tenha efetiva
insignificância, por sua aceitação social ou pelo dano irrelevante, deve-se
entender o tipo na sua concepção material, como algo dotado de conteúdo
valorativo, e não apenas sob o seu aspecto formal, de cunho eminentemente
diretivo. (LOPES, 2000, p. 117).
Nesse sentido, Ivan Silva (1994, p. 87) assevera que parte da doutrina
defende que o princípio da insignificância já vigorava desde o direito romano, já
que o pretor, via de regra, não se ocupava das causas ou delitos de bagatela,
aplicando o brocardo latino já mencionado (minima non curat praetor).
Conforme leciona Ivan Silva (op. cit, p. 87) o recente aspecto histórico
do princípio da insignificância é devido a Claus Roxin, que em 1964 o formulou
como base de validez geral para a determinação do injusto, a partir da máxima
latina minima non curat praetor.
O doutor Luiz Flávio Gomes (2008) afirma que desde 1970, em razão
da obra Política Criminal e Sistema Del Derecho Penal, de Claus Roxin,
concebe-se que todas as categorias da estrutura do delito que, entendido como
fato punível, exige conduta, tipicidade ofensiva, antijuridicidade, culpabilidade e
punibilidade, não podem mais ser interpretadas formalmente, literalmente,
devendo ser levados em conta os princípios político-criminais na aplicação do
Direito Penal. Assinala ainda Doutor Luiz Flávio Gomes que o princípio da
insignificância, que já era aplicado no direito romano, foi recuperado depois da
segunda guerra mundial por Claus Roxin, e vem sendo amplamente
reconhecido pelos juízes e tribunais.
Por sua vez, Rogério Greco (2006, p. 94) afirma que, embora haja
divergências doutrinárias quanto à origem do princípio da insignificância,
havendo quem afirme que ele já vigorava no direito romano, a “criminalidade de
bagatela” surgiu na Europa, como um problema crescente a partir da primeira
guerra mundial. Após a segunda grande guerra, houve um notável aumento
dos delitos de caráter patrimonial e econômico, quase todos marcados pela
característica de consistirem em subtrações de pequena relevância, daí a
primeira nomenclatura doutrinária de “criminalidade de bagatela”.
Conclusão
REFERÊNCIAS
Assuntos relacionados
Direito Penal mínimo
Direito Penal
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