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GARCIA, Janete Melasso. Introdução à teoria e prática do latim. 2.ed.

Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000. p.23-39.

Mesmo sendo o português uma língua analítica e o latim uma língua


sintética, a autora inicia a Unidade II nos mostrando a correspondência entre as
essas duas línguas, através de um exemplo simples que nos faz perceber que,
apesar desse diferencial, mesmo o latim não apresentando a mesma estrutura
do português, a mensagem é passada de forma igual. Explica, em seguida, o
conceito de desinência, flexão (que ocorre de acordo com as funções
sintáticas), caso e declinação (cinco ao todo no latim). De acordo com Garcia
(2000, p.24): “Em latim, a morfologia induz à sintaxe. Certas categorias
gramaticais sofrem alterações na sílaba final, as quais indicam a função
sintática do termo na frase.”
Em seguida, há uma apresentação dos casos latinos, sendo eles a
princípio oito: Nominativo, Genitivo, Dativo, Acusativo, Vocativo, Ablativo,
Locativo e Instrumental. Estes dois últimos deixaram de ser utilizados com o
tempo, sendo suas funções direcionadas ao ablativo. A autora exemplifica os
casos um a um. Ela também faz observações importantes acerca da
declinação da palavra dada como exemplo (rã), observando que “[...] cada
declinação se caracteriza pela desinência de genitivo singular. No dicionário, os
substantivos aparecem com a forma do nominativo singular seguida da
desinência de genitivo singular.” (2000, p.26) O texto segue explicando como
se dá a desinência de acordo com cada função que exerce a palavra citada
(rã), concluindo que o caso (morfologia) indica a função sintática (sintaxe). É
importante observar que os artigos e preposições que aparecem no português
surgem de forma implícita na desinência componente do vocábulo em latim,
sendo, nesta língua, o uso de preposição mais restrito aos casos ablativo e
acusativo. A autora também explica a importância e a força das partículas
subordinantes como, por exemplo, a preposição na sintaxe. Fala também sobre
a função do ablativo puro (sem preposição) e de quando ele vem regido por
preposição, tendo sua função (adjunto adverbial) não alterada, mas
especificada. Do contrário, o acusativo puro (sem preposição) tem função de
objeto direto. Mas quando regido por preposição, esta neutraliza sua função de
caso, impondo a função de adjunto adverbial. A autora então coloca as
alternativas para a função de adjunto adverbial, sendo elas: ablativo puro,
ablativo regido por preposição e acusativo regido por preposição. A mesma
reforça que: “Na maioria das vezes o ablativo é usado em situações estáticas e
o acusativo preposicionado em situações dinâmicas, geralmente
acompanhando verbos que de alguma forma indiquem movimento.” (2000,
p.28)
Na Unidade III, a autora segue explicando sobre a questão de gênero e
número, categorias gramaticais (verbo, substantivo, adjetivo, pronome,
numeral, advérbio, conjunção, preposição e interjeição) e a ordem das
palavras. Neste último caso, ela fala sobre a diferença que se dá entre a ordem
utilizada no português e aquela utilizada no latim, afirma que “[...] esta
tendência a considerar a ordenação das palavras em latim como livre é
errônea. A ordem das palavras em latim é uma ordem natural própria da índole
da língua.” (2000, p.30) Garcia segue mostrando exemplos da ordem nas duas
línguas, na regular, em sequências fixas e em questões estilísticas. A autora
encerra a Unidade falando sobre as cinco declinações existentes no latim, cada
uma caracterizando-se pela desinência do genitivo singular.
Garcia inicia a Unidade IV falando sobre a 1ª declinação e suas
características, sendo elas a desinência de genitivo singular –ae, e a
predominância de palavras do gênero feminino, com alguma existência de
palavras também do gênero masculino. Ela observa que tal informação pode
ser consultada através de um dicionário.
A seguir, a autora identifica as desinências da 1ª declinação no singular
e no plural, e exemplifica. Seguem também por notas importantes sobre o
Locativo e sobre palavras com significados diferentes no singular e no plural,
além de palavras usadas apenas no plural.
O texto segue abordando os verbos, como se apresentam nos
dicionários e como se conjuga o verbo irregular “sum”. Exemplifica com o
Presente do Indicativo do verbo de 1ª conjugação “amar”, mostrando como é
encontrado o tema (retirando-se o –s da 2ª pessoa do singular). São mostradas
algumas preposições que acompanham somente os casos ablativo e acusativo:
ex, in, ab, ad, cum (neste caso, explicando a diferença entre cum como
complemento de companhia e cum indicando conflito, dependendo do contexto
para que não se apresente ambiguidade). A autora também dá algumas
orientações para o trabalho com textos, com análise sintática das orações que
compõem esses textos, orientando sobre a apresentação dos verbos, inclusive
do verbo sum (como de ligação ou intransitivo), e os elementos acessórios da
oração. Finaliza recordando as funções dos casos: como adjunto adnominal,
adjunto adverbial e elemento acessório (advérbio).

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