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Fabrizio Scavassa
Albert Einstein
INTRODUÇÃO
A cada ano que passa o brasileiro vem demonstrando cada vez mais sua capacidade
inovadora e empreendedora e isto é comprovado com a dinâmica dos negócios e a abertura de
novas empresas (micro e pequenas empresas).
A evolução de uma empresa depende não apenas de uma boa ideia, mas sim de uma
boa administração ao longo dos anos de operação. Um ponto crítico neste momento, para a
abertura de um negócio, são os seus primeiros vinte e quatro meses, meses que podem ser
fundamentais para o sucesso ou o fracasso de um negócio.
Um plano de negócio, por mais simples que se apresente, pode se tornar uma grande
empresa, afinal a rede de lanchonetes McDonald’s, o Banco Bradesco, o Google, a Coca-Cola
não nasceram grandes. No início, todas, eram apenas ideias e estas boas ideias, aliada a uma
boa administração, construíram grandes empresas que hoje são mundialmente conhecidas.
Um plano de negócio inicia-se com uma ideia, por mais simples que se apresente,
ideia que deve ser bem dimensionada e planejada. Toda empresa tem um foco bem simples, o
lucro e este lucro é base para a remuneração de seus acionistas, investidores ou proprietários.
Portanto, uma empresa deve ser capaz de gerar riqueza suficiente para pagar sua operação
(custos e despesas), além de remunerar seus administradores.
Um empresário, no momento em que opta por abrir um novo negócio, imagina que
deve retirar remuneração desta empresa ou negócio, ou seja, em nenhum momento este
empreendedor imagina-se sustentando o negócio com a aplicação de seus recursos próprios.
Como citado anteriormente não existe ideia ruim, mas sim mal planejada ou mal
gerida. De toda ideia bem planejada é possível obter os resultados esperados, portanto, o
primeiro passo para iniciar o plano de negócio está na ideia de um empreendedor.
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2 O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
3 PLANO MERCADOLÓGICO
Uma boa forma de conhecer esse mercado ou o seu potencial é acessar alguns sites
específicos como sindicatos e associações do segmento, pois nele o empreendedor
compreenderá o comportamento do segmento e encontrará algumas expectativas de
crescimento para os demais anos.
Utilizando o outro extremo temos o consumidor classe C, que se preocupa muito mais
com o preço do que com a qualidade e atendimento do produto ou serviço. Este não deixa de
lado a qualidade, mas ela não é seu principal foco.
Segundo Kotler e Keller (2008), a melhor forma de atingir o objetivo das vendas é o
estudo do produto, preço, praça e promoção. Estes itens abordam as estratégias básicas para
garantir que o produto seja divulgado e ofertado, no melhor local para atingir o seu público-
alvo.
4 PLANO OPERACIONAL
A localização do negócio.
O layout/ arranjo físico.
A capacidade de produção e/ou comercial.
O processo de produção e/ou comercialização.
Em cada item supracitado o processo fabril deve ser descrito detalhadamente, pois
quanto mais informações do processo fabril o empreendedor possuir, melhor será a
compreensão da capacidade instalada do plano de negócio.
O layout físico é muito importante, pois através dele o empreendedor poderá refinar a
capacidade instalada do plano de negócio. A capacidade instalada é determinada pela
produção ou estocagem máxima de um determinado produto e a capacidade máxima na
prestação de serviço em um determinado horário.
Para deixar mais evidente esta etapa, podemos citar, como exemplo, um salão de
cabeleireiro. Mesmo estando disponíveis ao longo do dia os assentos para corte, quem
determina a capacidade máxima na prestação deste serviço será o limite de assentos e
funcionários disponíveis no horário de pico.
Imagine que neste salão o horário de pico seja das 12h00 às 13h00 e ele conta com 3
assentos. Considerando o tempo de corte estimado em 30 minutos, a capacidade máxima deste
salão será de 6 cortes.
Para cada plano de negócio, o empreendedor deverá identificar o chamado “gargalo”
ou a sua capacidade máxima de produção, sempre considerando o máximo de variável
possível.
O que ajuda muito os empreendedores a superar a capacidade de produção (ou
capacidade instalada) é a programação da produção, ou utilização do período de ociosidade
para continuar produzindo. Isto ajudará a empresa a preparar-se, caso exista algum período de
sazonalidade que supere o período máximo das vendas regulares.
É importante saber que o estoque parado para uma empresa representa prejuízo, pois
ocorre o investimento em matéria-prima, pagamento de salários operacionais (mão de obra) e,
ainda, o custo com armazenagem. Quanto maior o tempo de retorno para a empresa deste
valor, pior será a operação dela, ou melhor, menos lucrativa.
Para finalizar esta etapa, o empreendedor deverá identificar qual o prazo médio para
elaboração do produto ou prestação do serviço. Em alguns negócios o tempo de execução
torna-se um diferencial no modelo de negócio.
O empreendedor deverá ter bem definido todos os recursos utilizados para execução
do serviço ou elaboração do produto final; isto implica em problemas futuros caso a matéria-
prima não possua um bem substituto e o principal item para elaboração do produto tenha
algum tipo de sazonalidade ou escassez no mercado.
mais por isto. O modelo de cargo e salário determina o mínimo que o indivíduo necessita para
ocupá-lo.
É igualmente importante que o colaborador tenha dimensão de onde, na empresa, ele
poderá chegar ao longo dos anos e, para tanto, recomenda-se um plano de desenvolvimento
profissional.
Como ilustração podemos citar um restaurante que possui algumas linhas de cargo,
por exemplo, em que o individuo sem experiência é contratado como ajudante de cozinha I,
ao longo de alguns meses (ou anos) com sua experiência consolidada, ele poderá tornar-se
ajudante de cozinha II.
O plano de carreira, por fim, pode definir que este indivíduo, que possui grande
experiência como ajudante de cozinha, ao participar de cursos técnicos e de capacitação
profissional poderá, em algum momento, após a conclusão de sua capacitação, ocupar o cargo
de chefe de cozinha.
Assim, no momento do ingresso na empresa, deve ser definido e também estar bem
evidenciado, qual é a possibilidade de crescimento para estes colaboradores, uma vez que isto
ajuda a manter os que procuram oportunidades de crescimento.
Após definir todas as etapas, formalmente, deve ser descrito cada cargo que a empresa
(plano de negócio) deve possuir, tendo atenção, pois quanto mais cargos o empreendedor
criar, maior será o detalhamento por ele.
A descrição de cargo deve informar o que cada um deverá desenvolver em seu plano
de negócio. Aqui não podemos confundir o que o individuo necessita para ocupar o cargo,
com o que este indivíduo desenvolverá nesta função ou atividade.
Uma ferramenta que ajuda o empreendedor a entender a estrutura de seu negócio é a
elaboração de um organograma. Por mais simples que se apresente, ele pode ser um reflexo de
hierarquia desejada ou esperada pelos empreendedores.
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6 PLANO FINANCEIRO
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Elaborar as vendas.
Elaborar custos.
Elaborar despesas.
Elaborar avaliação de investimento.
Elaborar DRE (Demonstração do Resultado do Exercício).
A apuração da receita operacional de todo plano de negócio deve estar em linha com o
planejamento estratégico e conforme projetado o crescimento do mercado e o crescimento do
market-share do negócio, será possível estimar o volume comercializado dos produtos ou
serviços pelos próximos cinco anos.
O preço atribuído para a venda de cada produto ou serviço será o complemento para
projeção da receita das vendas.
A fórmula básica para projeção da receita deve conter o volume e o preço, como
mostra a figura 3.
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6.2 Custos
Os custos para uma empresa pode ser definido como o gasto necessário para elaborar o
produto ou prestar o serviço. Caso o empreendedor apresente dificuldades em separar os
gastos de produção dos gastos da empresa em geral, se faz necessário responder a seguinte
pergunta. Sem este gasto existe o produto/serviço final?
Caso a resposta seja positiva, trata-se de despesa, pois o gasto não é essencial para o
produto ou serviço final. Agora se a resposta é negativa, trata-se de custo, pois sem este gasto
não existe o produto ou serviço final.
Para cálculo do custo operacional será preciso promover a verificação do volume de
vendas. De acordo com a quantidade vendida por ano, serão elaborados os custos necessários
para a produção.
Neste caso, devemos estar atentos, pois o custo deve estar alinhado com a expectativa
do lucro da operação, e não devemos esquecer, além da matéria-prima, os gastos com a mão
de obra direta e indireta da operação.
Extraindo os custos operacionais da receita líquida (receita bruta, descontados os
impostos sobre as vendas) basicamente encontramos o Lucro Bruto. O lucro bruto é
importante para apurar se a operação da empresa não tem um alto custo produtivo, pois uma
indicação de prejuízo levanta um alerta na continuidade da operação.
6.3 Despesas
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A apuração da DRE é importante, pois por meio dela é possível elaborar o fluxo de
caixa do projeto; fluxo de caixa este que, basicamente, será extraído da demonstração de
resultado, pois a mesma contempla todas as informações necessárias.
Um indicador importante para a DRE é o LAJIDA (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização) e através do LAJIDA se pode dar início a projeção de caixa.
Como o fluxo de caixa será a base para a análise de viabilidade econômico-financeira
é importante que seja separada a depreciação e amortização das Despesas
Administrativas/Gerais, caso haja algum valor contabilizado.
A figura 4 apresenta o cálculo do LAJIDA.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO
EXERCÍCIO
LAJIDA
FLUXO DE CAIXA
(=) LAJIDA
(+/-) Variação Capital de Giro
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Ativo Fixo
FLUXO DE CAIXA
O Capex (Capital Expenditure) ou Ativo Fixo representa os gastos que a empresa tem
para a manutenção dos projetos vigentes ou a continuidade normal de operação da empresa.
O Ativo Fixo é a aquisição de ativos tangíveis (móveis, equipamentos, veículos) para
atividades operacionais da empresa ou a aquisição de ativos intangíveis (software) também
para atividades operacionais.
A justificativa para este item ser considerado no Fluxo de Caixa é o pagamento ou
desembolso que devemos fazer nas compras de ativos. Cabe ressaltar que só consideramos
neste item valores gastos com as atividades operacionais da empresa ou diretamente
relacionados ao projeto, desde que seja para atividades operacionais.
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Para finalizar o plano de negócio, após apuração de cada ano do fluxo de caixa, cada
saldo anual se transforma na entrada de caixa para apuração do projeto. O mais recomendável
é a utilização dos métodos conhecidos como Valor Presente Líquido (VPL), o qual traz a
valor presente as entradas de caixa futuras a uma data-base ou data do inicio do projeto.
Trata-se do retorno mínimo que deve ser obtido em uma análise de projeto, para que o
valor de mercado da empresa fique inalterado. O Valor Presente Líquido é obtido subtraindo-
se o investimento inicial de um projeto (FC0) do valor presente de suas entradas de caixa
(FCj), descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa ou taxa de oportunidade.
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2007), o valor presente líquido é um dos conceitos
mais importantes em toda área financeira, pois ele indica a relação entre R$1,00 agora e
R$1,00 no futuro.
Além desta ferramenta, complementamos a análise com a taxa interna de retorno
(TIR), uma técnica que apura o percentual de retorno do projeto ou plano de negócio.
Segundo definição de Hoji:
O valor presente líquido (VPL) deve refletir as incertezas do mercado em que o plano
de negócio vai atuar, para isto, aconselha-se a utilização de uma taxa de desconto ou custo de
oportunidade compatível com esta realidade. Igualmente, aconselha-se o uso de uma taxa de
aplicação de banco de primeira linha, como a remuneração de um investidor hipotético. Outra
possibilidade aceita pelo mercado é considerar a taxa Selic mais atual, levando-se em conta
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ATIVIDADES E EXERCÍCIOS
3. Você é um Consultor e foi contratado por uma empresa para implantar o plano
operacional em uma indústria de parafusos. Quais os pontos que devem ser analisados? Se
você tivesse liberdade para escolher o modelo de negócio, o que você sugeria para os donos
desta empresa? Cite todas as etapas do plano operacional.
5. Sabendo que o plano financeiro é muito importante para uma empresa, descreva as
etapas que devem ser seguidas para a implantação do plano de negócio de uma escola de
idiomas. Defina as etapas mais importantes e inclua os prováveis gastos deste negócio.
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Eduarda é uma pessoa empreendedora, que detesta trabalhar como empregada e tem
uma característica muito forte, ela é muito inovadora. Seu sonho é administrar sua própria
empresa, mas infelizmente seus últimos dois projetos foram à falência com menos de vinte
meses. Ela acredita que, por participar numa sociedade cujos membros são apenas parentes
próximos, este seria um dos motivos da falta de sucesso do projeto.
Atualmente Eduarda pretende deixar a sociedade com parentes de lado e partir para o
profissionalismo, contudo, está em dúvida onde aplicar seus recursos financeiros. Eduarda
está em dúvida, pois seus recursos financeiros são suficientes tanto para iniciar um salão de
beleza voltado para o público feminino da classe C ou um Pet-Shop voltado para o público da
classe A.
Como Eduarda já obteve dois fracassos anteriormente ajude-a a escolher. Elabore um
modelo de plano de negócio completo para um salão de beleza para a classe C e um plano de
negócio para um Pet-Shop para a classe A.
Como empreendedor, ao final, aponte as vantagens e desvantagens de cada negócio
para Eduarda.
SUGESTÕES DE LEITURA/PESQUISA
REFERÊNCIAS
HOJI, Masakazu, Administração Financeira: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas,
2006.