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SÃO LEOPOLDO
2017
LUIZ FABRÍCIO MADRID DOS SANTOS
SÃO LEOPOLDO
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA ...................................................................................... 5
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................. 5
1.3 PROBLEMA....................................................................................................... 5
1.4 HIPÓTESE ........................................................................................................ 5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 6
2.1 BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DO DIREITO DE IMAGEM .................... 6
2.2 O ARTIGO 129 DA LEI Nº 11.196 DE 2005 .......................................................... 8
2.3 O CONTRATO ESPECIAL DE TRABALHO E O ARTIGO 87-A DA LEI 9.615 DE
1998 (LEI PELÉ) ....................................................................................................... 10
2.4 EVASÃO FISCAL X PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ........................................ 12
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 15
4 SUMÁRIO PROVISÓRIO ....................................................................................... 16
5 CRONOGRAMA .................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 18
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1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o fisco levou ao judiciário uma série de ações em desfavor de
desportistas, por supostas fraudes fiscais. Todas as demandas têm em comum o fato
de os atletas terem utilizado pessoas jurídicas para exploração de seus direitos de
imagem. Entre os principais argumentos dos procuradores da Receita Federal, estão
a impossibilidade de licenciamento de direitos de imagem, vez que prestação
personalíssima, e que a utilização de empresas para exploração desses direitos tem
o objetivo único de reduzir a carga fiscal.
Do ponto de vista do direito tributário, a problemática reside especificamente
quando do recolhimento do imposto de renda. Se por um lado a pessoa física
residente no Brasil – considerando o contexto econômico de desportistas de alto
rendimento – deve recolher o imposto de renda sob o percentual de 27,5% sobre seus
rendimentos, de outro a pessoa jurídica recolhe sob o percentual de 15%. A diferença
numérica fala por si só e a prática dessa manobra já se tornou hábito no Brasil, muito
embora os órgãos fiscalizadores tenham exercido seu papel de forma mais incisiva
nos últimos anos. Ainda nesse contexto, surge o questionamento: é lícita e possível a
referida conduta à luz do direito brasileiro, tratando-se de mera elisão fiscal ou, em
verdade, estar-se-á diante de típico caso de evasão fiscal?
O tema é muito controverso no ordenamento jurídico e para uma análise
exauriente sobre a discussão, com o intuito final de verificar se a legislação brasileira
comporta ou não essa prática, é necessário ultrapassar os limites do direito tributário,
adentrando outros ramos do direito.
Nesse sentido, muito antes de qualquer conclusão sobre a classificação
tributária adequada ao caso, é imprescindível que a discussão seja analisada sob a
ótica do direito civil e constitucional, em especial no que tange à natureza do direito
de imagem. Seria o direito de imagem passível de ser cedido? Indo ainda mais além,
seria possível e admitido em direito a utilização de uma pessoa jurídica para
administração da prestação de serviços personalíssimos?
Outro ponto polêmico e que é objeto comum de discussão em todos os casos
já levados ao judiciário, é a possibilidade de dissociação entre os contratos de trabalho
e de licenciamento de uso de imagem. Nesse sentido, de antemão cabe referir que a
legislação atual regula essa hipótese, permitindo-a, ainda que com algumas
limitações.
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1 CALCINI, Fábio Pallaretti. Caso Guga e a desconsideração da pessoa jurídica para fins fiscais.
Disponível em : <https://www.conjur.com.br/2016-nov-01/fabio-calcini-guga-desconsideracao-pessoa-
juridica#_ftnref1>. Acesso em: 28 nov. 2017.
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1.3 PROBLEMA
1.4 HIPÓTESE
Fixação de parâmetros mais claros em lei, que deem maior segurança jurídica
aos contribuintes e que permitam ao fisco, bem como ao judiciário, a perfeita distinção
entre quais condutas configuram-se como mero planejamento tributário, e quais
condutas podem ser enquadradas como evasão fiscal.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ainda nesse contexto, a jurista Maria Helena Diniz6 aborda de forma muito
precisa o aspecto patrimonial que decorre de direitos da personalidade, aduzindo o
quanto segue:
4 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 25. Edição, São Paulo: Ed. Malheiros
2005. Página 209.
5 BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> Acesso em: 25 nov. 2017.
6 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileira, volume 1: teoria geral do direito civil, 29. Edição,
Nesse sentido, a Lei nº 11.196 de 2005, em seu artigo 1298, veio, em tese, para
dar maior segurança jurídica aos profissionais que se dedicam à prestação de serviços
de natureza científica, artística ou cultural. Senão vejamos a redação do referido
dispositivo legal:
7 PEREIRA, Júlio Cesar. Tributação sobre prestação de serviços intelectuais. 2008. Disponível em:
<http://www.ibet.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Júlio-César-Pereira-Tributação-sobre-prestação-
de-serviços-intelectuais.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2017.
8 BRASIL. Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11196.htm>. Acesso em: 28 nov. 2017.
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Nesse contexto, cabe referir o caso do jogador de futebol Dario Conca9, que foi
recentemente processado pelo fisco. O atleta fazia a exploração de seus direitos de
imagem por meio de uma empresa, na qual figurava como sócio principal. Apesar de
a empresa estar devidamente constituída, o que se verifica na análise completa desse
processo é o desejo feroz do fisco em ultrapassar os limites da pessoa jurídica e
agredir o patrimônio de seu sócio principal. Muito embora o Carf argumente que não
se trata de desconsideração, haja vista a manutenção da pessoa jurídica, e sustente
que ocorre apenas o deslocamento do sujeito passivo, Fábio Pallaretti Calcini10 assim
contrapõe:
9 CANÁRIO, Pedro. Carf publica acórdão em que libera cessão de direito de imagem a pessoa
jurídica. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-ago-04/carf-publica-acordao-libera-cessao-
direito-imagem>. Acesso em: 28 nov. 2017.
10 CALCINI, Fábio Pallaretti. Caso Guga e a desconsideração da pessoa jurídica para fins fiscais.
Disponível em : <https://www.conjur.com.br/2016-nov-01/fabio-calcini-guga-desconsideracao-pessoa-
juridica#_ftnref1>. Acesso em: nov. 2017.
11 CALCINI, Fábio Pallaretti. Caso Guga e a desconsideração da pessoa jurídica para fins fiscais.
Disponível em : <https://www.conjur.com.br/2016-nov-01/fabio-calcini-guga-desconsideracao-pessoa-
juridica#_ftnref1>. Acesso em: nov. 2017.
12 CANÁRIO, Pedro. Carf publica acórdão em que libera cessão de direito de imagem a pessoa
que o atleta não poderia administrar sozinho todo o negócio que envolve a sua própria
imagem, sendo natural a constituição de uma empresa para isso.
Nada obstante o art. 129 da Lei nº 11.196/05 apresente lacunas sujeitas à
interpretação, certo é que os órgãos que representam o fisco não podem ignorá-lo ou
dar sentido completamente diverso à referida norma. Nesse aspecto, faz-se
necessária a fixação de parâmetros bem definidos, suficientes a nortear tanto o
contribuinte no momento de fazer o seu planejamento tributário, quanto a autoridade
fiscal no momento de autuar possíveis infratores.
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Mauricio_Correa.pdf
>. Acesso em: 28 nov. 2017.
15 MARTINS, Sergio Pinto. Direitos Trabalhistas do Atleta Profissional de Futebol. São Paulo: Editora
Art. 87-A. O direito ao uso da imagem do atleta pode ser por ele cedido
ou explorado, mediante ajuste contratual de natureza civil e com
fixação de direitos, deveres e condições inconfundíveis com o
contrato especial de trabalho desportivo. (Incluído pela Lei nº
12.395, de 2011). (Grifei)
A da Lei Pelé. Revista eletrônica: acórdãos, sentenças, ementas, artigos e informações, Porto Alegre,
RS, v. 9, n. 161, p. 67-71, out. 2013. Disponível em: < https://juslaboris.tst.jus.br/handle/1939/77709>.
Acesso em: 29 nov. 2017.
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deem maior segurança jurídica aos contribuintes e que permitam ao fisco, bem como
ao judiciário, a perfeita distinção entre o que seria mero planejamento tributário e o
que seria um abuso de personalidade jurídica e/ou evasão fiscal propriamente dita.
Ainda nesse contexto, importante observar o que dispõe o Parágrafo único do
artigo 87-A, da Lei nº 9.615/9818:
Em que pese as ressalvas feitas por Faria19, o dispositivo legal referido acima
demonstra claramente a preocupação do legislador em evitar a fraude nos contratos
de trabalho de atletas. Entretanto, haja vista a complexidade dos contratos que são
celebrados entre atletas, clubes, patrocinadores e investidores, fato é que esse
balizador acaba em muito sendo relativizado, e por isso não mostra-se suficiente para
dar fim às controvérsias decorrentes dessas relações jurídicas.
A da Lei Pelé. Revista eletrônica: acórdãos, sentenças, ementas, artigos e informações, Porto Alegre,
RS, v. 9, n. 161, p. 67-71, out. 2013. Disponível em: < https://juslaboris.tst.jus.br/handle/1939/77709>.
Acesso em: 29 nov. 2017.
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20 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Manual de Direito Tributário. 1.ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
2000.
21 SOUZA, Rubens Gomes de. Compêndio de Legislação Tributária. 3.ª ed. Rio de Janeiro, p. 113.
22 AVILA, Alexandre Rossato da Silva. Curso de Direito Tributário. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2005,
p. 187.
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3 METODOLOGIA
4 SUMÁRIO PROVISÓRIO
1 INTRODUÇÃO
2 DIREITO DE IMAGEM
2.1 Considerações gerais acerca do direito de imagem
2.1.1 Aspecto moral do direito de imagem
2.1.2 Aspecto patrimonial do direito de imagem
2.2 Implicações tributárias do direito de imagem
2.3 Alterações trazidas pelo artigo 87-A da Lei 9.615/98
3 CONTRATO ESPECIAL DE TRABALHO PARA DESPORTISTAS
3.1 O contrato especial de trabalho para desportistas
3.1.1 O alcance da Lei nº 9.615/1998 (Lei Pelé)
3.1.2 Rendimentos próprios da atividade esportista
3.2 Cessão do direito de imagem à agremiação por meio de contrato civil
3.2 Parágrafo único do artigo 87-A, da Lei nº9.615/1998 (Lei Pelé)
4 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE DESPORTISTAS
4.1 Constituição de empresa para administração de carreira
4.1.1 Da livre iniciativa empresarial e liberdade para empreender
4.1.2 Limites ao poder estatal de tributar
4.1.1 Cessão, sub cessão e obrigações personalíssimas do desportista
4.1.2 Aspectos tributários pertinentes à interposição da pessoa jurídica
4.1.3 Artigo 129, da Lei 11.196/2005
4.1.4 Indicação de fraude e simulação
4.2 Desconsideração da personalidade jurídica
4.2.1 Imputação de responsabilidade tributária dos sócios
4.2.2 Reclassificação de tributação e compensação de tributos
4.2.3 Possibilidade de multa qualificada e cumulada
5 ANÁLISE DE CASOS EMBLEMÁTICOS SOBRE A MATÉRIA
5.1 CASO GUSTAVO KUERTEN
5.2 CASO DARIO CONCA
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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5 CRONOGRAMA
Meses
Atividades
Dez. Jan. Fev. Mar Abr. Mai. Jun.
Entrega do Projeto – TCC I X
Elaboração do primeiro
X X
capítulo
Correção do primeiro capítulo X
Elaboração do segundo
X X
capítulo
Correção do segundo capítulo X
Elaboração do terceiro
X
capítulo
Correção do terceiro capítulo X X
Correção final e elaboração da X
introdução e conclusão
Data limite de entrega do TCC Data
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REFERÊNCIAS
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Manual de Direito Tributário, 1.ª ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2000.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileira, volume 1: teoria geral do
direito civil. 29. Edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012. Página: 131.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 25. Edição, São
Paulo: Ed. Malheiros 2005. Página 205.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 25. Edição, São
Paulo: Ed. Malheiros 2005. Página 209.
SOUZA, Rubens Gomes de. Compêndio de Legislação Tributária, 3.ª ed. Rio de
Janeiro, p. 113.