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Um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando o fluxo sanguíneo cerebral é

interrompido. Esta interrupção causa um défice de oxigenação nas células


do cérebro, danificando-as ou provocando a sua morte.

O nosso cérebro está dividido em áreas, ou seja, grupos de células que são responsáveis por
uma ou mais funções. Por exemplo, existem áreas específicas para andar, falar, engolir, mexer
o dedo, movimentar os lábios para dar um beijo… Tudo é controlado por áreas específicas do
nosso cérebro.

Depois de um AVC, existem áreas cerebrais lesadas e, portanto, consoante o tipo e localização
da lesão, poderemos ter várias funções alteradas. Por exemplo, podemos assistir à dificuldade
na marcha, manter o equilíbrio, em movimentar o braço, etc.

Outras alterações podem incluir a incapacidade de comer ou beber adequadamente (disfagia)


e dificuldades de comunicação, que podem afetar, quer a expressão, quer a capacidade de
compreensão da linguagem.

A imagem abaixo resume de forma muito simples as principais alterações decorrentes do AVC,
relacionadas com a Terapia da Fala. Para obter informações mais pormenorizadas sobre cada
uma delas, pode clicar em: Reabilitação das Perturbações da Linguagem (Afasia), Reabilitação
da Deglutição (Disfagia) e Reabilitação das Perturbações Motoras da Fala (Disartria e Apraxia).
Resumo esquemático das principais alterações verificadas depois de um Acidente Vascular
Cerebral, relacionadas com a Terapia da Fala.

As alterações podem ser temporárias ou permanentes, e esta questão prende-se com vários
fatores que influenciam o prognóstico, como a idade da pessoa, o tipo de AVC, a extensão da
lesão, o acesso a serviços de reabilitação, medicação, entre outros.

A reabilitação deve iniciar-se assim que existir indicação médica de que a pessoa se encontra
clinicamente estável. A precocidade do início da reabilitação e a sua frequência são fatores
que influenciam fortemente o potencial de superação das alterações encontradas após um
AVC.

Cabe ao Terapeuta da Fala:

 Avaliar se a pessoa tem alterações da fala, linguagem, motricidade orofacial e/ou deglutição;
 Intervir de acordo com as necessidades identificadas na avaliação, quer diretamente com o
paciente, quer com a família/cuidador;
 Definir as modificações de dieta necessárias, em termos de consistência dos alimentos, que
garantam uma deglutição em segurança, nos casos de disfagia.
 Fornecer estratégias facilitadoras da comunicação, se for o caso;
 Implementar meios aumentativos de comunicação, se o paciente apresentar uma perturbação
grave da comunicação.

O Terapeuta da Fala avalia:

 Capacidade de compreensão da linguagem verbal (simples e complexa);


 Capacidade de expressão verbal (simples e complexa);´
 Capacidade de compreensão e expressão não verbal;
 Capacidade de leitura e escrita;
 Capacidade de fala;
 Motricidade orofacial (movimentos das estruturas da face e da boca);
 Capacidade de deglutição.

A intervenção pode ser direta ou indireta.


Na intervenção direta, são realizados exercícios especificiamente desenhados no sentido de
colmatar as dificuldades do utente. Com base nos resultados da avaliação, são
traçados objetivos a curto e longo prazo. A título de exemplo, a intervenção pode incluir (não
necessariamente):
 Exercícios dirigidos à mobilidade da face e das estruturas orais (lábios, língua, palato mole,
mandíbula);
 Ensino e treino de técnicas facilitadoras da comunicação;
 Implementação de sistemas aumentativos de comunicação;
 Treino de estratégias de articulação que tornem o discurso mais perceptível, apesar da
fraqueza muscular;
 Exercícios de promoção da compreensão verbal e não-verbal;
 Ensino e treino de manobras que tornem a deglutição mais segura;
 …
A intervenção indireta envolve o suporte, ensino e treino à família e/ou cuidador.
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AFASIA (PERDA DA FALA)

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Afasia é a perda da linguagem causada por lesão no sistema nervoso central que, na maior
parte das vezes, ocorre do lado esquerdo do cérebro.

Os quadros de afasia são muito variados. Vão desde a dificuldade de articular bem as
palavras até a perda total da linguagem oral e da capacidade de traduzir conceitos em
palavras e de simbolização.

A afasia não se manifesta apenas na linguagem oral. Pode manifestar-se também na


escrita, porque os pacientes perderam a capacidade de simbolizar, de traduzir o comando
cerebral para a linguagem escrita. Em alguns casos, são capazes de escrever sob ditado
ou de copiar, mas incapazes de ler o que escreveram. Em outros, trocam ou omitem letras,
às vezes, as vogais; às vezes, as consoantes.

Principais causas
 tumores
 AVC (ou derrame);
 doenças infecciosas (como a meningite);
 doenças degenerativas (como a esclerose múltipla ou as demências);
 acidentes com traumatismo cranioencefálico;
 tensão metabólica (intoxicações);
 epilepsia
Tipos de afasia
Dentre os principais tipos de afasia podemos citar a afasia de Wernecke e de Broca , a
afasia de condução e a global :

1. Afasia de Wernecke: caracteriza-se pela fala fluente, ou logorréia, que não faz
sentido para quem ouve, embora a pessoa acredite estar falando corretamente e
mantenha a entonação adequada. É como se uma linha telefônica com defeito
distorcesse ou truncasse as palavras interferindo na comunicação. Em geral,
paciente com fala logorréica tem dificuldade de compreensão e de expressão, mas
consegue articular as palavras e irrita-se quando não se faz entender. É muito
comum, também, o afásico de Wernecke articular palavras que existem, mas que
juntas não estabelecem nenhum significado lógico. Quando há falha da
compreensão, o prognóstico da afasia é sempre pior.
2. Afasia de Broca: caracteriza-se por grande dificuldade em falar, porém a
compreensão da linguagem encontra-se preservada. Essa síndrome é também dita
como afasia não fluente, de expressão ou motora: os pacientes conseguem executar
normalmente a leitura silenciosa, mas a escrita está comprometida. Esses pacientes
possuem, ainda, fraqueza na hemiface e membro superior direito (devido à
proximidade das regiões afetadas pelo distúrbio circulatório). Os pacientes têm
consciência do seu déficit e se deprimem com facilidade (frustração). Entretanto,
o prognóstico é bom quanto à recuperação de parte da linguagem falada, embora
sejam necessários meses para a realização de uma fala simples, abreviada, ainda
que não fluente.
3. Afasia de Condução: a compreensão está relativamente preservada e a fala é
fluente e espontânea. Existe, entretanto, incapacidade de repetir palavras
corretamente.
4. Afasia global: é a perda de todas as capacidades de linguagem: compreensão, fala,
leitura e escrita, sendo causado geralmente por um infarto completo no território
da artéria cerebral média esquerda; os pacientes, sendo assim, também apresentam
geralmente hemiplegia direita (total perda de força no lado direito do corpo), além
de demência associada; o prognóstico é mais reservado.
Diagnóstico
O diagnóstico da afasia pressupõe avaliar a capacidade de compreensão e de expressão
do paciente. É sempre importante começar pela avaliação sensorial, uma vez que a
deficiência auditiva pode interferir no processo de comunicação. Nos casos de hemiplegia
provocada por acidentes vasculares cerebrais, é preciso ter certeza de que apenas um lado
está comprometido, antes de pedir que a pessoa movimente o outro braço para mostrar
que entende o que lhe é pedido.

Tratamento
O tratamento da afasia é feito pela estimulação da linguagem e é planejado
especificamente para cada caso. Conhecendo as condições exatas em que se encontra o
paciente, o terapeuta irá construir pontes entre as habilidades que permaneceram e as que
foram perdidas, valendo-se da plasticidade do sistema nervoso central. A plasticidade
neuronal permite estabelecer novas ligações entre os neurônios.

No tratamento da afasia, a estimulação controlada, auditiva e visual, tem por objetivo


ajudar a pessoa a construir cadeias para ultrapassar os déficits provocados pela lesão, de
modo a tornar as palavras novamente disponíveis.

Recomendações
 É sempre possível melhorar a afasia, embora o nível dos resultados possa depender
de alguns fatores como extensão da lesão, motivação e idade do doente e de suas
condições gerais de saúde.
 O portador de afasia deve ser estimulado para fazer um tratamento que o ajude a
reabilitar as capacidades comprometidas, sejam elas de fala, escrita ou
compreensão
Exame de uma pessoa com afasia
Afasia de Broca:
(as respostas são indecisas mas sensatas).
Pergunta: «Que representa esta fotografia?» (um cão a ladrar)
Resposta: «C-ca-ca-cão, oh não…ca-car… caramba a-a-ani-animal, sim, sim, animal,
animal, c-c-…faz ruído.»
Afasia de Wernicke:
(as respostas saem com facilidade, mas não fazem sentido).
Pergunta: «Como se sente hoje?»
Resposta: «Quando? Fácil, dado que o meu rio discorre caixas pretas umda abata H para
quando venham os bubas.»
Para conhecer a equipe do Clube da Fala bem como nossa qualificação clique aqui.
http://www.clubedafala.com.br/fonoaudiologia/afasia-perda-da-fala/

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