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Anatomia
O tubarão-branco (Carcharodon carcharias) é uma das espécies mais famosas a habitar
os oceanos ao redor do globo, e povoa o imaginário popular devido à sua retratação em
várias obras cinematográficas, dentre as quais ‘Tubarão’, dirigida por Steven Spielberg,
é a mais célebre.
Este animal apresenta corpo em formato de torpedo, que facilita sua natação, e pode
atingir até 6,5 metros de comprimento, pesando cerca de 3,4 toneladas. Entre suas
características morfológicas está o focinho pontiagudo, grandes nadadeiras peitorais,
uma nadadeira dorsal triangular relativamente alta e nadadeira caudal homocerca. As
nadadeiras, inclusive, atuam como importantes propulsores destes animais, que podem
alcançar uma velocidade de até 24km/h.
O tubarão-branco possui várias fileiras de dentes serrilhados em sua boca (cuja abertura
pode alcançar até 1,2 m), o que inclusive motivou o nome de seu gênero: a
palavra carcharos vem do Grego e traduz-se como áspero/imperfeito,
enquanto odon significa dentes. Estes tubarões apresentam dorso acinzentado e ventre
esbranquiçado, e detectam compostos na água à milhares de quilômetros de distância
com o auxílio das ampolas de Lorenzini.
Dentes de tubarão branco. Foto: Alessandro De Maddalena / Shutterstock.com
Ecologia
O tubarão-branco habita regiões temperadas e tropicais, apresentando preferência por
águas com temperatura entre 12º e 24º Celsius. Estes animais são comumente avistados
nos oceanos Pacífico e Atlântico, entre a costa dos Estados Unidos e México, habitando
também o sul da África, o Mar Mediterrâneo, Japão e a Oceania. Em regiões costeiras e
de plataforma, os tubarões-branco permanecem em profundidades rasas de até 2 metros,
porém em mar aberto podem alcançar até 1.200 metros de profundidade. Estes peixes
realizam longas migrações oceânicas quando tornam-se adultos, migrando próximos à
costa enquanto juvenis. Geralmente solitários ou avistados em pares, o tubarão-branco
pode formar grupos de até 10 indivíduos, especialmente quando alimenta-se de
carcaças. Nos grupos, existe uma hierarquia social: em relação ao sexo, as fêmeas
sobrepõem os machos; considerando o tamanho, indivíduos maiores prevalecem sobre
os menores; e, por fim, em relação ao tempo de residência, tubarões mais velhos
prevalecem sobre os mais novos.
Alimentação
O tubarão-branco é um dos principais predadores de topo das cadeias tróficas marinhas.
Estes animais alimentam-se
de peixes, raias, tartarugas, polvos, crustáceos, golfinhos, leões marinhos e focas,
optando sempre por presas com alto teor de gordura. Seu olfato (i.e. ampolas de
Lorenzini) e audição aguçados são capazes de detectar presas doentes e feridas à longas
distâncias, auxiliando no controle da propagação de doenças no oceano.
Reprodução
De crescimento lento, baixa fecundidade e maturação relativamente tardia (machos aos
6 anos de idade; fêmea entre 14-16 anos), o tubarão-branco é uma espécie ovovivípara
(i.e. ovos fertilizados desenvolvem-se dentro do corpo materno), e apresenta baixo
número de filhotes (entre 2-10) por temporada reprodutiva. Estes animais
apresentam dimorfismo sexual, com as fêmeas sendo maiores até 2 metros de
comprimento em relação aos machos, e não há indício de cuidado parental. Durante a
cópula, o macho pode dar mordidas leves na fêmea, deixando marcas nos flancos, dorso
e nadadeiras peitorais. Os ovos são fertilizados dentro do corpo da fêmea, através da
liberação de esperma pelo clásper (órgão sexual masculino), e os recém-nascidos
alimentam-se de ovos não-fertilizados.
Ameaças
Com exceção das orcas e seres humanos, não existem predadores naturais para o
tubarão-branco. Entretanto, esta espécie encontra-se classificada como vulnerável pela
IUCN, devido à sobrepesca exploratória (visando a comercialização de suas nadadeiras,
carne e óleo) e o bycatch (i.e. pesca acidental). A mandíbula e dentes destes animais
também são valorizados pelo mercado, sendo vendidos por até $50.000 dólares. O
tubarão-branco também vem sendo alvo da pesca recreativa, devido ao seu porte e o
perigo que oferece, o que o tornou sinônimo de status para os competidores que visam
sua captura.
Embora alguns países como os Estados Unidos, África do Sul, Namíbia, Malta e
Austrália, tenham instaurado medidas para auxiliar na conservação desta espécie, sua
imagem perante à população humana dificulta a execução destas. Atualmente,
o ecoturismo e mergulho têm se destacado como ferramenta educacional e de lucro em
relação à esta espécie, porém suas populações ainda apresentam grande risco de entrar
em colapso.
Referências bibliográficas:
Arkive. http://www.arkive.org/great-white-shark/carcharodon-carcharias/