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1 INTRODUÇÃO

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Várzea
A região amazônica engloba uma enorme floresta tropical, caracteriza-se
como a maior em extensão no mundo, apresentando grande diversidade natural e
distintos fatores ambientais. Sua heterogeneidade permite a interação de diferentes
ecossistemas que formam esse rico bioma. Dentre eles, a várzea que configura
grande relevância ecológica e socioeconômica para a região, visto que impacta
diretamente a comunidade relacionada, subvencionando populações ribeirinhas que
praticam agricultura, pesca, e extrativismo de madeira e produtos florestais não-
madeireiros. (GAMA, et al., 2003)

Várzea é definida por Canto (2007) como grandes faixas marginais aos rios,
formadas por terrenos sedimentares recentes periodicamentes alagados.
Anteriormente designada pela expressão igapó (lugar inundado na língua nheengatu
ou tupi amazoniano).

http://www.cdpara.pa.gov.br/mapa.php

2.2 Modo de vida nas várzeas (Ribeirinho/varzeiro)


CANTO (2007)
O ribeirinho é o homem que vive ás margens..

2.3 Açaí
A palmeira do açaí, cientificamente denominada de Euterpe Olerácea Mart,
pertence à família Arecaceae, que engloba, aproximadamente, 200 gêneros e cerca
de 2600 espécies, cuja distribuição é predominantemente tropical e subtropical
(Jones, 1995). Na região amazônica esta família está representada por 39 gêneros
e uma diversidade que pode chegar até 180 espécies. (Kahn, 1997).

De acordo com o sistema de Classificação de Cronquist (1981) a palmeira do


açai dividi-se hierárquicamente na ordem a seguir:
Divisão: Magnoliophyta;
Classe: Liliopsida;
Subclasse: Arecidae;
Ordem: Arecales;
Família: Arecaceae;
Subfamília: Arecoidae;
Gênero: Euterpe;
Espécie: Euterpe oleracea Mar.
Rogez (2000) aponta o açaí como uma fruta altamente nutritiva e durante
consumo regular concede os níveis de lipídeos necessários bem-estar funcional de
um organismo desenvolvido. Além disso, a ingestão do fruto garante a prevenção de
distúrbios metabólicos (GUERRA, 2015).
[...]

2.4 Manejo do açaí


SISTEMA DE PRODUÇÃO

O sistema de produção, a forma como as atividades são desenvolvidas,


podem ser extrativista ou manejada, sendo a extrativa considerada de baixo
impacto, visto compreender apenas a atividade de coleta de frutos e quando muito,
o corte de cipós para facilitar a coleta. O manejo é entendido, como toda e qualquer
atividade que não seja extrativista, implicando em alteração que de alguma forma
impacta o meio ambiente. Existem diferentes formas de manejo, que vão desde uma
atividade de desbaste até a eliminação total das plantas do entorno

2.4.1 Tipos de manejo


Nogueira (2011) classifica os principais sistemas para produção de açaí em
plantios de açaí em terra firme, plantios de açaí em sistemas agroflorestais nas
áreas de terra firme e várzea e manejo de açaizais nativos. Calcula-se que mais de
70% da produção nacional de açaí é procedente do manejo de açaizais nativos
através de ribeirinhos em áreas de várzea (SANTOS; SENA; HOMMA, 2012).

2.5 Legislação estadual sobre manejo


A legislação que versa sobre o cultivo de açaí no estado do Pará está
descrita na Instrução Normativa Nº 009/2013 que data de 30 de dezembro de 2013
e dispõe sobre a criação da Declaração Ambiental e sobre do Relatório Ambiental
Anual, como atos autorizativos e instrumentos simplificados de controle das
atividades de manejo, extração e produção de palmito e frutos da espécie açaí,
realizados em florestas nativas de várzeas por populações agroextrativistas no
Estado do Pará, além de outras providências. (PARÁ, 2003)

A norma indica no anexo práticas que devem ser aplicadas para um melhor
manejo do fruto do açaizeiro:
a) O extrativista poderá realizar a limpeza da área apenas para facilitar o acesso às
touceiras/plantas de açaí, mas sem proceder a limpeza completa do sub-bosque
para não comprometer a regeneração da área;
b) O manejo de açaí deverá ser feito a partir do estabelecimento de uma área de
produção com adoção de ciclo de corte para áreas de extração/coleta de palmito e
frutos;
c) Adotar um ciclo de corte de no mínimo três anos de manejo na mesma área de
produção isto é, após uma intervenção de manejo, com corte e aproveitamento de
estipes da touceira, só voltar a realizar outro corte após o terceiro ano de extração;
d) Extrair o máximo de 200 estipes por hectare;
e) Extrair para fins de comercialização do palmito somente estipes dos indivíduos
considerados adultos. O estipe será considerado adulto após a primeira frutificação;
f) Manter um número mínimo e máximo de estipes por touceiras:
I - Mínimo de 2 adultos (produtivos); 2 jovens; 3 perfilhos;
II - Máximo de 5 adultos (produtivos); 4 jovens; 3 perfilhos;
g) Somente eliminar estipes que tenham produzido frutos por no mínimo três anos e
tenham atingido altura mínima de 10 metros;
h) O corte do estipe de açaizeiro deverá ser do tipo em bisel com altura máxima de
30 cm a partir de sua raiz;
i) Manter um número mínimo de 250 ind. ha-1 de espécies dicotiledôneas arbóreas,
de modo a evitar o monocultivo da espécie Euterpe oleracea Mart. a partir da
substituição de indivíduos arbóreos e de outras palmeiras de ocorrência nos
ambientes fitoecológicos; e
j) Realizar o traçamento (picotar) dos estipes logo após a retirada do palmito e em
seguida depositá-los junto às árvores e em contato com a superfície do solo para
favorecer o processo de decomposição e produção de matéria orgânica. (PARÁ,
2003, p. 8)
3 METODOLOGIA

4 ÁREA DE ESTUDO
Limoeiro do Ajuru, Região Do Baixo Tocantins

População: 28.138 habitantes

Área: 1.490,186 km²

Mesorregião do Nordeste Paraense

Microrregião de Cametá

Coordenadas geográficas decimais

Latitude: -1.89812 Longitude: -49.3907

Coordenadas geográficas sexagesimais

Latitude: 1° 53' 53'' Sul, Longitude: 49° 23' 27'' Oeste

O local escolhido para aplicação da pesquisa foi a região rural do município


de Limoeiro do Ajuru, localizada às margens do Rio Tocantins pertencente à
microrregião de Cametá, localizada na mesorregião do Nordeste paraense

O município de Limoeiro do Ajuru compõe junto com outras seis localidades


(Abaetetuba, Igarapé Miri, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Mocajuba, Baião e Oeiras do
Pará) a microrregião de Cametá, popularmente conhecida como Baixo Tocantins,
banhada majoritariamente pelo Rio Tocantins. Limitado ao norte pelo Rio Pará, a
leste pelo Rio Tocantins, ao sul por Cametá e ao oeste por Oeiras do Pará.

A presença da floresta amazônica no município se evidencia principalmente


entre os rios Tocantins e Pará, apresentando terras de várzeas e igapós que são
recortadas por vastos caminhos fluviais, constituindo uma rede hidrográfica que
compreende rios, igarapés e furos. Dentre esses, destacam-se os rios Tocantins,
Pará, Limoeiro, Japim Grande, Japinzinho, Japim-Seco, Tatuoca, Turussú,
Tucumanduba, Ipixuna, Ajuru, Jussara, Marituba, Anajás e Cupijó; os igarapés
Catito, Inajaí, Grande, Piquiatuba, Maparaquara, Limão e outros; e os furos Pano-
Velho, Três Barracas, Roça, Clariano, Pajé, Ipixuna, Cachinguba, Grande e outros
Entre as ilhas as principais são: Araraim, Arara, Belizário, Comprida Conceição,
Defunto, Grande, Navio, Pacu, Paquetá, Paulista, Amorosa e Saracá. (Sena, 2007).

Açaí limoeirense

A região Tocantins tem forte presença do extrativismo e grande diversidade


destes produtos.

Na região do Tocantins paraense há grande volume de produção de açaí,


como comprova a tabela acima, mas enfrentou-se uma drástica redução no seu
montante, reflexo, entre outros motivos, da queda da produção de Abaetetuba e
Cametá. Segundo o IBGE, No ano 2000 a região havia extraído 80.115 toneladas e
em 2007 diminuiu para 41.921 toneladas, correspondendo a uma retração de
47,67%. Cinco municípios concentram 96,18% da produção regional. O principal é
Limoeiro do Ajuru (17.476 toneladas), seguido por Oeiras do Pará, Igarapé-Miri,
Mocajuba e Barcarena.

REFERÊNCIAS
CANTO, O. Várzeas e Varzeiros da Amazônia. Belém: MPEG, 2007.

GAMA, J. R. V. et al. Estrutura e potencial futuro de utilização da regeneração


natural de floresta de várzea alta no município de Afuá, Estado do Pará, Brasil.
Ciência Florestal, Santa Maria, v. 13, n. 2, p. 71-82, 2003.

IBGE. Contagem 2007.

IPEA. Atlas do desenvolvimento humano no brasil. 2018. Disponível em:


<http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/limoeiro-do-ajuru_pa> Acesso em: 10
abr. 2018.

PARÁ. Instrução Normativa SEMA Nº 9 de 30 de dezembro de 2013. Dispõe sobre a


criação da Declaração Ambiental e sobre do Relatório Ambiental Anual, como atos
autorizativos e instrumentos simplificados de controle das atividades de manejo,
extração e produção de palmito e frutos da espécie açaí, realizados em florestas
nativas de várzeas por populações agroextrativistas no Estado do Pará, e dá outras
providências. Diário Oficial do Estado do Pará. Caderno 2. p. 5-8. Belém, PA, 02
de jan. de 2014. Disponível em:
<http://www.ioepa.com.br/pages/2014/2014.01.02.DOE.pdf> Acesso em: 10 abr.
2018.

ROGEZ, Hervé. Açaí: preparo, composição e melhoramento da composição. Belém:


EDUFPA, 2000.

GUERRA, J. F. C. Efeito protetor do açaí (Euterpe oleracea Mart.) sobre a


esteatose hepática, resistência à insulina e estresse oxidativo induzidos por
dieta hiperlipídica em camundongos. 2015. 91 f. Tese (Doutorado em Ciências
Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de
Ouro Preto, Ouro Preto, 2015. Orientação de Maria Lúcia Pedrosa.

SANTOS, J. C.; SENA, A. L. S.; HOMMA, A. K. O. Viabilidade Econômica do


Manejo de Açaizais no Estuário Amazônico: estudo de caso na Região do Rio
Tauerá-açu, Abaetetuba – Estado do Pará. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 50.,
2012, Vitória. Anais ... Vitória: SOBER: UFES, 27 f, 2012.

SENA, Antonio Ferreira de. Limoeiro do Ajuru: história e geografia: um estudo


sobre o município de Limoeiro do Ajuru, estado do Pará. De Povoado à vila; de
Vila à Municipio. Coleção Novo Tempo Cabano, v. 6. Cametá: NTC, 2007, 141 p.

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