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Capítulo 11 O ASK (amplitude shift keying), chaveamento por desvio da
Sistemas de comunicações digitais amplitude, consiste em alterar e amplitude da onda
Introdução portadora com a fixação de dois níveis de amplitude, para
Os sistemas de comunicações digitais seguem o mesmo representar o bit 1 e o bit 0, mantendo-se constantes a
modelo básico estudado para o sistema analógico, sendo frequência e a continuidade da fase. O tipo mais simples é o
transmissor – canal de comunicações – receptor, porém a chaveamento on-off, ou portadora com interrupções,
composição dos equipamentos é mais complexa, tendo em conforme é mostrado na figura abaixo.
vista as presenças do conversor A/D, na transmissão, do
modem e quase certa do corretor de erros. Na recepção, em
sequência inversa, estão o corretor de erros, o modem e o
conversor D/A.
Modem
O nome modem é o resultado da contração de modulador-
demodulador, sendo modulador na transmissão e
demodulador na recepção. O modem é um dispositivo
interface que viabiliza as comunicações digitais nos canais
fio e rádio particularmente.
Na transmissão, o modulador recebe os bits e faz com que Para entender o perigo da ausência de energia, o espaço
atuem sobre uma onda portadora senoidal, geralmente na vazio pode ser ocupado pelo ruído e ocasionar erros na
faixa de áudio (de 300 Hz a 4 KHz), para modificar a sua recepção, pois o bit 0 pode ser interpretado como 1.
amplitude, frequência ou fase, ou dois desses parâmetros O gráfico da portadora chaveada em dois níveis de
simultaneamente. amplitude está na figura abaixo.
Eletronicamente o estágio modulador efetua uma operação
denominada chaveamento da portadora analógica, que
consiste na modulação digital.
A técnica de conversão das sequências de bits em onda
analógica chaveada objetiva evitar os erros que ocorrem na
recepção, motivados pela distorção dos pulsos na linha. No
radiotransmissor, viabiliza a modulação analógica da onda
portadora em AM ou em FM. Não se deve esquecer que bits
nada mais são que pulsos, interrupções de uma tensão
contínua e por isso mesmo são incompatíveis com a entrada
analógica do modulador do radiotransmissor. FSK
No caso particular da modulação digital, com atuação direta Em FSK (frequency shift keying), chaveamento por desvio
dos pulsos sobre a onda portadora de RF, resulta no de frequência, bastante usado em sistemas rádio, o
deslocamento da frequência da portadora. Essa técnica é chaveamento altera a frequência da onda portadora do
utilizada atualmente no GSM da telefonia móvel. modem, mantendo a mesma amplitude e a continuidade da
Na recepção o modem opera inversamente, e ao receber a fase. Assim, a portadora assume dois valores de frequências
portadora chaveada, recupera os bits da informação, (tons de áudio), um para o bit 1 e outro para o bit 0. Alguns
refazendo os pulsos. dispositivos possuem uma chave de inversão para trocar o
Existem diferentes tipos de modem, mas na escolha do tom do bit 1 pelo tom do bit 0. A figura abaixo mostra a
melhor em desempenho, deve-se levar em conta: portadora senoidal de áudio chaveada em frequência.
1- A maior taxa de transmissão de dados;
2- A menor taxa de erro;
3- A menor potência de transmissão;
4- A menor largura do canal;
5- A maior rejeição aos sinais interferentes;
6- A maior simplicidade do circuito.

São modos de chaveamento da onda portadora:

Em função da técnica aplicada ao circuito eletrônico da


recepção, o FSK pode ser coerente ou não coerente, tendo
o primeiro melhor desempenho que o segundo (menor taxa
de erros).

A detecção coerente requer um sinal senoidal de referência


perfeitamente casado em frequência e fase com a portadora
recebida. Essa referência de fase pode ser obtida pelo uso
de um tom piloto transmitido ou do próprio sinal modulado. A
detecção não coerente não requer referência de fase.

Outra variante é o MSK (minimum shift keying), um desvio


mínimo da frequência da portadora, capaz de sensibilizar o
receptor sem acarretar erros de decisão.

ASK PSK

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Em PSK (phase shift keying), chaveamento por desvio de O chaveamento QPSK da portadora cossenoidal pode
fase, o chaveamento é feito de modo a alterar a fase da ocorrer na situação da figura 11.6a, ou seja em 45º, 135º,
portadora em um ou mais pontos do período da senoide 225º ou 315º, mas também pode ocorrer em 90º, 180º, 270º
(entre 0 e 2 ), mantendo-se constantes a amplitude e a ou 360º, na situação da figura 11.6b.
frequência da onda.

Um diagrama espacial dos sinais ou constelação é usado


para locar os bits na posição angular correspondente à
modulação da portadora. Na figura abaixo, a operação em
duas fases, tratada por PSK-2φ ou BPSK, PSK binário com
alteração da fase bit a bit.
Outras opções de sistemas de chaveamento são o PSK-8φ,
com variações na fase em oito níveis (2 3=8) e operação com
tribits: 000, 001, 010, 100 etc. Prosseguindo, tem-se o PSK-
16φ, com variações na fase em dezesseis níveis (2 4=16), e
operação com quadribits 0000, 0001, 0100, 1000 etc.
Em função do esquema de detecção da fase da portadora, o
sistema pode ser coerente ou diferencial (D), de melhor
desempenho que o PSK coerente. O sistema diferencial é
uma versão não coerente do PSK.
O sistema evoluiu para o APK (chaveamento em amplitude e
fase), um modelo híbrido que emprega o conjunto de
técnicas do ASK e do PSK.
A transmissão PSK-2φ, bit a bit, foi considerada lenta, por O APK altera dois dos parâmetros da onda portadora, quatro
isso o sistema evoluiu para o PSK-4φ, QPSK ou PSK níveis em amplitude e quatro níveis em fase e, quando
quaternário, caracterizado pela alteração da fase da colocados em quadratura, conduzem ao sistema QAM, dos
portadora em quatro pontos do ciclo da senoide. Devido ao mais usados na atualidade.
chaveamento da portadora em dibit ou dois bits por vez, são QAM
gerados quatro níveis ou quatro pontos na constelação, O QAM (modulação por amplitude em quadratura) é um
sendo 22=4. sistema otimizado de modulação que modifica duas
O código geralmente usado é o natural, cuja constelação características da portadora, sendo amplitude e fase.
está na figura abaixo, mas há situações em que é usado o Também é conhecido por modulação combinada de
código gray, um código binário modificado. Sistemas que amplitude e fase: AMPSK. Opera por quadribits, sendo o
operam com grandezas mecânicas precisam do código de primeiro bit (b1) modulado em amplitude e os demais (b2, b3
gray para minimizar erros. e b4) em fase. É empregado em modems de alta
velocidade, a 9600 bits/s em aparelhos de fax.
Por existir também em diversos outros níveis, é tratado por
M-QAM, sendo M um múltiplo de dois, como 16-QAM (16,
32, 64, 128, 256, 512 QAM).
A constelação do 16-QAM é apresentada na figura abaixo:

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10 = 1:100 ou um erro em cem bits;
10-3 = 1:1000 ou um erro em mil bits;
E assim por diante.

O valor de referência de relação sinal/ruído para as


Taxa de erro nas comunicações digitais comunicações digitais é 15 dB.
É sabido que erro nas comunicações digitais ocorre quando Utilizando sistemas de correção de erros, os gráficos das
se transmite 1 e o decisor decide por 0 e inversamente, a curvas do BER mudam e os valores de BER diminuem
troca de 0 por 1. No rádio os erros ocorrem devido ao ruído significativamente.
elétrico e às ondas de multipercurso principalmente. Corretor de erros
O mascaramento do sinal pelo ruído pode gerar situações A fragilidade do sistema digital exige a adoção de pelo
indefinidas que induzem o decisor ao erro. menos um código de correção de erros. A aplicação do
O gráfico da figura abaixo mostra as regiões de decisão 1, 0 código é feita com o auxílio de sofisticados circuitos
e a área comum, de indefinição, no estudo da probabilidade eletrônicos mediante a inserção de blocos de bits de
de ocorrência de erro. correção, por ocasião da transmissão, para que na recepção
o sistema possa detectar e corrigir os bits considerados
errados.
O sistema de correção inicia-se na transmissão com a
inserção de bits, o código de correção em segmentos de bits
de informação. A eficácia na correção dos erros detectados
na recepção basicamente depende do código de correção
utilizado.
A taxa de erros nas comunicações digitais pode ser prevista Os sistemas de correção de erros baseiam-se em códigos
matemáticos, quase todos de considerável complexibilidade,
em função da relação de (energia do bit/ densidade cabendo um estudo cuidadoso e direcionado.
Os códigos de correção podem ser agrupados em três tipos,
espectral de ruído). sendo de bloco, cíclico e convolucional. São nomes de
O BER (taxa de erro em bits), em valores relativos, pode ser alguns dos mais importantes códigos: Hamming, Reed
obtido facilmente do gráfico. A família de curvas Solomón (RS), Golay, BCH e Viterbi.
correspondentes aos processos de modulação digital (FSK, Em recepção de radiodigital, quando ocorre uma descarga
MSK e PSK), com as suas variações, sem correção de erro elétrica (raio), uma quantidade significativa de bits de uma
no sistema, consta no gráfico abaixo: sequência é destruída. É um tipo de destruição denominada
rajada, talvez a pior de todas as situações, e somente um
Ao aplicar o valor de , em dB, no eixo horizontal, subindo código poderoso de correção consegue restaurar os bits
destruídos da informação.
verticalmente até encontrar a curva desejada, tira-se o BER As ondas de multipercurso também podem ocasionar erros
do eixo vertical de graduação logarítmica. quando da recuperação do sinal pelo receptor.
O valor do BER tem o seguinte significado:
10-1 = 1:10 ou um erro em dez bits recebidos;

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Conversão de S/N em Eb/N0


Como os bits são recuperados do sinal senoidal da

portadora chaveada, é preciso conhecer a relação ,

equivalente à relação sinal/ruído, da portadora.


Sabe-se que:

Em que Eb - energia por bit em dBW ou dBm;


S - potência do sinal em dBW ou dBm; Descrição sumária dos estágios componentes do
R - taxa de bits em bits/s. sistema
e: - o microfone converte as ondas sonoras da voz e da música
em sinais elétricos analógicos.
Em que N0 – densidade espectral de ruído em dBW ou dBm; - o pré-amplificador amplifica os sinais analógicos de áudio
N – potência de ruído em dBW ou dBm; oriundos do microfone.
B – banda ocupada na transmissão em Hz. - o conversor A/D digitaliza em PCM os sinais de áudio.
Então: - o corretor de erros adiciona bits do sistema de correção.
- o modem faz o chaveamento da portadora de áudio.
- a portadora de áudio do modem modula a portadora de RF
do transmissor.
- a antena converte a RF em onda eletromagnética, que se
Ou: propaga no espaço livre.
- a recepção é feita na ordem inversa, conforme mostra o
diagrama.
Observa-se que o sinal entregue ao modem é obtido da
saída do demodulador do receptor.
Comunicações digitais via fio
Capacidade máxima do canal
A figura abaixo mostra o diagrama em blocos de um sistema
Nas comunicações digitais o cálculo teórico da maior taxa
digital básico de comunicações via fio com sinal de entrada
possível de transmissão, em bits/s, de acordo com o
analógico.
teorema de Shannon-Hartley ou teorema da capacidade do
canal é definido:
Para o canal ideal, com 100% de rendimento tem-se:

Em que Cmáx – capacidade máxima do canal em bits/s;


B – banda passante do canal de comunicações, ou
seja, a largura da faixa ocupada pela radiotransmissão em
Hz;

- relação sinal/ruído do sistema, na recepção, Comunicações de dados via fio e via rádio
As figuras abaixo mostram os esquemas das comunicações
em número (adimensional). de dados entre terminais PC, em circuitos via fio e via rádio,
respectivamente, ambos em operação semiduplex. A taxa de
Enlaces digitais transmissão depende basicamente da banda ocupada na
Os enlaces digitais podem ser efetivados a partir de duas transmissão, quase sempre função da frequência de
fontes singelas de informação, sendo de sinais analógicos e
de dados (sinais digitais). Nesta oportunidade são
transmissão e da relação na recepção.
apresentados, em diagramas, os enlaces rádio e fio com
fontes de sinais analógicos pela necessidade da conversão
A/D na transmissão e D/A na recepção. Deve ser observado
o emprego adequado do transdutor apropriado ao tipo de
serviço, bem como a reprodução correta de cada tipo de
sinal, nos diferentes casos, como fones ou alto-falantes para
reproduzir a voz ou música e a tela ou display para
caracteres e imagens.
Canal rádio digital com fonte analógica
O diagrama em blocos da figura abaixo mostra as partes
integrantes de um sistema digital básico, via rádio, com
fonte de informações de sinal analógico, como de voz.

Comunicações de dados via fibra óptica

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Um modelo básico de comunicações de dados via fibra
óptica é apresentado na figura abaixo. Na prática, o melhor
aproveitamento do sistema é obtido com sinais de um MUX
digital, mas nada impede a sua utilização por uma fonte
singela.
Para a formação do circuito de comunicações é necessário
um par de fios de fibras ópticas e o dobramento do
esquema.

Descrição das partes componentes do sistema


- o dispositivo E/O é um conversor eletro-óptico gerador e
modulador da portadora luminosa com os bits da
informação.
- o amplificador óptico de linha amplifica o sinal luminoso
devido à atenuação imposta pela fibra.
- o dispositivo O/E é um conversor opticoelétrico; demodula
a luz e restaura os pulsos elétricos da informação. Existem
no circuito um decisor e um relógio (clock), base de tempo,
para a recuperação dos pulsos devido à dispersão comum
na fibra.

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