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Perguntas e respostas

mais frequentes

Shaping the future of animal health


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SUMÁRIO 7. Tempos e parâmetros da avaliação da resposta terapêutica--------------------------12

1. Leishmaniose Visceral Canina (LVC) -------------------------------------------------------------------6 Quando devem ser realizados os controles clínicos e laboratoriais após a
administração de Milteforan™?......................................................................................12
Por que a LVC é importante?.............................................................................................6
A eletroforese das proteínas séricas e a relação albumina/globulina
Existem outras espécies de Leishmania que causam a LVC ?..................................6 (índice numérico) são importantes exames complementares para
o diagnóstico clínico da LVC? ..........................................................................................12
Como ocorre a transmissão na LVC ?..............................................................................6
Que efeito produz o tratamento com Milteforan™ no título
Quais as características dos vetores da LVC?................................................................6
de anticorpos anti-leishmania (RIFI)? Pode contribuir para estabelecer
Qual a importância de outras formas de transmissão na LVC ?..............................6 um título normal?...............................................................................................................12

2. Aspectos imunológicos e manifestações clínicas ----------------------------------------------7 Quais os parâmetros mais adequados para avaliar a resposta do paciente à
terapêutica com Milteforan™?.......................................................................................13
Qual a diferença entre infecção e doença clínica na LVC?........................................7
Pode se considerar a hipótese de “resistência farmacológica” por parte
Qual o papel da resposta imune nas diferentes manifestações clínicas da Leishmania caso não sejam detectadas melhoras após um mês de
da infecção por LVC?............................................................................................................7 tratamento com Milteforan™?.......................................................................................13
Os cães apresentam diferentes níveis de resistência à LVC?...................................7 8. Função renal-------------------------------------------------------------------------------------------------------13
Quais são as manifestações clínicas mais comuns da LVC?......................................8 Milteforan™ pode afetar a função renal?....................................................................13
3. Diagnóstico ---------------------------------------------------------------------------------------------------------8 Os rins são frequentemente afetados pela LVC. A utilização
Quais as etapas preconizadas para a realização de um diagnóstico correto de medicamentos leishmanicidas, como a miltefosina, melhora ou agrava
da LVC?......................................................................................................................................8 acondiçãorenal?..................................................................................................................13

Como devem ser interpretados os testes rápidos?....................................................8 Foi investigada a utilização de Milteforan™ em cães com insuficiência
renal grave?...........................................................................................................................14
4. Tratamento ---------------------------------------------------------------------------------------------------------9
9. Recidivas/reinfecções ---------------------------------------------------------------------------------------14
Qual o tratamento mais eficaz e seguro contra a LVC?............................................9
Um animal curado pode se reinfectar?........................................................................14
Quais as vantagens da utilização do Milteforan™?.....................................................9
Quanto tempo após a administração de Milteforan™ surge
5. Miltefosina: mecanismo de ação e farmacocinética------------------------------------------9 a recidiva/reinfecção?........................................................................................................14

Qual o mecanismo de ação da miltefosina contra protozoários Quais os indicadores que permitem diagnosticar uma recidiva/reinfecção
do gênero Leishmania?........................................................................................................9 após uma terapia efetiva?................................................................................................14

Em que formas do parasito a miltefosina atua?.......................................................10 10. Reações adversas---------------------------------------------------------------------------------------------14

A miltefosina é eficaz contra todas as espécies do gênero Leishmania?..........10 Quais as reações adversas mais frequentes observadas durante o tratamento
com Milteforan™?...............................................................................................................14
A miltefosina atua exclusivamente contra o parasito?...........................................10
As reações adversas gastrointestinais, que podem ser observadas após a
Quais as principais características farmacocinéticas da miltefosina?.................11 administração de Milteforan™, devem-se à ação direta da miltefosina sobre
as células da mucosa gástrica?........................................................................................15
6. Posologia------------------------------------------------------------------------------------------------------------12 O que deve ser feito em caso de vômito logo após a administração
Qual a posologia recomendada no tratamento com Milteforan™?...................12 da dose diária?......................................................................................................................15

Por que o tratamento com Milteforan™ dura apenas 28 dias?...........................12 O que deve ser feito em caso de vômito logo após a administração
da dose diária?......................................................................................................................15
Como as alterações cutâneas evoluem durante o tratamento
com Milteforan™? Foram detectadas reações adversas?......................................15

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11. Administração do Medicamento Veterinário-------------------------------------------------15 16. Segurança para o proprietário------------------------------------------------------------------------18
A Virbac recomenda a administração de Milteforan™ diretamente O que pode acontecer em caso de contato acidental com a pele
no alimento do cão. Como é possível garantir a ingestão do proprietário?...................................................................................................................18
da dose correta? .................................................................................................................15
O que pode acontecer no caso de o cão lamber o dono logo após
O que deve ser feito em caso de recusa de ingestão do alimento medicado o tratamento com Milteforan™?....................................................................................18
com Milteforan™?..............................................................................................................15
17. Resistência parasitária-------------------------------------------------------------------------------------18
É importante fazer a administração diária de Milteforan™ sempre
na mesma hora?..................................................................................................................16 É possível o aparecimento de estirpes de Leishmania resistentes
à miltefosina?.......................................................................................................................18
O cão deve estar em repouso durante o tratamento com Milteforan™?........16
18.Diversos------------------------------------------------------------------------------------------------------------18
Cães em tratamento com Milteforan™ podem viajar?...........................................16
A miltefosina tem atividade também contra outros parasitos?..........................18
Existe uma dose máxima de Milteforan™ que não deve
ser ultrapassada?.................................................................................................................16 Milteforan™ foi testado em gatos?...............................................................................18

12. Toxicidade reprodutiva------------------------------------------------------------------------------------16 19. Bibliografia-------------------------------------------------------------------------------------------------------19

Por que é contraindicada a administração de Milteforan™


a cadelas gestantes?...........................................................................................................16
É possível a administração de Milteforan™ em cães reprodutores?..................16
13. Terapia e profilaxia da infecção por Leishmania--------------------------------------------16
Quando o cão deixa de ser um reservatório da infecção por Leishmania?
Durante quanto tempo o cão tratado deixa de ser uma fonte de infecção
para os mosquitos vetores?.............................................................................................16
14. Condições particulares de utilização---------------------------------------------------------------16
Milteforan™ pode ser administrado em cães com insuficiência hepática?......16
Milteforan™ pode ser administrado a animais com Leishmaniose
e erliquiose?.........................................................................................................................17
Milteforan™ pode ser administrado a animais com
doenças autoimunes (lúpus)?..........................................................................................17
Milteforan™ pode ser administrado a um cão diabético?......................................17
Milteforan™ pode ser utilizado em associação com outros compostos
anti-leishmania (metronidazol, aminosidina)?............................................................17
15.Interaçõesfarmacológicas-------------------------------------------------------------------------------17
Milteforan™ pode ser administrado com outros medicamentos como:
IECA (Inibidor de Enzima de Conversão de Angiotensina), medicamentos
para insuficiência cardíaca e para hipertensão arterial, antibióticos,
anti-helmínticos e medicamentos para a prevenção da dirofilariose? .............17
Pode ser feita sedação ou anestesia em um cão em tratamento
com Milteforan™.................................................................................................................17

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1. Leishmaniose Visceral Canina (LVC) Qual a importância de outras formas de transmissão na LVC ?

Por que a LVC é importante? A principal forma de transmissão do parasito para o homem e outros hospedeiros mamíferos é
através da picada de fêmeas de flebotomíneos.
A LVC é uma doença parasitária, causada por um protozoário denominado Leishmania infantum
(syn. chagasi) e tem sua importância por ser uma zoonose, de caráter crônico, grave, e geralmente Entretanto, outras vias alternativas de transmissão também são descritas, dentre as quais
fatal, se não for corretamente diagnosticada e tratada. Os cães são considerados os principais podemos destacar: transfusão sanguínea, sexual, secreções infectadas e transplacentária,
reservatórios deste parasito no ciclo epidemiológico da doença (Gramiccia e Gradoni, 2005). porém de importância relativa no ciclo epidemiológico da doença.

Recentemente, expandiu-se das áreas rurais e silvestres para áreas urbanas e tornou-se um grave Atualmente, estudos estão sendo conduzidos para verificar a importância de ectoparasitas
problema de Saúde Pública, sendo no Brasil uma endemia em franca expansão. Atualmente, é na transmissão da LVC. Acredita-se que, na ausência de flebótomos, a doença possa ocorrer
considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das seis endemias prioritárias possivelmente pela presença de outros ectoparasitas de cães como Ctenocephalides felis e
para o controle de doenças. Rhipicephalus sanguineus.

Existem outras espécies de Leishmania que causam a LVC ? 2. Aspectos imunológicos e manifestações clínicas
A espécie mais importante de LVC, tanto no Velho como no Novo Mundo, é a Leishmania infantum Qual a diferença entre infecção e doença clínica na LVC?
(syn. chagasi), que faz parte do complexo Leishmania donovani.
Na LVC, nem todos os cães infectados desenvolvem a enfermidade. Alguns animais podem
Como ocorre a transmissão na LVC ? ter contato com o parasito, apresentarem títulos de anticorpos específicos ou resposta imune
mediada por células, mas não demonstrar manifestações clínicas da doença e, posteriormente,
A Leishmania é um parasito digenético que necessita de dois hospedeiros distintos para
podem até apresentar cura espontânea.
completar o seu ciclo de vida, um invertebrado pertencente ao gênero Phlebotomus ou
Lutzomyia, sendo a Lutzomyia longipalpis a principal espécie encontrada nas Américas; e Qual o papel da resposta imune nas diferentes manifestações clínicas da infecção por LVC?
um hospedeiro vertebrado, onde podemos destacar os cães, gatos, mamíferos silvestres
e o homem. Uma ampla variedade de manifestações clínicas têm sido descritas na LVC. A infecção em cães
pode se manifestar como uma doença autolimitante ou como uma doença grave e fatal.
Os parasitos apresentam-se sob duas formas principais: uma flagelada extracelular, a
promastigota, encontrada no tubo digestório do vetor, e outra desprovida de flagelo e O tipo de resposta imunológica (Th1 ou Th2) apresentada pelo animal após a infecção, celular
intracelular obrigatória, a amastigota, observada dentro de células do sistema fagocítico ou humoral, associada a outros fatores, como genética, idade, sexo, nutrição, coinfecções,
mononuclear (SFM) e em tecidos dos hospedeiros vertebrados. condições imunossupressivas, presença de ecto ou endoparasitas e virulência da Leishmania,
pode contribuir para uma maior suscetibilidade ou resistência à enfermidade ou mesmo para a
Durante o repasto sanguíneo, a fêmea infectada inocula formas promastigotas (metacíclicas) intensidade das manifestações clínicas.
na pele de hospedeiros suscetíveis. Uma vez inoculada no organismo, as formas promastigotas
metacíclicas são aderidas e recrutadas por macrófagos, dando início a uma série de eventos, - Resposta Th1 predominante: capaz de desenvolver imunidade protetora mediada por células
como: ligação do parasito com o macrófago, internalização e endocitose com formação de T-CD4 através da liberação de interferon-y, IL-2 e TNF, que estimulam a atividade anti-leishmania
fagolisossomo, sobrevivência intracelular, diferenciação em amastigotas e multiplicação. dos macrófagos.
Ocorre a lise dos macrófagos e os parasitos são liberados, levando a visceralização da doença. - Resposta Th2 predominante: conduz à suscetibilidade à doença, associada a uma marcante
O progresso ou não da infecção depende principalmente da eficácia da resposta imune do resposta imune humoral não protetora, com baixa ou deprimida imunidade celular; associada à
hospedeiro (Alvar et al., 2008). produção mista de citocinas por linfócitos Th1 e Th2 (Alvar et al., 2004; Baneth et al., 2008).

Durante um novo repasto, fêmeas de Lutzomyia ingerem macrófagos parasitados e formas Os cães apresentam diferentes níveis de resistência à LVC?
amastigotas, que sobrevivem ao processo de digestão dentro do intestino do vetor, e são Algumas raças, como Boxer, Cocker Spaniel, Rottweiler e Pastor Alemão parecem ser mais
transformadas em formas promastigotas, assim, completando o ciclo epidemiológico. suscetíveis ao desenvolvimento da doença, enquanto outros, como o Ibizian Hound, raramente
Quais as características dos vetores da LVC? desenvolvem sintomas clínicos da LVC. A idade também parece ser um fator importante, pelo
fato de existir uma maior prevalência da doença em cães com idade inferior a 3 anos e superior a
As fêmeas dos flebotomíneos do gênero Lutzomyia são considerados os principais vetores 8 anos. Até o presente momento, parece não existir nenhuma predisposição sexual (Abranches
da Leishmania. Estes insetos estão presentes ao longo de todo o ano em países tropicais et al., 1991; Miró et al., 2007).
e apresentam uma atividade crepuscular e noturna. São ativos quando a temperatura
ambiente exterior se situa entre 15 e 28 °C e sua atividade está associada a um elevado Quais são as manifestações clínicas mais comuns da LVC?
nível de umidade relativa e à ausência de vento e de chuva. Podem percorrer distâncias Uma vez estabelecida a infecção, podemos ter diferentes manifestações clínicas e tipos de
que variam de 200 metros a 2,5 km e são atraídos para o interior das habitações durante lesões apresentadas como: onicogrifose, alterações dermatológicas (dermatite esfoliativa não
a noite, por seu fototropismo positivo (Killick-Kendrick, 1999; Sharma e Singh, 2008). pruriginosa com ou sem alopecia, principalmente em região periocular, orelhas e membros;
Nas fases larvais, os mosquitos (flebótomos) desenvolvem-se e alimentam-se de matéria dermatite ulcerativa com localização predominante em saliências ósseas, junção mucocutânea,
orgânica depositada no solo, enquanto os adultos de ambos os sexos se alimentam de focinho, região interdigital e margem interna da pina; dermatite nodular multifocal; dermatite
açúcares de plantas. Somente as fêmeas são hematófagas e precisam do sangue para a papular; hiperqueratose nasal e digital), linfoadenopatias, hepato-esplenomegalias, alterações
maturação dos ovos. oftálmicas (uveítes, ceratites, hifemas), glomerulonefrites, artrites, epistaxe e perda de peso.
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3. Diagnóstico 4. Tratamento
Quais as etapas preconizadas para a realização de um diagnóstico correto da LVC? Qual o tratamento mais eficaz e seguro contra a LVC?
O diagnóstico da LVC representa um desafio para muitos veterinários e profissionais O tratamento da LVC não é novidade no mundo científico e vem sendo realizado durante muito
de saúde pública, devido à presença de animais assintomáticos, alta variabilidade das tempo, de forma terapêutica e preventiva. A melhora clínica do animal submetido ao tratamento,
manifestações clínicas e pela dificuldade em se obter uma prova diagnóstica que ofereça a drástica redução da carga parasitária, e o consequente bloqueio da transmissão, representam
100% de sensibilidade e especificidade. fatores essenciais para sua indicação.
Assim, além do diagnóstico clínico e laboratorial, o diagnóstico epidemiológico deve No Brasil, o tratamento canino remonta da década de 90, ocasião em que a doença
ser criteriosamente realizado pelo Médico Veterinário, principalmente em animais que apresentou acentuado processo de urbanização. Entretanto, durante todos estes anos,
viajam e que são nascidos em áreas endêmicas da doença. vem sendo discutido na esfera judicial, principalmente por ainda não existir um fármaco
exclusivamente de uso veterinário.
Diversas técnicas laboratoriais podem ser empregadas (sorológicas, parasitológicas e
moleculares) e variam quanto à sensibilidade, especificidade, praticidade e viabilidade. A possibilidade de resistência parasitária, com a utilização de drogas disponíveis para o
Eleger uma única técnica a ser utilizada na rotina clínica, dependerá principalmente tratamento da Leishmaniose Visceral Humana (LVH), determinou a proibição da utilização
do objetivo a ser alcançado, ou seja, concluir o diagnóstico de animais infectados, dos antimoniatos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em 2004 através de
acompanhamento do desenvolvimento da enfermidade e monitoramento dos animais um parecer técnico da Advocacia Geral da União onde “fica proibido o uso do Antimoniato
que serão submetidos à terapia. de N-metil Glucamina para o tratamento da Leishmaniose canina, quando o mesmo for de
distribuição do Ministério da Saúde (nº. 299/2004; BRASIL, 2004b)”.
A identificação e visualização de formas amastigotas, pela punção biópsia aspirativa (PBA)
de linfonodo, medula óssea e baço ou análise de fragmento de pele (histopatologia/ A portaria interministerial (MS / MAPA) n. 1426 de 11 de julho de 2008, proíbe o tratamento da
imunoistoquímica), representa o método de eleição para o diagnóstico de uma infecção LVC com drogas de uso humano ou não registrada no MAPA, e foi amparada nas normas técnicas
estabelecida e disseminada na LVC, com alta especificidade. Entretanto, a sensibilidade especiais para o combate das leishmanioses no país (Decreto lei 1963).
desta técnica pode ser baixa, pois depende basicamente da coleta, do profissional e
principalmente da amostra obtida, que pode apresentar baixa densidade parasitária Assim, uma droga exclusiva de uso veterinário, registrada no MAPA, com efeito leishmanicida, e
(GRADONI, 2002). que promova a redução ou bloqueio da transmissão para os flebotomíneos, representa uma
ferramenta importante para o controle da doença e uma melhora na qualidade de vida dos animais.
Vários métodos sorológicos têm sido propostos na busca de anticorpos específicos
anti-leishmania (IgG), podendo ser utilizadas técnicas quantitativas como a reação de Quais as vantagens da utilização do Milteforan™?
imunofluorescência indireta (RIFI) ou qualitativas pelo ensaio imunoenzimático de ELISA. • Trata-se do primeiro e único medicamento para o tratamento da LVC autorizado no Brasil.
O aumento dos títulos de anticorpos na RIFI quantitativa, sugere normalmente doença • Facilidade de administração – administrado por via oral em dose única diária durante 28 dias.
clínica, recidiva e/ou reinfecção.
• Segurança comprovada.
O isolamento do DNA específico do parasito através da técnica de reação em cadeia
pela polimerase (PCR) pode ser realizado através de várias amostras, sendo os melhores • Pode ser utilizado em nefropatas e hepatopatas – os estudos clínicos realizados durante o
resultados obtidos de aspirado de medula óssea, linfonodos, baço; swab conjuntival; processo de registro não demonstraram alterações no perfil hepático e renal (creatinina, ureia,
ou fragmento de pele. O PCR apresenta alta sensibilidade permitindo obter resultados fosfatase alcalina, AST, ALT e GGT). Milteforan™ não é, portanto, contraindicado em animais com
positivos em animais clinicamente saudáveis em zonas endêmicas. No entanto, não insuficiência renal (Estágios IRIS) e hepática.
identifica doença clínica, mas somente que houve infecção, e que há presença de DNA
• Efeito Leishmanicida e Imunomodulador - Milteforan™ não atua somente na destruição
parasitário.
parasitária, mas também na ativação de macrófagos, produção de citocinas e na resposta imune
A PCR em tempo real (RT-PCR ou qPCR) permite quantificar a carga parasitária e vem celular Th1.
sendo utilizada para avaliar o estado clínico do animal (identifica doença clínica) e sua
resposta frente ao tratamento. 5. Miltefosina: mecanismo de ação e farmacocinética
Como devem ser interpretados os testes rápidos? A miltefosina é o primeiro fármaco de administração oral com eficácia comprovada no
combate às leishmanioses, sendo que a Virbac desenvolveu na Europa uma formulação
Testes comerciais de imunocromatografia, utilizados em humanos e animais, foram implantados específica para uso veterinário, o Milteforan™, apresentada sob a forma de solução oral
para exames de rotina e podem representar um avanço no diagnóstico epidemiológico da contendo 2% de miltefosina (20 mg/mL).
infecção por serem práticos, rápidos (cerca de 10 minutos) e apresentarem boa sensibilidade e
especificidade. Entretanto, devem ser analisados com cautela, e sempre associados com outras Qual o mecanismo de ação da miltefosina contra protozoários do gênero Leishmania?
provas específicas.
Figura 1: estrutura química da miltefosina P

P N+
0 0
0-
8 9
A miltefosina é um análogo de fosfolipídeo, composto por ésteres com diferentes cadeias Quais as principais características farmacocinéticas da miltefosina?
longas de grupos alquílicos saturados e insaturados. Foi demonstrado que a miltefosina é
estruturalmente similar a compostos metabolizados pelos protozoários da família Leishmania. Rápida e completa absorção após administração oral:
Diversos estudos evidenciam que a miltefosina exerce seu efeito anti-leishmania por ação sobre A miltefosina evidenciou em ratos e cães uma biodisponibilidade absoluta de,
as etapas do metabolismo dos fosfolipídeos no parasito. A miltefosina é capaz de penetrar na respectivamente, 82% e 94%, com a concentração máxima alcançada em um intervalo
membrana celular e causar um rápido e intenso metabolismo dos ésteres fosfolipídeos nas de tempo de 4 a 48 horas (Tmax).
espécies de Leishmania. A miltefosina também interfere nas etapas da comunicação celular e no
processo de síntese das membranas celulares do parasito das seguintes formas: Baixa depuração plasmática:

• Inibindo a biossíntese de receptores GPI (glicosil fosfadil-inositol): uma molécula-chave Em cães, após administração oral repetida de miltefosina durante 28 dias, a depuração
para a sobrevivência intracelular das formas amastigotas da Leishmania. plasmática foi de 3,40 ± 0,447 mL/kg/h, correspondendo a uma taxa de eliminação
corporal de aproximadamente 0,06% para um cão com 10 kg. Tal fato sugere que a
• Interrompendo o sinal de transdução da membrana por ativação da fosfolipase C Leishmania- eficácia de transformação metabólica da miltefosina em diferentes metabólitos é
específica e da proteinoquinase C. escassa e não existe uma primeira etapa de metabolismo hepático.
Em consequência destas ações, a miltefosina causa a morte por apoptose da célula protozoária. É Meia vida plasmática (t ½):
também aceito que a miltefosina é capaz de ativar algumas imunofunções do hospedeiro (Croft
& Engel, 2006). A meia vida em cães foi de aproximadamente 153 horas (153 ± 13,7 h) equivalente a 6,3
dias. Essa meia vida de eliminação lenta pode ser explicada através da baixa depuração
Em que formas do parasito a miltefosina atua? plasmática da miltefosina. Considerando-se essa meia vida de eliminação lenta em cães,
Estudos in vitro demonstraram: é esperado alcançar um “equilíbrio dinâmico” após 3-4 semanas de administrações
diárias de miltefosina. A administração repetida em cães, durante 28 dias, de 2 mg/kg/
• Atividade significativa contra a forma promastigota extracelular: em estudos realizados com dia, conduz a um aumento da concentração plasmática da substância ativa durante as
tempo de exposição de 48 ou de 72 horas no total, foi observada inibição do crescimento com primeiras duas semanas de tratamento, sendo alcançado o equilíbrio dinâmico no fim
concentrações de 30 µM, sendo que os valores de atividade DL50 variaram de 0,5-1,0 µM. do tratamento (28 dias). No final do tratamento existe uma diminuição lenta e linear da
miltefosina plasmática com eliminação completa nas 4 semanas seguintes.
• Destruição da forma amastigota intracelular: foi observada uma taxa de 95% de destruição
intracelular do parasito em macrófagos peritoneais de ratos com 30 µM de miltefosina. Foram Ampla distribuição nos tecidos alvo:
observados valores de atividade entre 1 e 11 µM em estudos realizados com 96 ou 120 horas de
exposição à molécula. A miltefosina distribui-se amplamente por todo o organismo. Em relação à distribuição
tecidual, foram encontradas elevadas doses de miltefosina nos rins, fígado, baço e pele;
A miltefosina é eficaz contra todas as espécies do gênero Leishmania? órgãos-chave nos quais as formas amastigotas da Leishmania se localizam.
Um estudo comparativo avaliou a sensibilidade à miltefosina das formas promastigota e Metabolismo:
amastigota das seis mais importantes espécies de Leishmania. Este estudo demonstrou
que a L. donovani (L. infantum chagasi, o agente etiológico da LVC, faz parte do complexo A miltefosina sofre um lento metabolismo hepático, transformando-se em colina (um
L. donovani) é a espécie mais sensível à miltefosina, enquanto que a L. major (agente composto natural) e metabolitos da colina.
etiológico da Leishmaniose Tegumentar, em que o cão não é o principal reservatório) é Fases da eliminação:
a espécie menos sensível, mesmo sabendo que é ainda sensível a doses relativamente
baixas de miltefosina. Por ordem completa de sensibilidade à miltefosina: A miltefosina é apenas parcialmente excretada pelas fezes. A contribuição da eliminação
fecal para a eliminação corporal foi de 10 ± 4,86%, o que significa que apenas cerca de
L. donovani (L. donovani var. infantum) > L. aethiopica > L. tropica > L. panamensis > L. mexicana > L. major 10% da dose administrada por via parenteral é excretada pelas fezes, enquanto que a
A miltefosina atua exclusivamente contra o parasito? eliminação dos 90% remanescentes acontece, tal como acima explicado, após um lento,
mas importante metabolismo hepático. As concentrações urinárias de miltefosina são
A miltefosina não atua apenas diretamente destruindo o parasito, mas também estimula abaixo dos limites de quantificação após 3 dias de administração. A contribuição da
a ativação de macrófagos e células T. Foi observado que a miltefosina induz a produção eliminação renal para a eliminação corporal foi considerada insignificante (cerca de
de IFN pelos macrófagos (Wadhone et al, 2009). Esta produção é reduzida em macrófagos 0,03%).
infectados com Leishmania, mas é significativamente restaurada na presença da miltefosina.
A miltefosina também promove a ação de importantes enzimas anti-leishmania (quinases Por essa razão, Milteforan™ pode ser administrado a cães com insuficiência renal (IR).
p38MAP) e as funções de resposta Th1 da interleucina-12 dependente. A infecção dos Não é necessário ajustar a dose em pacientes com insuficiência renal e não existe
macrófagos por Leishmania induz uma resposta do tipo Th2, mas o tratamento com a risco de sobredosagem por miltefosina no caso de cães com IR tratados com base na
miltefosina pode modificá-la para uma resposta do tipo Th1. posologia registrada.

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Figura 2: absorção, distribuição e metabolismo Quais os parâmetros mais adequados para avaliar a resposta do paciente à terapêutica com
Milteforan™?
Biodisponibilidade Sem excreção Seguro para
absoluta de 94% renal os rins A resposta subjetiva e individual ao tratamento deve ser avaliada com base no exame clínico
(melhora das manifestações clínicas), exames hematológicos e bioquímicos (reestabelecimento
dos valores de normalidade); redução drástica do número de formas parasitárias ou ausência
Eficaz por (PBA de linfonodo, medula óssea e imunoistoquímica de pele).
via oral Meia vida
de eliminação O uso de técnicas laboratoriais mais específicas como a técnica do PCR quantitativo, pode ser
lenta
considerada de grande importância para avaliar e acompanhar o impacto terapêutico, bem como
Ampla distribuição avaliar a transmissibilidade do animal tratado. Pode ser realizado com amostras de linfonodo,
nos tecidos medula óssea, fragmento de pele e swab conjuntival.
Estado clínico
do cão estável
em 28 dias Pode se considerar a hipótese de “resistência farmacológica” por parte da Leishmania caso não
com administrações sejam detectadas melhoras após um mês de tratamento com Milteforan™?
Alcança
1 vez ao dia
tecidos-alvo
Milteforan™ é uma molécula nova, com pouco tempo de comercialização. Não há evidências
de relação entre falhas terapêuticas e a presença de estirpes de Leishmania resistentes.
6. Posologia Se o diagnóstico estiver absolutamente correto e não existirem patologias concomitantes,
a falha terapêutica deve-se, aparentemente, a uma subjetiva hiporreatividade do animal à
Qual a posologia recomendada no tratamento com Milteforan™?
terapêutica aplicada.
MilteforanTM deve ser administrado por via oral, em uma dose diária única de 2 mg/kg
durante 28 dias consecutivos, o que equivale a 1 mL para cada 10 kg de peso corporal.
8. Função renal
Por que o tratamento com Milteforan™ dura apenas 28 dias?
Milteforan™ pode afetar a função renal?
A farmacocinética e os inúmeros estudos clínicos realizados durante o processo de registro do
Não foi detectada alteração dos parâmetros indicadores da função renal nos estudos clínicos
medicamento, demonstraram uma excelente eficácia do Milteforan™ quando administrado
realizados com Milteforan™ durante 28 dias com a dose recomendada.
durante 28 dias.
Os mais recentes estudos farmacocinéticos e toxicológicos indicam que o Milteforan™ não possui
A meia vida da miltefosina no organismo do animal é de aproximadamente 6,3 dias e tal fato
excreção renal e que, aparentemente, não causa danos ao rim, nem agrava uma patologia renal
deve-se à baixa eliminação plasmática do fármaco.
pré-existente. É, contudo, importante recordar que um simples tratamento etiológico não pode
Estudos recentes orientados para a utilização do produto, utilizando a técnica de qPCR, resolver uma lesão renal já existente. É necessário intervir com terapias específicas e de suporte
demonstraram no 28º dia de tratamento uma redução da carga parasitária de 95-98%. para a insuficiência renal.
Os rins são frequentemente afetados pela LVC. A utilização de medicamentos leishmanicidas,
7. Tempos e parâmetros da avaliação da resposta terapêutica
como a miltefosina, melhora ou agrava a condição renal?
Quando devem ser realizados os controles clínicos e laboratoriais após a administração
A LVC é uma doença multissistêmica com sinais clínicos altamente polimórficos. A maior parte
de Milteforan™?
dos cães com LVC apresenta perda de peso, atrofia muscular, linfoadenomegalia generalizada
A avaliação clínica e laboratorial do animal submetido à terapia com o Milteforan™ deve ser e descamação furfurácea. Em todos os cães com Leishmaniose, os rins são potencialmente
realizada pelo Médico Veterinário responsável e conforme resposta individual de cada paciente. afetados e a doença renal pode ser a única patologia detectável (Baneth et al., 2002, Costa
No entanto, sugere-se uma reavaliação a cada 4 meses, conforme descrito em bula. et al. 2003). A insuficiência renal crônica é uma grave manifestação clínica da evolução da doença,
sendo apontada como a principal causa de morte em cães com Leishmaniose. A alteração renal
A eletroforese das proteínas séricas e a relação albumina/globulina (índice numérico) são pode começar por proteinúria assintomática e evoluir para a síndrome nefrótica ou para a
importantes exames complementares para o diagnóstico clínico da LVC? doença renal crônica, com glomerulonefrite associada a nefrite túbulo-intersticial e amiloidose.
Vários trabalhos demonstram que durante o tratamento, a relação albumina/globulina (A/G) e As lesões glomerulares que surgem nos cães durante a infecção por Leishmania são causadas
os valores do proteinograma, retornam aos valores de normalidade, devido à diminuição das pela presença de imunocomplexos. A presença de lesões túbulo-interticiais é geralmente
proteínas séricas totais e fração gamaglobulina, e o aumento da albumina sérica. No entanto, considerada consequência das lesões glomerulares que são, portanto, lesões primárias. Apesar
devido a este efeito ser gradual e dependente da resposta individual de cada paciente, não da gravidade das lesões renais, o aumento dos níveis da creatinina sérica e da ureia resultantes
pode ser utilizado como parâmetro indicativo da eficácia, nem é uma ferramenta válida para a da insuficiência renal primária só é detectável quando já se encontra afetada uma elevada
determinação da interrupção terapêutica. Poderia ser usado apenas para acompanhar e avaliar porcentagem de néfrons. Um estudo (Bianciardi et al., 2009, Toxicologic Pathology) realizado em
possíveis recidivas e/ou reinfecções. cães saudáveis com miltefosina (doses padrão recomendadas) mostrou que o impacto na função
renal e na condição clínica de cães submetidos ao tratamento é extremamente limitado. O
Que efeito produz o tratamento com Milteforan™ no título de anticorpos anti-leishmania (RIFI)? exame histológico demonstrou glomérulos normais e sem danos na observação ultraestrutural
Pode contribuir para estabelecer um título normal? e imunofluorescente.

A resposta imunológica humoral, que ocorre durante a infecção e o tratamento da doença, Em conclusão, cães com Leishmaniose devem ser cuidadosamente avaliados quanto à existência
não tem um papel tão importante pois títulos séricos não apresentam redução imediata. prévia de lesões renais.
12 13
Foi investigada a utilização de Milteforan™ em cães com insuficiência renal grave? As reações adversas gastrointestinais, que podem ser observadas após a administração de
Milteforan™, devem-se à ação direta da miltefosina sobre as células da mucosa gástrica?
Atualmente, não existe informação disponível sobre estudos realizados em animais com
insuficiência renal grave. O modo de ação da miltefosina (inibição da síntese da membrana do protozoário e
inibição da transdução do sinal da membrana) é específico para o parasita Leishmania.
Não foi registrada alteração nos parâmetros indicativos da função renal em estudos clínicos As reações adversas gastrointestinais estão relacionadas com um processo de irritação
realizados com Milteforan™ utilizando a dose recomendada durante um período de 28 dias. local da mucosa gástrica (reduz significativamente com a administração de alimento ou
É importante lembrar que, qualquer cão com LVC suscetível de ser classificado no “nível 3” da com associação de protetor de mucosa gástrica ou antiemético).
classificação CKD IRIS (http://www.iris-kidney.com), deve ser tratado como paciente de risco: Todos os estudos clínicos realizados com o Milteforan™ demonstraram que as reações
• Todo o tratamento possível deve ter como objetivo estabilizar a função renal do paciente e adversas gastrointestinais são moderadas, transitórias e de curta duração.
prevenir o agravamento (fluidoterapia, IECAS, anti-hipertensivos, EFA, dietas específicas, O que deve ser feito em caso de vômito logo após a administração da dose diária?
eritropoietina humana, ácido acetilsalicílico, etc.).
No caso de se tratar de um episódio isolado de vômito, não é necessário parar o tratamento.
• Muitas vezes, estas terapias revelam-se mais urgentes do que a terapia etiológica.
Não é necessário administrar novamente a dose diária porque a miltefosina acumula-se no
Cães classificados no “nível 4” da classificação IRIS, apresentam uma lesão renal muito avançada e organismo graças à sua longa meia vida, portanto, a ausência de uma ou de duas doses não
grave. Nesses casos, a lesão renal é o problema principal. Para esses animais, deve ser preconizada altera a farmacocinética do Milteforan™.
uma diálise de forma temporária.
Como as alterações cutâneas evoluem durante o tratamento com Milteforan™?
9. Recidivas/reinfecções Foram detectadas reações adversas?
Um animal curado pode se reinfectar? Durante os muitos estudos clínicos de eficácia realizados, a condição dermatológica dos cães
A reinfecção é altamente provável em áreas endêmicas onde os cães permanecem no tratados com Milteforan™ foi melhorando a partir do início da segunda semana. Durante mais
peridomicílio. Cães que vivem em áreas endêmicas estão expostos de forma contínua às de dois anos de comercialização na Europa, foram realizados mais de 100.000 tratamentos com
picadas dos flebótomos. Foi demonstrado que cães podem ser picados centenas de vezes Milteforan™. Alguns desses tratamentos reportam que um aparecimento ou agravamento
durante uma única noite. É muito provável que, quando o parasito é reintroduzido de forma das manifestações dermatológicas aconteceu por volta da 3ª ou 4ª semana de administração.
contínua, cães inicialmente resistentes à infecção, venham mais tarde a serem infectados. Contudo, esse quadro era transitório e não requeria qualquer terapia específica. A explicação
para esse fato é ainda desconhecida e será objeto de futuras investigações.
É importante a utilização de métodos preventivos, como inseticidas e produtos com ação
repelente do mosquito no animal e no ambiente. Em caso de agravamento do estado geral em consequência de uma superinfecção ou de
um crescimento bacteriano oportunista, pode ser administrado um tratamento antibiótico
Quanto tempo após a administração de Milteforan™ surge a recidiva/reinfecção? adequado. Atualmente, as fluorquinolonas parecem ser a melhor opção porque apresentam,
por um lado, um espectro de ação adequado à terapêutica dermatológica e, por outro lado,
É impossível prever se, e quando, um animal recuperado pode sofrer uma recidiva. Ainda não
uma ação imunomoduladora contra a infecção por Leishmania spp. (Bianciardi et al., 2004).
estamos sequer habilitados a distinguir uma recidiva de uma reinfecção. Cada animal apresenta
uma resposta individual à terapia, a qual é muitas vezes determinada pela subjetividade da 11. Administração do Medicamento Veterinário
capacidade de seu sistema imunológico.
A Virbac recomenda a administração de Milteforan™ diretamente no alimento do cão. Como é
Quais os indicadores que permitem diagnosticar uma recidiva/reinfecção após uma possível garantir a ingestão da dose correta?
terapia efetiva?
Milteforan™ pode ser administrado ao animal misturado com o alimento ou direto na
A realização do qPCR (quantitativo) pode ser um bom indicador de recidiva/reinfecção boca. Fica a critério do proprietário/administrador do medicamento.
bem como a avaliação clínica periódica.
O que deve ser feito em caso de recusa de ingestão do alimento medicado com Milteforan™?
10. Reações adversas
Em todos os ensaios clínicos realizados, as taxas de aceitação do alimento medicado com
Quais as reações adversas mais frequentes observadas durante o tratamento com Milteforan™? Milteforan™ foram elevadas. Somente em casos raros houve rejeição do alimento associado com
a medicação.
Apesar de não terem sido observadas no estudo realizado no Brasil, as reações gastrointestinais,
entre elas, vômito e diarreia, são as mais frequentes. No caso de vômito durante o tratamento que impossibilite a administração de Milteforan™, é
importante determinar a azotemia, uma vez que os valores elevados desta estão muitas vezes
Essas reações adversas podem surgir em qualquer momento do tratamento, mas
relacionados com a “gastrite urêmica”, determinante da incapacidade de absorção de qualquer
geralmente ocorrem entre 5-10 dias após o início da terapia e prolongam-se em média por
substância por via oral.
1 ou 2 dias. A administração do medicamento junto a uma das refeições do animal permite
que essas reações adversas sejam menos intensas e mais esporádicas.

14 15
É importante fazer a administração diária de Milteforan™ sempre na mesma hora? Ensaios clínicos não demonstraram qualquer efeito negativo relevante sobre o fígado
(não houve alteração significativa dos parâmetros hepáticos).
Sim. É importante respeitar a posologia mínima oral de 2 mg/kg a cada 24 horas.
Contudo, a administração em animais com graves insuficiências hepática e cardíaca deve ser
O cão deve estar em repouso durante o tratamento com Milteforan™? realizada apenas após uma avaliação criteriosa do risco-benefício pelo Médico Veterinário.
Não existe informação que sugira a necessidade de o cão estar em repouso. Contudo, Milteforan™ pode ser administrado a animais com Leishmaniose e erliquiose?
considerando que se trata de uma doença crônica debilitante, o estado geral do indivíduo
deve ser levado em conta e o “bom senso” deve prevalecer. Não foi especificamente avaliada a eficácia de Milteforan™ em animais com Leishmaniose
e erliquiose. Contudo, do ponto de vista farmacológico, não existem contraindicações
Se o paciente responder bem à terapia, o estado geral e o comportamento sensorial particulares relativas à utilização simultânea de Milteforan™ e doxiciclina (princípio ativo
melhoram rapidamente, fazendo com que o animal se torne mais ativo e receptivo. de eleição no tratamento da erliquiose). Na prática clínica, Milteforan™ foi muitas vezes
Cães em tratamento com Milteforan™ podem viajar? associado à terapia específica para animais infectados com ambos os parasitos, sem que
tenha sido reportado qualquer efeito negativo.
É perfeitamente aceitável viajar com um cão em tratamento. É importante continuar com a
terapia diária regular durante todo o período de duração do tratamento. O uso de inseticidas Milteforan™ pode ser administrado a animais com doenças autoimunes (lúpus)?
e repelentes deve ser obrigatório para prevenir uma potencial reinfecção. Não foi especificamente avaliada a eficácia de Milteforan™ em animais com essas patologias. Não
Existe uma dose máxima de Milteforan™ que não deve ser ultrapassada? é, portanto, atualmente possível recomendar de forma objetiva a sua utilização nesses casos.

A dose recomendada é de 2 mg/kg. Milteforan™ pode ser administrado a um cão diabético?

Se for necessário estabelecer uma dose por estimativa, é preferível o seu cálculo acima Não foram realizados estudos específicos em animais diabéticos. Contudo, do ponto de
do limite superior. Contudo, considerando que as reações adversas gastrointestinais vista farmacológico e farmacocinético, tendo em conta os diferentes mecanismos de ação e
estão correlacionadas com a dose, não é aconselhável ultrapassar os 2,5 mg/kg. metabolismos, não deve existir interação medicamentosa entre Milteforan™ e insulina.
Milteforan™ pode ser utilizado em associação com outros compostos anti-leishmania
12. Toxicidade reprodutiva (metronidazol, aminosidina)?
Por que é contraindicada a administração de Milteforan™ a cadelas gestantes?
Não foram realizados, até a data, estudos sobre a associação da miltefosina com outros
Os estudos de toxicidade demonstraram que Milteforan™ apresenta efeitos embriotóxicos, princípios ativos anti-leishmania como o metronidazol ou a aminosidina.
teratogênicos e fetotóxicos, por isso não deve ser administrado a cadelas gestantes
15. Interações farmacológicas
É possível a administração de Milteforan™ em cães reprodutores?
Milteforan™ pode ser administrado com outros medicamentos como: IECA (Inibidor de Enzima
Animais portadores de LVC devem ser castrados, pois a transmissão da Leishmania pode ocorrer de Conversão de Angiotensina), medicamentos para insuficiência cardíaca e para hipertensão
por via venérea. arterial, antibióticos, anti-helmínticos e medicamentos para a prevenção da dirofilariose?

13. Terapia e profilaxia da infecção por Leishmania Não foram realizados estudos específicos. O metabolismo hepático da miltefosina ocorre por
hidrólise da longa cadeia lipídica da molécula colina.
Quando o cão deixa de ser um reservatório da infecção por Leishmania? Durante quanto tempo
o cão tratado deixa de ser uma fonte de infecção para os mosquitos vetores? Um estudo farmacocinético avaliou a possível interação entre a miltefosina e 15 citocromos P450
diferentes, evidenciando não existir interação entre esses e o princípio ativo do Milteforan™
Atualmente, não existe nenhum tratamento capaz de eliminar 100% a Leishmania (exceto (Berman, 2005). Em teoria, não é esperada qualquer interação farmacocinética entre a miltefosina
em casos raros). Por essa razão, cada cão infectado (sintomático ou assintomático) deve ser e várias outras substâncias ativas (por exemplo, ivermectina, cetoconazol, ciclosporina, etc.).
acompanhado pelo Médico Veterinário de confiança e submetido a exames laboratoriais
periódicos, auxiliando no controle da doença em benefício da Saúde Pública. A utilização de Milteforan™ em ensaios clínicos de eficácia e na prática clínica a campo ainda
não revelou, até a data, qualquer interação com as principais terapias e profilaxias em medicina
A redução da carga parasitária e a melhora clínica do animal são fatores essenciais para veterinária (p.ex. vacinas, antibióticos, IECAS, anti-helmínticos, etc.).
que o animal apresente uma redução ou ausência de infectividade para os flebotomíneos.
Pode ser feita sedação ou anestesia em um cão em tratamento com Milteforan™
De qualquer forma, considerando o acima exposto, o cão deve ser protegido de insetos
vetores com substâncias inseticidas e repelentes. Não foram realizados estudos específicos para avaliação desse aspecto particular. Contudo,
durante a realização da maior parte dos ensaios clínicos de eficácia, os animais foram sedados ou
14. Condições particulares de utilização anestesiados para colheita de medula óssea para avaliação citológica ou exame com técnica PCR.
Em nenhum caso foi observada uma interação negativa entre essas práticas e a administração de
Milteforan™ pode ser administrado em cães com insuficiência hepática? Milteforan™.
Milteforan™ não está especificamente contraindicado em cães com insuficiência hepática, pois
o metabolismo da miltefosina se caracteriza por uma transformação lenta em colina – uma
transformação metabólica que não exige a presença de enzimas hepáticas específicas.
16 17
16. Segurança para o proprietário 19. Bibliografia
O que pode acontecer em caso de contato acidental com a pele do proprietário? 1. Abranches, P., Silva-Pereira, M.C., Conceição-Silva, F. M., Santos-Gomes, G. M., Janz, J. G., (1991) Canine Leishmaniosis: pathological and ecological
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Foram realizados uma série de estudos e testes destinados a avaliar a segurança para 2. Achterberg V, Gercken G. (1987) Cytotoxicity of ester and ether lysophospholipids on Leishmania donovani promastigotes. Molecular and
o administrador do Milteforan™ (p.ex. exposição direta dos olhos, exposição dos olhos Biochemical Parasitology,; 23:117-122.
após contato com as mãos contaminadas com o produto, exposição da pele, ingestão 3. Achterberg V, Gercken G. (1987) Metabolism of ether lysophospholipids in Leishmania donovani promastigotes. Molecular and Biochemical
involuntária, exposição oral às mãos contaminadas com o produto, contato cutâneo Parasitology,; 26:277-287.
repetido e prolongado, etc.). 4. Alvar, J., Aparicio, P., Aseffa, A., Den Boer, M., Canavete, C., Dedet, J. P., Gradoni, L., Ter Horst, R., Lopez-Velez, R., Moreno, J., (2008) The relationship
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Todos os testes de contato cutâneo repetido demonstraram não existir risco claro de
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Em alguns casos, foi observada uma ligeira irritação local. Por essa razão, é recomendável leishmaniasis. Eur J Epidemiol 2003; 18:147-156.
o uso de luvas de proteção mesmo para manipulação da embalagem, de forma a evitar
7. Baneth G, Shaw SE. Chemotherapy of canine leishmaniasis. Veterinary Parasitology, 2002; 106:315-324.
qualquer possível contato com a solução.
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Em caso de contato acidental com os olhos ou pele, lavar imediatamente com bastante parto ne. Trends Parasitol. 24, 324-330.
água e procurar ajuda médica.
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O que pode acontecer no caso de o cão lamber o dono logo após o tratamento 10. Berman J. Miltefosine to treat leishmaniosis, Expert Opinion Pharmacotherapeutics, 2005; 6(8): 1381-1388.
com Milteforan™?
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antimoniate in healthy dogs: clinicopathological evaluation of the impacto n the kidneys. Toxicologic Pathology Journal. Aug 18.
A possibilidade de o cão lamber o dono imediatamente após ter ingerido a medicação foi
também considerada nos estudos realizados sobre exposição cutânea repetida. 12. Bianciardi P, Fasanella A, Foglia Manzillo V, Trotta T, Pagano A, Sorino S, Gradoni L, Oliva G. (2004) The efficacy of enrofloxacin, alone or combined
with metronidazole, in the therapy of canine leishmaniasis. Parasitol Res. Aug; 93(6):486-92.
A quantidade de substância ativa suscetível de ser transmitida através de uma lambida
13. Bianciardi P, Oliva G, Vischer C. (2009) Comparative clinical field study to evaluate the efficacy and safety of miltefosine administered for 28 days
de um cão que tenha acabado de ingerir a dose diária de miltefosina foi calculada como or 56 days in the treatment of canine Leishmaniosis. 4th WorldLeish Congress Lucknow, India, February.
sendo aproximadamente 5% da dose diária total (30 minutos após a ingestão já não
14. Bianciardi P, Vischer C, Brovida C, Valente M, Aresu L, Cavicchioli L, Castagnaro M. (2009) Studio clinico di istopatologia renale in seguito a
existem vestígios na saliva). Sendo uma quantidade muito baixa, não representa qualquer somministrazione di Miltefosina e Antimoniato di N-metilglucamina in cani Beagle sani. Veterinaria, (23), 4:33-39.
risco para a saúde humana.
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17. Resistência parasitária
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É possível o aparecimento de estirpes de Leishmania resistentes à miltefosina? -susceptible strains of Trichomonas vaginalis, Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 2006, 57: 273-278.

17. Blavier, A., Keroack, S., Denerolle, P., Goy-Thollot, I., Chabanne, L., Cadore, J. L., Bourdoiseau, G., (2001) Atypical forms of canine Leishmaniosis.
Milteforan™ é uma molécula nova, com pouco tempo de comercialização. Não há evidências Vet. J. 162, 108-120.
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18. Diversos 19. Cardoso L, Rodrigues M, Santos H, Schoone GJ, Carreta P, Varejao E, Van Benthem B, Afonso MO, Alves-Pires C, Semio-Santos SJ, Rodrigues J,
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Existem publicações que descrevem a atividade da miltefosina também contra os 20. Castagnaro M., Crotti A., Fondati A., Gradoni L., Lubas G., Maroli M., Oliva G., Paltrinieri S., Solano-Gallego L., Roura X., Zatelli A., Zini E. (2007).
Leishmaniosi canina: Linee guida su diagnose, stadi azione, terapia, monitoraggio e prevenzione. Parte I: Aproccio diagnostico e classificazione del
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Milteforan™ foi testado em gatos? 21. Ciaramella, P., Oliva G., Luna, R. D., Gradoni, L., Ambrosio, R., Cortese, L., Scalone, A., Persechino, A. (1997) A retrospective clinical study of canine
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Não existe informação disponível sobre a tolerância ou a eficácia de Milteforan™ 22. Crosta FA, Goto H, Saldanha LC, et al. (2003) Histophatologic patterns of nephropathy in naturally acquired canine visceral Leishmaniosis. Vet.
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O propilenoglicol, um dos excipientes na composição do Milteforan™, parece não ser 23. Croft SL, Neal RA, Pendergast W, Chan JH. The activity of alkyl phosphorylcholines and related derivatives against Leishmania donovani.
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