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Ernesto Geisel
Ministro da Educação e Cultura
Ney Braga
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
CADERNO TÉCNICO-DIDÁTICO
ATLETISMO
'
Apresentação ................................................................................................. 5
Introdução .................................................................................................. 7
Organograma ...................................................................................... 8
Composição dos grupos ......................................................................... 9
Capítulo I
Treinamento desportivo de alto rendimento ....................................... 11
Capítulo II
Força ..................................................................................................... 25
Capítulo III
Velocidade ......................................................................................... 71
Capítulo IV
Capítulo V
Na composição estrutural deste Caderno técnico trabalho aqui apresentado, o pensamento dos pro-
foi respeitada a versão original elaborada pelas fessores e técnicos do Instituto de Esportes da Uni-
equipes de trabalho distribuidas em suas áreas de a- versidade de Mogúncia (Mainz, Alemanha).
tuação, conforme o organograma estabelecido pela Os Capítulos II, IIIe IV se referem às qualidades
chefia da delegação. Entretanto, para efeito de me- físicas básicas e contêm as aulas teóricas, pesquisas
lhor compreensão do leitor,obedeceu-se uma seqüên- mais recentes, treinamento cumprido pelos atletas e
cia expositiva que permitiu um acompanhamento à resultado dos testes a que foram submetidos.
distância do que foram as sete semanas de trabalho Finalmente, o Capítulo V, além de reunir re-
árduo de professores-técnicos e estudantes-atletas sultados de pesquisas genéricas, apresenta um cro-
durante o III Estágio Técnico de Mogúncia. qui do recinto coberto onde se desenvolveu a maior
O Capítulo I — Treinamento desportivo de alto parte das atividades práticas, além de alguns
rendimento — condensa as aulas teóricas abor- implementos utilizados que poderiam servir de mo-
dando os múltiplos aspectos referentes à ciência do delos.
treinamento e representam, como de resto todo o
COMPOSIÇÃO DOS GRUPOS
Professores: José Ferreira da Silva, Antônio Carlos Professores: Waldemar Montezano, Atílio Dinardi
Feijão, Erica Lopes Rezende, Gipe Alves de Oliveira, Alegre, Eduardo Barbosa Vieira, Gaspar Theodoro
Jorge Okimoto, Carlos Souza Pimentel, Margot Ritter de Melo, Sebastião Alberto Corrêa de Carvalho.
da Costa, Raimundo Nonato e Roberto Yasuto Atletas: Agberto Conceição Guimarães, Aloísio de
Yoshige. Atletas: Antônio Euzébio Dias Ferreira, Araújo, Antônio Luiz Ranzani, José Arnaldo E. de
Antônio Carlos Nunes dos Santos, Elias Gonçalves Oliveira, Elói Rodrigues Schlader, Eva Batista Dias,
Pereira, Francisco de Assis Campos Neto, lonide Eva da Silva Góes, José Romão Andrade da Silva,
Souza Cruz, Homero Sérgio Gomes, Maria Tereza Júlio de Souza Oliveira, Leonardo Vidal de Oliveira,
Ferreira, Míriam Inácio da Silva, Pedro Ivo da Silveira Mara Fuhrmann, Marcos da Silva Frost, Paulo
e Tânia Regina da Silva Santos. Ricardo Ferrugem e Jesus Navarro Pérez.
SALTOS ARREMESSOS
Professores: Benedicta Souza Oliveira, Adilson Ra- Professores: José Carlos Jacques, Alberto Carlos
mires Tassara, Altevir Aluísio Berezowsky, Carlos Amadio, Aristides de Andrade Junqueira Neto, Ivo da
Francisco de José, Celby Rodrigues Vieira dos San- Silva, João Batista Freire da Silva, Jucílio Fernandes,
tos, Celso Teixeira, Fernando Melo Andrade, Luiz Mara da Costa Dutra. Atletas: Antônio Aparecido
Fernando Ribeiro de Moraes, Luiz Geraldo Pontes Cunha, Antônio Carlos Barbieri Soares, Denise Maria
Teixeira, Marcelo Machado Ramos, Sebastião Cunha Zen, Elida Eliane Mabeline, Fernando Sérgio
e Warlindo Carneiro Filho. Atletas: Ana Maria de Barwinski, Maria Angelina Boso, Maria Elizabeth
Oliveira, Bárbara Vieira do Nascimento, Beatriz Pedri, Maria Cristina Cavalheiro, Marly dos Santos,
Bonfim, Hussein Zaghloul, João Luiz Fonseca, Maria Manoel Leopoldo Pirovics Ferreira, Maurício Augusto
Luisa Domingos Betioli, Marília Seifert, Mar-lene Borges Aguiar, Moacyr A. D. Figueiredo, Odete
Gomes do Nascimento, Paulo Antônio Martins, Valentino Domingues, Roberto Nobuo Abe, Thea
Ricardo Seroa, Themis Zambryski e Ubiratan Maria Reinhart, Olga Maria Veríssimo e Celso
Sanchez Fernández. Joaquim de Moraes.
A ciência do treinamento busca tecnologias ter estes programas feitos através de computador.
práticas com o objetivo de conseguir o máximo A primeira tentativa realizada na Alemanha
rendimento, pelo caminho mais curto. sobre este trabalho foi aplicada em corrida sobre
barreiras e apresentada na revista Leichtatletic.
O rendimento é determinado por diversos fa-
Treinamento geral. A ciência do treinamento
tores. Isto significa que, dentro da ciência do trei-
geral visa à formação de regras básicas em relação
namento, deve haver uma relação entre diversas
ao treinamento. Temos como base a teoria de que
ciências. Outros estudos, como o do movimento e todos os movimentos no desporto são movimentos
da sociologia do desporto, não passam de subciên- segundo certas regras básicas.
cias da ciência do treinamento.
O objetivo da ciência do treinamento geral é
Durante muito tempo a ciência do treinamen-to foi conseguir determinantes do rendimento desportivo.
vista de maneira unilateral. Só nos últimos anos é Chegamos assim a 3 componentes: condição física,
que o treinamento autógeno foi empregado na condição técnica e condição tática. Entretanto, com
ciência do desporto. Outro exemplo parecido é o uma apresentação tão abstrata não se obtêm
estudo do treinamento mental. resultados concretos. Por causa disto, a ciência do
treinamento geral vai sempre em direção à ciência
Este treinamento é no fundo uma prática na qual do treinamento especial.
se aprendem seqüências do movimento sem praticá- — Regras básicas — São leis, e lei significa
las; isto significa assimilar o movimento sem realizá- ciência natural, lei natural.
lo, e sim imaginando-o. Na ciência do treinamento distinguimos 2 for-
Temos uma experiência recente, realizada em mas de leis:
Darmstadt, cidade perto de Mogúncia (Mainz, Ale- a) Leis determinísticas — São todas as leis naturais.
manha), em que, através do método mental combi- Por exemplo: a velocidade com que um salta-dor
nado com a prática, se conseguem resultados me- ornamental mergulha na água depende da altura de
lhores e se aprende a técnica do volibol mais rapi- que salta; quanto mais alto o ponto de salto, tento
damente. Não há dúvida de que, em relação à movi- maior a velocidade com que mergulha.
mentação no atletismo, pode-se concluir a mesma Em relação ao atletismo, quanto maior a velo-
coisa, qual seja, chegar a resultados satisfatórios. Isto cidade da saída da tábua, tanto maior é o compri-
exige da ciência do desporto um programa de mento do salto em extensão.
treinamento realizado em colaboração com a psico- As leis determinísticas têm sempre estas com-
logia do desporto. binações: "quanto mais ... tanto mais" ou "quantos
As perspectivas do futuro indicam que, dentro menos ... tanto menos".
de certo tempo, a ciência do treinamento poderá Dentro do desporto, normalmente não exis-
tem leis determinísticas, mas sim leis estatísticas. b) aumento de y - 1 na velocidade do salto tem un
Leis estatísticas — São leis que se estabelecem aumento de x = 1 no comprimento do salto.
resultantes mais propriamente de pesquisas estatís-
ticas realizadas. Mantêm a relação "quanto mais —
tanto mais", em certa porcentagem.
Numa lei estatística, aumentando a velocidade
da corrida, aumenta o comprimento do salto, mas
somente em alguns casos. A velocidade de corrida
não é idêntica à velocidade de saída da tábua, por-
que ela é diminuída através da própria tábua.
Exemplo: um saltador que tem nos últimos 6 metros
uma velocidade de 1 m/seg mais que outro saltador O presente gráfico será analisado segundo as leis
tem um resultado de 1,20m mais longo no salto; isto, estatísticas.
porém, não é válido para todos os casos. A O eixo de y representa a velocidade do saltador
velocidade de saída da tábua é significante em todos nos últimos 6m. Cada saltador perde velocidade na
os casos, o que não acontece com o comprimento do tábua; o objetivo dele será, portanto, perder o
salto. mínimo de velocidade.
Um velocista de 100m pode, nos últimos 6m, A velocidade de corrida de A diminui, muitas
ser mais rápido que um saltador; entretanto, isto nao vezes, menos que a velocidade de corrida de B.
quer dizer que ele salte mais longe, pois perde na Combinando a velocidade nos últimos 6m com
saída da tábua, detalhe que o saltador realiza com o comprimento do salto, vemos que os diferentes
maior habilidade. corredores perdem, de maneira diferente, a
Os resultados da ciência do treinamento se ba- velocidade na tábua. Observamos, então, uma varia-
seiam quase sempre em leis estatísticas. As leis esta- ção entre a combinação do comprimento do salto
tísticas não se aplicam apenas por um exemplo iso- com a velocidade dos últimos 6m.
lado; elas são significativas sempre para um conjun- Tomemos como exemplo os saltadores A e B;
to. os dois correm com a mesma velocidade, mas ape-
A seguir faremos uma representação gráfica de sar disto B salta mais que A.
um salto em extensão, como exemplo. Comparando os dois atletas, temos: a lei que
preconiza que "o saltador mais veloz salta mais lon-
ge" não é, aqui, válida; isto quer dizer que "nem
sempre o saltador mais veloz é o que tem o melhor
salto", o que leva a estabelecer uma lei estatística.
De maneira geral, apesar da variação dos pon-
tos um pouco afastados da linha reta, podemos es-
tabelecer, respeitando as exceções, uma regra geral:
"os que correm mais rápido saltam mais longe".
— Leis estatísticas: falta de prognose com res-
peito a cada atleta.
— Leis determinísticas: temos dados concre-
tos.
Supomos que um grupo de saltadores tem o Um saltador que corra 1 seg mais rápido nos
mesmo ângulo de saída e a mesma técnica de que- 100 m tem a probabilidade de saltar 1m ou 1,20m
da. Podemos concluir, através do gráfico, que cada mais longe. Não asseguramos, entretanto, que ele,
atleta que melhora sua velocidade de saída da tábua, melhorando 1 seg, salte exatamente 1,20m mais;
em certo nível, vai melhorar também o comprimento não podemos garantir em que proporção a melhoria
do seu salto em certo nível; quem tem o valor x =1 de velocidade irá ser transformada na tábua.
tem também y = 1. Em experiências realizadas pelo Dr. Letzelter
Se temos um ponto comum a todos os salta- com as melhores velocistas alemãs, os resultados
dores e se medimos a velocidade de saída da tábua mostraram que as corredoras que correm com maior
junto com o comprimento do salto, é evidente que freqüência obtêm melhor resultado nos 100m pelo
esta combinação nos dá a relação "quanto maior — número de passadas dadas e não por causa da
tanto maior". amplitude das passadas. Hoje, novas pesquisas
Quando temos uma lei determinística, não há vieram confirmar que "um corredor que au-
variações: os pontos não podem sair da linha. Um
menta a sua freqüência em x seg pode também mais unidades de treinamento; mas em relação à
aumentar a sua velocidade" e "um corredor que tem comparação intra-individual (com relação à expe-
sua amplitude aumentada terá também sua ve- riência) concluímos que o atleta que aumenta a
locidade melhorada", com probabilidade de erro em unidade de treinamento aumenta também a velo-
5% sobre estas conclusões. cidade de sua corrida por causa do aumento da
A diferença entre as pesquisas anteriores e unidade de treinamento.
posteriores é que: "podia-se falar de maneira geral Aqui temos a complicação destes métodos, e o
que o aumento da freqüência resultaria em correr outro problema é a validade dentro da represen-
mais rápido"; hoje, já se pode dizer que quem tem tabilidade. Leis determinísticas são válidas sempre
uma freqüência maior vai correr tantos centésimos para tudo, em todos os ângulos; não as podemos
por segundo mais rápido. transformar através de manipulações. As leis esta-
Limitações aos métodos — Os resultados es- tísticas permitem essa manipulação; por isso são
tatísticos se baseiam sempre na comparação de di- válidas para as partes específicas. Exemplo: num
ferentes atletas. Então, perguntaremos: em que se grupo de corredores de 100m com 10" e 10"5, os
distinguem os melhores atletas dos piores, em certos melhores podem ter mais unidades de treino. Mas,
elementos? se treinarem 20 a 25 vezes por semana, podem pio-
Os métodos estatísticos se baseiam sempre na rar o resultado, pelo excesso de treinamento; aí
comparação interindividual entre A e B, A e C, B e C, teremos o contrário da lei "quanto mais — tanto
e assim por diante. Através da comparação inter- mais". Se usarmos as leis estatísticas consciente-
individual, chegamos à comparação intra-individual, mente e com fundo de informações bem grande,
isto é, através da comparação de muitos, observa- muito se consegue, em relação ao treinamento, em-
mos uma mudança de um atleta do grupo. A com- bora nunca tão certo como 2 e 2 são 4; em tudo que
paração de um atleta consigo mesmo é intra-indi- elas dizem há sempre uma probabilidade de engano.
vidual. A comparação de um atleta dentro do grupo é
interindividual. REGRAS BÁSICAS PARA O TREINAMENTO
DESPORTIVO
— Exemplo de comparação interindividual A ciência do treinamento ainda é bastante jo-
Perguntamos se os melhores corredores de 100m vem. As leis básicas do ensino de treinamento surgi-
têm mais unidades de trabalho que os piores. ram por volta da década de 50. Antigamente, por
Tivemos como resultado que os melhores corredores treinamento entendia-se aquele dirigido ao atleta de
têm mais unidades de treinamento que os piores e alto nível. Então, simplesmente, foi feita uma
concluímos que eles correm mais rápido porque generalização do treinamento de atletas de alto nível;
têm mais unidades de treinamento por semana. - não eram, porém, resultados científicos, e sim,
Exemplo de comparação intra-individual Um atleta resultados de experiências subjetivas. Temos o
treina determinadas unidades por semana; medimos exemplo da imitação do treinamento de Zatopek, que
nada servia para generalização, pois era um
seu resultado. Em seguida, aumentamos as unidades
treinamento especial. A adequação científica do
de treinamento semanal; medimos seu resultado treinamento especial para o treinamento geral foi
novamente e melhorou. Concluímos que seu feita através de experiências subjetivas de muitos
rendimento melhorou porque aumentaram suas treinadores e atletas. Estas experiências foram ana-
unidades de treinamento. lisadas e generalizadas, e hoje o que é denominado
Variando a freqüência de unidades de treino, "ciência do treinamento" significa a transformação
observamos que, à medida que muda o resultado, das leis subjetivas em leis objetivas.
temos uma variável independente, que são as unida- Uma regra básica é o princípio do treinamento
des de treinamento, e outra dependente, que é o contínuo, isto é, continuidade e aumento do
resultado da corrida. rendimento, num treinamento sem interrupção;
Numa comparação interindividual não temos mesmo na manutenção do treinamento não deve
uma experiência, mesmo porque não variamos as haver interrupção. Por este princípio, a interrupção
unidades de treinamento, mas variamos os resulta- significa perda de rendimento.
dos da corrida, porque tomamos corredores com
resultados diferentes.
No fundo, comparamos atletas de diferentes
resultados com unidades de treinamento, mas não
podemos concluir com certeza absoluta que aqueles
que correm mais rápido o fazem porque têm
O treinamento desportivo é determinado por
uma relação ó t i m a entre treinamento e
recuperação. Esta relação entre sobrecarga e
recuperação é idêntica ao fenômeno da
supercompensação. O objetivo é ganhar mais
energia do que a que se gastou anteriormente, o que
se explica por processos bioquímicos. O segredo do
treinamento é que o gasto de energia redunda em
novo ganho energético; ou seja, o gasto de energia é
a razão para o ganho de mais energia em um nível
maior que o anterior (a curto, médio e longo prazo), o
que implica em cargas de curta, média e longa
intensidade. Está relacionado com o problema de
carga e recuperação, e diretamente ligado com a
periodização do treinamento.
Essa recuperação após a carga é importante,
porque o ganho de energia é conseguido na fase de
descanso. Atletas muito treinados têm uma recupe-
ração mais rápida, e daí a possibilidade de se au-
mentar o número de treinamentos para esses atletas.
FORÇA
Normas de trabalho:
1 - Intensidade: 40% a 70% FM-W- FR-40% Vel.
A força rápida está entre a força máxima e a
velocidade. Força rápida para força máxima — in-
tensidade de carga de 70%. Força rápida para velo- 75-5 rep. 95-2 rep.
cidade — intensidade de carga de 40%. 85-4rep. 100-1 rep.
2 — Repetições: 6 a 10, dependendo da intensidade. 90-3 rep.
Devem ser feitas tantas repetições quantas forem Baseado na sobrecarga progressiva (intensi-
possíveis, sem perda de velocidade do movimento. dade inversamente proporcional ao número de re-
Com velocidade maior, reduzir para 6 a 7 repetições; petições por série), com 2 possibilidades de variação:
a queda da velocidade deve limitar o n? de 1) — acentuando mais na base da pirâmide. Ex.:
repetições. repetir 75% e 80%, 2 vezes;
3 — Intervalo: O suficiente para que a série seguinte 2) — acentuando na ponta da pirâmide. Ex: inserir
seja feita na mesma velocidade que a anterior (2 a 4 entre 95% e 100%, uma série a 97,5%.
minutos). O sistema de pirâmide pode ser executado na
4 — Volume: É menor, porque a intensidade é maior forma ascendente e na forma ascendente-descen-
e os movimentos devem ser executados com dente. Werchosanski, estudioso sobre o trabalho de
explosão, fator de alta importância (100 a 200 re- força, diz que o treinamento de força independe de
petições). sexo.
Observações: Tendo pouco tempo disponível
Pergunta: Os treinamentos de força máxima, força
para treinar, recomenda-se ao atleta ir andando de
rápida e resistência de força poderão ser aplicados
uma estação para outra, principalmente quando se
em um só período ou em períodos diferentes? R. —
trabalham diferentes grupos musculares nas várias
Não se isola o treinamento destas forças. O trabalho
estações.
deverá ser misto, mesmo na 1a fase do período de
Exemplo de trabalho de intervalo intensivo para
preparação, para dar base aos períodos
velocistas de alto nível, feito na 1º fase de
subseqüentes.
treinamento, para melhorar a força rápida geral:
Exercícios: 1º) semi-agachamento seguido de salto TREINAMENTO DE FORÇA
vertical.
2º) o mesmo exercício com troca ântero-pos-terior Segundo os meios de trabalho - Já falamos sobre os
das pernas. conceitos de trabalho de superação, de recuo e
Repetições: 10 vezes para o 1º e 8 para o 2º manutenção. Quando de um treinamento especial, os
Volume: 120 repetições. 3 elementos devem se relacionar com a competição.
Face a achar-se o atleta ainda em início de Isto significa que um treinamento normal nao é
treinamento, deve executar 7 séries para o 1º e 6 suficiente para a competição, pois, por exemplo, sem
para o 2º, com intensidade de 60 a 70%, dentro de o trabalho de força dinâmica negativa, não é
intervalos de 3 minutos.
•
possível uma boa preparação para competição. Esse tante contra a barra fixa. Outra vantagem é que se
trabalho é chamado também de recuo. pode realizar um trabalho específico em certos gru-
pos musculares. Por outro lado, temos as desvanta-
gens. O trabalho estático não possibilita um trabalho
paralelo de coordenação muscular. Não há estímulos
para o sistema nervoso central. Outra desvantagem é
a execução'de movimentos não utilizados no
desporto.
Já no trabalho dinâmico positivo, o SNC é
estimulado para movimentos da competição. Por isso
é o mais usado. No trabalho dinâmico, procura-se
também melhorar a força rápida.
Através do trabalho de força dinâmica negativa,
Em que medida as diferentes capacidades de
consegue-se um melhor amortecimento, e isso pode
força influenciam umas às outras?
ser treinado conforme o quadro acima. 0 aumento da
Foram feitas pesquisas no Instituto de Esportes
FDN é obtido de duas maneiras:
em Mogúncia a esse respeito. Foram consideradas
— através de uma melhor coordenação; cinco características de força:
— através de um aumento da tensão muscular. 1 — Força de Sprint .........saída de blocos e corrida
É sabido que, para se conseguir uma hipertrofia por 15m, sem considerar o tempo de reação.
muscular, temos que ter: tensão muscular e tempo de 2 - Força de salto vertical (FSV).
tensão muscular. No salto em profundidade, há um 3 — Força de salto horizontal (FSH)....medida após
aumento da tensão muscular, razão para o aumento seis saltos alternados.
da força dinâmica negativa. Também sabemos que 4 — Força máxima estática...........medida em quilo-
pontos (kp)
para se obter um movimento explosivo é necessário,
antes do movimento, uma certa tensão muscular. 5 — Força máxima dinâmica .........medida em qui-
Quanto maior essa pré-tensão, mais explosivo será o logramas (kg)
movimento. Por exemplo, no movimento de supino Para falarmos das influências de umas nas ou-
com halteres, o levar a barra até o peito origina uma tras, temos que falar primeiro de dimensões motoras
e nao motoras.
pré-tensão, que fará com que o movimento de
extensão dos braços seja mais eficiente. Abalakow Se duas ou mais características não possuem
também realizou experiências nesse sentido, dependência entre si, ou seja, não têm influência
provando a importância dessa pré-tensão. Os uma na outra, dizemos que são dimensões motoras.
pesquisadores executaram saltos partindo de uma Ao contrário, se possuem uma interdependência, se
posição parada (semiflexão) e também de uma influenciam uma na outra, dizemos que são
semiflexão antecipada de movimento. As diferenças dimensões não motoras. Na prática do treinamento, é
foram a favor da segunda forma, na ordem de 3 a 7 importante essa conceituação, pois quando temos
centímetros. dimensões motoras, as características devem ser
Sabemos, por pesquisas, que a partir de um treinadas isoladamente. Quando temos dimensões
certo nível, estabelece-se uma barreira ao aumento não motoras, podemos determinar treinamentos
da força, ou seja, a reação aos estímulos de força complexos, conseguindo melhorar com o mesmo
torna-se mais e mais difícil. Isso acontece por não treinamento várias características.
haver mudanças na variante de estímulos. Quando Em relação às dimensões não motoras, preci-
isso acontece, uma possibilidade de vencer essa bar- samos saber em que medida existe relação entre as
reira é o trabalho de força dinâmica negativa, por ser várias características. Como regra básica, temos:
uma nova variante. quanto maior a interdependência entre as caracte-
Quando se torna difícil o resultado com o rísticas, tanto mais se pode melhorar as mesmas
trabalho positivo, utiliza-se o estático, por ser esse através do treinamento. O ideal seria uma interde-
trabalho uma outra variante, e por ser importante a pendência determinística, mas o que sempre acon-
utilização de muitas variantes. tece é uma interdependência estatística. Dessa for-
É importante sabermos em que medida é o ma, em relação a uma interdependência determinís-
trabalho estático importante para o atletismo. A tica, podemos dizer que, ao melhorarmos o nível de
principal vantagem é atingir-se uma rápida hipertrofia certa característica em 10%, também melhoraríamos
muscular. Isso é conseguido através de um maior o nível de outra na mesma porcentagem. Por outro
tempo de tensão. Por exemplo, pressão cons- lado, quando temos uma interdependência
estatística, melhorando uma certa característica
em 10%, conseguimos uma melhora de outra, mas semelhanças entre fatores de duas característica
não na mesma porcentagem. Isso é conseguido através da variante conjunta
Voltando agora àquelas 5 características de Quando temos uma variante conjunta de 50%, por
força, podemos dizer que: quanto melhor o nível de exemplo, dizemos que metade dos fatores é igual e
rendimento e quanto mais homogêneo seja o grupo, metade é diferente. Na estatística, esses 50%, não
tanto mais teremos uma dimensão motora entre as 3 semelhantes são chamados de variante de resto
forças rápidas citadas e as 2 forças máximas. Ao Portanto, quanto maior a variante conjunta, tanto
contrário, quanto mais heterogêneo e de menor maior a interdependência entre as características, \
rendimento seja o grupo, maior será a quanto maior a variante de resto, tanto menos essa
interdependência entre forças máximas e forças interdependência.
rápidas, encontrando-se, aqui, dimensões não mo- Voltando ao exemplo dado, entre as caracte-
toras entre elas. rísticas 1 e 2, 2 e 3, 1 e 3, existe uma variante
conjunta de mais ou menos 50%, ou seja, bastante
Podemos dizer, também, que quanto mais ho-
grande. Dessa forma, melhorando uma delas, haverá
mogêneo e de maior rendimento seja o grupo, tanto
um aproveitamento dessa melhora em outra ca-
menor a interdependência entre as várias forças
racterística, da ordem de 50%. Entre força máxima
rápidas, apesar de ela nunca deixar de existir.
estática e força máxima dinâmica, a variante
Essa afirmativa acima nos faz voltar ao concei- conjunta é de 85%.
to de que "o treinamento esportivo é um processo Entre força máxima e força rápida, temos uma
contínuo de especialização". Seu objetivo é diminuir variante conjunta r2 = 10%. Valores dessa ordem, ou
as semelhanças dos fatores nas diferentes ca- menos, denotam uma independência. Por isso, entre
racterísticas, pois se procura no treinamento, cada atletas de alto nível, não tem sentido trabalhar, em
vez mais, a especialização. um velocista que necessita de força rápida, a força
Através da estatística, podemos quantificar as máxima.
32
res com empunhadura fechada. Os finlandeses usam ção para competição: 60% de treinamento técnico e
também o pool over, e Kinnunen chegou até a 40% de condição física (desenvolvimento das
100kg. qualidades específicas). Esta porcentagem, segundo
O circuit training tem importância destacada no diferentes autores, pode variar de 70% e 30% a 55%
lançamento do dardo. Deve-se trabalhar aí com e 45%, mas o que importa é que haja predominância
exercícios generalizados. Jogos diversos devem ser dos lançamentos no período de competição. No mês
incluídos no treinamento, objetivando maior habi- de outubro, faz-se um trabalho de recuperação.
lidade, força de pernas, descontração, etc. Reco- Os finlandeses, no início do período de prepa-
menda-se a sauna, a massagem, a natação como for- ração, lançam pesos de 3kg, e antes do período de
mas ideais após o treinamento. competição estão lançando com 800g. Lusis, no
Concluindo, o dardista precisa ser um atleta de período de competição, lançou com pesos de 4kg
provas combinadas, como o são Lusis e Kurt Ben- (28m). Usou também dardos de 2,50kg, ao mesmo
dlin. tempo que dardos de 600g (95m).
Treinamento do iniciante — O iniciante deve Treinamento semanal para alto nível: novembro
treinar de 4 a 5 vezes por semana, cerca de 1:30 a março (período de preparação) — 7 X 4 horas = 28
hora por dia, ou seja, de 6 a 7 horas por semana. horas semanais.
Duas vezes deve treinar o lançamento (com bolas, Exemplo do treinamento de KlausWolferman
pelotas, argolas, etc), e 2 vezes por semana fazer para os Jogos Olímpicos de 1972: segunda-feira: tra-
um treino de condição geral. balho com pesos; terça: lançamentos — trabalho de
Exemplo de um treinamento semanal: segunda- condição: circuito; quarta: trabalho com pesos; quinta:
feira: condição (treinamento de circuito e pesos); lançamentos — trabalho de condição: circuito e
terça: jogos, ginástica e corridas; quarta: arremessos exercícios especiais; sexta: trabalho com pesos;
com o dardo; quinta: pausa; sexta: arremesso do sábado: lançamentos; domingo: nadar, jogar ou
dardo ou circuito e trabalho com saltos; sábado: correr no bosque (mas normalmente Wolferman
pausa; domingo: arremessos com dardo, bolas, usava este dia para trabalhar com pesos).
argolas, etc. Portanto, nada mais que uma combinação entre
Exemplo de treinamento anual para iniciantes: trabalho de força (específicos ao dardo) e lança-
novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março: mentos, além de sprints e saltos. Além disso, houve
predominância da condição física (3 vezes, treino de um excelente acompanhamento do treinamento,
condição, e 2 vezes, de lançamento). Devem ser objetivando a vitória olímpica como fruto de um
feitas pausas intermediárias para assimilação do planejamento.
treino. De abril a setembro: prepara-
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Observação — Excetuados os testes nºs 6, 7 e cine ball nas mãos: arremessar contra a parede, par-
8, cujos resultados foram registrados em kg, todos os tindo de trás com a mb por cima da cabeça. Objetivo:
demais o foram em metros. fortalecimento dos músculos da cintura escapu-lar.
Trabalhos realizados — Faremos a seguir a 2a estação — 2 atletas em decúbito ventral, frente a
descrição de três dos principais trabalhos realizados frente; entre ambos, um obstáculo com 40cm de
durante o estágio. altura: passar a mb ao companheiro, por elevação do
tronco, por cima do obstáculo. Objetivo: forta-
A — Treinamento em circuito lecimento da musculatura dorsal.
Foi adotado um circuito padrão, constando do 3a estação — De pé, ao lado de um plinto de 40cm
seguinte: 1a estação — De pé, de frente para a de altura, com um pé sobre o mesmo: saltar
parede, medi-
por sobre o plinto, lateralmente, invertendo a posição C — Trabalho com medicine ball
das pernas. Objetivo: desenvolvimento da força
rápida das pernas. 4a estação — Erguer do chão um De todos os trabalhos realizados, a este foi
objeto qualquer dada mais ênfase. Esta forma de treinamento possi-
de 10kg, com as mãos em movimento similar ao bilita, em um treino, o desenvolvimento de uma série
arremesso no halteres. Objetivo: exercitar força rá- de qualidades necessárias para atingir boas
pida geral. 5a estação — Correr entre dois pontos performances no lançamento do dardo. Tem como
distantes entre si 10m, tocando-os com uma das aspecto dominante a força de lançamento geral, e,
mãos. Obje- dependendo da forma de aplicação, desenvolve
tivo: resistência de velocidade. 6a estação — Apoio de também a força de lançamento específica. 1º
frente sobre o solo, com os pés apoiados em um exercício — Pernas flexionadas, segurando a mb
banco de 40cm: flexionar os com as mãos no chão: estender totalmente o tronco,
braços, apoiar o corpo no chão, levando os braços à lançando a mb para o alto, com braços estendidos.
frente; trazer os braços de volta junto ao corpo e Objetivo: desenvolvimento de força rápida dos
estendê-los. Objetivo: fortalecimento dos músculos músculos posteriores do tronco. 2o. exercício —
peitorais e braçais. Sentado de frente a uma parede, costas apoiadas em
7a estação — Canivete. Em decúbito dorsal, braços
outra mb, arremessar a mb com as mãos sobre a
estendidos para trás, elevar simultaneamente os
cabeça, aparando-a na volta, ainda sobre a cabeça,
braços e pernas, que se tocam no ar. Objetivo: for-
com o corpo inclinado para trás, sobre a mb que
talecimento dos músculos abdominais. Observações
— Foram realizadas duas séries, a serve de apoio. Objetivo: fortalecimento da
30" de esforço em cada estação, pausa de 1min entre musculatura que envolve a cintura esca-pular e
as estações, e de 5min de um circuito a outro, braços.
fazendo trote para soltar. A dosagem, tempo de 3º exercício — Repetir o exercício anterior, le-
trabalho, pausa, etc. devem ser regulados em função vantando o quadril do chão ao inclinar para trás,
do estado geral dos participantes. voltando ao solo durante o lançamento seguinte.
Objetivo: o mesmo do 2º exercício, com uma maior
B — Treinamento de força de salto amplitude do movimento. 4°. exercício — De frente à
Este trabalho tem como objetivo desenvolver a parede, joelho da perna direita no chão, perna
força rápida das pernas. O número de saltos exe- esquerda estendida, com o calcanhar apoiado no
cutados em cada unidade de treino depende da in- solo: lançamento com duas mãos sobre a cabeça.
tensidade das atividades desenvolvidas pelo grupo. Objetivo: trabalho da musculatura de lançamento do
Para o nosso grupo de Mogúncia, o número de saltos dardo localizada na parte posterior do tronco e
variou entre 80 e 120. cintura escapular. 5o exercício - De pé, de frente para
Saltos horizontais: a parede, afastamento lateral das pernas: arremesso
saltos com pernas alternadas: D—E— com as mãos sobre a cabeça.
D—E; saltos com a perna esquerda: E—E— 6o exercício — De pé, de frente para a parede, afas-
E—E; saltos com a perna direita: D—D— tamento ântero-posterior das pernas: arremessar a
D—D; saltos rã, ambas as pernas, mb por cima da cabeça, com as duas mãos. 7o
simultâneas; saltos alternando, dois em exercício — De pé, de frente para a parede, afas-
cada perna. Foram realizadas séries de 8 tamento ântero-posterior da perna esquerda, mb nas
saltos em cada série. mãos: fazer uma circundução pela direita com a mb e
Saltos verticais (sobre barreiras): impulsao com arremessar à parede por trás da cabeça.
ambas as pernas, simultaneamente; Os exercícios nºS 5, 6 e 7 visam ao fortaleci-
impulsao com a perna esquerda, com queda mento dos músculos da parte posterior do tronco e
sobre a mesma; cintura escapular.
impulsao com a perna direita, com queda sobre 8o exercício - De pé, de frente para a parede, mb nas
a mesma; mãos, afastamento ântero-posterior da perna es-
impulsao com a perna esquerda e queda sobre querda: deslocar com dois passos à frente e arre-
a direita; messar a mb com as duas mãos à parede, por cima
impulsao com a perna direita e queda sobre a da cabeça.
esquerda. 9º exercício — Repetir o exercício nº 8, com
Foram realizadas séries com 5 repetições em deslocamento de três passadas.
cada série. Objetivo dos dois últimos exercícios: desen-
volver a técnica do deslocamento.
10º exercício — Com a mb de 1 kg e deslocamento so, a perna esquerda é colocada antes do bastão. No
de 2 ou 3 passos, lança-la à parede com a mão de segundo passo, a perna direita transpõe o bastão e
lançamento. Objetivo: desenvolver a puxada do posteriormente a esquerda vai à frente, estendida
dardo. procurando postura correta. O aparelho é retarda
do de maneira gradativa, e o tronco, nos dois últi
Treinamento técnico mos passos, também é retardado.
d - Idêntico ao anterior, mas correndo, usando
0 treinamento técnico do lançamento de dardo um impulso mais vigoroso no momento da transpo
é composto de três fatores básicos: sição do bastão.
1 — técnica de corrida; e — Dois bastões colocados entre si a uma distan
2 — técnica de lançamento; cia de 3m.
3 — sincronização entre técnica de corrida e
técnica de lançamento.
1 — Técnica de corrida
A corrida deve ser de aceleração, procurando Com 5 passos de corrida, precedida de uma
fazer com que os movimentos preparatórios para o pequena corrida, procurando fixar bem os movi
lançamento não ocasionem a perda de velocidade. mentos do retardamento do aparelho nos três pri
Por isso, deve ser usada uma corrida controlável, meiros passos, retardamento do tronco nos dois ul-
ritmada e vigorosa, de maneira que não se perca timos, procurando neste final uma postura ideal do
nem o domínio do corpo, nem o domínio do aparelho. corpo.
Uma corrida excessivamente veloz irá fazer com que
o atleta sem a devida maturidade na prova e sem as 2 - Técnica de lançamento
condições necessárias de força não consiga uma
Para se atingir uma boa técnica de lançamen
postura ideal para um bom lançamento. — Descrição
to, primeiro temos que conseguir uma postura cor-
da seqüência pedagógica usada pelo Prof. Salomon
poral correta no final da corrida, que é a seguintes
para a aprendizagem da técnica da corrida
perna esquerda estendida à frente, com o pé volta;
Na primeira parte dessa aprendizagem, em vez
do para o setor de lançamento; peso do corpo so-
de dardo foram usadas bolas de borracha com pesos
bre a perna direita, semiflexionada atrás, com o pé
variados e o deslocamento foi realizado andando.
voltado lateralmente para o setor de lançamento
corpo posicionado lateralmente ao setor de lança-
Deslocamentos mento, com o olhar dirigido para o mesmo; braço de
lançamento estendido atrás, e braço livre semi
a — Com um passo à frente, levando a perna es- flexionado à frente, abaixo da linha do aparelho.
querda estendida, havendo um retardamento do Todos os movimentos específicos de lança
tronco em relação ao quadril e conseqüente fixação mento durante o treinamento foram realizados par
do peso corporal na perna direita, que se mantinha tindo da posição acima, que é considerada a postura
semiflexionada. ideal.
b — Com dois passos, procurando os mesmos ob-
jetivos que no exercício anterior, com o retardamento Movimentos técnicos específicos do lançamento
do tronco em relação ao quadril se processando de
maneira gradativa. Partindo da posição acima especificada, dá-se
Nos dois primeiros exercícios, já se parte com o a rotação e a projeção do quadril à frente, seguidas
braço de lançamento estendido para trás. de rotação do tronco para a frente de lançamento,
No terceiro exercício, que também foi realizado com extensão total da perna de trás, mantendo o
andando, foi usado um bastão colocado no solo. braço com aparelho ainda estendido atrás; o braço
livre desce rente ao corpo, para limitar sua rotação
Desta posição dá-se a finalização do lançamento,
com o adiantamento do tronco em relação ao quadril
e movimento final do braço à frente (Estes
movimentos foram particularmente objeto da maior
c — Posição inicial: pés paralelos. No primeiro pas- atenção e preocupação do Prof. Salomon, pela
importância que assumem para o bom desem penho
do lançamento.)
3 _ Sincronização entre a corrida e o lança- Ainda algumas considerações gerais
mento Foram realizados treinos, onde se aplicaram as
Esta sincronização nada mais é do que o apro- mais variadas formas de trabalho, com as seguintes
veitamento total da técnica do lançamento em fun-ção unidades de treinamento:
da técnica da corrida. Descrição das aulas Halteres............................................................ 6
técnicas Lançamento com mb ..................................... 11
Técnica .............................................................7
Nas primeiras aulas técnicas com o dardo, os
Lançamento de pelotas................................... 3
lançamentos foram realizados de um plano mais alto
Testes .............................................................. 6
que o ponto de queda. Esses lançamentos não
Força de salto.................................................10
tinham como objetivo a distância dos mesmos, e sim
Velocidade ...................................................... 9
o aprendizado e fixação dos movimentos corporais, o
Circuito ............................................................ 6
domínio do aparelho. Em se tratando de iniciantes, a
Resistência aeróbia ...................................... 2
distância do lançamento não se deve constituir em
Projeção de filmes........................................... 2
uma preocupação, pois ela é apenas uma
conseqüência de um perfeito casamento entre as
condições física e técnica. É opinião do Prof. Salomon que não se deve
Para frear o desejo de lançar mais longe, fo- ram deixar um atleta, principalmente o iniciante, lançar o
utilizados pelo Prof. Salomon pequenos alvos dardo sem o uso de botas apropriadas ou de um
colocados no chão, bastante próximos dos lançado- sapato com prego no calcanhar, principalmente no pé
res. Esses arremessos tinham um caráter recreativo, que é levado à frente na hora do lançamento.
competitivo. Embora se deva ter uma constante preocupa-
Depois de ter adquirido certa experiência, o ção com a técnica de lançamento, o atleta iniciante
atleta deve lançar com dardos de metal comum, de deve lançar o dardo somente duas vezes por sema-
madeira, aerodinâmicos, com dardos quebrados, na, com intervalos de 3 dias. O número de lança-
deve lançar contra o vento, a favor do vento, com . mentos não deve ser muito grande, para evitar certas
vento lateral, com frio, com chuva, etc. Isso trará lesões.
experiência e adaptação à variedade de condições , Apresentaremos, ao final, o resultado de uma
nos dias de competição. competição, que, além de testar a atual condição dos
O Prof. Salomon frisou que não poderia dar atletas, serviu para verificar a diferença entre o dardo
planos de treinamento para serem seguidos, pois comum de metal e o aerodinâmico.
isto seria padronizar o treinamento, e um dos fatores
mais importantes dentro do atletismo é a indi- Resultados:
vidualidade que deve ser respeitada.
Finalizou o Prof. Salomon dizendo que o Dardo comum Aerodinâmico Diferença
atletismo não possui muitos segredos:
Manuel 54,42 56,64 2,22
— encontrar o talento;
Roberto 51.94 66,54 14,60
— treinar; Marli 37,36 49,88 12,52
— dentro das formas de treinamento existentes, Olga 43,50 40,16 -3,34
encontrar a mistura que melhor se adapte à indivi- Cristina 38,16 37.86 -0,30
dualidade de cada um. Elizabete 36,90 36,52 -0,38
1 II III IV V VI VII
Nome (mil. seg.) (mil. seg.) (mil. seg.) (mil. seg.) (mil. seg.) (mil. seg.) (mil. seg.)
Woods 3,2 3,6 5.8 _ _ 5,7 13,9
Segundo Schimolinski, o ângulo ideal é de 41° Analisando-se as velocidades parciais das fases, na
para arremessos de 19,00 a 22,00m, com a vO de 13 tabela anterior, conclui-se que não pode ser igual a
a 14 ms (milésimo de segundo). velocidade de vôo para G1 e G2, presumindo-se que
Para se entender melhor esta correlação, anali- haja algum erro de cálculo ou de medição.
47
para cima da perna esquerda, como se estivesse sen- 3 — Repetir o exercício anterior com o peso
do puxado para cima. ternando, isto é, uma vez sem arremessar e o
6 — Soltar o disco com braço estendido lateral- arremessando.
mente, evitando a rotação exagerada do ombro es- 4 — Posição: grupado sobre a perna direita;
querdo no final do arremesso. gredir para trás, sobre linha reta no solo até a p
7 — 0 disco deve ficar a uma altura entre a linha do ção de finalização. Retornará posição inicial, repe
ombro e a linha da cintura. tir e arremessar, sem reversão.
1 — De pé, afastamento lateral das pernas. Elevar a 1 — Na posição inicial de arremesso: saltar com
perna esquerda atrás, baixando o tronco à frente. impulsao nas duas pernas, girando o corpo (1 volta)
Manter-se nesta posição alguns-segundos e voltar à no ar e caindo no mesmo lugar.
posição inicial. 2 — Posição inicial de lançamento, disco empu-
2 — De costas para o setor, posição inicial de arre- nhado apoiado na 2ª falange: executar o giro de uma
messo. Executar o deslocamento completo, sem pe- volta sobre o pé esquerdo, voltando à posição inicial,
so. pernas semiflexíonadas.
48
2- Posição inicial de lançamento. Efetuar o giro tendidas apoiadas no companheiro, mb no solo: pegar
completo, caindo na posição de finalização. a mb com as mãos e arremessá-la, por elevação do
4 . De 'pé, de frente para o setor, pé direito tronco, à frente, o mais alto possível, a um
apoiado quase no centro do círculo: executar o companheiro postado à frente. 11 — Decúbito ventral,
giro em 3 tempos, com transferência da perna es- mb nas mãos, à frente da cabeça por elevação do
querda para trás (posição inicial de finalização). tronco, arremessá-la à parede.
5 — Executar a progressão completa do arremesso
do disco em 2 tempos, sem lançá-lo. b) Específicos para disco
, __ Executar giros completos do lançamento, so- 1 — Posição inicial de finalização do lançamento do
bre uma linha, parando na posição inicial definali- disco: lançar a mb à parede, com uma das mãos.
zação, de costas para o setor, e mantendo o braço 2 — Sentado, afastamento lateral das pernas: arre-
direito com o disco bem atrasado, sem arremessar. messar a mb à parede, como disco, com rotação do
7 _ Executar a progressão completa do lançamento tronco.
do disco até encontrar-se na posição de frente para 3 — Repetir o exercício acima, em dupla, sentados
o setor no momento de soltar o disco, sem, frente a frente.
entretanto, fazê-lo. 4 — Deitado em decúbito dorsal sobre um colchão,
8 _ Repetir o educativo anterior, uma vez sem lançar pés apoiados no solo, mb em uma das mãos na
e outra lançando o disco; ritmo inicial lento, posição de finalização: elevar-se à posição sentada e
aumentando a rapidez. arremessar a mb à parede. Repetir alternando a mão
9 - Executar progressões completas de lançamento de arremesso.
do disco, sobre uma linha, com halteres de 3, 4 e 5 5 — Desenvolvimento completo do lançamento do
kg, mantendo o braço direito atrasado, sem rever- disco usando mb com alça.
são. Executar o mesmo educativo com aros de ferro,
empunhando internamente pesos de 1, 2, 3 e 4 kg J — Exercícios gerais com medicine ball
ou ainda peso preso a uma manopla.
1 — Sentado, pernas afastadas, mb nas mãos:
Exercícios com medicine bali (mb) a) executar rotação para a esquerda e direita, formando
Específicos para peso um oito.
2 — Repetir o exercício acima, na posição de pé,
De frente para a parede, pernas semiflexiona- em afastamento lateral, e executar o movimento
das, mb na posição de finalização do peso: saltar e flexionando o tronco.
arremessar contra a parede. 3 — Repetir o exercício n? 1, andando.
2 - Na posição inicial de finalização do arremesso 4 — Andando, com a mb nas mãos, fazer circun-
do peso, arremessar a mb à parede. dução passando por cima da cabeça.
3 — Dois a dois: repetir o exercício acima, um 5 — De pé, afastamento lateral, mb nas mãos: cir-
arremessa e o outro recebe a mb. cundução dos braços, trazendo à frente a mb e
4 — Sentado, pequeno afastamento lateral das arremessando-a para cima, por extensão do tronco.
pernas, frente para a parede, mb e braços na posi- 6 - De pé, afastamento lateral, semiflexão das
ção de finalização do peso: efetuar rotação do tronco pernas, mb nas mãos. Arremessar verticalmente, por
e arremessar à parede. extensão total do tronco.
5 — Repetir o exercício acima entre dois compa- 7 - De pé, afastamento lateral das pernas, segu-
nheiros, sentados frente a frente. rando a mb com as mãos acima da cabeça: arremes-
6 - Deitado em decúbito dorsal, braços e mb na sá-lo à parede. O mesmo exercício pode ser exe-
posição de finalização: elevar o tronco para a posi- cutado com afastamento ântero-posterior das pernas.
ção sentado e arremessar a mb à parede. Os pés 8 — Repetir o exercício anterior, sentado de frente
ficam apoiados nas pernas de um companheiro. para a parede.
7 - De pé, frente para a parede, mb na posição de 9 — Em decúbito dorsal, executar o canivete, to-
finalização do peso: executar 3 passadas curtas — E cando os pés com a mb nas mãos.
— D — E — e arremessar à parede. 10 — Deitado em decúbito dorsal, pés apoiados na
8 - Posição inicial de finalização, de costas para a parede: levantar o tronco, passar a mb a um com-
parede: com a mb, executar 3 deslocamentos para panheiro às costas, torcendo uma vez para a direita e
trás, e, no terceiro, arremessar a mb à parede. outra para a esquerda.
9 - Mecanismo completo do arremesso do peso, 11 — Em dupla, a uns 3m um do outro: um, de
arremessando a mb à parede.
10 - Decúbito ventral sobre plinto, pernas es-
pé, lança a mb para o alto e senta; o outro, sentado, 2 — De pé, em afastamento lateral de lado p
levanta, apara a mb e lança-a novamente, e assim parede: flexionar lateralmente, tocando, cor duas
sucessivamente. mãos sobre a cabeça, a parede e levantando
12 - Executar "bandejas" do basquetebol com a mb. simultaneamente a perna de fora, na horizontal
13 — Executar passes de Jump do basquetebol a 3 — De pé, completamente encostado à parede
um companheiro. pernas unidas e braços estendidos acima da
cabeça: flexionar o tronco até tocar com as mãos
L - Exercícios com pesos (4 kg, fem., e 7,25, masc.) a ponta dos pés, sem desencostar, se possível.
4 - Em decúbito dorsal sobre uma prancha incli-
nada, mãos seguras na parte superior acima ca-
1 -Pernas em afastamento e flexionadas, um peso beca: flexionar as pernas, elevando-as até toca a
em cada mão entre as pernas: elevá-los até a altura prancha atrás da cabeça.
dos ombros, executando o "encaixe", e acima da 5 — Sentado no plinto lateralmente, pernas na
cabeça, através de um salto na vertical com extensão ho-rizontal, pés presos nas axilas de um
dos braços. companheiro de pé à frente: deitar o corpo e fazer
2 — Executar o exercício acima na posição antero-- rotações no ar para a esquerda e direita, tocando
posterior das pernas. o plinto com as duas mãos.
3 — De pé, em afastamento ântero-posterior das 6 — Em apoio de frente sobre uma das extremi-
pernas, braços flexionados na altura do peito, com dades do plinto, pernas apoiadas no ombro de um
os cotovelos para fora e com um peso em cada companheiro, atrás: executar flexão e extensão
mão: executar extensão vigorosa dos braços, arre dos braços, mãos voltadas para dentro.
messando os pesos à frente. 7 — Decúbito ventral, com as pernas e quadris so-
bre o plinto, pés seguros por companheiro, tronco
M - Saltos livre à frente: apanhar no solo a mb, elevar ao má
ximo o tronco e arremessá-la à frente, onde outro
1 — Executar o canguru. (Pode também ser o companheiro a devolve ao executante.
exercício acompanhado de sobrecarga.)
2 — Saltar para a frente sobre uma perna, mantendo 0 — Trabalho com halteres para peso e disco
a outra segura pela coxa, com as mãos. Durante
0 exercício, manter o corpo reto e olhar para a 1 — Exercícios básicos
frente.
1.1 — Supino. Objetivo: fortalecimento dos mús-
3 - Executar o salto rã. Executá-lo também com
culos posteriores dos braços, dos ombros e dos pei-
sobrecarga.
torais.
4 - Repetir o salto anterior, fazendo o impulso para
Decúbito dorsal em um banco: pés apoiados no
trás.
solo, mãos segurando a barra, afastadas entre si na
5 — Com um companheiro às costas, executar o
medida da largura dos ombros: flexionar e estender
salto rã.
os braços verticalmente (ou obliquamente, na pran-
6 — Em dupla, de frente, com uma perna elevada à
cha inclinada). O exercício executado na prancha
frente e segura pelo companheiro, outra no solo;
inclinada é específico para arremesso de peso.
ambos executam simultaneamente flexão e extensão
1.2 — Encaixe. Objetivo: fortalecimento dos mús
da perna no solo. Trocar de perna e repetir o
culos anteriores da coxa, dos braços e das costas.
exercício.
De cócoras, médio afastamento lateral das per-
7 — Em dupla, perna segura por companheiro, es- nas, costas retas, olhando para a frente, braços
tendida: com a perna livre, "saltar verticalmente num tendidos, segurando a barra com afastamento equi-
pé só". Trocar de perna e revezar o exercício com o valente à largura dos ombros: tracionar a barra à
companheiro. altura do peito, por extensão total das pernas e por
flexionamento dos braços e rotação dos punhos. A
N — Exercícios diversos barra deve ser puxada o mais próximo possível do
corpo, e no momento do encaixe deve haver uma
1 — De pé, em afastamento lateral, de costas para semiflexão das pernas, para que haja uma boa con-
a parede: tocar a parede, por extensão do corpo e dição de entrar com o peito sob a barra.
braços, com as mãos acima da cabeça; flexionar 1.3 — Agachamento. Objetivo: fortalecimento dos
para a frente e tocar novamente a parede com as músculos das pernas.
mãos por baixo das pernas. Em pé, barra apoiada sobre os ombros. As
mãos devem estar afastadas dos ombros 30cm, em
cada lado. Flexão e extensão das pernas, pausada- mentos devem ser distribuídos da seguinte forma: 2/3
mente. do tempo dedicados ao detalhe técnico, sem emprego
Exercícios específicos total da força; 1/3 do tempo dedicado a arremessos
para verificar a performance. O total de arremessos
2
diários deve ser superior a 80, inclusive os de
- Puxada do solo com pernas flexionadas. aquecimento. O arremesso completo com
Objetivo: fortalecimento dos músculos dos punhos, deslocamento ou com giro deve ser feito com fre-
das costas e das pernas. qüência, para que o atleta não esqueça a gesticula-
Em pé, tronco ligeiramente inclinado à frente, ção no seu todo.
costas retas, médio afastamento lateral das pernas Antes de uma competição, observar o seguinte pro-
flexionadas. Afastamento das mãos equivalente à grama:
largura dos ombros. Tracionar a barra por exten- três dias antes: treino técnico; dois
são do tronco e pernas, simultaneamente. dias antes: trabalho bem leve;
2 2 — Rotações e flexões do tronco com peso nos véspera: repouso absoluto.
ombros. 1° exercício — Objetivo: fortalecimento dos
músculos das pernas, músculos laterais e LANÇAMENTO DO MARTELO
posteriores do
tronco. Sob a orientação do Prof. Roland Klein, (vice-
Em pé, perna direita flexionada e com médio campeão alemão da categoria júnior, com 20 anos de
afastamento ântero-posterior. Tronco inclinado à idade), a equipe constituída do coordenador, Prof. Ivo
frente, mantendo-se em alinhamento com a nuca e da Silva, do Paraná, Prof. Pedro Américo de Souza
calcanhar do pé esquerdo. Barra sobre os ombros, Sobrinho, realizando curso de especialização em
segura por ambas as mãos a mais ou menos 20 cm Colônia, e dos atletas Celso Joaquim Moraes (RS),
das espáduas. Girar sobre o pé direito e fazer rota- Fernando Sérgio Barwinski (PR), Antônio Carlos
ção dos quadris e do tronco, simultaneamente, da Barbieri Soares (RS), iniciou os treinamentos no
direita para a esquerda. sportinstitut da Universidade de Mainz, sendo
2º exercício — Objetivo: fortalecimento dos mús realizados, em média, onze vezes por semana,
culos laterais e posteriores do tronco. divididos em três partes principais:
Em pé, médio afastamento das pernas lateral-
mente, barra sobre os ombros, segura por ambas as a) — condicionamento físico geral;
mãos a 20 cm das espáduas. Fazer rotações para a b) — treinamento de força;
esquerda e para a direita. Variação: na mesma posi- c) — treinamento técnico.
ção, fazer flexões laterais do tronco.
A — Condicionamento físico geral
P — Considerações gerais sobre o peso e o disco Realizado 2 vezes por semana e normalmente
composto dos seguintes trabalhos:
1 - Aquecimento 1. Lançamento de peso para trás por cima da ca-
beça com ambas as mãos.
Deve constar de trote de 10 minutos, exercícios de 2. Lançamento de peso para a frente com ambas as
flexibilidade gerais e específicos. mãos.
3. Lançamento de peso simulando a finalização do
2 - Final dos treinos (volta à calma) arremesso do martelo.
4. Saltos sobre barreiras.
Trote leve de 5 a 10 minutos. Basquetebol. Natação. 5. Lançamento vertical do medicine ball.
6. Saltos sobre plintos
3 - Velocidade 7. Saltos com lastro nas costas.
8. Exercícios para os músculos abdominais, das
Devem ser realizados após os trabalhos de força costas e laterais do tronco, com e sem medicine ball.
tiros de 30, 40, 50, 60m a 70%. Saídas de taco, com
30, 40 e 50m. B — Treinamento de Força 3
•
no contato com o solo e na impulsao que deverá para isto é preciso que o pé direito, logo no início da
ser feita por esta mesma perna sobre o solo; com fase, seja apoiado no chão o mais cedo possível, ou
isto procurar-se-á evitar um intervalo entre o con- seja, quando o martelo ainda está bem atrás.
tato impulsao. Estes dois movimentos, de apoio Imediatamente após o contato do pé direito com
e impulsão deverão se constituir num movimento o solo, citado acima, é necessário que se faça o mais
único. rápido possível o trabalho de perna e quadril.
O deslocamento (giro) dos pés neste momento
Finalização não será feito como nos giros normais, pois o giro da
perna esquerda será feito sobre a parte anterior do
A terceira e última fase é a do lançamento pé, ou se possível até mesmo sobre todo o pé.
propriamente dito ou finalização. O quadril estará com um giro de mais ou menos
Ela vai do momento em que o atleta toca o 90° considerando-se a direção do lançamento.
solo com o pé direito, no último giro, até a perda Tendo o martelo atingido o seu ponto mais
total de contato com o implemento. baixo nesta fase, inicia-se a extensão de pernas.
A trajetória percorrida pelo martelo nesta fase Nesta extensão de pernas, é preciso que o ar-
diferencia-se de atleta para atleta. remessador procure distribuir o peso do seu corpo
Os bons arremessadores conseguem com que igualmente nas duas pernas.
este caminho tenha um ótimo rendimento, mas
•
Segundo o Prof. Letzelter, por esta variabili- penúltima passada é maior. A vantagem disso é que,
dade de alfa e alfa linha não se pode determinar na última, o CG já estaria em fase de elevação;
homogeneidade em atletas de nível elevado. portanto, a força de impulsao encontraria a massa já
Ritmo - Temos dados semelhantes no flop e em aceleração.
no stradle, que determinam a velocidade da corrida. A determinação do ritmo das passadas não tem
'Diferenciamos 2 fases: variação de velocidade e pre- estudos concluídos. Todas as afirmativas são feitas
paração para o impulso. Tanto no f/op como no em termos individuais.
stradle, temos, de forma gradativa, a preparação A impulsao consta de: preparação para o salto e
ara a impulsao nas 3 últimas passadas. A variação transformação da aceleração horizontal em acele-
DO ritmo das últimas passadas é determinada por ração vertical; ganho de um maior espaço de ace-
oassadas mais largas, passadas sobre o calcanhar e leração, que se deve percorrer com a maior veloci-
pelo CG, que é abaixado. dade possível; rotação.
Estas 3 passadas preparatórias têm a função As rotações se sucedem sobre 3 eixos: longitu-
de programar a posição de impulsao; daí o fato de dinal, onde se faz o primeiro giro (encontramo-lo na
os saltadores de stradle correrem mais de calcanhar, ultrapassagem do sarrafo na técnica do rolo ven-tral e
retrocedendo o CG. No f/op ocorre algo semelhante no início do flop (impulsao); transversal (aparece
procurando-se, com a corrida sobre o calcanhar, sobre o sarrafo, no f/op); e ântero-posterior (surge
preparar a impulsao. durante a impulsao.)
Funções da Preparação para a impulsao — Na verdade, o que acontece é uma cadeia de
I — Posicionamento do CG baixo no momento do rotações que se sucedem, atuando sobre todos os
impulso: quanto mais baixo o CG, mais alta será a eixos. Toda rotação é dirigida quando ainda em
componente vertical. A velocidade vertical da im contato com o solo. Após a perda de contato com o
pulsao é dependente do tamanho do caminho de solo, a rotação só pode ser acelerada ou retardada
aceleração vertical e da intensidade dessa acelera através de determinados gestos.
ção. O tamanho do caminho de aceleração é depen É importante notar que todo potencial ener-
dente da técnica, e a intensidade depende da força. gético para a rotação é ganho no impulso, e parte do
A*. O caminho de aceleração, que iria somente de potencial energético para o impulso é gasta com o
B a A, é aumentado para baixo, devido ao A * movimento de rotação. Daí necessitarmos despender
atraso do CG (tronco e braços para trás) — B' a B —, o mínimo de energia para a rotação, só o sufi-cente
e também aumentado para cima, pelo trabalho da para sua utilização na ultrapassagem.
perna de balanço e braços para cima — A a A'. Fases da impulsao: apoio do pé no solo, amor-
* tecimento (dinâmica negativa) e desaceleração; ex-
tensão da perna impulsora e aceleração.
B*
Apoio do pé no solo — tanto no f/op como no
No stradle e f/op, algo semelhante ocorre para stradle, o contato é feito com o calcanhar. O grau de
aumentar esse caminho de aceleração: extensão da intensidade é diferente entre as duas técnicas, maior
perna de apoio, balanceamento da perna livre e tra- na segunda e mais veloz na primeira. Na prática,
balho de braços. Do balanceamento da perna livre e deve-se sempre objetivar esse apoio com o
trabalho de braços, resulta uma maior pressão adi- calcanhar.
cional da perna de impulsao (pressão reativa), ga-
Amortecimento e desaceleração — Há um
nhando-se força reativa. abaixamento do CG e pressão contra o solo, pressão
Encontraram-se valores de 117 kp como pres- que não leve a perna impulsora a ceder dema-
são reativa sobre a perna de impulsao, em movi-
siadamente. Esse amortecimento resulta da força
mento de balanceamento da perna livre estendida no dinâmica negativa, que diminui a velocidade hori-
stradle, enquanto no f/op, com perna flexionada, zontal.
aproximadamente 76 Kp.
A fase de amortecimento termina quando se
II — Condições ideais da perna de balanceamento
verifica o menor ângulo entre coxa e perna, inician-
e braços (mais importante para o stradle): deve-se
do-se aí a fase de aceleração, É ainda na fase de
ter uma posição em que se possa movimentar per
amortecimento que se cria uma grande tensão mus-
nas e braços rapidamente para cima. Deve-se obter
cular, que atuará na fase seguinte. Essa tensão pos-
uma maior força reativa na perna de impulsao.
sibilitará uma maior aceleração, com um movimento
O comprimento das 3 últimas passadas sofre
explosivo.
muitas variações, segundo vários autores. No f/op, a
Extensão da perna impulsora e aceleração — Após a
fase de amortecimento, inicia-se a de aceleração, com
uma extensão vigorosa da perna de
impulsao. Sucede-se um trabalho em cadeia das ar- logo após a impulsao ocorre uma rotação no e
ticulações, começando com o da musculatura da longitudinal, sendo que essa rotação seria
perna, continuando com o da coxa, glúteos e dorsais. prejudi-cada caso a perna estivesse estendida.
Desse trabalho de contrações em cadeia, resultam a
Fase de vôo
extensão e a aceleração.
Considerando-se a relevância da
Tihleh, pesquisador em Leipzig, difiniu em seu
preparação e impulsao para o salto, devemos
livro Anatomia Funcional os músculos que atuam em
saber que, na fase de vôo, o importante é o efeito de
cada prova. Com base nesse estudo, sabemos que
rotação e a colocação dos segmentos. Sabemos que,
para o salto em altura devem ser trabalhados os
após a im-pulsão, não mais pode ser alterada a
seguintes músculos: posteriores da perna: (sóleo e
trajetória do CG. 0 que se pode alterar é a
gastroecnêmio) agachamento seguido da extensão
distribuição da massa dos segmentos em relação ao
do pé; quadríceps femuraI: leg-press (sentado) e
CG. Quando se abaixa uma certa massa, eleva-se
agachamento; glúteos máximos e mínimos:
outra. Temos um exemplo plo na transposição do
agachamento com extensão total da coxa, perna e
sarrafo na técnica do flop Para se elevar o quadril,
pé.
abaixam-se tronco e cabeça com a posterior
Durante a impulsao, paralelamente à força de
elevação das pernas.
extensão da perna, atuam as forças de balancea-
mento dos braços e da perna livre. Esses balan-
ceamentos têm dupla função: criar uma força reativa Princípios básicos do salto em altura
e dar maior elevação ao CG.
a) A curva de vôo, após a impulsao, não poderá ser
Ficou provado por um pesquisador da DDR que
modificada.
é possível elevar cerca de 10cm o CG pelo auxílio
dos balanceamentos. b) Nenhum movimento no ar, após a impulsao,
modificará a trajetória do CG. O que poderá ser
modificado são os caminhos percorridos pelos seg-
mentos em relação ao CG.
c) Todos os movimentos no ar exigem movimentos
compensatórios. Se elevarmos a massa de um seg-
mento, deveremos abaixar a massa de outro, e vice-
versa.
d) Os movimentos rotacionais, necessários no salto
em altura, são criados na fase de impulsao, podendo
ser mais velozes ou mais lentos.
Técnica do flop
•
um espaço de 30cm, situado a uma distância de
70cm do caixote. Esse teste mede a força dinâmica
negativa ou de amortecimento.
Schwarz 28 7.98 7.98 9.5 10.7 10.2 9.7 3,3 1.0 18.5 66 72 47 -5.0 107.5 42 6.57 1.17 1.11 0.62
Schwarz 17 7.94 7.95 8.0 10.6 10.1 9.5 3.0 1.1 18.5 61 76 45 -2.0 110.0 43 6.20 1.25 1.13 0.68
Schwarz 34 7.88 9.4
Baumgartner 25 7.87 7.89 12.7 10.7 10.1 9.6 3.1 1.1 17.5 56 60 46 +2.0 109.5 64 6.84 0.93 1.06 0.63
Gloerfeld 3 7.86 7.92 11.2 10.2 9.5 9.9 3.2 1.2 19.5 60 61 44 -4.0 112.0 59 6.64 1.07 1.01 0.58
Baumgartner 7 7.84 7.84 12.3 10.5 9.9 9.5 3.1 1.0 18.0 61 66 41 -2.0 109.5 53 6.37 0.94 1.10 0.62
Baumgartner 36 7.81 12.2\
Schwarz 5 7.81 7.91 10.4 10.8 10.1 9.6 3.0 1.2 17.0 64 65 44 -5.5 112.0 51 6.42 1.18 1.11 0.61
Baumgartner 13 7.75 7.80 11.5 10.2 9.7 9.2 3.2 1.0 19.1 65 64 47 +3.5 108.5 51 6.70 0.99 1.12 0.67
Bernhard 35 7.57 13.2
Bernhard 29 7.56 12.7
Frutig 8 7.53 7.69 14.3 10.3 9.3 8.8 3.2 1.12 20.0 64 69 39 +10.0 114.5 47 7.37 0.97 1.11 0.69
Rebmann 27 7.53 13.1
Bernhard 6 7.49 7.56 11.4 9.9 9.2 8.6 3.4 1.3 21.5 72 74 42 + 1.0 111.0 34 7.52 1.38 1.37 0.78
Frutig 26 7.46 7.48 13.4 10.0 9.4 8.8 3.1 1.2 19.0 61 70 39 +6.0 110.5 49 7.10 1.04 1.06 0.60
Bernhard 12 7.39 7.60 11.5 9.8 9.0 8.4 3.5 1.4 22.5 61 70 45 +6.0 113.0 49 6.88 136 1.24 0.73
Gloerfeld 32 7.38 12.3
Frutig 31 7.34 13.0
Rebmanm 22 7.29 7.37 13.3 9.9 9.4 8.8 3.2 1.1 19.5 62 70 50 +8.0 108.0 48 7.50 1.27 1.05 0.63
Bernhard 18 7.24 7.34 12.3 9.7 9.1 8.7 3.0 1.0 19.5 62 72 50 +5.0 110.0 46 6.72 1.32 1.21 0.63
Frutig 20 7.18 7.42 13.5 10.2 9.4 8.9 3.1 1.3 19.5 60 69 40 +8.0 112.5 51 7.64 1.01 1.11 0.62
Média 7.80 7.70 12.0 10.3 9.6 9.1 3.2 1.2 19.3 63 68 44 +2.0 110.5 49 6.89 1.13 1.13 0.65
Tabela 3
Através de comparações, analisaremos em que nos dão uma idéia de que, quanto maior a velocidade
proporções cada um dos dados do gráfico influi no nos últimos 6m, melhor o salto.
resultado do salto. 1) Tempo de contato — TK. 3) Velocidade de vôo — Vo.
Tomando-se os resultados de Schwarz, com Pelos dados de Schwarz, com velocidade de
7,98 no salto e um tempo de contato de 9.5 centési- vôo de 10,2m/s, Frutig, 9,3 m/s, e Bernhard, 9,1m/s,
mos de segundo (0,095), Bernhard, com 7,56 e 12,7 concluímos que, geralmente, a velocidade de vôo
centésimos de segundo (0,127), e Frutig, com 7,18m diminui com o resultado do salto. É importante saber
e 13,5 centésimos (0,135), concluímos que o tempo que isto não ocorre de uma forma determinística,
de contato dos melhores saltadores são menores. mas sim estatística, pois poderá haver exceções.
Quanto menor TK, melhor o salto, e vice-versa. Isto 4) Diferença entre VA e Vo.
ocorre porque, quanto maior for o contato, maior Analisando-se Schwarz, temos a diferença de
será a desaceleração. 2) Velocidade de corrida — 0,5 m/s, e Bernhard, 0,6 m/s. Embora essa pequena
VA. diferença seja a mesma para ambos, não se pode
Schwarz com 7,98m e 10,7 m/s, Frutig, com dizer que o rendimento no salto seja proporcional a
7m53 e 10,3m/s, e Bernhard, com 7,24 e 9,7 m/s, esta diferença.
5) Relação entre Voz e Vox. res. Não se deve em caso algum alongar as
últimas 3 passadas, mas sim diminui-las.
Voz Vox 9) Relação entre a penúltima e a última p
Schwarz 3.3 9,7
Frutig 3,2 8,8
Bernhard 3,5 8,4 Pela tabela exposta, encontramos para
Schwarz 1,17, e para Frutig, 0,97. Isto significa que,
Entre Schwarz e Frutig, nota-se uma pequena para Schwarz, a penúltima passada é 17% maior
diferença em Voz e uma diferença bem maior em que a última, e, para Frutig, a penúltima passada é
Vox. Assim como também Bernhard, que, apesar de menor que a última. Sendo na tabela o resultado
um salto fraco, tem uma Voz maior, porém uma Vox maior que 1,0, a penúltima passada será maior, e
bem menor. Conclui-se que o mais importante é a sendo menor que 1,0, a penúltima passada será
velocidade horizontal de vôo. Logicamente, dentro de menor. Analisando-se a tabela, concluímos que,
uma ótima relação com a velocidade vertical de vôo. em média, a penúltima passada é 13% maior que a
6) Ângulo de vôo - última.
Varia de 17º a 22,5°, mas os melhores saltos 10) Relação entre a penúltima e a antepenúltima
têm os menores ângulos de vôo. Isto significa que os passada
melhores saltadores saltam mais baixo, com um
Pela tabela, todos executam a penúltima
ângulo menor. Os piores saltam com um ângulo
pas-sada maior que a antepenúltima, com uma
maior, e a relação entre os componentes vertical e
média de diferença de 13%.
horizontal não é ideal.
7) Ângulo de Impulsao— Exemplo: antepenúltima = 2,00m;
É praticamente igual para todos os saltadores. penúltima = 2,26m;
Portanto, o ângulo de impulsao não é tão importante. última = 2,00m.
Mais importante é a relação ótima Vox e Voz. 11) Ahsp
8) Somatória das 3 passadas finais
Notamos que sp quase não varia entre me-
Schwarz lhores e piores. Não é um fator indicador para o bom
Frutig
6,57 e 6,20
7,37 resultado do salto. Salto em extensão
Bernhard O Professor Letzelter comentou a pesquisa de-
6,88
senvolvida por Nigg, Neukomm e Waser (27a aula)
Os melhores saltadores têm a soma analisando a tabela abaixo, onde esses pesquisado-
das 3 últimas passadas menor que os piores. Como res, através da computação de dados, obtiveram o
os melhores saltadores são os mais velozes, isto é, coeficientes de correlação entre os diversos fatores
têm uma maior freqüência, logicamente os passos e o resultado no salto em extensão.
são meno-
X -64 83 .80 .79 -.08 -.23 -.49 -.06 -.36 -.03 -.78 -.73 -.33 -.29 -.15
Tk -.43 -.55 -.50 .02 .36 .18 -.21 -.28 -.32 .77 .72 -.40 -.16 -.11
VA .94 .93 -.38 -.24 -.78 -.17 -.32 -.13 -.63 -.54 -.48 -.43 -.33
v0 .99 -.43 -.53 -.83 -.17 -.25 .10 -.70 -.63 -.38 -.44 -.39
Vox -.48 -.57 -.87 -.19 -.30 .11 -.70 -.66 -.43 -.45 -.45
Voz .42 .79 .43 .14 -.02 .15 .34 .36 .48 .62
Vx .55 .12 10 -.60 .45 .55 .08 .25 .45
.37 .38 -.06 .49 .49 .52 .63 .70
.47 -.05 -.14 .20 .45 .66 .58
.02 .17 .16 .66 .56 .48
-.13 -.29 .45 .01 -.08
.75 -.05 .08 .26
123 .04 .19 .27
2:3 .67 .50
hSP .84
Tabela 4
PRÁTICA - SALTOS
Para se tornar mais fácil, dividimos a corrida em A fase mais importante é a de apoio anterior
fases: I.Fase de contato: pois é a responsável pelo movimento de impulsão
— de apoio anterior; de corpo para a frente.
— de apoio posterior.
2. Fase de balanceamento:
— anterior;
— posterior.
3. Fase de suspensão (flutuação).
— Fase de apoio anterior — Começa após a
fase de suspensão, quando o pé da frente toma
contato com o solo e vai até o momento em que o
CG estiver na vertical da perna de apoio e quando a
coxa da perna de balanceamento posterior cruzar a
perna de apoio.
— Fase de apoio posterior — Começa quando
a perna de balanceamento cruzar a perna de apoio e
quando o CG passar para a frente da vertical do Z— é a resultante da força aplicada. PMz — é
a componente horizontal da força. PMy — é a
componente vertical da força. BO — é o
ângulo de impulsao.
•
APÓS a impulsao, a perna de balanceamento deve Economia de energia
procurar a posição ideal (junto às nádegas), para que
possa ir o mais rápido possível à frente. Isto é necessário Para se economizar energia é necessário não
porque as fases de apoio e balan-ceamento anteriores executar movimentos desnecessários, como também
estão em estreita relação com as fases de apoio e aplicar a força no sentido da corrida, eliminando as
balanceamento posteriores. Por-tanto quanto melhores oscilações desnecessárias (ex.; correr saltitan-do,
e mais rápidas forem as oscilando o CG, braços trabalhando obliqua-mente).
fases posteriores, melhores e mais rápidas serão as
fases anteriores. Posição do tronco
0 ângulo de impulsao varia entre 45 a 55°, e quanto
O ideal seria que acompanhasse a linha de força
menor for o ângulo maior será a força aplicada no sentido
criada no membro inferior que está em contato com o solo.
horizontal. Isto é válido dentro de certo limite, pois, após
Mas, se o tronco permanecer muito inclinado, prejudicará a
determinados ângulos, não mais aproveitaremos espaço
fase de balanceamento anterior, diminuindo a amplitude da
com a perna de balanceamento anterior.
passada. Portanto, preconiza-se menor inclinação, estando
mais perto da vertical.
Como melhorar a impulsao posterior
Observação — O quadro acima refere-se a dade (ex.: novembro — 9/10 vezes 200m a 29,0 seg;
atletas alemães com uma periodização simples. dezembro - 9/10 vezes 200m a 28,0 seg).
A resistência aeróbia deve ser dada aos velo- Ao se aproximar o período competitivo, diminui-
cistas para que possam suportar uma maior quanti- se o número de repetições e aumenta-se a inten-
dade de treinamento. Isto é, não se treina a resis- sidade (ex.: 4 vezes 200m a 23,5 seg).
tência aeróbia por ser necessária às provas, mas 2. Ins and outs ou in tervaII sprint (numa pista de
sim como um complemento, pois as provas exigem 400m, correr 50m, trotar 50, e assim sucessivamen-
pouca resistência aeróbia. te).
3. Utilizar repetições de corridas curtas em intensi-
Meios de treinamento para desenvolver a resistência dades elevadas, desde o período preparatório até o
aeróbia período competitivo (ex.: 10 vezes 60m a 95%
(corrida de tempo).
1. Método contínuo.
Período transitório
2. Método intervalado extensivo.
3. Intervall training. Vai do final do período competitivo até o início
do período preparatório 1. É importante para manter
Meios de treinamento para desenvolver a resistência a condição adquirida nos períodos anteriores, através
de sprint do princípio da sobrecarga.
(Não será abordado a fundo, por não conter
1- Repetições de várias corridas com fraca intensi- dados específicos para corredores de velocidade.)
PESQUISA - VELOCIDADE
animo a
•
COMPORTAMENTO DA PASSADA NA atletas de 200m corram com maior amplitude, porque
PROVA DE 200m correm a segunda metade da prova sem saída de
blocos, o que dá uma média de amplitude maior.
O comportamento da passada na corrida de 200m Pesquisa realizada por 2 investigadores de-
tem, segundo o Prof. Letzelter, uma impor-tancia monstrou que havia um ganho de até 10%-na am-
bastante grande dentro do ensino do treina-mento. plitude da passada nos segundos 100m, pelo fato de
Esse comportamento tinha, até pouco tem-po uma não saírem, os atletas, de blocos. (A amplitude média
má interpretação, dado o fato de não ha-ver é conseguida dividindo-se a distância percorrida pelo
nenhuma pesquisa científica a esse respeito. No livro número de passadas;
Der Sprint, Toni Nett cita uma pesquisa feita com L100m =
treinadores alemães, os quais foram partidários de 100
n. passadas
uma maior importância à amplitude da passada nos
200m. Segundo esses treinadores, atletas com maior Se o atleta der 50 passadas em 100m, teremos
amplitude de passada teriam grande vantagem em L100 = 2,00m.
relação a atletas de amplitude pequena e que atletas Como amplitude máxima consideramos o trecho
altos, por terem a possibilidade de fazerem essa onde o atleta corre com a maior amplitude, ou seja,
passada maior, também teriam vantagem sobre entre 60 e 70m.
atletas baixos. Então, para a ciência do treinamento
desportivo, surgiram duas hipóteses: os melhores Com base nisso, podemos dizer que, para não
corredores de 200m correm com maior amplitude; e haver uma redução na amplitude média na segunda
os melhores corredores de 200m são também os
mais altos.
Com base nessas duas hipóteses, o Prof.
Letzelter desenvolveu na Olimpíada em Munique
uma pesquisa envolvendo 32 participantes dos
200m. Os resultados mostraram serem falsas essas
duas hipóteses. Vejamos como se desenvolveu a
pesquisa.
Pelo exposto, podemos ver que tanto o melhor Nos 100m, G = 1,95; G1 =
grupo como o pior têm a mesma média de amplitude, 1,94 e G2 = 1,96.
o que mostra que as melhores atletas nao têm uma
maior amplitude. Dessa forma, aquela diferença de Portanto, a amplitude média nos 200m é melhor
tempo de 1,06 seg entre melhores e piores, citada ainda que nos 100m, principalmente em con-
anteriormente, só pode ser atribuída à freqüência de seqüência da corrida em curva. De modo geral, po-
passadas. demos dizer que o comportamento da passada nos
Vejamos agora as diferenças médias de ampli- 200m é igual ao da prova de 100m.
tude dos 3 grupos, nas provas de 100m e 200m. Para melhor esclarecimento, citemos exemplos
das 3 melhores nos 200m em Munique.
Amplitude média nos 200m:
100m G = 1,95m G1 1,94m G1 G2 = 1.96m
200m G = 2,03m = 2,03m G2 2,03m
•
A média do 2º grupo é de 1,90, e no 1°, de
205m. Cabe esclarecer que os valores médios são
encontrados, usualmente, pela média aritmética,
porém o valor realizado pela maioria dos atletas,
representado pelo ápice da curva, é encontrado pela
média densa. Essa média densa não tem, obriga-
toriamente, que ser igual à média aritmética.
Distribuição da freqüência em relação à dife-
rença da amplitude de passada — Temos aqui valo-
res da direita entre 0,05 e 0,20. A média densa está
entre 0,10 e 0,15, no total de 14 atletas. Diferenças
na amplitude de passadas normais estão entre 10 e
15cm, e, quando se tem uma diferença maior, é
sinal de uma resistência de amplitude.de passadas
maior, ao passo que o contrário dá uma resistência
de amplitude menor.
Correlação entre, resistência de amplitude de
passada e tempo da corrida. — Já vimos que a re-
sistência de amplitude de passada tem uma relevân- Temos no eixo y a freqüência de passadas por
cia empírico-estatística muito grande para o rendi- segundo. No eixo x, o tempo total, subdividindo de
mento, pois o grupo com melhor resistência de am- 20 em 20m. Pela análise do gráfico, notamos que o
plitude de passada tem também os melhores resul- melhor grupo (G1) teve, durante todo o percurso,
tados, apresentando um coeficiente de correlação de uma melhor freqüência de passada que G2. Entre 20
r = 0,45. Temos um valor negativo, porque a valores e 40m, as diferenças de freqüência continuam as
altos de resistência de amplitude de passada mesmas, e após 80m, quando há uma queda na
correspondem valores baixos de tempo. Em relação freqüência, as diferenças ainda continuam as
a G2, temos um coeficiente de correlação de r =0,11, mesmas. A grande diferença se dá nos primeiros
o que mostra uma independência de valores, ou 20m, quando aumenta muito mais a freqüência em
seja, nesse grupo os melhores não têm uma melhor G1.
resistência de amplitude de passadas que os piores. Com relação à amplitude de passada, ela é a
Resistência da freqüência de passadas — Como mesma nos 2 grupos, e, com relação à freqüência,
já foi visto anteriormente, não existe, na média, G1 tem um resultado muito melhor que G2. Com
diferença de amplitude entre os melhores e os relação à resistência de amplitude de passada e
piores. Daí que a diferença de 1,06 seg no resultado resistência de freqüência de passada, temos um
final tem que ser conseqüência da freqüência. Em fenômeno contrário: na resistência de amplitude, G1
virtude disso, torna-se necessário falar da resistência tem melhor resultado, e na resistência de freqüência,
de freqüência de passada. Foi feita uma pesquisa ambos os grupos possuem o mesmo nível.
para verificar a queda da freqüência após os 80m. Ainda pelo gráfico, verificamos que em G2 a
freqüência cai bastante até o final da corrida (G1,
de 4,6 para 3,9 passadas por segundo, e G2, de 4,4 sprint tem variações em níveis muito maiores do que
para 3,56 por segundo): aproximadamente 15%. Fica se pensava antigamente.
claro, portanto, que a maior parte da perda de
velocidade é conseqüência da perda de freqüência Embora não se possa exigir de resultados
da passada. Em A10, temos uma queda de científicos uma formulação imediata de regras ara
freqüência mais acentuada, isto é, no final da corrida o treinamento, somente através desse quadro
o fenômeno é o mesmo que nos 100m. Uma maior geral pode-se pensar numa racionalização do
amplitude provocada pela "motivação final" leva à treinament-to, já que um bom treinamento só é
queda de freqüência. possivel quando o treinador possui uma boa dose
Pela análise do gráfico da freqüência, entre os de conhecimentos científicos. Ainda assim podem-
primeiros 80m e o final da corrida, ao se tomar a se tirar conclusões imediatas para a prática do
curva no seu ápice, vemos uma queda de 0,80 treinamento, como a de que a freqüência tem uma
passadas por segundo. importância maior que a da amplitude de
passadas
Como a queda após os 80m é igual nos 3 gru-
pos, mais ou menos 0,62 a 0,63 passadas por se-
gundo, temos um aumento no tempo final de mais ou
menos 14%. COMPORTAMENTO NA CORRIDA DE 400M
Por isso, concluímos que podemos, com o
treinamento, conseguir uma melhora no rendimento, Para se estudar o comportamento da corrida de
diminuindo essas quedas. 400m, foi dividido o percurso todo em 4 partes t1=
A resistência de freqüência de passada nao é tempo nos 100m, t2 = tempo nos 200m t3 = tempo
uma característica que tenha uma relevância nos 300m e t4 = tempo nos 400m
empírico-estatística para o rendimento, pois foi Como deve correr o atleta estas partes para
constatado entre ambos um coeficiente de correlação conseguir um melhor conjunto nos 400m? t1 - t100;
de r = 0,03, o que denota uma quase independência. t2 - t200 - t100; t3 = t300 - t200; t4-t400-t300.
Mais significativa é a relação entre resistência de Essa pesquisa foi realizada com 40 corredores
freqüência de passada e resistência de sprint. Temos
participantes das Olimpíadas de Munique. Os
aqui r =0,40, que, se não é muito grande, é tempos eram inferiores a 47".67.
estatisticamente significativo com r2 = 16%, ou seja,
16% da diferença na resistência de sprint são G1- t400< 46,55
produtos da resistência de freqüência de passada. G2- t400 > 46,55
Vale observar que é falsa a afirmativa segundo
a qual atletas que correm com maior freqüência nos G - 44,66 a 47,67 M -46,41
200m cansam mais, pois foi encontrado para esta G1 -44.66 a 46,55 M1 =45.76 - W = 1.89
relação r = 0,11, insignificante. G2 -46,63 a 47.67 M2 - 47.05 - W = 1,04
Já ficou provado que, na realidade, o atleta
M2 - M1 = 1.30 -* 2,7%
corre 0,9 seg mais lento nos primeiros 100m que na
segunda metade dos 200m. Até que ponto essa É importante notarmos aqui a diferença de
diferença é condicionada pela diferença entre 1".30ou2,7%.
freqüência de passada e amplitude cie passada? Vamos examinar agora t100. Um dos
corredores, por apresentar um resultado muito fraco
Foram encontrados os seguintes coeficientes de correlação: nos primeiros 100m, foi cortado do grupo, pois isso
foi atribuído a um comportamento tático errado.
Resistência de amplitude
G - 11,10 a 11.95 M= 11,53 W = 0,85 G1 - 11,10
Resistência de freqüência a 11,80 M= 11.40 W = 0.70 G2 - 11.35 a 11.95
M = 11.64 W = 0,60
Por exemplo: em corredores de G1, onde a
M2 - M1 = 0.24 * 2.0%
perda de velocidade é de 0,5 seg, 0,375 seg deve-se à
perda da freqüência, e 0,125, à perda de amplitude. Esses 0,24 seg representam, em relação à
diferença de 1,30 seg na diferença total, 18,5%.
Conclusões finais — 1) Em relação a diferentes Portanto, se os primeiros 100m representam 25% tia
pontos os treinadores estavam errados em suas corrida total, a diferença de tempo entre melhores e
opiniões; 2) o fenômeno do comportamento do piores em t1 representa menos que isso.
•
Daí que a diferença entre melhores e piores nos G - 22,95 a 25,00 M = 24,11 G1 -
primeiros 100m é menor que no final da corrida. 22,95 a 24,70 M = 23,83 G2 -
Ou os piores corredores correm rápido demais os 23,90 a 25.00 M = 24,54
primeiros I00m ou os melhores o correm muito Aqui existe uma variação bem maior nas
lentamente. Através de métodos estatísticos, diferenças que na primeira metade da corrida. Os
podemos verificar isso. coeficientes encontrados mostram que os melhores
M de t400 corredores nos 400m são também melhores na
M de t100 segunda parte da corrida. Temos r = 0,82 e r2 =
66,6%. Esses resultados parecem contraditórios,
G - 46,41 pois, se em t200, r - 60,4%, aqui não poderíamos
11,53 11.40
G1 - 45,76 11,64 11,31 encontrar 66,6%, porém não podemos fazer
G2 - 47,05 considerações isoladas, mas sim observar a influência
Finalistas - Entre t1 e t400 foi
45,14 dos primeiros 200m no total da corrida.
constatado um r = 0,62 e Em G2 encontramos r = 0,71. Isso quer dizer
r2 38%. Isso vai em contradição com os 18% que, no grupo dos piores, o resultado dos segundos
inicialmente encontrados, mas aqui foi levado em 200m é importante para o resultado final.
conta que os primeiros 100m têm uma influência em Resumindo, podemos dizer que os melhores
t2, t3 e t4. Portanto, na realidade, 38% do tempo nos corredores já são mais rápidos após 100m,
400m dependem de t1. Concluímos que os melhores aumentam essa vantagem após os 200m, e
corredores de 400m já são mais rápidos nos continuam mais rápidos nos segundos 200m. Já o
primeiros 100m. grupo dos piores (G2) não apresenta o mesmo
Se fizermos uma análise separada para G2, quadro. Não determinam sua vantagem nos
verificaremos um fenômeno. Encontraremos um primeiros 100m ou 200m, mas sim nos segundos
200m.
r = — 0,04, o que denota uma independência, ou
seja, os mais rápidos desse grupo em t1 não são os
mais rápidos em t400. COMPORTAMENTO DA VELOCIDADE NA PROVA
Vejamos agora os tempos nos primeiros 200m. DE 400m RASOS
Como regra básica, temos que os primeiros 200m
devem ser 2 seg mais rápidos que os segundos A primeira questão é saber se os atletas mais
200m. Nesta parte da pesquisa, só foram velozes na primeira metade da corrida também o são
conseguidos resultados de 28 atletas. na segunda metade.
Considerando-se o trabalho realizado com um
G - 21,20 a 23,00 M= 22,10 grupo, subdividido em G1 e G2, temos G1, que é
G1 - 21,10 a 23,00 M= 21,90 composto dos melhores atletas, mais rápido na
G2 - 21,95 a 22,80 M= 22,43 primeira metade e também nos segundos 200m.
Finalistas - 21,10 a 21,85 M= 21.60
Considerando-se o grupo de maneira geral, o
M2 - M1 = 0.52 - 2.3% comportamento é esse; porém, dentro de cada grupo,
encontramos:
Considerando-se somente os 28 atletas, a — em G1 temos um coeficiente de correlação — r -
diferença final seria de 1,21 segundos. Esses 0,52 — 0,20, bastante baixo, que sugere uma
seg representam 46% em relação à diferença final. independência entre os fatores, ou seja, dentro do
Portanto, ainda restam para os segundos 200m a grupo dos melhores, os melhores nos primeiros 200m
diferença de 0,69 seg ou 54%. nao têm necessariamente que ser também mais
Porém, ainda considerando-se a influência rápidos nos segundos 200m, podem, portanto, não
desses primeiros 200m no restante da prova, temos: aumentar a vantagem conseguida na primeira
r - 0,77 e r2 -60,4%. Portanto, na realidade, os metade;
primeiros 200m têm uma influência de 60,4% no total — em G2, temos um coeficiente de correlação r - —
da prova. 0,70, também negativo, porém bastante alto, o que
Já em relação a G2, os melhores do pior grupo significa que, dentro deste grupo, os que correm mais
nao conservam a vantagem. Têm um comportamen- rápido a primeira metade correm mais lento a
to tático errado, pois em G2 foi encontrado r -0,17. segunda metade. Encontramos aqui um coeficiente
Temos agora que estudar a segunda metade da de regressão b - — 1,2 segundo. Em decorrência
corrida e suas influências no tempo total. desse coeficiente, vemos que os
corredores que são 1 segundo mais rápidos na RV = t400 - 2xt200mt, mas ainda assim temos o
primeira metade, são 1,2 segundo mais lentos na problema de atletas que poucas vezes correm os
segunda parte; portanto, a desvantagem é acrescida 200m.
com valores mais altos. Desta forma, ficaremos com a primeira
Essa queda da velocidade nos segundos 200m definição, que, ao menos, não apresenta erros de
nem sempre é por uma questão de perda da medição:
velocidade devido à resistência, mas por uso de uma RV - t200 - t200/2 - RV é a diferença dos dois
tática errada. tempos parciais.
Diferença entre as duas metades da corrida Diferenças dos tempos parciais dos grupos (n -
Na prática, é válida a regra geral da diferença 27 atletas)
de dois segundos a mais na segunda parte. Os valores são as diferenças da primeira para
Exemplo: um atleta que corre 400m em 46" deveria a segunda parte da corrida.
correr os primeiros 200m em 22" e a segunda G = 1.10 a 2.90 W = 1,90 M = 2,04 - 1.8 G1 =
metade em 24". Lee Evans, campeão olímpico do 1,10 a 2,55 W = 1.45 M1 = 2.00-1.7 G2 = 1.10 a
México, correu a segunda metade com uma di- 2,90 W= 1.80 M2 = 2.10 - 1.9
ferença de 2"4.
Esta diferença é o índice da resistência de elétr. manual
velocidade (RV), além dos problemas táticos da Como podemos notar, a diferença entre os dois
corrida. Existem várias fórmulas que procuram definir tempos parciais (M1 e M2) é bem maior que a
a resistência de velocidade: diferença no resultado final dos grupos (1,30
1ª definição: RV = t200 - t200 (2º). Tanto maior segundo). Tomamos, como regra geral, a diferença
será esta diferença quanto menor for a resistência de de 2 seg entre o melhor e o pior. Admitindo-se um
velocidade, e vice-versa. Nesta operação temos a erro médio de mais ou menos 0,1 seg, temos os
considerar o "tempo de poupança", isto é, o tempo tempos de 1"9 e 2"1. Se essa diferença aumenta,
que o atleta deixa de fazer por poupar suas energias podemos considerar que os primeiros 200m foram
na primeira parte da corrida. Isso leva a erros na rápidos demais; se diminui, foram lentos demais.
equação, pois esse tempo de poupança não aparece Considerando as perdas dos primeiros para os
em RV = t200-t200(2º). Assim, "tanto maior o tempo segundos 200m, em cada grupo, vemos que M2 - M1
de poupança na primeira metade, quanto menor a = 0,10 seg, o que estatisticamente é insignificante e
diferença", e vice-versa. 2º definição: RV =t400 - pode ser atribuído a um comportamento tático errado
2xt200 (melhor tempo conseguido nos 200m). Ex.: de G2.
46" - 2x21" => RV -4". Para o grupo geral (G), temos r = 0,16, o que
Essa relação é problemática, pois nesses 200m denota uma independência, e isto quer dizer que o
já temos 1/3 de importância relativa à resistência de melhor grupo não tem uma diferença favorável entre
sprint. as duas metades da corrida, em relação ao pior
3a definição: RV = t400mt - 4xt100mt (mt = melhor grupo. Ou seja, o grupo melhor pode correr mais
veloz nas duas partes, mas não consegue, na média,
tempo). Ex.: RV = 46" - 4x10"5 = 4".
uma menor diferença entre as duas metades (ver
Essa relação também é discutível, pois: exemplo de Lee Evans).
a) corredores de 400m correm poucas vezes os Já em G2, temos r = 0,56. Portanto, neste
100m, daí ser difícil definir seu melhor resultado; grupo, os melhores corredores têm uma menor
b) erros de medição: é freqüente o erro de 0,1 Os na diferença em relação aos piores, ou seja, têm uma
cronometragem manual. Se considerarmos erros de melhor resistência de velocidade.
cronometragem em dois corredores A e B, sendo que A distância de 300 metros foi considerada a
os dois correm com a mesma velocidade e o ideal para testes com corredores de 400m. Os dados
cronômetro registrou para um 10"4 e para outro 10"6, a seguir provam isso.
Ainda na mesma pesquisa, estes são os dados
- RV = 46 - 4x10"6 - RV= 3"6, para t300 - n =40.
- RV = 46 - 4x10"4 - RV= 4"4.
Registrou-se um erro considerável, pois os 2/10 G = 32,10 a 34.70 M = 33,68
foram multiplicados por 4. Portanto, as menores G1 = 32.10 a 34.10 M1 - 33,28
possibilidades de erro encontramos em G2 = 32,65 a 34,70 M2 = 34.07
G G1
G2
GF(finalistas)
Temos agora que:
Para o grupo geral (G)
r=. (t300 / t400) > r = (t100 / t400)
Tempo W M
r(t300/t400) - 0,91; variante conjunta = 82%
t1 11.10 a 11,90 0,80 11,502
Portanto, para o grupo geral, 82% da diferença estão t2 10,00 a 11,00 1,00 10,580
contidos nos primeiros 300 metros. já em G2, temos r - t3 10,85 a 11,80 0,95 11,429
0,43, com uma variante conjunta de 18%, ou seja, apenas t4 12,00 a 13,30 1,30 12,765
18% da corrida são decididos nos primeiros 300m; nos Para o grupo dos melhores (G1)
100 metros finais ainda é decidida a maior parte da prova. 11.415
t1 11,10 a 11,80 0.70
Entre os finalistas, com exceção de dois, todos t2 10,00 a 10,85 0,85 10,469
mantiveram as posições que conseguiram até os 300 t3 10,85 a 11,75 0,90 11,328
metros. t4 12,00 a 13,15 1,15 12,547
Damos a seguir, um quadro demonstrativo das
Para o grupo dos piores (G2)
posições dos atletas nos 300 metros e nos 400 metros,
onde verificamos que, à exceção dos 5º e 6º colocados, os 11,652
t1 t2 11,45 a 11,90 0,45
demais mantiveram suas colocações. 10,755
t3 10,50 a 11,00 0,50
11,564
t4 11,40 a 11,80 0,40
12,982
12,40 a 13,30 0.90
Analisando primeiramente G, temos. (t2 e t1) t2 tem
melhor tempo que ti. Essa diferença deve-se à saída de
blocos em t1, que faz com que o atleta perca bastante
tempo. Observa-se uma variação bastante grande entre o
melhor e o pior de t2 -1,0 seg. Um pouco menor em t1 -
0,80 seg.
(t1, t2 e t3) t3 é bem pior que t2, e, considerando-se a saída,
também pior que t1. Portanto, em t3 o atleta já está
perdendo velocidade. Temos em t3 uma grande variação -
W - 0,95.
(t1, t2 e t4) Em t4 é onde se constatam os piores tempos e a
maior variação entre o melhor e o pior corredor (1,30). Há
uma grande piora no tempo, devido à resistência de
velocidade.
Dessa primeira análise, concluímos que os melhores
são mais velozes desde t1 e t2, assim como também
possuem maior resistência de velocidade.
Comportamento relativo ideal para as parciais dos Comparando-se os tempos médios de G1 e G2,
400m temos:
S1 S2 S3 S4
G 8,69 G1 9,46 8,75 7,83
8,77 G2 8.58 9.57 8,83 7,98
9,30 8,65 7,70
Como vemos,
as velocidades em S1 e S3 são semelhantes. A maior
velocidade verifica-se em S2, e a menor, em S4.
Considerando o espaço S2 como o mais veloz J
relacionemos os demais com ele:
•
100m SOBRE BARREIRAS- FEMININO
G A2 A5
A1 • A3 A4 8,19 A6 A7 A8 A9 A10 A11
7,96
5,83 8,06 8,16 8,22 8,15 8.11 7,99 7,83 8,10
G1 5,88 8,10 8,22 8,35 8,40 8,43 8,35 8,29 8,21 8,06 8,41
G2 5,79 7,83 7,90 7,98 8,00 8.03 7,96 7,92 7,78 7,63 7,79
d 0 09 0 27 0 32 0 37 0 40 0 40 0 39 0,37 0 43 0 43 0 62
É grande a diferença em A2. Como ainda faltam De uma forma geral, pode-se dizer que a velo-
11 segundos de corrida, temos 0,27 X 11 - cidade é aumentada por 56m, cai por 34m e nova-
aproximadamente 3m de diferença, ou 0,35seg de mente sobe nos últimos 10m.
diferença, equivalente à metade, mais ou menos da Temos 4 etapas nos 100m sobre barreiras:
diferença total. (Observação — Os valores acima etapa de reação; etapa de aceleração positiva (até a
representam a velocidade em metros p/seg.) 6a barreira); etapa de aceleração negativa (6a até
Na 3a barreira a diferença é aumentada, não tão 10a); 2a etapa de aceleração positiva (10a à che-
acentuadamente como na 2a. Na 4a barreira, há gada).
ainda um aumento da diferença. Da 4a para a 5a Influências quanto ao resultado na barreira:
barreira, essa diferença já é bem menos pronun- força de saída, força de sprint e resistência de sprint.
ciada. Da 5a para a 6°, ela se mantém. Na 6a atinge-
A resistência de sprint para barreiras é definida
se a velocidade máxima. Entre a 8a e a 9a, a queda
da seguinte forma:
da velocidade é maior que entre a 7a e a 8a. Temos
RSB = t7 + t8 + t9 + t10 - 4t6.
na 9a barreira a maior perda de velocidade, que se
Vejamos os resultados de RSB entre os
mantém até a a 10a
melhores e os piores: Portanto, as melhores barreiristas têm um me
G 0,02 a 0,30 M = 0,15. lhor tempo de saída. Como ainda faltam 10 barrei-
ras, essa diferença multiplicada por 10 nos dá um
Atletas com perdas tão grandes como 0,30seg. tempo 0,4 seg. Isso nos dá um coeficiente de corre-
por exemplo, podem melhorar bastante quando lação bastante significativo — r =0,85 e r2
treinados em resistência de sprints. Na média, o = 73%. Portanto, aproximadamente 70% do re-
grupo poderia melhorar até0,15seg, ou seja, um sultado final dependem do tempo gasto até a 1ª
resultado de 13,30 pode ir para 13,15 seg. barreira. Temos também aqui um coeficiente de
regressão b = 7,4, ou seja, de uma diferença de 1
G1 0,04 a 0,30 M = 0,15 G2
segundo, 0,74 seg depende da saída. Para achar-
0,02 a 0,30 M = 0,15
mos esse tempo da saída à primeira barreira temos
Não existem portanto, diferenças na resistência
a equação: Y = 7,04x + 147 (o x é o resultado nas
de sprint entre os melhores e piores. Da diferença de
barreiras).
0,57 no tempo total das barreiras, nada é devido à
Entre o tempo até a 6a barreira e o resultado
resistência de sprint, com exceção-da 10ª barreira à
final, encontramos r = 0,98 e r = 96%; portanto 96%
chegada, onde temos de 5 a 6% da diferença total,
do tempo da corrida dependem do resultado até a
porcentagem menor que nos homens, provavelmente
6a barreira.
por ser menor a distância.
A correlação entre o tempo gasto até o último
Entre a resistência de sprint e o tempo final,
contato antes da 1a barreira e o resultado final nos
temos um r = 0,03, completamente independente, o
dá r - 0,52 e r = 27%, bastante significativo prova de
que significa que as melhores barreiristas não têm
que a força de saída tem uma grande in-fluência no
uma melhor resistência de sprint.
resultado final. Dados intermediários nos 100m
Mais de 90% do resultado devem-se à força de sobre barreiras:
sprint e força de saída.
Tempos de saída (até o 1º contato após a 1ª
barreira): 12.5 12,9 13,3 13.7
G1 - 2,34 a 2,44 M = 2.40 t1 2,55 2,60 2,65 2.70
G2 - 2,38 a 2,48 M = 2,44 t3 4,55 4,70 4,80 4,90
d = 0,04 - estatisticamente tb 6,55 6,75 6,90 7,05
significante. t8 9,50 9,75 9,95 10,25
PRÁTICA-VELOCIDADE
Com a presença de 10 professores e 10 atletas, com impulso simultâneo de ambas as pernas. Obje-
foram iniciados no dia 10.2.1976, sob a orientação do tivo: verificar a força de salto horizontal.
Professor alemão, Herr Augustin Dieter, os trabalhos 4 — Sentado no dina-press, perna em meia flexão.
de velocidade. Empurrar fortemente com o pé. Registro em
kilopoints. Objetivo: verificar a força máxima estática
— Testes da perna esquerda e da direita.
1 — Velocidade: 60m. Partida de pé com cronô 5 - Impulsao vertical: seargeant Jump test. Flexionar
metro acionado com o toque da primeira passada as pernas, partindo da posição de afastamento
no solo. lateral, e saltar verticalmente caindo no mesmo lugar.
Objetivo: verificar a força de salto vertical.
2 - Impulsao horizontal: D-E-D—E-D-E (D = direito;
E = esquerdo). Partindo da posição de pé, apoiado 6 - Para os rapazes: meio agachamento, na má-
sobre a perna de impulsao (perna de balanço atrás), quina de força. Objetivo: força máxima dinâmica de
pernas. Registro em kg.
dar 6 saltos e cair ao final com os pés juntos.
Objetivo: verificar a força de salto horizontal. 7 — Para as moças: leg press, na máquina de força.
3 - Impulsao horizontal: DE-DE-DE-DE— DE- Registro em kg. Objetivo: força máxima dinâmica de
DE. Partindo da posição de pé, dar 6 saltos, pernas.
8 - Pesagem dos atletas.
MELHORES RESULTADOS OBTIDOS PELO GRUPO
NOME 1 2 3 4 5 6 7
TRABALHOS REALIZADOS
Quadros percentuais das qualidades trabalhadas semanalmente.
a
1 semana -11a 14/2/76 (7 horas)
11/2 12/2 13/2 14/2
% % % % RESUMO SEMANAL
%
Coordenação e técnica .......... 70 50 40 -
Coordenação e técnica. . 40 0
Resistência e velocidade .... — — — 90
Resistência e velocidade. 22,5
Força de salto ........................ - 30 — -
Força de salto................ 7,5
Descontração......................... 30 20 35 10
Descontração................. 24,0
Força geral..............................— — 25
Força geral 6,0
Total 100 100 100 100
Total 100
1 :30 horas)
5ªsemana -9a 13/3/76 (11 9/3 10/3 11/3 12/3 13/3
% % % % % RESUMO SEMANAL
15 20 — 10 20 Coordenação e técnica... 15
25 30 - 10 - Força de sprint...................... 13
Coordenação e técnica................ — 30 - - - Velocidade de sprint ................ 6
Força de sprint ............................ — - 90 70 50 Resistência aeróbia .... 42
Velocidade de sprint.................... 30 - — - - Força de salto ......................... 6
Resistência aeróbica ................... 10 20 10 10 - Descontração ....................... 10
Força de salto ............................. 20 - - - 20 Força geral ........................... 8
Descontração ..............................
100 100 100 100 100 Total 100
Força geral ..................................
a
5:34 horas)
Total 6 semana - 15 a
15/3 16/3 17/3 18/3 19/3 20/3 21/3
21.3.76 (1 % % % % % % % RESUMO SEMANAL %,
30 20 20 40 15 20 20 Coordenação e técnica... 23
10 10 10 — - 20 20 Força de sprint.........................9
Coordenação e Técnica 10 20 20 - - 10 - Velocidade de sprint ................9
Força de sprint............................ 10 40 40 20 15 40 - Resistência de velocidade. 23
Velocidade de sprint ................. 10 - — - 60 - 50 Resistência aeróbia .... 17
Resistência de velocidade . . Força de salto..........................5
10 - - 20 - - -
Resistência aeróbia.................. Descontração ....................... 10
10 10 10 10 10 10 10
Força de salto........................... Força geral .............................. 4
10 - - 10 - - 10
Descontração ...........................
100 100 100 100 100 100 100 Total 100
Força geral ...............................
Total
•
Nota: Deixou de ser apresentado o quadro da 7.a semana, em virtude da interrupção do treinamento, para dar lugar varias competições, onde todos os
atletas foram empenhados, participando também atletas alemães da cidade de Mainz. Foram também realizados na 7ª semana os teste
finais para avaliação dos resultados com o
estágio.
Gráfico estatístico
A seguir, é apresentado um gráfico do percentual das qualidades físicas trabalhadas durante as 6 semanas.
— Volume de trabalho físico realizado A e com estímulos diferentes.
3. — Velocidade: pode ser desenvolvida de duas
- Por semana formas: direta e indireta.
0 trabalho de coordenação melhora a veloci-
dade de forma indireta. 0 treinamento de força de
Em fevereiro Em março sprint e método intervalado melhoram a velocidade de
forma direta.
9,585 km 16,305 km 4. - Resistência
337 un 87 un 4.1 — Resistência de velocidade: pode ser desen-
6.017 kg 60 kg volvida de duas formas: 1º tempolauf, que é uma
corrida de tempo em distância curta e com grande
B - Por mês intensidade e pausa curta; 2º tempo/auf, que é uma
corrida de tempo em distância mais longa (200 a
Em fevereiro Em março 500m), com grande intensidade e pausa longa.
Carga horária . 37:30 h 40:04 h Treinamento de resistência de velocidade.
Quilometragem 1a fase de preparação: os corredores de 400m fa-zem
28,755 km 49,915 km mais volume que os de 100 e 200m; 2a fase de
Saltos..............
1.012 un 262 un preparação: mais resistência de velocidade para os
Kg na máquina
18.052 kg 180 kg corredores de 400m, enquanto os de 100 e 200m
C - Total devem realizar mais trabalho de força.
4.2 - Resistência aeróbia: é a desenvolvida pelo
Carga horária . método de corrida de duração e pelo interval training
Quilometragem 77:34h de Freiburg.
Saltos............ 78,670 km 4.3 — Resistência de sprint: desenvolvida pelo
Kg na máquina 1.274 un treinamento de ins and outs. Ex.: dividida a pista em
18.232 kg 8 trechos iguais, correr 50m forte e 50m fraco. Outro
ex.: 8 a 10 X 60m ou 4 a 6 X 120 a 150m, com
— Dados técnicos para a realização do intensidade entre 95 e 100%.
treinamento de velocidade 4.4 — Resistência de força de sprint: trabalhos
1. - Força realizados com corridas em escadas e em aclives de
1.1 — Força geral: todos os trabalhos realizados na 50 a 80 ms.
máquina de força, na sala de força e circuit training 5 - Coordenação: o treinamento de coordenação é
foram especialmente preparados para esse fim. Meio feito usando-se os seguintes processos: corridas de
agachamento e leg press foram os trabalhos mais 50 a 60 ms, com intensidade de 50 e 60%;
usados. corridas em skipping, dribling, anfersen e hopserlauf,
1.2 — Força especial: é a força que se relaciona com todas as variações possíveis, inclusive in-
com os movimentos que se assemelham aos da cor- tercalando-as fazendo skipping (5 passos) e anfersen
rida. Ex.: corrida de tração, contra resistência, em- (5 passos), mudando depois para 4, 3 e 2 passos.
purrar um carro. Após o atleta atingir uma boa coordenação;
1.3 — Força rápida e de sprint: desenvolvida com hopserlauf com 5, 4, 3 e 2 passos de corrida; dribling
treinamento de saltos verticais e horizontais, sem e com aceleração, skipping com aceleração, etc.
com sobrecarga leve; saídas de bloco em 30 e.40m; Para evitar a fadiga de grupos musculares, in-
corrida em aclive suave: 30m em intensidade má- tercalar exercícios que não tenham incidência nos
xima. mesmos grupos musculares.
2. — Reação motora e reflexos: são desenvolvidos
com treinamentos de saídas em posições diferentes
CAPÍTULO IV
RESISTÊNCIA
Prova 100 200 400 800 1000 1500 5000 10000 Maratona
Aeróbio 5 10 15/20 35 50 65 90 95 99
Anaeróbio 95 90 80/85 65 50 35 10 5 1
Deve-se atentar para o fato de que os valores caso. Diremos que a resistência especial é obtida
em si não têm tanta relevância para o treinamento, com a dosagem adequada de resistência aeróbia
mas as tendências, sim. Não podemos interpretar e anaeróbia.
que um corredor de 200m tenha 90% de treinamento Segundo Toni Nett, resistência especial é
voltados para a resistência anaeróbia, pois precisará aquela que está em primeiro lugar numa certa pro-
de mais de 10% de condição aeróbia como formação va; mas não pode ser verdade, porque às vezes te-
básica de treino. Resistência aeróbia - É a mos provas onde há equilíbrio de necessidades.
capacidade de se manter um trabalho de fraca a Na prova de 1.000m, por exemplo, temos um
média intensidade durante bastante tempo, com percen-tual de aproximadamente 50%, e não há
reduzido débito de oxigênio. predomí-nio de uma resistência; portanto, não
Quanto maior a forma física, maior será a pode ser es-pecial. Deveríamos, por isso, usar o
capacidade de trabalhar em estado de equilíbrio conceito da medicina esportiva: resistência
(steady state). aeróbia.
Vários fatores limitam o trabalho humano, mas, Importante para o treinamento é a diferencia
teoricamente, enquanto houver steady state, não se ção entre resistência de velocidade e resistência de
chega a esse limite e poder-se-á trabalhar sprint. Para isso temos explicações gerais. Resistên-
indefinidamente. cias de velocidade e de sprint são parecidas, mas
Resistência anaeróbia — Quando temos débito de não são idênticas. Existe uma dependência estatis-
oxigênio, característica da resistência anaeróbia, tica, mas não determinística. De uma maneira mais
temos certa quantidade de produtos ácidos na mus- simples: a característica decisiva na corrida de
culatura, que, após um certo tempo, paralisam o 200m é a resistência de sprint; a característica deci-
trabalho muscular. O trabalho anaeróbio aumenta o siva na corrida de 400m é a resistência de velocida-
tempo em que se pode trabalhar em débito de 0:. de.
Definimos a resistência anaeróbia como a capaci- Se a resistência de sprint e a de velocidade
dade de executar um trabalho de alta intensidade em fossem idênticas, o corredor de 200m deveria cor-rer
débito de oxigênio. Segundo Hill, um atleta poderia muito bem os 400m. Então, não são idênticas mas,
correr à máxima velocidade, em débito de 0 , durante sim, parecidas. Assim sendo, certos métodos de
43 segundos. treinamento podem ser idênticos, mas também
Para a resistência anaeróbia é válida a lei esta existem diferenças no treinamento das duas resis-
tística: "Quanto melhor a resistência anaeróbia, tências.
tanto maiores os potenciais energéticos e tanto me- Resistência de sprint e de velocidade são idên-
lhor se poderá aproveitá-los". ticas em certos fatores, mas diferentes em outros.
Todos temos uma reserva potencial, energia Em todo caso, temos que dizer que resistência de
que não chegamos a utilizar normalmente. Com o velocidade não é um termo absoluto. A resistência
treinamento, avançamos neste espaço, diminu-indo-o de velocidade de um corredor de 400m não é idên-
para somente 5%. Fatores além do treinamento, tica à de um corredor de 800m. Entre estas duas
como dopping e fatores emocionais, fazem com que resistências de velocidade, a de um corredor de
avancemos mais nesse espaço de reserva. Assim se 400m e a de um corredor de 800m, existe também
explica quando um atleta surpreende com um um conjunto de fatores idênticos, mas, ao mesmo
resultado além de suas forças, ou que exija tanto de tempo, temos um conjunto de fatores não idênticos.
si que caia completamente sem forças. A diferença entre resistências de velocidade e de
Conceituação de resistência — Vamos conhe- sprint é uma diferença básica, e a diferença de
cer três conceitos que não são explicados pela me- certas qualidades de velocidade é uma diferença
dicina esportiva, mas sim pela prática: 1. resistência gradual.
geral; 2. resistência de velocidade; 3. resistência de
sprint.
Na prática, resistência geral é o mesmo que Definições
resistência aeróbia, na medicina. Supõe-se, assim,
que o atleta precisa de um nível geral de resistência. Resistência de sprint tem importância quando
Esse conceito não é muito adequado, porque se trabalha.com uma intensidade máxima. In-
resistência geral devia ser o contrário de resistência tensidade máxima só existe num trabalho isolado.
especial. Resistência geral e resistência aeróbia se- Resistência de velocidade é a resistência usada
riam idênticas; então, resistência especial e resistên- numa intensidade submáxima. Em relação ao traba
cia anaeróbia também seriam idênticas, e não é o lho submáximo, temos um espaço muito grande, ha
vendo então possibilidade de se fazerem mais exer
cícios do que um só; falamos, por isso, em gradua
•
ÇÃO Submáximo refere-se a uma corrida de 400 ou seg, no seguinte, 0,82 seg e 0,84 e 0,88, podemos
800m, por exemplo. medir a resistência de sprint, exatamente.
Resistência de sprint é a capacidade de manter — Apurando a diferença do aumento do tempo em
a velocidade máxima, no maior tempo possível. O cada espaço de corrida, com 0,02 + 0,04 + 0,08,
ideal seria manter a velocidade máxima até o final temos uma média exata da força de sprint.
da corrida, mas isso não é possível na distância de — Quando um aluno apresenta uma resistência de
100m e muito menos na de 200m. Através de um sprint de 0,08, concluímos que tem uma resistência
bom treinamento da resistência de sprint, podemos de sprint melhor que os outros. A primeira função da
melhorar e manter a velocidade até aproximada- resistência de sprint, no exemplo anterior, seria de
mente 80m. O segundo objetivo é manter a queda que o aluno deveria correr todos os espaços em 0,80
da velocidade o menos possível. Isso é muito im- seg. Isso operacionalmente seria definido como
portante, principalmente para a corrida de 200m. resistência de sprint = O.
Não é possível manter a velocidade máxima até
o final da corrida; então entra a função da resistência
de sprint, que visa manter essa velocidade máxima
no maior espaço de tempo possível. (Obtêm-se
através de treinamento.)
Para medir a diferença da resistência de sprint,
existem aparelhos bastante complexos. Na prática,
há métodos mais simples.
A definição de resistência de sprint mais sim-
ples em relação a uma corrida de 200m é traduzida
através dos 2 tempos da corrida, isto é, os 100m
primeiros = t100, e os segundos 100m = t200m.
Em princípio, a velocidade aumenta de uma Podemos medir a resistência de velocidade numa
maneira bem rápida (aceleração positiva). corrida de 400m com os tempos parciais dos pri-
A primeira função da resistência de sprint é meiros 200m e o tempo dos segundos 200m.
manter a velocidade máxima até o final da corrida. A A diferença fundamental entre resistência de
segunda função da resistência de sprint é manter a sprint e resistência de velocidade consiste no se-
queda da velocidade o menos possível. guinte: na resistência de sprint, a velocidade é má-
À diferença da velocidade ideal e à queda da xima, e na resistência de velocidade é submáxima.
velocidade na corrida chamamos velocidade mínima. Em relação a uma corrida de 400m, temos o
Podemos definir: resistência de sprint = velo- seguinte esquema: a velocidade aumenta até os
cidade máxima menos velocidade mínima (esta seria 50/60m da corrida, e o atleta consegue mantê-la até
uma definição operacional): significa que podemos aproximadamente os 200m. O primeiro objetivo seria
definir certas qualidades de tal forma que podemos manter essa velocidade no maior espaço de tempo
medi-las. possível; porém, quando conseguimos uma
Resumindo: quanto menor a velocidade máxi- velocidade ótima, a partir de um determinado ponto,
ma, tanto maior a velocidade mínima e tanto mais essa mesma velocidade diminui. Em suma, a
fraca a resistência de sprint. Entretanto, esta defini- resistência de sprint e a de velocidade têm as mes-
ção operacional tem uma certa dose de erro em mas funções, e a diferença fundamental consiste na
relação à velocidade máxima e mínima desta corrida. velocidade máxima e submáxima.
A melhor operacionalização da resistência de sprint O importante na corrida de 400m é conseguir a
seria através da medição do espaço determinado. melhor aceleração e evitar a caída de velocidade
Ex.: pesquisa com alunos numa corrida de ótima. Quando se quer medir a resistência de velo-
40m. cidade de um corredor de 400m, temos que analisar
— Foi cronometrada a corrida a cada distância de o comportamento do atleta no início da corrida.
5m, sendo obtidos 8 resultados. Foi feita a relação
para cada espaço de 5m, equivalente a 8 espaços de Métodos de treinamento em função da resis-
corridas. tência
— Calculando-se que os alunos tenham uma veloci- Podemos usar os mesmos 4 métodos de treina-
dade máxima entre os 15 e 20 metros e supondo-se mento de força: método de duração; trabalho inter-
que eles precisam, para os 5m imediatos, de 0,80 valado intensivo; trabalho intervalado extensivo;
método de repetição.
Método de duração — corrida de 10km em 40 Sabemos, por meio de novas pesquisas, que
min — Volume bastante grande numa intensidade através de diferentes métodos de treinamentos são
baixa, com um tempo de 4 min para cada 1.000m, provocadas diferentes adaptações. O treinamento
que consideramos bastante adequado. intervalado, segundo a Escola de Freiburg, tem co-
Trabalho intervalado intensivo — Ex.: 6 vezes mo conseqüência uma melhoria do sistema circula-
300m, para 42/40 seg, com intervalo de 4 min. tório. As corridas de duração têm como objetivo a
Volume = 1,8 km; intensidade de 13,5 seg para melhoria do metabolismo. Portanto, para o treina-dor
cada 100m. é bastante importante saber qual o método que tem
predominância nos seus objetivos. Através do interval
Método intervalado extensivo — Em relação à training, segundo a Escola de Freiburg consegue-
resistência, esse método é idêntico ao interval se, de uma maneira mais rápida, adapta ções do
training da escola de Freiburg. Nesse trabalho, temos sistema cardiovascular.
uma intensidade bastante alta e volume menor. Definição da resistência aeróbia — A resis-
Ex.: 20 vezes 200 a 31/32 seg, com pausa de
tência aeróbia é definida da seguinte maneira: le-var
1,45 min.
mais 02 ao nível da musculatura solicitada. O Ó2 é
Volume =4 km, com média de 15/16 seg para
levado à musculatura através do sangue, e se o atleta
cada 100m.
necessita mais quantidade de 02, é necessária mais
Método de repetição — Ex.: 300m a 35,2 seg, quantidade de sangue.
com pausa de 10 min; 500m a 64,0 seg, pausa de 10 Mecanicamente, temos duas possibilidades o
min. coração deve levar, através de cada contração maior
Em relação ao treinamento de resistência, po- quantidade de sangue, ou conseguir um maior
demos dizer o seguinte: de método para método o número de contrações. Devemos frisar que o au-
volume aumenta; de método para método o volume mento da freqüência cardíaca tem um limite e não se
diminui; de método para método a intensidade podem aumentar os batimentos do coração, in-
aumenta; de método para método a pausa aumenta. definidamente. Ao mesmo tempo, devemos obser-var
Em relação às variantes de resistência, temos que, com o aumento da freqüência, o volume do
nos métodos: resistência aeróbia; trabalho aeróbio e sangue que sai do coração diminui, necessitando,
pouca percentagem deanaeróbio; predomínio do assim, aumentar o volume de cada batimento
trabalho anaeróbio e uma certa percentagem de tra- cardíaco. O volume de cada batimento compreende
balho aeróbio; trabalho exclusivamente de resistên- o sangue que é expulso do coração à cada
cia aeróbia. contração, e depende da hipertrofia cardíaca.
Concluímos que os 2 primeiros métodos são A adaptação principal num trabalho de duração
utilizados para treinar e melhorar a resistência aeró- é o desenvolvimento do volume do coração. Em cada
bica, e os dois segundos, para melhorar a resistência trabalho, necessita-se de O2; e subentende-se que o
desprint e resistência de velocidade. músculo precisa de sangue. Quanto maior a
O importante é o conhecimento básico dos intensidade do trabalho, maior quantidade de O2
diferentes métodos de treinamento. Esses diferentes exigida. O sangue com O2 não estaciona, está
métodos de treinamento têm suas identidades, mas o sempre em circulação. A partir de um determinado
principal objetivo é o aproveitamento ótimo dos momento, esse sangue deve voltar ao coração. Essa
mesmos. Por causa disso, é impossível ter-se uma volta do sangue ao coração dilata-o. Essa dila-tação,
regra geral de treinamento. conseguimo-la através do intervalo da corrida ou do
Nas provas de 100m e longas distâncias exis- trabalho. Então, podemos afirmar que os processos
tem predominâncias de aspectos e não surgem pro- decisivos de adaptações acontecem nos intervalos, e
blemas de treinamento, como nas provas de 400m e não no processo de sobrecarga. O objetivo do
de distâncias médias (800m a 3.000m). trabalho é atingir o maior número de intervalos,
Resistência aeróbia - (treinamento do método porém esse intervalo deve ser orientado sufi-
intervalado, segundo a Escola de Freiburg) cientemente, para que ao coração volte a quantidade
As resistências, dentro das provas, dependem, necessária, compatível com a sobrecarga do tra-
em primeiro lugar, de duas variáveis: a primeira é a balho.
do sistema circulatório; a segunda é definida através As sobrecargas não devem ser diminutas nem
do nível do sistema metabólico. de pequena duração. Podemos dizer que os tempos
Por isso, o treinamento depende de determi- ideais variam entre 13 a 15 segundos, e entre 30 a
nados mecanismos, em relação à resistência. 35, que correspondem às distâncias de 100 e 200m,
respectivamente.
Aspectos relativos à intensidade — A intensi
dade deve ser orientada de modo que permita vá- Pela simples análise da tabela dos percentuais
rias repetições e, como conseqüência, maior núme- aeróbios e anaeróbios, poderíamos concluir, embora
ro de intervalos. A intensidade deve ser controlada erradamente, que o treinamento visando à aquisição
pela pulsação do atleta, que deve variar entre 170 a da resistência aeróbia não tem grande importância
180, logo após o trabalho, e de 120 a 130, no final para o corredor de 400m. Não podemos esquecer,
do intervalo. Durante o treinamento, o técnico pode entretanto, que esta base aeróbia é indispensável, e,
observar se pode aumentar o número de sobre- quanto maior for, tanto maior será o volume de
cargas e diminuir os intervalos, ou vice-versa, a fim treinamento anaeróbio que o atleta poderá assimilar,
de conseguir as mais favoráveis adaptações. do mesmo modo que o corredor de 5.000 e 10.000
não poderá deixar de treinar a resistência anaeróbia,
Resistência aeróbia e anaeróbia
pois isso lhe vai permitir sair em ritmo mais forte,
suportar as quebras de ritmo e a velocidade de sprint
Dentre as qualidades motoras, a resistência no momento da chegada.
aeróbia tem um valor fundamental para os fundis-tas
e meio-fundistas (corredores de distâncias longas e
de distâncias médias). Dentro da prática esportiva
não existe uma definição de resistência. Ela se
manifesta de diversas formas. Mesmo dentro da
literatura especializada, encontramos diferentes ter-
mos para a designação de uma mesma qualidade;
por exemplo: metabolismo aeróbio: resistência ae-
róbia, resistência total, resistência de base, resistên-
cia básica, condição para corrida de duração e resis-
tência geral; metabolismo anaeróbio: resistência
anaeróbia, resistência muscular localizada, resistên-
cia em débito de oxigênio, resistência de velocidade,
resistência de sprint e resistência especial.
Essa terminologia tão grande é freqüentemente
causa de má interpretação de trabalhos apresen- A resistência anaeróbia geral é definida por
tados. Para evitarmos confusões, atemo-nos à divi- Toni Nett como sendo a capacidade de resistir a
são da resistência sob o ponto de vista fisiológico, esforços em débito de oxigênio.
que a classifica em aeróbia e anaeróbia. O treinamento da resistência anaeróbia pro-
Segundo Toni Nett, a resistência aeróbia é a move: aumento das cadeias energéticas; melhor
capacidade de resistir a esforços de grande duração, aproveitamento dessas cadeias energéticas; menor
sem que o organismo contraia débito de oxigênio, concentração de lactados a nível muscular e celular;
evitando o cansaço muscular pela manutenção do aumento da atividade das enzimas necessárias para
nível de oxigênio no organismo. a produção energética.
Essa divisão sob o ponto de vista fisiológico A resistência anaeróbia se divide em: — geral,
permite-nos uma subdivisão da resistência aeróbia em relação a todo o organismo; local, relativa aos
em: aeróbia geral, em relação a todo o organismo; grupos musculares solicitados na ação.
aeróbica local, em relação a determinados grupos Holmann admite ainda uma subdivisão da re-
musculares. sistência anaeróbia local em dinâmica e estática.
Em esforços com duração acima de um minuto, Apresentamos, a seguir, uma tabela dos per-
a resistência aeróbia tem uma importância bastante centuais aeróbio e anaeróbio, apresentada num
grande. Quanto mais longa a prova, tanto maior a congresso mundial de medicina esportiva, embora
necessidade e importância da resistência aeróbia. possa ser encontrada na literatura tabela com valo-
res diferentes.
Anaeróbia - 95 - 90 - 75 - 55 - 50 - 35 - 10 - 05
Aeróbia - 05 - 10 - 25 - 45 - 50 65 - 90 - 95
Embora existam outras tabelas em que o per- Conceituação de interval training e treinamen-.
centual 50% está na prova de 1500m, na Alemanha to intervalado
a tabela acima é a mais aceita.
Segundo Steinmann, não existem métodos de Por interval training deve-se entender pura ej
treinamento que desenvolvam, em caráter absoluto, simplesmente a concepção de Freiburg. O método de
resistência aeróbia ou anaeróbio; o que os métodos treinamento foi desenvolvido no início dos anos 50,
de treinamento trazem consigo é um ganho por Reindel, Roskamm e Gerschler. Esses três
predominante, e não absoluta, de um tipo de resis- pesquisadores eram de opinião que se poderia de.
tência em relação ao outro. senvolver a resistência aeróbia através de um gran-
Para a avaliação da capacidade aeróbia deve- de número de repetições feitas sobre distâncias cur-
se considerar o peso corporal do atleta. Essa capaci- tas a uma velocidade relativamente intensa. Com
dade em atletas de elite gira em torno de 80ml/pe-so bases em pesquisas desenvolvidas visando à verifica-
corporal; para pessoas sem treinamento esse volume ção dessa opinião, os três pesquisadores chegaram a
é de somente 35/40 ml. uma surpreendente conclusão: que o desenvolvi-
A capacidade de consumo de O2 é dependente mento da resistência aeróbia, através de adapta-ções
da capacidade de rendimento cardíaco e do sistema fisiológicas, se dava durante os intervalos e não
circulatório. As pessoas treinadas em resistência durante o esforço, como se pensava anteriormente.
estão em condição de enviar um maior volume san- Para se trabalhar a uma velocidade relativa-
güíneo ao organismo. mente alta e em grande número de repetições, esses
O treinamento da resistência anaeróbia permite pesquisadores tiveram que estabelecer as distâncias
ao organismo suportar esforços em débito de O2 pela adequadas sobre as quais se desenvolveria esse tipo
superação da concentração de ácido lácti-co. de trabalho.
Todo atleta que deseja correr os 800m em Optaram inicialmente pelas distâncias de 100m
1:48.0 tem que estar preparado para suportar um e 200m. Posteriormente, introduzida a distância de
grande débito de O2. Esse resultado (1:48.0) exige 400m, estabeleceram a intensidade em que
um consumo de aproximadamente 27 I de O2, dos deveriam ser percorridas essas distâncias, elabo-
quais apenas 35% são absorvidos durante a prova; o rando a seguinte tabela (válida somente para atletas
restante (65%) é conseguido através do metabolismo de alto nível):
anaeróbio.
Foi desenvolvida, na Alemanha, uma pesquisa meio-fundista fundista
com os melhores meio-fundistas nacionais, para se
100m 14/16 seg 100m 14/16 seg
avaliar o nível de concentração de ácido láctico
200m 29/32 seg 200m 30/33 seg
frente a diferentes estímulos. Pôde-se concluir que 400m 66/72 seg 400m 68/74 seg
se podem conseguir os mesmos níveis de concentra-
ção usando, durante o treinamento, diferentes formas Quanto ao número de repetições, esses pesqui-
de estímulo, já que o mesmo nível foi encontrado em sadores não estabeleceram nada, visto que esse fa-
um treinamento de 6 X 200m, e em outro de 1 X tor é dependente da distância a ser corrida, da velo-
300m + 1 X 500m. cidade e da duração do intervalo.
Quando nos for possível avaliar o nivel de aci- Para Reindel, Roskamm e Gerschler, o atleta
dificação decorrente do treinamento, poderemos deveria fazer repetições até "se sentir cansado", e
então estruturá-lo mais conscientemente, de modo a por "se sentir cansado" entendiam os pesquisadores:
preparar o organismo para suportar as exigências da perda de coordenação e dos tempos exigidos para
prova. Segundo Steinmann, essa possibilidade está percorrer as distâncias, e não recuperação do atleta
restrita à coleta de sangue logo após o treinamento dentro do intervalo estabelecido; ou seja, já o nível
para análise, já que a freqüência cardíaca não de pulsação não cai tão rápido quanto no início do
assegura se durante o esforço está-se desenvolvendo treinamento.
o processo aeróbio ou anaeróbio, pois foram Conclui-se que o número de repetições depen-
constatados ritmos de 182/194 bat/min durante quase derá da prática de treinamento, chegando a estabe-
toda uma prova de 10.000m. lecer os seguintes números de repetições (válidos
Segundo Steinmann, a freqüência cardíaca somente para atletas de alto nível):
serve como parâmetro de solicitação do treinamento,
mas não diz nada sobre o tipo de metabolismo
(aeróbio ou anaeróbio) que se processa durante o 100 X 100m
mesmo. 50 X 200m
25/30 X 400m
•
Quanto à pausa, esses pesquisadores estabele- trabalho muscular agiria como uma bomba de re-
ceram valores entre 60 e 90 seg. Estabeleceram ain- torno venoso, das extremidades.
da que a freqüência cardíaca, ao final do esforço,
deveria estar entre 170 e 180 bat/min e que ao fi-nal MÉTODO INTERVALADO
da pausa deveria estar entre 120 e 130 bat/min.
Quanto à ação durante o intervalo, fo-ram feitas O método intervalado, distinto bastante do in-
pesquisas, chegando-se às seguintes conclusões: terval training, seria um trabalho periódico, de al-
ternância entre esforço e pausa.
Pulso final do esforço 180 bat/min O método intervalado é composto de quatro
ao fatores básicos: distância a ser percorrida; intensi-
Tempo Em trote Deitado
dade — tempo necessário para percorrer essa distân-
15 164 152 cia; intervalo entre os esforços; número de repetições
seg 152 116 dos esforços.
30 " 136 84 Quanto à distância a ser percorrida em deter-
45 " 124 72 minado tempo, pode ser: curta, média ou longa.
Quanto à intensidade, pode ser: muito alta, alta,
Embora possamos ver, pela análise do quadro média e baixa.
exposto, que o retorno da freqüência cardíaca se faz Quanto à pausa, pode ser: curta, média e lon-
mais rapidamente quando o atleta se deita, na
ga.
prática do treinamento, em observância aos princí-
pios do interval training, no que diz respeito à du-
ração do intervalo e freqüência cardíaca ao final do Ação durante o intervalo:
trotando;
mesmo devemos optar pelo trote. curto — deitado médio trotando:
Existem ainda dois fatores que comprovam a — andando longo —
maior eficiência da pausa trotada na prática do trei- andando.
namento: em dias frios, a pausa deitada seria bas-
tante desaconselhável; durante a pausa trotada, o Quanto ao número de repetições, pode ser:
freqüente, muito freqüente, média ou baixa.
Do ponto de vista teórico, existem 225 com- distâncias longas e médias: resistência aeróbia,
binações com estes fatores, mas na prática o número anaeróbia e velocidade.
se vê reduzido, pois não podemos, por exemplo, Quando trabalhamos em distâncias curtas, com
combinar distâncias longas com intensidades muito uma intensidade alta, com pausas longas e com um
altas, com um grande número de repetições. baixo número de repetições, estamos objetivando a
O método intervalado possibilita o desenvolvi- velocidade. Através de outras combinações destes
mento das 3 qualidades básicas aos corredores de fatores, podemos objetivar a resistência
aeróbica ou anaeróbica. A combinação dos fatores vem é igual, em recuperação, à do adulto - isso
pode coincidir com os princípios do interval training, logicamente, considerando-se a carga máxima rela-
segundo a concepção de Freiburg, e que nesse caso tiva; a melhor faixa etária para o desenvolvimento da
desenvolveria a resistência aeróbia. capacidade aeróbia, para as meninas, se situa-entre
A diferença fundamental entre o interval training 12 e 17 anos, e para os rapazes, entre 14 e 22/23
e o método intervalado é que, com o primeiro, anos. Segundo o Dr. Nocker, não existe con-tra
podemos desenvolver tão-somente a resistência indicação a um trabalho de resistência aeróbia com
aeróbica; com o segundo, podemos desenvolver jovens.
todas as qualidades básicas indispensáveis aos
Para Steinmann, o que está errado são as dis-
fundistas e meio-fundistas.
tâncias de competições, que, para se tornarem "me-
Treinamento de resistência para jovens nos exigentes" em termos de solicitação, foram re-
duzidas. Exemplo.: redução da prova de 400m para
Embora o assunto "treinamento de resistência 300; e da de 800m para 600.
para jovens" seja bastante controvertido, visto que
O que se dá é o fenômeno contrário, pois, ao
existem correntes contrárias, o Prof. Steinmamn ar-
se diminuir a distância, estamos possibilitando ao
gumenta que nao foram constatados prejuízos em
jovem correr uma intensidade maior, e com isso
jovens que trabalham visando ao desenvolvimento
contrair um grande débito de O2, o que é desacon-
da resistência. Cita o exemplo da natação, onde
selhável. O que se necessita é aumentar, e não dimi-
jovens de tenra idade já são recordistas mundiais em
nuir, as distâncias, para que as crianças possam cor-
provas longas; embora não exista grande sobrecarga
rer em steady state.
no aparelho locomotor, não devemos esquecer da
sobrecarga que é a competição em si. No campeonato alemão, foram introduzidas as
Steinmann é ainda de opinião de que um tra- provas de 2.000m para crianças de 11/12 anos, e de
balho visando ao desenvolvimento da resistência 3.000m para crianças de 13/14 anos, sendo essa
aeróbia deveria ser iniciado logo nos primeiros anos uma medida muito boa no sentido de apoiar o de-
escolares, e cita o exemplo do treinamento da senvolvimento da resistência aeróbia.
resistência em jovens, desenvolvido pela D.D.R.: Steinmann desenvolveu um trabalho junto a um
grupo de crianças, objetivando a resistência, visto
Relação idade-tempo que dentro desse grupo alguns seriam selecionados
Idade - Minutos para participar de um campeonato intercole-gial, na
prova de 1.000m. Como esse grupo anteriormente
07 — 07
não fora trabalhado em resistência, Steinmann usou
09 — 10 os seguintes métodos de condicionamento: corrida
11/13 — 15 lenta e contínua, corrida com pausas, nas quais se
15 — 17
fazia ginástica, fartlek e corridas de 30s, 45s, 60s,
17 — 20
75s, 60s, 45s e 30s, sendo fixo somente o tempo,
Isso apenas dentro do programa comum de ficando a distância e a intensidade a critério do aluno;
educação física, em que, segundo eles, durante as corridas com obstáculos, no halle, corridas em
aulas, o aspecto resistência havia sido deixado de triângulo, nos vértices do qual se colocavam crianças
lado. que deveriam correr os lados desse triângulo em
Segundo Steinmann, dentro da República Fe- velocidades diferentes, preestabelecidas pelo
deral da Alemanha, nessa faixa etária ainda não se professor, com o objetivo de educar o ritmo.
trabalha o suficiente em resistência aeróbica, es-
quecendo-se os benefícios trazidos ao sistema car-
diovascular por este tipo de trabalho, através de uma
melhora do transporte de O2 pelo sangue, melhora
da capilarização, fatores dos quais depende a saúde.
Na Alemanha, foi desenvolvida uma pesquisa
na faixa etária entre 10 e 19 anos, com o objetivo de
se avaliar a capacidade cardíaca. Da pesquisa, pode-
se concluir: apenas em valor absoluto o jovem de 19
anos supera o de 10 — em valores relativos eles têm Nesse programa de condicionamento,
a mesma capacidade; quando submetidos a carga de que se desenvolveu durante 4 meses, foi concluído
intensidade máxima, a freqüência do jo- mais um tipo de treinamento, para o qual foi neces
sário dividir o grupo em 2 - G1 e G2.
G1 Mês G2 ma rapidez com que se conseguiu uma boa forma
2x2 min 1º 2º 4 x 1,5 min 3x3 min 3x4 atlética, perde-se essa condição.
4x4 min 3º 4º min 1 x 12/15 min Steinmann diz que não foram constatadas
3x6 min 1 anomalias em jovens que seguiram um programa de
x 20 min Este trabalho deu treinamento intervalado. Segundo se sabe, na
muito bom resultado, como podemos ver no D.D.R., jovens atletas, concentrados em centros de
confronto dos dois testes — T1, realizado antes do treinamento, têm um volume de treinamento semanal
desenvolvimento do programa, e T2, após o entre 80 e 100 km. Os melhores meio-fundistas
programa. alemães têm um volume médio de 145 km por se-
mana e os nossos meio-fundistas estagiários tiveram
3-13.4 < T1 < 4:32.6 - M = 3:48.7 um volume médio de 13,65 km por dia.
2:54.3 < T2 < 3:59.2 - M = 3:24.4 Veremos agora uma tabela elaborada na
D.D.R., para atletas juvenis, com os percentuais
Embora esse programa não tenha tido nenhuma aeróbio e anaeróbio.
outra preocupação, senão o desenvolvimento
aeróbico, pode-se notar que também o fator veloci- Meses Km. R. aer. — Res. anaer. + vel
dade foi melhorado sensivelmente. Se fizermos uma Nov. 80 100% —
retrospectiva nos resultados das provas de Dez. 90 100% —
distâncias médias e compararmos as idades, vere- Jan. 100 100% —
mos que atualmente os corredores dessas distâncias Fev. 100 100% —
estabelecem resultados de alto nível em idades infe- Mar. 100 97% 3%
riores às de alguns anos atrás. Isso se deve evidente- Abr. 90 95% 5%
mente a uma iniciação, em treinamento de resistên- Maio 70 85% 15%
cia, já nas categorias infantis, o que antigamente se Jun. 60 90% 10%
considerava prejudicial, por falta de conhecimentos. Jul. 60 90% 10%
Segundo Steinmann, resultados de alto nível em Ag./set/out. 50/70 85/90% 10/15%
provas de distâncias médias somente serão possíveis
a atletas que possuam uma base bastante sólida de Para Paul Schmidt, treinador nacional alemão de
resistência aeróbia, base que deve ser iniciada, distâncias médias e longas, no período de competi-
preferencialmente, nas categorias infantis. Ele é de ção, o percentual de trabalho anaeróbio deve ser de
opinião que se deve trabalhar a longo e não a curto 15 a 20%. Outro problema abordado, ainda que su-
prazo, pois da condição aeróbia depende a perficialmente, foi o de padronização e o da neces-
proporção de trabalho anaeróbio que o organismo sidade, ao se elaborar o calendário, de se agruparem
poderá suportar futuramente. as competições em 2 ou 3 grupos, a fim de que se
Com o método intervalado, é possível chegar-se possam objetivar os picos possíveis dentro de uma
a uma condição boa em um tempo bastante curto de temporada, o que, ainda segundo Schmidt, não
treinamento, mas quando esse trabalho não é acontece no Brasil por ausência de um calendário
precedido de um treinamento aeróbio, com a mes- convenientemente elaborado, exigindo-se dos atletas
resultados durante todo o ano.
PESQUISA- RESISTÊNCIA
Fatores relevantes em distâncias médias do atletas com resultados de nível e atletas com
resultados mais fracos. Veremos inicialmente a pes-
Dentro desse tema, abordaremos o problema de quisa com corredores de 800m.
volume e intensidade de treinamento. Para tanto, o
1:44.9 = G = 1:55.0
trabalho desenvolvido nos mostra a problemática com 1:44.9 = G1 = 1:48.5
uma pesquisa realizada com os melhores corredores 1:49.5 = G2 = 1:55.0
de média distanciada República Federal Alemã. Com
o objetivo de ampliar os resultados dessa pesquisa, Observação — O fato de se ter 1:48.5 como
foram incluídos no grupo pesquisa- pior resultado em G1, e 1:49.5 como melhor resul-
tado em G2 é que entre ambos não existe nenhum vel estabelecer se uma relação entre esses fatores
corredor. como foi visto anteriormente.
A i n d a d e n t r o do grupo
1500m
a na lis ad os (3:36.3 = G = 3:52.1), observou-se o
3:36.3 G 3:52.1
seguinte:
3:36.3 = G1 = 3:44.3
3:44.4 = G2 = 3:52.1 treinamentos/semana - resultado nos 1500m
Como é sabido, a maioria dos treinadores pre- 10 3:36.3 seg
coniza 2 sessões de treinamento por dia, com o 10 338.5 "
objetivo de se alcançarem resultados de alto nivel. 11 3:38.8 "
Esse número de 14 sessões de treinamento se- 6 3:47.8 "
7 3:50.0 " 7
manal não é nenhum exagero entre os corredores
3:52.1 "
de média e longa distância, como é o caso de Bed
ford, que treina 20 sessões semanais. Nao devemos Donde se conclui que atletas, para correrem
esquecer que certos atletas treinam em regime pro- abaixo de 3:40.0, necessitam treinar de 10 a 11
fissional. vezes por semana, e atletas que desejam correr abai-
Para atletas adultos que já conseguiram resul- xo de 3:50.0, de 6 a 7 vezes por semana.
tados de nível, preconizam-se entre 10 e 11 sessões Da pesquisa, tirou-se mais um dado bastante
de treinamento por semana. (O Prof. Steinmann importante — o coeficiente da regressão -b =
diz que o caso dos atletas juvenis brasileiros esta- 1,746, o que vale dizer que, dentro do grupo
rem se submetendo a 10 ou 12 treinamentos sema- pesquisado, a uma sessão a mais de treinamento
nais justifica-se por estarem treinando em um regi- por semana eqüivale uma melhora de 1,765/4 seg
me de "profissionalismo", em virtude de terem vin- no tempo de 1500m. Isso, voltamos a insistir, só e
do para Mainz exclusivamente para treinarem.) válido para o grupo analisado.
Os treinadores alemães de média distância che Para a comprovação de uma afirmação do trei-
garam à conclusão de que 10 treinamentos sema- nador neozelandês, Lydiard, de que atletas com
nais é um volume bastante elevado, se formos levar mais anos competitivos devem treinar mais do que
em conta as outras atividades que têm os seus atle- atletas com menos anos competitivos, foi realizada
tas, e que esse volume coincide com o de 2 dos uma pesquisa com dois grupos, sendo que o primei-
melhores corredores de média distância da Alema- ro deles com atletas com 12 anos de competição, e
nha. o segundo, com atletas com apenas 5 anos de trei-
Trabalho desenvolvido procura estabelecer namento. A pesquisa veio demonstrar que a tese de
uma relação entre freqüência de treinamento e Lydiard é falsa, já que ela demonstrou que existe
tempo nos 800m. O coeficiente de correlação entre apenas a diferença de uma sessão de treinamento
estes dois fatores, sob o ponto de vista estatístico, por semana a favor do grupo mais antigo.
não é assegurado, pois não foi possível estabelecer
uma relação estreita entre a freqüência de treina- Análise sobre vo/ume de treinamento e resul-
mento e o resultado na prova de 800m, dentro da tado esportivo
pesquisa apresentada (1:44.9 — G — 155.0). Fora
do coletivo apresentado, não se tecem comentários, Quando comparamos o volume de treinamento
porque o objetivo não é estabelecer regras, e sim entre os corredores de média e longa distância,
mostrar tendências. Existe, no entanto, uma corre- procurando com isso estabelecer uma relação entre
lação entre maiores distâncias e maior freqüência, e volume de treinamento e resultado esportivo, depa-
surge, como exemplo, o fato do corredor de 800m, ramos com um problema muito grande, porque,
ao passar para a prova de 1500m, necessitar aumen- embora o volume de treinamento possa ser expres-
tar a freqüência de seus treinamentos para obter, so em quilômetros, ele não nos dá a carga real do
nos 1500m, um resultado equivalente ao dos 800m. treinamento, já que ela é resultante do volume e da
Isso também pode ser comprovado pelo coefi- intensidade. Daí não podermos afirmar que o atleta
ciente de correlação entre freqüência de treinamen- que possui maior quilometragem é o atleta com
to e resultado na prova de 1500m. 0 coeficiente maior treinamento.
aqui encontrado é igual a r *= 0,5983, com uma Na elaboração do plano de treinamento, inde-
variação conjunta de r2 = 35,8%, o que vem a de- pendentemente dos métodos utilizados e dos obje-
monstrar uma maior importância da freqüência de tivos, não se devem levar em consideração apenas
treinamento para o resultado na prova de 1500m os aspectos aeróbio e anaeróbio, mas tem-se que
que na de 800m, já que nessa prova não foi possí estabelecer a relação entre volume e intensidade de
treinamento.
•
Quanto à flexibilidade do volume de treina- para os corredores dos 1500m, torna-se ainda mais
mento, ainda não se chegou a uma conclusão defi- patente a inviabilidade de um treinamento comum
nitiva, uma vez terem sido aumentados, desde o para atletas de longa e de média distância, uma vez
início dos anos 60, com Herbert Elliot, tanto o que, para os 5.000m, essa percentagem está assim
volume como a intensidade do treinamento. dividida: 90% aeróbios e 10% anaeróbios; e para os
Com Lydiard e seu pupilo Peter Snell, acredi- 10.000m: 95% aeróbios e 5% anaeróbios.
tou-se que haviam chegado ao limite máximo — Observação — Os dados de percentagem
160km por semana —, que, quando comparado com aeróbios e anaeróbios foram apresentados pelo
a quilometragem dos melhores corredores de média russo Suslov, em um congresso mundial de medicina
distância atuais, vemos que basicamente são iguais. esportiva.
Observação - Para Lydiard, não havia distinção
entre corredores de média e de longa distância. Correlação entre intensidade e volume para
Os efeitos do volume são muito mais pronun- atletas de longa e de média distância
ciáveis em atletas de longa que nos de média distân-
cia. Dai', então, com respeito à problemática de Vimos, anteriormente, o volume de treinamento
volume de treinamento, separarem-se esses daque- semanal dos melhores corredores de média distância
les, o que não se dava com Lydiard. alemães, em relação à freqüência de treinamento.
Quando então se conhecem as cifras de 65% Iremos relacioná-lo também com a intensidade e
de trabalho aeróbio e 35% de trabalho anaeróbio constatar a grande variação expressa na tabela
abaixo:
Podemos ver na tabela que o grupo G2 tem um conclui que resultados bons em 800m independem
volume médio maior que o grupo G1, donde se do volume.
1500m
Grupos — Tu/km -W X ±M - +-s - +-V%
G 95/180 - 85 - 117,85 - 7,20 - 26,9 - 22,9
G1 - 95/180 - 85 - 119,16 - 13,00 - 31,8 - 26,7
G2 - 95/170 - 75 - 116,87 - 8,81 - 24,9 - 21,3
Já nessa tabela vemos que o volume médio do r = 0,80, o que demonstra que, para esse grupo (G2),
grupo G1 é maior que o do grupo G2 em +-2%. o volume de treinamento é um fator relevante para o
A análise dos coeficientes de correlação dos 3 resultado nos 800m, ou seja, nesse grupo os
grupos entre volume de treinamento e tempo nos melhores têm maior volume que os piores.
800m nos mostra um aspecto bastante curioso: para
o grupo total, o coeficiente de correlação entre esses Então, para os 800m, observa-se a seguinte
fatores é igual a r = 0,4125, o que demonstra não tendência: corredores com uma melhor velocidade de
haver relação entre volume de treinamento e tempo base trabalham com maior intensidade, porém com
nos 800m. Mas quando se analisa o grupo dos piores menor volume, já atletas com melhores condições
(G2), o coeficiente de correlação foi de aeróbias trabalham mais em volume; e, para
compensar essa tendência, cita o exemplo abaixo. praticamente se constate essa tendência, como po-.
demos ver pelo exemplo abaixo:
Courtney — 1:45.8 seg — 120 km/semana volume
Verr - 1:45.2 " - 150 km/semana anos competitivos —
Snell - 1:44.3 " - 600/650 km/mês
12 - 140 km
Steinmann diz que ainda hoje se conseguem 8 - 120 km
resultados de alto nível com volume de 120 km. Com 4 - 100km
relação a Courtney, devemos ainda considerar que Quanto à intensidade em que são percorrido*
possuía 10.6 seg para os 100m e 45.8 seg para os esses volumes, Steinamann não pôde dizer nada
400m. Daí, então, a dificuldade de se estabelecer citando apenas o exemplo seguinte referente aos
uma correlação entre volume de treinamento e melhores atletas alemães na atualidade.
t/800m. min/km
Há alguns anos tentou-se, na D. D. R., duplicar 15 km - 3:50
o volume de treinamento dos corredores de média 12 " - 3:30
distância, procurando aumentar a capacidade de 15 " - 3:30
rendimento. O que eles conseguiram com esse 10 " - 3:20/3:30
aumento de volume foi uma estagnação dos resulta- 15 " - 3:40
dos, tendo como causa fundamental o desleixo para 19 " - 3:45
15 " - 3:25
com o fator intensidade de treinamento.
12 " - 3:25
Segundo a pesquisa, Steinmann pôde concluir 10 " - 3:20
que o volume de treinamento tem muito pouca
correlação com o resultado nas provas de média dis- Steinmann estabelece o seguinte critério, quanto a
intensidade e volume:
tância, bastando, para tal, conseguir-se um volume min/km
suficientemente grande a ponto de não prejudicar o 20 Km - 4.00 - intensidade fraca
fator intensidade. Cita, como limite para corredores 15 " — 3.40 - média
de 800m/1500m, um volume semanal entre 150/160 10 " - 3.10 - " forte
km, mas salienta que esse volume é aconselhável
para atletas de bom nível técnico e que não tenham Gõrderub, da Suécia, atual recordista mundial
outra preocupação senão treinar. Em uma dos 3.000m steeple chease, quando inquirido sobre
retrospectiva, verificou que os melhores corredores o volume de treinamento semanal, quando corria os
de média distância da atualidade têm um volume 1.500m (Gõrderub tem 3'36"0), respondeu que seu
maior e uma maior freqüência de treinamento que os volume era em média 160 km/semana, e quanto à
de 3 a 4 anos atrás, e que a tendência atual é intensidade, variava de 3/4 min/km.
trabalhar mais em função da intensidade. Veremos agora os fatores relevantes no resul-
Para a verificação da afirmativa de que "quanto tado em provas de média distância.
maior a idade competitiva, maior o volume de Segundo Steinmann, somente atletas que pos-
treinamento", Steinmann desenvolveu uma pesquisa, suam uma boa velocidade de base podem chegar a
encontrando um coeficiente de correlação entre resultados de nível em provas de média distância.
ambos de r = 0,3133, o que significa que, estatisti- Para ratificar a afirmação acima, forneceu a seguinte
camente, essa correlação não é assegurada, embora tabela, com os dados de velocidade básica dos
melhores atletas alemães:
T100 -W - X - ±M _ +-S - V%
G - 10.7/12.4 seg - 1,7 -G1 - 11,47 - 0,11 - 0.48 - 4,2 0,10
11.0/11.9 " - 0,9 -G2 - 11,23 - - 0,30 - 2,6 0,18 -
10.7/12.4 " - 1,7 - 11,71 - 0,53 - 4,5
PRÁTICA- RESISTÊNCIA
GRUPO DE MÉDIA E LONGA DISTÂNCIA - Infelizmente, não houve condições para que os
CONTEÚDO DO TREINAMENTO atletas atendessem ao programa de treinamento, à
exceção de Romão e Elói, ainda assim com pe-
Durante todo o estágio, sob a orientação do quenas restrições; os demais se situaram em nível de
Prof. Werner Steinmann, o treinamento visou ao baixo rendimento, bastante prejudicados por lesões
aumento da capacidade aeróbia, aparecendo como articulares e outras alterações de saúde.
fator secundário o trabalho anaeróbio. O treinamento foi acompanhado e controlado
A inclusão de sessões de trabalho intervalado pelos professores técnicos do grupo, encontrando-se
se fez para melhoria da velocidade e ainda para que em anexo as fichas-resumo de controle semanal de
os atletas tivessem a experiência de como deveriam treinamento, através das quais será possível uma
correr na futura fase de preparação específica. visão global precisa da evolução do programa
Ainda com características anaeróbias, mas realizado.
permanecendo a predominância de trabalho anae- Ainda como ilustração, seguem em anexo fichas
róbio à base de volume, foram incluídas sessões de de controle diário de treinamento, onde se poderão
treinamento intervalado na colina com grande in- observar sessões-tipo e ainda encontrar elementos
tensidade, tendo como objetivo específico o aumento secundários de controle.
da força muscular localizada, trabalho esse diminuído Observações — No preenchimento da ficha
em relação ao planejamento do orientador alemão, semanal:
posteriormente interrompido em razão dos problemas 1) o volume médio da semana foi calculado
de saúde dos atletas. sobre os volumes cumpridos pelos atletas que exe-
A predominância do trabalho aeróbio se deveu cutaram na íntegra o programa de treinamento, in-
ao fato de os adultos serem corredores de provas clusive competições;
nitidamente aeróbias e de, para os demais, pre- 2) a intensidade média (min/km) inclui todos os
tender-se um ápice de resultado no 2º semestre atletas que treinaram, inclusive participações em
somente. competições;
Embora o período comportasse o treinamento 3) os claros encontrados nas fichas (—) refe-
anaeróbio para os menores, isso não se fez por se rem-se a dados não levantados ou aferidos, por difi-
tratar de atletas muito jovens, recém-iniciados no culdades diversas, a exemplo do peso corporal de-
atletismo, necessitando assim de maior volume de pois do esforço, que não chegou a ser controlado em
trabalho de base. razão de dificuldades materiais.
Obs: Tendo em vista o término dos trabalhos de controle, incluímos a previsão do
treinamento dos últimos dias.
CAPÍTULO V
GENERALIDADES
Busca de talentos em função da formação biotipo-lógica foi de 40 atletas. Concluiu-se que os saltadores são, em
média, mais altos que as pessoas normais. Estudo, por
provas, das características at/éticas Para o estudo, vamos
Com um grupo de pessoas, realizaram-se pesquisas
necessitar das seguintes abreviaturas:
a fim de se verificar a dependência morfológica nos
resultados esportivos, comparando a média da estatura das ha = altura do atleta
pessoas normais com a de atletas de alto nível, para extrair h = altura
dados necessários e analisá-los. Além da estatura, P = peso
M = média
analisaram ainda determinadas características e suas
E = estudantes
influências nos resultados. Entre as saltadoras, analisaram
A = atletas
quais as características diferentes entre as piores e G = grupo geral
melhores. G1 = grupo 1
No salto em altura, o número de pesquisados G2 = grupo 2
PN = pessoas normais
prova — 100ms/barreiras
Quanto maior estiver o CG em relação à bar- dor aquele que passa 5cm, mais ou menos, acima
reira» menos a atleta subirá, embora os melhores de sua altura.
,resultados estejam com atletas de menor estatura. A Analisando-se a altura de atletas olímpicos, vemos:
presente pesquisa visa comparar a altura das bar-
reiristas com a das pessoas normais e se entre as G1 - 1,75m - 1,86 - M = 1,78m
melhores barreiristas a altura tem influência nos G2 - 1,69m - 1,86 - M = ;,77m
resultados.
M-h-E = 1,645m - 68% está entre 1,61/1.68m Comparando-se o resultado do salto com altura
95% " " 1.575/1.715m do atleta, verificamos diferenças de 0,0 a 16 cm,
concluindo-se poder o resultado do salto ser melho-
M-PN = 1,62m - 68% se situa entre 1,59/1,65 rado em relação à estatura.
(8.000 PN) 95%................. 1,56/1,68m A altura média das saltadoras é 13,5 cm maior
A = 23 atletas olímpicas de Munique, com o tempo de nas estudantes em G1 e 12,5 cm em G2, o que nos
12,4/13,8seg indica que ao selecionarmos atletas para o salto em
M = 13,3s altura devemos dar preferência a jovens com mais de
G - 1,57 -1,73-M=1,68 1,70, embora possa haver exceções.
G1 - 1,57-1,72-M=1,67 G1 - G das finalistas Entre as melhores, quando a diferença de saltos
G2 - 1,65 - 1,73-M = 1,68 G2 - G das concorrentes não ultrapassar de 7cm a altura do atleta, não
corresponde a um fator determinante. Entre as me-
a) Nota-se uma grande variação na altura das bar- lhores do grupo geral, o r = 0,07, o que demonstra
reiristas em nível mundial. que a altura do atleta não influirá no resultado do
b) Comparando-se a média de altura das estudantes, salto. Concluiu-se que as saltadoras devem ter, em
verifica-se que as atletas são 3,5cm maiores. média, mais ou menos 12 cm a mais que as pessoas
c) Analisando-se G1, verifica-se que a variação de normais, e 10 cm a mais que as barreiristas.
altura é grande e que a média é 1cm menor que em
G2 e 2,5cm que nas estudantes. Salto em extensão
d) Considerando a média de G2, verifica-se que são
maiores, com um r = +0,35, considerado insignifi- Pesquisa realizada com 19 atletas que partici-
cante, e mostra que a altura não é fator relevante param das Olimpíadas de Munique, com resultados
para ser boa barreirista. entre 6,22m a 6,78m, e média = 6,44m.
e) r = 0,35 significa que: o sinal positivo nos indica
uma maior altura e nos indica um pior resultado;
sendo negativo, temos uma altura menor e um Altura - G - 1.62m - 1.78m. com M = 1,69 G1 -
resultado mais positivo. 1.62m - 1,74m. com M = 1,69 G2 -
Concluiu-se que as barreiristas são, em média, 1.63m - 1.78m. com M = 1,69
um pouco maiores que as pessoas normais, mas,
entre si, as menores são melhores. 1. Analisando-se a média das atletas, verifica-se que
são 4,5 cm mais altas que as estudantes.
Salto em altura 2. Os grupos, em média, são iguais.
3. A menor de G1 é menor que a menor de G2, e a
Tanto os saltadores como as saltadoras são, em maior de G1 é menor que a maior de G2, havendo
média, mais altos que as pessoas normais, É entre os grupos, em relação à estatura, um coefici-
favorável porque o atleta já leva duas vantagens sob ente r = 0,07, donde se verifica que o fator altura não
o ponto de vista biomecânico: sendo mais alto, o CG é fator relevante no salto em extensão.
estará também num ponto mais elevado; terá uma
altura de vôo mais elevada. Exemplo.: atleta com Arremesso de peso
0,10m mais alto terá o CG mais ou menos 5cm mais
elevado. Já são do conhecimento de todos os fatores
Contudo, não se pode tomar como base a altura biomecânicos do arremesso de peso, mas lembrare-
de uma pessoa para determinar a altura do salto. A mos esses fatores: quanto maior o atleta, maior a
vantagem de uma maior altura reside em um maior altura do vôo — por isso, a altura do vôo depende da
espaço de aceleração, em o CG já estar colocado em altura do atleta e do comprimento dos membros
um ponto mais alto e, com isto, aumentar a altura do superiores; quanto maior o atleta, maior o espaço
vôo. para a aceleração do peso. Pesquisa realizada com
Em nível mundial, considera-se um bom salta- 14 atletas, com o resultado
Uma análise dos dados nos mostra:
entre 16.18 e 21,03 m. com media M =18.61. 1. Há uma grande heterogeneidade, pois há uma
Altura dos atletas diferença de 22cm entre a maior e a menor.
2. As menores arremessadoras quase não se
G - 1.65 - 1.86 - M = 1.745 m G1
- 1.72 - 1.86 - M = 1.75 G2 - 1.65 diferen-ciam das pessoas normais.
- 1.86 - M - 1.74 3. As arremessadoras de dardo são. em média. 1
cm menores que as arremessadoras de peso.
Analisando os resultados, vemos: 4. As arremessadoras de dardo são, em média,
1. As arremessadoras sao, em média, 2,5 cm meno- 9cm maiores que as estudantes.
res que as saltadores em altura. 5. Entre os dados médios de G1 e G2 há uma
2. Não há mais de 1 cm de diferença entre as altu- dife-rença de apenas 2cm, bastante ínfima, não
ras dos grupos. tendo valor estatístico.
3. No caso, chega-se a concluir que um atleta com 6. O coeficiente de correlação r = -0,04 nos diz
1,65m não poderá ser finalista, pois dificilmente que não há entre as melhores nenhuma relação
alcançará um resultado acima de 19,00m. entre a altura da atleta e o resultado da prova.
4. As arremessadoras sao, em média. 10cm maiores
que as estudantes. Pentatlo
5. Entre as arremessadoras, a altura é fator insigni-
ficante para o resultado, existindo um r = 0,08. No Pesquisa realizada com 14 atletas
caso coletivo, as maiores não são as melhores. olímpicas com resultados entre 4.279 e
4.801, com M = 4.493 pontos. Altura das
Arremesso de disco atletas
Nessa pesquisa, procurou-se saber em que pro-vas O melhor grupo tem uma menor diferença, ou seja,
os melhores decatletas se diferenciam dos pio- um melhor aproveitamento quanto ao resultado pessoal.
Em G1,a diferença entre M1Pe M1D = 0,13 Em M2P-M1P= 15,14 - 14,75 = 0.39s = 2.7%
G2, a diferença entre M2P e M2D = 0,17 M2D-M1D= 15,39 - 14,89 = 0,50s = 3,3%
-0,25 -0.14
ARREMESSO DE DISCO Conclusões — As menores diferenças entre os dois
grupos estão nas corridas e nos saltos. Diferen-ças bem
G P - 36,95 a 52.50 M = 43,65 acentuadas são observadas nos arremessos. As maiores
D-36,06 a 50,06 M =41,12 possibilidades de melhora no decatlon estão nos
d = 2,53 = 6,1% resultados dos arremessos.
133
e baixas e fortes, mas o melhor grupo é mais homo- o que significa que as melhores atletas são mais gêneo. O coeficiente
de r = 0,09 mostra que não há fortes; têm uma melhor relação peso/altura. Alguns dependência entre o peso corporal e o
resultado da exemplos:
prova. Com relação ao índice, temos r = 0,04, completamente
insignificante. Mas concluímos que sal-tadoras e barreiristas Melnick - 1,72m - 83kg índice - 1,63 - 1º lugar
são mais fortes que pessoas Westerman - 1,72m - 75kg índice = 1,47 - 5ºlugar
normais. Berindag - 1,74m - 105kg índice =1,99
Arremesso de peso
Lançamento de dardo
Kg G - 77,0 a 95,0 M = 86,0 GÍ - G2 =
G1 - 80,0 a 90,0 M = 87,5 3kg, aproxi- Kg G - 58 a 75 M = 67,5
G2 - 77,0 a 95,0 M = 84,5 madamente G1 - 58 a 75 M = 67,5
4% G2 - 64 a 74 M = 68,0
índice G - 1,30 a 2,00 M = 1,61 G1 -G2 = 0,01
índice G G1
G1 - 1,30 a 1.76 M = 1,61 - 1,07 a 1,56 M = 1,31
G2
G2 - 1,37 a 2,00 M = 1,62 G1 - G2 = 0,07,
- 1,13 a 1,42 M = 1,27
As arremessadoras de peso são 50% mais pesa- aproximada
das que pessoas normais. Para arremessos acima de - 1,07 a 1,56 M = 1,34 mente 5%
16m, devem pesar mais de 70kg. G1 é mais homo-
gêneo que G2, com uma menor variação. O peso As lançadoras de dardo são as mais leves entre os
corporal é importante biomecanicamente para dar lançamentos. Como temos uma grande variação de peso
maior aceleração ao aparelho, mas, se for excessivo, no grupo geral, vemos que lançadoras mais leves podem
trará dificuldades para a movimentação. As arre- ter resultados bons. Pela diferença entre G1 e G2, vemos
messadoras de peso são as atletas mais pesadas. que as melhores são mais leves e menos fortes que as
Em relação ao índice, temos uma grande hete- piores. Com relação ao peso corporal, temos r - 0,04, que
rogeneidade. As melhores arremessadoras não são mostra que nesse nível o peso não tem significado na
mais fortes ou mais pesadas que as piores. Temos diferença do resultado; com relação ao índice r = —0,26,
aqui r = 0,18, que mostra que, nesse nível, as me- que nos dá uma idéia semelhante. Exemplos:
lhores não são mais fortes que as piores. Alguns
exemplos: Fuchs - 1,69m - 65kg índice =1,34
Smith - 1,86m - 73,0 índice = 1,13
Chisowa - 1,75m 90kg índice = 1,73 - ...... 1º- lugar
1,68m - 74kg índice =1,56
........... - 1,85m 80kg índice = 1,30 - 5º lugar
........... - 1,77m 90kg índice = 1,62 - Pentatlo7º lugar
Iwanova — 1,68m 95kg índice = 2,00 - 9º lugar
Kg G - 53 a 73 M = 65,5 G1-G2 = 5kg,
Arremesso de disco G1 - 65 a 72 M = 68,0 aproximadamente
G2 - 56 a 73 M =63,0 .7,5%
Kg G - 73 a 105 M=83,0 M =
G1 - 73 a 105 83,0 M = 83,0 índice G - 1,09 a 1,53 M = 1,26 G1 -
G2 - 75 a 92
índice G 1,13 a 1,38 M = 1,25 G2 -
G1 -1,30 a 1,99 M = 1,56 G1-G2 1,09 a 1,53 M = 1,26
G2 = 0,05,
— 1,33 a 1,99 M = 1,58 Em relação ao peso, G e G2 são bastante hete-
aproximadamente, rogêneos, enquanto G1 é bem homogêneo. Aspen-tatletas
- 1,30 a 1,74 M = 1,53 3,2% são mais pesadas que as saltadoras em distância e altura.
Com relação ao peso, temos r = 0,50, que significa que o
As arremessadoras de disco são em média mais peso tem influência na diferença dos resultados. Com
leves que as de peso. G1 é bastante heterogêneo com relação ao índice, temos r a 0,19, que mostra a baixa
relação ao peso. Essas atletas são as mais pesadas depois influência na relação peso corporal/altura na diferença do
das de arremesso de peso. Entre peso corporal e resultado, ou melhor, essa influência é mínima.
resultado, temos r = 0,03, que significa que nesse grupo de A variação de peso entre as pentatletas é muito
elite o peso não tem influência. Com relação ao índice, grande. O grupo das melhores é mais forte que o
temos r = 0,40,
das piores. Alguns exemplos: são as arremessadoras de peso e disco. As mais leves,
com exceção de corredoras de 100m a 1 500m, são as
barreiristas. Ao considerarmos o índice, as mais leves são
peters - 1.73m 71,5kg índice = 1,38 as saltadoras em altura. Quase não há diferença
Rosendhal - 1.74m 66 kg índice = 1,25 biotipológica entre barreiristas e saltadoras em extensão.
....... - 1.79m 65kg índice = 1,13 As corridas de 100m a 1500m não foram citadas
- 1,68m 74 kg índice = 1,56 porque os fatores pesquisados não apresentam nenhuma
influência no resultado dessas provas.
Conclusões finais - As mais pesadas atletas
IMPLEMENTOS
CÍRCULOS Pl ARREMESSOS
SACO DE AREIA
POSTES-SUPORTE
PERSPECTIVA
Suporte superior
em plástico ou similar
Reforço longitudinal
em madeira maciça de 2" XI"
PERSPECTIVA
DED-MEC Estágio de
atletismo Mainz -
fev-mar/1976
Layout do halle do LEGENDA
sportinstitut da universidade 1
b) Pista c/ 6 raias—marcação—60m c
Johannes Gutenberg Mainz oncreto 2
Especificações genéricas Caixa de areia
c) c
— Piso-Rubkor 3
oncreto e cobogó de vidro Máquina p/ treinamento de força
(verde) — 4 Arquibancadas
— Fechamentos estrutura-ferro tampos-madeira Encaixe p/ salto com vara
a) vidro e cobogó de vidro - 5 Pé direito 8.00m
Depósito de material
- Tabelas das quadras, de 6
vidro, em estrutura metálica Entrada
móvel (motor) fixada no teto 7
— Cabine-audiovisual Escala aproximada — 1:400
8
Arquibancadas retrateis
BANCO
Revestimento em couro
Acolchoado
Tampo em madeira compensada — d= 20mm
Reforço longitudinal em madeira maciça — 2" X 1
PERSPECTIVA
ELEVAÇÃO LONGITUDINAL