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INSTITUTO DE HUMANIDADES E LETRAS

BACHAREL EM HUMANIDADES
DISCIPLINA: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA AFRICANA
PROFESSORA: ARTEMISA ODILA

QUESTÕES:

1) A África não é um continente histórico; ela não demonstra nem mudança nem desenvolvimento”.
Os povos negros “são incapazes de se desenvolver e de receber uma educação. Eles sempre foram tal
como os vemos hoje”. Hegel em sua Filosofia de História (1770-1831).

Questão: Com base nas discussões na sala de aula faça um texto dissertativo comentando esta
afirmação.

2) O mito da superioridade dos povos de pele clara sobre os de pele escura era somente uma parte
dos preconceitos correntes na Europa no fim do século XIX e no início do século XX.

Questão: Tendo como base os textos de J.D FAGE e P.D. CURTIN, qual foi a reação dos africanos
contrária as produções eurocêntricas do ponto de vista da evolução da historiografia africana e das
novas tendências de pesquisa?

3) Qual é o papel destacado a Tradição oral nos textos de Hampatebâ e Ki-Zerbo na formatação de
nova historiografia africana?
Questão 01

Para Hegel só os povos que eram capazes de constituir um estado poderiam ser
reconhecidos como integrantes do processo histórico, portanto todos os outros povos que não se
encaixavam neste perfil consideravam-se sem história. Pautado neste pensamento Hegel chegou a um
consenso, onde para ele tudo que é racional é real e tudo que é real é racional. A racionalidade
colocava o homem dentro de um patamar de desenvolvimento histórico, sendo assim a forma com
que os africanos moldavam a sua historicidade não era vista como uma história valida, pois a
oralidade se contrapunha aos fatos históricos dos povos de pele branca, pois estes eram detentores da
escrita, fato que lhes davam uma falsa superioridade sobre os outros povos (africanos), ditos
aculturados.
Hegel defendia que as sociedades africanas não possuíam uma história e a África não era
uma parte histórica do mundo, pois estes não constituíam um estado, com as características que ele
considerava merecedoras de um estado. Constantemente a visão sobre a história vem evoluindo,
pensamentos como o de Hegel foram perdendo força, pois a história não é restrita apenas aos povos
que constituíam um estado, mas sim a todos os povos, pois a história narra os fatos da humanidade,
não existe um povo superior ao outro, nem uma história mais pura que a outra, no caso do continente
africano, existem várias fontes para construção da história dos povos africanos. Parafraseando as
palavras da ilustríssima professora Artemisa “ Em África um ancião é como uma grande biblioteca
viva, detentor de vários conhecimentos, quando um ancião morre, é como se essa biblioteca se
perdesse em meio a um incêndio ”. O conhecimento nasce com o homem e vai se aprimorando a
medida em que ele amadurece, e é passado de geração em geração não deixando que esse
conhecimento se perca no tempo.
A história é feita pelos homens, por isso enquanto existir um único ser humano, ali existirá
uma história, em meio a esse argumento discordo quando Hegel relata que: “ Acredito que a razão
governa o mundo e a história, portanto o que não é racional não faz parte da história, somente aquilo
que pode ser racionalizado poderá ser considerado real, e o que é real pode ser avaliado em todo o
senso racional”.
Hegel não aceitava as especulações e fé popular, pois estes não são racionais, com isso era
limitado o que era real, apenas as manifestações do real e os fenômenos eram considerados racionais.
Na história atual vemos que é o contrário, pois as ideias contemporâneas se utilizam muito das
hipóteses, especulação de como poderia ter acontecido determinado fato, para prosseguir em sua
pesquisa, pois a hipótese é à base da pesquisa histórica.
As ideias de Hegel perderam a sua importância no senário histórico, pois com a evolução
do pensamento histórico suas ideias foram consideradas retrogradas.
Questão 02

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