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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR DE RONDONÓPOLIS-MT.

GABRIEL MATOS, brasileiro, casado, empresário, portador do RG


sob o nº xxxxxxxxxxx, inscrita no CPF sob o nº xxxxxxxxxxxxxx, residente e
domiciliado, na rua, nº, bairro Verdes Mares, Rondonópolis – MT, por seu
advogado que a este subscreve, conforme procuração anexa a este
instrumento, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
requerer o

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal, e


art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelas seguintes razões fáticas e
jurídicas a seguir expostos:

Dispõe art. 5º, LXV, da Constituição Federal:


“A prisão será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá


fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - relaxar a prisão ilegal;

DOS FATOS:

Conforme consta do auto de prisão em flagrante, em anexo, o


requerente foi preso ilegalmente no dia 03 de março de 2018, em razão da
suposta prática do crime de ameaça, previsto nos termos do
art. 147, do Código Penal, após desentender-se com sua companheira,
Maria, brasileira, casada, profissão xxxxxxxxxxx, portadora do RG sob o nº
xxxxxxxxxxx, inscrita no CPF sob o nº xxxxxxxxxxxxxx, residente e
domiciliada, na rua, nº, bairro Verdes Mares, Rondonópolis – MT. O
requerente por motivos de pouca importância, foi detido por volta das 23:00
horas, por policiais militares e conduzido a presença do Sr. Delegado de
Polícia, o mesmo, decidiu dar voz de prisão à Gabriel e determinou sua
remoção para a Delegacia de Polícia Civil da Cidade de Rondonópolis,
ocorre que, o Requerente foi detido quando se encontrava tranquilamente
em sua casa horas depois do suposto delito ter sido cometido, sem que
houvesse sido perseguido em circunstâncias que fizessem presumir ser ele
o autor da prática delitiva.

DO DIREITO:

Excelência, não há motivos para a manutenção da prisão do


Requerente.
Com efeito, a prisão em flagrante imposta não atendeu às exigências legais.
Sabe-se que referida modalidade de prisão só pode ser imposta diante das
hipóteses previstas no art. 302 do Código de Processo Penal:

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis
que façam presumir ser ele autor da infração.

Conforme verificado no caso em apreço, não ocorreu estado de flagrância,


tendo em vista que o Requerente foi detido horas depois do suposto delito
ter sido cometido, sem que houvesse qualquer perseguição.
Não houve nexo entre o momento da prisão e a prática do suposto delito.
O Requerente não foi encontrado logo depois da prática de uma
infração penal.
Conforme anotado alhures, nenhuma das quatro hipóteses legais do
artigo 302, do Código de Processo Penal se encontram presentes nesse
caso.
“Como se sabe, o art. 5.º, XI, da Constituição da República, entre os
direitos fundamentais, protege a casa, como asilo inviolável do indivíduo. O
mesmo dispositivo estabelece exceções ao direito fundamental. Logo, por
expressa previsão constitucional, as seguintes situações autorizam a
violação do domicílio, sem o consentimento do morador: (I) flagrância
delitiva; (II) necessidade de prestar socorro; e (III) autorização judicial.
Por não se configurar as hipóteses de flagrante, conclui-se que a
prisão se deu em local e horário proibidos pela CF.
Isto porque, não se verificando a incidência de qualquer uma das
hipóteses excepcionais que permitiriam a violação do domicílio de Gabriel,
principalmente a ausência de flagrante, consentimento do morador e
determinação judicial, conclui-se que a prisão ocorreu dentro de um
domicílio protegido por uma garantia constitucional de inviolabilidade,
sendo, portanto, ilegal.
Por tanto é notória a ilegalidade desta prisão. No decorrer do
processo criminal, se houver, será provada a inocência de Gabriel Matos.
Pede-se, contudo, o imediato relaxamento dessa prisão ilegal, nos termos
do art. 310, I, do Código de Processo Penal, uma vez que não se
caracterizou a situação de flagrância nos termos do artigo 302,
incisos I, II, III e IV, do Código de Processo Penal.

DO PEDIDO:

Diante de todo exposto, requer que seja concedido o relaxamento da


prisão em flagrante que lhe foi imposta, a fim de que possa permanecer em
liberdade durante o processo, com a expedição do competente Alvará de
Soltura em seu favor, como medida de JUSTIÇA !!!

Nesses termos,
Pede e espera deferimento.

Rondonópolis - MT, 04/03/2018.

Nome do Advogado
(OAB ___)

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