You are on page 1of 31

0

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS (PUC-GO)


DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA E FILOSOFIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
EM PEDAGOGIA CATEQUÉTICA

MARIA ROSÁLIA CONSENTINE GASPAR

O RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS COMO PROCESSO QUE


COMPOEM O CAMINHO DE ESPIRITUALIDADE PARA O CATEQUISTA.

CIDADE DE GOIÁS GO
2018
1

MARIA ROSÁLIA CONSENTINE GASPAR

O RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS COMO PROCESSO QUE


COMPOEM O CAMINHO DE ESPIRITUALIDADE PARA O CATEQUISTA.

CIDADE DE GOIÁS GO
2018
2

MARIA ROSÁLIA CONSENTINE GASPAR

O RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS COMO PROCESSO QUE


COMPOEM O CAMINHO DE ESPIRITUALIDADE PARA O CATEQUISTA.

Artigo apresentado à Pontifícia Universidade


Católica de Goiás, Departamento de Teologia e
Filosofia, Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Pedagogia Catequética, como requisito para
obtenção do título de Especialista em Catequese.

Orientador: Profº. Esp. Leandro Francisco Pagnussat

CIDADE DE GOIÁS GO
2018
3

O RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS COMO PROCESSO QUE


COMPOEM O CAMINHO DE ESPIRITUALIDADE PARA O CATEQUISTA.

Maria Rosália Consentine Gaspar1

Resumo: O Ritual de Iniciação Cristã é um instrumento destinado a adultos que


iluminados pelo Espírito Santo ouviram o sinal do mistério de Cristo, conscientes e
livres, e procuram a Deus vivo começando um caminho da fé e da conversão. Este
trabalho visa descrever o RICA como processo que compõem o caminho de
espiritualidade para o Catequista, identificando a espiritualidade no seguimento de
Jesus. Aprofundar o conceito de espiritualidade do catequista na ação Pastoral
catequética, no processo de Iniciação à Vida Cristã através do RICA e aplicação de
perguntas, “sobre a espiritualidade do catequista’’, aos catequistas de 02(duas)
Paróquia do Setor Alvorada, da Zona Centro Oeste de Manaus. Ao final do estudo,
se oferece um comparativo sobre o grau de espiritualidade do catequista em relação
ao RICA como processo que compõem o caminho de espiritualidade para o
Catequista, a fim de ajustar-se melhor a vocação e missão no serviço da Igreja,
onde o Rito de Iniciação apresenta em primeiro lugar uma forma completa ou
comum, própria para a preparação de adultos.

Palavras-chave: rica; catequista; espiritualidade.

INTRODUÇÃO

1
Especializanda em Pedagogia Catequética pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás,
Graduada em Psicologia Universidade Luterana de Manaus - ULBRA.
4

O presente artigo descreve o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos - RICA


como processo que compõem o caminho de espiritualidade para o catequista, que
reformado após o Concílio Vaticano II, oferece extraordinária riqueza litúrgica e
preciosa fonte pastoral, especialmente na catequese de adultos e particularmente no
que se refere ao restabelecimento do catecumenato na Igreja (RICA, 2011,
Apresentação).
A Igreja necessita urgentemente de catequistas que sejam verdadeiros
mistagogos, a vida de oração, a participação freqüente na Eucaristia, o contato
cotidiano com a Palavra de Deus na Sagrada Escritura e a experiência de vida em
comunidade credenciam o catequista a realizar com autenticidade a transmissão da
fé aos catequizando.
O RICA que inclui além de celebração dos sacramentos do Batismo, da
Confirmação e da Eucaristia, todos os ritos do catecumenato, que proporcionam aos
fieis atingirem a plenitude de sua estatura no exercício de sua missão de povo
cristão no mundo e na Igreja.
Este trabalho descreve a forma que o RICA contribui como processo que
compõem o caminho de espiritualidade para o catequista, e com aplicação de
perguntas, “sobre a espiritualidade do catequista’’, em duas Paróquias do Setor
Alvorada, na Zona Centro Oeste de Manaus que identificou de que forma está a
espiritualidade dos catequistas, na transmissão da educação da fé, para buscar
crescimento e intimidade na fé com Jesus Cristo, melhorando sua relação com Deus
e a Igreja.
No primeiro capitulo será abordado sobre o catequista sua espiritualidade,
conceitos e definições, destacando a relação entre o catequista e sua espiritualidade
nos dias de hoje; no segundo capitulo será relatado sobre a espiritualidade do
catequista a luz do Ritual de Iniciação Cristão de Adultos – RICA e os ritos de
iniciação cristã; e no terceiro capitulo fala sobre o RICA como proposta para o
catequista a caminho da espiritualidade.
Portanto para o aprofundamento da espiritualidade do catequista, utilizando
os ritos do RICA que incentivam a desenvolver um caminho de vivencia e
espiritualidade de Deus, a partir da fé e do seguimento de Jesus, para que o leve
adiante sua vocação e missão.
1. O CATEQUISTA E SUA ESPIRITUALIDADE
5

As dificuldades da vida fazem parte do caminho, porém a vida necessita ser


vivida com horizontes, com esperanças e sonhos, os sonhos são nossas
esperanças, quando se caminha com esperanças as pedras do caminho não são
tropeços de caminhada porque a luz do horizonte é maior, e ajuda a superar os
obstáculos.
A catequese abarca a vida humana por idade e a vida cristã por níveis, desde
o inicio até a maturidade da fé, trilhando um caminho pedagógico formador de
crentes em Cristo, onde a evangelização é importante para formar cristãos
autênticos (cf. CELAM, 2007, pag. 05).
A Conferencia da Nacional dos Bispos do Brasil (2006) no Estudo 95, afirma
que:
Desde a origem da Igreja existe uma grande variedade de serviços, funções
e tarefas, que recebem o nome de ministérios, dentre os muitos serviços,
um deles é a educação da fé, que vem através da catequese, e o grande
desafio atual é formar catequistas capazes de encarnar a Palavra de Deus
na alegria e na tristeza, na angustia e na esperança do ser humano, onde a
mensagem transmitida pelo educador da fé deverá dar sentido às
preocupações das pessoas (CNBB-95,2006, Apresentação.)
O catequista é alguém orientado para a prática da comunhão, onde Igreja e a
comunidade fazem parte da espiritualidade do catequista, pois é importante
caminhar seguindo as orientações e diretrizes da Igreja, entregando a si mesmo pelo
bem da Evangelização, a exemplo de Cristo.
LIMA (2016) confirma ainda na Catechesi Tradendae (1979):
Catequizar é levar a perscrutar o Mistério de Cristo em todas as dimensões
[...] é procurar desvendar na Pessoa dele todo o designo eterno de Deus
que nela se realiza [...] A finalidade definitiva da catequese é a de fazer com
que alguém se ponha não apenas em contato, mas em comunhão, em
intimidade com Jesus Cristo, somente ele pode levar ao amor do Pai no
Espírito e fazer nos participar na vida da Trindade (CT, 2016, pag.05).
O catequista e sua espiritualidade dentro da comunidade estão relacionados a
um estilo de vida, uma maneira simples de viver, é a vida guiada e animada pelo
Espírito Santo; é o cultivo da presença do Espírito que, com a graça de Deus, anima
a vida e as ações do cristão e da comunidade, estimulando as iniciativas em favor
do Reino de Deus.
PEDROSO & NAVARRO, 2004 afirmam que:
A tarefa do catequista, embora seja fundamentalmente a mesma através da
historia da igreja, recebe acentos peculiares segundo as diversas
conjunturas históricas e culturais, onde a função do catequista e a maneira
de realizar sua missão, com efeito, não são exatamente as mesmas num
país de missão, com sua cultura própria e com destinatários cristãos, que
em uma igreja de antiga cristandade, com cultura em rápida evolução e com
destinatários já batizados, ainda que muitas vezes afastados da fé
(DICIONÁRIO CATEQUÉTICO, 2004, pag.193).
A transmissão da fé se dá mais através do testemunho e vivencia do que por
ensino e doutrina, porém é importante que o catequista procure despertar em seus
6

catequizandos o encontro e a adesão pessoal a Jesus Cristo e ao seu Evangelho,


pois é de vital importância dar testemunho vivo e atraente daquilo que está querendo
comunicar, sendo necessário cultivar a espiritualidade (CARVALHO, 2014, pag.46).
Os catequistas, na transmissão da doutrina, devem também estar
intelectualmente bem preparados para esclarecer os catequizandos sobre aquelas
questões levantadas pela ciência que exigem uma compreensão mais elaborada da
própria fé (JÚNIOR, 2014, pag. 07).
ROZA et. al(2003) afirma ainda que:
O catequista precisa estar em continua formação humana e teológica, logo
não basta os cursinhos de início de ano, estes são muitos momentos de
sensibilização para o trabalho catequético, pois a espiritualidade do
catequista é o principal caminho na vida de todo cristão, portanto é preciso
fazer o que o Senhor nos pede para “permanecei no meu amor” (cf. Jo
15,9b), isto para poder ser seu colaborador e discípulo de Jesus (ROZA et.
al, 2013, pag.15).
A espiritualidade é algo essencial para a vida de todo cristão, principalmente
para aqueles que são educadores da fé, e pela sua missão, necessitam não só de
conhecimento teórico e intelectual, mas, acima de tudo, de conhecimento pessoal e
concreto, e de intimidade com Deus.
VASCONCELOS (2015) destaca que :
A espiritualidade do catequista é mobilizada para a experiência mística de
Deus que é pessoal ou comunitariamente, e favorece a resposta à fé, essa
é a essência de toda a vida espiritual é a emoção que existe dentro do
catequista, é o seu testemunho para com os outros. O objetivo essencial do
caminho espiritual é viver na plenitude do Espírito de Jesus e irradiar para
este mundo, para esta vida o amor e a compaixão (VASCONCELOS, 2015,
pag.68).

1.1 A ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA NOS DIAS DE HOJE

Com tantas aflições e conflitos do mundo moderno, sentimos a urgência de


cultivar o profundo do nosso ser, para romper o egoísmo, portanto, a espiritualidade
do catequista cultiva o intenso compromisso com a vida da comunidade, ouvir as
preocupações, angustias, decepções e esperanças, acolhendo, partilhando e
ouvindo fraternalmente os desabafos e desafios que os catecúmenos e os
catequizandos enfrentam.
A formação da espiritualidade do catequista é a força para manter, a
fidelidade ao compromisso pessoal, na sua ação Pastoral, direcionando um caminho
para Deus em que a fé nos convida a entender o que Ele quer nos dizer e a buscar o
bem comum na transformação da sociedade (ROZA, et. al,2013, pag.15).
Em nota no Documento 26-(2002), da Catequese Renovada esclarece que:
7

A aceitação e o seguimento de Jesus são uma opção profundamente


pessoal para o catequista, uma decisão muito seria, e ao mesmo tempo se
realiza na comunidade um relacionamento de amor fraterno, já que seguir a
Jesus é juntar-se, fraternalmente entre o catequista e a comunidade, assim
na fé, nascida na comunidade na relação na Igreja, e renova permanente a
própria comunidade a partir da sua raiz profunda, a comunhão com Deus
(CNBB, Doc.26, 2002, pg. 27, n. 65).
A pessoa que almeja trilhar o caminho espiritual deve sempre levar em conta
que a sua espiritualidade é o núcleo profundo e dinâmico de seu próprio ser: é suas
maiores motivações, seu ideal, sua utopia, a mística pela qual vive e luta e com a
qual se contagia e contagia os outros, através do seu testemunho.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB-2017) do Documento 107
apresenta a Iniciação à Vida Crista por parte do catequista em seguir um caminho a
vida comunitária e despertar, o caráter missionário, assumindo com decisão,
coragem e criatividade, os desafios de uma nova evangelização, que foram
reiteradamente convocados (CNBB, DOC. 107, ANO, N. 43, 2017).
Neste contexto é importante que o catequista tenha sua formação
favorecendo seu próprio crescimento e realização, acolhendo a proposta de Deus e
sentindo-se pertencendo a uma comunidade eclesial, pois o catequista busca a
conversão para o segmento do seu discipulado no compromisso com a comunidade
gerando frutos na evangelização.
O caminho que as Igrejas possuem em meios as luzes e sombras de nossos
tempos, e com as mudanças que experimentamos afligem o coração mais não
confundem a fé, porque temos recebidos dons incalculáveis, Espírito Santo,
caridade, e amor ao próximo, que nos ajudam a olhar a realidade como discípulos e
missionários de Cristo.
Como discípulos e missionários o Documento de Aparecida (Dap) (2008)
destaca que:
Que a presença cotidiana e cheia de esperança, de incontáveis peregrinos,
lembra os primeiros seguidores de Jesus Cristo, que foram ao Jordão onde
João Batista batizava, com esperança de encontrar o Messias, onde
viveram a historia de seu povo e de seu tempo, e não esqueceram o mais
importante que foi o encontro com Jesus Cristo, que é sua rocha, sua paz e
sua vida (DAp, 2008, n. 21).
A presença de Deus na vida causa alegria, que deve ser partilhada com toda
a comunidade, levando a esperança nos momentos de sofrimento e aparente
derrota, dando palavras de ânimo para perseverar na caminhada, que torna o
catequista um permanente missionário.
A Exortação Apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco (2013)
apresenta a “transformação missionária” (EG, n. 20, p.19) através da Palavra de
8

Deus, convoca os cristão a assumirem a missão de uma igreja em saída, frente de


muitos desafios da ação evangelizadora, o catequista deve ter sua vida uma
constante de oração através da Palavra de Deus em sua vida e missão, para que
tenha a coragem de sair da sua comodidade e fazer ecoar a Palavra de Deus em
todos os lugares que precisam da Luz do Evangelho.
A alegria de anunciar o Evangelho é um sinal que está frutificado, contendo
sempre a dinâmica do êxodo e do dom de sair de si mesmo, de caminhar e de
semear sempre de novo e mais além, “pois a semente que uma vez lançada à terra,
cresce por si mesma, inclusive quando o agricultor dormi” (cf. Mc 4,26-29), para isso
a Igreja deve aceitar a liberdade incontrolável da Palavra, pois a palavra possui, em
si mesma, tal potencialidade que não podemos prever.

1.2 A ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA NA REALIDADE CENTRO-OESTE


SETOR ALVORADA DA ARQUIDEOSESE DE MANAUS

A missão de catequista é de grande importância para o desenvolvimento da


evangelização na Igreja, e comunidade, alimentando a vida no poder e na força da
oração, inserindo-se com alegria e esperança na comunidade profética e
missionária, na interação fé e vida, promovendo o humanismo integral e solidário na
realização do Reino definitivo.
Afirma ainda Panazzolo (2012) que:
O processo de conversão do catequista exige uma conversão total, exigindo
um verdadeiro itinerário em que o cristão vai experienciando a fé como vida
vivida no encontro com Jesus Cristo, gerando um novo perfil de pessoas
com identidade cristã bem definidas, que testemunhem Jesus Cristo com
solidariedade e paixão pela missão (PANAZZOLO, 2012, pag.13).
O setor é formado por 07 (sete) paróquias e 04 (quatro) áreas missionárias
onde contém 59 (cinqüenta e nove) comunidades, reuniram-se nos dias 22 e 23 de
novembro de 2017 no Centro Catequético da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos,
localizada no Conj. Dom Pedro I, para a Assembléia Avaliativa de 2017, nesse encontro foi
norteado pelo tema: A Causa Missionária deveria ser a primeira de todas as causas, e foi
conduzido pelo Presbítero Coordenador Pastoral Setorial Carmelo Rivera Amézquita e Carlos
André Barros.
Durante os dois dias de avaliação, foram apresentados os novos Desafios Missionários
conforme cronograma do Plano de Evangelização da Arquidiocese de Manaus (PEAM).
Conforme o Plano de Ação da Arquidiocese Manaus (2017) declara que:
Na quarta-feira (22), os conselheiros presentes foram divididos em 4
grupos para discutir e escolher as pistas de ação que serão trabalhadas
nos dois desafios Missionários de 2018, para o primeiro desafio, que é
9

a Evangelização dos Moradores de Condomínios e Conjuntos


Habitacionais, de forma quase unânime foi escolhida a que tange
conhecer o Estatuto dos Condomínios e formar Grupos Missionários
para visitas, para o Desafio da Missão Ad Gentes (Atividade
Missionária da Igreja), as ações serão: fortalecer as Escolas de
Formação com enfoque na espiritualidade missionária e dar maior
atenção às pessoas por meio das visitas missioná rias. (Plano de Ação da
Arquidiocese de Manaus, 2017, pag. 03)
O catequista do setor Alvorada e sua espiritualidade apresenta um perfil
bastante comprometido com a prática de Jesus Cristo, ligados às propostas do
Reino, assumindo os valores evangélicos com a convicção, adesão de que vale
apena ser cristão na sociedade hoje.
Em um grupo de 200 catequistas do Setor Alvorada da Arquidiocese de
Manaus, que participaram nos dias 08 e 09 de Outubro de 2017, da pesquisa sobre
a espiritualidade do catequista através dos ritos do RICA, com as questões: “Como
está atualmente a sua espiritualidade?”; “De que forma os Ritos de Iniciação Cristã
de Adultos - RICA compôs a sua espiritualidade como catequista”, direcionada aos
catequistas.
A partir das respostas que relaciona o catequista e sua espiritualidade
mostrando que 50% dos participantes apresentam uma Ótima espiritualidade
“maduro e consciente de ter a Deus como Pai e vivendo sua vocação em espírito”,
com base na missão, na formação e na profundidade de sua espiritualidade, dando
sentido a sua vocação de catequista, que se proponha a testemunhar vivenciar a
autêntica experiência de Deus Pai a partir da fé e do seguimento de Jesus, sob o
impulso do Espírito Santo.
Nas demais questões dos que responderam “Bom” com sua espiritualidade
que: “procuram um relacionamento transparente com o Senhor”, apresentando um
resultado de 35%, e buscando aprofundar mais sua fé, e com 15% os candidatos
que responderam Regular: “sente a necessidade do apoio e da ternura de Deus”,
precisando cultivar a presença do Espírito, que anima a vida e as ações do cristão e
na comunidade.
Para Lelo (2014, pag.14) o catequista é alguém chamado por Jesus Cristo
para com Ele conviver, participar da sua vida, unir-se à sua pessoa e aderir à sua
missão, colaborando com ela, entregando assim sua liberdade a Jesus, que é o
Caminho, a Verdade e a Vida, firmando sua espiritualidade, assumindo o estilo de
10

vida do próprio Jesus, a saber, um amor incondicional, solitário, acolhedor até a


doação da própria vida.
A espiritualidade do catequista do setor Alvorada em sua maioria abraça a
missão de levar as pessoas ao encontro e compromisso pessoal com Jesus,
conduzindo-as a serem discípulos Dele, tornando-se também um missionário,
levando a seguir os passos de Jesus e adotando suas atitudes.
É importante valorizar a experiência de vida do catequista, pois ajuda a
reconhecer a busca de Deus, descobrindo ou redescobrindo Jesus Cristo e seu
segmento na comunidade de irmãos, em atitudes coerentes e na missão de
colaborar na edificação do Reino de Deus, sendo importante a formação dos
discípulos missionários que precisam articular fé e vida, integrando cinco aspectos
fundamentais: o encontro com Jesus Cristo, a conversão ao discipulado, a
comunhão, a missão, o processo de formação se constitui no alimento da vida cristã
e precisa estar voltado para a missão, que se concretiza no anuncio explicito de
Jesus Cristo (Cf. DGAE 102, 2015-2019, n.45).
A espiritualidade para o catequista é ouvir o chamado de Jesus e segui-lo
mais de perto, ter a experiência com Ele, buscando todos os caminhos e tornando-
se seguidores de Jesus Cristo, e evangelizando, pois para isso foram iniciados os
ritos do RICA onde a cada andar ligava-se definitivamente a Jesus.

2 A ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA A LUZ DO RITUAL DE INICIAÇÃO


CRISTÃO DE ADULTOS – RICA

O Concílio Ecumênico Vaticano II determinou a revisão do Rito de Batismo de


Adultos, decretando a restauração do catecumenato de adultos dividido em várias
etapas, de modo que o tempo do catecumenato, destinado à conveniente formação,
pudesse ser santificado pelos sagrados ritos celebrados sucessivamente.
Cumprindo essas determinações, a Sagrada Congregação para o Culto Divino
elaborou o novo Rito de Iniciação Cristã dos Adultos, depois de aprovado pelo Papa
Paulo VI, providenciou a sua publicação e declara que a presente edição é típica e
deve substituir o Rito de Batismo dos Adultos que se encontra atualmente no Rito
Romano (RICA, 2011, p.10).
“A espiritualidade do catequista deve ser vivencial, autêntica e profunda, não
abstrata, Deus se revela em nossa vida por meio de fatos ou acontecimentos e
11

palavras. A Palavra que se transmite vem acompanhada sempre do próprio


testemunho” (CARVALHO, 2014, pag.32).
Para Almeida (2010) O RICA é colocado como modelo inspirador que deve
ser conhecido e valorizado conforme:
O RICA dentro do melhor estilo mistagógico, fala do mistério do Batismo a
partir dos ritos que compõem. “A celebração do Batismo, que atinge o cume
com a ablução da água e a inovação da Santíssima Trindade, é preparada
pela bênção da água e pela profissão de fé, intimamente ligadas ao rito da
água” (ALMEIDA, 2010, pag.51).
O RICA é fonte de espiritualidade para o catequista que só recebem, a
salvação se quiserem, aproxima-se livremente pela fé recebendo o dom de Deus
que justamente é o sacramento da fé de modo passivo, mas de livre vontade,
fazendo aliança com Cristo, renunciando aos erros e aderindo ao Deus verdadeiro.
A espiritualidade do catequista é incentivada pelo processo no qual o RICA
desenvolve uma articulação adequada entre a proclamação da Palavra (doutrina), a
celebração litúrgica (Ritos) e o compromisso de vida (caridade), envolvendo liturgia e
catequese, onde ambas ligadas aos processos de transmissão e de crescimento da
fé, tão próximos um do outro e que de modo algum podem ser considerados como
realidades distintas, assim, os quatro tempos de passos ou portas, devem ser
considerados momentos fortes de iniciação (PARO, 2017, pag. 21).
As Conclusões da Conferência de Medellín -1968(1998) destaque que:
Somente à luz de Cristo se esclarece o mistério do homem, que pela fé e
pelo batismo o homem é transformado, cheio do dom do Espírito, com um
dinamismo novo, não de egoísmo, mas de amor que o leva a buscar uma
nova relação mais profunda com Deus, com os homens seus irmãos e com
as coisas (MEDELLIM-1968(1998), pag. 47).
Sendo assim a Igreja quer servir ao mundo, irradiando sobre ele uma luz e
uma vida que cura e eleva a dignidade da pessoa humana, consolida a unidade da
sociedade, e dá um sentido e um significado mais profundo na vida de homens e
mulheres.
O RICA possibilita a elaboração de itinerário diversos conforme as
necessidades de cada realidade, “um modelo inspirador que deve ser conhecido e
valorizado”, sendo através do processo proposto e de conteúdo das celebrações,
indica um caminho, “é importante destacar que mesmo com as adaptações
necessárias a cada realidade e conservar o que é essencial e especifico nesse
processo, temos como primeira característica essencial o seu caráter cristocêntrico e
gradual” (cf.CNBB, Est. 97, 2009, n. 72).
As etapas conduzem aos tempos de informação e amadurecimento ou são
por eles preparados, que serão explicados no quadro abaixo descrevendo os
12

tempos e as etapas que são as grandes celebrações de passagem de um tempo


para o outro tempo.
FIGURA 01. QUADRO GERAL DE INICIAÇÃO CRISTÃ (RICA)
1º TEMPO 1ª ETAPA 2º TEMPO 2ª ETAPA 3° TEMPO 3ª ETAPA 4° TEMPO
Pré- (Tempo mais Purificação e Mistagogia
Catecumenato Catecumenato Iluminação (Tempo pascal)
ou 1º Anúncio Ritos de longo de todos) Preparação (Quaresma)
(Querigma) Admissão para os
dos Sacrament
Tempo de Candidatos Tempo os Preparação Aprofundamento
acolhimento na Ao Suficiente longo para: (eleição) - próxima para o Celebração e maior
comunidade Catecumen -Catequese, reflexão Pároco sacramento: dos mergulho no
Cristã: ato e aprofundamento. - Escrutínios, Sacramentos mistério cristão,
(Entrada) -Vivência cristã, -Entrega do de Iniciação no mistério
- Primeira Pároco conversão. símbolo e da (Vigília pascal,
evangelização -Entrosamento com a oração do Pascal) na vida nova.
- Inscrição e Igreja. Senhor. -Pároco -Vivência na
Colóquio com -Ritos→ - Catequese comunidade
o catequista Catequista+ -Práticas cristã.
- Ritos→ Equipes quaresmas
Catequistas+ Litúrgicas. -Ritos→
Equipes Catequista+
Litúrgicas. Equipes
Litúrgicas.

FONTE: (Estudo –CNBB 97, 2009)


O Ritual de Iniciação Cristã de Adultos – RICA atua diretamente na
espiritualidade com seus rituais e símbolos o homem é tocado por inteiro, pois a
experiência simbólico - ritual passa pelos sentidos do corpo e chega à mente e ao
coração.
Afirma Paro (2017) que:
O RICA é uma oportunidade de oferecer subsídios às comunidades e ajudá-
las a enxergar a riqueza escondida em cada celebração do processo
iniciático: a partir de toda ação ritual (visível), bem vivida e participada, de
maneira ativa e consciente, se revelará o mistério da fé (invisível) (PARO,
2017, pag.14).
Afirma Documento de Aparecida (2008) que:
“É necessário formar os catequistas numa espiritualidade da ação
missionária, que se baseia na docilidade ao impulso do Espírito, à sua
potencia de vida que mobiliza e transfigura todas as dimensões da
existência, e não é uma experiência que se limita aos espaços privados da
devoção, mas que procura penetrá-los completamente com seu fogo e sua
vida” (DAp. 2008, n.284)
A Conferencia de Aparecida propõem no capitulo VI, p.133, n.284, uma
formação na espiritualidade da ação missionária(...), onde o impulso do Espirito, irá
transformar o cristão (catequista) em todas as dimensões de sua vida, e seja
estimulado a aprender e a expressa-lo em toda a sua ação missionaria na Igreja e
na sociedade.

2.1 A EVANGELIZAÇÃO OU PRÉ-CATECUMENTO


13

O pré-catecumenato é o tempo da primeira evangelização, onde faz-se um


anúncio inicial e global de Cristo e do seu Evangelho, o primeiro anúncio, porém,
deve ser precedido pelo testemunho, feito de presença, serviço, respeito, e diálogo
(ALMEIDA, 2010, pag.27).
O pré-catecumenato é o tempo de fazer os primeiros contatos, conversão,
encontro pessoal com Jesus, aproximação da comunidade, tem por objetivo a
adesão a Jesus Cristo, nesse período o Evangelho deve ser anunciada de maneira
adequada de modo que os candidatos se integrem à comunidade, fazendo brotar o
desejo de seguirem Jesus Cristo e de pedirem o Batismo, concluído o primeiro
tempo, realiza-se a primeira etapa.
Afirma ainda o Estudo 97 da CNBB (2009) que:
Em qualquer época do ano as pessoas que querem viver o processo
são recebidas por um catequista e são acompanhadas por um
introdutor ou introdutora, e vão entrando em contato com a
comunidade e com o ministro ordenado, no qual faz-se um primeiro
anúncio que é o querigma – (ou o novo anúncio, dependendo do
caso) do mistério de Cristo, no diálogo com a pessoa, sua cultura e
experiência religiosa (Est.97 - CNBB. n. 78).
No pré-catecumenato, a fé e a conversão iniciais servem para amadurecer a
vontade sincera de seguir a Cristo e pedir o batismo, essa atitude consiste no
primeiro movimento da pessoa ao sentir-se chamada do pecado para o mistério do
amor de Deus, o principio da conversão coincide com o desejo de mudar de vida e
relacionar-se pessoalmente com Deus na oração (LELO, 2010, pag.53).
O Querigma é o primeiro anúncio de Cristo, tem como finalidade anunciar a
Boa Nova de Jesus Cristo, desde o anuncio de seu nascimento passando pelo
batismo, e culminando com sua morte e ressurreição, foi glorificado para salvação
de nossos pecados, nesse tempo do pré-catecumenato não deve ser confundido
com catequese, é para fazer desperta a verdadeira experiência de Deus na vida
pessoal abrindo seus corações para receber uma vida nova em Cristo Jesus,
revelada pelo Espírito Santo (DIOCESE DE OSASCO, 2011, pag. 46).
Portanto após o período de evangelização ou pré-catecumenato os
candidatos podem amadurecer mais o desejo de seguir a Cristo e pedir o Batismo, e
realiza-se o Rito de instituição dos catecúmenos, momento celebrativo de extrema
importância, pois os candidatos, pela primeira vez “manifestam suas intenções à
Igreja, enquanto esta, no exercício de seu múnus apostólicos, acolhe os que
pretendem torna-se seus membros.

2.2 O CATECUMENATO
14

O catecumenato é de suma importância o rito de “instituição dos


catecúmenos”, porque os candidatos, reunindo-se publicamente pela primeira vez,
manifestam suas intenções a Igreja, e acolhe os que pretendem torna-se seus
membros (RICA, 2011, n.14).
O processo de Iniciação mais longo é o catecumenato que é um rito de
admissão e tempo do aprofundamento da fé, da conversão, da participação na
comunidade, à medida que vão, da liturgia e da oração cristãs. Com isso o
catecumenato influencia que os participantes não só ampliem seus conhecimentos
da mensagem cristã, mas solidifiquem sua fé e sua caminhada de conversão.
Destaca Lelo (2014, pag. 50) o catecumenato é uma iniciação de discípulos
que descobrem um caminho, pois a formação catecumenal é colocada como
discipulado, e sua característica principal consiste em adquirir um modo de viver
igual ao de Jesus.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - Estudo 97 (2009)
afirma que:
O chamado de Deus é a primeira adesão a Cristo, por parte dos candidatos,
são marcados por uma primeira grande celebração, que é o rito de entrada
no catecumenato, que são assinalados com a cruz do Senhor, pois pela fé
já participam do mistério da morte e ressurreição, e depois são convidados
a entrar na Igreja e a ouvir a Palavra de Deus junto com a comunidade e
recebem o Livro da Sagrada Escritura como sinal de sua condição de
ouvintes da Palavra, sendo assim são acolhidos no seio material da Igreja e
reconhecidos como iniciantes no discipulado, catecúmenos (CNBB- Estudo.
97-n.80).
O RICA explica que o catecumenato é a passagem que acarreta uma
progressiva mudança de mentalidade e dos costumes, com suas conseqüências
sociais, deve manifestar e desenvolver lentamente durante o tempo do
catecumenato, sempre em sintonia com o Deus vivo e buscando servi a comunidade
em Cristo Jesus.

2.2.1.Celebração da Eleição ou Inserção do Nome

A celebração da eleição ou inscrição dos nomes é no primeiro domingo da


quaresma na missa dominical da comunidade, logo após a homilia, deve estar
presente também os padrinhos e madrinha dos que vão ser batizados.
O RICA em seus números 134,135 e 136, relata que nessa etapa a Igreja
procede a eleição ou a seleção e admite os catecúmenos que se acham em
condições de participar dos sacramentos da iniciação nas próximas celebrações,
chama-se também inscrições dos nomes pois os candidatos em penhor de sua
fidelidade, inscrevem seus nomes no registro dos eleitos.
15

Aqui Paro (2017. pag. 39) explica com clareza que após o longo período de
formação do espírito e do coração proporcionado pelo tempo do catecumenato, a
Igreja ouve os padrinhos, os catequistas, e aqueles mais próximos que darão seu
testemunho e parecer sobre a formação e o processo dos catecúmenos, também
são ouvidos para expressar a sua vontade e firme desejo de receber os
sacramentos da Igreja, logo celebra-se o Rito da eleição ou inscrição do nome
encerrando, assim o catecumenato propriamente dito.

2.3 O TEMPO DE PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO

O Ritual de Iniciação Cristã de Adultos – RICA (2011, n.21) descreve que o


tempo da purificação e iluminação é realizado na Quaresma, neste tempo é
consagrado a preparar mais intensamente o espírito e o coração do candidato,
nesse tempo a Igreja procede á eleição ou seleção e admite os catecúmenos que se
acham em condições de participar dos sacramentos de iniciação nas próximas
celebrações.
O tempo de purificação e iluminação é processo iniciativo, mais relacionado à
vida interior que é a catequese, procura purificar os corações e espíritos pelo exame
de consciência, e iluminá-los por um conhecimento mais profundo de Cristo, nosso
Salvador, esse tempo é marcado pelos Ritos de eleição e dos escrutínios, e ainda
pelas entregas, assinalações e unção, se por conveniência possam acontecer
durante este tempo (RICA, 2011, n. 25).

2.3.1. Ritos dos Escrutínios

O RICA em seus números 152, 153 e 154, o tempo dos escrutínios costuma
ocorrer na Quaresma, que precede os sacramentos de iniciação, realizam-se as
entregas e os ritos que completam a preparação espiritual e catequética, que se
realiza por meio dos exorcismos, purificando os espíritos e os corações, fortalecendo
contra as tentações, orientar os propósitos e estimular as vontades, se unindo
estreitamente a Cristo e revivem seu desejo de amar a Deus.
Em Paro (2017, pag.42) descreve de forma mais explicita os escrutínios onde
é uma palavra que vem do latim scrutari que significa esquadrinhar, examinar,
visitar, buscar, e no RICA como foi colocado no texto acima dá-se este nome às
provas e celebrações compostas da leitura da Palavra, orações e exorcismo,
realizados sobretudo no caminho do catecumenato batismal, que têm duas
16

finalidades que é descobrir o que houver de imperfeito, fraco e mau no coração do


eleitos, para curá-los e o que houver de bom, forte, santo, para consolidá-los.
Essas celebrações são muito importantes em termos espirituais, pois
proporcionam aos eleitos conhecimento de si mesmo, instruindo gradativamente
sobre o mistério do mal que envolve os eleitos no processo da caminhada cristã,
vivendo sob a vitória de Cristo Jesus.

2.3.2. Ritos de Preparação Imediata

No livro do RICA (2011, n. 26) a preparação imediata exorta-se os eleitos a


deixar no Sábado Santo, seus trabalhos habituais, e reservarem tempo para a
oração e o recolhimento e jejuarem na medida de suas forças.
Confirma aqui Paro (2107, pag. 45) que os Ritos de preparação imediata são
celebrações sugeridas pelo RICA, que podem acontecer na manhã ou no começo da
tarde do Sábado Santo, a fim de preparar os eleitores para os sacramentos através
do recolhimento e a oração, para isso propõe-se o seguinte esquema ritual para
celebração de preparação imediata que são os Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra,
Recitação do Símbolo, Rito do Éfeta, Escolha do nome Cristão, e Rito da Unção.
2.4 A INICIAÇÃO NOS SACRAMENTOS

A celebração dos sacramentos é a porta que se abre para a vivencia cristã ou


vivencia do mistério, que acontece na Vigília Pascal, os iniciados recebem os
sacramentos do Batismo, da confirmação e da Eucaristia, é a terceira grande
celebração ou etapa, os eleitos, já receberam o perdão dos pecados, são
incorporados ao povo de Deus, tornam-se seus filhos adotivos, são introduzidos pelo
Espírito na prometida plenitude dos tempos e ainda, pelo sacrifício e refeição
eucarística, antegozam o Reino de Deus (CNBB - Estudo-97-2009, pag. 54).
Em Paro (2017, pag. 48) todos reunidos após a celebração da luz que é a
primeira parte da Vigília, quando com a benção do fogo novo e o acendimento do
Círio Pascal, a escuridão é rompida e iluminada pela Luz do Cristo ressuscitado,
coluna luminosa, solo nascente que nos veio visitar.
A alegria da proclamação da Páscoa abre os ouvidos e o coração do povo
reunido para escutar e meditar as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo
seu povo, que confiou em sua palavra e sua promessa que a é liturgia da Palavra
(segunda parte da vigília), e então se chega ao tão esperado momento onde os
eleitos receberão os primeiros sacramentos da Igreja.

2.4.1. Celebração do Batismo


17

No RICA a celebração do Batismo atinge o cume com ablução da água e a


invocação com a Santíssima Trindade, é preparada pela benção da água e pela
profissão de fé, intimamente ligada ao rito da água (RICA, 2011, n.28).
O mergulhar nas águas e ser lavado por ela são ações que integram ao
simbolismo da morte e da purificação, o homem mergulha na água morre para o
pecado, para vida antiga e ressurge renascendo numa nova vida (PARO, 2017,
pag.58), destaca ainda Paro (2017) que:
A água que destrói (sentido negativo) é antes de tudo origem e
geradora da vida (sentido positivo), e todo ser vivo, inclusive o
homem, brota da água: o líquido do útero materno, que faz brotar a
semente, que mata a sede, e por essa razão, se vê essa dupla
vertente de vida e morte, com ênfase, naturalmente, em seu aspecto
mais positivo de fonte de vida no simbolismo religioso, principalmente
no Batismo cristão (PARO, 2017, pg. 58-59).

O Batismo é um banho e o batistério contempla uma fonte de onde jorra água,


que é uma água fecunda que gera vida, pois nasce do lado aberto de Cristo Jesus, e
nisso ainda Cristo Jesus se serviu desse elemento natural a água para comunicar
uma realidade mais profunda “a inserção do seu mistério de Morte e Vida”.

2.4.2.Celebração da Confirmação

É importante destacar que no uso da antiga Liturgia Romana, o adulto não é


batizado sem receber a confirmação imediatamente depois do Batismo, somente
alguma razão grave o impedir, essa conexão exprime a unidade do mistério pascal,
a relação entre a missão do Filho e a fusão do Espírito Santo e o anexo entre os
sacramentos, pelos quais ambas as Pessoas Divinas vêm com o Pai àquele que foi
batizado (RICA, 2011, n. 34).
No Banho batismal ou o termino dos Ritos completares do Batismo, realizam-
se os Ritos da Confirmação, que poderá ser presbitério ou no próprio batistério,
onde entre os Ritos poderá ser entoado um cântico, os Ritos apresentam duas
partes a imposição das mãos e a unção que confere o sacramento da Confirmação.
Ressalta ainda Paro (2017) que:
A introdução do Rito de Confirmação é a imposição das mãos, feita
sobre os confirmados simultaneamente com a oração a Deus todo-
poderoso, embora não seja indispensável para a válida administração
do sacramento, deve ser considerada de grande importância para a
integridade do rito e mais perfeita compreensão do sacramento
(PARO, 2017, pag. 67).
Portanto a imposição das mãos é acompanhada de uma exortação que pede
o Espírito Santo fortalece com seus dons os confirmados, consagra-se com a sua
unção espiritual e os faça imagem perfeita de Cristo, a fim de darem testemunho
18

Dele para edificação do seu corpo na fé na caridade, com o segundo gesto traçar o
sinal da cruz com óleo do crisma na fronte do confirmados, recorda-se o primeiro
gesto de assinalação feito da admissão ao catecumenato.

2.4.3. Celebração da Eucaristia

No RICA (2011, n.36) a primeira participação na celebração da Eucaristia dos


neófitos, eles são elevados à dignidade do sacerdócio real, tomam parte ativa na
oração dos fiéis e, na medida do possível, no rito de apresentação das oferendas ao
altar, nisso toda a comunidade tornam-se participantes da ação sacrifical e recitam a
Oração do Senhor, manifestando o espírito de adoção de filhos recebidos no
Batismo, comungando do corpo que nos foi dado e do Sangue derramado por nós,
confirmam os dons recebidos e antegozam dos eternos.
Os Ritos da liturgia Eucarística em que os neófitos participaram da grande
prece da aliança e, com os olhos iluminados pela fé, incorporado na comunidade
eclesial, que pela primeira vez se aproximaram da mesa do Senhor, comungando do
seu corpo e sangue, que de agora em diante será seu (PARO, 2017, pag. 69).
A participação na morte e ressurreição do Senhor e o dom do Espírito
integram o neófito no povo sacerdotal, que oferece o sacrifício de Cristo, assim os
neófitos com os olhos iluminados pela fé, incorporados à comunidade eclesial, pela
primeira vez, reproduzem o único sacrifício, que de agora em diante será o seu.

2.5 O TEMPO DA MISTAGOGIA

O tempo da Mistagogia a comunidade unida aos neófitos que meditam no


Evangelho, participam da Eucaristia, e praticam a caridade, vão progredindo no
conhecimento mais profundo do mistério pascal e na sua vivencia cada vez maior, é
este o último tempo de iniciação ou seja, o tempo da Mistagogia dos neófitos( RICA,
2011,n.37).
Confirma aqui Pagnussat (2013, pag. 09) que após ter vivido os três primeiros
tempos de Iniciação à Vida Cristã: Pré-catecumenato, catecumenato, purificação e
iluminação, ficando por ultimo o tempo da Mistagogia que completa os Ritos de
Iniciação na Vivência Cristã, tempo que durante 50 dias do Tempo Pascal os
participantes receberam os Sacramentos de Iniciação Cristã ou renovaram seus
compromissos batismais, inicia-se então a catequese mistagógica.
O catequista necessita cultivar a qualidade das relações, pois elas permitem
maior interação entre as pessoas, o RICA (2011, n. 39) destaca que a recente
participação nos sacramentos, favorece a compreensão da Sagrada Escritura e
19

aumenta o conhecimento dos homens que reflete na experiência comunitária,


tornando mais fácil e proveitoso para os neófitos o relacionamento com outros fiéis,
por esse motivo o tempo da Mistagogia é de grande importância para que os recém-
batizados com auxílio dos padrinhos, entrem em relação mais estreitas com os fiéis
e adquiram assim novo impulso e nova visão das coisas.
É importante ressaltar aqui que nesse período os iniciados desenvolveram o
sentido sobrenatural de fé, estando sensível com a Igreja, captar e discernir os
sinais dos tempos, que são vestígios da atuação salvadora de Deus no mundo.
Na Igreja mistagógica a inspiração catecumenal leva a uma estreita relação
entre liturgia e catequese, esse mesmo mistério de fé anunciado pela catequese
deverá ser celebrado com ritos que despertam a adesão e a conversão do
catequizando (NÚCLE DE CATEQUESE PAULINAS, 2017, pag. 27).
A missão da catequese é de revelar que os sinais rituais são os mais
importantes na historia da salvação, continuando eficazes na celebração, sendo
assim a catequese e liturgia estão lado a lado, ajudando o catequizando a iniciar a
experiência dos símbolos e gestos celebrados, pois essa educação que leva a
experimentar os sinais tão humanos da liturgia não apenas como elementos deste
mundo, mas, aos olhos da fé, também como realidade divinas.
Segundo Pagnussat, et.al (2013, pag. 13) a Mistagogia é o tempo para
vivência e o aprofundamento nos mistérios da fé, para os quais foram preparados ao
longo do caminho e celebrados na Vigília Pascal, a mistagogia tem duração de todo
tempo Pascal, os que foram eleitos são chamados de neófitos, onde a comunidade
deverá envolvê-los com afetuosa acolhida, e ainda, a inserção nos trabalho
pastorais da comunidade.
Segundo Costa (2014, pag.79) descreve que:
A mistagogia revela a verdadeira compreensão da ação
evangelizadora, como mediadora da dinâmica salvifica, ciente de
seus limites em permanentes diálogos com Deus, pela meditação,
pela oração, pela celebração comunitária, pela proclamação e
hermenêutica da Palavra (COSTA, 2014,pag.79).
Portanto a mistagogia é o exercício de perceber a manifestação de Deus na
vida, adquirindo sentido numa oração pautada pela Proclamação da Palavra e nos
sinais que a visibilizam, e vai revelando o seu enraizamento teológico e pastoral
pedagógico, tendo a experiência religiosa cristã de forma dinâmica e vivencial, que
se realiza em ultima estância, num encontro consigo e com outro, concretizando em
atitude de respeito igualdade e amor, produzindo a transformação interior assumindo
a sua missão na ação Evangelizadora.
20

3 O RICA COMO PROPOSTA PARA O CATEQUISTA A CAMINHO DA


ESPIRITUALIDADE

O Ritual de Iniciação Cristã de Adultos reformado após o Concílio Vaticano II,


oferece extraordinária riqueza litúrgica e preciosa fonte pastoral, especialmente na
catequese de adultos e particularmente no que refere ao restabelecimento do
catecúmeno na Igreja (RICA, 2011, pag.07).
Um grupo de 200 catequistas participantes do Setor Alvorada da Arquidiocese
de Manaus, que aconteceu nos dias 08 e 09 de Outubro de 2017, respondeu as
questões: Como está atualmente a sua espiritualidade? De que forma os Ritos de
Iniciação Cristã de Adultos- RICA compôs a sua espiritualidade como catequista. As
respostas foram muito variadas e estão transcritas no quadro a seguir: A questão
que corresponde a figura a baixo é como está atualmente a sua espiritualidade?
Conforme as respostas dos catequistas observou-se, que dentre os 200
entrevistados 50% apresentam uma Ótima espiritualidade: “maduro e consciente de
ter a Deus como Pai e vivendo sua vocação em espírito”, foi o item mais marcado e
com base nessas informações podemos colocar que na missão, na formação e na
profundidade de sua espiritualidade onde os ritos do RICA compõem dando sentido
a sua vocação de catequista, que se proponha a testemunhar, vivenciar a autêntica
experiência, de Deus Pai a partir da fé e do seguimento de Jesus, sob o impulso do
Espírito Santo.

Resposta de 02 grupos de (200) catequistas do Setor Alvorada da Arquidiocese de Manaus


21

Em seguida ficou a espiritualidade dos que responderam Bom: “procuram um


relacionamento transparente com o Senhor”, apresentando um resultado de 35%
nas respostas, pois é preciso aprofundar-se na fé, ainda assim procuram dar
testemunho de sua vivencia nos serviços da Igreja.
E com 15% os candidatos que responderam Regular: “sente a necessidade
do apoio e da ternura de Deus”, neste sentido é preciso cultivar a presença do
Espírito Santo, reaprender a rezar, que com a graça de Deus anima a vida e as
ações do cristão e da comunidade.
Conforme a leitura, do aprofundamento no RICA, a iniciação aos ritos
direciona o catequista, a vivenciar o mistério Pascal e o ano Litúrgico, envolvendo
sua vivencia com a comunidade, unir fé, liturgia, vida e oração, onde incluir etapas
definidas, ritos, símbolos e sinais bíblicos e litúrgico.

3.1 CAMINHO PARA A ESPIRITUALIDADE ATRAVÉS DO RICA

O caminho para a espiritualidade inspirado no RICA, segu e os ritos de


iniciação, organizando os diversos tempos, adequando as correspondências da
bíblia, catequese, liturgia e comunidade, mas não é preciso imitar ou copiar o que se
apresenta no RICA, é preciso perceber as celebrações como passos importantes
para a superação de uma prática pastoral que visa apenas celebração de ritos e a
recepção dos sacramentos.
A questão de n. 04 “De que forma os Ritos de Iniciação Cristã de Adultos-
RICA compôs a sua espiritualidade como catequista.” Tendo como resposta as
seguintes frases: “a) Com o Crescimento e amadurecimento na fé através da oração
e participação na Igreja”, resposta com 35% marcada pelos participantes, porém
conforme as respostas a letra “b) Leitura e meditação da Palavra de Deus” ficou com
60% dos participantes da pesquisa escolheram essa alternativa, ficando a letra “c)
Incentivar a inserção na comunidade e na prática pastoral, na contribuição para o
reino de Deus” com 15% da escolha dos participantes.
22

Resposta de 02 grupos (200) catequistas do Setor Alvorada da Arquidiocese de Manaus


Em destaque mostra como a Leitura e meditação na Palavra de Deus (60%) é
a maior necessidade espiritual do catequista, já que o catequista é o discípulo
missionário que poderá fazer com que a Palavra de Deus realmente seja ouvida
pelos catequizandos, ilumine seus olhos e acalente seus corações. Para levar a
Palavra de Deus ou ser canal da Palavra, o catequista precisa ser recipiente,
colocar-se à escuta, dedicar tempo para deixar o Espírito Santo agir em seu coração
e à inteligência.
O documento 107 da CNBB em seus números 119 e 120, destacam o RICA
como proposta para compor e direcionar a espiritualidade do catequista, pois é um
livro litúrgico que possui ritos, orações e celebrações, dando uma visão inspiradora
de uma catequese mistagógica que realmente envolva a pessoa no seguimento de
Jesus Cristo, a serviço do Reino, expresso na vivência dos sacramentos do Batismo,
da Crisma e da Eucaristia.
No cotidiano as dificuldades diárias influenciam nas diversas circunstâncias da
vida, assim como no apostolado, cabe a todo discípulo de Cristo a missão de
difundir a fé e portanto, ajudar os catequistas durante todo o currículo de iniciação,
com pré-catecumenato, catecumenato e tempo da mistagogia. Portanto, os ritos
fazem parte de todo processo de educação da fé, que propõe um caminho, para que
cristãos assumam características dos discípulos de Jesus Cristo, colocando-o em
primeiro lugar. Pois Ele é a fonte de toda maturidade humana e cristã, para que
tenhamos espírito de oração, sendo amante da Palavra, praticando a confissão
freqüente e participando da Eucaristia, que se insira cordialmente na comunidade
23

eclesial e social, seja solidário no amor e um fervoroso missionário (RICA, 2011,


n.6,7,8).
Não basta que o catequista tenha aprendido os conteúdos da fé, mas que se
converta de todo coração a Jesus Cristo, demonstrando estar mudado e sendo
perseverante na mudança e caminhando continuamente para a santidade, o RICA
inspira a vivencia, para que o catequista com sua experiência, ajude a aprofundar e
introduzir os conteúdos da revelação pessoal para si próprio, já que ele não pode
permanecer somente no nível intelectual e na transmissão de informações, mas
precisa conduzir ao verdadeiro encontro com o Senhor da Vida se comprometendo
para toda a vida.

3.2 CARACTERÍSTICAS DO CATEQUISTA MISTAGOGO, SEGUNDO O RITUAL


DE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ – RICA

A formação de catequistas capacita para comunicar e transmitir o Evangelho


com convicção e autenticidade, ser um verdadeiro discípulo e missionário de Jesus
Cristo, assumindo uma espiritualidade de identificação com Jesus Cristo, crescendo
de forma permanente na maturidade da fé e vida , servindo a comunidade eclesial, e
pregando a Palavra de Deus em todas as situações sociais, “o momento histórico
em que vivemos, com seus valores e contra valores, desafios e mudanças, exige
dos evangelizadores preparo, qualificação e atualização”. (CNBB – DNC –84, 2006,
n.252, 255).
Esses tempos de mudanças paradigmáticas na sociedade a evangelização se
defronta com desafios na prática pastoral e na inserção na sociedade, a fé é o
melhor caminho a seguir em momentos de crise, experimentando como um
caminho, pois somos iniciados por Deus que é o mistério, o verdadeiro mistagogo ou
orientador de nossa vida cristã, e com Ele enfrentar as adversidades diárias com
comprometimento e perseverança no coração. O tempo da mistagogia é o ultimo
tempo da Iniciação no qual a comunidade unida aos neófitos através da meditação
do Evangelho, pela participação da Eucaristia e por caridade, tenham mais
conhecimentos do mistério pascal, e na sua vivencia na fé, seguindo os caminhos
para que se possa melhorar nesse mistério de Cristo (RICA, 2011, n.37).
Jesus é mestre e educador, é pedagogo por excelência, modelo e referência
para a escola catequética, pois é educador de homens e mulheres novos e da nova
sociedade, onde vem resgatando o projeto de Deus, levando à plena realização
através de sua vida, paixão, morte e ressurreição, estabelecendo uma nova aliança
24

com toda a humanidade, firmada no seu próprio sangue, fazendo a todos o convite e
apelo de colher a Boa-Nova, de vivencia e divulgar a palavra pelo mundo inteiro
(COSTA, 2014, pag. 86-87).
No tempo da mistagogia o catequista necessita ampliar as dimensões do
relacionamento com a comunidade, e para isso algumas características são
colocadas para que continuem perseverantes na caminhada cristã (RICA, 2011,
n.38).
Com base no DNC-(2009), nos (n.261,271-275), destacou-se algumas
características que o catequista necessita cultivar, a qualidade das relações
(relacionamento) relacionamento afetuoso, acolhedor e misericordioso que permite
às pessoas mais proximidade, o catequista como Mestre Jesus, será um educador
(educação) com possibilidade de desenvolver potencialidade, qualidades e
capacidades para maior maturidade humana e cristã, na comunicação o catequista
precisa ser o promotor de comunicação da vida e da fé, que desperta e provoca a
palavra dos membros da comunidade, e a pedagogia onde o catequista necessita
conhecer e integrar elementos de pedagogia na sua prática introduzindo os
fundamentos da pedagogia divina, com ênfase na pedagogia da encarnação.
As narrativas presentes no Evangelho oferecem características da pedagogia
de Jesus e que estão presentes na sua forma de anunciar o Reino e de agir perante
as diversas situações que se lhe apresentavam nos quais formam as características
que o catequista devera apresentar perante seus serviços a comunidade, que são: O
acolhimento de outro, em particular do pobre, da criança, e pecador, como pessoa
amada por Deus; anuncio genuíno do reino de Deus como Boa-Nova da verdade e
da consolidação do Pai; um estilo de amor delicado e forte, que livra do mal e
promove a vida; o convite premente a uma conduta amparada pela fé em Deus, pela
esperança no Reino e pela caridade para com o próximo; o emprego de todos os
recursos da comunicação interpessoal tais como a palavra, o silêncio, a metáfora, a
imagem, o exemplo e tantos sinais diversos, como o faziam os profetas bíblicos
(COSTA, 2014, pag. 88 e 89).
Logo para que o catequista realize sua missão com êxodo é necessário
percorrer um caminho árduo, que é o de despertar o catequizando para que,
consciente de seu trabalho no mundo e no contato com a criação, seja mais um
cristão chamado a consagrar este mundo, santificá-lo a partir de dentro de onde
está, o batismo doa uma vida nova, diferente da vida natural: esta vida, santidade e
testemunho deverão levar ao mundo no qual vivem imersos.
25

O catequista mistagogo nos dias atuais deve apresentar um perfil com


características que lhe possibilite impregna-se total e vivencialmente do mistério
cristão, ter qualidade nas relações, permitindo as pessoas maior proximidade, seja
acolhedor, afetuoso, ter a misericórdia de Jesus em seu coração, habilidade de
interpretar e responder à demanda educativa da fé, comprometendo e
transformando sua própria vida, se empenhando na construção do Reino de Deus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma vida de espiritualidade, uma vida de fé, ajuda a realizar melhor a missão
da catequese. Por isso, há uma íntima relação entre a missão do catequista e sua
vida cristã. Quanto maior for a sua fé, mais bem realizada será a catequese, e,
quanto mais bem realizada for a catequese, mais madura será a fé do catequista;
Conforme a literatura pesquisa compreende-se que a espiritualidade não é
um fim em si mesma, mas se configura como um caminho para Deus em que a fé
nos convida a entender o que Ele quer nos dizer e a buscar o bem comum, e a
transformação da sociedade;
Assim o RICA com seu roteiro de celebração, é o primeiro meio unido á
catequese, responsável por transmitir aos catequistas através dos ritos, códigos e
chaves necessários para desvelar todo o mistério vivido e celebrado pela Igreja de
Cristo, logo é um livro litúrgico com ritos, orações e celebrações;
A espiritualidade do catequista em meio as tantas dificuldades e problemas,
tem conseguido vencer com alegria e otimismo os desafios que a vida lhe apresenta,
cuja fé sedimenta no Senhor Jesus Cristo, aparece como testemunho de felicidade e
de completa realizações interior, e servindo com caridade pastoral;
Logo o RICA através dos seus ritos é capaz de forma a identidade de fé do
cristão, que leva à imersão na vida cristã, caracterizada por um encontro pessoal
com Cristo, e com isso o catequista vivifica pela fé e pela vida em comunidade a
qual é o lugar e a meta de toda ação catequética;
Portanto o ser catequista não é nada fácil, pois a sua formação será um
processo que não acaba nunca, surgindo características importantes a serem
aprimoradas, apontando os verdadeiros caminhos de libertação, com fé ligada a vida
e ao compromisso com a transformação da realidade da sociedade, engajados na
luta em defesa da dignidade de todos e por um mundo de paz e sem exclusão.
26

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Antônio José de. ABC da Iniciação Cristã. São Paulo: Paulinas, 2010.

CARVALHO, Humberto Robson de. Elementos Fundamentais da Espiritualidade


do Catequista. São Paulo: Paulus, 2015.

CELAM – CONSELHO EPISCOPOL LATINO – AMERICANO. Manual de


Catequista/CELAM; [tradução Maria Paula Rodrigues]. São Paulo: Paulus,
2007.

COSTA, Rosemary Fernandes da. Mistagogia hoje: O resgate da experiência


mistagógica dos primeiros séculos da Igreja para a evangelização e
catequese atuais. São Paulo: Paulus, 2014.

CCM. CONCLUSÃO DA CONFERÊNCIA DE MEDELLIN 1968. Trinta anos depois,


Medellin é ainda atual? – São Paulo: Paulinas, 1998.

DOCUMENTO DE APARECIDA. Texto conclusivo da V Conferência Geral do


Episcopado Latino-Americano e do Caribe. 12. ed. São Paulo: Paulus,
2011.

______. Catequese Renovada: orientações e conteúdo. Documentos da CNBB n.


26. São Paulo: Paulinas, 1983.

______. Diretório Nacional de Catequese. Documentos da CNBB n. 84. 7. ed. São


Paulo: Paulinas, 2008.

______. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-


2019. Documentos da CNBB n. 102. São Paulo: Paulinas, 2015.

______. Iniciação à Vida Cristã: Um processo de Inspiração Catecumenal.


Estudos da CNBB n. 97. Brasília: Edições CNBB, 2009.

______. Mistério Catequistal. Estudos da CNBB n. 95. Brasília: Edições CNBB,


2008.
27

______. Iniciação à Vida Cristã: Itinerário para formar discípulos missionários.


Estudos da CNBB n. 107. Brasília: Edições CNBB, 2017.

DONZELLINI, Mary. Espiritualidade do catequista: caminho, formação, vida na


missão catequética. São Paulo: Paulus, 2013.

DONZELLINI, Mary. Formação contínua dos catequistas. São Paulo: Paulus,


2013.
JÚNIOR, Pe. Flávio Jorge Miguel. Manual do Catequista. São Paulo: Edições
Loyola, 1996.

LELO, Antonio Francisco. Catequista com estilo Catecumenal. Ed. – São Paulo:
Paulinas, 2014.

LIMA, Luiz Alves de. A Catequese do Vaticano II aos nossos dias: A caminho de uma
catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã. São Paulo, Paulus, 2016.

PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. São Paulo:


Paulina, 2013.

PANAZZOLO, João. Caminho de Iniciação à Vida Cristã: Elementos fundamentais.


São Paulo: Paulus, 2011.

PARO, Pe. Thiago Ap. Faccini. As celebrações do RICA: Conhecer para bem
celebrar. Petrópolis – RJ: Vozes, 2017.

ROZA, Araceli G.X, SANTOS, Maria Aparecida, SANTOS, Manuel Freixo.


Espiritualidade do Catequista: Uma resposta ao chamado de Deus.
Petrópolis – RJ: Vozes, 2013.

RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS. 5. ed. São Paulo: Paulinas, 2011.


28

VASCONCELOS, Eder. Vida spiritual como caminho de realização. Petrópolis –


RJ: Vozes, 2015.
THE RITUAL OF CHRISTIAN INITIATION OF ADULTS AS PROCESS THAT MAKE
UP THE PATH OF SPIRITUALITY FOR THE CATECHIST.

Maria Rosália Consentine Gaspar *

The Ritual of Christian Initiation is an instrument intended for adults who, enlightened
by the Holy Spirit, have heard the sign of the mystery of Christ, conscious and free,
and seek the living God by beginning a path of faith and conversion. This work aims
to describe RCIA as a process that compose the path of spirituality for the Catechist,
identifying spirituality in the following of Jesus. To deepen the catechist's concept of
spirituality in catechetical action, in the process of Initiation to Christian Life through
the RCIA and application of questions, 'on the spirituality of the catechist', to the
catechists of 03 (two) Dawn Sector Parish Central West Manaus. At the end of the
study, a comparison is made on the degree of spirituality of the catechist in relation to
the RCIA as a process that compose the path of spirituality for the Catechist, in order
to better fit the task of the Church and the conditions of the people, parishioners and
missions. Where the Rite of Initiation presents first a complete or common form,
proper for the preparation of many.

Keywords: rich; catechist; spirituality.


29

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e pelas infinitas graças que tem me concedido.
Ao meu esposo e minha família pelo grande incentivo no caminho da vida cristã.
A Arquidiocese de Manaus na pessoa do Arcebispo e na equipe de coordenação da
Catequese Arquidiocesana, aos Padres da Paróquia da qual faço parte, pelo
constante apoio, a todos os catequistas do setor Alvorada da arquidiocese de
Manaus, que me inspiraram no desejo de capacitação para melhor servi-los, através
da realização deste Curso de Pós-Graduação e ao meu orientador Leandro
Francisco Pagnussat, por ter sempre me incentivado e acreditado na importância
deste trabalho e também pelo seu grande amor à Catequese.
30

QUESTIONÁRIO

Marque com um X uma das alternativas das questões abaixo:

1) Como está atualmente a sua espiritualidade:

a) Ótimo: maduro e consciente de ter a Deus como Pai e vivendo sua vocação em espírito

b) Bom: procuram um relacionamento transparente com o Senhor

c) Regular: sente a necessidade do apoio e da ternura de Deus.

2) Na sua opinião o que é a espiritualidade:

a) É a força que Deus nos dá para nos mantemos fiéis aos compromissos pessoais e
comunitários voltados para a transformação da sociedade em vista do bem comum.

b) É uma força que nos anima, inspira, vem de dentro de nós e nos impulsiona para uma ação.

c) Corações endurecidos, descrentes, e desgastados.

3) Como cultivar a espiritualidade do catequista:

a) Orações e reflexões pessoal e comunitária, leitura bíblica, Participação nas celebrações


Eucarística, Adoração ao Santíssimo, devoção Mariana, escutar músicas, retiros e momentos
de silencio interior para escutar os apelos de Deus.

b) Usar somente as orações “decoradas” ou simplesmente lidas.

4) De que forma os Ritos de Iniciação Cristã de Adultos- RICA compôs a sua espiritualidade
como catequista:

a) Com o Crescimento e amadurecimento na fé através da oração e participação na Igreja.

b) Leitura e meditação da Palavra de Deus.

c) Incentivar a inserção na comunidade e na prática pastoral, na contribuição para o reino de


Deus.

You might also like