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REGÊNCIA NOMINAL
Conforme visto anteriormente, a regência nominal estuda a relação
entre os nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e os termos
regidos por estes nomes. Essa relação é sempre regida por preposição.
Muitos nomes derivados apresentam o mesmo regime dos verbos de
que derivam. Assim sendo, o conhecimento do regime de certos
verbos permite que se conheça o regime dos nomes cognatos, como o
substantivo "obediência", o adjetivo "obediente", e o advérbio
"obedientemente", que regem a preposição a, exatamente como
ocorre com o verbo "obedecer", que lhes deu origem.
A título de exemplo, segue uma pequena relação de substantivos e
adjetivos acompanhados das preposições mais usuais (segundo Celso
Luft, op.cit.):
Substantivos
Admiração (a, de, Dúvida (acerca de, Medo (a, de)
por, para (com), de, em, sobre)
(OBS. Medo a evita
perante)
(OBS. A preposição ambiguidades
Afeição (a, para pode ser omitida antes apresentadas por
(com), por) de oração desenvolvida medo de: “medo do
– “Não há dúvida (de) inimigo – o inimigo
Aversão (a, por,
que você é o melhor.”) teme ou é temido?”)
em)
Habilidade (de, em, Obediência (a, de,
Atentado (a,
para) para com)
contra)
Liberdade (a, para, Ojeriza (a, contra,
Capacidade (de,
de) por)
para, em)
Manutenção (de, Respeito (a, com,
Devoção (a, com,
em) de, com, para com,
para com, por)
por)
Adjetivos
– “Estava ansioso que
Acostumado (a, Ansioso (de, para,
a aula acabasse.”)
com) por)
Ávido (de, por)
Agradável (a, para, (OBS. A preposição
de) pode ser omitida antes Capaz (de, para)
de oração desenvolvida
Advérbios
Os advérbios terminados em -mente, via de regra, seguem o regime
dos adjetivos de que derivam.
Exemplos: análogo (a) - analogamente (a); contrário (a) -
contrariamente (a); contraditório (com) - contraditoriamente (com);
diferente (de) - diferentemente (de); favorável (a) – favoravelmente
(a); relativo (a) - relativamente (a).
Uma prova da ESAF explorou, em uma mesma questão, por duas
vezes o conhecimento acerca de regência nominal. Vejamos a questão.
Há verbos que admitem mais de uma regência sem ter seu sentido
alterado.
Falar sobre o assunto. Falar do assunto. Falar acerca do assunto.
Ele não tarda em chegar. Ele não tarda a chegar.
Em algumas construções, a preposição é usada, mais do que para
reger, para acrescentar novos matizes de significação aos verbos.
Cumpri o dever. / Cumpri com o dever. – O verbo é originalmente
transitivo direto (primeiro exemplo). A preposição serve para acentuar
a ideia de cuidado, zelo.
Fiz que ele fosse aprovado./ Fiz com que ele fosse aprovado. – O
verbo fazer é transitivo direto. A preposição emprega valor de
dedicação, esforço.
Comi o bolo. / Comi do bolo. – Apenas um pedaço do bolo, e não todo
ele, foi comido.
Agradar
a) No sentido de acariciar, acarinhar, é transitivo direto.
Com as mãos calosas, agradava o filho choroso.
Aspirar
a) No sentido de respirar, sorver, é transitivo direto.
"Aspirava o cheiro das rosas abertas depois da chuva." (Rachel de
Queiroz)
Assistir
a) No sentido de ver, presenciar, estar presente, é transitivo indireto.
Esse objeto indireto deve ser encabeçado pela preposição a, e se for
expresso por pronome de 3ª pessoa, exigirá a forma a ele(s), ou a
ela(s) (nunca lhe/lhes).
Todos assistiam ao espetáculo (a ele).
Vimos em nossa aula de verbos que os verbos transitivos apenas
indiretos não se constroem na voz passiva porque só o objeto
direto da ativa pode transformar-se no sujeito da passiva. Ainda se
lembra disso? Pois é, agora a coisa vai complicar um pouquinho.
(UPENET/JUCEPE – Técnico/2012)
Atender
a) Quando o complemento for pessoa, é transitivo direto ou
indireto
O diretor atendeu os/aos alunos.
Se a preferência for pelo pronome (e não o substantivo), usa-se
somente de forma direta o, a, os, as (e não lhe/lhes):
O diretor os atendeu.
b) Quando o complemento for coisa, é transitivo indireto. No
entanto, modernamente é aceita também a forma direta para coisa.
O governo não atende as/às reivindicações dos grevistas.
Atenda o/ao telefone, por favor.
Resumo: Modernamente, aceitam-se a sintaxe direta ou indireta,
indistintamente. Se o complemento estiver expresso por um pronome,
usa-se a forma direta (o,a, os, as).
Chamar
a) No sentido de chamar a presença de alguém, é transitivo direto:
Custar
a) No sentido de ser custoso, difícil, tem como sujeito aquilo que é
difícil, podendo apresentar-se sob a forma de uma oração reduzida de
infinitivo, que pode vir precedida da preposição a.
Custa-me o seu silêncio. (O seu silêncio é custoso para mim.)
Custa-me dizer que acendeu um cigarro.
Custou-me muito a brigar com Sabina.
Como vimos na aula sobre concordância verbal, quando o sujeito é
representado por uma oração (sujeito oracional), o verbo permanece
na 3ª pessoa do singular.
Na linguagem cotidiana, dada a sua proximidade com “demorar” ou
“ser difícil”, houve alteração na construção, atribuindo-se valor à
pessoa (Custei a entender essa lição, Ele custou a chegar aqui.).
- AVISAR:
Avisei o amigo do acidente. / Avisei o acidente ao amigo.
Por isso, em construções de voz passiva, tanto a pessoa como a coisa
podem exercer a função de sujeito paciente, porque qualquer desses
elementos pode ser o objeto direto, indiferentemente:
O amigo foi avisado do acidente. O acidente foi avisado ao amigo.
Esquecer
Admite três construções diferentes:
Esqueci o nome dele.
Esqueci-me do nome dele.
Esqueceu-me o nome dele.
Quando pronominal (esquecer-se), o verbo necessariamente é
empregado com complemento indireto (esquecer-se de algo).
Se este complemento for oracional, especialmente em orações
desenvolvidas (iniciadas pela conjunção que), admite-se a omissão da
preposição DE: “Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha
uma pedra” (Drummond).
O que nas duas primeiras construções é objeto (direto ou indireto)
passa a sujeito na terceira: "O nome dele esqueceu-me" significa que
esse nome apagou-se da memória, saiu da lembrança. Essa sintaxe
emprega à construção um valor involuntário da ação ocorrida (algo foi
esquecido por mim).
"Nunca me esqueceu esse fenômeno." (M. Assis)
= O fenômeno (sujeito) nunca esqueceu a mim (objeto indireto)
Tudo o que acontece com o verbo ESQUECER se repete com o verbo
LEMBRAR.
Lembrar
a) Com o sentido de trazer à lembrança, evocar, recordar-se, é
transitivo direto.
Seu penteado lembrava as divas de Hollywood.
b) Com sentido de vir à memória, aceita, à semelhança do que ocorre
com o verbo esquecer, três modelos de construção:
Lembro o acontecimento.
Lembro-me do acontecimento.
Lembra-me o acontecimento
Implicar
a) No sentido de ter implicância com, mostrar má disposição para com
alguém, é transitivo indireto.
Implicou com os irmãos..
Obedecer
É um verbo transitivo indireto, que rege a preposição a.
Em relação à possibilidade do emprego dos pronomes oblíquos
lhe/lhes no lugar de a ele(s)/ela(s), a maioria esmagadora dos
gramáticos se posiciona favoravelmente à troca.
Ele não é capaz de obedecer às ordens de seu chefe.
Quem lhe desobedecer sofrerá sanções.
Mesmo sendo um verbo transitivo indireto, modernamente admite voz
passiva, reminiscência do antigo regime transitivo direto. São diversos
registros literários dessa possibilidade. Essa observação, inclusive,
consta da Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso
Cunha e Lindley Cintra, e é abonada por Celso Luft (“A voz passiva é
vista como normal - Alguém é obedecido.”).
"A Senhora manda, e é obedecida." (José de Alencar)
Em linguagem culta formal, contudo, ainda se recomenda a construção
indireta.
Para a prova, tome muito cuidado. Algumas bancas são extremamente
tradicionais e ficam naquele “feijão com arroz”. Outras já preferem
inovar e explorar novos conceitos. O candidato deve procurar
identificar o posicionamento da banca e, se isso não for possível,
analisar as demais opções antes de tachar a afirmação como certa ou
errada.
Idêntica é a construção do antônimo desobedecer.
Ele não podia mais desobedecer às vontades de Deus.
(NCE UFRJ)
Sabemos que só os verbos transitivos diretos admitem a forma
passiva; por isso, a alternativa que mostra uma forma adequada
de passiva é:
(A) O pai do candidato foi comunicado do ocorrido;
(B) Os professores são muito obedecidos pelos alunos;
(C) O chefe foi substituído pelo novo funcionário;
(D) O presidente Juscelino foi sucedido por Jânio Quadros;
(E) A peça será acontecida no dia 28 de agosto.
O gabarito foi a letra C. Note que a banca da UFRJ não aceitou a forma
passiva do verbo OBEDECER (opção B), considerando-a inadequada.
Em relação aos demais verbos:
a) o verbo COMUNICAR apresenta como objeto direto a COISA e
indireto a PESSOA. Por isso, estaria incorreta a forma passiva de
pessoa como sujeito paciente (O pai foi comunicado).
c) o verbo SUBSTITUIR é transitivo direto – Uma pessoa substitui
outra. Assim, é possível a construção passiva: O chefe foi substituído.
Essa foi a resposta certa.
d) na acepção de “ser o sucessor”, o verbo SUCEDER constrói-se com
objeto indireto: Ele sucedeu ao pai na gestão dos negócios.
Contudo, há registros clássicos da transitividade direta do verbo
(sintaxe em desuso). Luft registra que “é compreensível certa
inclinação por sucedê-lo na linguagem culta formal”, muito comum no
português clássico, talvez por influência do verbo substituir. Note que
a banca não aceitou a forma direta, considerando incorreta a
construção de voz passiva O presidente Juscelino foi sucedido por
Jânio Quadros.
e) O verbo ACONTECER pode ser INTRANSITIVO (algo acontece) ou
TRANSITIVO INDIRETO com a preposição a (algo acontece a alguém).
Não há, pois, objeto direto para que se possa construir voz passiva.
Pedir
Trata-se de um verbo transitivo direto (Pedir algo) ou transitivo direto
e indireto (Pedir algo a alguém).
Somente aceita o complemento regido pela preposição para quando
houver subentendida, entre o verbo e a preposição, uma palavra como
licença, autorização, permissão.
Pedimos que sejam observadas as regras de convivência.
Os alunos pediram [permissão] para sair.
Proceder
a) No sentido de ter fundamento é intransitivo.
Seu pedido não procede.
b) Como portar-se, conduzir-se, é intransitivo também, sempre
seguido de adjunto adverbial de modo.
Sua esposa procedia brilhantemente em público.
b) Na acepção de provir, originar-se, descender, usa-se com
preposição de.
A língua portuguesa procede do latim.
c) Usa-se com preposição a (transitivo indireto) no sentido de dar
início, realizar.
Proceder-se-á ao início da sessão.
Responder
A regência primária apresenta complemento indireto, com a
preposição a:
Responder às cartas, às perguntas, ao questionário.
Contudo, na língua vigente no Brasil, a sintaxe direta para coisa já
está consagrada, ainda que repudiada pelos puristas.
O verbo, nesse caso, pede objeto direto para coisa e indireto para
pessoa (Responder algo a alguém). O objeto indireto pode se
apresentar sob a forma de pronome (lhe/lhes).
Não irei responder-lhe o pedido de casamento.
Respondo as suas cartas..
Essa construção possibilita a voz passiva:
As cartas foram respondidas.
Simpatizar
O verbo simpatizar não é pronominal. Pede objeto indireto regido da
preposição com.
Simpatizei com ela. (correto)
Simpatizei-me com ela. (errado)
Não simpatizei com ele nem com suas ideias.
O verbo antipatizar apresenta o mesmo regime.
A classe antipatizou com o novo professor.
Visar
a) No sentido de dirigir a pontaria, apontar arma de fogo contra algo
ou alguém, é transitivo direto.
Visei o alvo.
b) No sentido de pôr o visto em, é transitivo direto.
As autoridades visaram o passaporte.
c) Na acepção de ter em vista um fim, pretender, deve empregar-se
de preferência com a preposição a, embora modernamente, devido à
aproximação com verbos como buscar, pretender, objetivar
(transitivos diretos), se acumulem exemplos com objeto direto.
Nela visei, acima de tudo, ao bem da comunidade.
O verbo visar já se constrói, nesse sentido, sem a preposição:
Essa sociedade não visa lucro.
Essa inovação ocorre, principalmente, quando o complemento vem sob
a forma nominal de infinitivo.
Eles visam alcançar suas metas.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
01 - (FGV/ALESP/2002)
Assinale a alternativa cuja regência está de acordo com o padrão
culto:
A. Prefiro mais doce a salgado.
B. Prefiro mais doce do que salgado.
C. Prefiro doce do que salgado.
D. Prefiro doce a salgado.
02 - (FGV/Pref.Guarulhos/2001)
Assinale a alternativa em que há erro de regência verbal.
A. Minha aparência não lhe agradou.
B. Esta é a regra que você obedecerá.
C. Assiste-lhe sempre esse direito.
D. Essa foi a conclusão a que chegamos.
03 - (FGV/ICMS MS – ATI/2006)
Em Você se lembra do rosto dela naquele instante?, obedeceu-se às
regras de regência verbal.
Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.
(A) Prefiro questões de gramática do que de interpretação.
(B) Aspiraram à vaga de piloto da companhia aérea.
(C) Os médicos assistiram o paciente.
(D) Perdoamos-lhes as dívidas.
(E) Pagaram-lhe bem.
05 - (ESAF/AFRF/2003)
Julgue a assertiva abaixo em relação aos aspectos gramaticais.
e) Não nos esqueçamos que a construção do autoritarismo, que
marcou profundamente nossas estruturas sociais, configurou o sistema
político imprescindível para a manutenção e reprodução dessa
dependência.
10 - (UnB CESPE/INSS/1998)
Quanto à correção da substituição do trecho sublinhado pela forma
apresentada em negrito, julgue os itens abaixo.
1. “Já fez sua declaração de imposto de renda? / Já a fez?
2. “Os decretos-leis (...) abanam o rabo negativamente” / Os
decretos-leis (...) abanam-lhe negativamente
3. “Mas se tiveres alguma dúvida” / Mas se tiveres ela.
4. “Os decretos-leis tentam barrar um senhor distinto” / Os decretos-
leis tentam barrá-lo
12 - (ESAF/AFC STN/2002)
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha,
bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso
superior. Uma vez formados, seriam automaticamente chamados
de “doutor” e teriam um salário de classe média para o resto da
vida. De uns anos para cá, essa fórmula não funciona mais. Quem
quiser garantir o futuro dos filhos, além do curso superior, terá de
lhes arrumar um capital inicial. Esse capital deverá ser suficiente
para o investimento que gerará um emprego para seu filho.
Em relação aos aspectos textuais, julgue a asserção abaixo.
d) A regência do verbo chamar empregada no texto(l.3) é
considerada coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais
formal, o emprego desse verbo como transitivo direto.
13 - (CESGRANRIO/TRANSPETRO/2006)
Por meio de uma carta, os funcionários _______________ aos
superiores.
Com respeito à regência, a forma verbal que preenche adequadamente
a lacuna acima é:
(A) chamaram.
(B) convidaram.
(C) cumprimentaram.
(D) pressionaram.
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Curso Regular Teórico
Aula 6 – Sintaxe de Regência
Profª.Claudia Kozlowski
(E) responderam.
17 - (UnB CESPE/DEFENSOR/2004)
Analise a correção da assertiva abaixo.
Em “Por conseqüência, a morte de um idioma implica perda
imensurável a um país e, inclusive, à humanidade, pois perde-se, além
da forma básica de comunicação, uma cultura com todas as suas
expressões, como folclore, história, musicalidade, religião etc.”, o
emprego da preposição que antecede os termos “um país” e
“humanidade” é exigido pelas regras de regência segundo as quais
está empregado o verbo implicar.
19 - (ESAF/TFC SFC/2000)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical
20 - (ESAF/TRF/2003)
Assinale a opção em que o trecho do texto foi transcrito com erro de
sintaxe.
a) As empresas do setor imobiliário que deixaram de prestar contas
das transações realizadas em 2002 vão ser alvo de investigação da
Receita Federal. Imobiliárias, construtoras e incorporadoras tinham
prazo limitado para entregar a Declaração de Informação sobre
Atividades Imobiliárias- Dimob.
b) A estimativa é de que metade das empresas não declarou, mas o
coordenador-geral de Fiscalização da Receita acredita que muitas delas
ainda vão cumprir a exigência. Até o prazo foram entregues 21.395
declarações, mas nos registros da Receita constam em cerca de 40 mil
empresas que estariam obrigadas a declarar.
c) O coordenador diz que os dados da Dimob serão confrontados com
as informações da declaração das empresas e das pessoas físicas. O
coordenador afirma ainda que as informações serão cruzadas com os
dados da CPMF, que têm sido instrumento indispensável ao trabalho
de fiscalização do órgão.
d) Na declaração, as imobiliárias só devem informar as operações
realizadas no ano passado. As empresas que não tiveram atividades
em 2002 estão desobrigadas de prestar contas. Quem deixou de
entregar a declaração no prazo pagará multa mínima de R$ 5 mil por
23 - (UnB CESPE/CEF/2006)
Julgue o item que se segue.
No trecho “que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar
com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos”, o verbo
ensinar rege um complemento com preposição e um sem preposição.
24 - (FCC/TCE MA – Analista/2005)
... os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado
acima está na frase:
27 - (FUNRIO/FURP SP/2009)
No que se refere à regência verbal, a alternativa que atende à
prescrição da norma padrão é
A) Esta medida provisória obsta os nossos planos de carreira.
B) A população prefere ver a polícia na rua a ouvir falar de direitos
humanos.
C) A perda da folha de consumação implica em multa de $ 200,00.
D) Assisti o filme com interesse, apesar do calor da sala de projeção.
E) O diretor visou, carimbando, a todos os atestados de tempo de
serviço.
28 – (FUNRIO/CIA.DOCAS/2006)
A frase que apresenta ERRO quanto a sintaxe de regência é:
a) Falta de atenção implica em erros.
b) Prefiro ler a ver televisão.
c) Assistimos a uma partida emocionante.
d) Todos visam a uma vida tranqüila.
e) Perdoou ao filho a desobediência.
29 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Com base no texto, julgue a assertiva abaixo
1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,
como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco
para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária
a que o país parece assistir de braços cruzados.
5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem
viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe
30 – (FGV/SEFAZ RJ/2009)
O leitor já viu onde quero chegar. (L. 40)
Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente semanticamente
à apresentada acima, mas que dela se diferencie quanto à adequação
da linguagem ao padrão normativo.
(A) Já observou o leitor onde quero chegar.
(B) O leitor já viu aonde quero chegar.
(C) Quero chegar onde o leitor já viu.
(D) Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
(E) O leitor já viu em cujo local quero chegar.
32 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Em relação ao texto, analise a proposição abaixo.
1. A invasão israelense intensifica o ambiente de privações
e ameaças à integridade física em que vivem os
habitantes de Gaza. Além dos intensos bombardeios
aéreos, que mataram centenas de palestinos – entre
5. eles várias mulheres e crianças –, faltam víveres e
medicamentos, e os cortes no fornecimento de água e
luz são constantes.
Ao que consta, pois Israel impede a entrada da imprensa
no território invadido, o objetivo inicial da ação terrestre é
10. isolar o norte da faixa litorânea, de onde parte a maioria
dos ataques com foguetes contra o sul israelense, do
restante do território palestino. A cidade de Gaza, com
mais de 400 mil habitantes, foi sitiada.
Além dos intoleráveis danos, humanos e materiais,
15. que impõe aos palestinos, o estrangulamento militar
desfechado por Israel está repleto de incertezas quanto
à sua eficácia.
33 - (CESGRANRIO/PETROBRÁS – Engenheiro/2012)
Segundo diria o Professor Carlos Góis, mencionado no Texto II, a frase
cuja regência do verbo respeita a norma-padrão é:
a) Esquecemo-nos daquelas regras gramaticais.
b) Os professores avisaram aos alunos da prova
c) Deve-se obedecer o português padrão.
d) Assistimos uma aula brilhante.
e) Todos aspiram o término do curso.
35 - (CONSULPLAN/TSE – Técnico/2012)
36 - (ESAF/DNIT-ANALISTA/2013)
1. Tem um personagem de Voltaire que um dia descobre,
encantado, que falou em prosa toda a sua vida, sem
saber.
Estamos metidos em muito mais coisas do que nos
5. damos conta. Pertencemos, simultaneamente, a vários
sistemas que mal compreendemos, começando pelo
nosso próprio corpo e terminando pelo sistema solar,
que, por sua vez, faz parte de outro sistema ainda
maior e mais incompreensível. Coisas espantosas
10. acontecem conosco, a cada segundo, pelo simples
fato de existirmos. Agora mesmo, enquanto escrevo –
ou enquanto você lê –, fatos fantásticos e dramáticos
se desenrolam dentro de nós. Células se reproduzem
aos milhões. Bando de bactérias percorrem nossas
15. vias interiores, procurando encrenca. Nossos sucos se
encontram e se misturam em alquimias inacreditáveis.
E giramos em torno do Sol, que, por sua vez, se desloca
pelo espaço, em alta velocidade, cuspindo fogo. Não
podemos pedir dispensa do Universo e de suas
20. explosões por razões de consciência. Estamos todos na
mesma louca aventura. Você, eu e o vizinho. E, ainda
por cima, falamos em prosa.
37 – (VUNESP/DETRAN-SP - Agente/2013)
Considerando as regras de regência da norma-padrão da língua
portuguesa, as expressões destacadas em – Alguém que resolve
integrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de
locomoção precisa compreender que deverá gastar com alguns
apetrechos necessários para poder trafegar. – podem ser substituídas,
correta e respectivamente, sem alteração de sentido, por
(A) inserir a bike ao ... estar ciente que
(B) inserir a bike no ... estar ciente de que
(C) inserir a bike para o ... estar ciente em que
(D) inserir a bike entre o ... estar ciente a que
(E) inserir a bike o ... estar ciente para que
38 – (VUNESP/DETRAN – SP – Oficial/2013)
10. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
lacunas das frases.
I. É preferível controlar as emoções ao dirigir _____ causar acidentes.
II. Entre _____ e o psicólogo não há mais conversa.
III. Este é o relatório de trânsito _____ me referi.
IV. Os psicólogos fizeram um pedido para ____ dirigir com mais
cautela.
(A) a ... eu ... à que ... eu
(B) do que ... eu... ao qual ... mim
(C) a ... mim ... ao qual ... eu
(D) a .... mim .... que ... mim
39 – (VUNESP/MPE-ES/2013)
02 – B
O verbo obedecer é transitivo indireto, regendo a preposição a. Por
isso, essa preposição deve anteceder o pronome relativo que substitui
o objeto indireto (regra): Esta é a regra a que você obedecerá.
Na opção a, temos o verbo agradar. A banca manteve o
posicionamento originário e apresentou o verbo, na acepção de
contentar, como transitivo indireto, usando o pronome lhe. Supondo
que o examinador apresentasse o verbo agradar com complemento
direto (agradá-lo), o candidato deveria ler atentamente todas as
opções antes de marcar a resposta. Na opção seguinte, a regência
estava inquestionavelmente incorreta.
O verbo assistir, no sentido de caber razão ou direito, é transitivo
indireto (opção c).
Finalmente, o verbo chegar, por indicar deslocamento, rege a
preposição a. Quem diz “chegar em” não chega a lugar algum. Está
correta a construção apresentada na opção e (Nós chegamos a uma
conclusão Î a conclusão a que chegamos).
03 – A
Essa deve ter sido barbada também. Como vimos na questão 01, a
regência do verbo preferir, quando bitransitivo, exige a preposição a.
Assim, “prefiro questões de gramática a de interpretação”.
O verbo aspirar, como desejar, é transitivo indireto, com a
preposição a. Está correta a opção b.
O verbo assistir, no sentido de prestar assistência, pode ser
construído com objeto direto ou indireto. O examinador apresentou a
primeira forma.
Tanto o verbo perdoar (d) quanto pagar (e), segundo a norma culta,
possuem objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Assim, também
estão corretas as formas “Perdoamos-lhes as dívidas” e “Pagaram-lhe
[a ele] bem”.
04 – A
Conforme vimos na questão anterior, o verbo pagar, em relação à
pessoa, é indireto. Assim, o correto seria “pagou-lhe [ou a ela] ali
mesmo”.
Na opção b, o sujeito do verbo caber era “o direito de reaver o
documento”. Isso cabia a alguém. Foi corretamente empregado o
pronome lhe na indicação do objeto indireto de pessoa.
Em questões anteriores, já falamos sobre a regência dos verbos
assistir (no sentido de prestar assistência) e perdoar.
Resta-nos destacar o emprego do pronome pessoal oblíquo com valor
possessivo na opção e. Em regra, os pronomes pessoais oblíquos são
usados para representar um nome (substantivo), evitando, assim, sua
repetição (mais sobre isso será tratado na aula específica sobre
pronomes).
No entanto, o pronome oblíquo pode ser também usado com valor
possessivo, ou seja, no lugar do “seu/sua” ou “dele/a”. Esse emprego
costuma causar muita confusão com a função de objeto indireto, uma
vez que o pronome também pode se ligar ao verbo por meio de hífen.
Vejamos a diferença.
Em “Roubou-lhe a carteira”, o que se quer dizer é que “roubou a sua
carteira” ou “roubou a carteira dela”. Esse pronome, na verdade, não
está complementando o verbo roubar, mas atribuindo ao substantivo
carteira uma característica – a sua propriedade. Assim, sua função
não é a de objeto indireto (complemento verbal).
05 - Item CORRETO
Já que falamos sobre o verbo lembrar, vamos falar agora sobre o seu
antônimo.
O verbo esquecer-se, como vimos, quando pronominal, é transitivo
indireto, regendo a preposição de (Não se esqueça de mim.). Contudo,
quando o seu complemento indireto está sob a forma oracional (“que a
construção do autoritarismo...”), é possível a elipse (omissão) da
preposição.
06 – D
A banca “brincou” com a regência do verbo assistir e o desuso da
construção clássica. Na acepção de ver, presenciar, é transitivo
indireto com a preposição a.
Por isso, não admite voz passiva. No entanto, na linguagem coloquial,
a do dia a dia, a do botequim, duvido que alguém tenha coragem de
dizer: “Saia da minha frente, pois estou assistindo ao jogo”. No
mínimo, vão achar que é provocação.
07 – C
Ainda que você se lembrasse da polêmica do verbo agradecer (opção
c), a banca facilitou a sua vida: apresentou dois complementos
08 – D
Esse é mais um verbo que apresenta dupla possibilidade de regência:
pode-se autorizar alguém a algo (direto de pessoa e indireto de coisa)
ou autorizar algo a alguém (direto de coisa e indireto de pessoa).
De qualquer forma, a preposição é a, e não “de”. Eliminamos, assim,
as opções b e c.
Na opção e, a banca sugere dois complementos indiretos: lhe e a
cobrar um novo preço, enquanto que na opção a coloca um acento
grave antes de um verbo (que não pode ser antecedido de artigo
definido feminino – crase é o assunto da próxima aula).
Por isso, a única opção correta é mesmo a letra d – “A parada o
autorizava (direto de pessoa) a cobrar um novo preço (indireto de
coisa)”.
09 – A
O verbo comunicar é transitivo direto para coisa e indireto para
pessoa (Comunicar algo a alguém). Assim, o erro não está
necessariamente no emprego do pronome lhe, mas na colocação de
uma preposição antes do objeto direto: Só lhe comuniquei minha
decisão ontem. Não há abono, no Dicionário Prático de Regência
Verbal, de Celso Pedro Luft, para a construção “Comunicar alguém de
algo”, só “Comunicar algo a alguém”.
Na opção c, há um excelente exemplo do pronome oblíquo com valor
possessivo, mencionado na questão 4: Só conhecia a foto do ator =
Só conhecia a sua foto / a foto dele = Só lhe conhecia a foto.
O pronome não está complementando o verbo, mas se referindo ao
nome (foto).
Nas demais opções, também está correto o emprego do pronome
oblíquo:
b) Não desejo mal a ele;
d) Vou apresentar meu amigo a ele;
10 – C / E / E / C / C
Estão incorretas as substituições propostas nos itens 2 e 3:
Item 2 – O verbo abanar é transitivo direto (abanam o rabo). Assim,
o pronome que deve ser usado é “o”, e não o “lhe”.
Após verbos terminados de forma nasal (com –m, -õe ou –ão, como
em abanam), os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as) recebem a
letra n: abanam-no. Essa lição consta do comentário à questão 24 da
Aula 3 – Verbo. Se você já a tiver esquecido, volte a estudá-la.
Item 3 – Na aula sobre pronomes, iremos tratar do emprego dos
pronomes oblíquos. Por ora, iremos nos ater a registrar que os
pronomes ele, ela, eles, elas, quando oblíquos, devem estar
necessariamente acompanhados de preposição. O correto seria: Mas
se a tiveres.
11 – A
Essa questão trata do emprego de verbos de regências diferentes em
relação a um mesmo complemento.
Nesses casos, é recomendável a seguinte construção: entrar em casa
e sair dela.
As demais opções apresentam verbos de idêntica regência, podendo
ser usado apenas um complemento para ambos.
12 - Item INCORRETO.
O verbo CHAMAR, na acepção apresentada, é um verbo transobjetivo,
ou seja, além do objeto, exige um predicativo do objeto.
Ao contrário de todos os demais verbos transobjetivos, o verbo
chamar, segundo a norma culta, pode ser tanto transitivo direto
quanto indireto, sem que o seu significado seja alterado.
Em suma, com o sentido de apelidar, qualificar, tachar, o
complemento verbal do verbo chamar tanto pode ser um objeto
direto (Chamou fulano de mesquinho / Chamou-o de mesquinho)
quanto um objeto indireto, com a preposição a ou o pronome lhe
(Chamou a fulano de mesquinho / Chamou-lhe de mesquinho.).
13 – E
Agora, o verbo chamar (opção a) significa convocar, solicitar a
presença, é transitivo direto. Também apresentam essa transitividade
os verbos convidar, cumprimentar e pressionar.
Já o verbo responder, como vimos, requer complemento indireto,
com a preposição a. Portanto, é o único que pode preencher a lacuna:
Por meio da carta, os funcionários responderam aos seus superiores.
14 – A
O verbo enviar apresenta, na construção, bitransitividade: objeto
direto (a carta) e indireto (àquele). Na aula sobre crase, veremos que
o encontro da preposição a (exigida pelo verbo) com o pronome
demonstrativo aquele forma crase.
Os erros das demais opções são:
b) o substantivo heresia rege a preposição contra. Essa é uma das
raras questões de regência nominal.
c) o verbo informar apresenta dois complementos indiretos – um
deles deve ser modificado. Há duas possibilidades: informou-o de que
deveria fechar ou informou-lhe que deveria fechar.
d) O verbo recuperar é pronominal com valor reflexivo: recuperou-
se daquele distúrbio. Está correto o emprego do verbo reconhecer,
na sequência: no sentido de assegurar, é transitivo direto e indireto –
todos lhe reconhecem a competência e dedicação.
15 – C
O verbo certificar é mais um exemplo de dupla possibilidade de
regência, assim como informar, avisar: a sintaxe originária é
certificar alguém de alguma coisa (direto para pessoa e indireto para
coisa); contudo, acabou evoluindo para certificar algo a alguém (direto
para coisa e indireto para pessoa). A banca explorou esse conceito.
16 - E
Essa questão é praticamente uma aula de regência verbal do verbo
atender.
Todos os exemplos apresentados nas opções da questão foram
retirados do livro de Celso Pedro Luft (obra citada no início da aula).
Sobre a regência do verbo atender:
17 – Item INCORRETO.
18 – Item INCORRETO.
Mais uma vez, a banca tenta confundir o candidato. Ainda que não
tenha sido objeto da questão, merece destaque o emprego culto do
verbo implicar, com a transitividade direta (“diferenças sociais que
impliquem que...”).
Em relação aos dois primeiros, isso é verdade (“não está ligada, pois,
a diferenças sociais ..., mas tão-só [ligada] a que todos se
submetem...”). Em virtude de o termo regente ser um adjetivo, temos
aí um caso de regência nominal.
19 - B
No período “Outro mito muito em voga é | de que a globalização torna
a vida das pessoas muito mais instável”, há duas orações, quais
sejam:
x “Outro mito muito em voga é de” – oração principal
x “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais
instável.” – oração subordinada à principal
A preposição “de” (sublinhada acima), que antecede a conjunção
“que”, é exigida pelo substantivo “mito” (mito de alguma coisa).
Contudo, a ausência da repetição desta palavra ou de sua substituição
por um pronome acarretou a falha de coesão textual, acabando por
deixar a preposição sozinha, sem termo ao qual pudesse se ligar.
2ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é que a globalização torna a vida das
pessoas muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é” - oração principal (em
relação ao exemplo anterior, foram retirados o pronome
demonstrativo o e a preposição de)
2ª oração – “que a globalização torna a vida das pessoas muito
mais instável.” - oração subordinada predicativa do sujeito
(com a retirada da preposição, essa oração passa a exercer a
função de predicativo do sujeito, em um predicado nominal)
A expressão “é de que”, apresentada na questão, constitui um erro.
20 - B
A exemplo do que vimos na questão anterior, a passagem “A
estimativa é de que metade das empresas não declarou” apresenta
duas possibilidades de correção:
1 – A estimativa é a de que metade das empresas não declarou.
2 – A estimativa é que metade das empresas não declarou.
Outro erro foi na construção “nos registros da Receita constam em
cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a declarar”. Não há
justificativa para o emprego da preposição em. Na ordem direta,
verificamos que “Cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a
21 – Item INCORRETO.
22 – Item INCORRETO.
A regência de um verbo e seu significado estão interligados. O verbo
conferir pode significar: 1. atribuir (A Câmara dos Vereadores
conferiu o título de cidadão honorário ao artista.), 2. estar de acordo
(Sua versão para o acidente confere com os relatos das
testemunhas.), 3. participar de conferência (O médico conferiu com
seus colegas.), 4. imprimir, dar (Os auditores conferiram um caráter
s à investigação.), etc.
23 – Item CORRETO.
Já afirmamos que a transitividade de um verbo só pode ser
identificada a partir de seu emprego. Na passagem “que a família
ensine a criança ... a saber lidar com dinheiro”, o verbo ensinar é
bitransitivo, ou seja, apresenta simultaneamente um complemento
direto (a criança) e outro indireto, antecedido da preposição a (a saber
lidar com o dinheiro).
Portanto, está correta a afirmação de que, no trecho em destaque, o
verbo ensinar rege um complemento com preposição (objeto indireto –
a saber lidar com o dinheiro) e outro sem (a criança).
Esse verbo é daqueles que admitem dupla possibilidade de regência. A
primeira acabamos de ver: ENSINAR ALGUÉM A (VERBO NO
INFINITIVO). A segunda forma é ENSINAR ALGO A ALGUÉM. Ambas as
construções estariam corretas.
24 - C
Temos, a partir dessas últimas questões, a oportunidade de ver como
a Fundação Carlos Chagas explora esse ponto do programa.
Os aspectos de regência passam, necessariamente, pela transitividade
de um verbo. Isso você já se cansou de saber.
O verbo ter, na construção “os portos da Amazônia têm um sistema
de braços flutuantes”, é transitivo direto (objeto direto é “um sistema
de braços flutuantes”).
O examinador busca nas opções um verbo que apresente o mesmo
tipo de complemento.
Vamos verificar a transitividade de cada um deles:
25 - E
O verbo em epígrafe é transitivo indireto (precisará de segmentos
setoriais). A construção verbal que apresenta idêntica transitividade é
a da letra (E) – valem para os advogados.
Vamos analisar a dos demais verbos:
(A) transobjetivo – objeto direto: “a”; predicativo do objeto direto:
“mais rápida”;
(B) transitivo direto – objeto direto: “a liberdade dos juízes”;
(C) transitivo direto – objeto direto: “a influência do Executivo”;
(D) verbo de ligação – predicativo do sujeito: “restrita”;
complemento nominal (liga-se ao adjetivo “restrita”): “a matérias
26 – E
A regência do verbo PREFERIR rege a preposição A antes do objeto
indireto (preferir algo A outra coisa). Além disso, não se deve
empregar junto a esse verbo advérbios como “mais”, “muito”, pois
este verbo já carrega o sentido de “gostar mais de uma coisa do que
de outra”. Provavelmente, a proximidade com o verbo GOSTAR tenha
levado a essa “contaminação” do verbo PREFERIR, mas cada macaco
no seu galho, não é?...rs... Por isso, o erro está na opção E - o correto
seria “O público feminino preferia a punição da vilã à vingança da
heroína.”. O aspecto relativo à crase em “à vingança” fica para a
próxima aula.
27 – B
Mais uma vez, a banca dá a indicação de que ADORA a regência do
verbo PREFERIR – tome cuidado na hora da prova, hem? Da mesma
forma, considerou incorreta a transitividade indireta do verbo
IMPLICAR (OPÇÃO C).
Tome cuidado com a opção E – o verbo VISAR só se apresenta
transitivo indireto no sentido de “ter por objetivo”, e não no de “dar
visto”, como na questão.
28 – A
O verbo IMPLICAR, segundo a norma padrão, é transitivo direto
(implicar algo). Todavia, como vimos em aula, já é aceita
modernamente a regência com preposição EM, sob o argumento de ser
uma inovação sintática. Esta questão, ainda que antiga, nos mostra
que esta banca da FUNRIO é tradicionalista, considerando tal sintaxe
“um erro”. As demais opções apresentam casos de regência vistos
durante a aula. Na dúvida, volte ao ponto em que tratamos dos verbos
PREFERIR, ASSISTIR, VISAR e PERDOAR (este item E uma verdadeira
lição).
29 - ITEM CERTO
É comum a banca explorar a identificação dos termos regentes. Como
o verbo ASSISTIR, no sentido de “ver, presenciar”, é transitivo
indireto, regendo a preposição “a”, e o termo regido vem representado
pelo pronome relativo “que” (que retoma o substantivo “chacina”),
esta preposição deve anteceder o pronome:
“O país parece assistir de braços cruzados A uma chacina” => “...a
verdadeira chacina na malha rodoviária a que o país parece assistir de
braços cruzados”
30 – B
O verbo CHEGAR rege a preposição “a” (alguém chega a algum lugar).
Por isso, em vez de “onde” (que indica o uso da preposição “em”,
como “Onde você mora?”), deveria ter sido usada a forma “aonde”: “O
leitor já viu AONDE quero chegar.”.
Analisando as opções, vemos que:
a) este item apresenta o mesmo problema, já que possui o mesmo
termo regente do enunciado: o verbo CHEGAR. O correto seria “Já
observou o leitor AONDE quero chegar.”.
b) este, sim, está correto e é o gabarito da questão.
c) Agora, o verbo CHEGAR está na primeira oração do período, o que
não muda em nada a exigência da preposição “a”: “Quero chegar
AONDE o leitor já viu.”.
d) Agora, o examinador simplesmente trocou o “onde” (usado
indevidamente nas outras opções) por “em que”, incorrendo no
mesmo problema de regência, já que o verbo exige a preposição “a” e
não “em”.
e) O pronome relativo “cujo” não se presta a essa construção (mas
isso é assunto para futura aula). Além disso, o examinador insiste na
preposição “em”, que, como já vimos à exaustão, não seria adequada.
31 - C
32 - ITEM ERRADO
Quem exige a preposição “a” é o substantivo “ameaças” (alguém faz
ameaças A alguém), e não o verbo INTENSIFICAR, que, aliás, se
apresenta na transitividade direta (“... intensifica o ambiente...”).
33 - A
Existem duas formas verbais – ESQUECER e ESQUECER-SE. A
primeira (esquecer) é transitiva direta (“Meu pai esqueceu o
passado.”), enquanto que a segunda, pronominal, é transitiva indireta,
regendo a preposição de (“Meu pai se esqueceu do passado.”). (OBS:
tudo que falarmos sobre o verbo “esquecer” aplica-se também ao
verbo “lembrar”).
Quando o complemento indireto está sob a forma oracional, como
nesse item (“mas se esquece de que o poder do governante não é
absoluto”), a omissão da preposição de é válida, como em “Nunca
me esquecerei que no meio do caminho/ tinha uma pedra” (Carlos
Drummond de Andrade), exemplo usado por Celso Luft para justificar
essa regência do verbo esquecer-se.
São palavras do professor:
“Aparentemente [há] quatro modos de dizer o mesmo:
(1) alguém esquece um incidente
(2) alguém se esquece de um incidente
(3) um incidente esquece a alguém ou esquece a alguém um
incidente
(4) esquece a alguém de um incidente
34 – B
Teremos de buscar a opção que será preenchida com "de que".
a) O verbo REFERIR-SE rege a preposição "a", por isso "os anseios da
população, A QUE se referiam seus representantes...".
b) O verbo DISPOR rege a preposição "de": "Eram escassos os
argumentos DE QUE dispunham os defensores da proposta...". Essa é
a resposta correta.
c) Alguém conta COM alguma coisa/alguém, por isso a lacuna será
preenchida da seguinte forma: "Os meios COM QUE contavam aqueles
que...".
d) Agora, o pronome relativo, que retoma "torneio", exerce a função
sintática de SUJEITO da construção (o torneio traria sentimentos de
bem-estar aos torcedores), por isso não deve ser regido por nenhuma
preposição: "A vitória naquele torneio, QUE traria sentimentos...".
e) Nessa construção, a lacuna dá início à oração que atribui ao período
valor de finalidade, por isso deve ser preenchida do seguinte modo:
"Seria necessário garantir a qualidade na prestação dos serviços
públicos, PARA QUE toda a população se sentisse feliz.". Não se trata,
aqui, de um pronome relativo, mas de uma locução conjuntiva com
valor final, assunto que será estudado na aula correspondente.
35 - D
36 – ITEM ERRADO
A transitividade de um verbo só pode ser identificada NA
CONSTRUÇÃO. O verbo PERCORRER, naquela construção, é transitivo
direto (percorrer algo) e o segmento “nossas vias interiores” exerce a
função sintática de OBJETO DIRETO. Assim, a afirmação está
INCORRETA.
37 – B
Essa questão envolve aspectos de regência verbal e nominal.
O verbo INSERIR, naquela construção, é transitivo direto (OD= a bike)
e indireto, regendo a preposição EM. Como o objeto indireto é “seu
estilo de vida”, admite-se o emprego do artigo definido masculino,
formando “no” (em + o).
Já o adjetivo “ciente” rege a preposição “de” (alguém está ciente DE
ALGO). Assim, a construção correta é “estar ciente de que deverá
gastar...”.
38 – C
I – Assim como o verbo PREFERIR, o adjetivo PREFERÍVEL rege a
preposição “a” (Uma coisa é preferível A outra). Assim, “É preferível
controlar as emoções ao dirigir A causar acidentes”. Com isso,
eliminamos a opção B. Tome muito cuidado, pois a regência indicada
nessa opção incorreta é bastante usual na linguagem falada informal.
II – Após preposição, devemos usar o pronome oblíquo, exceto nos
casos em que o pronome atue como SUJEITO da construção. A oração
está em ordem inversa (o sujeito está posposto). Vamos colocá-la na
ordem direta para realizar a análise: “Não há mais conversa entre
____ e o psicólogo.”. Vimos, portanto, que o pronome a ser colocado
na lacuna NÃO ATUA COMO SUJEITO, portanto devemos usar um
pronome oblíquo: entre MIM e o psicólogo. Mais uma vez, a linguagem
39 – E
O verbo AJUDAR rege a preposição EM (ajudar NO combate).
Por sua vez, o substantivo COMBATE rege a preposição “a”. Como o
termo regido é um substantivo feminino, ocorre a crase, assunto de
nossa próxima aula: combate à depressão.
40 – ITEM ERRADO
Essa questão é para deixar um gostinho de “quero mais” para a
próxima aula. Envolve aspectos de regência e crase.
O erro está na identificação do termo que exige a preposição, coisa
muito comum em provas de diversas bancas.
Na verdade, quem exige a preposição “a” é a palavra “referência”. O
encontro dessa preposição com o artigo definido feminino que
antecede “segurança pública” faz formar “à”. Mais sobre isso, só na
próxima aula. Até lá.