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Curso Regular Teórico

Aula 6 – Sintaxe de Regência


Profª.Claudia Kozlowski

Aula 6 – Sintaxe de Regência

Hoje, trataremos do assunto em epígrafe – SINTAXE DE REGÊNCIA.


Há sempre nas orações elementos regentes e elementos regidos.
Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de
regidos aos que complementam o sentido dos primeiros.
Regente Regido
COMPREI - UMA CASA
DEPENDO DE VOCÊ
CRENÇA EM DEUS
ÁVIDO DE CARINHO
INSISTO EM LUTAR
VEJO - O MAR

A sintaxe de regência estudará, portanto, as relações de subordinação


ou dependência entre os elementos da oração.
Em palavras mais simples: regência significa “uso ou não de
preposição”. Veremos casos em que determinada palavra (substantivo,
adjetivo, advérbio ou verbo) exige certa preposição ou tem o seu
sentido modificado em virtude do emprego de alguma delas.
Os complementos servem a nomes (substantivos, adjetivos ou
advérbios) e a verbos – daí, a regência dividir-se em nominal e
verbal.
REGÊNCIA NOMINAL – estuda a relação entre um substantivo, um
adjetivo ou um advérbio com o termo que complementa o seu
significado.
REGÊNCIA VERBAL – analisa o emprego e o significado dos verbos
de acordo com a preposição do seu complemento indireto (ou a
ausência da preposição no complemento direto).

Nosso estudo terá por base, principalmente, as lições de Celso Pedro


Luft presentes nas seguintes obras:

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- Dicionário Prático de Regência Nominal - Editora Ática – 4ª


edição - 2003;
- Dicionário Prático de Regência Verbal – Editora Ática – 8ª edição
– 2002.

REGÊNCIA NOMINAL
Conforme visto anteriormente, a regência nominal estuda a relação
entre os nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e os termos
regidos por estes nomes. Essa relação é sempre regida por preposição.
Muitos nomes derivados apresentam o mesmo regime dos verbos de
que derivam. Assim sendo, o conhecimento do regime de certos
verbos permite que se conheça o regime dos nomes cognatos, como o
substantivo "obediência", o adjetivo "obediente", e o advérbio
"obedientemente", que regem a preposição a, exatamente como
ocorre com o verbo "obedecer", que lhes deu origem.
A título de exemplo, segue uma pequena relação de substantivos e
adjetivos acompanhados das preposições mais usuais (segundo Celso
Luft, op.cit.):
Substantivos
ƒ Admiração (a, de, ƒ Dúvida (acerca de, ƒ Medo (a, de)
por, para (com), de, em, sobre)
(OBS. Medo a evita
perante)
(OBS. A preposição ambiguidades
ƒ Afeição (a, para pode ser omitida antes apresentadas por
(com), por) de oração desenvolvida medo de: “medo do
– “Não há dúvida (de) inimigo – o inimigo
ƒ Aversão (a, por,
que você é o melhor.”) teme ou é temido?”)
em)
ƒ Habilidade (de, em, ƒ Obediência (a, de,
ƒ Atentado (a,
para) para com)
contra)
ƒ Liberdade (a, para, ƒ Ojeriza (a, contra,
ƒ Capacidade (de,
de) por)
para, em)
ƒ Manutenção (de, ƒ Respeito (a, com,
ƒ Devoção (a, com,
em) de, com, para com,
para com, por)
por)

Adjetivos
– “Estava ansioso que
ƒ Acostumado (a, ƒ Ansioso (de, para,
a aula acabasse.”)
com) por)
ƒ Ávido (de, por)
ƒ Agradável (a, para, (OBS. A preposição
de) pode ser omitida antes ƒ Capaz (de, para)
de oração desenvolvida

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ƒ Compatível (com, de acostumado com ƒ Satisfeito (com, de,


entre) “Estava habituado com em, por)
o chão de estrelas ...”)
ƒ Contemporâneo (a, ƒ Semelhante (a, em)
de) ƒ Imbuído (de, em)
ƒ Sensível (a, para)
ƒ Contíguo (a, com, ƒ Impróprio (a, de,
ƒ Sito (em)
entre) para)
(OBS: Os verbos que
ƒ Contraditório (a, ƒ Insensível (a, para,
indicam permanência
de, com, entre) com, para com)
regem preposição em:
ƒ Diferente (de, ƒ Passível (de, a) morar, residir, estar
entre, por) – o mesmo ocorre com
(OBS. Passível a
os adjetivos
ƒ Essencial (a, para, empregado como se
correspondentes: sito
em) fosse sujeito a, talvez
em; a construção sito
pela proximidade com
ƒ Fácil (a, para, em, a surgiu na língua
passivo a)
de) escrita jornalística e de
ƒ Prestes (a, em, tabeliões, e não
ƒ Favorável (a, para)
para) encontra abono na
ƒ Hábil (em, para) gramática normativa).
ƒ Próximo, junto (a,
ƒ Habituado (a, com) de)
(OBS. Habituado ƒ Relacionado (a,
com deve ser imitação com)

Advérbios
Os advérbios terminados em -mente, via de regra, seguem o regime
dos adjetivos de que derivam.
Exemplos: análogo (a) - analogamente (a); contrário (a) -
contrariamente (a); contraditório (com) - contraditoriamente (com);
diferente (de) - diferentemente (de); favorável (a) – favoravelmente
(a); relativo (a) - relativamente (a).
Uma prova da ESAF explorou, em uma mesma questão, por duas
vezes o conhecimento acerca de regência nominal. Vejamos a questão.

(ESAF) Foram introduzidos erros morfossintáticos, de pontuação e/ou


de falta de paralelismo em artigos do Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado do Ceará. (Julgue a correção dos itens)
- É dever de o funcionário levar, por escrito, ao conhecimento da
autoridade superior irregularidades administrativas que tiver ciência
em razão do cargo que ocupa, ou da função que exerça.

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- Deve o funcionário guardar sigilo sobre a documentação e os


assuntos de natureza reservada que tem conhecimento em razão do
cargo que ocupa, ou da função que exerce.
Os dois itens estão INCORRETOS.
O substantivo “ciência”, presente na opção b, rege a preposição “de”
(“Alguém tem ciência DE alguma coisa”).
Assim, se o termo regido estiver representado por um pronome
relativo, a preposição antecede este pronome: “irregularidades
administrativas DE QUE tiver ciência ...”.
O mesmo erro volta a surgir na opção c. O substantivo “conhecimento”
rege a preposição “de” ou “sobre” (“Alguém tem conhecimento
DE/SOBRE alguma coisa”).
O pronome relativo “que” substitui os substantivos “documentação” e
“assuntos” (“a documentação e os assuntos de natureza reservada que
tem conhecimento em razão do cargo que ocupa...” Î alguém tem
conhecimento).
Note que a preposição “sobre” que se encontra no período é exigência
da construção “guardar sigilo [sobre a documentação e os
assuntos...]” e não “ter conhecimento”, uma vez que, como vimos
acima, a preposição deve ser empregada ANTES DO PRONOME
RELATIVO QUE RETOMA O REFERENTE: “a documentação e os
assuntos de natureza reservada DE QUE tem conhecimento em razão
do cargo que ocupa ...”.

REGÊNCIA VERBAL E TRANSITIVIDADE


O conceito de REGÊNCIA VERBAL passa necessariamente pela
definição da TRANSITIVIDADE DO VERBO.
Há verbos que bastam por si mesmos – são os verbos
INTRANSITIVOS.
Outros há que necessitam de informações suplementares, ou seja, do
auxílio de uma expressão subsidiária, que se apresenta sob a forma de
COMPLEMENTO. Esses são os verbos TRANSITIVOS.
Aliás, essa denominação provém do conceito de
TRANSITAR/TRÂNSITO. Se esse “trânsito” não encontra obstáculo
algum, ele é DIRETO. O “obstáculo” é a preposição.

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Assim, quando não há preposição necessária (obstáculo), o verbo é


TRANSITIVO DIRETO, ou seja, liga-se ao complemento diretamente
(OBJETO DIRETO).
No caso de a preposição ser obrigatória, o verbo é classificado como
TRANSITIVO INDIRETO e o complemento é antecedido de preposição
(OBJETO INDIRETO).
Em todo momento, mencionamos “preposição necessária” ou
“obrigatória”. Isso porque há casos em que, mesmo sendo
dispensável, a preposição é utilizada como recurso estilístico (exemplo
1 abaixo), como, por exemplo, para evitar ambiguidade, ou
obrigatoriamente quando o objeto direto vier sob a forma de um
pronome oblíquo tônico (exemplo 2). Nesses casos, o complemento é
chamado de OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO.
Exemplo 1 – Matou o caçador ao leão. – Sem a preposição, não
saberíamos quem matou quem.
Exemplo 2 – Nem ele entende a mim, nem eu a ele. – Os pronomes
oblíquos tônicos exigem sempre a preposição, mesmo que exerça a
função de objeto direto.
Em determinadas construções, alguns verbos, mesmo acompanhados
de complemento direto (OBJETO DIRETO), podem requerer um outro
complemento, precedido de preposição (OBJETO INDIRETO). Esses
verbos são os chamados TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS ou
BITRANSITIVOS, já estudados em aulas anteriores.
Por fim, há também os que necessitam de uma informação adicional
que venha a complementar o sentido ou alcance do objeto (direto ou
indireto) já apresentado. Esses são os verbos TRANSOBJETIVOS,
apresentados na Aula 3 - VERBOS. Essa “informação complementar”
vem sob a forma de PREDICATIVO DO OBJETO.
O predicativo do objeto pode estar ligado diretamente ao verbo (O júri
considerou o réu inocente) ou por meio de uma preposição (Os
médicos consideravam a doença como incurável.)
Podem ser transobjetivos os verbos: chamar, considerar, julgar,
reputar, supor, declarar, crer, estimar, tornar, designar, nomear,
sagrar, coroar, encontrar, achar, deixar etc.
Como já ressaltamos antes, a transitividade de um verbo só pode ser
definida na oração, de acordo com os elementos presentes na
construção.

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REGÊNCIA VERBAL E SIGNIFICAÇÃO DOS VERBOS


Enquanto que os nomes (regência nominal) exigem uma e/ou outra
preposição, não tendo seu significado alterado, alguns verbos, a
depender da acepção que se deseje apresentar, podem exigir
determinada preposição, aceitar mais de uma ou até mesmo dispensá-
la.
Ou seja, os substantivos e adjetivos podem reger diversas preposições
sem que tenham seu sentido alterado. Já os verbos apresentam
sentidos diferentes a depender da preposição que for utilizada. Essa é
a diferença significativa entre regência nominal e verbal e é por isso
que o estudo da sintaxe de regência verbal é bem mais complexo do
que o de regência nominal.
Em relação às provas de concursos públicos, o número de questões
que envolvem aspectos de regência verbal é infinitamente maior que o
de questões sobre regência nominal. Isso você irá perceber nos
exercícios de fixação.

Há verbos que admitem mais de uma regência sem ter seu sentido
alterado.
Falar sobre o assunto. Falar do assunto. Falar acerca do assunto.
Ele não tarda em chegar. Ele não tarda a chegar.
Em algumas construções, a preposição é usada, mais do que para
reger, para acrescentar novos matizes de significação aos verbos.
Cumpri o dever. / Cumpri com o dever. – O verbo é originalmente
transitivo direto (primeiro exemplo). A preposição serve para acentuar
a ideia de cuidado, zelo.
Fiz que ele fosse aprovado./ Fiz com que ele fosse aprovado. – O
verbo fazer é transitivo direto. A preposição emprega valor de
dedicação, esforço.
Comi o bolo. / Comi do bolo. – Apenas um pedaço do bolo, e não todo
ele, foi comido.

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COMPLEMENTOS VERBAIS COM REGÊNCIAS DIFERENTES


Quando, em uma construção, surgirem dois ou mais verbos com
regências diferentes em relação a um mesmo elemento, o rigor
gramatical exige que se apresentem os dois objetos distintos.
Entrei e saí do quarto com extrema rapidez.– CONSTRUÇÃO
CONDENADA

O verbo entrar rege a preposição em (entrei no quarto), enquanto


que o verbo sair exige a preposição de (saí do quarto). Assim, para
que se observe a norma gramatical, devemos colocar cada verbo
acompanhado de seu complemento:
Entrei no quarto e saí dele com extrema rapidez.
Se a transitividade dos verbos for a mesma, seja direta, seja indireta
com a mesma preposição, pode-se apresentar somente um dos
elementos.
O amigo que muito admiro e estimo veio aqui hoje.
O pronome relativo que retoma o substantivo amigo. Tanto o verbo
admirar quanto estimar são transitivos diretos. Assim, não há
preposição antes do pronome relativo que exerce a função de objeto
direto de ambos os verbos.
O amigo que muito admiro e me preocupo veio aqui hoje .
Essa construção está condenada. Enquanto o verbo admirar é
transitivo direto, o verbo preocupar-se exige o complemento regido
pela preposição com (Eu me preocupo com o amigo). Assim, para
corrigi-la, devemos repetir o pronome relativo, tomando o cuidado em
usar, no segundo caso (com preposição), o relativo quem (assunto a
ser tratado na aula sobre PRONOMES).
O amigo que muito admiro e com quem me preocupo veio aqui
hoje.
Todavia, alguns autores, para empregar ao texto maior brevidade e
concisão, admitem a forma gramaticalmente inadequada.
“Não se recorda ou não sabe que perdeu uma carta?” (Machado de
Assis)
O verbo recordar é transitivo indireto, com a preposição de (alguém
se recorda de alguma coisa), ao passo que o verbo saber apresenta

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emprego transitivo direto (alguém sabe alguma coisa). No entanto, um


único complemento (o direto) foi apresentado.
Note que essa “simplificação” ocorre também em outras construções:
Ele esteve com ela antes e durante o velório. (antes do velório)
Ele esteve com ela antes, durante e depois do velório. (durante o
velório)

COMPLEMENTOS COMUNS A MAIS DE UM VERBO


Se, em uma série de verbos com a mesma regência, apresenta-se um
mesmo complemento expresso junto a um deles, pode-se repeti-lo
(valorizando cada um dos verbos) ou omiti-lo (dando ênfase ao
conjunto de ações).
Eu muito os admiro e os respeito.
Eu muito os admiro e respeito.
Tanto o verbo admirar como o respeitar são transitivos diretos, o
que possibilita essa construção.

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS


Agora, iremos analisar as possibilidades de sintaxe de regência de
alguns verbos. É lógico que nosso objetivo não é esgotar (até porque
isso seria impossível), mas simplesmente apresentar.
Sempre que surgirem dúvidas, busque o auxílio de um bom dicionário
de regência (como o indicado no início de nossa aula).
Em alguns verbos, destacaremos observações feitas por mestres
consagrados, como Celso Luft, Evanildo Bechara e outros.
Como tudo na língua, a sintaxe de regência também sofre mutações
decorrentes do uso. Por isso, serão registradas, também, algumas
“inovações sintáticas” ocorridas em certos verbos e ressaltadas por
Celso Luft em seu Dicionário Prático.

Agradar
a) No sentido de acariciar, acarinhar, é transitivo direto.
Com as mãos calosas, agradava o filho choroso.

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b) No sentido de satisfazer, contentar, é transitivo indireto.


Suas palavras agradaram ao público que o ouvia.
Por analogia com contentar (transitivo direto), também ocorre a
transitividade direta, não obstante impugnação dos puristas: “Essa
regência (transitiva direta) se justifica nas acepções contentar e
afagar, mimar.” (Celso Luft).
Esforça-se mas não consegue agradá-lo.
E o que fazer na hora da prova? Analisar as demais opções e
procurar identificar o posicionamento da banca – se tradicional
(transitividade indireta) ou moderna (direta). De qualquer forma, se
houver menção a “norma culta”, segue-se a sintaxe original (agradar a
alguém).

Aspirar
a) No sentido de respirar, sorver, é transitivo direto.
"Aspirava o cheiro das rosas abertas depois da chuva." (Rachel de
Queiroz)

b)No sentido de desejar, pretender, buscar, é transitivo indireto (com


preposição A).
"E quem mora no beco, só aspira ao beco." (Rachel de Queiroz)
Não se diz aspiro-lhe, e sim aspiro a ele(s), a ela(s).
Só encontra o amor quem a ele aspira.

Assistir
a) No sentido de ver, presenciar, estar presente, é transitivo indireto.
Esse objeto indireto deve ser encabeçado pela preposição a, e se for
expresso por pronome de 3ª pessoa, exigirá a forma a ele(s), ou a
ela(s) (nunca lhe/lhes).
Todos assistiam ao espetáculo (a ele).
Vimos em nossa aula de verbos que os verbos transitivos apenas
indiretos não se constroem na voz passiva porque só o objeto
direto da ativa pode transformar-se no sujeito da passiva. Ainda se
lembra disso? Pois é, agora a coisa vai complicar um pouquinho.

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Na linguagem coloquial, dada sua proximidade com os verbos VER,


PRESENCIAR, OBSERVAR (todos eles transitivos diretos), é usual o
emprego do verbo ASSISTIR (que, nessa acepção, é transitivo
indireto) em voz passiva: A missa foi assistida por milhares de fiéis.
De qualquer forma, segundo a linguagem culta formal, deve-se abolir
essa construção.
Para a prova, mais uma vez recomendamos cuidado: bancas
tradicionais exigem os aspectos cultos da gramática, devendo ser
respeitada a sintaxe original.
Outras mais modernas podem aceitar a forma passiva. O jeito é
analisar as opções e agir com bom senso.

b) No sentido de prestar assistência, confortar, ajudar, proteger,


servir, é transitivo direto OU indireto (indiferentemente).
O médico assiste os doentes.
Ele assistiu-lhe (ao doente) na enfermidade.
Para lembrar: se for para prestar socorro, não importa a regência –
assista o/ao acidentado de qualquer forma.

c) No sentido de caber, pertencer de direito ou razão, é transitivo


indireto.
Não lhe assiste o direito de reclamar.

d) No sentido de morar, constrói-se com preposição EM, sendo


TRANSITIVO INDIRETO.
“Assiste em Lisboa.” (Caldas Aulete, citado por Celso Luft)

(UPENET/JUCEPE – Técnico/2012)

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No 1º balão da tirinha, observa-se o registro

I. das formas verbais “assistir” e “falando” que exigem complemento


regido de preposição.
II. da forma verbal “aguento” que exige complemento sem ser regido
de preposição.
III. do verbo “assistir” com o mesmo significado que apresenta na
oração: Lucas assistiu os flagelados das últimas enchentes no sul do
país.
IV. do verbo “assistir” no sentido de presenciar como na oração:
Pedro assiste ao programa Big Brother, no qual a moral está sendo
banalizada.

Somente estão CORRETOS os itens


a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) III e IV.
e) I, II e IV.

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Analisando item por item, veremos a transitividade dos verbos da


questão.
I – Os verbos ASSISTIR e FALAR estão empregados na forma
transitiva indireta (“Como as pessoas conseguem assistir A ISSO” /
“’Tô’ falando DO BIG BROTHER!!!”). Item certo.
II – Em “Eu não aguento mais essa tragédia”, o complemento do verbo
AGUENTAR é “essa tragédia”, termo regido SEM PREPOSIÇÃO (objeto
direto). Item certo.
III – Em “Lucas assistiu os flagelados...”, o verbo ASSISTIR apresenta
o sentido de “prestar assistência”, cuja regência pode ser direta ou
indireta, indistintamente. Não é o mesmo sentido do verbo ASSISTIR
da tirinha (ver, presenciar). Item errado.
IV – Como foi citado no item III, o verbo ASSISTIR usado na
construção significa “ver, presenciar”, conforme afirma o examinador.
Item certo.
Gabarito: E

Atender
a) Quando o complemento for pessoa, é transitivo direto ou
indireto
O diretor atendeu os/aos alunos.
Se a preferência for pelo pronome (e não o substantivo), usa-se
somente de forma direta o, a, os, as (e não lhe/lhes):
O diretor os atendeu.
b) Quando o complemento for coisa, é transitivo indireto. No
entanto, modernamente é aceita também a forma direta para coisa.
O governo não atende as/às reivindicações dos grevistas.
Atenda o/ao telefone, por favor.
Resumo: Modernamente, aceitam-se a sintaxe direta ou indireta,
indistintamente. Se o complemento estiver expresso por um pronome,
usa-se a forma direta (o,a, os, as).

Chamar
a) No sentido de chamar a presença de alguém, é transitivo direto:

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Eu chamei meu filho e pedi um favor.


Ninguém o chamou aqui, seu moço.

b) Na acepção de pedir auxílio ou atenção, é transitivo indireto, com


a preposição por.
"Gurgel tornou à sala e disse a Capitu que a filha chamava por ela."
(M. Assis)

c) Com o sentido de apelidar, dar nome, qualificar, admite as


seguintes construções:
Chamaram-no covarde.
Chamaram-no de covarde.
Chamaram-lhe covarde.
Chamaram-lhe de covarde.
Nessa construção, é um verbo transobjetivo, apresentando o
complemento verbal (objeto direto ou indireto) e o predicativo do
objeto (que pode vir acompanhado de preposição ou não).
Esse é o único verbo transobjetivo que apresenta complemento
indireto. Todos os demais possuem apenas objetos diretos.

Custar
a) No sentido de ser custoso, difícil, tem como sujeito aquilo que é
difícil, podendo apresentar-se sob a forma de uma oração reduzida de
infinitivo, que pode vir precedida da preposição a.
Custa-me o seu silêncio. (O seu silêncio é custoso para mim.)
Custa-me dizer que acendeu um cigarro.
Custou-me muito a brigar com Sabina.
Como vimos na aula sobre concordância verbal, quando o sujeito é
representado por uma oração (sujeito oracional), o verbo permanece
na 3ª pessoa do singular.
Na linguagem cotidiana, dada a sua proximidade com “demorar” ou
“ser difícil”, houve alteração na construção, atribuindo-se valor à
pessoa (Custei a entender essa lição, Ele custou a chegar aqui.).

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Essa inovação sintática, presente até em registros literários, segundo


CEGALLA (Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa), ainda
não foi sancionada pelos gramáticos.
Para a prova, leve a sintaxe originária: Custou-lhe chegar aqui.
Custou-me entender a lição.

b) No sentido de causar, acarretar consequências, é transitivo direto e


indireto.
A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.
c) No sentido de indicar preço, é intransitivo. O que se lhe segue
exerce a função sintática de ADJUNTO ADVERBIAL DE PREÇO.
Esta casa custou trinta mil dólares.
Contudo, Celso Luft observa a possibilidade de o verbo CUSTAR
apresentar transitividade direta: "Aquele imóvel custa milhões." /
"custa uma fortuna.".
Nessas construções, não se atribuiu nenhum preço exato, e o que se
segue exerce a função de objeto direto - é complemento verbal, e
não adjunto adverbial, excepcionalmente.

Informar, Avisar, Comunicar, Cientificar


Agora, começamos a conhecer alguns verbos que admitem dupla
regência, ou seja, indistintamente direta e indireta para coisa ou
pessoa (serão chamados de flexíveis), e outros que apresentam
somente uma forma para coisa e outra para pessoa (inflexíveis).
Parece que estou falando grego, não é? Vamos, então, partir para os
exemplos. Assim, o conceito fica claro.
Dentre os verbos flexíveis, podemos destacar:
- INFORMAR: Eu posso informar alguma coisa a alguém (direto para
coisa e indireto para pessoa) ou informar alguém de/sobre alguma
coisa (direto para pessoa e indireto para coisa).
O ministro informou o povo sobre as novidades na Economia.
O ministro informou as novidades na Economia ao povo.

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- AVISAR:
Avisei o amigo do acidente. / Avisei o acidente ao amigo.
Por isso, em construções de voz passiva, tanto a pessoa como a coisa
podem exercer a função de sujeito paciente, porque qualquer desses
elementos pode ser o objeto direto, indiferentemente:
O amigo foi avisado do acidente. O acidente foi avisado ao amigo.

Outros verbos não possuem essa “flexibilidade”. Vamos analisar alguns


desses verbos inflexíveis
- COMUNICAR: Como o sentido originário desse verbo é “TORNAR
ALGO COMUM (enfatiza-se a coisa em detrimento da pessoa).
Assim, esse verbo apresenta a sintaxe direta para coisa e indireta para
pessoa = COMUNICAR ALGO A ALGUÉM.
Comunicamos ao diretor a decisão do grupo.

Por isso, segundo a norma culta, condena-se a construção de voz


passiva em que a pessoa se apresente como sujeito, uma vez que ela
exercia a função de objeto indireto da voz ativa. Somente a coisa
pode ser o sujeito paciente:
A decisão do grupo foi comunicada ao diretor.
(e não: O diretor foi comunicado da decisão do grupo)

- CIENTIFICAR: O sentido de CIENTIFICAR é TORNAR ALGUÉM


CIENTE (enfatiza-se a pessoa em detrimento da coisa).
Enquanto o verbo comunicar apresenta construção direta para coisa e
indireta para pessoa, o verbo cientificar é direto para pessoa e
indireto para coisa (Eu cientifiquei o diretor da decisão do grupo.).
Agora, para uma melhor compreensão, vamos traçar um paralelo
entre COMUNICAR e CIENTIFICAR.
COMUNICAR ALGO A ALGUÉM ≠ CIENTIFICAR ALGUÉM DE ALGO
Celso Luft observa que às vezes ocorre a inovação sintática
cientificar algo a alguém, que atinge também verbos como
informar, avisar, certificar. Contudo, em linguagem culta forma, é
preferível a sintaxe originária cientificá-lo de.

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No decorrer dos exercícios de fixação, encontraremos mais alguns


verbos de dupla possibilidade de regência.

Esquecer
Admite três construções diferentes:
Esqueci o nome dele.
Esqueci-me do nome dele.
Esqueceu-me o nome dele.
Quando pronominal (esquecer-se), o verbo necessariamente é
empregado com complemento indireto (esquecer-se de algo).
Se este complemento for oracional, especialmente em orações
desenvolvidas (iniciadas pela conjunção que), admite-se a omissão da
preposição DE: “Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha
uma pedra” (Drummond).
O que nas duas primeiras construções é objeto (direto ou indireto)
passa a sujeito na terceira: "O nome dele esqueceu-me" significa que
esse nome apagou-se da memória, saiu da lembrança. Essa sintaxe
emprega à construção um valor involuntário da ação ocorrida (algo foi
esquecido por mim).
"Nunca me esqueceu esse fenômeno." (M. Assis)
= O fenômeno (sujeito) nunca esqueceu a mim (objeto indireto)
Tudo o que acontece com o verbo ESQUECER se repete com o verbo
LEMBRAR.

Lembrar
a) Com o sentido de trazer à lembrança, evocar, recordar-se, é
transitivo direto.
Seu penteado lembrava as divas de Hollywood.
b) Com sentido de vir à memória, aceita, à semelhança do que ocorre
com o verbo esquecer, três modelos de construção:
Lembro o acontecimento.
Lembro-me do acontecimento.
Lembra-me o acontecimento

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Implicar
a) No sentido de ter implicância com, mostrar má disposição para com
alguém, é transitivo indireto.
Implicou com os irmãos..

b) No sentido de comprometer-se, enredar-se, envolver-se em


situações embaraçosas, é acompanhado de pronome reflexivo e de
complemento introduzido pela preposição EM.
Atualmente não são poucos os políticos que se implicam em
negociatas.

c) No sentido de trazer como consequência, acarretar, é transitivo


direto.
"... um dever que implica desdouro para meu amigo, se eu me
esquivar a cumpri-lo." (C. C. Branco)
"...sem que a investida do novo chefe implicasse a menor quebra no
movimento político e social." (Latino Coelho)
Celso Luft: “Implicar em algo é inovação em relação a implicar algo
por influência dos sinônimos redundar, reverter, resultar, importar.
Aparentemente brasileirismo. Plenamente consagrado, admitido
até pela Gramática Normativa.
P.ex.: Tal procedimento implica (em) desdouro (Rocha Lima,
Gramática Normativa da Língua Portuguesa, pg. 401)”
Em relação a essa inovação, já houve uma questão de prova da ESAF

(ESAF) Julgue os períodos abaixo em relação à correção


gramatical.
- A prática do racismo é definida como crime na Lei nº 7.716/89,
isto é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam
tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial. / A
prática do racismo é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto

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é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam em


tratamento discriminatório, motivado pelo preconceito racial.

Este item foi considerado CORRETO pela banca.


Na acepção de trazer como consequência, acarretar,
tradicionalmente o verbo implicar é transitivo direto (“Seu silêncio
implicava consentimento.”). Contudo, provavelmente seguindo a
doutrina recente, a construção com o verbo transitivo indireto foi
tida por correta em ambos os períodos – implicam tratamento /
implicam em tratamento.

Obedecer
É um verbo transitivo indireto, que rege a preposição a.
Em relação à possibilidade do emprego dos pronomes oblíquos
lhe/lhes no lugar de a ele(s)/ela(s), a maioria esmagadora dos
gramáticos se posiciona favoravelmente à troca.
Ele não é capaz de obedecer às ordens de seu chefe.
Quem lhe desobedecer sofrerá sanções.
Mesmo sendo um verbo transitivo indireto, modernamente admite voz
passiva, reminiscência do antigo regime transitivo direto. São diversos
registros literários dessa possibilidade. Essa observação, inclusive,
consta da Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso
Cunha e Lindley Cintra, e é abonada por Celso Luft (“A voz passiva é
vista como normal - Alguém é obedecido.”).
"A Senhora manda, e é obedecida." (José de Alencar)
Em linguagem culta formal, contudo, ainda se recomenda a construção
indireta.
Para a prova, tome muito cuidado. Algumas bancas são extremamente
tradicionais e ficam naquele “feijão com arroz”. Outras já preferem
inovar e explorar novos conceitos. O candidato deve procurar
identificar o posicionamento da banca e, se isso não for possível,
analisar as demais opções antes de tachar a afirmação como certa ou
errada.
Idêntica é a construção do antônimo desobedecer.
Ele não podia mais desobedecer às vontades de Deus.

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(NCE UFRJ)
Sabemos que só os verbos transitivos diretos admitem a forma
passiva; por isso, a alternativa que mostra uma forma adequada
de passiva é:
(A) O pai do candidato foi comunicado do ocorrido;
(B) Os professores são muito obedecidos pelos alunos;
(C) O chefe foi substituído pelo novo funcionário;
(D) O presidente Juscelino foi sucedido por Jânio Quadros;
(E) A peça será acontecida no dia 28 de agosto.

O gabarito foi a letra C. Note que a banca da UFRJ não aceitou a forma
passiva do verbo OBEDECER (opção B), considerando-a inadequada.
Em relação aos demais verbos:
a) o verbo COMUNICAR apresenta como objeto direto a COISA e
indireto a PESSOA. Por isso, estaria incorreta a forma passiva de
pessoa como sujeito paciente (O pai foi comunicado).
c) o verbo SUBSTITUIR é transitivo direto – Uma pessoa substitui
outra. Assim, é possível a construção passiva: O chefe foi substituído.
Essa foi a resposta certa.
d) na acepção de “ser o sucessor”, o verbo SUCEDER constrói-se com
objeto indireto: Ele sucedeu ao pai na gestão dos negócios.
Contudo, há registros clássicos da transitividade direta do verbo
(sintaxe em desuso). Luft registra que “é compreensível certa
inclinação por sucedê-lo na linguagem culta formal”, muito comum no
português clássico, talvez por influência do verbo substituir. Note que
a banca não aceitou a forma direta, considerando incorreta a
construção de voz passiva O presidente Juscelino foi sucedido por
Jânio Quadros.
e) O verbo ACONTECER pode ser INTRANSITIVO (algo acontece) ou
TRANSITIVO INDIRETO com a preposição a (algo acontece a alguém).
Não há, pois, objeto direto para que se possa construir voz passiva.

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Pedir
Trata-se de um verbo transitivo direto (Pedir algo) ou transitivo direto
e indireto (Pedir algo a alguém).
Somente aceita o complemento regido pela preposição para quando
houver subentendida, entre o verbo e a preposição, uma palavra como
licença, autorização, permissão.
Pedimos que sejam observadas as regras de convivência.
Os alunos pediram [permissão] para sair.

Perdoar - Pagar – Agradecer


Na língua culta, constroem-se com objeto direto em relação à coisa e
objeto indireto em relação à pessoa.
Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem!
Agradeci-lhe os presentes.
Já paguei as contas a meus credores.
Contudo, por influência de verbos do mesmo campo semântico –
desculpar alguém / indenizar alguém– surgiu uma nova estrutura:
objeto direto para a pessoa (perdoar alguém / pagar alguém), o
que levou à possibilidade de construção passiva:

Todos foram perdoados pelo rei (o rei perdoou todos).


Neste mês, os empregados não serão pagos (a empresa não pagará os
empregados).
Preferir
O verbo é transitivo direto e indireto (Preferir uma coisa a outra).
"Capitu preferiu tudo ao seminário." (M. Assis)
Em virtude da proximidade semântica com querer, desejar (uma
coisa mais do que outra), passou a ser comum na linguagem
coloquial a forma preferir uma coisa mais do que outra ou preferir
muito mais, construções condenadas pelos gramáticos.
Para a prova, tenha sempre em mente a sintaxe original: PREFERIR
ALGO A OUTRA COISA.

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Não há impedimento algum para a construção com somente o


complemento direto:
Prefiro os antigos moldes.

Proceder
a) No sentido de ter fundamento é intransitivo.
Seu pedido não procede.
b) Como portar-se, conduzir-se, é intransitivo também, sempre
seguido de adjunto adverbial de modo.
Sua esposa procedia brilhantemente em público.
b) Na acepção de provir, originar-se, descender, usa-se com
preposição de.
A língua portuguesa procede do latim.
c) Usa-se com preposição a (transitivo indireto) no sentido de dar
início, realizar.
Proceder-se-á ao início da sessão.

Responder
A regência primária apresenta complemento indireto, com a
preposição a:
Responder às cartas, às perguntas, ao questionário.
Contudo, na língua vigente no Brasil, a sintaxe direta para coisa já
está consagrada, ainda que repudiada pelos puristas.
O verbo, nesse caso, pede objeto direto para coisa e indireto para
pessoa (Responder algo a alguém). O objeto indireto pode se
apresentar sob a forma de pronome (lhe/lhes).
Não irei responder-lhe o pedido de casamento.
Respondo as suas cartas..
Essa construção possibilita a voz passiva:
As cartas foram respondidas.

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Simpatizar
O verbo simpatizar não é pronominal. Pede objeto indireto regido da
preposição com.
Simpatizei com ela. (correto)
Simpatizei-me com ela. (errado)
Não simpatizei com ele nem com suas ideias.
O verbo antipatizar apresenta o mesmo regime.
A classe antipatizou com o novo professor.

Visar
a) No sentido de dirigir a pontaria, apontar arma de fogo contra algo
ou alguém, é transitivo direto.
Visei o alvo.
b) No sentido de pôr o visto em, é transitivo direto.
As autoridades visaram o passaporte.
c) Na acepção de ter em vista um fim, pretender, deve empregar-se
de preferência com a preposição a, embora modernamente, devido à
aproximação com verbos como buscar, pretender, objetivar
(transitivos diretos), se acumulem exemplos com objeto direto.
Nela visei, acima de tudo, ao bem da comunidade.
O verbo visar já se constrói, nesse sentido, sem a preposição:
Essa sociedade não visa lucro.
Essa inovação ocorre, principalmente, quando o complemento vem sob
a forma nominal de infinitivo.
Eles visam alcançar suas metas.

(ESAF) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

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A precariedade dos serviços públicos é responsável por cerca


de(1) 8% das barreiras ao crescimento do País. Esse impacto se
deve aos(2) efeitos em cascata que as deficiências no setor
público causam à economia. No Brasil, esses problemas parecem
tão arraigados à rotina nacional que aparentam ser imutáveis.
Não são. O Reino Unido está implementando uma reforma que
visa o(3) aumento de produtividade e à melhoria da qualidade
dos serviços públicos.
O primeiro passo aconteceu com o estabelecimento de alguns
princípios:
• metas nacionais de desempenho, mensuráveis e disponíveis
para comparação pelo público;
• clara definição de responsabilidades entre as entidades
públicas;
• aumento de flexibilidade, por meio da(4) simplificação de
processos e da redução da burocracia;
• oportunidade de escolha por parte do público em relação aos
provedores de serviços.
A estimativa é que(5) essas reformas aumentem o PIB do País
em 16 bilhões de libras.
(Adaptado de Revista Veja, n. 49, p.154.)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
O gabarito foi a letra c – o verbo visar, no sentido de objetivar,
originalmente é transitivo indireto.
Assim, em “uma reforma que visa o aumento de produtividade”,
devemos inserir a preposição a: visa ao aumento de produtividade.
Caso restasse alguma dúvida em relação à possibilidade de se
construir sob a forma direta (modernamente aceita), a banca tratou de
sepultá-la com a apresentação do outro objeto indireto: “visa (...) à
melhoria da qualidade dos serviços públicos”.
É assim que se faz prova: diante de uma questão cujo tema é
polêmico, você deverá analisar com cuidado todas as possibilidades.

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Normalmente, bancas consagradas, como a ESAF, procurar fugir desse


debate, indicando, de alguma forma, o seu posicionamento.

VERBOS DE DESLOCAMENTO X VERBOS DE PERMANÊNCIA


Verbos que indicam deslocamento (chegar, ir, voltar, etc.) constroem-
se com a preposição a, opondo-se aos que indicam permanência
(morar, residir, etc.), que se constroem com a preposição em.
Ele chegou ao colégio muito cedo.
O presidente veio a São Paulo de avião.
Ele mora na rua Virgílio de Resende.
Ficarei em casa a noite.
Se você ficou pensando naquela clássica expressão ENTREGAMOS À
DOMICÍLIO, muito comum nos letreiros de pizzarias, farmácias e afins,
vamos entender.
Para começar, como veremos na próxima aula, palavras masculinas
não podem ser precedidas de “a” com acento grave, pois não
apresentam um artigo definido feminino antes de si (afinal de contas,
elas são masculinas!!!). Então, não ocorre crase.
Em relação à regência do verbo entregar, eu lhe pergunto: a entrega
por ser feita a alguém em algum lugar, não é? O complemento que
indica a “pessoa que recebe a entrega” é regido da preposição A
(Entreguei ao porteiro). Mas “domicílio” não é uma pessoa, e sim um
local (expressão de valor adverbial). Por isso, a preposição que
antecede esse vocábulo é EM – Entregamos em qualquer ponto do
país (e não a qualquer ponto do país).
Por isso, a entrega é feita em domicílio ou no domicílio, e nunca “à
domicílio”.
E agora, consegui acabar com aquela confusão que a pizzaria causou?
Agora, até bateu uma fome. Ainda bem que nossa aula está chegando
ao fim.
O passo seguinte é resolver as questões de fixação, até mesmo para
ver como as bancas examinadoras se posicionam, e estudar, estudar,
estudar...
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Em nossos próximos encontros, voltaremos a este assunto. Falaremos


sobre CRASE e, em seguida, PRONOMES, estudando, inclusive, a
relação entre sintaxe de regência e pronomes relativos.
Bons estudos e até lá.

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QUESTÕES DE FIXAÇÃO

01 - (FGV/ALESP/2002)
Assinale a alternativa cuja regência está de acordo com o padrão
culto:
A. Prefiro mais doce a salgado.
B. Prefiro mais doce do que salgado.
C. Prefiro doce do que salgado.
D. Prefiro doce a salgado.

02 - (FGV/Pref.Guarulhos/2001)
Assinale a alternativa em que há erro de regência verbal.
A. Minha aparência não lhe agradou.
B. Esta é a regra que você obedecerá.
C. Assiste-lhe sempre esse direito.
D. Essa foi a conclusão a que chegamos.

03 - (FGV/ICMS MS – ATI/2006)
Em Você se lembra do rosto dela naquele instante?, obedeceu-se às
regras de regência verbal.
Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.
(A) Prefiro questões de gramática do que de interpretação.
(B) Aspiraram à vaga de piloto da companhia aérea.
(C) Os médicos assistiram o paciente.
(D) Perdoamos-lhes as dívidas.
(E) Pagaram-lhe bem.

04 - (BESC / ADVOGADO/ 2004)


Texto II
CAPÍTULO III
Do Contrato Estimatório
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens
móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando
àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido,
restituir-lhe a coisa consignada.

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(Novo Código Civil)


Pela leitura do texto II, percebe-se a importância do uso correto dos
pronomes oblíquos. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha
ocorrido.
(A) O chefe encontrou a secretária no corredor e pagou-a ali mesmo.
(B) Cabia-lhe o direito de reaver o documento.
(C) Os pacientes esperavam que o médico os assistisse com urgência.
(D) Ele não lhe perdoou a dívida.
(E) Ela lembrava-lhe a boa infância.

05 - (ESAF/AFRF/2003)
Julgue a assertiva abaixo em relação aos aspectos gramaticais.
e) Não nos esqueçamos que a construção do autoritarismo, que
marcou profundamente nossas estruturas sociais, configurou o sistema
político imprescindível para a manutenção e reprodução dessa
dependência.

06 - (FUNDEC / TRT 2ª Região / 2003)


Sobre a regência do verbo assistir na oração “a Região Metropolitana
finalmente assistia ao início de um capítulo bom da novela
protagonizada por mais de 3 milhões de pessoas” (linhas 10-13),
pode-se afirmar que:
A) está correta, porque o verbo foi empregado como transitivo
indireto, no sentido de ser do direito;
B) é semelhante à regência do verbo amar em frases como “Deve-se
amar ao próximo”;
C) admite a construção passiva, que seria: “O início de um capítulo
bom da novela protagonizada por mais de 3 milhões de pessoas era
assistido finalmente pela Região Metropolitana;
D) está consoante com a língua escrita padrão, mas divergente dos
hábitos da língua falada no Brasil;

07 - (CESGRANRIO / PREF.MANAUS / 2004)


Marque a opção em que a regência do verbo NÃO está adequada,
conforme a norma culta.

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(A) O pesquisador agregou-se ao grupo da universidade.


(B) O auxiliar inseriu os dados no computador.
(C) A criança agradeceu os primos o presente.
(D) A situação de crise influiu na decisão do conselho.
(E) Eu entreguei o requerimento ao advogado.

08 - (NCE UFRJ/ ANTT / 2005)


Assinale a opção que corresponde à melhor redação, considerando
correção, clareza e concisão.
(A) A parada o autorizava à cobrar um novo preço;
(B) A parada lhe autorizava de cobrar um novo preço;
(C) A parada o autorizava de cobrar um novo preço;
(D) A parada o autorizava a cobrar um novo preço;
(E) A parada lhe autorizava a cobrar um novo preço.

09 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)


A alternativa em que o pronome LHE está mal empregado é:
(A) Só lhe comuniquei de minha decisão ontem;
(B) Não lhe desejo mal;
(C) Deste ator só lhe conhecia a foto;
(D) Vou apresentar-lhe meu amigo;
(E) Atribuímos-lhe uma atitude negativa.

10 - (UnB CESPE/INSS/1998)
Quanto à correção da substituição do trecho sublinhado pela forma
apresentada em negrito, julgue os itens abaixo.
1. “Já fez sua declaração de imposto de renda? / Já a fez?
2. “Os decretos-leis (...) abanam o rabo negativamente” / Os
decretos-leis (...) abanam-lhe negativamente
3. “Mas se tiveres alguma dúvida” / Mas se tiveres ela.
4. “Os decretos-leis tentam barrar um senhor distinto” / Os decretos-
leis tentam barrá-lo

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5. “Agora é só (...) encheres este formulário-sanfona” / Agora é só


(...) o encheres

11 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)


Muitos gramáticos condenam o uso de um mesmo complemento
referido a verbos de regência diferente, o que ocorre em:
(A) entrar e sair de casa;
(B) contemplar e pintar a paisagem;
(C) ler e memorizar o telefone;
(D) conhecer e admirar a obra do artista;
(E) precisar e gostar de boas companhias.

12 - (ESAF/AFC STN/2002)
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha,
bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso
superior. Uma vez formados, seriam automaticamente chamados
de “doutor” e teriam um salário de classe média para o resto da
vida. De uns anos para cá, essa fórmula não funciona mais. Quem
quiser garantir o futuro dos filhos, além do curso superior, terá de
lhes arrumar um capital inicial. Esse capital deverá ser suficiente
para o investimento que gerará um emprego para seu filho.
Em relação aos aspectos textuais, julgue a asserção abaixo.
d) A regência do verbo chamar empregada no texto(l.3) é
considerada coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais
formal, o emprego desse verbo como transitivo direto.

13 - (CESGRANRIO/TRANSPETRO/2006)
Por meio de uma carta, os funcionários _______________ aos
superiores.
Com respeito à regência, a forma verbal que preenche adequadamente
a lacuna acima é:
(A) chamaram.
(B) convidaram.
(C) cumprimentaram.
(D) pressionaram.
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(E) responderam.

14 - (FCC / INSS MEDICO / 2006)


Empregou-se de acordo com o padrão culto escrito a forma grifada
em:
(A) Estava tão atrapalhado, que enviou a carta justamente àquele que
nunca poderia tê-la recebido.
(B) A atitude desequilibrada daquele jovem foi uma heresia aos idosos
que ali estavam sendo homenageados.
(C) Informou-lhe de que deveria fechar o contrato até o fim do dia.
(D) Recuperou-lhe daquele distúrbio com a competência e dedicação
que todos lhe reconhecem.
(E) Ele foi investido com uma difícil tarefa de comando, da qual se
desincumbiu com grande habilidade.

15 - (FUNDEC / PRODERJ / 2002)


Como na frase “O nível de complexidade do Deep Fritz reside nas
linhas de código que o constituem” (linhas 17-18), também as frases
abaixo estão corretas quanto ao emprego do pronome o, menos em
uma, em que o correto seria empregar o pronome lhe. Esta frase está
na opção:
A) Procurei um técnico para cientificá-lo de que havia um problema
para resolver.
B) Embora o problema fosse de difícil solução, o computador o
resolveu.
C) Vou procurar o técnico para certificá-lo que o problema já foi
resolvido.
D) O cientista comentou que a empresa o contratou para resolver
problemas complexos.
E) A empresa que construiu o computador resolveu doá-lo para um
museu.

16 - (ESAF / Analista IRB/2004)


Identifique a letra em que uma das frases apresenta erro de regência
verbal.

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a) Atender uma explicação.


Atender a um conselho.
b) O diretor atendeu aos interessados.
O diretor atendeu-os no que foi possível.
c) Atender às condições do mercado.
Os requerentes foram atendidos pelo juiz.
d) Atender o telefone.
Atender ao telefone.
e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.
Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.

17 - (UnB CESPE/DEFENSOR/2004)
Analise a correção da assertiva abaixo.
Em “Por conseqüência, a morte de um idioma implica perda
imensurável a um país e, inclusive, à humanidade, pois perde-se, além
da forma básica de comunicação, uma cultura com todas as suas
expressões, como folclore, história, musicalidade, religião etc.”, o
emprego da preposição que antecede os termos “um país” e
“humanidade” é exigido pelas regras de regência segundo as quais
está empregado o verbo implicar.

18 - (UnB CESPE / AGU / 2002)


A impunidade que daí deriva não está ligada, pois, a diferenças
sociais que impliquem que nem todos sejam iguais perante a lei,
mas tão-só a que todos se submetem a ela como se vestissem
roupas muito maiores que as devidas. A sociedade moderna é
democraticamente relaxada.
Com base no trecho acima, julgue a assertiva.
Em “a diferenças sociais” (l.1), “a que todos” (l.2) e “a ela” (l.3), as
três ocorrências da preposição “a” devem-se à regência da palavra
“ligada” (l.1).

19 - (ESAF/TFC SFC/2000)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical

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Outro mito muito em voga(A) é de que(B) a globalização torna(C) a


vida das pessoas muito mais instável. Isso é só parcialmente
verdade. As economias estão muito mais competitivas hoje em boa
parte do mundo, o que(D) pode passar uma sensação maior de
instabilidade. Um recente estudo do Banco Mundial, no entanto,
mostra que(E) não há nenhuma evidência de aumento da
instabilidade em termos de crescimento de PIB e de consumo privado
na América Latina.
(Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.141)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

20 - (ESAF/TRF/2003)
Assinale a opção em que o trecho do texto foi transcrito com erro de
sintaxe.
a) As empresas do setor imobiliário que deixaram de prestar contas
das transações realizadas em 2002 vão ser alvo de investigação da
Receita Federal. Imobiliárias, construtoras e incorporadoras tinham
prazo limitado para entregar a Declaração de Informação sobre
Atividades Imobiliárias- Dimob.
b) A estimativa é de que metade das empresas não declarou, mas o
coordenador-geral de Fiscalização da Receita acredita que muitas delas
ainda vão cumprir a exigência. Até o prazo foram entregues 21.395
declarações, mas nos registros da Receita constam em cerca de 40 mil
empresas que estariam obrigadas a declarar.
c) O coordenador diz que os dados da Dimob serão confrontados com
as informações da declaração das empresas e das pessoas físicas. O
coordenador afirma ainda que as informações serão cruzadas com os
dados da CPMF, que têm sido instrumento indispensável ao trabalho
de fiscalização do órgão.
d) Na declaração, as imobiliárias só devem informar as operações
realizadas no ano passado. As empresas que não tiveram atividades
em 2002 estão desobrigadas de prestar contas. Quem deixou de
entregar a declaração no prazo pagará multa mínima de R$ 5 mil por

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mês-calendário. Em caso de omissão ou informação de dados


incorretos ou incompletos, a multa será de 5% sobre o valor da
transação.
e) Essa declaração foi criada em fevereiro de 2003 para identificar as
operações de venda e aluguel de imóveis. A Receita quer saber, por
exemplo, a data, o valor da transação e a comissão paga ao corretor.
No ano passado, foram fiscalizadas 495 empresas do setor, cujas
autuações somaram R$ 1,2 bilhão.
(Adaptado de www.receita.fazenda.gov.br, 5/06/2003)

21 - (UnB CESPE / AGU / 2002)


Analise a assertiva a seguir.
A substituição do trecho “A minha firme convicção é que” (R.25) por A
minha firme convicção é a de que estaria em desacordo com as
exigências de formalidade da norma culta escrita.

22 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)


Analise a proposição abaixo.
O verbo “conferem”, em “o BB adotou medidas que conferem maior
transparência às decisões internas e às movimentações da empresa no
mercado bancário” está empregado no texto com a mesma regência e
com sentido equivalente ao que está empregado no seguinte exemplo:
Os dados do relatório final do BB conferem com aqueles divulgados
pela imprensa no decorrer da semana.

23 - (UnB CESPE/CEF/2006)
Julgue o item que se segue.
No trecho “que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar
com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos”, o verbo
ensinar rege um complemento com preposição e um sem preposição.

24 - (FCC/TCE MA – Analista/2005)
... os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado
acima está na frase:

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(A) ... choveu menos na Amazônia.


(B) ... assim como aconteceu no início do século XX.
(C)) ... duplicando o impacto sobre o ambiente.
(D) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas.
(E) ... a atual seca se torna mais relativa.

25 - (FCC/TRT 15ª Região/2004)


O Conselho Nacional de Justiça precisará de segmentos
setoriais...
O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está
na frase:
(A) ... tornando-a mais rápida...
(B) ... limita a liberdade dos juízes...
(C) ... e pode permitir a influência do Executivo...
(D) ... se a aplicação for restrita a matérias tributárias...
(E) ... mas valem apenas para os advogados privados...

26 - (FUNRIO/AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL/2009)


Todo o nosso comportamento social está regulado por normas a que
devemos obedecer, se quisermos ser corretos. O mesmo acontece com
a linguagem, apenas com a diferença de que as suas normas, de um
modo geral, são mais complexas e coercitivas.
Por isso, e para simplificar as coisas, define-se o “linguisticamente
correto” como aquilo que é exigido pela comunidade linguística a que
se pertence. (Celso Cunha: “A Noção de Correto”, 1985)
Qual das frases abaixo, embora consagrada pelo uso na imprensa de
prestígio, ainda é apontada como um desvio em relação às normas da
língua padrão?
A) Custa-me crer que tudo isso ainda seja proibido na sociedade
brasileira contemporânea.
B) Quinze por cento da população gaúcha declararam que seus
momentos de lazer diminuíram.
C) A maior parte daqueles bairros não tinham nenhuma estrutura para
suportar as enchentes.
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D) Assim que elas intervieram, a dúvida foi sanada e todos ficamos


satisfeitos e felizes.
E) O público feminino preferia mais a punição da vilâ do que a
vingança da heroína.

27 - (FUNRIO/FURP SP/2009)
No que se refere à regência verbal, a alternativa que atende à
prescrição da norma padrão é
A) Esta medida provisória obsta os nossos planos de carreira.
B) A população prefere ver a polícia na rua a ouvir falar de direitos
humanos.
C) A perda da folha de consumação implica em multa de $ 200,00.
D) Assisti o filme com interesse, apesar do calor da sala de projeção.
E) O diretor visou, carimbando, a todos os atestados de tempo de
serviço.

28 – (FUNRIO/CIA.DOCAS/2006)
A frase que apresenta ERRO quanto a sintaxe de regência é:
a) Falta de atenção implica em erros.
b) Prefiro ler a ver televisão.
c) Assistimos a uma partida emocionante.
d) Todos visam a uma vida tranqüila.
e) Perdoou ao filho a desobediência.

29 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Com base no texto, julgue a assertiva abaixo
1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,
como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco
para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária
a que o país parece assistir de braços cruzados.
5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem
viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe

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para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas


dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta
de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,
fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo
10. acostamento, usam faróis altos e frequentemente
dirigem alcoolizados.
(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)
- O emprego da preposição “a” em “a que o país parece...”(ℓ.4)
justifica-se pela regência de “assistir”.

30 – (FGV/SEFAZ RJ/2009)
O leitor já viu onde quero chegar. (L. 40)
Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente semanticamente
à apresentada acima, mas que dela se diferencie quanto à adequação
da linguagem ao padrão normativo.
(A) Já observou o leitor onde quero chegar.
(B) O leitor já viu aonde quero chegar.
(C) Quero chegar onde o leitor já viu.
(D) Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
(E) O leitor já viu em cujo local quero chegar.

31 – (ESAF/SUSEP – ANALISTA TÉCNICO/2010)


Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido no texto.
O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado
desde o(1) início da década como a grande solução energética para o
mundo, para substituir uma fonte não renovável (o petróleo) e reduzir
a emissão(2) de poluentes, o etanol ainda não conquistou os
fabricantes de veículos e os consumidores do mundo inteiro. Falta uma
padronização internacional para transformar-lhe(3) em uma
commodity facilmente comercializável nos diferentes mercados e ainda
persistem barreiras protecionistas em muitos países. Nos EUA, por
exemplo, há uma tarifa de importação de US$ 0,54 por galão. Para
entrar na União Europeia, o etanol brasileiro paga 19 centavos de euro
por litro.

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É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na


União Europeia, o potencial é menor, pois lá(4) o programa energético
prevê a utilização de 10% de combustíveis renováveis no consumo
total em 2020. Cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar —
Única indicam que isso resultaria na demanda de 14 bilhões de litros
de etanol por ano (outra parte seria atendida(5) por biodiesel).
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

32 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Em relação ao texto, analise a proposição abaixo.
1. A invasão israelense intensifica o ambiente de privações
e ameaças à integridade física em que vivem os
habitantes de Gaza. Além dos intensos bombardeios
aéreos, que mataram centenas de palestinos – entre
5. eles várias mulheres e crianças –, faltam víveres e
medicamentos, e os cortes no fornecimento de água e
luz são constantes.
Ao que consta, pois Israel impede a entrada da imprensa
no território invadido, o objetivo inicial da ação terrestre é
10. isolar o norte da faixa litorânea, de onde parte a maioria
dos ataques com foguetes contra o sul israelense, do
restante do território palestino. A cidade de Gaza, com
mais de 400 mil habitantes, foi sitiada.
Além dos intoleráveis danos, humanos e materiais,
15. que impõe aos palestinos, o estrangulamento militar
desfechado por Israel está repleto de incertezas quanto
à sua eficácia.

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(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)


a) O sinal indicativo de crase em “à integridade”(ℓ.2) justifica-se pela
regência de “intensifica”(ℓ.1) e pela presença de artigo definido
feminino singular.

33 - (CESGRANRIO/PETROBRÁS – Engenheiro/2012)
Segundo diria o Professor Carlos Góis, mencionado no Texto II, a frase
cuja regência do verbo respeita a norma-padrão é:
a) Esquecemo-nos daquelas regras gramaticais.
b) Os professores avisaram aos alunos da prova
c) Deve-se obedecer o português padrão.
d) Assistimos uma aula brilhante.
e) Todos aspiram o término do curso.

34 - (FCC/INSS – PERITO MÉDICO/2012)


.... a menção de que são meios essenciais à busca da felicidade
...
O segmento grifado acima preenche corretamente a lacuna da frase:
a) Os anseios da população, ...... se referiam seus representantes,
seriam atendidos por meio das medidas que estavam sendo tomadas
naquele momento.
b) Eram escassos os argumentos ...... dispunham os defensores da
proposta apresentada para chegar à sua aprovação pela maioria.
c) Os meios ...... contavam aqueles que se dispuseram a defender
novas ideias nem sempre lhes permitiram superar o conservadorismo
da época.
d) A vitória naquele torneio, ...... traria sentimentos de bem-estar aos
torcedores, transformou-se em objetivo prioritário para os dirigentes.
e) Seria necessário garantir a qualidade na prestação dos serviços
públicos ...... toda a população se sentisse feliz.

35 - (CONSULPLAN/TSE – Técnico/2012)

... ofereça ao presenteado algo de que ele goste... (L. 31-32)

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Assinale a alternativa em que a alteração do trecho anterior tenha se


efetuado consoante a norma culta. Despreze possíveis alterações de
sentido.
a) ...ofereça ao presenteado algo que ele aspire...
b) ...ofereça ao presenteado algo de que ele lembre...
c) ...ofereça ao presenteado algo a que ele almeje...
d) ...ofereça ao presenteado algo a que ele vise...

36 - (ESAF/DNIT-ANALISTA/2013)
1. Tem um personagem de Voltaire que um dia descobre,
encantado, que falou em prosa toda a sua vida, sem
saber.
Estamos metidos em muito mais coisas do que nos
5. damos conta. Pertencemos, simultaneamente, a vários
sistemas que mal compreendemos, começando pelo
nosso próprio corpo e terminando pelo sistema solar,
que, por sua vez, faz parte de outro sistema ainda
maior e mais incompreensível. Coisas espantosas
10. acontecem conosco, a cada segundo, pelo simples
fato de existirmos. Agora mesmo, enquanto escrevo –
ou enquanto você lê –, fatos fantásticos e dramáticos
se desenrolam dentro de nós. Células se reproduzem
aos milhões. Bando de bactérias percorrem nossas
15. vias interiores, procurando encrenca. Nossos sucos se
encontram e se misturam em alquimias inacreditáveis.
E giramos em torno do Sol, que, por sua vez, se desloca
pelo espaço, em alta velocidade, cuspindo fogo. Não
podemos pedir dispensa do Universo e de suas
20. explosões por razões de consciência. Estamos todos na
mesma louca aventura. Você, eu e o vizinho. E, ainda
por cima, falamos em prosa.

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(Verissimo, Luis Fernando. Orgias. Porto Alegre, RS: L&PM Editores,


1989, p.80-1, Adaptado).

Analise a afirmação em relação ao aspecto gramatical do texto.


- No segmento “percorrem nossas vias interiores” (l.14 e 15), o termo
“nossas vias interiores”(l.14 e 15) expressa uma circunstância de lugar
do verbo intransitivo “percorrem”.

37 – (VUNESP/DETRAN-SP - Agente/2013)
Considerando as regras de regência da norma-padrão da língua
portuguesa, as expressões destacadas em – Alguém que resolve
integrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de
locomoção precisa compreender que deverá gastar com alguns
apetrechos necessários para poder trafegar. – podem ser substituídas,
correta e respectivamente, sem alteração de sentido, por
(A) inserir a bike ao ... estar ciente que
(B) inserir a bike no ... estar ciente de que
(C) inserir a bike para o ... estar ciente em que
(D) inserir a bike entre o ... estar ciente a que
(E) inserir a bike o ... estar ciente para que

38 – (VUNESP/DETRAN – SP – Oficial/2013)
10. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
lacunas das frases.
I. É preferível controlar as emoções ao dirigir _____ causar acidentes.
II. Entre _____ e o psicólogo não há mais conversa.
III. Este é o relatório de trânsito _____ me referi.
IV. Os psicólogos fizeram um pedido para ____ dirigir com mais
cautela.
(A) a ... eu ... à que ... eu
(B) do que ... eu... ao qual ... mim
(C) a ... mim ... ao qual ... eu
(D) a .... mim .... que ... mim

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(E) do que ... eu ... onde ... mim

39 – (VUNESP/MPE-ES/2013)

Considerando as regras de regência da norma-padrão da língua


portuguesa, a frase do primeiro quadrinho está corretamente
reescrita, e sem alteração de sentido, em:
(A) Ter amigos ajuda contra o combate pela depressão.
(B) Ter amigos ajuda o combate sob a depressão.
(C) Ter amigos ajuda do combate com a depressão.
(D) Ter amigos ajuda ao combate na depressão.
(E) Ter amigos ajuda no combate à depressão.

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40 – (CESPE UnB/DPF – Administrador/2014)


1 A história constitucional brasileira está repleta de
referências difusas à segurança pública, mas, até a Constituição
Federal de 1988 (CF), esse tema não era tratado em capítulo
4 próprio nem previsto mais detalhadamente no texto
constitucional.
A constitucionalização traz importantes consequências
7 para a legitimação da atuação estatal na formulação e na
execução de políticas de segurança. As leis acerca de
segurança, nos três planos federativos de governo, devem estar
10 em conformidade com a CF, assim como as respectivas
estruturas administrativas e as próprias ações concretas das
autoridades policiais. Devem ser especialmente observados os
13 princípios constitucionais fundamentais — a república, a
democracia, o estado de direito, a cidadania, a dignidade da
pessoa humana — bem como os direitos fundamentais — a
16 vida, a liberdade, a igualdade, a segurança. O art. 144 deve ser
interpretado de acordo com o núcleo axiológico do sistema
constitucional em que se situam esses princípios fundamentais.
Cláudio Pereira de Souza Neto. A segurança pública na Constituição
Federal de 1988: conceituação constitucionalmente adequada,
competências federativas e órgãos de execução das políticas. Internet:
<www.oab.org.br> (com adaptações).

Com relação às ideias e a aspectos gramaticais desse texto, julgue o


item abaixo.
- Na linha 2, o emprego do acento indicativo de crase em “à segurança
pública” justifica-se pela regência do termo “difusas” e pela presença
do artigo definido a antes de “segurança pública”.

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GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO


01 – D
Como vimos, o verbo preferir, quando se apresenta bitransitivo, ou
seja, com complemento direto e indireto, emprega a preposição a
junto a este último. Assim, o certo é “prefiro doce a salgado”.
O paralelismo sintático deve ser observado. O que é isso? É a relação
entre elementos de mesma função, no caso, complementos verbais.
Se resolvermos colocar o artigo antes do primeiro elemento, exceto
em situações muito particulares, devemos repeti-lo nos demais. Assim,
como não houve artigo antes do objeto direto (doce), também não
haverá antes do objeto indireto (salgado).
Não vai se acostumando com essa molezinha aí, não... essa questão
tranquila só foi colocada no início da bateria de exercícios para dar um
refresco. Mais adiante, vamos ver questões “de verdade”.

02 – B
O verbo obedecer é transitivo indireto, regendo a preposição a. Por
isso, essa preposição deve anteceder o pronome relativo que substitui
o objeto indireto (regra): Esta é a regra a que você obedecerá.
Na opção a, temos o verbo agradar. A banca manteve o
posicionamento originário e apresentou o verbo, na acepção de
contentar, como transitivo indireto, usando o pronome lhe. Supondo
que o examinador apresentasse o verbo agradar com complemento
direto (agradá-lo), o candidato deveria ler atentamente todas as
opções antes de marcar a resposta. Na opção seguinte, a regência
estava inquestionavelmente incorreta.
O verbo assistir, no sentido de caber razão ou direito, é transitivo
indireto (opção c).
Finalmente, o verbo chegar, por indicar deslocamento, rege a
preposição a. Quem diz “chegar em” não chega a lugar algum. Está
correta a construção apresentada na opção e (Nós chegamos a uma
conclusão Î a conclusão a que chegamos).

03 – A

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Essa deve ter sido barbada também. Como vimos na questão 01, a
regência do verbo preferir, quando bitransitivo, exige a preposição a.
Assim, “prefiro questões de gramática a de interpretação”.
O verbo aspirar, como desejar, é transitivo indireto, com a
preposição a. Está correta a opção b.
O verbo assistir, no sentido de prestar assistência, pode ser
construído com objeto direto ou indireto. O examinador apresentou a
primeira forma.
Tanto o verbo perdoar (d) quanto pagar (e), segundo a norma culta,
possuem objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Assim, também
estão corretas as formas “Perdoamos-lhes as dívidas” e “Pagaram-lhe
[a ele] bem”.

04 – A
Conforme vimos na questão anterior, o verbo pagar, em relação à
pessoa, é indireto. Assim, o correto seria “pagou-lhe [ou a ela] ali
mesmo”.
Na opção b, o sujeito do verbo caber era “o direito de reaver o
documento”. Isso cabia a alguém. Foi corretamente empregado o
pronome lhe na indicação do objeto indireto de pessoa.
Em questões anteriores, já falamos sobre a regência dos verbos
assistir (no sentido de prestar assistência) e perdoar.
Resta-nos destacar o emprego do pronome pessoal oblíquo com valor
possessivo na opção e. Em regra, os pronomes pessoais oblíquos são
usados para representar um nome (substantivo), evitando, assim, sua
repetição (mais sobre isso será tratado na aula específica sobre
pronomes).
No entanto, o pronome oblíquo pode ser também usado com valor
possessivo, ou seja, no lugar do “seu/sua” ou “dele/a”. Esse emprego
costuma causar muita confusão com a função de objeto indireto, uma
vez que o pronome também pode se ligar ao verbo por meio de hífen.
Vejamos a diferença.
Em “Roubou-lhe a carteira”, o que se quer dizer é que “roubou a sua
carteira” ou “roubou a carteira dela”. Esse pronome, na verdade, não
está complementando o verbo roubar, mas atribuindo ao substantivo
carteira uma característica – a sua propriedade. Assim, sua função
não é a de objeto indireto (complemento verbal).

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Na oração “Ela lembrava-lhe a boa infância”, o complemento verbal


(objeto direto) é “a boa infância”, atendendo à sintaxe de regência do
verbo lembrar (transitivo direto).
Mais uma vez, vemos que a função do pronome oblíquo lhe não é
completar o sentido do verbo (como o faria um objeto indireto), mas
modificar o substantivo “infância”, como o faria um pronome
possessivo sua (Ela lembrava a sua boa infância). Por isso, a função
sintática do pronome oblíquo, com valor de possessivo, é a de
adjunto adnominal (elemento que vem junto ao nome para definir,
alterar ou restringir o significado do nome). Está, portanto, correta a
construção.
Essa opção deve ter suscitado inúmeras dúvidas, hem? Bem que lhe
avisei que a moleza iria acabar...
Não se preocupe com esses conceitos sobre pronome. Voltaremos a
falar sobre o assunto na aula própria.

05 - Item CORRETO
Já que falamos sobre o verbo lembrar, vamos falar agora sobre o seu
antônimo.
O verbo esquecer-se, como vimos, quando pronominal, é transitivo
indireto, regendo a preposição de (Não se esqueça de mim.). Contudo,
quando o seu complemento indireto está sob a forma oracional (“que a
construção do autoritarismo...”), é possível a elipse (omissão) da
preposição.

06 – D
A banca “brincou” com a regência do verbo assistir e o desuso da
construção clássica. Na acepção de ver, presenciar, é transitivo
indireto com a preposição a.
Por isso, não admite voz passiva. No entanto, na linguagem coloquial,
a do dia a dia, a do botequim, duvido que alguém tenha coragem de
dizer: “Saia da minha frente, pois estou assistindo ao jogo”. No
mínimo, vão achar que é provocação.

07 – C
Ainda que você se lembrasse da polêmica do verbo agradecer (opção
c), a banca facilitou a sua vida: apresentou dois complementos

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diretos. Segundo a norma padrão, a forma adequada seria: A criança


agradeceu aos primos o presente (indireto de pessoa, direto de coisa).

08 – D
Esse é mais um verbo que apresenta dupla possibilidade de regência:
pode-se autorizar alguém a algo (direto de pessoa e indireto de coisa)
ou autorizar algo a alguém (direto de coisa e indireto de pessoa).
De qualquer forma, a preposição é a, e não “de”. Eliminamos, assim,
as opções b e c.
Na opção e, a banca sugere dois complementos indiretos: lhe e a
cobrar um novo preço, enquanto que na opção a coloca um acento
grave antes de um verbo (que não pode ser antecedido de artigo
definido feminino – crase é o assunto da próxima aula).
Por isso, a única opção correta é mesmo a letra d – “A parada o
autorizava (direto de pessoa) a cobrar um novo preço (indireto de
coisa)”.

09 – A
O verbo comunicar é transitivo direto para coisa e indireto para
pessoa (Comunicar algo a alguém). Assim, o erro não está
necessariamente no emprego do pronome lhe, mas na colocação de
uma preposição antes do objeto direto: Só lhe comuniquei minha
decisão ontem. Não há abono, no Dicionário Prático de Regência
Verbal, de Celso Pedro Luft, para a construção “Comunicar alguém de
algo”, só “Comunicar algo a alguém”.
Na opção c, há um excelente exemplo do pronome oblíquo com valor
possessivo, mencionado na questão 4: Só conhecia a foto do ator =
Só conhecia a sua foto / a foto dele = Só lhe conhecia a foto.
O pronome não está complementando o verbo, mas se referindo ao
nome (foto).
Nas demais opções, também está correto o emprego do pronome
oblíquo:
b) Não desejo mal a ele;
d) Vou apresentar meu amigo a ele;

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e) Atribuímos a ele uma atitude negativa.

10 – C / E / E / C / C
Estão incorretas as substituições propostas nos itens 2 e 3:
Item 2 – O verbo abanar é transitivo direto (abanam o rabo). Assim,
o pronome que deve ser usado é “o”, e não o “lhe”.
Após verbos terminados de forma nasal (com –m, -õe ou –ão, como
em abanam), os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as) recebem a
letra n: abanam-no. Essa lição consta do comentário à questão 24 da
Aula 3 – Verbo. Se você já a tiver esquecido, volte a estudá-la.
Item 3 – Na aula sobre pronomes, iremos tratar do emprego dos
pronomes oblíquos. Por ora, iremos nos ater a registrar que os
pronomes ele, ela, eles, elas, quando oblíquos, devem estar
necessariamente acompanhados de preposição. O correto seria: Mas
se a tiveres.

11 – A
Essa questão trata do emprego de verbos de regências diferentes em
relação a um mesmo complemento.
Nesses casos, é recomendável a seguinte construção: entrar em casa
e sair dela.
As demais opções apresentam verbos de idêntica regência, podendo
ser usado apenas um complemento para ambos.

12 - Item INCORRETO.
O verbo CHAMAR, na acepção apresentada, é um verbo transobjetivo,
ou seja, além do objeto, exige um predicativo do objeto.
Ao contrário de todos os demais verbos transobjetivos, o verbo
chamar, segundo a norma culta, pode ser tanto transitivo direto
quanto indireto, sem que o seu significado seja alterado.
Em suma, com o sentido de apelidar, qualificar, tachar, o
complemento verbal do verbo chamar tanto pode ser um objeto
direto (Chamou fulano de mesquinho / Chamou-o de mesquinho)
quanto um objeto indireto, com a preposição a ou o pronome lhe
(Chamou a fulano de mesquinho / Chamou-lhe de mesquinho.).

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Por sua vez, o termo “mesquinho”, que, no exemplo acima, se refere a


“fulano” (objeto direto/indireto), exerce a função de predicativo do
objeto (direto/indireto) e pode vir ou não precedido de preposição –
Chamou fulano (de) mesquinho / Chamou a fulano (de) mesquinho.
Na construção de linha 3, o verbo chamar é transitivo direto e está
construído em voz passiva (“seriam automaticamente chamados de
‘doutor’...”). Por isso, são dois os equívocos:
1. afirmar que o verbo chamar, na construção, não seria transitivo
direto - ele é transitivo direto, sim, e por isso possibilita a
voz passiva;
2. considerar que a norma culta recomenda apenas a forma direta
(admitem-se as duas transitividades – direta ou indireta).

13 – E
Agora, o verbo chamar (opção a) significa convocar, solicitar a
presença, é transitivo direto. Também apresentam essa transitividade
os verbos convidar, cumprimentar e pressionar.
Já o verbo responder, como vimos, requer complemento indireto,
com a preposição a. Portanto, é o único que pode preencher a lacuna:
Por meio da carta, os funcionários responderam aos seus superiores.

14 – A
O verbo enviar apresenta, na construção, bitransitividade: objeto
direto (a carta) e indireto (àquele). Na aula sobre crase, veremos que
o encontro da preposição a (exigida pelo verbo) com o pronome
demonstrativo aquele forma crase.
Os erros das demais opções são:
b) o substantivo heresia rege a preposição contra. Essa é uma das
raras questões de regência nominal.
c) o verbo informar apresenta dois complementos indiretos – um
deles deve ser modificado. Há duas possibilidades: informou-o de que
deveria fechar ou informou-lhe que deveria fechar.
d) O verbo recuperar é pronominal com valor reflexivo: recuperou-
se daquele distúrbio. Está correto o emprego do verbo reconhecer,
na sequência: no sentido de assegurar, é transitivo direto e indireto –
todos lhe reconhecem a competência e dedicação.

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e) O verbo INVESTIR, no sentido de "empossar", rege as preposições


"de" e "em": “O chefe investiu-o de / em poderes".

15 – C
O verbo certificar é mais um exemplo de dupla possibilidade de
regência, assim como informar, avisar: a sintaxe originária é
certificar alguém de alguma coisa (direto para pessoa e indireto para
coisa); contudo, acabou evoluindo para certificar algo a alguém (direto
para coisa e indireto para pessoa). A banca explorou esse conceito.

a) O objeto direto é relativo a pessoa (representado pelo pronome


oblíquo o), enquanto que o indireto, referente a coisa (de que havia
um problema).

b) O verbo resolver é transitivo direto (o computador resolveu o


problema). Está correto o emprego do pronome oblíquo o no lugar do
nome.

c) Agora, ao contrário da opção a, o objeto direto do verbo certificar


se referiu a coisa (que o problema já foi resolvido). Assim, referente a
pessoa, deve-se empregar o pronome oblíquo lhe (objeto indireto), e
não o pronome o. Está incorreta a construção. Essa é a resposta.

d) O verbo contratar apresenta objeto direto de pessoa (contratar


alguém) e indireto, regido pela preposição para. Está correta a
construção.

e) O verbo doar apresenta transitividade direta (doar alguma coisa),


sendo cabível o pronome oblíquo o.

Em resumo – para objetos diretos, use os pronomes o/a/os/as;


para objetos indiretos, use os pronomes lhe/lhes, salvo nos
casos em que só se aceitam as formas “a ele(s)/a ela(s)”.

16 - E
Essa questão é praticamente uma aula de regência verbal do verbo
atender.
Todos os exemplos apresentados nas opções da questão foram
retirados do livro de Celso Pedro Luft (obra citada no início da aula).
Sobre a regência do verbo atender:

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1. o verbo será facultativamente transitivo direto ou transitivo


indireto (neste caso, regendo a preposição a) nas seguintes
acepções:
- no sentido de dar ou prestar atenção – “Atender a um
conselho” (opção a),”Atender uma explicação” (opção a), “O
diretor atendeu aos interessados” (opção b); Luft ressalta
que, se o complemento for um pronome pessoal referente a
PESSOA, só se empregam as formas objetivas diretas – “O
diretor atendeu os interessados” ou “aos interessados”, mas
somente “O diretor atendeu-os.”.
- na acepção de tomar em consideração, considerar, levar
em conta, ter em vista – “Atender às condições do
mercado.” (opção c);
- com sentido de responder – “Atender ao / o telefone
(opção d);
2. na acepção de conceder uma audiência , é transitivo direto e,
por isso, possibilita a construção na voz passiva – “Os requerentes
foram atendidos pelo juiz” (opção c);
3. no sentido de acolher, deferir, tomar em consideração, é
transitivo direto – “O diretor atendeu-os no que foi possível”
(opção b) ;
4. no sentido de atentar, reparar, é transitivo indireto, podendo
reger as preposições a, para, em – “Ninguém atendeu para os
primeiros sintomas da doença” (opção e).

A única forma incorreta é “Ninguém se atendeu aos primeiros


alarmes de incêndio.”. O sentido é o da letra e (atentar, reparar),
que, por ser transitivo indireto, não admite construção de voz passiva
(“Ninguém se atendeu...”).

17 – Item INCORRETO.

ACORDO ORTOGRÁFICO: O trema deixou de existir, devendo-se,


agora, registrar a palavra “consequência”.

O verbo implicar, na acepção de acarretar, é transitivo direto,


segundo a norma culta. Esta sintaxe foi respeitada no segmento em
comento – “a morte de um idioma implica perda...”.

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As expressões “a um país” e “à humanidade” são regidos pelo


substantivo perda (“perda ... a um país e, inclusive, à humanidade”).

Portanto, a assertiva encontra-se INCORRETA.

18 – Item INCORRETO.

Mais uma vez, a banca tenta confundir o candidato. Ainda que não
tenha sido objeto da questão, merece destaque o emprego culto do
verbo implicar, com a transitividade direta (“diferenças sociais que
impliquem que...”).

Afirma o examinador que os três elementos indicados (a diferenças


sociais, a que todos, a ela) estão sendo regidos pelo adjetivo ligada.

Em relação aos dois primeiros, isso é verdade (“não está ligada, pois,
a diferenças sociais ..., mas tão-só [ligada] a que todos se
submetem...”). Em virtude de o termo regente ser um adjetivo, temos
aí um caso de regência nominal.

Contudo, o terceiro elemento atua como complemento verbal de


submeter: “... todos se submetem a ela [a impunidade] como se
vestissem roupas muito maiores que as devidas.”. Ao contrário dos
demais, esse é um caso de sintaxe de regência verbal.

Por esse motivo, está incorreta a assertiva.

19 - B
No período “Outro mito muito em voga é | de que a globalização torna
a vida das pessoas muito mais instável”, há duas orações, quais
sejam:
x “Outro mito muito em voga é de” – oração principal
x “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais
instável.” – oração subordinada à principal
A preposição “de” (sublinhada acima), que antecede a conjunção
“que”, é exigida pelo substantivo “mito” (mito de alguma coisa).
Contudo, a ausência da repetição desta palavra ou de sua substituição
por um pronome acarretou a falha de coesão textual, acabando por
deixar a preposição sozinha, sem termo ao qual pudesse se ligar.

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Há duas possibilidades de correção e, consequentemente, de


classificação da oração subordinada:
1ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é o de que a globalização torna a vida
das pessoas muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é o de” - oração
principal (o pronome demonstrativo “o” representa o substantivo
“mito” e passa a ser o termo regente da preposição de)
2ª oração - “que a globalização torna a vida das pessoas muito
mais instável.” - oração subordinada completiva nominal
(serve de complemento nominal ao substantivo mito)

2ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é que a globalização torna a vida das
pessoas muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é” - oração principal (em
relação ao exemplo anterior, foram retirados o pronome
demonstrativo o e a preposição de)
2ª oração – “que a globalização torna a vida das pessoas muito
mais instável.” - oração subordinada predicativa do sujeito
(com a retirada da preposição, essa oração passa a exercer a
função de predicativo do sujeito, em um predicado nominal)
A expressão “é de que”, apresentada na questão, constitui um erro.

Nas duas próximas questões, teremos mais exemplos de construções


como essa.

20 - B
A exemplo do que vimos na questão anterior, a passagem “A
estimativa é de que metade das empresas não declarou” apresenta
duas possibilidades de correção:
1 – A estimativa é a de que metade das empresas não declarou.
2 – A estimativa é que metade das empresas não declarou.
Outro erro foi na construção “nos registros da Receita constam em
cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a declarar”. Não há
justificativa para o emprego da preposição em. Na ordem direta,
verificamos que “Cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a

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declarar” é o sujeito oracional de “constam nos registros da Receita”.


Há necessidade, portanto, de retirar a preposição em.
Volte, agora, àquela questão da última prova para o TCU, aplicada
pela ESAF.
O item e apresenta uma estrutura idêntica à apresentada aqui:
A estimativa é que(5) essas reformas aumentem o PIB do País
em 16 bilhões de libras.
A conjunção indicada pelo item (5) inicia uma oração que serve de
predicativo do sujeito (que essas reformas aumentem o PIB do
País...).
Para completar a série, veremos como o tema foi abordado por outra
banca examinadora – UnB CESPE.

21 – Item INCORRETO.

Afirma-se que constitui erro a troca de “A minha firme convicção é


que” por “A minha firme convicção é a de que”.

Como acabamos de ver, ambas as construções estariam corretas. Na


primeira, a oração iniciada pela conjunção que exerce a função de
predicativo do sujeito (A convicção é ISSO), ao passo que a segunda
atua como complemento nominal do pronome demonstrativo (a) que
substitui a palavra convicção.

Como o examinador afirma que a segunda estaria em desacordo, o


item encontra-se incorreto. A segunda forma está de acordo com a
norma culta padrão.

22 – Item INCORRETO.
A regência de um verbo e seu significado estão interligados. O verbo
conferir pode significar: 1. atribuir (A Câmara dos Vereadores
conferiu o título de cidadão honorário ao artista.), 2. estar de acordo
(Sua versão para o acidente confere com os relatos das
testemunhas.), 3. participar de conferência (O médico conferiu com
seus colegas.), 4. imprimir, dar (Os auditores conferiram um caráter
s à investigação.), etc.

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Na passagem do texto, o verbo apresenta a primeira acepção


(atribuir), devendo ser transitivo direto (O BB adotou medidas que
conferem [atribuem] maior transparência às decisões internas...).
Em seguida, o examinador afirma que essa forma verbal possui
regência e sentido equivalentes ao verbo na segunda acepção (estar
de acordo): Os dados ... conferem com aqueles divulgados pela
imprensa – caso em que o verbo é transitivo indireto, com a
preposição com.
Está incorreta tal assertiva.

23 – Item CORRETO.
Já afirmamos que a transitividade de um verbo só pode ser
identificada a partir de seu emprego. Na passagem “que a família
ensine a criança ... a saber lidar com dinheiro”, o verbo ensinar é
bitransitivo, ou seja, apresenta simultaneamente um complemento
direto (a criança) e outro indireto, antecedido da preposição a (a saber
lidar com o dinheiro).
Portanto, está correta a afirmação de que, no trecho em destaque, o
verbo ensinar rege um complemento com preposição (objeto indireto –
a saber lidar com o dinheiro) e outro sem (a criança).
Esse verbo é daqueles que admitem dupla possibilidade de regência. A
primeira acabamos de ver: ENSINAR ALGUÉM A (VERBO NO
INFINITIVO). A segunda forma é ENSINAR ALGO A ALGUÉM. Ambas as
construções estariam corretas.

24 - C
Temos, a partir dessas últimas questões, a oportunidade de ver como
a Fundação Carlos Chagas explora esse ponto do programa.
Os aspectos de regência passam, necessariamente, pela transitividade
de um verbo. Isso você já se cansou de saber.
O verbo ter, na construção “os portos da Amazônia têm um sistema
de braços flutuantes”, é transitivo direto (objeto direto é “um sistema
de braços flutuantes”).
O examinador busca nas opções um verbo que apresente o mesmo
tipo de complemento.
Vamos verificar a transitividade de cada um deles:

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(A) intransitivo – Em “choveu menos na Amazônia”, a expressão “na


Amazônia” apresenta valor circunstancial de lugar – é um advérbio e,
portanto, exerce a função sintática de adjunto adverbial (já estamos
realizando a análise sintática: um advérbio sempre exerce a função
de adjunto adverbial).
(B) intransitivo – O mesmo ocorre com a expressão adverbial “no
início do século XX”, que apresenta um valor circunstancial de
tempo/momento.
(C) transitivo direto – O objeto direto é “o impacto sobre o
ambiente”. ESSA É A RESPOSTA CERTA!
(D) transitivo indireto – Esse é um emprego clássico de sujeito
indeterminado. Como vimos na aula sobre concordância, o sujeito
indeterminado se constrói de duas formas: com verbos transitivos
indiretos, intransitivos ou de ligação, na 3ª pessoa do singular
acompanhado do índice de indeterminação do sujeito “se”; com verbos
de qualquer transitividade, na 3ª pessoa do plural (sem o pronome).
Foi apresentada a primeira forma: “que se trata de variações médias
ao longo de três décadas” (o objeto indireto está sublinhado).
(E) Essa foi a opção mais difícil. O verbo tornar, na construção
apresentada, além do objeto direto (representado pelo pronome “se”),
exige também um outro complemento – o predicativo do objeto direto:
“mais relativa”. Esse é um verbo transobjetivo, que requer dois
complementos – objeto direto e predicativo do objeto direto. Por
apresentar, além do objeto direto, um predicativo do objeto, a
construção não é idêntica à do enunciado, que só possui o primeiro.

25 - E
O verbo em epígrafe é transitivo indireto (precisará de segmentos
setoriais). A construção verbal que apresenta idêntica transitividade é
a da letra (E) – valem para os advogados.
Vamos analisar a dos demais verbos:
(A) transobjetivo – objeto direto: “a”; predicativo do objeto direto:
“mais rápida”;
(B) transitivo direto – objeto direto: “a liberdade dos juízes”;
(C) transitivo direto – objeto direto: “a influência do Executivo”;
(D) verbo de ligação – predicativo do sujeito: “restrita”;
complemento nominal (liga-se ao adjetivo “restrita”): “a matérias

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tributárias”. Este elemento é o termo regido de um adjetivo, sendo,


portanto, caso de sintaxe de regência nominal.
Essa era a pegadinha da questão. Muita gente deve ter marcado
essa opção como correta imaginando que o elemento que exerce a
função de complemento nominal seria objeto indireto – ledo engano!
Não foi à toa que a opção correta era a letra (E).

26 – E
A regência do verbo PREFERIR rege a preposição A antes do objeto
indireto (preferir algo A outra coisa). Além disso, não se deve
empregar junto a esse verbo advérbios como “mais”, “muito”, pois
este verbo já carrega o sentido de “gostar mais de uma coisa do que
de outra”. Provavelmente, a proximidade com o verbo GOSTAR tenha
levado a essa “contaminação” do verbo PREFERIR, mas cada macaco
no seu galho, não é?...rs... Por isso, o erro está na opção E - o correto
seria “O público feminino preferia a punição da vilã à vingança da
heroína.”. O aspecto relativo à crase em “à vingança” fica para a
próxima aula.

27 – B
Mais uma vez, a banca dá a indicação de que ADORA a regência do
verbo PREFERIR – tome cuidado na hora da prova, hem? Da mesma
forma, considerou incorreta a transitividade indireta do verbo
IMPLICAR (OPÇÃO C).
Tome cuidado com a opção E – o verbo VISAR só se apresenta
transitivo indireto no sentido de “ter por objetivo”, e não no de “dar
visto”, como na questão.

28 – A
O verbo IMPLICAR, segundo a norma padrão, é transitivo direto
(implicar algo). Todavia, como vimos em aula, já é aceita
modernamente a regência com preposição EM, sob o argumento de ser
uma inovação sintática. Esta questão, ainda que antiga, nos mostra
que esta banca da FUNRIO é tradicionalista, considerando tal sintaxe
“um erro”. As demais opções apresentam casos de regência vistos
durante a aula. Na dúvida, volte ao ponto em que tratamos dos verbos
PREFERIR, ASSISTIR, VISAR e PERDOAR (este item E uma verdadeira
lição).

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Em relação ao Acordo Ortográfico, cabe lembrar que o trema em


“tranqüilo” foi abolido.

29 - ITEM CERTO
É comum a banca explorar a identificação dos termos regentes. Como
o verbo ASSISTIR, no sentido de “ver, presenciar”, é transitivo
indireto, regendo a preposição “a”, e o termo regido vem representado
pelo pronome relativo “que” (que retoma o substantivo “chacina”),
esta preposição deve anteceder o pronome:
“O país parece assistir de braços cruzados A uma chacina” => “...a
verdadeira chacina na malha rodoviária a que o país parece assistir de
braços cruzados”

30 – B
O verbo CHEGAR rege a preposição “a” (alguém chega a algum lugar).
Por isso, em vez de “onde” (que indica o uso da preposição “em”,
como “Onde você mora?”), deveria ter sido usada a forma “aonde”: “O
leitor já viu AONDE quero chegar.”.
Analisando as opções, vemos que:
a) este item apresenta o mesmo problema, já que possui o mesmo
termo regente do enunciado: o verbo CHEGAR. O correto seria “Já
observou o leitor AONDE quero chegar.”.
b) este, sim, está correto e é o gabarito da questão.
c) Agora, o verbo CHEGAR está na primeira oração do período, o que
não muda em nada a exigência da preposição “a”: “Quero chegar
AONDE o leitor já viu.”.
d) Agora, o examinador simplesmente trocou o “onde” (usado
indevidamente nas outras opções) por “em que”, incorrendo no
mesmo problema de regência, já que o verbo exige a preposição “a” e
não “em”.
e) O pronome relativo “cujo” não se presta a essa construção (mas
isso é assunto para futura aula). Além disso, o examinador insiste na
preposição “em”, que, como já vimos à exaustão, não seria adequada.

31 - C

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O verbo TRANSFORMAR, na construção, se apresenta como um verbo


transitivo direto transobjetivo, ou seja, além do OBJETO DIRETO,
possui um predicativo do objeto direto, neste caso regido pela
preposição “em” (“em uma commodity facilmente comercializável nos
diferentes mercados”).
Assim, incorre em erro o examinador ao empregar o pronome oblíquo
“lhe”, usado na função sintática de objeto INDIRETO.
O correto seria ‘tranformá-lo (o etanol) em uma commodity facilmente
comercializável nos diferentes mercados”.

32 - ITEM ERRADO
Quem exige a preposição “a” é o substantivo “ameaças” (alguém faz
ameaças A alguém), e não o verbo INTENSIFICAR, que, aliás, se
apresenta na transitividade direta (“... intensifica o ambiente...”).

33 - A
Existem duas formas verbais – ESQUECER e ESQUECER-SE. A
primeira (esquecer) é transitiva direta (“Meu pai esqueceu o
passado.”), enquanto que a segunda, pronominal, é transitiva indireta,
regendo a preposição de (“Meu pai se esqueceu do passado.”). (OBS:
tudo que falarmos sobre o verbo “esquecer” aplica-se também ao
verbo “lembrar”).
Quando o complemento indireto está sob a forma oracional, como
nesse item (“mas se esquece de que o poder do governante não é
absoluto”), a omissão da preposição de é válida, como em “Nunca
me esquecerei que no meio do caminho/ tinha uma pedra” (Carlos
Drummond de Andrade), exemplo usado por Celso Luft para justificar
essa regência do verbo esquecer-se.
São palavras do professor:
“Aparentemente [há] quatro modos de dizer o mesmo:
(1) alguém esquece um incidente
(2) alguém se esquece de um incidente
(3) um incidente esquece a alguém ou esquece a alguém um
incidente
(4) esquece a alguém de um incidente

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Notar, porém, que (1) e (2) realçam a pessoa, sujeito do esquecer, ao


passo que (3) e (4) impessoalizam o esquecer – efetivamente,
sintaticamente, em (4) –, subjetivando o objeto do esquecer [em (3)].
A construção (1) é a mais usada, mais simples e econômica, ao passo
que (3) e (4) são da linguagem literária.”
“Esquecer-se de que... permite a elipse da preposição: ‘Não se
esqueceu que foram criados juntos’(Machado: Cunha). ‘Nunca me
esquecerei que no meio do caminho/tinha uma pedra’(Drummond). ‘E
muitas vezes se esquecia que estava brincando” (Jorge Amado:
Lessa)’.”
Vejamos os erros das demais opções.
b) O verbo AVISAR pode ser transitivo direto e indireto,
indistintamente para a coisa ou a pessoa (avisar alguém de algo /
avisar algo a alguém). O erro está em empregar os dois complementos
na forma INDIRETA.
c) O verbo OBEDECER é transitivo indireto (obedecer AO português
padrão).
d) O verbo ASSISTIR, no sentido de “ver, presenciar”, é transitivo
indireto (Assistimos A uma aula brilhante.)
e) O verbo ASPIRAR, no sentido de “desejar, almejar”, é transitivo
indireto (Todos aspiram AO término do curso).

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34 – B
Teremos de buscar a opção que será preenchida com "de que".
a) O verbo REFERIR-SE rege a preposição "a", por isso "os anseios da
população, A QUE se referiam seus representantes...".
b) O verbo DISPOR rege a preposição "de": "Eram escassos os
argumentos DE QUE dispunham os defensores da proposta...". Essa é
a resposta correta.
c) Alguém conta COM alguma coisa/alguém, por isso a lacuna será
preenchida da seguinte forma: "Os meios COM QUE contavam aqueles
que...".
d) Agora, o pronome relativo, que retoma "torneio", exerce a função
sintática de SUJEITO da construção (o torneio traria sentimentos de
bem-estar aos torcedores), por isso não deve ser regido por nenhuma
preposição: "A vitória naquele torneio, QUE traria sentimentos...".
e) Nessa construção, a lacuna dá início à oração que atribui ao período
valor de finalidade, por isso deve ser preenchida do seguinte modo:
"Seria necessário garantir a qualidade na prestação dos serviços
públicos, PARA QUE toda a população se sentisse feliz.". Não se trata,
aqui, de um pronome relativo, mas de uma locução conjuntiva com
valor final, assunto que será estudado na aula correspondente.

35 - D

Nessa questão, a banca exige que o candidato avalie a correção


gramatical das novas construções e, para isso, deve verificar se estão
corretas as relações de regência (uso de preposição).
a) O verbo ASPIRAR, no sentido de "buscar", é transitivo indireto
(aspirar AO CARGO), por isso o pronome relativo deve ser
acompanhado da preposição "a": "ofereça ao presenteado algo A QUE
ele aspire". Sem essa preposição (verbo na transitividade direta), o
presenteado irá aspirar (= inspirar) alguma coisa, como um talco, um
pó de arroz, um perfume. Acreditamos que não seja essa a intenção
do autor...rs...
b) O verbo LEMBRAR (sem pronome) é transitivo direto (lembrar
alguém/algo), por isso não deve ser utilizada a preposição (que só se
emprega na forma verbal pronominal: lembrar-SE DE alguém/algo).

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c) O verbo ALMEJAR é transitivo direto (almejar o sucesso), por isso


não há preposição antes do pronome relativo.
d) Agora, sim (finalmente!). O verbo VISAR, no sentido de "ter por
objetivo", é transitivo indireto, com a preposição "a" (visar ao cargo),
conectivo que deve anteceder o pronome relativo: "ofereça ao
presenteado algo A QUE ele vise". Certa a resposta.

36 – ITEM ERRADO
A transitividade de um verbo só pode ser identificada NA
CONSTRUÇÃO. O verbo PERCORRER, naquela construção, é transitivo
direto (percorrer algo) e o segmento “nossas vias interiores” exerce a
função sintática de OBJETO DIRETO. Assim, a afirmação está
INCORRETA.

37 – B
Essa questão envolve aspectos de regência verbal e nominal.
O verbo INSERIR, naquela construção, é transitivo direto (OD= a bike)
e indireto, regendo a preposição EM. Como o objeto indireto é “seu
estilo de vida”, admite-se o emprego do artigo definido masculino,
formando “no” (em + o).
Já o adjetivo “ciente” rege a preposição “de” (alguém está ciente DE
ALGO). Assim, a construção correta é “estar ciente de que deverá
gastar...”.

38 – C
I – Assim como o verbo PREFERIR, o adjetivo PREFERÍVEL rege a
preposição “a” (Uma coisa é preferível A outra). Assim, “É preferível
controlar as emoções ao dirigir A causar acidentes”. Com isso,
eliminamos a opção B. Tome muito cuidado, pois a regência indicada
nessa opção incorreta é bastante usual na linguagem falada informal.
II – Após preposição, devemos usar o pronome oblíquo, exceto nos
casos em que o pronome atue como SUJEITO da construção. A oração
está em ordem inversa (o sujeito está posposto). Vamos colocá-la na
ordem direta para realizar a análise: “Não há mais conversa entre
____ e o psicólogo.”. Vimos, portanto, que o pronome a ser colocado
na lacuna NÃO ATUA COMO SUJEITO, portanto devemos usar um
pronome oblíquo: entre MIM e o psicólogo. Mais uma vez, a linguagem

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coloquial poderia influenciar negativamente o candidato, pois o


emprego do pronome “eu” é usual, apesar de inadequado. Eliminamos,
agora, a opção A.
III – O verbo REFERIR-SE exige a preposição “a” (alguém se refere A
ALGUMA COISA). Como o complemento verbal está representado pelo
pronome relativo, aquela preposição deve anteceder o pronome
relativo: “a que me referi” ou “ao qual me referi”. A única opção
válida é a letra C.
IV – Agora, temos um exemplo do pronome na função de sujeito
(comentário do item II), cabendo o emprego do pronome pessoal reto,
e não oblíquo, após a preposição: “Os psicólogos fizeram um pedido
para EU dirigir com mais cautela”. O pronome “eu” atua como sujeito
do verbo DIRIGIR, por isso não poderíamos empregar “mim”.

39 – E
O verbo AJUDAR rege a preposição EM (ajudar NO combate).
Por sua vez, o substantivo COMBATE rege a preposição “a”. Como o
termo regido é um substantivo feminino, ocorre a crase, assunto de
nossa próxima aula: combate à depressão.

40 – ITEM ERRADO
Essa questão é para deixar um gostinho de “quero mais” para a
próxima aula. Envolve aspectos de regência e crase.
O erro está na identificação do termo que exige a preposição, coisa
muito comum em provas de diversas bancas.
Na verdade, quem exige a preposição “a” é a palavra “referência”. O
encontro dessa preposição com o artigo definido feminino que
antecede “segurança pública” faz formar “à”. Mais sobre isso, só na
próxima aula. Até lá.

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