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Remédios Constitucionais IV – DIREITO CONSTITUCIONAL

Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS IV

Esta aula abordará o tema Remédios Constitucionais, como o habeas corpus,


o habeas data, a ação popular, o mandado de injunção e principalmente o man-
dado de segurança, a partir de seus principais aspectos constitucionais.

5. MANDADO DE SEGURANÇA

O Supremo Tribunal Federal entende que, no mandado de segurança, os


fatos devem vir demonstrados em forma de prova pré-constituída:
“O mandado de segurança não abre margem a dilação probatória. Os fatos
articulados na inicial devem vir demonstrados mediante os documentos
próprios, viabilizando-se requisição quando se encontrarem em setor público”.
(RMS 26.744).
“Com efeito, o mandado de segurança impetrado contra decisão judicial só
é admissível nas raras hipóteses em que ela não possa ser atacada por outro
remédio processual, exigindo-se ademais, a presença de direito líquido e certo”.
(MS 25.340/DF).
Não se aplica mandado de segurança em ato que caiba recurso administra-
tivo com efeito suspensivo, uma vez que o recurso administrativo é menos gra-
voso e possui efeito suspensivo:
“Ato Administrativo. Pendência de recurso administrativo com efeito sus-
pensivo. Não se dará mandado de segurança quando se tratar de ato de que
caiba recurso administrativo com efeito suspensivo” (inciso I do art. 5º da Lei
1.533/1951) [...].” (MS 26.178–AgR).

5.1. Mandado de Segurança Coletivo

O Supremo Tribunal Federal entende que as regras do mandado de segu-


rança coletivo se aplicam ao mandado de injunção coletivo. A lei que dispõe
sobre o mandado de segurança é a Lei n. 12.016/2009.
O Mandado de Segurança Coletivo é abordado pelo texto constitucional no
art. 5º:
ANOTAÇÕES

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Art. 5º LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a. partido político com representação no Congresso Nacional.
b. organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente consti-
tuída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados.

O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


• Partido político: que tenha representação no Congresso Nacional. A dou-
trina defende que um parlamentar já é suficiente para comprovar represen-
tação no congresso nacional. Parte da doutrina entende que, caso o partido
político perca representação no congresso depois de impetrar o mandado
de segurança, não impedirá o prosseguimento regular do mandado.
• Entidade de classe
• Organização sindical: Sindicatos (conforme art. 8º do texto constitucional).
• Associação: Associação legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano.

O art. 21 da Lei n. 12.016/2009 determina os legitimados extraordinários:


Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interes-
ses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por orga-
nização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e
certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma
dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada,
para tanto, autorização especial.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, essas entidades não precisam de auto-
rização especial para impetrar mandado de segurança coletivo, uma vez que se
trata de substituição processual. Uma associação, por exemplo, pode impetrar
um mandado de segurança coletivo e atuar na representação de seus filiados,
conforme art. 5º, XXI, da Constituição, que neste caso, necessita de autorização:

XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimi-


dade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
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O Supremo Tribunal Federal entende que:


“O inciso LXX do art. 5º da CF encerra o instituto da substituição processual,
distanciando-se da hipótese do inciso XXI, no que surge no âmbito da represen-
tação. As entidades e pessoas jurídicas nele mencionadas atuam, em nome pró-
prio, na defesa de interesses que se irradiam, encontrando-se no patrimônio de
pessoas diversas. Descabe a exigência de demonstração do credenciamento”.
(RMS 21.514).
“O partido político não está, pois, autorizado a valer-se do mandado de segu-
rança coletivo para, substituindo todos os cidadãos na defesa de interesses indi-
viduais, impugnar majoração de tributo”. (RE 196.184).
“A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva cate-
goria”. (Súmula 630).
“A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em
favor dos associados independe da autorização destes”. (Súmula 629).
A Doutrina e o Supremo entendem que a exigência temporal de um ano de
funcionamento somente se aplica à associação:
“Legitimidade do sindicato para a impetração de mandado de segurança cole-
tivo independentemente da comprovação de um ano de constituição e funciona-
mento”. (RE 198.919).

 Obs.: Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online,
de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Wellington
Antunes.
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