You are on page 1of 7

Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física C – 2018.

DATA DO RELATÓRIO: 16/07/2016

TÍTULO DO EXPERIMENTO:

Óptica Geométrica: Reflexão e Refração da Luz, Propriedades das Lentes

DATA DO(S) EXPERIMENTO(S): 18/06/2018

TURMA E GRUPO: T07G02

EQUIPE:

Adriano de Jesus Miranda

Caio Filipe Barroso Chamusca

Joseph Teles Santos

Rafael Melo Lourenço

PROFESSORES: Rogério Machado

LOCAL: Sala 14 ou Sala 18 DFI/CCET/UFS – São Cristóvão

1.Objetivos

1.1. Objetivo Geral

1.1.1 Estudar o comportamento de um feixe luminoso quando refletido e quando refratado em


diversos tipos de superfícies.

1.2. Objetivos Específicos

1.2.1 Verificar a partir dos resultados experimentais:

1.2.1.1 A lei de Snell para reflexão

1.2.1.2 A lei de Snell para refração

1.2.2 Determinar experimentalmente o valor das seguintes grandezas:

1.2.2.1 Índice de refração do prisma semicilíndrico a partir do ajuste não-linear do ângulo


de refração em função do ângulo de incidência, e comparar com seu valor esperado, nacrílico = 1,489(1).

1.2.2.2 Obtenção do ângulo crítico a partir do nacrílico obtido a partir do ajuste não linear
para ângulo de refração versus ângulo de incidência.

1.2.3 Responder as seguintes questões:

1.2.3.1 Se tivéssemos realizado o experimento de refração com o prisma imerso em um líquido


cujo índice de refração fosse maior do que o prisma usado seria possível determinar o ângulo
crítico?

2.Metodologia

2.1. Materiais utilizados

[1] Disco graduado

[2] Semicilindro de acrílico

[3] Fonte luminosa

[4] Hastes de sustentação

[5] Laser de He-Ne

[6] Cilindro de acrílico

2.2. Aparato experimental


Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física C – 2018.1
Inicialmente, montou-se o disco graduado com sua superfície na horizontal. Em seguida, fora
ligado o laser à fonte de alimentação. Instalou-se o laser no banco óptico de modo que o feixe
luminoso percorria sobre o disco. Ajustando o laser de modo a que o feixe passasse pelo centro do
disco de maneira estar alinhado.

Posicionado o prisma semicilíndrico de acrílico no centro do disco graduado, com a face


plana alinhada com a linha guia que passa pelo centro do disco, se fez incidir o laser sobre sua
superfície plana.

2.3. Metodologia de obtenção dos dados

Variando o ângulo de incidência, determinou-se os ângulos de reflexão e refração


correspondentes. Medindo 11 valores da tríade: ângulo de incidência (θi), ângulo de reflexão (θr)
e ângulo de refração (θt). Tais valores estão na Tabela 1. E para determinar o ângulo crítico, o
ângulo de incidência foi variado até identificar o ângulo a partir do qual a refração não era mais
observada. Os ângulos foram medidos em graus. A incerteza foi determinada analogicamente, tomando
a menor medida e dividindo por dois, ficando portando 0,5º.

2.4. Metodologia para a análise de dados

2.4.1 Lei de Snell para Reflexão

Os dados obtidos referentes aos ângulos de incidência, aos ângulos de reflexão e suas
respectivas incertezas, que foram determinadas como metade da menor medida possível do disco
graduado, foram exportados para o SciDavis, onde foi feito um ajuste linear segundo a equação y =
A*x + B, em y representa θr e x representa θi, para os valores dos ângulos de reflexão em função
do ângulo de incidência.

Os valores obtidos de A e B obtidos, mostrados na figura 2, foram comparados com os valores


esperados teoricamente para comprovação da Lei de Snell para a reflexão.

2.4.2 Obtenção do índice de refração do acrílico e Lei de Snell para Refração

Os dados obtidos referentes aos ângulos de incidência, aos ângulos de refração e suas
respectivas incertezas, que foram determinadas como metade da menor medida possível do disco
graduado. E posteriormente foram exportados para o software SciDavis.

A partir de um ajuste não-linear segundo a equação:


𝑛1
𝜃𝑡 = 𝑎𝑠𝑒𝑛 ( 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖 ) (1)
𝑛2

feito pelo programa SciDavis foram obtidos os valores do índice de refração do acrílico e
sua respectiva incerteza.

Considerando-se o índice de refração do ar(n2) igual a 1, o valor de n1 foi comparado com o


valor esperado teoricamente a partir do cálculo do erro relativo para verificação da correspondência
com a Lei de Snell para Refração.

2.4.3 Obtenção do ângulo crítico

O ângulo de crítico de incidência para o qual o ângulo de refração é igual a 90º relaciona-
se aos índices de refração absoluto dos meios 1 e 2 segundo a equação:
𝑛2
𝑠𝑒𝑛𝜃𝑐 = 𝑠𝑒𝑛90° (2)
𝑛1

Sendo o valor de n2 igual a 1, e considerando o valor encontrado de n1 através do ajuste e


reescrevendo a eq. (1):
1
𝜃𝑐 = 𝑎𝑠𝑒𝑛 ( ) (3)
𝑛1

Observando a eq.(2) conclui-se que a medida do ângulo crítico depende apenas da medida de
n1, e para o cálculo da incerteza de θc aplica-se a propagação de incerteza na equação acima:

𝜕𝜃𝑐 2
𝜎𝜃𝑐 = √( 𝜎 ) (4)
𝜕𝑛1 𝑛1
Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física C – 2018.1

𝜎𝑛1
𝜎𝜃𝑐 = 1
(5)
𝑛1 2 √1− 2
𝑛1

Utilizando-se as equações acima foram calculados os valores de θc esperado e sua respectiva


incerteza teórica, e esse resultado foi utilizado para comparação com os valores obtidos utilizando-
se a equação de para o cálculo do erro relativo:
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜−𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = | | (6)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

3.Resultados e Discussão

3.1. Lei de Snell para reflexão

Segundo a Lei de Snell para a Reflexão de um feixe de luz incidente e posteriormente


refletido em uma superfície diz que o ângulo de incidência do feixe é igual ao ângulo de reflexão.

Na tabela 1 encontram-se os valores medidos para os ângulos de incidência, de reflexão e


suas respectivas incertezas, referentes ao experimento.

Tabela 1. Dados experimentais de θi, θr e θt

Meio 1 Acrílico
n1(teórico) 1,489(1)
Meio 2 Ar
n2(teórico) 1
n21(teórico) 0,6716(5)
θi [graus] 0,0(5) 5,0(5) 10,0(5) 15,0(5) 20,0(5) 25,0(5) 30,0(5) 35,0(5) 40,0(5) 41,0(5)

θr [graus] 0,0(5) 5,0(5) 10,0(5) 15,0(5) 20,0(5) 25,0(5) 30,0(5) 35,0(5) 40,5(5) 41,0(5)

θt [graus] 0,0(5) 8,0(5) 15,5(5) 23,5(5) 31,0(5) 39,8(5) 48,5,1(5) 59,8(5) 76,5(5) 79,5(5)

θc [graus] 42,0(5)

Plotando-se os valores dos ângulos de reflexão versus os ângulos de incidência, obtém-se o


gráfico mostrado na figura 1. E aplicando-se o ajuste linear aos dados obtém-se a curva mostrada
na figura 2.

Figura 1. Dados experimentais θr e θi


Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física C – 2018.1

Segundo os dados obtidos da curva a partir do ajuste dos dados para A*x+B, os valores
esperados segundo a teoria para A e B, seriam 1 e 0 respectivamente.

Figura 2. Ajuste linear θr e θi

Comparando-se os valores obtidos graficamente com os valores teóricos aplicando a equação


para o erro relativo para A:

1,00 − 1
𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = | | = 0,00
1
Sendo o erro relativo de A zero e o erro sistêmico representado por B valendo -0,05º, que é
próximo ao esperado valor 0,00º, conclui-se que comprovou-se de forma satisfatória a Lei de Snell
para a Reflexão.

3.2. Determinar experimentalmente o valor das seguintes grandezas:

3.2.1. Índice de refração do prisma semicilíndrico e verificação da Lei de Snell para a refração

Segundo a Lei de Snell para a refração os senos dos ângulos de incidência e de refração se
relacionam segundo a equação:
𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑖 𝑛2
= (7)
𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑡 𝑛1

𝑛1
𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑡 = 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑖 (8)
𝑛2

Onde os valores de n1 e de n2 são constantes, e consequentemente o quociente n1/n2 também é,


como segue da teoria que a razão entre os senos dos ângulos de refração e incidência para um feixe
de luz que passa de um meio 1 para um meio 2, é constante e igual ao quociente entre as razões dos
índices de refração absoluto de cada meio.

Os senos dos ângulos de incidência e de refração para um feixe de luz que passa de meio para
outro estão relacionados segundo a eq.(8). Isolando na equação o ângulo de refração:
𝑛1
𝜃𝑡 = 𝑎𝑠𝑒𝑛 ( 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖 ) (9)
𝑛2
Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física C – 2018.1

Em que n1 é o índice de refração absoluto do acrílico e n2 é o índice de refração absoluto


do ar.

Na tabela 1 são mostradas as medidas dos ângulos de incidência(θi), dos ângulos de


refração(θt) e suas respectivas incertezas. Plotando-se θi versus θt obtêm-se o gráfico mostrado na
figura 5.

Figura 3. Dados experimentais θt e θi

Aplicando-se sobre os um ajuste não-linear para os dados de θi e θt, obtêm-se a curva mostrada
na figura 6.

Figura 4. Ajuste não-linear θt e θi


Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física C – 2018.1

Sendo o valor teórico esperado de n1(índice de refração absoluto do Acrílico) de 1,489(1), o


erro relativo referente a n1:

1,503 − 1,489
𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = | | = 0,0094
1,489
Comparando ao valor encontrado ao valor teórico, conclui-se que é satisfatório, tendo em
vista um erro de 0,94%. E considerando que 0,94% é um valor pequeno de erro relativo para a medida
de n1, é possível afirmar que a Lei de Snell é verificada para os dados obtidos no experimento.

3.2.2 Ângulo crítico

A partir do valor encontrado de n1(índice de refração do acrílico) a partir do ajuste não


linear do ângulo de refração em função do ângulo de incidência, é possível calcular o ângulo
aplicando a seguinte equação:
𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐 𝑛2
= (10)
𝑠𝑒𝑛 90° 𝑛1

Substituindo-se os valores de n2(índice de refração do ar) por 1 e de n2 pelo valor encontrado


no item anterior encontramos:

𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐 = 0,665

𝜃𝑐 = 𝑎𝑠𝑒𝑛(0,665)

𝜃𝑐 = 41,7(1)°

Substituindo-se os valores teóricos de n1 encontramos um ângulo crítico θc igual a 42,1(5)º.

Tabela 2. Dados obtidos no ajuste não-linear

Meio 1 Acrílico
n1 1,503(2)
Meio 2 Ar
n2 1
n21 0,665(1)
θc
41,7(1)
[graus]

Na tabela 3 mostrada acima encontram-se os valores calores anteriormente. E fazendo-se uma


comparação com o valor teórico esperado de θc de 42,2(5)º temos um erro de:

41,7 − 42,2
𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = | | = 0,0118
42,2
Comparando ao valor encontrado ao valor teórico, conclui-se que é satisfatório, tendo em
vista um erro de 1,18%.

3.3. Resposta as questões propostas

3.3.1 Ângulo crítico se o prisma fosse imerso em um líquido cujo índice de refração fosse maior
do que o do prisma usado

O ângulo de crítico de incidência para o qual o ângulo de refração é igual a 90º relaciona-
se aos índices de refração absoluto dos meios 1 e 2 segundo a eq.(10).

𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐
= 𝑛21
𝑠𝑒𝑛 90°
Observa-se da eq.(10) que se n2>n1 implica que sen θi>sen θt e consequentemente o ângulo de
incidência é maior que o ângulo de refração, ou seja, o feixe luminoso após sofrer refração se
aproxima da normal a superfície. E analogamente se n2<n1 implica que sen θi<sen θt e consequentemente
Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física C – 2018.1

o ângulo de incidência é menor que o ângulo de refração, ou seja, o feixe luminoso após sofrer
refração se afasta da normal a superfície.

Se ocorrer o caso em o índice de refração absoluto de primeiro meio for menor que o índice
de refração absoluto do segundo meio aconteceria que:

𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐 𝑛2
= = 𝑛21 > 1
𝑠𝑒𝑛 90° 𝑛1

Que é um absurdo pois não existe um valor de ângulo cujo seno seja maior que 1. Mas como na
situação abordada o semicilindro de acrílico imerso em um meio líquido cujo índice de refração
absoluto é maior, isso não acontece e nesse caso seria possível medir o valor do ângulo crítico.

4.Conclusões

Quando um feixe de luz passa de um meio material transparente para outro, parte da luz é
refletida na interface entre os meios e parte entra no segundo meio (parte refratada). No
experimento, o meio 1 era o acrílico e o meio 2 o ar.

Por meio do experimento supracitado, foi possível confirmar a Lei de Snell para reflexão,
na qual o ângulo refletido era igual ao ângulo de incidência, com erro relativo de 0%. O erro
sistêmico, fora de -0,05 °, o que nos dá uma confiabilidade dos procedimentos experimentais e da
coleta de dados por meio do aparato utilizado.

Cada um dos meios é caracterizado por um parâmetro adimensional denominado índice de


refração. Que é uma relação entre a velocidade da luz no vácuo (c) e a velocidade da luz em um
determinado meio. Sabendo que o índice n2 =1 para o ar, determinou-se o valor do índice de refração
do acrílico, sendo este determinado como a inclinação da curva do gráfico posto na Figura 4.

E, portanto, o valor o n1=1,503(2), obtido por meio de ajuste não linear da equação eq.(XY),
é o valor obtido para o índice do acrílico. Quando comparado com o valor teórico, o erro relativo
foi de apenas 0,94%. Portanto comprovamos a confiabilidade da Lei de Snell, para a refração.
Concluímos também, que de fato, o ângulo é menor no meio em que o índice de refração for maior,
neste caso o ângulo refratado no ar foi sempre menor que o incidido no acrílico.

Sendo então o meio (2) com um índice de refração menor do que aquele do meio (1) (acrílico),
testificou-se que após um certo ângulo incidente(𝜃𝑐 ), o ângulo refratado, que alcança os 90º em 𝜃𝑐 ,
não mais aparece. Esse valor máximo é um limite para o ângulo de incidência e por isso nos referimos
a esse ângulo como o ângulo crítico. Por meio da equação:
𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑐
= 𝑛21 ,
𝑠𝑒𝑛 90°

𝑛2
onde 𝑛21 = = 0,665(1), e portanto 𝜃𝑐 = 41,7(8).
𝑛1

You might also like