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O que é ser Igreja hoje?

Hoje estava me perguntando o que é ser Igreja no dia de hoje? Será que é simplesmente ser Católico? Ir a Missa?
Frequentar uma Paróquia?

Pensei, pensei, comecei a lembrar do Hino da Igreja, até que lembrei de São Paulo: " Não sou eu que vivo é Cristo que
vive em mim, depois lembrei que vivo neste mundo, mas não pertenço a esse mundo. Mas o que é ser Igreja mesmo?

Aí o Espirito Santo me mostrou que ser Igreja é antes de tudo ser Deus para o próximo, se eu ñ sou reflexo de Deus
para meus irmãos, ñ sou Igreja, pq Cristo habita em mim, quando me torno sacrário vivo do Mestre, estou em comum
união com Ele que é cabeça e com o Corpo que são meus irmãos. Ser Igreja é vc olhar para uma procissão e enxergar
um corpo e não uma multidão, é vc entrar na Igreja e sentir sua principal casa, assim como os apóstolos se encontravam
para partir o pão e rezarem, com o Pedro, assim devemos entrar na Igreja, vivendo em comunhão na partilhar do pão,
do amor, da felicidade, do abraço com nossos irmãos e com o pastor que Deus colocou na Igreja para guiar o seu
rebanho.

Mas qual é o meu dever de ser Igreja no mundo, no meio de pessoas que não vivem a Igreja, de pessoas que não sabem
o valor de ser Igreja? É me doar completamente ao irmão perdido, sem olhar a quem, é ser luz em meio as trevas, é
lançar as redes sem escolher o peixe que quero pegar, é aumentar esse Corpo que é a Igreja, através do nosso exemplo,
nossa simplicidade.

Hoje dentro do ônibus fiquei observando as pessoas, e pedindo perdão ao Pai, pois muitas vezes reclamo de tão pouca
coisa, e tem pessoas que sofrem muito mais que eu, e pior, que infelizmente não tem o alimento de força que eu tenho,
que é a Eucaristia. Lembrei de Cristo falando com Pedro, como se ele estivesse falando novamente comigo: "Seja
pescadora de homens", rapidamente mudei minha aparência, pois a primeira evangelização não é o que sai da minha
boca, é o que o meu rosto mostra.

Agradeço Pai por ter me escolhido, assim como sou pra fazer parte e ser Igreja contigo, cada dia mais confirmo a minha
fé em seu Altar, doando o pouco que sou para seu Reino. Peço a Deus para que continue abençoando minha Comunidade
Matriz de Santa Rita, cada membro e que o Espírito Santo possa iluminar o coração de cada um para o verdadeiro
sentido de Comunidade, para que no próximo ano possamos ser um só com o nosso pastor.

De maneira muito especial coloco no seu braço de Pai o nosso pastor Pe. Wagner Toledo, que ele possa ter as forças
necessárias, força de Pedro no inicio da Comunidade Cristã, para conduzir o seu rebanho, e para ele vencer todas as
tribulações que encontra nesse caminho de missão, que ele esteja sempre protegido pela luz do Espirito santo, assim
como o seu rebanho e seus familiares.

Santa Rita de Cássia, Rogai por nós!

DM/Opinião

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A Igreja Católica no Brasil de hoje

Uma instituição humana e, como tal é santa e pecadora ao mesmo tempo

Postado por Marcos Sassatelli em 13 de maio de 2017 às 00h10


Atualizado em 13 de maio de 2017 às 00h10
A Constituição Pastoral sobre a Igreja do Concílio Ecumênico Vaticano II tem como título “A Igreja no mundo de

hoje” e não “A Igreja e o mundo de hoje”. A historia da Igreja – como também de toda e qualquer instituição, religiosa

ou não – não é uma historia paralela ou oposta à história do mundo, mas parte integrante dela.

O Concílio afirma: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo

dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos

discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco em seu coração (A

Igreja no mundo de hoje, 1).

E ainda: “Para desempenhar sua missão (ser ‘Igreja em saída’) a Igreja, a todo momento (reparem: a todo momento!),

tem o dever de perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho, de tal modo que possa responder,

de maneira adaptada a cada geração, às interrogações eternas sobre os significados da vida presente e futura e de suas

relações mútuas. É necessário, por conseguinte, conhecer e entender o mundo no qual vivemos, suas esperanças, suas

aspirações e sua índole frequentemente dramática” (Ib. 4). O método sugerido é “ver-julgar-agir” (“analisar-interpretar-

libertar”).

A situação do Brasil hoje é uma situação de desigualdade social cada vez maior, de injustiça institucionalizada, de

práticas políticas descaradamente interesseiras (do “toma-lá-dá-cá, do “vale-tudo”).

Para ilustrar essa situação iníqua, basta lembrar a barganha do governo ilegítimo Michel Temer a respeito das Reformas

(Antirreformas). “Planalto parte para ‘vale-tudo’ (manchete). Na batalha da Reforma da Previdência “Michel Temer se

prepara para a votação no plenário e sabe que terá que acenar a deputados com emendas e cargos (os chamados
‘agrados’ à base aliada) para chegar aos 308 votos necessários” (O Popular, 07/05/17, p. 4). É uma prática política

nojenta!

Nesta realidade, que clama a Deus por justiça, qual é a posição ou quais são as posições da Igreja? Perscrutando – como

nos ensina o Concílio – os sinais dos tempos e interpretando-os à luz do Evangelho, percebemos claramente (é uma

leitura crítica da realidade e não um julgamento das consciências individuais, que só Deus pode fazer) que, no Brasil,

temos hoje três posições da Igreja, representando três maneiras de ser Igreja.

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A primeira posição é a de uma Igreja profética, que anuncia o projeto de vida de Jesus de Nazaré (o Reino de Deus) e

denuncia sem medo – se necessário, até com o martírio – tudo o que é contrário a esse projeto. A segunda posição é a

de uma Igreja – cega, surda e muda – que fica em cima do muro (na realidade, com o seu silêncio, fica do lado do poder

dominante, ou seja, do “status quo”) e que lava as mãos (como Pilatos). A terceira posição é a de uma Igreja claramente

aliada dos ricos e poderosos (traindo – como Judas – Jesus de Nazaré nos pobres); Qual das três posições torna presente

hoje a prática de Jesus de Nazaré? Sem dúvida nenhuma, é a primeira.

Diante das Reformas (Antirreformas) Trabalhista e da Previdência e da Lei da Terceirização, que são uma iniquidade

diabólica – planejada em favor dos ricos e contra os trabalhadores – a CNBB, diversas dioceses, cerca de cem bispos e

outras lideranças da Igreja se posicionaram de forma profética – oralmente ou com Notas públicas – contra as Reformas,

convidando o povo a se unir e a lutar por seus direitos e dando todo apoio à greve geral do dia 28 de abril último.

Infelizmente, porém, muitas dioceses, bispos e outras lideranças ficaram calados. É um pecado de omissão e um

verdadeiro crime! Pior ainda foi a atitude repugnante – desumana e antievangélica – de certos lideres da Igreja, que –

mesmo sendo bispos ou cardeais – não entenderam nada do que significa ser cristãos. Como exemplo desse

comportamento vergonhoso, cito somente um fato, que é muito ilustrativo.

Conforme reportagem de Mauro Lopes, “no começo da tarde (do dia 26 de abril último), o cardeal arcebispo de São

Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, rompeu o silêncio e falou. Um vexame que envergonhou a Igreja. Escalado para a

entrevista coletiva da primeira tarde da Assembleia Geral da CNBB, pouco depois das 15h, o cardeal foi encarregado

de falar sobre os temas sociais do país. Ao apresentar a agenda da Assembleia, ele ignorou a greve geral. Questionado

por um jornalista, dom Odilo deu razão a todos os que o acusam de aderir ao regime do golpe. Disse secamente que ‘o
povo tem direito de se manifestar’, disse que espera que a Reforma da Previdência seja boa (?) e arrematou: ‘dizer que

somos a favor ou contra é muito simplista’”. Foi realmente um vexame que envergonhou a Igreja! Como nos faz falta

– em São Paulo e no Brasil – o grande profeta Dom Paulo Evaristo!

O autor da reportagem afirma: “É significativo o silêncio dos cardeais de São Paulo (dom Odilo Pedro Scherer) e do

Rio (dom Orani Tempesta), que tornam suas Arquidioceses bastiões do conservadorismo católico no país, em oposição

ao Papa Francisco” (acrescento eu: oposição diplomática e silenciosa, que é a mais hipócrita de todas as oposições)

(http://www.ihu.unisinos.br/567032-cnbb-e-mais-de-60-bispos-convocam-populacao-para-a-greve-geral).

Mesmo fervendo de indignação profética diante desse tipo de comportamento vergonhoso (possível em nossa condição

humana neste mundo) não perdemos a esperança. Sabemos que a Igreja – embora de origem divina – é uma instituição

humana e, como tal é santa e pecadora ao mesmo tempo. E, quando dizemos que a Igreja é pecadora, não falamos

somente dos pecados pessoais dos cristãos e cristãs (todos e todas – enquanto seres em construção – somos limitados e

pecadores), mas sobretudo do pecado estrutural da Igreja (a injustiça institucionalizada, muitas vezes em nome de Deus)

e dos que o sustentam e fortalecem com sua prática.

Em pleno século XXI temos ainda bispos, padres, religiosos/as e outras pessoas que – por incrível que pareça – sonham

com uma “Igreja imperial” (basiliké), com uma “Igreja feudal” ou com uma “Igreja capitalista”.

Por falar em Igreja capitalista, lembro-me de um fato, em si de pouca relevância, mas muito significativo. A imagem

de Nossa Senhora da Terra (da Paróquia homônima, do Jardim Curitiba III – Goiânia – GO), cuja história remonta à

luta pela terra no Pará, é vestida de trabalhadora rural (de mulher pobre) e o menino Jesus, de filho de trabalhador rural

(de menino pobre). Já vi bispos, padres, seminaristas e outras pessoas que, diante da imagem, torceram disfarçadamente

o nariz com um sorriso irônico contido de desaprovação. Por felicidade, porém, encontrei também o meu irmão

dominicano frei Henri, advogado e defensor dos trabalhadores rurais no Pará (atualmente na França, cuidando da saúde)

que, depois de ver a imagem, com o rosto iluminado sorriu e vibrou de alegria.

Quando a imagem de Nossa Senhora é vestida de mulher rica, a maioria das pessoas acha bonito. Com isso não estão

dizendo que o ideal de vida é o da mulher rica? Maria não foi uma mulher pobre? Jesus não nasceu numa manjedoura?

À luz do Evangelho, essas pessoas não precisam rever totalmente sua escala de valores?
Os cristãos e cristãs que acreditamos no projeto de Jesus de Nazaré (o Reino de Deus ou, em outras palavras, a

“sociedade do bem-viver”, a “terra sem males”) renovemos a nossa esperança. Que o Espírito Santo – o Amor de Deus

– nos torne verdadeiros profetas e profetisas de Jesus de Nazaré no Brasil e no mundo de hoje! E que os Profetas Dom

Helder, Dom Paulo, Dom Tomás e muitos outros – sobretudo os profetas e profetisas de nossas Comunidades de Base

e de nossos Movimentos Populares – que já partiram, mas que de outra forma continuam a caminhar conosco,

intercedam por nós!

(Fr. Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção-SP),

professor aposentado de Filosofia da UFG. E-mail: mpsassatelli@uol.com.br)

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