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Henri Fayol e o Processo Administrativo

O famoso engenheiro francês Jules Henri Fayol, foi um dos principais personagens da teoria clássica
da administração. Aos 19 anos, Fayol entrou para uma companhia metalúrgica e carbonífera que se encontrava
a beira da falência, após assumir um cargo de direção, conseguiu recuperar as finanças da empresa e levá-la a
um novo patamar. Em 1918, entregou seu cargo, aposentando-se aos 77 anos de idade. Nos últimos anos de
sua vida, dedicou-se a divulgar os princípios da administração, fundou o Centro de Estudos Administrativos
e lançou o livro Administração Geral e Industrial, no qual expunha que administração era uma função distinta
das demais funções, como finanças e produção, por exemplo.
A abordagem clássica da administração, divulgada por Fayol, trouxe o desenvolvimento da teoria
conhecida como gestão administrativa ou processo administrativo, no qual, pela primeira vez, se falou em
administração como disciplina e profissão. A definição da escola do processo administrativo, ou enfoque
funcional (como também é chamada) baseia-se no conceito de que administrar é um processo de tomar
decisões. De acordo com Henri Fayol, essas decisões se encontram agrupadas em cinco categorias, que são:
planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Cada uma dessas categorias se trata de um processo
distinto e são comumente chamadas de funções que juntas tornam a administração mais dinâmica e eficiente.

Função administrativa de acordo com Henri Fayol

O conhecimento administrativo ainda era bastante precário na época, existindo uma grande
necessidade de informação em relação às questões corporativas. Para responder essa necessidade, Henri Fayol
criou e divulgou sua própria teoria, que dividia a empresa em seis atividades, levando a análise dos processos
para toda a organização. Essas atividades eram as funções técnicas, comerciais, financeiras, administrativas,
contábeis e de segurança. Para Henri Fayol, a função administrativa era a mais importante de todas (pois
coordenava as demais), e tinha como componentes:
Planejamento: Trata-se de um processo consciente e sistemático de tomar decisões sobre os objetivos
que a empresa buscará no futuro. Basicamente, estabelecia os objetivos e metas da organização e especificava
o modo como eles seriam alcançados. Vale ressaltar também, que o planejamento possui diferentes níveis
organizacionais (estratégico, tático e operacional);
Organização: De forma resumida, é considerado o instrumento de operacionalização do
planejamento. É a estrutura organizacional que possibilita a transformação dos planos em objetivos concretos.
Entende-se que é a maneira como a empresa coordena todos os seus recursos (humanos, financeiros, materiais
etc.) alocando-os de acordo com o planejamento.
Comando: É a condução da empresa no sentido de atingir os objetivos visados. A função de comandar
está diretamente ligada à autoridade e ao poder. Em seu sentido mais puro, trata-se de fazer com que os
subordinados (colaboradores) executem o que precisa ser realizado, de forma clara e concisa e de acordo com
os desejos da alta administração.
Coordenação: Podemos dizer, que significa reunir, unificar e harmonizar toda as atividades e esforços
visando o alcance dos objetivos previamente traçados durante o planejamento da organização. A implantação
de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços necessários por parte da
empresa. Resume-se em ligação e união.
Controle: Conceitualmente falando, é a necessidade de verificar se os procedimentos estão de acordo
com as regras e os princípios da empresa. Trata-se de estabelecer padrões e indicadores de desempenho que
permitem assegurar que as atitudes tomadas são as que a empresa espera. Através do controle das atividades,
é possível aumentar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as metas da organização.
Fayol sempre afirmou que seu êxito era resultado dos métodos que empregava e nada além disso.
Assim como Taylor, ele utilizou os últimos anos de sua vida para demonstrar que, com planejamento e
métodos adequados de gerência, os bons resultados seriam alcançáveis. Henri Fayol ressaltou ainda, que
nenhuma das cinco funções essenciais de uma organização (finanças, produção, técnicas, contábeis e
comerciais) possuem o encargo de formular o plano geral da empresa, de constituir seu corpo social, ou de
coordenar os esforços e harmonizar o trabalho, essas atribuições pertencem unicamente à função
administrativa.

Importância do gestor para Henri Fayol

Para Henri Fayol, o trabalho do dirigente consiste basicamente em definir diretrizes, tomar decisões,
atribuir responsabilidades e estabelecer metas em relação aos funcionários. Para assegurar o bom desempenho
dos gerentes, Fayol indicou alguns deveres (16 no total) que deveriam ser usados como modelo de gestão,
como por exemplo: estabelecer autoridade construtiva, formular decisões, manter a unidade de comando,
harmonizar as atividades, etc. Ao desenvolver sua teoria, ele também procurou delinear a capacidade
administrativa (um pequeno resumo de diversas atividades relacionadas à administração).
Para isso, ele propôs quatorze princípios essenciais a serem seguidos com o objetivo de se ter uma
administração com maior eficiência e eficácia. Esses princípios se tornaram uma espécie de prescrição
administrativa universal, pela qual segundo Fayol, devem ser aplicados de modo complacente e flexível. Para
ele, a administração, como toda ciência, deveria se basear sempre em leis e princípios. A partir do momento
em que as funções administrativas restringem-se ao corpo social, fez-se necessário a criação de condições que
assegurassem o bom funcionamento da empresa e por esse motivo Fayol elaborou quatorze princípios que
buscavam otimizar o funcionamento de uma organização.
Com seus valiosos princípios, Henri Fayol procurou delinear o que seria o modelo ideal de
administração. Nós temos, por exemplo, a divisão do trabalho como modelo de especialização das tarefas, a
autoridade e responsabilidade norteando as questões de ordem e obediência e a disciplina demonstrando a
necessidade de normas de conduta dentro de uma organização. Antes de Fayol, o problema da administração
se concentrava nas indústrias e usinas, com preocupação excessiva pela produtividade. Fayol levou a ciência
da administração para um nível de direção da empresa, mostrando como um processo administrativo pode ser
separado em áreas interdependentes de responsabilidades, princípios e funções. Para ele, a primeira condição
inerente ao chefe de uma companhia era a de ser um bom administrador.

Os 14 princípios de Henri Fayol e suas finalidades

Para os autores da teoria clássica não bastava enunciar elementos que serviam como base para as
funções do administrador. Era preciso ir além e estabelecer as normas e principais condições pelas quais o
administrador deveria desenvolver suas atividades. Henri Fayol (que defendia princípios semelhantes aos de
Taylor), acreditava que ele deveria seguir as normas e princípios que lhe ajudarão a desempenhar as funções
administrativas de planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar todos os problemas enfrentados pela
organização e suas consequências.
1. Divisão do trabalho: é o princípio que consiste na especialização das tarefas do trabalhador. O intuito
principal era o de dividir o trabalho existente em tarefas especializadas e assim destinar responsabilidades
para indivíduos específicos. Seu principal objetivo era o aumento da eficiência na execução das atividades.
2. Autoridade e responsabilidade: Para Henri Fayol, autoridade seria a capacidade de dar ordens e o poder
de se esperar obediência. A responsabilidade seria uma consequência natural da autoridade e refletia a
obrigação de prestar contas. A teoria clássica sinalizava que ambos os fatores deveriam sempre andar
equilibrados entre si.
3. Disciplina: Fayol apontava que a disciplina era um dos mais importantes fatores dentro das organizações.
Ele era dependente da obediência, da aplicação, do comportamento e do respeito aos acordos estabelecidos
entre gerentes e subordinados. Tinha como principal objetivo tornar as expectativas clara e punir as violações
dos funcionários.
4. Unidade de comando: Henri Fayol apontava que cada empregado deveria receber ordens de um único e
exclusivo superior. Esse princípio também ficou conhecido como o princípio da autoridade única. Ele tinha
como principal finalidade facilitar a comunicação e execução das atividades, uma vez existiria uma única
ordem de comando.
5. Unidade de direção: Fayol indicava que deveria existir nas organizações uma única cabeça e um único
plano para cada conjunto de atividades que possuam o mesmo objetivo. Para ele, diversificar planos e pessoas
de diferentes características numa mesma atividade, ocasionava desordem e baixa eficiência dentro da
organização.
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Na teoria clássica de Fayol, os interesses gerais da
organização sempre deveriam sobrepor aos interesses particulares dos funcionários. Na visão de Fayol, essa
linha de pensamento ajudaria a empresa a atingir seus objetivos mais rapidamente e com maior eficiência.
7. Remuneração de pessoal: Henri Fayol indicava que para se ter uma boa administração e rotina de
atividades, deveria haver justa e garantida satisfação dos empregados. Dessa forma, esse princípios
sustentava que os mesmos deveriam ser remunerados conforme acordado entre as partes, de maneira justa e
evitando a exploração.
8. Centralização: Fayol referia-se a centralização como o princípio de concentração da autoridade no topo da
hierarquia organizacional. Para ele, toda a tomada de decisão e o plano da empresa deveria ser uma atividade
exclusiva do alto escalão, existindo um único núcleo de comando centralizado (conceito similar ao cérebro
humano).
9. Cadeia Escalar: Considerado um dos mais importantes princípios da teoria clássica da administração.
Fayol apontava a cadeia escalar como a linha de autoridade de cima para baixo, ou seja, do mais alto comando
à mais baixa das funções. Funcionava em conjunto com o princípio da unidade de comando.
10. Ordem: Fayol considerava a ordem dentro das organizações um fator de extrema importância. Para ele,
todas as atividades e funções deveriam ter seu lugar e finalidades específica. Nada podia ser misturado, mas
sim ordenado, a fim de facilitar a direção da empresa. Essa era a ordem material e humana apontada pelo
engenheiro francês.
11. Equidade: Seria o princípio da justiça e amabilidade. Tinha como principal objetivo alcançar a lealdade
dos funcionários para com a organização. Sua base eram a manifestação do senso de justiça, a imparcialidade
e o respeito à igualdade de direitos. Esse princípio refletia valores que o próprio Fayol carregava consigo.
12. Estabilidade do pessoal: fator fundamental para o bom funcionamento da organização. Fayol apontava a
estabilidade como sinônimo de excelência, uma vez que a rotatividade seria prejudicial à eficiência da
organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, mais vantajoso seria para a empresa.
13. Iniciativa: Henri Fayol indicava na teoria clássica da administração, que a iniciativa era a capacidade de
visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. Os gestores deveriam estimular seus liderados
para encontrarem soluções dos problemas que se apresentem. Era uma das capacidades mais admiradas pelo
autor.
14. Espírito de equipe: Segundo Fayol, é o princípio que cultiva a harmonia, o entendimento e a união entre
as pessoas e a organização. É o responsável pela consciência da identidade de objetivos e esforços, sendo de
grande ajuda para o bom andamento dos negócios. Fayol apontava que todo trabalho deveria ser feito em
conjunto e auxiliado pela boa comunicação

A importância da administração para Henri Fayol

Por diversas vezes Fayol defendeu e enfatizou a qualidade dos bons administradores sobre as
questões técnicas do trabalho. Falando sobre jovens engenheiros, Fayol ressaltou que o sucesso de uma
empresa depende mais da habilidade administrativa de seus colaboradores do que de suas habilidades
técnicas. Para ele, um líder medíocre tecnicamente, mas que em geral seja um bom administrador, é de certa
forma mais útil para a organização do que um líder brilhante apenas na forma técnica. Henri Fayol discorreu
sobre várias teorias da administração, sempre destacando a importância de alinhar o conceito com a prática.
Para Henri Fayol a administração era a forma de governar ou gerenciar um negócio público ou
privado, fazendo o melhor uso possível dos recursos disponíveis para atingir os objetivos da empresa. De
certa forma ele tinha a ciência administrativa como parte fundamental de todos os componentes de uma
organização. Fayol ainda instituiu que o departamento administrativo era o responsável por garantir a unidade
da ação, da disciplina e da ordem, garantindo assim o bom relacionamento interno e externo da companhia. O
renomado autor ainda afirmou que, apesar de ser distinta, a administração se entrelaçava com outros
departamentos, agindo como um sistema nervoso dentro na empresa.

Conclusão - Henri Fayol

Recapitulando, nós podemos perceber que Henri Fayol teve uma importância fundamental para o
desenvolvimento da administração como ciência. Ele não foi apenas o primeiro a reconhecer a administração
como uma função separada das demais, mas foi o primeiro autor que conseguiu tornar mais nítido o papel e o
exercício administrativo. Apesar das críticas que a teoria clássica da administração recebeu, nós conseguimos
perceber que o Fayol buscou interpretar as funções e obrigações que rodeiam um administrador de empresas
de forma bastante clara e objetiva, facilitando o seu entendimento e apoiando, por meio de seus vários
trabalhos acadêmicos, o desenvolvimento e o futuro dessa ciência.
Henri Fayol ajudou a desenvolver e divulgar conceitos inovadores para a época em que viveu, como
por exemplo, a divisão do trabalho e a divisão das funções administrativas. Ele também criticou a metodologia
existente e mostrou de que modo ela interferia nos sistemas organizacionais das empresas ao redor do mundo.
O autor ainda foi um crítico do excessivo estudo matemático nos cursos de engenharia, afirmando que a escrita
era mais importante do que certos aspectos. Enquanto a escola clássica e a administração científica de Taylor
tinham ênfase na tarefa realizada por cada operário, a teoria clássica de Fayol tinha ênfase na estrutura da
organização, já que sua teoria partiu da abordagem sintética e universal da empresa, chegando a possuir uma
visão estrutural da mesma.

Para Fayol, a ciência da administração não se referia apenas ao topo de uma organização, pelo
contrário, ela se distribuía por todos os níveis hierárquicos. Uma de suas principais concepções era a de que,
a administração se tratava de uma questão de medida, ponderação e bom senso. Dessa maneira, vale ressaltar
que após o surgimento da teoria neoclássica da administração, ocorreu uma pequena alteração nas cinco
funções previamente estabelecidas por Fayol, uma vez que os autores do movimento neoclássico entendiam
que as funções de comandar e coordenar tinham o mesmo sentido singular de "direção". Assim, o famoso
POC3 fora compactado no PODC (planejar, organizar, dirigir e controlar), respectivamente

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