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017 – PARTE II
AVISO AOS LEITORES –
ESTA APOSTILA NÃO ATENDE A INTERESSES COMERCIAIS. ASSIM, PODE SER LIDA,
COPIADA E DISTRIBUÍDA A VONTADE, INCLUSIVE UTILIZANDO TEXTOS COMO SE FOSSEM
SEUS.
NÃO ASSUMIMOS A RESPONSABILIDADE POR EVENTUAIS ERROS. COMO EX-FISCAL
ADUANEIRO (20 ANOS), EX-ADVOGADO ADUANEIRO (30 ANOS), EX-PROFESSOR
ADUANEIRO TENHO CONSCIÊNCIA DE COMO É DIFÍCIL ACOMPANHAR A DINÂMICA DA
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA E IGUAL CONSCIÊNCIA DA FALIBILIDADE HUMANA..
AGRADECEMOS SE NOS INFORMAREM SOBRE POSSÍVEIS ENGANOS PELO E-
MAIL gueirosh@terra.com.br
AOS CANDIDATOS A DESPACHANTE ADUANEIRO: A MATÉRIA É VASTA E POUCOS SÃO
AQUELES QUE ESTÃO PREPARADOS PARA A PROVA. ESTA APOSTILA ESTÁ CHEIA
DE LINKS, QUE LEVAM AO DETALHAMENTO DO ASSUNTO. ACONSELHAMOS AQUELES
QUE NÃO SE SENTEM BEM PREPARADOS A NÃO USAREM O LINK. LEIA SOMENTE O QUE
ESTÁ NO TEXTO. A PROVA SERÁ NO INÍCIO DO ANO QUE VEM E NÃO HÁ TEMPO PARA
CONHECER DETALHES.
AOS DESPACHANTES CANDIDATOS A OEA – VOCÊ PRECISA DE NOTA ALTA.
CERTAMENTE JÁ ESTÁ PREPARADO. ACONSELHO-OS A VISITAR OS LINKS QUE LHES
INTERESSEM.
BOA SORTE.
HAROLDO GUEIROS
………………………………………………………………………………………………………………………………
CONTEÚDO DESTA PARTE II
2. Tributação nas Operações de Comércio Exterior. Noções de Tributação incidente
sobre Operações de Comércio Exterior. Imposto de Importação. Campo de
incidência. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquota. Regime de tributação comum.
Regime de tributação simplificada. Regime de tributação especial. Cálculo e
pagamento do imposto. Contribuintes e responsáveis. Responsabilidade solidária.
Isenção e redução. Tarifa Aduaneira. Tarifa aplicada – TEC. Tarifa consolidada. Ex-
tarifário. Imposto de Exportação. Incidência. Fato gerador. Base de cálculo,
alíquota e pagamento. Contribuinte. Tributos Internos incidentes sobre as
Operações de Comércio Exterior. Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.
PIS/Pasep – Importação. Cofins – Importação. CIDE Combustíveis. Taxa de
Utilização do Siscomex. Taxa de Utilização do Sistema Mercante. Adicional de
Frete para a Renovação da Marinha Mercante – AFRMM. Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Direitos Comerciais. Direitos
Antidumping.
……………………………………………………………………………………………………………………
Legislação Aduaneira:
2. Tributação nas Operações de Comércio Exterior.
Noções de Tributação incidente sobre Operações
de Comércio Exterior.
Os impostos incidentes nas operações de comércio exterior – a seguir examinados – são
tratadas diferentemente quanto à tributação.
Já as importações são tributadas de forma um pouco mais rígida pela União, utilizando-se
de fórmulas mais complexas para o cálculo dos impostos, onde cada produto, de acordo
com seu NCM, possui maior ou menor alíquota de impostos.
Imposto de Importação.
O imposto em estudo é considerado extrafiscal em sua função, pois ele é regulado não
por motivos de arrecadação, mas por razões de política econômica, consistindo em
importante instrumento para esta regulação, e por isso mesmo sua alíquota pode ser
alterada por decreto presidencial, não incidindo o princípio da legalidade nem
anterioridade.
Um dos principais motivos da extrafiscalidade do imposto de importação é proteger os
produtos nacionais da concorrência dos produtos estrangeiros. É plenamente justificável,
pois, com os altos custos de produção nacionais, que o preço final seja maior do que os
produtos oriundos de países estrangeiros. Uma eventual diminuição na alíquota dos
impostos de importação poderia levar ao aumento de nosso desemprego, fechamento de
empresas, e até o aumento da criminalidade, com a massa de populares sem trabalho.
Assim, está plenamente justificada a necessidade do caráter extrafiscal do imposto de
importação.
Esse controle de alíquotas é realizado pelo Poder Executivo de forma mais simples do que
para outros impostos, objetivando uma agilidade maior para a regulação da economia.
Campo de incidência.
Como sabemos, a lei traça hipóteses para o comportamento humano em razão de fatos
que podem ocorrer. Na hipótese do comportamento humano ser matar alguém, comete
crime e é preso. Por isso enquanto o fato não ocorrer estaremos somente no campo das
hipóteses. Exemplo em nossa área. Como veremos abaixo, a hipótese do nascimento do
fato gerador do imposto de importação está descrito na lei como a entrada do bem no
território nacional. Se a pessoa, física ou jurídica, nada importar, ficaremos apenas no
campo da hipótese, não ocorrendo, pois, a incidência do imposto de importação. A
contrário senso, se importar ocorre a subsunção, isto é, o descrito na norma como gerador
do I.I. realizou-se faticamente no mundo fenomênico.
Portanto, a incidência ocorre quando aquele fato, abstratamente previsto na Lei, se
materializa, fazendo com que a norma de tributação gere efeitos.
O art. 114 do CTN diz que o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em
lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Para Geraldo Ataliba (Hipótese de
Incidência Tributária – p 68) é a materialização da hipótese de incidência, representando
o momento concreto de sua realização que se opõe ao paradigma legal que o antecede.
Surge aqui o fenômeno da SUBSUNÇÃO:
“Disse-se que o fato, assim, se subsume à imagem abstrata da lei. Por isso, se houver
subsunção do fato à hipótese de incidência, ele será fato imponível (fato gerador). Se
não houver subsunção, estar-se-á diante de fato irrelevante para o direito tributário.”
Em linguagem mais simples, a lei elege fatos econômicos como geradores de tributos
(renda, propriedade, circulação de mercadorias, importação de mercadorias etc). E o
fenômeno da subsunção podemos entender como o encaixe rigoroso, exato, do que diz a
norma criadora da hipótese de incidência com o fato ocorrido em nosso mundo, como, por
exemplo, o registro de uma declaração de importação (entrada jurídica da mercadoria no
País). É o sapatinho da cinderela: encaixa exatamente naquele formato. Este é o fenômeno
da subsunção.
A lei dispôs que a incidência do imposto de importação passa a surtir seus efeitos se o
importador se subsumir à hipótese prevista como fato gerador, estudado a seguir, se e
quando registrar uma Declaração de Importação.
Fato gerador.
A lei precisava definir um momento, um átimo, em que a incidência pudesse ter início. Não
basta apenas a mercadoria vinda do exterior ser descarregada no País. Há necessidade do
surgimento de um ato, a ser eleito pela lei, para figurar como fato gerador do imposto. Cada
imposto tem seu momento como fato gerador. É o seu aspecto temporal. No caso do
imposto de importação o momento eleito pela lei foi o do registro da Declaração de
Importação.
Portanto, para ser importador não basta importar. Há necessidade do registro de um
documento junto à Receita que demonstre o desejo de desembaraçar a mercadoria, seja
como importador, seja como consignatário.
Base de cálculo.
O Regulamento Aduaneiro (Dec. 6.79/09) assim descreve a base de cálculo do imposto de
importação.
Art. 75. A base de cálculo do imposto é (Decreto-Lei no 37, de 1966, art. 2o, com a
redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 1o, e Acordo sobre a
Implementação do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT 1994 –
Acordo de Valoração Aduaneira, Artigo 1, aprovado pelo Decreto Legislativo no 30, de
15 de dezembro de 1994, e promulgado pelo Decreto no 1.355, de 30 de dezembro de
1994):
I – quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado segundo as normas
do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT 1994; e
II – quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa na
unidade de medida estabelecida.
Como vemos, a base de cálculo, de mais simplificada, resulta da alíquota da TEC incidindo
sobre o valor aduaneiro (que já inclui o seguro e frete). Hoje, com a informática e a partir
do SISCOMEX a base de cálculo deixou de ser uma dificuldade, como antes, pois um
programa de computador realiza com exatidão os cálculos de cada adição e o valor total a
ser recolhido.
Alíquota.
O dicionário Aurélio descreve alíquota como sendo “percentual com que determinado
tributo incide sobre o valor da coisa tributada. No caso do imposto de importação a
conceituação de alíquota está conjugada com a da base de cálculo, como vemos acima.
Considera-se alíquota específica aquela que incide sobre uma base de cálculo não
expressa em moeda, mas em uma unidade de medida indicada na Tarifa (Ex.: peso – uma
grama, um quilo, uma tonelada -; quantidade – R$10,00 por unidade, dúzia, milheiro)
Considera-se alíquota “ad valorem” uma percentagem a ser calculada sobre determinado
valor, que se traduz por base de cálculo. Salvo raríssimas exceções, o imposto de
importação é calculado por alíquota “ad valorem”.
Considera-se alíquota mista aquela que prevê a aplicação de uma alíquota “ad valorem”e
uma alíquota específica, podendo ser aplicada alternativamente ou cumulativamente.
Cigarros e automóveis tiveram alíquotas mistas.
Para solicitar alteração da alíquota na TEC a competência continua a ser da SECEX, através
do DEINT (Departamento de Negociações Internacionais – Praça Pio X, n. 54, 2.o andar, sala
201 – Rio de Janeiro – RJ, CEP 20.091-040). Após o pedido a SECEX edita Comunicados,
contendo edital de consulta aos interessados se têm alguma restrição às alterações
solicitadas, com prazo de 30 dias para manifestação.
A Resolução CAMEX n. 30/04 (DOU de 11.10.04) disciplina e edita formulário para proposta
de redução temporária de alíquotas da TEC.
Para internação quando sair da Zona Franca de Mais com destino a qualquer parte do
Brasil.
O RTS foi instituído pelo Decreto-Lei nº 1.804/1980, podendo ser aplicado a bens de
valor não superior a US$ 3,000.00 FOB, contidos em remessas postais ou encomendas
aéreas internacionais, as primeiras transportadas pelos Correios e as últimas por
empresa aérea com emissão de conhecimento de carga aéreo (airway bill). Remessas
expressas, aquelas transportadas por empresas de courier foram posteriormente
incluídas sub-repticiamente, ou seja, normas de menor valor ampliaram o alcance da
de maior valor…
Há isenção do IPI, PIS e Cofins. É cobrado Imposto de Importação de 60% sobre o valor
aduaneiro, independentemente da classificação tarifária, e o ICMS se cabível. O valor
aduaneiro inclui frete até o domicílio do contribuinte (se remessa expressa), a agência
próxima ao contribuinte (se remessa postal) ou o aeroporto onde for feito o desembaraço (se
encomenda), bem como seguro, ou seja, o valor aduaneiro não está limitado aos três mil
dólares americanos.
A Instrução Normativa RFB nº 1.073, de 1º de outubro de 2010, que dispõe sobre
remessas expressas, ou seja, em princípio não se aplica sobre remessas postais ou
encomendas aéreas, determina que podem ser objeto do RTS os bens destinados à
pessoa física que não permitam presumir operação com fins comerciais ou industriais,
e os destinados à pessoa jurídica, para uso próprio (isto é, não destinados a revenda
ou industrialização) ou amostras.
Nesse entendimento, um atleta que importe uma quantidade alta de bolas pode
ensejar a suspeita de que as bolas sejam destinadas a comercialização. Já o
enfermeiro ou tatuador teria menos dificuldade, pois as agulhas seriam usadas na
profissão, não sendo nem revendidas (o cliente paga o serviço, que inclui o uso das
agulhas, mas não se torna proprietário das mesmas) nem industrializadas (as agulhas
são usadas, mas não sofrem transformação).
Assim, o pagamento é feito antes do registro da D.I., e isto só será feito se o contribuinte
importador tiver saldo suficiente para a transferência do respectivo valor para os cofres da
Receita Federal.
Contribuintes e responsáveis.
Contribuinte
O Regulamento Aduaeiro (dec. 6.759/09) identifica o contribunte do imposto de
importação:
Art. 104. É contribuinte do imposto (Decreto-Lei no 37, de 1966, art. 31, com a redação
dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 1o):
I – o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de
mercadoria estrangeira no território aduaneiro;
II – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente;
e
III – o adquirente de mercadoria entrepostada.
Responsável
Diz o art. 121. II, do C.T.N. que responsável pelo pagamento do impostos é aquele que, sem
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa em lei.
Nessa linha, o art. 32 do DL 37/66, com a redação dada pelo DL 2.474/88, esclarece que “é
responsável pelo imposto:
I) o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle
aduaneiro, inclusive em percurso interno;
II) o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria
sob controle aduaneiro.
O Regulaento Aduaneiro repete e acrescenta o item III abaixo, que se confunde com o
solidário responsável, examinado no item a seguir:
Responsabilidade solidária.
O Código Tributário Nacional trata o instituto da solidariedade nos seus artigos 124 e 125
da seguinte forma:
Isenção e redução.
Certamente não cabe aqui um estudo do que seja isenção e sua natureza jurídica. Interessa
saber como o imposto de importação trata as isenções e neste caso podemos dizer que
trata caso a caso. São tantas que não cabe elencá-las. No entanto, fornecemos abaixo o
primeiro artigo do Regulamento Aduaneiro (Dec. 6.759/09) que cuida desta questão:
Tarifa Aduaneira.
Em face da diversidade de línguas e costumes, há mais de um século os países civilizados
procuram encontrar uma linguagem comum para identificar os produtos existentes no
universo. A primeira tentativa foi a da Tarifa Aduaneira Austro-húngara, de 1882, que já
caracterizava as mercadorias segundo as grandes divisões da ciência, de forma progressiva,
partindo do simples para o complexo.
Em 1948, um grupo de estudos, com vistas à União Aduaneira Européia, revisou o trabalho
de 1937, adotado universalmente pela Convenção de Bruxelas de 1950.
Ex-tarifário.
“EX” é uma exceção provisória, criada em um código tarifário, objetivando excepcionar
determinado tipo de mercadoria para receber tributação diferenciada. Em outras palavras, é
um “destaque” usado para conferir alíquota diferenciada a determinado produto em
relação a outro que esteja no mesmo código da TEC. Portanto, é um mecanismo tarifário
de política aduaneira e não um benefício fiscal
Abrange a importação, com alíquota reduzida a 4%, de máquinas e equipamentos – bens
de capital (BK) e bens de informática e telecomunicação (BIT).
Esta matéria é amplamente estudada no excelente livro EX-Tarifário (Edições Aduaneiras)
do Prof. Cezar Dalston. Extraimos de artigo do professor André Silva da Cruz sobre”ex-
tarifário” este pequenos trecho:
O Regime de Importação Especial por meio do qual o importador tem assegurado o
Direito de pleitear a redução do Imposto de Importação (I.I) incidente sobre Máquinas
e Equipamentos (M&E) foi instituído no ordenamento jurídico brasileiro por meio da
Lei 3.244/57.
A normatização do que estabelece o Art. 4º da Lei supra é dada pala Câmara
de Comércio Exterior, órgão constituído no âmbito do MDIC, cujos requisitos e
procedimentos para a elaboração do pedido da referida redução tarifária são
estabelecidos pela ResoluçãoCamex N˚ 17/2012, em substituição à já revogada
Resolução 35/06.
Na esteira das medidas para redução de custos que podem ser vislumbradas pelas
empresas no Brasil, uma delas é o instrumento de redução tarifária
nas importaçõesvinculadas a novos investimentos no País, o popularmente conhecido
como “Ex-Tarifário”.
O Regime consiste na aplicação de uma redução temporária do Imposto de
Importação de bens de capital (BK) e de informática e telecomunicações (BIT). A
referida redução, realizada por meio do regime em questão, é amparada pela Decisão
CMC N˚ 56/2010 em seu Art. 39º. A vigência das resoluções concedidas será de até 2
anos e somente se aplicam a bens novos, estando vedados os pleitos para bens usados
e sistemas integrados.
“EX” NÃO SE VINCULA AO CÓDIGO TARIFÁRIO QUE LHE FOI DADO
O “EX” está ligado à tributação e não à classificação. Vale-se das regras de classificação
para facilidade operacional. Assim, o que deve ser levado em conta no “EX” são os termos
que utiliza na descrição do bem, que deve ser claro, para que quando da identificação do
bem não hajam dúvidas.
Trata-se de decisão de 2002, mas só agora dela tomamos conhecimento em razão de uma
anomalia que ainda persiste no Conselho de Contribuintes: o representante da parte
contrária a nós, advogados dos importadores, é o Procurador da Fazenda Nacional.
Portanto, como parte que é, deveria ter os mesmos direitos que temos. Porém, esta não é a
realidade. Na hipótese de tomada de ciência das decisões do Conselho, para efeito de
eventual recurso, os procuradores da Fazenda têm um privilégio que não nos foi dado: o
prazo para recorrer da decisão começa a fluir a partir do dia em que ele toma ciência
pessoal da decisão, no processo. Para nós o prazo começa a fluir a partir da ciência do
importador no A.R. No caso da decisão que passamos a comentar, o digno e ágil
representante da parte contrária levou dois anos para tomar ciência no processo e a
decisão válida só chegou ao importador/contribuinte dois anos e meio depois de tomada.
A decisão a que nos referimos foi prolatada por meio do Acórdão 302-35.237, da Segunda
Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, em que foi relator o Conselheiro PAULO
ROBERTO CUCO ANTUNES e, na parte que nos interessa, tem o seguinte teor: “EX
TARIFÁRIO” – “Correspondendo a mercadoria importada exatamente à descrição do
“Ex”, é de se aplicar a alíquota nele fixada, independentemente de seu
posicionamento no código tarifário designado.”
Decidiu bem esta Câmara e a parabenizamos na pessoa de seu ilustre relator. Isto porque
decidiu na melhor forma de Direito, separando o joio do trigo.
“16. Chama-se a atenção do leitor para o caso de código equivocado que se encontra
no próprio ato legal que trouxe ao mundo jurídico a “exceção tarifária”, pois, com
certeza, não poderia o contribuinte arcar com os equívocos cometidos pela
Administração.”
Nada mais é preciso dizer.
Imposto de Exportação.
O imposto de exportação é de competência da União e utilizado na política fiscal para o
equilíbrio de nossa balança de pagamento, formação de reservas e incremento da indústria
e comércio. É por isso que também não obedece ao pricípio da anualidade para sua
mudança, podendo variar a qualquer momento no esmo exercício finandeiro para atender
a essa política.
É criado pela Constituição Federal em seu art. 153, inciso II. O Código Tributário Nacional
trata desse imposto nos arts. 23 a 28. Na legislação ordinária, temos o Decreto-lei nº.
1.578/77, que dispõe sobre o imposto de exportação.
Portanto, uma de suas características é a cobrança com função fiscal e regulatória, não só
na medida em que se presta a arrecadação, mas também de acordo com a variação de suas
alíquotas, à disciplina do fluxo de exportação.
Incidência.
A respeito da incidência do imposto der exportação o R.A. (dec. 6.759/09) dispõe:
Fato gerador.
Diz o Regulamento Aduaneiro:
Art. 213. O imposto de exportação tem como fato gerador a saída da mercadoria do
território aduaneiro (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 1o, caput).
Parágrafo único. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato
gerador na data de registro do registro de exportação no Sistema Integrado de
Comércio Exterior (SISCOMEX) (Decreto-Lei no1.578, de 1977, art. 1o, § 1o).
Art. 214. A base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou sua
similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre
concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara
de Comércio Exterior (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 2o, caput, com a redação dada
pela Medida Provisória no 2.158-35, de 2001, art. 51).
§ 1o Quando o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de
oscilações bruscas no mercado internacional, a Câmara de Comércio Exterior fixará
critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de
cálculo (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 2o, § 2o, com a redação dada pela Medida
Provisória no 2.158-35, de 2001, art. 51).
§ 2o Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das
mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de
produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro
de quinze por cento sobre a soma dos custos, mais impostos e contribuições (Decreto-
Lei no 1.578, de 1977, art. 2o, § 3o, com a redação dada pela Lei no 9.716, de 1998, art.
1o).
Quanto à alíquota
O RA esclarece:
Art. 215. O imposto será calculado pela aplicação da alíquota de trinta por cento
sobre a base de cálculo (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 3o, caput, com a redação
dada pela Lei no 9.716, de 1998, art. 1o).
§ 1o Para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior, a Câmara
de Comércio Exterior poderá reduzir ou aumentar a alíquota do imposto (Decreto-Lei
no 1.578, de 1977, art. 3o, caput, com a redação dada pela Lei no 9.716, de 1998, art.
1o).§ 2o Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a cento e
cinqüenta por cento (Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 3o, parágrafo único, com a
redação dada pela Lei no 9.716, de 1998, art. 1o).
Contribuinte.
O Regulamento Aduaneiro (dec 6.759/09) assim descreve a figura do contribuinte:
O IPI é imposto de competência da União. Foi istituido pela Constituição Federal da seguinte
forma:
PIS/Pasep – Importação.
A lei 10.865/04 instituiu o PIS/PASEP/Importação e a COFINS-Importação (se desejar
conhecer seu inteiro teor CLIQUE AQUI).
Art. 1º. Ficam instituídas a Contribuição para os Programas de Integração Social e de
Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos
Estrangeiros ou Serviços – PIS/PASEP-Importação e a Contribuição Social para o
Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou
Serviços do Exterior – COFINS-Importação, com base nos arts. 149, § 2º, inciso II, e
195, inciso IV, da Constituição Federal, observado o disposto no seu art. 195, § 6º.
§ 1º Os serviços a que se refere o caput deste artigo são os provenientes do exterior
prestados por pessoa física ou pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior,
nas seguintes hipóteses:
I – executados no País; ou
II – executados no exterior, cujo resultado se verifique no País.
§ 2º Consideram-se também estrangeiros:
I – bens nacionais ou nacionalizados exportados, que retornem ao País, salvo se:
a) enviados em consignação e não vendidos no prazo autorizado;
b) devolvidos por motivo de defeito técnico para reparo ou para substituição;
c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país
importador;
d) por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou
e) por outros fatores alheios à vontade do exportador;
II – os equipamentos, as máquinas, os veículos, os aparelhos e os instrumentos, bem
como as partes, as peças, os acessórios e os componentes, de fabricação nacional,
adquiridos no mercado interno pelas empresas nacionais de engenharia e exportados
para a execução de obras contratadas no exterior, na hipótese de retornarem ao País.
Art. 4º. Para efeito de cálculo das contribuições, considera-se ocorrido o fato gerador:
I – na data do registro da declaração de importação de bens submetidos a despacho
para consumo;
É também a mesma lei diz quais são os contribuintes do
PIS/importação?
Art. 5º. São contribuintes:
I – o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada
de bens estrangeiros no território nacional;
II – a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no
exterior; e
III – o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente
ou domiciliado no exterior.
Parágrafo único. Equiparam-se ao importador o destinatário de remessa postal
internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria
entrepostada.
Art. 8º. As contribuições serão calculadas mediante aplicação, sobre a base de cálculo
de que trata o art. 7º desta Lei, das alíquotas de:
I – 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento), para o PIS/PASEP-
Importação; e
II – 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), para a COFINS-Importação.
A IN RFB 1.401/13 criou a seguinte fórmula para cálculo:
onde,
Desta forma o que difere é a alíquota, que é de 7,6%, enquanto a do PIS é de 1,65 e difere
também a destinação do dinheiro arrecadado, circunstância esta que não afeta o
contribuinte, razão pela qual entendemos que o estudo da Cofins está feito com o estudo
do Pis.
CIDE Combustíveis.
A CIDE – CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO, foi criada pela
Lei n. 10.336/01 e suas sucessivas alterações, as quais são encontradas no verbete ao lado
deste, CIDE/ “Legislação”. Esta contribuição incidente exclusivamente sobre a importação
e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool
etílico combustível.
Art. 1º Fica instituída a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a
importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e
álcool etílico combustível (Cide), a que se refere os arts. 149 e 177 da Constituição Federal, com a
redação dada pela Emenda Constitucional no 33, de 11 de dezembro de 2001.
Parágrafo único. O AFRMM não incide sobre a navegação fluvial e lacustre, exceto
sobre cargas de granéis líquidos, transportadas no âmbito das regiões Norte e
Nordeste.
O adicional é devido em razão da expedição do conhecimento de carga por empresas de
navegação, porém o momento do fato gerador do AFRMM é a entrada do navio no
porto de descarga (parágrafo primeiro do art. 2.o do DL 2404/87).
Art. 52. O importador deverá apresentar, por meio de transação própria no Siscomex,
declaração sobre o ICMS devido no desembaraço aduaneiro da mercadoria submetida
a despacho de importação.
O ICMS é um tipo de imposto em que o contriubuinte paga sem lançamento e em que o
fisco estadual posteriormente homologa.
Art. 53. Em virtude de convênio específico firmado entre a SRF e a Secretaria de Estado
da Unidade da Federação responsável pela administração do ICMS, o pagamento
desse imposto poderá ser feito mediante débito automático em conta bancária
indicada pelo importador, em conformidade com a declaração a que se refere o art.
52.
No passado fizemos amplo estudo sobre o ICMS na importação, ao qual remetemos o
leitor. CLIQUE AQUI
Direitos Comerciais.
Por direitos comerciais na área do comércio exterior podemos entender o direito que os
países têm de defender-se contra a prática de fraudes nessa seara.
Os principais mecanismos disponíveis para fazer frente a práticas desleais de comércio são:
o direito antidumping, o direito compensatório e a salvaguarda.
Os direitos comerciais cuidam da imposição de barreiras não-tarifárias. São dispositivos
legais que têm por objetivo central estabelecer controles técnicos às importações de
mercadorias por determinado país. Embora tenham como efeito colateral uma limitação às
importações, as medidas não-tarifárias visam a finalidades muito distintas (saúde,
segurança, proteção ao meio ambiente). As principais medidas não-tarifárias são os
controles zoo e fitossanitários (controle de condições sanitárias de produtos de origem
animal e vegetal).
Se a empresa A, localizada no país X, vende um produto neste país por US$ 100 e exporta-
o para o Brasil, em condições comparáveis de comercialização (volume, estágio de
comercialização, prazo de pagamento), por US$ 80, considera-se que há prática de
dumping de US$20.
No Brasil esta questão processual para apuração do dano foi delegada à SECEX. O decreto
7.097/10, no inciso II do art. 15, está determinado que a ela incumbe:
Direitos Antidumping.
Considera-se que há prática de dumping quando uma empresa exporta para o Brasil um
produto a preço (preço de exportação) inferior àquele que pratica para produto similar nas
vendas para o seu mercado interno (valor normal). Desta forma, a diferenciação de preços
já é por si só considerada como prática desleal de comércio.
Se a empresa A, localizada no país X, vende um produto neste país por US$ 100 e exporta-
o para o Brasil, em condições comparáveis de comercialização (volume, estágio de
comercialização, prazo de pagamento), por US$ 80, considera-se que há prática de
dumping de US$20.