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AULA 05

OS DEMAIS ATOS DE FALÊNCIA (art 94,III da LRE)

PI – juiz – descreve que tipo de ato está o devedor realizando;

§ 5.° do art. 94 da LRE, deverá descrever “os fatos que a caracterizam [a


falência], juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão
produzidas”;

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

(...)

III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:

VEJAMOS UM A UM

NA ALÍNEA A (a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de


meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos):

PROCEDE À LIQUIDAÇÃO PRECIPITADA DE SEUS ATIVOS:


desfazimento do patrimônio de forma precipitada - pode significar - tentativa de
encerrar as atividades sem obedecer às regras legais impostas (concurso de
credores, etc);

UTILIZAÇÃO DE MEIOS RUINOSOS, por exemplo:

1) A contratação sucessiva de empréstimos a juros


exorbitantes – demonstra a dificuldade de a empresa se manter com seus
próprios recursos;
2) Prejudicar a empresa, comprometendo a sua situação, levam-
na à insolvência, impedem-na de operar em todos os seus setores, diminuem-lhe a
receita e o crédito...”, dificultando-lhe os negócios;
3) Venda dos equipamentos e maquinário necessários ao
exercício da atividade;
4) O trespasse imotivado de estabelecimento empresarial com a
perda do ponto e do direito à renovatória;
5) O pagamento de comissões elevadas; “a emissão de títulos de
mero favor ou fictícios”;
6) Abuso nas garantias prestadas, dentre outros.

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QUANTO AOS MEIOS FRAUDULENTOS PARA FAZER


PAGAMENTOS:

1) são aqueles resultantes do emprego de artifícios, pelo empresário,


visando obter recursos financeiros, produtos ou serviços;

2) O Código Civil enuncia, dentre os atos praticados em fraude aos


credores:
a) aqueles de transmissão gratuita de bens ou de remissão (perdão) de
dívidas, quando o devedor já era ou tornou-se insolvente pela prática do ato (art.
158, CC);

b) os contratos onerosos celebrados, quando a insolvência já era notória


ou, pelo menos, conhecida do outro contratante (art. 159,CC);

c) o pagamento de dívidas não vencidas, pelo devedor insolvente (art.


162, CC);

d) ou as garantias prestadas pelo insolvente a algum credor.

Da Fraude Contra Credores (CC)

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o


devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a
insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida
ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o
concurso de credores, aquilo que recebeu.

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ALÍNEA B, (b)realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu
ativo a terceiro, credor ou não;) ;

Por “alienação” compreende-se toda transferência de bens, valoráveis


economicamente, para outrem. Quer a título oneroso; quer a título.

devedor - tentando se livrar de bens que futuramente poderiam ser


arrecadados pela massa;

NA ALÍNEA C (c) transfere estabelecimento (complexo de bens (materiais e


imateriais) utilizado pelo empresário para o exercício da empresa) a terceiro, credor
ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes
para solver seu passivo);

Código Civil estabeleceu regras especiais para a validade do contrato


de trespasse - art. 1.145, segundo a qual o alienante do estabelecimento deve
guardar bens suficientes para solver o seu passivo ou então notificar os credores
para que estes consintam com a venda;

Dois pressupostos: a) por um lado, a não concordância dos


credores; e b) por outro, o fato de não restarem bens suficientes para saldar as
dívidas existentes.

O trespasse irregular do estabelecimento, pois, é considerado ato de


falência.

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NA ALÍNEA D (d) simula a transferência de seu PRINCIPAL ESTABELECIMENTO


(estabelecida em função do critério econômico, é aquele em que o empresário exerce o maior número de
negócios) com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar
credor);

Transferência do principal estabelecimento para outra localidade -


intenção de fugir de credores ou de dificultar a fiscalização tributária;

NA ALÍNEA E) (e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente


sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo)

conduta do devedor que viola o princípio da par condicio creditorum;

Se for antes não há problema, pois quem tem garantia real tem
preferência;

Se o empresário favorece um de seus credores, em detrimento dos


outros, sem reservar bens suficientes para solver o passivo, a prática autoriza a
falência.
Possibilidade da revogação do ato praticado, nos termos do art. 129,
III, da Lei 11.101/2005

Garantia Real – caracterizada pela sociedade empresária devedora


em FAVOR de um de seus credores operar-se POSTERIORMENTE à constituição
do crédito;

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NA ALÍNEA F (f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos


suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se
de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento);

Chamado de Abandono de Estabelecimento - insolvabilidade do


devedor é confessado de forma tácita;

A fuga - sem deixar procurador para solucionar as dívidas pendentes,


deixa clara a sua condição de insolvente;

NA ALÍNEA G) (g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no


plano de recuperação judicial);

Também previsto no art 61, parágrafo 1º ;

Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 (homologação da RJ) desta Lei, o devedor
permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano
que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial.

§ 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer


obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art.
73 desta Lei.

POR FIM:

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: ...

§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido
de falência com base no inciso I do caput deste artigo. (AUTOEXPLICATIVO)

§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam
reclamar. (CRÉDITOS RELATIVOS AO ART 5º:

Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:

I – as obrigações a título gratuito;

II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na


falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.)

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§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os
títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer
caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação
específica. ( Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão
ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro
processo.)

§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com
certidão ( CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR) expedida pelo juízo em que se processa a execução. .
(AUTOEXPLICATIVO)

§ 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos
que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.

A RESPOSTA DO DEVEDOR AO PEDIDO DE FALÊNCIA

dez dias para responder;

antigamente era de 24 horas – consequência era utilizar a lei falências


como instrumento de cobrança de dividas;

Na contestação, o devedor poderá alegar qualquer das matérias


previstas no art. 96 da LRE;

em se tratando de “atos de falência”, o ônus da prova incumbe ao


credor que alega a presença das situações descritas no art. 96 da Lei 11.101/2005,
e a defesa, mediante todos os meios admitidos em direito, será produzida em
consonância com o que o credor pretende provar.

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Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, INCISO I do caput, desta
Lei, não será decretada se o requerido provar: (rol exemplificativo)

I – falsidade de título;

II – prescrição; (extingue a obrigação)

III – nulidade de obrigação ou de título; (parecida com inciso I, mas, nesse caso, a
relação jurídica existe, mas contém um vício insanável, que pode ser a ela intrínseco e levará
à nulidade da obrigação ou poderá estar contido no título que a representa, levando à nulidade do
título) (VER TAMBÉM O ART 166 e ss do CC que trata da INVALIDADE DO NEGÓCIO
JURÍDICO)

IV – pagamento da dívida; (feito antes da citação)

se for feito após a citação: Art. 98....... Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos
I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários
advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de
falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.

V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não


legitime a cobrança de título; (exemplo: sub-rogação, a novação, situações em que a
obrigação tenha sido extinta ou alterada impedem a sua cobrança e, por consequência, o pedido
de falência.

VI – vício em protesto ou em seu instrumento; (não observância dos


requisitos formais da Lei de Protestos – lei n. 9.492/97 , defeito que possa
invalidar o ato praticado)

VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da


contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei; (autoexplicativo)

VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes


do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público
de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao
ato registrado. (autoexplicativo)

§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e


partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
(prazo decadencial)

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§ 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a


decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas
em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo. (40 S.M.)

Exemplificando: o pedido de falência estava lastreado em vários títulos


executivos, o devedor alegou a prescrição de todos eles, mas o juiz só reconheceu a
prescrição de alguns – se soma > 40 salários mínimos - falência decretada;

PEDIDO INCIDENTAL DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Vejamos o que o art. 96, VII diz:

Art 96,VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da


Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua
contestação. (
recuperação judicial), observados os requisitos do art. 51 desta Lei;

decretação da falência impede a recuperação (art. 48, I, da LRE);

Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça
regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos,
cumulativamente:

I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as
responsabilidades daí decorrentes;

DEPÓSITO ELISIVO DA FALÊNCIA

tem que ser feita no prazo de resposta; (art. 98, caput);

A elisão da falência: depósito em juízo do valor da dívida, corrigido e


acrescido de juros e honorários advocatícios;

ONDE ESTÁ ESCRITO ISSO????

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art. 98, parágrafo único, da LRE - “nos pedidos baseados nos incisos I e II
do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários
advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o
pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor”;

o Superior Tribunal de Justiça: depósito elisivo abrange não apenas o


valor de face do título que embasa o pedido, mas também a correção monetária, os
juros e os honorários;

Súmula 29 do STJ- mesmo sentido

o juízo - no despacho que manda citar o devedor –

valor do título + juros+ correções monetárias + arbitra honorários;

Caso o juiz não o faça - pode então o devedor fazer o depósito elisivo
acrescido apenas dos juros e da correção monetária, peticionando ao juízo,
posteriormente, para que este arbitre os honorários;

o depósito elisivo da a sensação de que não terá falência decretada;

Neste caso, a falência deve ser denegada, mas o valor do depósito será
levantado pelo credor;

Obs: pode o depósito elisivo em caso de prática de atos de


falência????

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A DENEGAÇÃO DA FALÊNCIA

DOIS MOTIVOS:

(1) a improcedência do pedido de falência (quando o juiz, por exemplo,


acolher alguma alegação de defesa constante do art. 96 da LRE; ou

Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será
decretada se o requerido provar:

I – falsidade de título; (forjado para obtenção de vantagem indevida)

II – prescrição; (varia para cada tipo de título de crédito)

III – nulidade de obrigação ou de título;( relação jurídica existe, mas contém vício
insanável)

IV – pagamento da dívida;

V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a


cobrança de título; (ex: sub-rogação, novação – situações em que a obrigação tinha sido
extintas ou alteradas)

VI – vício em protesto ou em seu instrumento; (obedecer o previsto na Lei de


Protestos – Lei 9.492/97)

VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação,


observados os requisitos do art. 51 desta Lei; (10 dias)

VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido
de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual
não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.

§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e


partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.

§ 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a


decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em
montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.

• Do Pedido e do Processamento da Recuperação Judicial

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: (...)

(2) a realização do depósito elisivo.

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1) IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE FALÊNCIA (DENEGAÇÃO)

o autor arca com os ônus da sucumbência (custas e honorários


advocatícios);

pode ocorrer uma indenização de acordo com o art 101, LRE;

vejamos art 101:

Art. 101. Quem por DOLO requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar
improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de
sentença.

§ 1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis


aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo.

§ 2o Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos
responsáveis. (ex: franqueado do subway falência-franqueador pede indenização – pedido de
indenização autônoma)

Finalidade de desestimular os pedidos de falência maliciosos;

nem todo pedido de falência julgado improcedente acarretará a

imposição de tal indenização;

Isso só deve acontecer quando o juiz da causa verificar que houve a

intenção do autor do pedido de causar constrangimento ao réu;

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2) REALIZAÇÃO DO DEPÓSITO ELISIVO

O segundo fundamento em que se pode basear a sentença denegatória

da falência;

o devedor pode fazer o depósito elisivo e contestar;

juiz analisa os argumentos – se procedentes (do autor) - denegada (em

razão do art 98) a falência - manda o autor levantar a importância depositada;

Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez)


dias.

Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94


desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e
honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso
julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor
pelo autor.

A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA

ocorrerá caso o pedido de falência seja julgado procedente e não tenha

sido realizado o depósito elisivo;

SENTENÇA QUE DECRETA A FALÊNCIA - instaura o processo de

EXECUÇÃO CONCURSAL DE CREDORES;

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a sentença que decreta a falência do devedor não encerra o processo

falimentar - DÁ INÍCIO A ELE; é seu ato inicial;

a falência só se encerrará após a realização do ativo, o pagamento dos

credores e a apresentação do relatório final por parte do administrador judicial (art.

156 da LRE).

Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença.

Parágrafo único. A sentença de encerramento será publicada por edital e dela


caberá apelação.

NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA QUE DECRETA A FALÊNCIA

Há divergência:

as sentenças declaratórias são aquelas que apenas declaram a

existência de determinada relação jurídica; (não criam, modificam ou extinguem

qualquer relação jurídica)

sentenças constitutivas são aquelas que criam, modificam ou

extinguem certa relação jurídica; produzem efeitos ex tunc e ex nunc

a sentença que decreta a falência possui natureza constitutiva;

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CONTEÚDO ESPECÍFICO DA SENTENÇA QUE DECRETA A FALÊNCIA

Deverá estar embasado no art. 489, NCPC e no art 99 da LRE;

art. 99 da LRE determina que “a sentença que decretar a falência do

devedor, dentre outras determinações: I – conterá a síntese do pedido, a identificação

do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores (a delimitação

futura de eventual responsabilidade por atos de gestão da sociedade empresária falida); II –

fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias

contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1.°

(primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os

protestos que tenham sido cancelados; III – ordenará ao falido que apresente, no

prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço,

importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se

encontrar nos autos, sob pena de desobediência; IV – explicitará o prazo para as

habilitações de crédito, observado o disposto no § 1.° do art. 7.° desta Lei ( os

credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial

suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados); V –

ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas

as hipóteses previstas nos §§ 1.° e 2.° do art. 6.° desta Lei (quantia ilíquida e créditos

trabalhistas); VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de

bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se

houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do

devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput

deste artigo; VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os

interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva (art 312 e 313

do CPP) do falido ou de seus administradores (art 168 a 178, LRE) quando requerida

com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei; VIII – ordenará ao

Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do

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devedor, para que conste a expressão ‘Falido’, a data da decretação da falência e a

inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei (publicidade com efeito erga omnes); IX –

nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do

inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II

do caput do art. 35 desta Lei; X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e

repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e

direitos do falido; XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das

atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos

estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei; XII – determinará,

quando entender conveniente, a convocação da assembleia-geral de credores para a

constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do

Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da

decretação da falência; XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a

comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e

Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento

da falência”. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a

íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores.

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