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FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MATO

GROSSO

MICHELLY NASCIMENTO BARRETO MEDEIROS

A ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO E SUA ADOÇÃO COMO FUNDAMENTO


NAS DECISÕES DA SUPREMA CORTE BRASILEIRA

Cuiabá – MT

2017
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MICHELLY NASCIMENTO BARRETO MEDEIROS

A ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO E SUA ADOÇÃO COMO FUNDAMENTO


NAS DECISÕES DA SUPREMA CORTE BRASILEIRA

Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina


Metodologia da Pesquisa, do Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu em Direito Constitucional e
Administrativo da Fundação Escola Superior do
Ministério Público de Mato Grosso requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista, sob
orientação do Profa. Dra. Jussara Suzi Assis
Borges Nasser Ferreira.

Cuiabá – MT

2017
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A ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO E SUA ADOÇÃO COMO FUNDAMENTO


NAS DECISÕES DA SUPREMA CORTE BRASILEIRA

Resumo: O presente projeto de pesquisa reflete a necessidade de disseminação do


conceito da Análise Econômica do Direito no brasil, primordialmente, no âmbito do
judiciário brasileiro, especificamente na suprema corte brasileira, o STF. Objetivando
a apresentação de uma proposta sob uma perspectiva de razoabilidade e ponderação
entre o Direito e Economia, justiça e eficiência, demonstrando a possibilidade de
diálogo entre as duas áreas do conhecimento que outrora eram consideradas
antagônicas.
Palavras-chave: Direito; Economia; Eficiência; Justiça; Análise Econômica do Direito.
4

Sumário
1. TEMA E PROBLEMA ............................................................................................................... 5
2. OBJETIVOS ............................................................................................................................. 5
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 5
2.2 OBJETIVO ESPECÍFCO ........................................................................................................ 5
3. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 5
4. FUNDAMENTAÇÃO TEORICO-EMPIRICA: .............................................................................. 6
5. METODOLOGIA:..................................................................................................................... 9
6. CRONOGRAMA: ..................................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 10
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1. TEMA E PROBLEMA

A escolha do tema surgiu da necessidade de identificar no direito brasileiro e


suas instituições a utilização dos instrumentais econômicos através da Análise
Econômica do Direito. O conceito já é amplamente disseminado em sistemas jurídicos
do Common Low, principalmente no país precursor, Estados Unidos. Portanto,
embora tímido no direito brasileiro, é possível identificar a adoção de parâmetros
econômicos nas decisões judiciais da suprema corte brasileira, o qual será objeto de
análise.

2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Demonstrar que é possível estabelecer um diálogo entre as ciências jurídicas
e econômicas sem afastar o objeto central do Direito – a justiça – mediante a
instrumentalização e aplicação da Análise Econômica do Direito (AED), avaliando a
adoção, ainda tímida e ignaro pelos juristas e tribunais superiores brasileiros, da AED.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFCO


A. Aprofundar o estudo da Análise Econômica do Direito e seu aspecto ontológico
no Direito brasileiro;
B. Evidenciar a necessidade de diálogo entre as ciências jurídicas e econômicas
como pilar auxiliar na tomada de decisões tanto no poder legislativo quanto no
judiciário ressaltando suas utilidades e limitações;
C. Analisar as decisões das cortes superiores brasileiras a fim de identificar a
adoção de parâmetros econômicos que nortearam as decisões, bem como a
utilização do arcabouço teórico da AED.
D. Desmistificar a AED e demonstrar a sua adoção, ainda que tímida e pouco
técnica, pelo judiciário.

3. JUSTIFICATIVA
A escassez de recursos para necessidades ilimitada é uma verdade que pode
ser aplicada em qualquer relação social. Nesse sentido, é possível dizer que o
ordenamento jurídico vem auxiliar o gerenciamento entre recursos e necessidades de
uma sociedade. Deste modo, é inquestionável a necessidade de avaliar os efeitos de
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sua atividade de gerenciamento de recursos – sociais – no bem-estar social, sob a


ótica econômica – já que a Economia é a ciência que se aplica ao estudo da eficiência.

Deste modo, em qual medida o comportamento dos indivíduos e das


instituições é afetado pelas normas legais e pelas decisões judiciais? O quanto tais
resultados são socialmente desejáveis? Quando o resultado mais eficiente não é
socialmente desejável? É nesse escopo de quantificação das ações resultantes do
judiciário que o presente trabalho encontra guarida.

Entende-se que todo o arcabouço jurídico existe em função da sociedade e


com o único objetivo de garantir a justiça e bem-estar social. Assim, propomos a
quantificação dos resultados finalísticos decorrentes das decisões do judiciário a fim
de ter maior compreensão a respeito dos efeitos para a coletividade de tais decisões
e como estão promovendo seu fim último.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEORICO-EMPIRICA:
A dinamicidade da sociedade e do Direito é inegável. Dentro dessa perspectiva
é preciso reconhecer as diversas esferas sociais e a interação entre elas. Sob a
perspectiva de Durkheim a sociedade é comparável a um organismo vivo em que é
necessária a interação perfeita dos aspectos sociais, quais sejam a política, economia,
direito, etc. Caso contrário, o desequilíbrio no sistema poderá resultar num colapso.

A sociedade, portanto, exige uma complexidade de sistemas que interagem


entre si a fim de proporcionar a melhor condição possível para a coletividade. Desta
maneira, é imprescindível vislumbrar o funcionamento do organismo como um todo,
de forma integrada o que, sem dúvida, compreende os aspectos econômicos e,
sobretudo, de justiça (direito).1 Nessa perspectiva, é preciso olhar para o Direito como
um maximizador do bem-estar coletivo que corrobora para o bom funcionamento do
organismo o qual está inserido. É nesse sentido que propõe a interação entre as duas
importantes ciências para a humanidade: Direito e Economia.

O diálogo entre as duas esferas sociais pode resultar surpreendentes positivos


para a sociedade. Assim, como já proposto por Ronald Coase, Richard Posner, Guido
Calabresi entre outros estudiosos da Law and Economics, é possível a utilização de
instrumentais econômicos que darão guarida às decisões assertivas, tendo como

1
Paulo Hamilton Siqueira Jr. Teoria do Direito. São Paulo. Saraiva, 2009. Pag. 208
7

base aspectos econômicos que objetivam a maximização dos resultados e do bem-


estar social. Desta maneira, é possível haver um diálogo saudável e sustentável entre
Direito (justiça) e Economia (eficiência).

Entretanto, é inegável que a proposta de interação entre o Direito e Economia


produz tamanha divergência na doutrina. A situação é evidenciada pela própria inércia
quanto ao tema que, embora relativamente novo no Brasil, já é base de diversos
países, notadamente nos sistemas jurídicos de common law. Durante muito tempo
imperou consoante na esfera jurídica a compreensão de que o Direto e Economia
eram ciências completamente avessas uma a outra, com propósitos distintos e,
portanto, incomunicáveis.2

Esse debate polarizado – justiça vs eficiência – já não reflete a atual conjuntura


social globalizada, sendo difícil imaginar no mundo moderno fatos e atos jurídicos que
não sejam quantificáveis ou que não produzem efeito na esfera econômica alguns
desejáveis socialmente outros não.3 Conforme aduz Luciano Benetti Timm4:

Normalmente, o problema apontado para os juristas frente à economia é que


ela rejeitaria a noção de justiça, a qual, por sua vez, seria preocupação
fundamental do Direito. No entanto, se pensarmos que a ineficiência provoca
desperdícios em uma sociedade, certamente não seria justo que os recursos
da sociedade fossem fastos sem maximizar a sua utilização social.

Ora, a doutrina e tribunais superiores são unanimes em reconhecer a


necessidade de mutação do Direito em função da dinamicidade da sociedade. No
mesmo sentido é inegável o papel da economia – e seus efeitos - nas sociedades
modernas. Ignorar, de tal forma, os aspectos econômicos e sua interferência na esfera

2José Eduardo FARIA. A justiça e os argumentos de ordem fiscal. O Estado de S.Paulo. 29/06/2004. pág. A-2
apud CURSO DE LAW & ECONOMICS Castelar Pinheiro, Armando; Saddi, Jairo, publicado em
http://www.iadb.org/res/laresnetwork/files/pr251finaldraft.pdf acesso em 17/06/2017 às 14:44.
3George STIGLER. Law or Economics? The Journal of Law and Economics. Vol. 35, n. 2, out. 1992. Pág. 462-3.
apud CURSO DE LAW & ECONOMICS Castelar Pinheiro, Armando; Saddi, Jairo, publicado em
http://www.iadb.org/res/laresnetwork/files/pr251finaldraft.pdf acesso em 17/06/2017 às 14:44.
4
Direitos fundamentais: orçamento e “reserva do possível”/org.Ingo Wolfgang Sarlet, Luciano Benetti Timm;
Ana Paula de Barcellos... [et al.]. 2. ed. rev. e ampl. 2. Tir. – Porto Alegre: Libraria do Advogado Editora, 2013.
Pag. 53
8

jurídica - bem como o contrário - nada mais é do que limitar as condições de vivência
harmônica e democrática. Conforme assevera Bruno Salama5:

[D]e que forma a economia auxilia o profissional e o estudioso do direito? Há


duas respostas; uma boa, e uma ruim. A resposta ruim é a seguinte: a
economia oferece um guia normativo, um novo horizonte ético para aplicação
do direito. E o faz transformando o tema da eficiência em paradigma da justiça.
Isso é: revela a eficiência à condição de fim mesmo do Direito. (...)

Mas vejam: nada disso invalida a possibilidade de que o profissional ou


estudioso do direito se valham de contribuições da economia. A economia é
uma ferramenta importante para iluminar a relação entre meios jurídicos e fins
normativos. (...) A pertinência entre os meios jurídicos e fins normativos é então
a chave para se entender por que a economia importa para o profissional do
Direito. (apud Araújo, 2016, p. 132)

Nesse contexto um tanto quanto conturbado é que surge, ainda tímida, a


Análise Econômica do Direito no contexto brasileiro. Posto então, o maior desafio
consiste em demonstrar que é possível uma aplicação jurídica sob a perspectiva da
eficiência mediante adoção de parâmetros e critérios econômicos a fim de avaliar as
consequências que determinadas decisões terão. Por óbvio, cumpre-se ponderar os
aspectos que, embora sejam economicamente viáveis, são socialmente inaceitáveis,
devendo o Direito, diante disso, manter-se fiel em seu papel central de promoção da
justiça.

Desta maneira, é necessário analisar como o arcabouço jurídico brasileiro e o


judiciário tem se comportado frente a necessidade uivante da sociedade em
estabelecer parâmetros mais eficientes e socialmente aceitáveis pela justiça. Assim,
a Análise Econômica do Direito não vem propor uma submissão do Direito e Justiça
aos parâmetros puramente econômicos medindo apenas a eficiência econômica das
decisões na esfera jurídica, ao contrário, a AED surge como uma proposta de auxiliar
a tomada de decisões no sistema objetivando a promoção de justiça e bem-estar da
coletividade.

5
Análise Econômica do Direito no Brasil: Uma leitura à luz da teoria dos sistemas. Araújo, Thiago Cardoso. 1º
ed. Rio de Janeiro : Lumen Juris, 2016.
9

5. METODOLOGIA:
A pesquisa será desenvolvida com sufrágio na verificação das obras específicas
que abordam o tema, bem como na análise das fontes normativas, doutrinárias e
jurisprudenciais atinentes especialmente ao tema buscando a integração dos
interesses em pauta.

6. CRONOGRAMA:

Etapas do Projeto de Pesquisa Meses/2017

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

x
Elaboração do projeto

Levantamento bibliográfico x x

Fichamentos x x x

Análise dos dados e informações x x x x

Redação do 1º capítulo x

Redação do 2º capítulo x x

Redação do 3º capítulo x x

Conclusão e referências x

Revisão e redação final x


10

REFERÊNCIAS

Araújo, Thiago Cardoso. Análise Econômica do Direito no Brasil: Uma leitura à luz da
Teoria dos Sistemas. 1º ed. Rio de Janeiro : Lumen Juris, 2016.

Dworkin, Ronald. A virtude soberana : a teoria e a prática da igualdade. Tradução


Jussara Simões; revisão técnica e da tradução Cíceroo Araújo, Luiz Moreira. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.

Pinheiro, Armando; Saddi Jairo. Curso De Law & Economics. [consult. a 17/06/2017]
Disponível em: http://www.iadb.org/res/laresnetwork/files/pr251finaldraft.pdf

Posner, Richard A. A Economia da Justiça; Tradução Evandro Ferreira e Silva; revisão


da tradução Anibal Mari. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

Salama, Bruno Meyerhof. Economic Analysis of Law Review in Revista de Análise


Econômica do Direito. 2010. [consult. a 04.07.2017] Disponível em:
https://portalrevistas.ucb.br/index.php/EALR. ISSN 2178-0587

Sarlet, Luciano Benetti Timm; Ana Paula de Barcellos... [et al.].2. ed. rev. e ampl. 2.
Tir. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2013.

Siqueira Jr. Hamilton. Teoria do Direito. São Paulo: Saraiva, 2009.


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MICHELLY NASCIMENTO BARRETO MEDEIROS

A ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO E SUA ADOÇÃO COMO FUNDAMENTO


NAS DECISÕES DA SUPREMA CORTES BRASILEIRA

Projeto de pesquisa apresentado na disciplina Metodologia da Pesquisa, do Curso de


Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Constitucional e Administrativo da Fundação
Escola Superior do Ministério Público de Mato Grosso como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialista em Direito, sob orientação do(a) Prof.(a) Dr.(a)
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Aprovado em: __/__/____

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Orientador(a)

Considerações_______________________________________________________
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