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Alberto Constantino Ubisse

Costa Paulo Vasconcelos

Norcesio Epifanio Francisco

Licenciatura em ensino de Química

1º Ano

Trabalho de História de Química

Docente: Mestre Geraldo Nhampulo

Universidade Pedagógica

Faculdade de Ciências Naturais e Matemática

Departamento de Química

Maputo

Outubro de 2017
Costa Paulo Vasconcelos

Alberto Constantino Ubisse

Norcesio Epifanio Francisco

Licenciatura em ensino de Química

1º Ano

Trabalho a apresentar na cadeira de


História de química para fins
avaliativos

Universidade Pedagógica

Faculdade de Ciências Naturais e Matemática

Departamento de Química

Maputo

Outubro de 2017
Sumário

1. Introdução.................................................................................................................................1

2. Objectivos.............................................................................................................................2

2.1. Geral..............................................................................................................................2

2.2. Específicos.....................................................................................................................2

3. Metodologia..........................................................................................................................2

4. Surgimento e desenvolvimento da Química em África............................................................3

4.1. A descoberta do ferro............................................................................................................3

4.2. Farmacologia........................................................................................................................5

4.2.1. Histórico........................................................................................................................6

5. Constatações.............................................................................................................................8

Referências bibliográficas...............................................................................................................9
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1. Introdução
“Infelizmente, muita coisa não está escrita. Por isso dizem que o africano não construiu nada.
Mas é mentira – advertiu Nanã. – A humanidade surgiu na África e os africanos tinham um
conhecimento antigo em diversas ciências – a avó comentou.” (Fonseca, 2009).

Este acto constitui por si só um ponto de partida para uma reflexão histórica mais comedida,
tendente a isentar-se das aberrações que revelam os pontos escuros e as dificuldades da
investigação histórica em África. De entre vários problemas que se colocam, a ausência de
documentos escritos em África, apesar de anualmente se publicarem, no entanto, bastantes livros
sobre a história de África, parece ser o principal. Na realidade, os documentos escritos, de que se
deplora a raridade, não só são de facto muito menos numerosos do que nos outros continentes,
como também e sobretudo, se encontram mal distribuidos por períodos e por regiões.
A difusão da banana, do arroz, do milho, do ferro e da pólvora (substância explosiva, composta
de carvão e enxofre) bem como as técnicas ligadas com a sua produção e tratamento não se
encontram dissociadas; a extracção do sal, o fábrico do sabão e a produção de corantes associada
a uma vasta tecnologia combinada com a indústria téxtil, a arte e a cultura; o fábrico de bebidas
alcoólicas e do vinagre bem como a extracção da farinha e de leveduras para a indústria
alimentar caseira devem ser tomados como momentos importantes do conhecimento humano.

Não é preciso ser – se historiador para nos apercebermos que não passa mês nenhum no mundo
sem que vários autores publiquem diversos livros sobre a história de África. A valorização do
passado deste continente é um sinal dos tempos. Para os africanos trata – se da procura de uma
identidade por meio da reunião dos elementos dispersos de uma memória colectiva. Este ardor
subjectivo tem, ele próprio, o seu funcionamento objectivo no acesso à independência de
numerosos países africanos os quais, durante a colonização, a sua história não passava de um
mero acréscimo à história do país colonizador. Quebrado que foi o parêntise colonial, estes
países assemelham-se um pouco ao escravo libertado que se põe a procura dos seus e quer saber
a origem dos antepassados. Quer também transmitir aos filhos aquilo que encontrou. Daí a
vontade de integrar a história africana nos programas escolares. Entretanto, uma integração com
a dimensão universal que se pretende, deve antes demais ultrapassar a barreira dos mitos a que
estão sujeitos muitos dos seus intervenientes.

2. Objectivos
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2.1. Geral
 Falar do Surgimento e Desenvolvimento da Química em África.

2.2. Específicos
 Descrever as fases e processos que evidenciaram o surgimento da química em África
 Destacar o papel de África no desenvolvimento da química.

3. Metodologia
Para a realização do presente trabalho, foram coletados dados qualitativos cuja base legal foram
usadas páginas da internet conforme poderemos anexar nas referências bibliográficas.

4. Surgimento e desenvolvimento da Química em África


As origens da química se confundem com as da humanidade. O homem da caverna admirava o
fogo consumindo os combustíveis e observava os seus efeitos. O avanço significativo se deu por
volta de 4000 a.C., quando o homem primitivo aqueceu pedras azuis (minério de cobre) no
carvão e obteve o metal.
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Acredita – se que a palavra química tem origem da palavra egípcia KHEMEA, que por sua vez
se originaria da palavra KHAM, nome do país, também poderia a palavra química ter se
originado da palavra grega CHYMA, que significa fundir ou moldar metais. A arte da khemiea
floresceu no Egipto e Grécia antiga e era confundido com mistérios, superstições, ocultismos e
até mesmo a religião. Foram os árabes que mantiveram a khemiea viva ate 1100 d. C, e tornou-se
ALKIMIYA, de onde se originou a alquimia em português.
A palavra química ficou definitivamente consagrada, e a ciência química foi definitivamente
desligada da alquimia no século XVII pelo cientista Robert Boyle ao publicar em 1661 o seu
livro intitulado: THE SCEPTICAL CHYMIST (O QUIMICO CÉTICO).
Segundo Adams III (1986), é facto que na África existe uma rica história de conhecimento
científico, descobertas e invenções que antecedem o surgimento da civilização europeia: a
descoberta do tempo, o controle do fogo, o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas, a
linguagem e a agricultura. Nada no século 20, segundo o autor, contribuiu tanto para o
desenvolvimento da humanidade como esse conhecimento da matriz africana nem a chegada à
Lua, a descoberta do DNA ou a energia nuclear, a televisão ou o laser, e nem mesmo o
automóvel.

4.1. A descoberta do ferro

No século XIX um médico inglês chamado R. Felkin, em contacto com os Banyoros, na região
que hoje compreende Uganda, testemunhou uma cirurgia cesariana. Felkin descreve com êxtase
os passos da cirurgia, ressaltando as técnicas de cauterização, assepsia, etc. Felkin destaca que as
mãos do cirurgião africano trabalham com sensibilidade, maestria e delicadeza difíceis de serem
encontradas nos cirurgiões ocidentais (De Smet, 1998). [2]

O instrumento médico utilizado na cirurgia cesariana foi levado por Felkin e se encontra exposto
no Museu de Londres. É claro que a construção do instrumento tem como base a integração entre
os Orixás e os seres humanos pois, segundo o itan de Ogum, que já traz em si o conhecimento
tecnológico, esse Orixá concedeu aos seres humanos o segredo da forja do ferro:

Ogum e seus amigos Alaká e Ajero foram consultar Ifá. Queriam saber uma forma de se
tornarem reis de suas aldeias. Após a consulta foram instruídos a fazer ebó. (...) Os amigos de
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Ogum tornaram – se reis de suas aldeias, mas a situação de Ogum permanecia a mesma.
Preocupado, Ogum foi novamente consultar Ifá. E o advinho recomendou que refizesse o ebó.
Depois, deveria esperar a próxima chuva e procurar um local onde houvesse ocorrido uma
erosão. Ali devia apanhar da areia negra e fina e colocá-la no fogo para queimar. Ansioso pelo
sucesso, Ogum fez o ebó. E, para sua surpresa, ao queimar aquela areia, ela se transformou na
quente massa que se solidificou em ferro. O ferro era a mais dura substância que ele conhecia.
Mas era maleável enquanto estava quente. Ogum passou a modelar a massa quente. Ogum forjou
primeiro uma tenaz. Um alicate para retirar o ferro quente do fogo. E assim era mais fácil
manejar a pasta incandescente. Ogum então forjou uma faca e um facão. Satisfeito, Ogum passou
a produzir toda espécie de objectos de ferro. Assim como passou a ensinar seu manuseio. Veio
fartura e abundância para todos. Dali em diante Ogum Alegbedé, o ferreiro, mudou. Muito
prosperou e passou a ser saudado. Como Aquele que Transforma a Terra em Dinheiro. (Prandi,
2001). [3]

O ferro é um dos elementos químicos mais abundantes na crosta terrestre e sua importância é
destacada pela sua utilização nas construções civil, naval e aeronáutica, entre outras.
Reaproveitado de pneus velhos, serve à confecção do berimbau, ou seja, a corda que vibra no
instrumento é feita a partir do compartilhamento do conhecimento de Ogum.

Cabe uma reflexão sobre por que não encontramos, durante a nossa formação nos cursos de
graduação em ciências – engenharia, química, física, biologia, etc. – Informações sobre os
saberes e fazeres dos povos africanos. Estes saberes e fazeres são ocultados para justificar a
colonização, a apropriação das riquezas e do conhecimento e a destruição daquele continente por
parte do Ocidente.

No entanto, Sherby e Wadsworth (2001) propuseram uma nova sequência para a idade dos
metais. O início da idade do ferro, que se acredita datar de 1000 a.C., foi alterado para incluir o
conhecimento da metalurgia desse elemento químico pelos africanos. Essa modificação se
baseou em pesquisas que encontraram uma placa de ferro na pirâmide de Quéfren, no Egipto,
que data de 3700 a.C. Tal descoberta demonstra, segundo os autores, o conhecimento ancestral
da metalurgia do ferro no continente africano.
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Outro conhecimento químico que teve importância na área de alimentos refere-se às técnicas de
fermentação, inicialmente de sucos naturais contendo açúcar, originando os vinhos. Há indícios
de que cerveja, obtida a partir da fermentação de grãos de cevada, já era produzida ao redor de
6.000 a.C. na região da Mesopotâmia. O que é certo é que em torno de 4.000 a.C. o homem já
dominava as técnicas de produção de vinho e cerveja. As bebidas alcoólicas, além do papel como
alimento, desempenharam diferentes papéis em cada civilização, em algumas actuando como
medicamento e em outras tendo papel em cerimónias religiosas. [2]
.
Há, como pode – se ver, várias possibilidades de trabalhar a questão da ciência e tecnologia a
partir da matriz africana.

4.2. Farmacologia
O Egipto possuía uma ciência médica e farmacológica sistematizada e muito desenvolvida, cujas
recentes descobertas mostram que os cientistas egípcios tiveram a capacidade de promover
cirurgias complexas como as cerebrais, de catarata ou o engessamento de membros com ossos
quebrados, conhecer substâncias cicatrizantes e anestésicas.

A utilização de princípios activos de vegetais e minerais, fundamento da farmacologia, é muito


antiga. Os egípcios já recorriam a substâncias como o ópio, com função hipnótica, ou a beladona,
como narcótico.

Farmacologia (do grego pharmakon, “medicamento” e logos, “estudo”), é o estudo das drogas,
dos medicamentos e dos venenos, sob os aspectos de sua obtenção, preparação, acção e efeitos
nos organismos vivos. Seu estudo e métodos de investigação se apóiam em outras ciências –
matemática, física, química e biologia – e em muitos de seus ramos, como estatística, físico-
química, biofísica, bioquímica, ecologia, genética, botânica, zoologia, patologia, anatomia e,
principalmente, fisiologia – do homem, dos animais, dos vegetais e dos microrganismos.

Com um campo tão abrangente, a farmacologia comporta divisões e subdivisões. Seus ramos
principais são: (1) farmácia, que trata da obtenção, preparação, conservação e padronização dos
medicamentos; (2) farmacognosia, identificação dos princípios ativos naturais dos medicamentos
de origem vegetal e animal; (3) toxicologia, que estuda os agentes tóxicos e venenos, seus efeitos
e mecanismos de ação sobre os organismos vivos e desempenha papel importante no terreno
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médico-legal e na medicina do trabalho; (4) farmacodinâmica estudo das ações, dos efeitos e do
destino dos medicamentos no organismo vivo; (5) posologia, que estuda as doses dos
medicamentos; (6) quimioterapia, utilização de agentes químicos no tratamento de doenças; e (7)
terapêutica, que no sentido mais amplo é o emprego de diferentes técnicas no combate às
doenças.

4.2.1. Histórico
O homem sempre procurou, com oferendas, sacrifícios e invocações, acalmar a ira das
divindades e delas obterem complacência, alívio e cura de seus males. Ao mesmo tempo, porém,
tentou encontrar na natureza recursos para afastar as doenças e minorar ou anular seus efeitos
maléficos. Receitas para o preparo de medicamentos aparecem numa placa de argila com cerca
de cinco mil anos, encontrada em escavações realizadas na Suméria. É o documento
farmacológico mais antigo que se conhece. O papiro de Ebers (de 1500 a.C.) contém uma lista de
medicamentos, entre os quais alguns com propriedades reconhecidas na actualidade, como o
ferro, usado para combater anemias. Também entre babilônios e assírios, chineses, indianos,
povos incas e pré-incaicos era comum a utilização de plantas com fins curativos.

Em 1803, o farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Sertürner conseguiu isolar a substância


responsável pela acção hipno-analgésica do ópio (látex da papoula), à qual deu o nome de
morfina. Foi o primeiro de uma longa série de princípios activos isolados a partir de vegetais. O
conceito de investigação sistemática da acção das drogas, porém, somente apareceu em 1850
com François Magendie. Foi grande, nesse sentido, a contribuição dos fisiologistas e químicos.

A utilização de medicamentos para aliviar sintomas e combater doenças, ao longo de todo o


século XIX, continuou fundada principalmente na superstição, na magia e na religião. A base do
arsenal terapêutico, de origem vegetal ainda era constituída de formas galênicas – tinturas,
extratos etc. – de composição muito complexa e efeitos múltiplos. A farmacologia como ciência
teve realmente início na segunda metade do século XIX, com dois pesquisadores alemães alunos
de Magendie. Rudolph Buchheim instalou o primeiro laboratório de farmacologia experimental
na Universidade de Dorpat. Oswald Schmeiderberg criou, na Universidade de Estrasburgo, o
mais importante centro de pesquisa, difusão e sistematização da farmacologia experimental.
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Merece destaque o trabalho de outro discípulo de Magendie, Claude Bernard, que relatou suas
experiências com o curare, usado pelos indígenas da Amazônia para envenenar flechas. Seu
contemporâneo Louis Pasteur, entre outras descobertas importantes, estabeleceu o conceito de
doenças infecciosas transmissíveis e preparou vacinas preventivas e curativas. Com Pasteur e
seus continuadores, a farmacologia ganhou medicamentos novos, capazes de produzir imunidade
artificial.
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5. Constatações

Partindo do princípio da não existência de dados registados, pensa – se que a África é um


continente “sem nome” (sem história). No entanto, é sabido que a África é o berço da
humanidade e entretanto a ciência também surge em África, mas com o futuro
desenvolvimento com os europeus que posteriormente fazem estudos, experimentações /
experiências e publicações de obras que provam cientificamente o que na verdade foi
descoberto pelos africanos.
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Referências bibliográficas.

[1]http://www.coladaweb.com/medicina-e-enfermagem/farmacologia

[2]http://www.ebah.com.br/content/ABAAABf4AAD/historia-farmacologia

[3] COMITINI, Carlos. África: O povo. Rio de Janeiro: Achiamé, 1982

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