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Ambiente
Para efeitos didáticos, consideraremos o nosso ambiente como um ambiente onde não existem outros
custos além dos especificamente mencionados. Em outras palavras, alguns custos só serão considerados
nos exemplos e exercícios se forem explicitamente mencionados, tais como custos como reciprocidade
exigida pelos bancos, custos devidos à exigência de saldos médios a serem mantidos nos bancos, custos
devidos à compra “compulsória” de seguros empurradas pelos agentes financeiros, taxas de abertura
de crédito, taxas de cadastro, imposto de renda, IOF, imposto sobre diversos, emolumentos e custos
de transação, tais como comissões, inadimplências, falências e congelamentos.
Definições
Um real na mão hoje vale mais que um real a ser recebido daqui a um ano, pois, se tivermos um real
hoje, podemos investi-lo e receber os juros desse investimento, de forma que, daqui a um ano, teremos
mais de um real. Para exemplificar, suponha que você possua R$ 1.000 e tenha a oportunidade de
investi-los no banco a uma taxa de juros de 10% ao ano. Quanto você teria ao final do ano?
VP = 1.000
i = 10% a.a.
n=1
0 1
VP =1.000 J=?
VF = ?
1
Podemos deduzir a fórmula do valor futuro (VF):
VF = VP + VP x i
VF = VP (1 + i)
Juros
O conceito de juros pode ser entendido como:
a) o dinheiro pago pelo uso do dinheiro emprestado, ou seja, o custo do capital de terceiros
colocado à nossa disposição;
b) a remuneração do capital empregado em atividades produtivas ou
c) a remuneração paga pelas instituições financeiras sobre o capital nelas aplicado.
Os juros são fixados por meio de uma taxa percentual que sempre se refere a uma unidade de tempo:
ano, semestre, trimestre, mês, dia, etc.
Ex. 2: Se você aplicar um capital de $ 10.000 a uma taxa de juros de 8% a.a., quanto receberá de
juros ao final de um ano?
0 1
VP =10.000 J = 800
E se você aplicar esses mesmos $ 1.000 a juros compostos, com uma taxa de 10% ao ano, quanto terá
em dois anos?
Juros simples
Os juros que incidem sobre um empréstimo são chamados de juros com capitalização simples se, a
cada período que dura o empréstimo, os juros são calculados sempre em cima do valor inicial do
empréstimo. Em outras palavras, sobre os juros não pagos não incide cobrança de juros. Nessa
categoria, os juros de cada período são sempre calculados em função do capital inicial.
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Considere, por exemplo, que um poupador tenha investido $ 1.000 em uma aplicação de renda fixa que
lhe renderá juros simples à taxa de 10% a.a. Qual será o saldo dessa aplicação ao final de quatro anos?
Nesse caso, é importante entendermos que o banco sempre aplicou a taxa de juros de 10% a.a. sobre o
capital inicial de $ 1.000 e nunca permitiu que o aplicador retirasse os juros de cada período. Dessa forma,
apesar de os juros estarem à disposição do banco, eles nunca foram remunerados. Caso o banco
permitisse ao aplicador a retirada dos juros, ainda que continuasse a não remunerar os juros
remanescentes, o poupador passaria a ter uma entrada nova de capital por conta da eventual aplicação
que pudesse fazer com os juros recebidos. Nesse caso, o poupador estaria recebendo 10% mais a taxa
de remuneração sobre a aplicação dos juros, e esta não mais seria uma situação de juros simples.
Exemplo
Suponha que você tenha feito um empréstimo de $ 1.000 com 10% de juros ao ano. Os cálculos do
valor dos juros e do principal a pagar serão os seguintes:
O valor total a pagar para liquidar o empréstimo é o valor dos juros mais o valor do principal, ou seja:
100 + 1.000 = 1.100.
0 1
VP =1.000 J = 100
VF = 1.100
E se você tivesse feito esse mesmo empréstimo por dois anos? Nesse caso, os cálculos do valor dos
juros e do principal a pagar seriam os seguintes:
valor dos juros por ano = valor da dívida x taxa de juros x número de anos
3
O valor total a pagar para liquidar o empréstimo é o valor dos juros mais o valor do principal, ou seja:
200 + 1.000 = 1.200.
0 1 2
E se você tivesse feito esse mesmo empréstimo por três anos? Nesse caso, os cálculos do valor dos
juros e do principal a pagar seriam os seguintes:
valor dos juros por ano = valor da dívida x taxa de juros x número de anos
O valor total a o pagar para liquidar o empréstimo é o valor dos juros mais o valor do principal, ou seja:
300 + 1.000 = 1.300.
0 1 2 3
Fórmula geral:
0 1 2 3 ...... n
VF = VP + Juros . n
VF = VP + VP x i x n
VF = VP (1 + in)
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A fórmula é somente essa, mas podemos, por meio de manipulações algébricas, utilizar a fórmula do valor
futuro (VF) para calcular o valor presente (VP), a taxa de juros (i) ou o valor dos juros a pagar (J).
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 (1 + 𝑖𝑛)
𝑉𝐹
𝑉𝑃 =
1+𝑖 × 𝑛
𝑉𝐹 - 𝑉𝑃
𝑖=
𝑉𝑃 × 𝑛
𝐽 = 𝑉𝐹 - 𝑉𝑃 = 𝑉𝑃 × 𝑖 × 𝑛
Observe que só existem quatro variáveis: taxa de juros, valor presente, valor futuro e número de
períodos. Assim sendo, só existem quatro tipos básicos de pergunta que podemos formular.
Exemplo:
Qual é o montante acumulado em 24 meses (VF), a uma taxa de 2% a.m., no regime de juros simples,
a partir de um principal (VP) igual a $ 2.000?
Solução:
P = $ 2.000
i = 2% a.m. 2/100 = 0,02 ao mês
n = 24 meses
VF = ?
VF = 2.000 (1 + 0,02 x 24) = 2.960
Juros compostos
Os juros que incidem sobre um empréstimo são chamados de juros com capitalização composta se são
calculados, a cada período que dura o empréstimo, sobre o saldo devedor do empréstimo, que inclui o
principal e os juros ainda não pagos. Nessa categoria, os juros de cada período são calculados sempre
em função do saldo existente no início de cada respectivo período. Daqui para frente,
consideraremos que todos os juros em questão são compostos.
Considere a mesma situação do exemplo anterior, com a seguinte diferença: para o cálculo da
remuneração ao investidor, foram utilizados juros compostos. Dessa forma, teremos:
5
Nesse caso, o banco remunera os juros pagos, que são reinvestidos na aplicação. No gráfico a seguir,
podemos observar a diferenças entre os juros simples e compostos mostrados nessas tabelas.
Exemplo:
1) Suponha que você tenha feito um empréstimo de $ 1.000 hoje para pagar com juros de 10%
ao ano, capitalizados de forma composta. Dessa forma, se você pegou esse empréstimo por
apenas um ano, os cálculos do valor dos juros e do principal a pagar serão os seguintes:
O valor total a pagar para liquidar o empréstimo é o valor dos juros mais o valor do principal, ou seja:
100 + 1.000 = 1.100.
0 1
VP =1.000 J = 100
VF = 1.100
6
Agora, caso você tivesse feito esse mesmo empréstimo por dois anos, os cálculos do valor dos juros e
do principal a pagar seriam os seguintes:
Se os juros não fossem pagos, o saldo devedor para o início do segundo ano seria o seguinte:
valor dos juros para o segundo ano = saldo devedor x taxa de juros
O valor total a pagar para liquidar o empréstimo é o valor dos juros do ano 1 + os juros do ano 2 + o
principal, ou seja: 100 + 110 + 1.000 = 1.210
0 1 2
Por fim, consideremos que você tenha feito esse mesmo empréstimo por três anos. Nesse caso, os
cálculos do valor dos juros e do principal a pagar seriam os seguintes:
Se os juros não fossem pagos, o saldo devedor para o início do segundo ano seria:
valor dos juros para o segundo ano = saldo devedor x taxa de juros
Se os juros não fossem pagos, o saldo devedor para o início do terceiro ano seria:
valor dos juros para o terceiro ano = saldo devedor x taxa de juros
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O valor total a pagar para liquidar o empréstimo é o valor dos juros do ano 1 + os juros do ano 2 +
os juros do ano 3 + o principal, ou seja:
0 1 2 3
Obs.: valor presente, valor atual, valor de hoje são sinônimos, assim como, agora ou tempo zero (t = 0).
Exemplo:
Qual seria o montante acumulado em seis anos, a uma taxa de 10% a.a., no regime de juros compostos,
a partir de um principal inicial de $ 100,00?
Solução:
Utilizando a fórmula: VF = VP (1 + i)n = 100,00 (1 + 0,1)6 = 177,16.
Seja VP1 o principal no início do ano 1, VP2 no início do ano 2 e assim sucessivamente.
Seja VF1 o montante ao final do ano 1, VF2 ao final do ano 2 e assim sucessivamente.
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Fazendo o reinvestimento, período a período, até o sexto período de todo o disponível ao final do
período anterior, teremos:
0 1 2 3 4 5 6