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- EMERJ -
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
PROVA REGULAR DE DIREITO EMPRESARIAL
QUESTÕES DISCURSIVAS
CPI A 2 2016
PROVA: 25/10/2016
- PNAPP 1 -
9 QUESTÃO: (Valor - 0,5 pontos)
a sociedade em nome coletivo deverá adotar firma como nome empresarial, que
incluirá o nome de pelo menos um dos sócios, sendo facultativo o aditivo & Companhia, caso
todos os sócios sejam nominados;
a denominação social é uma espécie de nome empresarial, também conhecida
como "nome de fantasia", porque nela não se inclui nome patronímico, apenas palavras ou
expressões designativas do objeto social;
nas sociedades cujo capital é dividido em ações, é proibido o uso da firma social
como nome empresarial, somente sendo permitido o uso da denominação com a indicação
do objeto social;
o adquirente de estabelecimento por ato entre vivos ou causa mortis, pode usar a
firma do alienante ou do de cujus, precedida de sua própria, com a qualificação de sucessor;
na sociedade em conta de participação a espécie de nome empresarial é firma,
exclusivamente, formada pelo nome patronímico do sócio ostensivo seguida do aditivo &
Companhia, por extenso ou abreviado.
- EMERJ -
ELABORAÇÃO DE CASO CONCRETO
UO.: Elaborador: Período:
DIACD Ana Paula Abreu 2016.1
ATEN AO: A cópia impressa a partir da intranet é cópia não controlada.
CP Disciplina Tema Questão
,--, 01- Cadem
a L. Constitucional E 02 — Civil E 03 - Penal Prova
i
05—
E E 04— Empresarial .
Administrahvo
E1 06— Tributário
IN 1---, 07— Processo ia 08— Processo
09 - Previdenciário 12
'—' Civil ffl Penal
Regular
• IV 12 —
ri10 — Criança e 11- Técnica de
V '—' Adolescente Sentença
E Responsabilidade
Civil
E vi c 13 - Consumidor 14 - Arnbiental E 15 - Eleitoral
Descrição do Tema
PROPRIEDADE IMATERIAL. Legislação, Direito Autoral. Lei n.° 9.609/98. Propriedade Industrial -
Marcas. Espécies. Classificação. Âmbito de proteção. Marca notória e de alto renome. Registro.
Cessão de direito. Extinção. Desenho Industrial.
Descrição do Caso Concreto
JOANA CAMPINHO propôs ação ordinária de obrigação de não fazer cumulada comyf
pedido de antecipação de tutela em face de ALANA NEVES, afirmando ter fundado junto com urna
amiga, em 1998, a banda musical denominada ''PANCAKE" grupo que alcançou fama até mesmo
fora do Brasil, tendo existência públic , notória e continuada.
Relata a autora que/em 2005/foi surpreendida com o aparecimento de uma nova banda com
mesmo nome da que riara, attiando para igual tipo de público e também formada só por
mulheres. Assim, pleiteia que fosse determinada a imediata cessação do uso do nome artístico
"PANCAKE" e a condenação da ré ao pagamento de danos morais, a serem arbitrados pelo juízo.
Em sua contestação, ALANA NEVES impugna a inicial, asseverando que a marca
"PANCAKE" foi registra0 pela contestante no INRI, com a publicação de sua viabilidade na Revista
do INPI, sem a apresentação de qualquer oposição. Sustenta que om o registro da marca/passou
a ser a sua legitima detentora, o que lhe confere o direito d utilizar o nome registrado com
exclusividade.
Como juiz da causa, decida a questão, de forma fundamentada. (Resposta em até 15
linhas).
Resposta do Caso Concreto
RECURSO ESPECIAL N° 678.497 - RJ (2004/0098630-4)
Trechos do acórdão:
(..-)
Os dispositivos invocados têm a seguinte redação;
Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não
compreendidos nas proibições legais.
Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as
disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional,
observado quanto às marcas coletivas e de certificação o disposto nos arts. 147 e 148.
§ 1° Toda pessoa que, de boa fé, na data da prioridade ou depósito, usava no Pais, há pelo menos
6 (seis) meses, marca idêntica ou, semelhante, para distinguir ou certificar produto ou serviço
idêntico, semelhante ou afim, terá direito de precedência ao registro.
§ 2° O direito de precedência somente poderá ser cedido juntamente com o negócio da empresa,
ou parte deste, que tenha direta relação com o uso da marca, por alienação ou arrendamento.
Vale ressaltar, de inicio, que a designação de grupo musical por título genérico (p. ex.: Banda Eva)
não se confunde com pseudônimo (p. ex.: Patativa do Assaré), apelido notório (p. ex.: Cazuza) ou
nome artístico singular (p. ex.: Roberto Carlos) ou coletivo (p. ex.: Alvarenga e Ranchinho), esses
quatro últimos utilizados por pessoas físicas para se apresentarem no meio artístico, identificando-
se como artistas. Para pseudônimo, apelido notório e nome artístico singular ou coletivo são
assegurados atributos protetivos inerentes à personalidade, inclusive a necessidade de prévio
consentimento do titular como requisito para o registro da marca (Lei 9.279/96, art. 124, XVI).
No caso de designação de grupo artistico por título genérico, a designação não identifica, nem se
reporta, propriamente às pessoas que compõem o conjunto, de modo que a impessoalidade
permite até que os integrantes facilmente possam ser substituídos por outros sem que isso implique
modificação essencial que prejudique a continuidade do grupo artístico. Por isso, não se pode falar
em direito da personalidade nessa hipótese, como sucede no caso em debate, como bem decidiu a
Corte Estadual.
Feitos esses esclarecimentos, fica afastada a alegação de violação ao art. 124, XVI, da Lei
9.279/96, sob a argumentação de que a recorrente, como detentora do título "Pancake", não
autorizara seu registro, como exigiria o referido dispositivo legal quando se trata de nome artístico,
pois, como visto, de nome artístico não se cuida.
Convém esclarecer, ainda, que a designação dada a "banda musical" ou a um "grupo musical"
também não se constitui em nome empresarial ou em titulo de estabelecimento. Aliás, na espécie,
não afirma a autora ser empresária individual ou ter constituído pessoa jurídica para organizar a
atividade da banda.
Trata-se, na realidade, de marca ("Pancake"), isto é, de um sinal, título ou palavra que se atribui
como elemento distintivo de grupo artístico com atuação na atividade "grupo musical", assegurando
sua identidade de modo a diferenciá-lo dos demais existentes no mercado.
De acordo com a normatização estabelecida pelo INPI - Instituto de Propriedade Industrial, o título
Descrição do Tema
. de banda musical deve ser registrado como marca sob a classe "grupo musical - 41, providência
que, . nos termos do art. 129 da Lei 9.279/96, confere ao titular a exclusividade no
uso (http://www.i n pi. gov . br/images/docs/lista_auxil i a r_de_servicos_atualizada_segunda_a_ncl
Nesse contexto, diversamente do que entende a recorrente, a proteção relativa à designação, por
titulo genérico, de banda ou grupo musical se subsume as regras da propriedade industrial, pois se
trata de objeto suscetível de ampla possibilidade de registro como marca, a teor do art. 122 da Lei
9.279/96.
Cumpre assinalar, por outro lado, que o art. 129, § 1°, da Lei 9.279/96 afirma que será dada
precedência à pessoa que, de boa-fé, utilizava a marca há mais de seis meses a contar da data do
depósito. Porém, como se vê na petição inicial, não pretende a recorrente a anulação do registro,
nem requer seja a marca atribuída a si, razão pela qual deixa-se de analisar a matéria sob esse
enfoque.
Ante o exposto, conhece-se do recurso em parte e, nessa parte, nega-se provimento ao especial.
Descrição do Tema
SOCIEDADES. Conceito. Elementos caracterizadores. Sociedades unipessoais. Classificação das
sociedades. A participação de pessoas casadas, incapazes e impedidas. Espécies - sociedades
simples e empresárias. Caracterização. Cooperativas e sociedades por ações. Atividade Rural.
Descrição do Caso Concreto
Trata-se de ação de execução de título executivo extrajudicial ajuizada por RITA RODRIGUES em
face da devedora LIC1A ALVES e de seup avalista e devedor solidário ASTOLFO MENDES, na.
-eme', após tentativa frustrada de penhora on line e bloqueio de valores monetários pertencente a
LICIA ALVES, foi deferida a penhora de cotas sociais que o ca-Liamedor ASTOLFO MENDES
possuía junto à COOPERATIVA AGROVERDUREIRA. cedzued.tiii,
I rres ignada , a COOPERATIVA AGROVE RDU RE I RA interpôs agravo, sustentando a
impossibilidade de penhora de cotas de sociedade cooperativa, face à expressa previsão legal no
sentido de impossibilidade de sua transferência a terceiros estranhos ao quadro da sociedade.
Prossegue aduzindo serem as cooperativas entidades diferentes das demais figuras societárias, já
que voltadas à consecução de um fim de interesse coletivo e sem o intuito de lucro, a ensejar
tratamento diferenciado pela lei, especialmente impedindo o ingresso de sócios não ligados à
atividade por ela desenvolvida e fomentada. Assim, requer o provimento do recurso para
desconstituir a penhora realizada.
Assiste razão ao agravante? Responda, de forma fundamentada, em até 15 linhas.
Resposta do Caso Concreto
RECURSO ESPECIAL N° 1.278.715- PR (2011/0220197-1)
Trechos do acórdão:
A cooperativa tem, em linha de princípio, na dicção do parágrafo único do art. 982 do CC/02,
natureza de sociedade simples. Daí o art. 1.096 do CC/02, inserido no. capítulo da cooperativa,
prever a aplicação subsidiária das disposições referentes à sociedade simples no caso de eventual
omissão
legislativa.
Contudo, o mesmo art. 1.096 do CG/02 resguarda as características peculiares estampadas no art.
1.094, as quais, inclusive em complemento e
atualização à Lei n° 5.764/71, dão hodiernamente o contorno das caracteristicas que diferenciam a
cooperativa das demais modalidades societárias.
A hipótese tratada, qual seja, a penhora de cotas sociais, não é abordada pelo CC/02 no capitulo
da cooperativa, tampouco há qualquer previsão sobre o tema na Lei n° 5.764/71, sendo natural, à
vista do conteúdo dos dispositivos citados, socorrer-se das regras atinentes à sociedade simples.
Nesse compasso, o art. 1.026, caput, do CG/02 — ao tratar da sociedade simples — prescreve
responder o sócio, na insuficiência de outros bens, com a parte que lhe tocar em liquidação. E se a
sociedade não estiver ou for dissolvida — diz o parágrafo único do art. 1.026 — "pode o credor
requerer a liquidação da quota do devedor", apurando-se o valor "na forma do art. 1.031".
Naturalmente, se assim é para a sociedade simples, o mesmo deve ser aplicado à cooperativa,
respeitadas sempre, gize-se, suas peculiaridades e nuances que lhe são próprias, a exemplo da
impossibilidade de cessão das cotas a terceiros, variabilidade ou dispensa de capital social e
concurso de sócios em número mínimo à composição e administração da sociedade.
De qualquer sorte, a simples penhora de cota da cooperativa não transforma o credor ipso facto em
sócio, pois isso compreenderia outro conjunto, complexo e diverso, de direitos e obrigações de
ordem econômica e pessoal.
0
Portanto, como solução ao óbice de transferência a terceiros decorrente do art. 4 , inc. IV, da Lei n°
5.764/71 e do art. 1.094, inc. IV, do CC/02, impõe-se a aplicação dos efeitos da penhora sobre as
cotas sociais em consonância com os princípios societários e características da cooperativa.
Dada a restrição legal citada e, no caso dos autos, também estatutária de ingresso do credor como
sócio e, ainda, em res eito à afecctio societatis, em momento rocessual o aduno, deve-se facultar
Descrição do Tema
à sóciedade cooperativa, na qualidade de terceira interessada, remir a execução (art. 651, CPC —
art. 826, NCPC), remir o bem (art.685-A, § 2°, CPC — Art. 876,§2°, NCPC) ou concedê-la e aos
demais sócios a preferência na aquisição das cotas (art. 685-A, § 4°, CPC — art. 876, §7°, NCPC), a
tanto por tanto
De igual sorte, em não ocorrendo solução satisfatória, assegura-se ao credor o direito de requerer a
dissolução parcial da sociedade, com a exclusão do sócio — observada a regra do parágrafo único
do art. 1.030 do CC/02 e(ou) eventual previsão estatutária (art. 21, II, Lei 5.764/71) — e consequente
liquidação da respectiva cota, nos moldes também delineados pela legislação (art. 1.031, CC/02).
Importante perceber que a própria proibição legal de transferência da cota para terceiros, no caso
especifico da cooperativa, serve para reafirmar a possibilidade de sua penhora, na medida em que,
ao vedar a transmissão também para herdeiros, o art. 1.094, inc. IV, do CG/02 certamente não
pretendeu obstar a transmissibilidade desse direito (ainda que na sua expressão econômica) no
caso de falecimento do titular da cota — cuja conclusão nesse sentido implicaria em inegável
perplexidade e temeridade.
(...)
E mesmo sendo a cooperativa sociedade de pessoas (art. 4°, Lei 5.764/71), a solução apresentada
não prejudica, conforme já adiantado, o vinculo subjetivo-pessoal que deu origem à sociedade,
menos ainda, por seu turno, haveria de se falar em qualquer risco à preservação da empresa, pois
aventada apenas a possibilidade de dissolução parcial, segundo o modelo geral estabelecido pelo
CG/02 para exclusão, morte ou retirada de sócio.
A par de tais considerações, duas ressalvas devem ser feitas. É que o art. 1.094 do CC/02, ao
elencar as características da sociedade cooperativa — não previstas, aliás, na lei regência —, traz a
possibilidade de se dispensar a integralização de capital (inc. I), o que por si só inviabilizaria
qualquer penhora na hipótese de sequer existir cota parte passível de constrição. Outra
particularidade é a exigência de número mínimo de sócios (inc. II), de modo que eventual
dissolução parcial da cooperativa condiciona-se a persistência, após a exclusão do sócio-devedor,
de quantitativo suficiente à composição da administração da sociedade, a fim de evitar sua
dissolução de pleno direito (art. 63, inc. V, Lei 5.764/71).
CPI-A
Questões objetivas
Descrição do Tema
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Caracterização. Responsabilidade. Capacidade. Impedimentos ao
exercido da empresa. Prosseguimento da empresa pelo incapaz. Empresário individual casado.
Alienação de bens pelo empresário individual casado. Pequeno empresário. Empresário Individual
Rural.
Descrição do Caso Concreto
Na área rural do município de Goiatins, a atividade preponderante exercida pelos habitantes é o
cultivo da mandioca. Numa micropropriedade, o casal Lizarda e Pugmil planta mandioca com a
ajuda dos filhos e dos pais. Não há maquinário para a lavoura e a cultura é de subsistência, sendo
excedente, quando existente, vendido para uma indústria de beneficiamento. Os poucos animais
que o casal possui servem para o fornecimento de leite e carne e ao arado da terra.
Há, também, na área rural, uma indústria de beneficiamento da mandioca, com mais de cem
empregados, máquinas, amplas construções e continuo treinamento dos colaboradores. A forma
jurídica para a exploração da atividade é de sociedade limitada, sendo titular de 3/4 (três quartos)
do capital social e da maioria das quotas o Sr. Couto Magalhães.
A partir do texto, responda aos itens a seguir.
A atividade realizada pelo casal Lizarda e Pugmil é considerada uma empresa?
O Sr. Couto Magalhães é considerado empresário?
Couto Magalhães não é empresário, porque empresário individual é aquele que exerce a
empresa em nome próprio e mediante responsabilidade ilimitada. Ele é sócio da sociedade
empresária. Não se pode confundir o sócio, ainda que majoritário, com a sociedade empresária,
pois é ela quem exerce a empresa como pessoa jurídica de direito privado.
02 3,5
PROVA REGULAR
TURMA: CPI — B
QUESTÕES OBJETIVAS:
JOANA CAMPINHO propôs ação ordinária de obrigação de não fazer cumulada com
pedido de antecipação de tutela em face de ALANA NEVES, afirmando ter fundado junto
com uma amiga, em 1998, a banda musical denominada "PANCAKE" grupo que alcançou
fama até mesmo fora do Brasil, tendo existência pública, notória e continuada.
Relata a autora que, em 2005, foi surpreendida com o aparecimento de uma nova
banda com o mesmo nome da que criara, atuando para igual tipo de público e também
formada só por mulheres. Assim, pleiteia que fosse determinada a imediata cessação do uso
do nome artístico "PANCAKE" e a condenação da ré ao pagamento de danos morais, a
serem arbitrados pelo juízo.
Em sua contestação, ALANA NEVES impugna a inicial, asseverando que a
marca "PANCAKE" foi registrado pela contestante no INPI, com a publicação de sua
viabilidade na Revista do INPI, sem a apresentação de qualquer oposição. Sustenta que,
com o registro da marca, passou a ser a sua legitima detentora, o que lhe confere o direito
de utilizar o nome registrado com exclusividade.
Como juiz da causa, decida a questão, de forma fundamentada. (Resposta em até
15 linhas).
- PI\ 4PT? T -
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- EMERJ -
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
PROVA FINAL DE DIREITO EMPRESARIAL
QUESTÕES OBJETIVAS
CPI C 2 2016
PROVA: 06/12/2016
NOME: MATRiCULA:
- PT1/4 4F1? T -
PROVA FINAL DE DIREITO EMPRESARIAL — CPI C
Clapstro constituiu uma EIRELI com o seguinte nome empresarial — Clapstro Ontonoaldo
EIRELL Foi nomeada em ato separado como única administradora sua cunhada. Amara
Leite. A pessoa jurídica celebrou um contrato de prestação de serviços e, nesse
documento. Clapstro assinou como administrador e representante da EIRELI.
Gabarito:
Não foi correto o uso do nome empresarial por Clapstro, porque ele não tem poderes
de administração. O fato de ter instituído a EIRELI não lhe dá de pleno direito poderes
de administração porque somente Amara Leite, única administradora, poderia usar a
denominação, com fundamento no art. 1.064 do Código Civil, que se aplica a EIRELI por
força do Art. 980-A, § 6°, do Código Civil. É indispensável a correta e completa menção
a todos os dispositivos legais indicados para a obtenção de pontuação.
Sim, nos limites de seus poderes, Amara Leite como única administradora pode
constituir mandatários da pessoa jurídica. O fundamento legal encontra-se no Art. 1.018
do Código Civil (-Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas
funções, sendo-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários da
sociedade, especificados no instrumento os atos e operações que poderão praticar-),
aplicável à EIRELI por força dos artigos 980-A, § 6° e 1.053, caput, do Código Civil.
1
PROVA FINAL DE DIREITO EMPRESARIAL — CPI C
Gabarito:
A questão tem por objetivo aferir o conhecimento sobre um dos efeitos da dissolução da
sociedade, isto é, a manutenção da personalidade jurídica até o encerramento da
liquidação e baixa do registro no órgão competente (art. 51 do Código Civil: "Nos casos
de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela
subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua"). Assim, o credor não tem
razão em seu pedido de reconhecimento de solidariedade da sociedade e dos sócios com
fundamento no art. 990 do Código Civil, que se aplica apenas à sociedade em comum,
não personificada. Os sócios permanecem durante a liquidação com a responsabilidade
limitada ao valor das quotas que possuem, de aco rdo com o disposto no art. 1.052 do
Código Civil.
PROVA FINAL DE DIREITO EMP FQ A MA - ("Pi e
Prova twoL dor Turma:
Questões objetivas
PinA, o fr,e,espç:, c11.
Questão ri, 3 - 6
Valor da questão: 0)5 pontos.
Visto de aprovação -PA L
3) Assinale a afirmativa incorreta.
Quando assim exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público geral, o CADE poderá
impor ao infrator da ordem econômica, isolada ou cumulativamente, a pena de:
A publicação, em meia página e a expensas do infrator, em jornal indicado na decisão,
de extrato da decisão condenatória, por 2 (dois) dias seguidos, de 1 (uma) a 3 (três)
semanas consecutivas;
A proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e participar de licitação
tendo por objeto aquisições. alienações, realização de obras e serviços, concessão de
serviços públicos, na administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito
Federal, bem como em entidades da administração indireta, por prazo não inferior a 5
(cinco) anos;
A inscrição do infrator no Cadastro Nacional de Infratores da Ordem Económica;
A cisão de sociedade, transferência de controle societário, venda de ativos ou cessação
parcial de atividade;
A proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como representante de pessoa
jurídica, pelo pr3.zo de até 5 (cinco) anos;
Gabarito: C
3
Gabarito: A
5) Relativamente ao direito de marca, marque a alternativa correta.
É passível de registro como marca a designação ou sigla de entidade ou órgão público,
quando não requerido o registro pela própria entidade ou órgão público.
O registro de marca de certificação pode ser requerido por pessoa com interesse
comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado.
O prazo para a resposta do réu, titular do registro nas ações de nulidade, é de 60
(sessenta) dias, ainda que ele seja pessoa jurídica de direito privado.
O direito de marca é considerado direito fundamental, por se confundir com o direito
de personalidade do seu titular; assim, a ação para declarar a nulidade do registro de marca
é imprescritível.
Conforme entendimento do STJ, em caso de contrafação, deve-se comprovar tanto o
dano material quanto o dano moral.
Gabarito:
4
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- EMERJ -
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
PROVA FINAL DE DIREITO EMPRESARIAL
QUESTÕES DISCURSIVAS
CPI AB 2 2015
PROVA: 10/12/2015
CPI AB
QUESTÕES OBJETIVAS
Gabarito: — art. 990, CC (Banca: FCC — ano 2015 - órgão: TCM-RJ - Prova:
Procurador da Procuradoria Especial).
- EMERJ -
na QUESTÃO: (Valor - 0,5 pontos)
Analise as afirmativas abaixo sobre o processo administrativo para imposição de
sanções administrativas por infrações à ordem econômica e assinale a alternativa correta.
(A) O processo administrativo, procedimento em contraditório, visa a garantir ao
acusado a ampla defesa a respeito das conclusões do inquérito administrativo, cuja nota
técnica final, aprovada nos termos das normas do CADE, constituirá peça inaugural.
(8) Na decisão que instaurar o processo administrativo, será determinada a
notificação do representado para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar defesa e
especificar as provas que pretende sejam produzidas, declinando a qualificação completa de
até 5 (cinco) testemunhas.
A notificação inicial do representado será feita pelo correio, ou por outro meio
que assegure a certeza da ciência do interessado ou, não tendo êxito a notificação postal,
será feita por edital publicado no Diário Oficial da União em que resida ou tenha sede,
contando-se os prazos do recebimento da notificação, ou da publicação, conforme o caso.
Recebido o processo, o Presidente do Tribunal o distribuirá, por sorteio, ao
Conselheiro-Relator, que poderá, caso entenda necessário, solicitar à Procuradoria Federal
junto ao CADE que se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias.
Descumprida a decisão do Tribunal, no todo ou em parte, será o fato comunicado
ao Presidente do Tribunal, que determinará à Advocacia-Geral da União que providencie sua
execução judicial.
- EMERJ -
provas que pretende sejam produzidas, declinando a qualificação completa de até 5
(cinco) testemunhas.
A notificação inicial do representado será feita pelo correio, ou por outro meio que
assegure a certeza da ciência do interessado ou, não tendo êxito a notificação postal,
será feita por edital publicado no Diário Oficial da União em que resida ou tenha sede,
contando-se os prazos do recebimento da notificação, ou da publicação, conforme o
caso.
Recebido o processo, o Presidente do Tribunal o distribuirá, por sorteio, ao
Conselheiro-Relator, que poderá, caso entenda necessário, solicitar à Procuradoria
Federal junto ao CADE que se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias.
Descumprida a decisão do Tribunal, no todo ou em parte, será o fato comunicado
ao Presidente do Tribunal, que determinará à Advocacia-Geral da União que
providencie sua execução judicial.
Gabarito: A
Não. Como o contrato estabelece que os sócios não respondam subsidiariamente pelas
obrigações sociais (art. 997, VIII, do Código Civil) Miguel somente pode cobrar de Maria até o valor
de sua quota no capital.
01 4 E.,- NIOLLP
ELABORAÇÃO DE CASO CONCRETO
U O.: Elaborador: Período:
_ Q.212P
72.
DIACD Ana Paula Abreu 2015.2
ATEN AO: A cópia impressa a partir
. da intranet é cá .
CP Disciplina Tema Questão
C 1 3 °1-
Constitucional 02'- Civil E 03- Penal Prova Caderno
• II O 04 — Empresarial 05 —
Administrativo D 06 — Tributário
07— Processo 08— Processo
III Civil • Penal 09 - Previdenciaria 06
IV 12 — Final
10 Cdanca e ,—, 11- Técnica de
• V LJ Adolescente Li Sentença
EL Responsabilidade
Civil
VI 13 - Consumidor 14 - Ambiental E 15 - Eleitoral
Descrição do Tema
TIPOS SOCIETÁRIOS. Principais características e distinções básicas. Sociedade em nome
coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade em
comandita por ações. Adoção dos tipos societários pelas sociedades empresárias e simples.
Efeitos.
Descrição do Caso Concreto
As sociedades Porto Franco Reflorestamento Ltda., Fortuna Livraria e Editora Ltda. e Cia. Cedral
de Papel e Celulose constituíram sociedade em conta de participação, sendo as duas primeiras
sócias participantes e a última, sócia ostensiva. O contrato vigorou por quatro anos, até maio de
2014, quando foi extinto por instrumento particular de distrato, sem que houvesse, posteriormente,
o ajuste de contas por parte da companhia com as sócias participantes, referente ao ano de 2013 e
aos meses de janeiro a maio de 2014.
O objeto da conta de participação era a realização de investimentos na atividade aa sócia ostensiva
para fomentar a produção de papel para o objeto de Fortuna Livraria e Editora Ltda. e a aquisição
de matéria- prima de Porto Franco Reflorestamento Ltda.
Em razão da extinção do contrato, como devem proceder as sócias? Quais/os fundamentos ,
jurídicos que devem ser inv cados no exercício da pretensão em juízo? Resposta fundamentada,
aro máximoC 5 linhas. jh
R sposta do aso Concreto
Diante da recusa do sócio ostensivo em realizar a prestação de contas, cabe o ajuizamento de
ação de prestação de contas pelas sócias participantes em face do primeiro, com fundamento no
art. 914, I, do CPC.
Os fundamentos jurídicos que devem ser invocados são:
a existência de uma sociedade em conta de participação na qual Cia. Cedral de Papel e Celulose
era a sócia ostensiva; portanto, apenas ela realizava a atividade social e administrava a sociedade,
nos termos do Art. 991, do Código Civil;
como administradora, a sócia ostensiva estava obrigada a prestar contas de sua administração
aos sócios participantes, com fundamento no Art. 996, caput, c/c o Art. 1.020, do Código Civil
(indispensável mencionar ambos os artigos);
o distrato operou a dissolução de pleno direito da sociedade, nos termos do Art. 996, caput c/c o
Art. 1.033, II, do Código Civil (indispensável mencionar ambos os artigos);
por conseguinte, deverá ocorrer a liquidação da sociedade, que se rege pelas normas relativas à
prestação de contas, na forma da lei processual, por determinação do Art. 996, caput, do Código
Civil.
Assinale a alternativa correta, com base nas disposições do Código Civil brasileiro
sobre as disposições gerais aplicáveis às sociedades.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário
rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para
todos os efeitos, á sociedade empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário
rural e seja constituída, e jamais transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para
todos os efeitos, à sociedade empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário
rural e seja, transformada, jamais constituída, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, não ficará equiparada à
sociedade empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário
rural e seja constituída, e jamais transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada,
apenas para os efeitos contábeis, à sociedade empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário
rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade
empresária, pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, não ficará equiparada à
sociedade empresária.
Descrição do Tema
EIRELI. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Lei 12.441/11, de 11/07/2011. Noções
gerais. Conceito. Natureza Jurídica, Elementos caracterizadores. Nome. Participação de pessoa
jurídica. A EIRELI e as atividades não empressariais (art. 980-A, §5°). Aplicação subsidiária das
normas da sociedade limitada. Constituição, registro e enquadramento como ME ou EPP -
Instrução normativa n°10/2013 do OREI.
kl
Descrição do Caso Concreto
José da Silva, constituiu uma Empresa Indiv dual de Responsabilidade Limitada com a seguinte
denominação/ Solução Rápida Informátic EIRELI. No, ato de constituição/foi nomeada como
única administradora sua irmã, Maria Rosa. A pessoa jurídica celebrou um(confrato de prestação de
serviços efiesse documento,josé da Silva Øssinou coma,administrador e representante da EIRELI.
Com base na situação hipotética apresent da, responda aos itens a seguir.
Foi correto o uso do nome empresarial por Jos? na situação descrita no enunciado? Justifique e
dê amparo legal.
Na omissão do ato constitutivo, Maria Rosa, na condição de administradora, poderia outorgar
procuração em nome da pessoa jurídica a José da Silva? Por quê? Justifique e dê amparo legal.
As duas respostas devem ser fundamentadas e een no máximo/4 8 linhas cada uma.
Resposta do Caso Concreto CX`vt) J
A) Não foi correto o uso do nome empresarial por José da Silva porque ele não tem poderes de
administração. O fato de ter instituído a EIRELI não lhe dá,
de pleno direito, poderes de
administração porque somente Maria Rosa, única administradora, poderia usar a denominação,
com fundamento no art. 1.064 do Código Civil, que se aplica a EIRELI por força do Art. 980-A, § 6°,
do Código Civil.
É indispensável a correta e completa menção aos dispositivos legais indicados para a obtenção de
pontuação.
b) Sim, porque Maria Rosa como única administradora pode constituir mandatários da pessoa
jurídica nos limites de seus poderes. O fundamento legal encontra-se no Art. 1.018 do Código Civil
("Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe facultado,
nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especificados no instrumento os
atos e operações que poderão praticar"), aplicável à EIRELI por força dos artigos 980-A, § 6° e
1.053, caput, do Código Civil.
É indispensável a correta e completa menção aos dispositivos legais indicados para a obtenção de
pontuação.
'Descrição do Toma
l
l
Descrição do Tema
PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Legislação. Patentes: invenção e modelo de utilidade. Requisitos
para a concessão de patente. Cessão de direitos. Licenya compulsória. Extinção da patente.
Desenho Industrial. 4,./ mii kticAA:U j
Descrição do Caso Concreto //
Jhang trabalha desenvolvendo cadeiras de vários estilos, sendo titular de diversos registros de
de—senhos indugu-.r . Recentemente, Jhang realizou um trabalho com o intuito de inovar, de criar
uma cadeira com forma inusitada, o que (culminou no desenvolvimento de um móvel vulgar, mas
que poderia servir para a fabricação industrial.
De acordo com o enunciado acima e com a legislação pertinente, responda às questões abaixo,
indicando o(s) respectivo(s) fundamento(s) legal(is), em no máximo 8 linhas cada Mut
Jhang poderia registrar a cadeira, fruto de seu mais recente trabalho, como desenho industrial?
Na mesma oportunidade, Jhang inforn; que havia solicitado a prorrogação de registro de
desenho industrial de uma outra cadeira or mais cinco anos, dez anos após tê-la registrado.
Contudo, esqueceu-se de realizar o pagamento da retribuição devida. Passados três meses do
prazo de pagamento, @quifirTee lembroy mas não sabe quais são as consequências de tal
lapso. Qual(is) é(são) a(s) consequência(s) do atraso deste pagamento?
Resposta do Caso Concreto cte iittii1A Çut LI4a4- 45" tn,ScYtewC )
Jhang não pode registrar a cadeira, pois a sua forma é vulgar, conforme previsão do arf. 100, II,
da Lei n. 9.279/96, portanto não está presente o requisito da ORIGINALIDADE previsto no art. 97,
caput, da Lei n. 9.279/96, que é requisito de registrabilidade nos termos do art. 95 Lei n. 9.279/96.
Apesar de os artigos 108, §1°, ou 120, §2°, da Lei n. 9.279/96 preverem que o pedido de
prorrogação deve ser instruido com comprovante de pagamento da respectiva retribuição, Jhang
ainda tem 3 (três) meses para efetuar o pagamento, não se extinguindo o registro de imediato, visto
que o pedido de prorrogação foi realizado até o termo da vigência do registro (art. 108, §2°, da Lei
9.279/96). A consequência do atraso desse pagamento é que Jhang deve realizar o pagamento de
uma retribuição adicional (art. 108, §2°, OU art. 120, §3°, da Lei 9.279/96).
II 121 04 - Empresarial 05 -
Administrativo 06 - Tributário
07-Processo 08-Processo
• 1" G Civil Penal • 09- Previdenciado 05 2'
• ;V
Chamada
' 10 Cnanca e 12 -
11- Técnica de
V .L Adoiesomte un Sentença E Responsabilidade
Civil
VI • 13 - Consumidor E 14 - Ambiental • 15 - Eleitoral
Descrição do Tema
EIRELI. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Lei 12.441/11, de 11/07/2011. Noções
gerais. Conceito. Natureza Juridica. Elementos caracterizadores. Nome. Participação de pessoa
juridica. A EIRELI e as atividades não empressariais (art. 980-A, §5°). Aplicação subsidiária das
; normas da sociedade limitada. Constituição, registro e enquadramento como ME ou EPP -
Instrução normativa n°10/2013 do DREI. I 1.•LS: - I :" /-(' il re;i '..,-
' Descrição do Caso Concreto ., --1-7
' José da Silva, constituiu uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada com a seguinte
denominação/ Solução Rápida Informática EIRELI. No ato de constituição/foi nomeada como
Única administradora sua irmã, Maria Rosa. /A pessoa jurídica celebrou uncontirato de prestação de
serviços e j nesse documento José da Silva assinou como administrador e representante da EIRELI.
Com base na situação hipotética apresentada, responda aos itens a seguir.
a) Foi correto o uso do nome empresarial(por Jose na situação descrita no enunciado? Justifique el
dê amparo legal. '
b) Na omissão do ato constitutivo, Maria Rosa, na condição de administradora, poderia outorgar
procuração em nome da pessoa jurídica a José da Silva? Por quê? Justifique e dê amparo legal.
As duas respostas devem ser fundamentadas e ar no máximo», 8 linhas cada uma.
Resposta do Caso Concreto
A) Não foi correto o uso do nome empresarial por José da Silva porque ele não tem poderes de
administração. O fato de ter instituído a EIRELI não lhe dá, de pleno direito, poderes de
administração porque somente Maria Rosa, única administradora, poderia usar a denominação,
com fundamento no art. 1.064 do Código Civil, que se aplica a EIRELI por força do Art. 980-A, § 6°,
do Código Civil.
É indispensável a correta e completa menção aos dispositivos legais indicados para a obtenção de
pontuação.
b) Sim, porque Maria Rosa como única administradora pode constituir mandatários da pessoa
juridica nos limites de seus poderes. O fundamento legal encontra-se no Art. 1.018 do Código Civil
("Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe facultado,
nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especificados no instrumento os
atos e operações que poderão praticar"), aplicável á EIRELI por força dos artigos 980-A, § 6° e
1.053, caput, do Código Civil.
É indispensável a correta e completa menção aos dispositivos legais indicados para a obtenção de
pontuação.
PROVA DE V CHAMADA
OBJETIVAS — CPI-ABC
3) A sociedade X ajuizou contra a sociedade Y ação ordinária indenizatória por perdas e danos,
com o propósito de abstenção do uso da marca comercial 2, alegando ocorrência de prática de
concorrência desleal.
Com relação à situação hipotética acima apresentada e ao uso da marca em geral, assinale a
opção correta.
Nos termos da interpretação jurisprudencial, a ação para reparação de danos causados
pelo uso indevido de marca prescreve em vinte anos.
A declaração de nulidade da marca tem efeitos ex nunc no caso de registro deferido em
desacordo com a lei.
A reprodução da marca registrada sem autorização do titular é crime de concorrência
desleal, podendo o prejudicado ajuizar ação civil indenizatória somente após a decisão criminal
condenatória.
De acordo com a jurisprudência, caracteriza-se violação à marca quando a imitação se
reflete na formação cognitiva do consumidor, que é induzido, por erro, a perceber identidade
em dois produtos de fabricações diferentes, presumindo-se sempre prejudicial a quem a lei
confere a titularidade o uso indevido de marca alheia.
Em termos legais, o juiz deve determinar a sustação da violação de todas as mercadorias
que contenham imitação flagrante da marca registrada.
4) Assinale a alternativa correta, com base nas disposições do Código Civil brasileiro sobre as
disposições gerais aplicáveis às sociedades.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária,
pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os
efeitos, à sociedade empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, e jamais transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária,
pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os
efeitos, à sociedade empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja, transformada, jamais constituída, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária,
pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, não ficará equiparada à sociedade
empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, e jamais transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária,
pode, com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, apenas para os
efeitos contábeis, à sociedade empresária.
A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja
constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode,
com as formalidades legais, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da
sua sede, caso em que, depois de inscrita, não ficará equiparada à sociedade empresária.
Gabarito: a — art. 984, Código Civil.
Gabarito: A
~11t,(5" •
E300LA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- EMERJ -
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
PROVA REGULAR DE DIREITO EMPRESARIAL
QUESTÕES DISCURSIVAS
CPI A 22015
PROVA: 04/11/2015
Maria, cozinheira, tem como fonte de renda a produção e venda de refeições para os
moradores de seu bairro. Para a produção das refeições, Maria precisa comprar grande
quantidade de alimentos e, por vezes, para tanto, necessita contrair empréstimos. Com o
dinheiro que economizou ao longo de anos de trabalho, Maria montou uma cozinha industrial
em um galpão que comprou em seu nome, avaliada em R$ 90.000,00 (noventa mil reais).
Maria também acabou de adquirir sua casa própria e está preocupada em separar a sua
atividade empresarial, exercida no galpão, de seu patrimônio pessoal. Nesse sentido, com
base na legislação pertinente, responda, de forma fundamentada, os itens a seguir.
Qual seria o instituto jurídico mais adequado a ser constituído por Maria para o
exercício de sua atividade empresarial, de modo a garantir a separação patrimonial sem, no
entanto, associar-se a ninguém? Justifique a resposta.
Como Maria poderia separar a sua atividade empresarial, exercida no galpão, de
seu patrimônio pessoal?
11-1.• •-•-••••• •
Etapas 1 Data 1 Rubrica
i C .s.arvações
N° Valor Rubrica do Prof. Resp.
02 3,5
ELABORAÇÃO DE CASO CONCRETO
Descrição do Tema
SOCIEDADE SIMPLES PURA. Natureza Pessoal. Direito e obrigações dos sócios. Direito de
retirada e exclusão do sócio. Administração da sociedade. Teoria Ultra Vires.
Descrição do Caso Concreto
Felipe, Rodrigo e Fabiana cursaram juntos a Faculdade de Letras e tornaram-se grandes amigos.
Os três trabalhavam como tradutores e decidiram celebrar um contrato de sociedade do tipo
simples para prestação de serviços de tradução, tendo cada um a mesma participação societária.
Alguns anos depois, Fernando, credor particular de Rodrigo, tenta executá-lo, mas o único bem
encontrado no patrimônio é a sua participação na sociedade, cuja atividade é altamente lucrativa.
A partir da hipótese apresentada, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir.
A parte dos lucros da sociedade que cabe a Rodrigo pode responder por sua divida particular?
Rodrigo pode vender diretamente a Fernando suas quotas, a fim de extinguir sua dívida
i particular?
' Resposta do Caso Concreto
! Gabarito:
A parte dos lucros da sociedade Tradutores Amigos Ltda. que cabe a Rodrigo, sócio executado,
pode responder por sua divida particular no caso de insuficiência de seus bens, conforme dispõe o
, art. 1.026, caput, do Código Civil.
Rodrigo pode vender suas quotas a Fernando, desde que nenhum dos sócios se oponha, visto
que a cessão total ou parcial da quota depende do consentimento dos demais sócios, com base no
art.1.003, caput, do Código Civil.
o li Ej 04 - Empresarial rdininistralivo
06 - Tributário
07- Processo 08- Processo 09- Previdenciário 05
E o Civil Penal Regular
IV 12 -
10 Chanca e r-i 11- Técnica de E Responsabilidade
El V Adolescente " Sentença Civil
l• VI ,.] 13 - Consumidor • 14 - Ambiental a 15 - Eleitoral
, Descrição do Tema
lEIRELI. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Lei 12.441/11, de 11/07/2011. Noções
1 gerais. Conceito. Natureza Jurídica. Elementos caractenzadores. Nome. Participação de pessoa
jurídica. A EIRELI e as atividades não empressariais (art. 980-A, §5°). Aplicação subsidiária das
I normas da sociedade limitada. Constituição, registro e enquadramento como ME ou EPP -
1
; Instrução normativa n° 10/2013 do DREI.
1 Descrição do Caso Concreto
Maria, cozinheira, tem como fonte de renda a produção e venda de refeições para os moradores de
seu bairro. Para a produção das refeições, Maria precisa comprar grande quantidade de alimentos
e, por vezes, para tanto, necessita contrair empréstimos. Com o dinheiro que economizou ao longo
de anos de trabalho, Maria montou uma cozinha industrial em um galpão que comprou em seu
nome, avaliada em R$ 90.000,00 (noventa mil reais). Maria também acabou de adquirir sua casa
própria e está preocupada em separar a sua atividade empresarial, exercida no galpão, de seu
patrimônio pessoal. Nesse sentido, com base na legislação pertinente, responda, de forma
' fundamentada, os itens a seguir.
Qual seria o instituto jurídico mais adequado a ser constituído por Maria para o exercício de sua
atividade empresarial/de modo a garantir a separação patrimonial sem, no entanto, associar-se a
ninguém? Justifique á resposta.
Como Maria poderia separar a sua atividade empresarial, exercida no galpão, de seu patrimônio
pessoal?
Como Maria está preocupada em separar sua casa própria da atividade empresarial que será
exercida no galpão onde montou sua cozinha industrial, ela poderia realizar a integralização do
capital da EIRELI com a cozinha industrial, avaliada R$ 90.000, 00 (noventa mil reais), portanto em
valor superior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Desta forma, a cozinha
industrial passaria a compor o patrimônio da pessoa jurídica e serviria á sua atividade empresária,
•
CieStriçãO do Tema
resguardando a casa no patrimônio pessoal da instituidora.
01 3,5 E- t-toil•
PROVA REGULA
CPI-A
OBJETIVAS
Gabarito: B
Gabarito: b
6) Salvo as exceções legais, a sociedade simples é aquela cujo objeto não é atividade
própria de empresário sujeito a registro obrigatório. No caso de sociedade, cujo objeto
seja atividade própria de empresário rural, é correto afirmar que
trata-se de sociedade empresária, devendo o ato constitutivo ser registrado na
Junta Comercial do lugar da sede.
trata-se de sociedade simples, podendo o ato constitutivo ser registrado no Registro
de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial.
trata-se de sociedade simples, mas poderá vir a ser uma sociedade empresária se o
ato constitutivo for registrado na Junta Comercial.
trata-se de sociedade simples, exceto se for adotada a forma de cooperativa,
quando será empresária e o registro realizado na Junta Comercial.
trata-se de sociedade empresária, exceto se for adotada a forma de cooperativa,
quando será simples e o registro realizado no Registro de Pessoas Jurídicas.
Gabarito: c
PROVA REGULA
CPI-A
OBJETIVAS
Gabarito: B
TN Y
!. ELABORAÇÃO DE CASO CONCRETO
Descrição do Tema
PROPRIEDADE INDUSTRIAL - Marcas. Espécies. Classificação. 'Ambito de proteção. Marca
notória e de alto renome. Registro. Cessão de direito. Extinção., PROPRIEDADE IMATERIALts
,
Legislação. Direito Autoral. Lei n.° 9.609/98.
Descrição do Caso Concreto
ARSS INDUSTRIA E COMERCIO DE LAJES LTDA. EPP ingressou com acre ação
de abstenção de uso de marca e dominiolumulada danos materiais e morais/em face de LAJES
PARANÁ ME/aduzindo, em síntese, que há mais de 23 anos adotou a marca --LP Lajes Paraná"
(certificado n. 824058178por meio da qual se tomou conhecida no ramo de materiais de
/—
construção, te33.b inclusive registro no INPI:Sue foi surpreendida com a indevida utilização
da mesma marca pela ré. tendo/k notificado extrajudicialmente, nro_-ntrtinclo qualquer efeitoKue Illat
(àofet-_em fol-acalo inúmeros prejuízos, dentre os quais: desvio de clientela, exploração de pres-Vgio por
apropriação de sua boa -ama e credibilidade e ausência de percepção de royalties pela licença de uso
da marca registrada.1
jeiuereu a procedência da ação com a condenação da ré ao pagamento de
indenização por danos materiais e morais.- s, yrs,- jiim ) ci er,
_ riAjontestaçãof ila ré as,ofãidts queintes mesmo da constituição da sociedade autora. &rija havia
registra o o nome empresarial -Lajes Paraná ME" na junta comercial, o que afastaria a alegação de
uso indevido da marca. concorrência desleal e apropriação de boa fama e credibilidade, visto que
incumbia à autora, quando do registro da marca no INPI, diligenciar sobre a prévia utilização da
expressão em comento.
Decida a uestão, de maneira fundamentada, em até 15 linhas.
Resposta do Caso Concreto
APELAÇÃO N°: 0029596-66.2009.8.26.0114 - TJSP
MARCA. Pedido de abstenção c.+c com danos materiais e morais. Autora que possui a marca
"Lajes Paraná" registrada do INPI versus sociedade com nome empresarial -Lajes Paraná" arquivado
na Junta Comercial. Marca evocativa. "Paraná" poderá ser considerada, para aplicação da lei, como
expressão vulgar indicativa de regido geográfica. No confronto de valores não é equivocado abrandar
o principio da legalidade imposto pelo regime administrativo (anterioridade) e dar supremacia ao
elemento objetivo ou a realidade imposta pelo comércio e absorvida pelo mercado que nesses quase
30 anos. Convivência harmônica entre as duas empresas que se identificam de maneira semelhante.
Concorrência desleal não caracterizada (art. 195 LPI). Não havendo qualquer ilícito perpetrado pela
ré, não há que se falar em prejuízo a ser indenizado. Não provimento.
Trechos do acórdão:
(—)
Diante do exposto, compulsando os autos, verifica-se que, muito embora, à fl. 155 tenha
apontado que a apelante se utiliza da expressão -Lajes Paraná" desde 1989 e a apelada desde 1988,
também estão acostadas aos autos notas fiscais que são documentos idôneos a comprovar sua alegação
de anterioridade. Todavia, como bem aduziu a recente jurisprudência do STJ, não se pode cingir a
questão apenas ao critério da anterioridade, cumprindo considerar os princípio da territorialidade,
ligado ao âmbito geográfico de proteção; e o princípio da especificidade, segundo o qual a proteção
da marca, salvo quando declarada pelo INPI de "alto renome", está diretamente vinculada ao tipo de
produto ou serviço, como corolário da necessidade de se evitar erro, dúvida ou confusão entre os
usuários.
Conjugando o princípio da anterioridade (já analisado) com o principio da territorialidade, tem
se que: a autora-apelante tem sua sede na cidade de Maringá, no Paraná, enquanto que a apelada possui
sua sede em Campinas, estado de São Paulo.
Quanto ao principio da especificidade sua análise, nesse caso, perde a razão de ser, visto que
ambas atuam no mesmo ramo, qual seja, construção civil.
A questão é que no direito das marcas evocativas, que é o caso dos autos, já que -Paraná" é
uma expressão vulgar e denomina uma região geográfica, não vigora o principio da legalidade imposto
pelo regime administrativo (anterioridade), mas, sim, a realidade imposta pelo comércio e absorvida
pelo mercado que nesses quase 30 anos soube extrair efeitos saudáveis da convivência dessas duas
empresas que se identificam de maneira semelhante. É muito mais razoável manter o estado atual
criado pela experiência do comércio, porque está definitivamente afastado o perigo de confusão, do
que alterar algo essencial das duas sociedades. O ideal seria que houvesse um acréscimo à marca ou
ao nome, como, para dar uma sugestão sem pretender reconhecimento de criatividade, "Lajes Paraná
Forte- ou "Lajes Paraná Celeste" para que ficasse rompida a identidade. Não há como impor de forma
compulsória solução dessa natureza, sendo que enquanto não se toma iniciativa de tal jaez, convém
, preservar o status quo. Nessa linha, impende colacionar recente julgado do Superior Tribunal de
Justiça (REsp 1315621/SP) da relatoria da Ministra Nancy Andrighi que aduz:
Quanto à alegação de que houve concorrência desleal, tal não deve ser acatada. A concorrência
é livre, mas a confusão na concorrência, que faça o consumidor se confundir com as origens dos
produtos. pensando que os produtos de um concorrente foram produzidos por outro, é vedada.
Impende-se primeiramente salientar que atos de concorrência desleal não são atos desleais, ou
desonestos no sentido que a sociedade conhece. A palavra desleal no termo concorrência desleal não
' pode ser entendida como concorrência moralmente reprovável. Alguns atos de concorrência, apesar
, de nem sempre serem "moralmente" aceitos, podem ser lícitos, legais, de acordo com as regras do
mercado em que se atua.
O parâmetro para se verificar a existência de concorrência desleal não é um parâmetro legal.
Imas, sim, fático. Um ato de concorrência desleal é um ato contrário à prática de um determinado
mercado, um ato lesivo à livre concorrência. Existe concorrência desleal entre concorrentes quando
4
Descrição do Tema
que regulamentou a lei n° 8.934/94, ficou expresso que: §1°- A proteção ao nome empresarial se
circunscreve à unidade federativa de jurisdição da Junta Comercial que procedeu ao arquivamento de
que trata o caput deste artigo. §2° - A proteção do nome empresarial poderá ser estendida a outras
unidades da federação, a requerimento da empresa interessada, observada instrução normativa do
Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC".
Com relação às marcas, a Lei n° 9.279/96 regulando direitos e obrigações da propriedade
industrial dispõe em seu artigo 129 -a" propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente
expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo
o território nacional".
Conforme Ricardo Negrão, a utilização da marca e do nome empresarial decorre de registros
diferentes e para fins diversos. A proteção do nome é concedida desde o registro da pessoa física ou
jurídica no órgão de registro de empresa dos Estados, as Juntas Comerciais. A marca depende de
prévio depósito e exame pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Tratando-se de direitos distintos, seus detentores têm, ambos, legitimidade para utilizá-los em
seus campos específicos, para a finalidade a que se propõe: a marca para identificar o produto ou
serviço e o nome para identificar a pessoa do empresário. O nome, segundo ASCARELLI, se emprega
para chamar atenção sobre o estabelecimento, enquanto que a marca serve para distinguir o produto
[Introduccion ai Derecho Comercial, tradução de Santiago Sentis Melendo, Buenos Aires, Ediar,
1947, p. 139]. Quando o nome coincide com a marca e envolve duas sociedades que exploram o
mesmo serviço, fica difícil conceder prioridade pela marca registrada, que não distingue um produto.
O registro da marca seria como se uma delas providenciasse algo que não modifica o mesmo
grau de posicionamento em que se encontram pelo que realizaram.
Os critérios conhecidos não auxiliam. No caso de exercício de uma mesma atividade pelos
detentores dos direitos, e, podendo disso resultar confusão ao consumidor ou desvio de clientela, deve
atender a dois critérios para sua solução: a especificidade: o ramo de atividade de uma colidência entre
empresários de um mesmo ramo impõe-se atentar primeiramente à anterioridade de cada um dos
registros, prevalecendo o princípio da novidade; o prazo prescricional para a propositura de ação para
exigir a abstenção do uso de marca é de vinte anos, segundo a Súmula 142 do STJ. [NEGRÃO,
Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa, v.1: evolução histórica do direito comercial, teoria
iterai da empresa, direito societário. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005. pp. 187-204]
Observando o certificado expedido pelo INPI foi concedido à autora, a partir de 25.03.2008
depositado em 18.09.2001) o registro da marca -LP - Lajes Paraná", sem direito ao uso exclusivo da
palavra "lajes" (fls. 28). O arquivamento dos atos constitutivos da empresa ARSS se deu em 1985,
comprovando, por meio de notas fiscais que o uso da expressão "Lajes Paraná" teve inicio em 1987
tis. 124). A Empresa "Lajes Paraná", por seu turno, arquivou seu ato constitutivo em 04.02.1988 e
faz uso de seu nome empresarial como se marca fosse desde essa época.
O juiz a quo empregou o principio da anterioridade para dar solução ao caso em tela. Esse o
dilema da lide ou definir se as empresas litigantes podem conviver harrnonicamente entre si ou se uma
delas deve se abster de usar a expressão -Lajes Paraná-.
O sempre lembrado CARVALHO DE MENDONÇA esclareceu [Tratado de Direito
Commercial Brasileiro, lia edição, vol. V Ia parte. Freitas Bastos, 1938. p. 221, § 226] que "a lei
reconhece o direito da marca anterior ao registro, originado no uso do titular, uso amparado
simplesmente pelas normas de direito comum, que não conferem mais do que a ação civil de reparação
do dano no caso de efetiva concorrência desleal".
A almejada exclusividade não era mesmo de ser deferida.
Não estamos discutindo a invasão de áreas geográficas conhecida pela singularidade de um
produto ou de um serviço, como -Champagne", de modo que a expressão "Paraná", não é e nunca foi
indicativo da excelência de um produto de origem daquele estado da federação. Não soa como
razoável uma sociedade apoderar-se do nome "Paraná", seja em comércio de lajes ou qualquer outra
coisa, como não se admitiu •ue Yves Saint Laurent utilizasse a •alavra -Paris" isoladamente
'Descrição do Tema
estes pratiquem os atos previstos no artigo 195 da LPI ou qualquer ato não tipificado neste artigo que
cause confusão, denigra a imagem do concorrente, ou provoque falsas alegações que induzam o
consumidor a erro ou prejudique de alguma forma o concorrente. Não se vislumbrou no caso dos autos
qualquer das condutas enumeradas no art. 195 da LPI.
O fato de possuir site na intemet não caracteriza concorrência desleal. Alega que a apelada ao
tentar registrar para si o domínio www.lajesparana.com.br deparou-se com o registro anterior em
nome da apelante e, no intuito de confundir o consumidor desatento inverteu os vocábulos e registrou
o domínio www.paranalajes.com.br e se mantém utilizando a expressão "lajes paraná- não como nome
empresarial, mas como marca. Esse fato também não deve ser visto como concorrência desleal pelos
mesmos fundamentos supramencionados.
Por conseguinte, não havendo qualquer ilícito perpetrado pela ré. não há que se falar em
prejuízo a ser indenizado. Ademais, a autora não se desincumbiu de seu ónus probatório de que tenha
sofrido algum prejuízo material ou moral e convém registrar não ser o documento por último juntado
(dias antes da sessão final) prova efetiva de que consumidores se confundem, porque retrata consulta
de suposto cliente pesquisa vantagens sobre o frete de mercadorias, o que, aliás, revela que o
comprador sabe distinguir as duas sociedades e extrair beneficios de suas localizações.
Salienta-se que diante dos argumentos acima esposados. é de se concluir que a atuação
mercadolócica da requerida acha-se legalmente autorizada e foi realizada para conquistar o mercado,
consistindo na disputa estimulada pela livre iniciativa e sob o ângulo constitucional, não se
enquadrando em nenhuma das hipóteses caracterizadoras de concorrência desleal, descritas pela Lei
n.° 9.279/96.
E se assim o é. não há de se cogitar de qualquer abuso por parte da recorrida a ensejar a
determinação de abstenção de uso ou condenação em danos materiais ou morais. De se manter,
portanto. o julgamento de improcedência da ação principal.
Diante do exposto, nega-se provimento.
Descrição do Tema I
SOCIEDADES. Conceito. Elementos caracterizadores. Sociedades unipessoais. Classificação das
sociedades. A participação de pessoas casadas, incapazes e impedidas. Espécies - sociedades simples
e empresárias. Caracterização. Cooperativas e sociedades por ações. Atividade Rural.
Descrição do Caso Concreto
) CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMIVEIS DA 2a ZONA DE PARAGUAÇLY questiona.
em resumo, a possibilidade de THE MULLER e sua esposa MARIA REGINAf4ULLER, casados
pelo regime de comunhão universal de bensiserem sócios da sociedade em resária ANCART
PARTICIPAÇÕES Ltda., sociedade simples.
Pergunta-se: o art. 977 do CC/02. que impede os cônjuges de contratar sociedade entre si quando
casados no regime da comunhão universal de bens, se aplica apenas à constituição de sociedades
empresárias ou veda também a contrata* de sociedades simples? Responda a questão, de forma
fundamentada, em até 15 linhas.
Resposta do Caso Concreto
O artigo 977 do Código Civil traz uma disposição geral sobre sociedades, como se percebe do seu
texto. Não faz nenhuma restrição quanto a sua aplicação a sociedade empresária.
Ademais, a participação de cônjuges em sociedade simples ou empresária não afasta a aplicação das
regras do reuime de hene th nr,,,,,,,k,,,-, ,—:.----1
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Portanto, a vedação se aplica a qualquer sociedade, mesmo que seja simples.
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(...) Cinge-se a controvérsia em determinar se o disposto no art. 977 do CC/02, que impede os cônjuges
de contratar sociedade entre si quando casados no regime da comunhão universal de bens, se aplica
apenas à constituição de sociedades empresárias ou veda também a contratação de sociedades simples
entre eles.
(...) O art. 977 do CC/02 inovou no ordenamento jurídico pátrio ao permitir expressamente a
constituição de sociedades entre cônjuges, ressalvando essa possibilidade apenas quando eles forem
casados no regime da comunhão universal de bens, tal como ocorre na hipótese dos autos, ou no da
separação obrigatória.
Em suma, tais restrições possuem a finalidade de evitar que a constituição de sociedades possa
ser utilizada como instrumento para acobertar eventuais tentativas de burla ao regime de bens do
casamento.
De acordo com o entendimento defendido pela recorrente, as limitações legais do art. 977 do
CC/02 não se aplicariam às sociedades simples, mas tão-somente às empresárias, tendo em vista a
Localização do mencionado dispositivo legal no texto do CC/02.
Neste sentido, assevera que o dispositivo legal em comento estaria inserido no Capítulo II (Da
Capacidade) do Título I (Do Empresário), do Livro II (Do Direito de Empresa) do Código, o que
levaria à conclusão de que suas disposições somente diriam respeito à capacidade para ser empresário.
aplicando-se, pois, apenas às sociedades empresárias, que, na forma do art. 982 do CC/02, são aquelas
que possuem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro.
Dois são, portanto. os aspectos que devem ser analisados para o devido deslinde da questão
jurídica controvertida: o primeiro será identificar se existe alguma distinção relevante entre as
sociedades empresárias e as simples que justifique a aplicação da restrição legal somente àquelas; ao
passo que o segundo será avaliar se a localização do art. 977 na estrutura do CC/02 constitui ou não
I elemento indicativo da sua aplicação apenas às sociedades empresárias.
Quanto ao primeiro aspecto, verifica-se que não há nas características conceituais das
'sociedades simples e das empresárias peculiaridade alguma que faça supor que a restrição prevista no
art. 977 do CC/02 somente atinja as últimas.
Conforme estabelece o art. 982 do CC/02, o traço diferenciador entre as sociedades
empresárias e as simples é o fato de as primeiras terem por objeto o exercício de atividade própria de
' empresário sujeito a registro.
No que concerne à forma de participação dos sócios nas sociedades, o art. 983 do CC/02 é
expresso ao dispor que a sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos
l arts. 1.039 a 1.092 do CC/02 (sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples,
sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade em comandita por ações), sendo facultado às
sociedades simples que não desejarem subordinar-se às normas que lhe são próprias, constituírem-se
de conformidade com qualquer um daqueles tipos, exceto os previstos para as sociedades por ações.
Assim, em face da ausência de relevante distinção entre a sociedades
simples e empresárias no que concerne às suas formas de organização, não se constata a existência
de qualquer razão conceituai que faça supor que apenas às sociedades empresárias se legitimaria a
restrição do art. 977 do CC/02.
De outro lado, mostra-se necessário examinar a alegação recursal relativa à inserção do
dispositivo tido como violado no capítulo destinado a
disciplinar a capacidade para ser empresário.
Em que pesem os argumentos tecidos pela recorrente, verifica-se que
em todos os artigos insculpidos no mencionado Capítulo 11 (Da Capacidade) do Título 1 (Do
Empresário), sempre que o legislador se referiu exclusivamente ao empresário ou à atividade de
em tesa, o fez de forma ex essa, somente não fazendo men â'o a essa característica no "á referido art.
.1 Descrição do Tema
977 do CC/02, utilizando a expressão "sociedade" sem estabelecer qualquer especificação, o que
; impossibilita o acolhimento da tese de que essa "sociedade" seria apenas a empresária.
Registre-se. ademais, que a adoção do entendimento do recorrente
1
poderia levar à conclusão de que o legislador teria se equivocado ao trazer no livro destinado ao
"Direito de Empresa" todos os regramentos atinentes à sociedades simples, afinal, segundo o conceito
trazido pela própria lei, essas sociedades não têm por objeto a atividade empresarial.
Portanto, mostra-se devida a manutenção do entendimento firmado pelo TJ/RS no sentido de
que o art. 977 do CC/02 se aplica tanto às sociedades empresárias quanto às sociedades simples, sendo
oportuno consignar que a liberdade de contratar a que se refere o art. 421 do CC/02 somente pode ser
exercida legitimamente se não implicar a violação das balizas impostas pelo próprio texto legal.
Forte em tais razões. NEGO PROVIMENTO ao recurso es ecial.
3
QUESTÕES OBJETIVAS CPI C - REGULAR
Gabarito: C
4) De acordo com o que determina a Lei Antitruste (Lei n.° 12.529/2011), assinale a opção
correta no que tange à execução judicial das decisões do CADE.
A decisão do juiz que decreta a intervenção judicial da sociedade empresária para fins
de execução específica prescinde de fundamentação para sua validade e adequação legal,
apenas se exigindo que o juiz indique, clara e precisamente, as providências a serem
adotadas pelo interventor nomeado.
Em intervenção judicial relativa a execução específica, o interventor, assim que é
nomeado, assume automaticamente a administração da empresa, devendo apresentar
relatório mensal de suas atividades ao juiz.
Compete exclusivamente ao juízo federal da sede do domicílio do executado processar
e julgar os processos executivos concernentes à concorrência, quando o título executivo
impuser obrigação de fazer ou não fazer.
Os processos de execução judicial das decisões do CADE têm preferência sobre todas
as demais espécies de ação.
A suspensão da execução pela oposição de embargos é condicionada à garantia do
juizo no valor das multas aplicadas objeto do título exequendo.
Gabarito: E
Gabarito: C
Gabarito: B
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- EMERJ -
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
PROVA REGULAR DE DIREITO EMPRESARIAL
QUESTÕES OBJETIVAS
CPI C 2 2016
PROVA: 31/10/2016
NOME: MATRÍCULA:
De acordo com o que determina a Lei Antitruste (Lei n.° 12.529/2011), assinale a
opção correta no que tange á execução judicial das decisões do CADE.
A decisão do juiz que decreta a intervenção judicial da sociedade empresária para
fins de execução específica prescinde de fundamentação para sua validade e adequação
legal, apenas se exigindo que o juiz indique, clara e precisamente, as providências a serem
adotadas pelo interventor nomeado.
Em intervenção judicial relativa a execução específica, o interventor, assim que é
nomeado, assume automaticamente a administração da empresa, devendo apresentar
relatório mensal de suas atividades ao juiz.
Compete exclusivamente ao juízo federal da sede do domicílio do executado
processar e julgar os processos executivos concernentes à concorrência, quando o titulo
executivo impuser obrigação de fazer ou não fazer.
Os processos de execução judicial das decisões do CADE têm preferência sobre
todas as demais espécies de ação.
A suspensão da execução pela oposição de embargos é condicionada à garantia
do juizo no valor das multas aplicadas objeto do título exequendo.
Er' T
50 QUESTÃO: (Valor - 0,5 pontos)