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DAIANE ABREU – 3 MB 2018.

INTRODUÇÃO AO SISTEMA IMUNOLÓGICO – AULA 1


❖ Introdução:
*Os linfócitos são produzidos pela medula, mas para eles atuarem em determinado órgão para realizar a
defesa, eles têm que passar antes pelo linfonodo.
As três principais funções do sistema imunológico é manter o equilíbrio do corpo (homeostase),
promover a defesa do nosso organismo e manter essa “identidade” que cada organismo possui.
*O MHC, o complexo principal de histo-compatibilidade que é específico de cada indivíduo, é responsável
pela rejeição de enxertos ou transplantes n organismo que os recebe, por isso é tão difícil encontrar um
doador de órgão compatível e para que não haja rejeição é necessário encontrar uma carga genética
muito parecida entre os indivíduos envolvidos.
*Quando o nosso corpo “quebra” uma bactéria, os pedaços que são reconhecidos pelo o nosso organismo
são chamados de antígenos, são eles que vão gerar a resposta imune.
❖ Componentes:
1. Barreiras: é o nosso primeiro mecanismo de defesa. As barreiras são diferenciadas em físicas
(pele, mucosa, cílios), químicas (pH, temperatura) e biológicas (microbiota).
2. Moléculas solúveis: são substâncias encontradas nos humores que tem por finalidade matar logo
os microrganismos ou sinalizar para as outras partes do sistema imune para que as células
realizem defesa naquele local.
3. Células semi-específicas: vão conseguir diferenciar os grandes grupos de microrganismo através
dos receptores de moléculas presentes nas membranas, identificando fungos, bactérias, vírus ou
protozoários. Podem destruir diretamente o microrganismo, mas na maioria das vezes é
necessária a ajuda das células específicas. Ex.: neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos,
células dendríticas e macrófagos.
4. Células específicas: vão possuir receptores que conseguem fazer a diferenciação mais detalha do
antígeno, ajudando as outras células a destruir os microrganismos. Ex.: linfócitos.

❖ Divisão do Sistema Imune:

• Imunidade Inata/Natural: é a mais simples e que no momento em que o corpo é invadido pelo o
microrganismo, já iniciasse o seu trabalho e vai perdurar até eliminar esse microrganismo.
É composta por barreiras, moléculas solúveis e células semi-específicas.
• Imunidade Adquirida/Adaptativa: subdivide-se em imunidade celular e imunidade humoral.
Imunidade humoral: compreende os anticorpos, que são moléculas solúveis específicas que fazem um
reconhecimento altamente específico. Esses anticorpos são produzidos pelos os linfócitos B.
Imunidade celular:
Th = Thelper = Tauxiliar = TCD4+
Esse tipo de linfócito T vai enviar sinais e informações através das citocinas e vão estimular outra
célula a realizar alguma ação. Dependendo do estímulo, o linfócito Tauxiliar vai se subdividir em Th1,
Th2, Th9, Th7 e Treg, a depende do padrão de resposta e do tipo de citocina que irá estimular.
*Treg acaba fazendo a auto-limitação, ele vai controlar a amplificação da célula, sendo responsável
por equilibrar a resposta imunológica.
Tcitotóxico = CTLs = TCD8+
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Toda vez que o indivíduo é infectado a imunidade inata começa a atuar através do processo
inflamatório da fagocitose, só que chega um momento que somente ela não é suficiente, então a
imunidade inata passa a se comunicar com a imunidade adquirida principalmente pelas células
dendríticas que vão migrar para os órgãos linfoides secundários – principalmente o linfonodo – e lá vai
fazer a apresentação de antígeno, chamada fase indutora. Quando os antígenos forem apresentados
aos linfócitos virgens ou Tnaive – é um linfócito maduro que está pronto para gerar uma resposta,
porém nunca entrou em contato com um antígeno antes –, esse linfócito será ativado e pode passar
para a fase efetora.
*A fase indutora vai ser atuada principalmente pelas células dendríticas e a fase efetora, pelos
macrófagos.
*Quem mata de fato o microrganismo é a imunidade inata, mas ela precisa do direcionamento
no que fazer da imunidade adquirida.
*A apresentação do antígeno é feita através do MHC.
*Os linfócitos B produzem os anticorpos, já os linfócitos T liberam citocinas para os macrófagos.
O padrão dessa resposta imune é a de se tentar montar a melhor maneira possível para destruir o
microrganismo, quando isso é feito ela reestabelece a homeostasia do corpo que volta ao normal.
Quando ela não consegue eliminar o microrganismo sozinha, ou seja, é necessário um antibiótico, ela
precisa fazer um controle dessa resposta abaixando um pouco os níveis, mas sem voltar ao estado
inicial. Isso acontece porque se ela mantiver o mesmo nível a todo momento ela causará uma
destruição tecidual e isso vai prejudicar o paciente. Isso acontece nas doenças infecciosas crônicas
como a herpes, HIV, tuberculose, hepatite, hanseníase, leishmaniose.
Outras funções dos anticorpos:
1. Impedir a função dos antígenos
2. Ativar o sistema complemento
3. Opsonização: é quando o anticorpo se liga a molécula para “marcar” que ela é um corpo
estranho.
4. ADCC (Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpo): é um processo que para acontecer
depende de um tipo de célula e um tipo de anticorpo.
A imunidade celular trabalha dependendo da célula, o linfócito T – seja ele CD4+ ou CD8+ – vai sair do
linfonodo e trabalhar perto de onde está acontecendo a inflamação, interagindo para reconhecer os
antígenos e assim poder destruir o microrganismo e fazendo isso ele vai mudar um pouco o seu tipo de
célula e sua atuação. No caso do linfócito CD4+, que é o auxiliar, ele trabalha produzindo citocinas e
dessa forma cada tipo de microrganismo precisa de um mecanismo de resposta diferente. Já o linfócito
CD8+, que é citotóxico, ele diretamente vai matar ou provocar a morte direta da célula.
❖ Características da resposta imune:
É necessário que a resposta imune compreenda 7 características que são essenciais, se uma dessas falhar
é o suficiente para não permitir a homeostase e gerar uma doença.
1. Especificidade: os anticorpos produzidos no período embrionário possuem defesa para específicos
antígenos.
2. Diversidade: há vários anticorpos no organismo, o que permite que o sistema imune responda a
uma variedade de antígenos.
*Esse conjunto de células diferentes que reconhecem diferentes antígenos, é chamado de repertorio
linfocitário.
3. Especialização: direciona a resposta imune para o vírus ou bactéria. Ex.: o TCD4+ é responsável
por secretar citocinas ajudando o macrófago a destruir o microrganismo, já o TCD8+ mata as
células que estão com vírus através da apoptose.
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4. Amplificação: quando um anticorpo reconhece o antígeno específico, ele irá sofrer multiplicação
para que a ação efetora seja aumentada.
5. Auto-limitação: as citocinas vão fazer feedback positivo e negativo, o negativo será para
equilibrar a ação de multiplicação dos anticorpos, porque se a ação for exacerbada haverá uma
lesão tecidual no indivíduo.
6. Auto-tolerância: é a capacidade do corpo de só gerar defesa contra aquilo que é estranho, assim
os antígenos próprios do indivíduo não serão atacados e o equilíbrio será mantido.
7. Memória: quando a resposta imune cumpre o seu papel, os anticorpos começam a sofrer apoptose
porque não se é mais necessário milhares de células circulando no corpo, então alguns desses
anticorpos permanecem circulando no sangue e com a memória do antígeno. Isso garante que se o
organismo for atacado pelo o mesmo antígeno novamente, realizará uma resposta mais rápida e
eficiente.
*Tanto a imunidade inata quanto a adquirida terão essas 7 características fundamentais, mas elas serão
mais evidenciadas na imunidade adquirida já que ela faz um reconhecimento mais específico,
diferenciando um aminoácido X de um Y em uma estrutura, por exemplo.
❖ Fases da resposta imune:
1. Reconhecimento do antígeno: é a primeira apresentação de antígenos.
2. Ativação do linfócito: quando o linfócito reconhece o antígeno, é ativado e começa a se
multiplicar. Nessa fase vão ocorrer a expansão clonal e a diferenciação.
3. Eliminação do antígeno ou combate: quando nossas células tentam destruir os antígenos.
4. Decline ou resolução ou diminuição: quando o microrganismo é combatido e as células
começam a entrar em apoptose.
5. Memória: são os anticorpos que sobraram e vão ficar circulando na corrente sanguínea.

❖ Doenças infecciosas:
• Doenças autoimunes: geralmente acontece quando a auto-tolerância não funciona, assim o corpo
passa a agredir a si próprio.
• Hipersensibilidade: são respostas exageradas, acontecem, geralmente, quando está faltando a
auto-limitação ou quando a amplificação está muito forte. Existem 4 tipos:
- Tipo I: rinite alérgica, asma, dermatite de contato, eczema.
- Tipo II e III: são mediadas por anticorpos, a diferença é que a tipo II possui um antígeno fixo e a
tipo III um antígeno circulante. Se forem tratadas a tempo, essas doenças podem ser revertidas,
só que se elas não forem tratadas podem acabar afetando a auto-limitação e gerando o tipo IV,
desencadeando as doenças autoimunes.
- Tipo IV: chamada de tardia, é ela que vai desencadear as doenças autoimunes.
• Imunodeficiências: são doenças oportunistas que surgem quando se está faltando especificidade
ou diversidade, ou quando a especialização não consegue ser notada. Existem 2 tipos:
- Primárias: são as genéticas.
- Secundárias: são as adquiridas, a pessoa adquiri através dos vírus. Ex.: HIV
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PROCESSO INFLAMATÓRIO – AULA 2


Sejam quais forem as causas – como radiação, agressão mecânica, agressão química – algum grupo de
células pode morrer e liberar algum tipo de mediador inflamatório, porém não serão os principais, pois
as células vivas que estão envolta também liberaram mediadores. O vaso sanguíneo mais próximo será
afetado por esses mediadores que provocam uma alteração na permeabilidade vascular – o tecido normal
possui células justapostas, porém quando há um processo inflamatório suas células se contraem,
diminuindo de tamanho e se afastando, abrindo espaços o que provoca a alteração da permeabilidade –,
esse alteração irá permitir que as células do vaso saiam para o tecido, fazendo com que as células de
defesa cheguem a essa região e consigam capturar os microrganismos e dar prosseguimento as reações
da resposta imune.
A medida que existir essa morte celular, haverá o estímulo para o processo inflamatório que só cessa
quando a causa dessa morte é eliminada. Ao mesmo tempo que ocorre o processo inflamatório, também
há o processo de reparação tecidual que é a cicatrização – quando o tecido não consegue voltar à
normalidade e forma a cicatriz, reorganizando aquele tecido –, quando o tecido volta totalmente ao
normal as células conseguem se reproduzir e repõem o tecido perdido. Quando isso não acontece, não
tem como repor, gerando o processo de formação de fibrose no local que resulta na cicatriz definitiva.
*Quando o processo inflamatório não consegue eliminar o agente agressor por completo, as vezes o
organismo passa a conviver com ele resultando em uma doença crônica.
❖ Sinais cardinais da inflamação ou sinais flugísticos:
1. Calor: devido ao aumento da vascularização aumenta também a perfusão sanguínea,
aumentando a produção de energia no local o que resulta no calor.
2. Rubor: é a vermelhidão nos tecidos inflamados, já que o processo inflamatório aumenta a
perfusão sanguínea, o local afetado ficará vermelho e quente.
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3. Tumor: é chamado de edema na clínica, ocorre devido ao extravasamento do plasma, ou seja,


é a saída de células e líquido do vaso para o tecido afetado. Quando o líquido é acompanhado
de muitas células, formará o pus.
4. Dor: é sinalizadora, já que se não houvesse dor não teríamos cuidado e o local seria afetado
por outros estímulos, desgastando a área e gerando a perda de função.
5. Perda de função: é quando a dor é tão intensa que o órgão perde a função.

❖ Mediadores inflamatórios:
A histamina será o primeiro de todos os mediadores a ser liberado, porém é o que diminui mais
rapidamente. As células que mais produzem histamina são os mastócitos, eles agem da seguinte maneira:
quando um grupo de células morrem, os mastócitos são atraídos para o local e começam a migrar de
tecido até chegar ao local, onde liberam a histamina e iniciam o processo inflamatório.
Depois da histamina vem o sistema complemento, ele estará circulando no corpo, quando a histamina
migra para o tecido altera a permeabilidade vascular, o plasma sai e no plasma teremos o sistema
complemento que será ativado e começará a liberar algumas moléculas que irão continuar a ativar ainda
mais o processo inflamatório. Como sua produção é com fibras e é contínua, ele se mantém durante
muito tempo, têm também como função a destruição do microrganismo.
Em seguida vem o sistema das cininas que são moléculas derivadas de metabolismo de aminoácidos e
eles servem para sinalização, incluindo alguns neurotransmissores, principalmente, a bradicinina que
trabalha estimulando a dor. A bradicinina irá induzir a nocicepção (é a percepção de dor) e a hiperalgesia
(é a percepção aumentada de dor no local).
A via de metabolismo do ácido aracdônica por ser a mais lenta a ser produzida, entretanto é a que vai
manter o maior nível da inflamação, é através dela que irá surgir as prostaglandinas, os leucotrienos e os
tromboxanos. A medida que esses mediadores forem sendo produzidos, eles vão ampliando a resposta
imune, só que cada mediador fazendo uma função diferente.

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• Pré-formados: já tinham sido produzidos antes mesmo da inflamação e estavam estocados dentro
das células, circulando no corpo esperando um estímulo para efetuarem sua ação. Ex.: histamina
e sistema complemento.
• Pós-formados: geralmente é o fator ativador da plaqueta, bradicinina, óxido nítrico, citocinas e
entre as prostaglandinas, há os leucotrienos que são os mediadores que derivam do ácido
aracdônico que se mantém em níveis mais altos e durante mais tempo. Depois que o processo
inflamatório foi iniciado é que esse tipo de mediador irá começar a sere produzido pelas células
que estão inflamando.

Histamina:
Deriva da metabolização de um aminoácido produzido pelos mastócitos, a histamina tem função
fisiológica na normalidade, regulando alguns processos através da ligação com o receptor que vai
estimular alguma ação na célula que modifica alguma ação no tecido. Esses receptores são:
1 – H1: geralmente tá relacionado ao sistema inflamatório, induz a contratilidade muscular lisa e o
aumento de permeabilidade sanguínea. Ex.: brônquios, pulmão.
2 – H2: induz a contratilidade do coração. Ex.: coração, estômago.
3 – H3: tem relação com a regulação do sono, regulando o ciclo circadiano. Ex.: sistema nervoso
central.
A função geral da histamina é aumentar a permeabilidade sanguínea e estimular o extravasamento do
plasma. E devido aos receptores atuarem em diferentes regiões os anti-inflamatórios que são anti-
histamínicos podem causar efeitos colaterais: os de primeira geração não são seletivos resultando em
sonolência, já os de terceira geração só se ligam ao H1, não interferindo tanto no sono.
Sistema complemento:
Ele é formado a partir de um conjunto de proteínas que têm atividade enzimáticas só que estão na forma
inativa, ou seja, zimogênios que precisam ser ativados. Na normalidade, elas circulam no plasma de
maneira inativa, quando acontece alguma estimulação são ativadas a partir da quebra de uma proteína
que se divide e um de seus pedaços adquire propriedade enzimática, com isso vai se ligar a outra
proteína e irá continuar o processo de divisão e ativação. Chega um ponto que vai ativar a C3, que irá se
dividir em C3A e C3B, a CB3 irá se ligar ao restante que se encontra ali e se transformar na
C5convertase, quebrando a C5 e gerando a C5A e C5B, a CB5, por sua vez, irá se ligar ao restante e
formar a C6convertase.
Por outro lado, a C3A e C5A irão fazer parte do processo inflamatório, são chamadas de anafilotoxinas.
Quando em grande quantidade elas podem induzir a febre. Elas iram ter a mesma função da histamina,
que é promover o aumento da permeabilidade vascular e promover o extravasamento do plasma para o
interstício, para que as células possam sair.
Sistema das cininas:
O FAP tem a ver com as plaquetas e é um mediador do sistema das cininas. É produzido nas células da
imunidade e possui relação com o aumento da permeabilidade vascular, com o extravasamento de líquido
e vai induzir outros mediadores, portanto, tem função de aumentar e realizar a manutenção da
inflamação.
A bradicinina tem relação com a dor, também vai aumentar a permeabilidade vascular e promover o
extravasamento do plasma nas células. Além disso, ela vai estimular nociceptores – que são terminações
nervosas periféricas que servem para poder dar a noção de dor, baixando o limiar de dessensibilização – e
causar também a hiperalgesia – que é a percepção aumentada de dor.
DOR: a bradicinina vai estimular os receptores nervosos a baixar o limiar, ou seja, a quantidade de força
que era necessária para dessensibilizar ele, agora diminuindo o limiar uma menor quantidade de força na
região afetada já vai resultar em um estímulo nervoso. Além disso, o líquido que é extravasado irá
carregar células, o tecido vai ficando inchado e isso vai começar a comprimir o receptor nervoso,
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provocando a sensação de dor. A utilidade desse mecanismo é proteger o local, através da dor o indivíduo
pode perceber que tem algo errado e preservar a região afetada.
Via do metabolismo do ácido aracdônico:
É produzido, principalmente, pelas células que morreram, mas também pode ser produzido nas células
vivas ao redor da lesão. Passará a ser produzido somente depois que houver o estímulo a inflamação,
portanto, é pós-formado.
Primeiro acontece a morte de celular que é de maneira abrupta, isso vai acabar ativando uma enzima, a
Fosfolipase A2, ela vai atuar sobre os lipídios da membrana transformando-os em ácido aracdônico
(“AA”), e em seguida esse AA passará a ser matéria prima para produção de outros mediadores
inflamatórios. Esse ácido pode sofrer ação de um grupo de enzimas diferentes, como a LOX
(lipoxigenases) que ao quebra-lo iram produzir os leucotrienos. Como também, o AA pode sofrer ação da
COX (cicloxigenases) que produziram as prostaglandinas e tromboxanos. Esses mediadores inflamatórios
estimulam certos receptores e esses receptores são encontrados em diversos locais, à medida que o
processo inflamatório vai evoluindo esses mediadores inflamatórios vão mudando.
Prostaglandina E2: tem relação com a febre, promovendo a vasodilatação e o aumento da
permeabilidade sanguínea. Tem a ver também com o aumento de neutrófilo e acaba induzindo também a
produção de uma interleucina que faz imunossupressão, que é a interleucina E10, resultanto em uma
autolimitação, um controle da resposta imune.
Prostaglandina D2: relacionada ao processo alérgico, seleciona o que vai passar, que é principalmente o
eosinófilo e o mastócito.
Tromboxano A2: relaciona-se com a agregação plaquetária, dessa forma pacientes com tendências a
trombosa, é interessante o bloqueio desse mediador. Ele também estimula o extravasamento de plasma,
diminui a ativação de células T, logo é imunossupressor.
Leucotrieno B4: faz o recrutamento de neutrófilos, logo é bom para inflamação bacteriana.
Leucotrieno C4, D4 e E4: tem regulação nas doenças alérgicas por estimular a constrição.

AIES (anti-inflamatórios estereoidais): são anti-inflamatórios mais fortes, por serem corticoides. Tem
como ação bloquear a produção da fosfolipase A2, impedindo a produção de ácido aracdônico e,
portanto, fazendo um bloqueio geral da resposta imunológica. Então, dependendo da dose, eles podem
ser imunossupressores. Eles também agem inibindo a maturação dos linfócitos.
AINES (anti-inflamatórios não estereoidais): são as aspirinas e paracetamol, agem bloqueando a ação
das COX.

❖ Alterações no fluxo e calibre vascular:


Na normalidade fisiológica a pressão hidrostática empurra a água para fora do vaso – levando um pouco
de sais junto –, já a pressão oncótica é induzida pelas proteínas para puxar a água do tecido para o vaso.
Então, essa pressão hidrostática acaba empurrando a água e essa pressão oncótica puxando, existindo
uma entrada e saída de água, porém saindo mais água que entrando.
Quando há um processo inflamatório, os mediadores inflamatórios alteram a permeabilidade vascular,
abrem espaços entre as células epiteliais e ainda contraem a musculatura lisa, fazendo com que saia
muito mais água do vaso para o tecido do que o normal. Essa saída de água vai liberar também muitas
proteínas, fazendo com que a pressão oncótica não seja suficiente para puxar de volta a água para o
vaso, resultando em um grande fluxo de líquido saindo o que pode gerar, consequentemente, um edema.
Esse líquido que está saindo do vaso a depender de sua composição pode ser:
1. Infiltrado inflamatório transudativo: é provocado muito mais pela saída de água, ou seja,
resultante do mais do aumento da pressão hidrostática.
2. Infiltrado inflamatório exsudativo: é gerado por o aumento do espaço entre as células, gerando
uma saída muito maior de água, juntamente com sais e proteínas.
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As concentrações de proteínas no exsudativo são bem maiores do que no transudativo, entretanto os


tipos de proteínas são iguais. Como o exsudativo possui mais proteínas ele tem um aspecto gelatinoso,
enquanto o transudativo é mais fluído, mais limpo.
A depender do que causa o infiltrado inflamatório ele pode ser exsudativo ou transudativo, mas também
pode ser hemorrágico – com presença de sangue – ou infeccioso – com bactérias.
Os exsudativos podem ser antissépticos, ou seja, sem serem infectados podendo ter causas autoimunes,
como o lúpus. E há também o exsudativo séptico, que através da observação de suas características, tem
como se diagnosticar qual tipo de infecção. Ex.: em uma meningite, coletando o LCR há como se induzir
o exsudativo variado de acordo com o tipo de patógeno, se for um vírus será mais líquido e com uma
quantidade menor de células (500) predominando o linfócito, já se for provocada por bactéria haverá
uma quantidade maior de células (5000) e a prevalência dos neutrófilos.
❖ Citocinas importantes na inflamação:
Fatores de crescimento: são induzidos a estimular a medula óssea a produzir mais células e repor as que
estão saindo.
Quimiocinas: são um tipo de citocinas de tamanho menor, mas a função delas é atrair as células para o
local de inflamação.
Interferons: existem vários deles, o alfa e o beta trabalham em infecções virais, deixam a célula em um
estado antiviral estimulando a fagocitose.
TNFalfa: é uma citocina pré-inflamatória, pois tem relação direta com a febre. É como se fosse uma
cascata, a TNFalfa estimula a interleucina 1, que induz a interleucina 6 e provoca a interleucina 8.
❖ Febre:
A febre é uma alteração orgânica que provoca o aumento de temperatura para poder ter um efeito
imunológico. Até certo ponto ela é boa, porque a temperatura ideal para o desenvolvimento dos
microrganismos – principalmente bactérias – é entre 36,5 e 37°C que é a temperatura do nosso corpo,
quando elevamos um pouco a temperatura já é o suficiente para diminuir a taxa de crescimento
bacteriano. Também há os leucócitos, linfócitos e neutrófilos que funcionam melhor em temperatura
mais elevada, passam a ter uma ação mais efetiva. Entretanto, quando a temperatura excede um certo
ponto começa a prejudicar o corpo, pois começará a desnaturar as enzimas e pode provocar convulsões.
Quando está acontecendo um processo inflamatório, os níveis de citocinas envolvidas na febre têm
número pequeno, então as citocinas vão começar a aumentar causando alterações no endotélio e
atraindo as células mais importantes
para o local da infecção. As citocinas
vão induzir a produção de
prostaglandinas 2 que induzem o
hipotálamo a ter algumas reações, como
a febre. Para ter a febre o corpo precisa
p r o d u z i r c a l o r, p o r i s s o h á a
vasoconstricção periférica, algumas
mensagens enviadas ao coração vão
induzir a diminuição do débito cardíaco
para que possa produzir mais calor e
gera também sinais para musculatura
esquelética periférica, gerando micro
contrações que resultam na produção de
calor.
Quando o corpo passa por esse processo
e fisiologicamente ele vai se
recuperando ou quando toma algum tipo
de antitérmico, haverá a fase chamada
de crise, que é a fase de recuperação da febre. No momento em que a febre está cedendo, geralmente,
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há uma sensação de calor intenso e corpo fica suando, então todos os efeitos da febre passam a ser o
inverso: ocorre vasodilatação periférica e a bio excreção que é a liberação de suor.
❖ Sepse:
“Quando a febre é contínua, a superfície externa do corpo está fria e existe internamente uma
grande sensação de calor e sede, a afecção é mortal”. (Hipócrates – 400 A.C.)
A sepse é provocada por uma infecção, na maioria das vezes, causada por bactéria, as que mais resultam
na sepse são as gram-negativas porque possuem grande quantidade de LPS (lipopolissacarídeo), ou seja,
possuem em sua membrana um tipo de antígeno que estimula a produção de TNFalfa e desencadeia o
restante. Quando o paciente começa a mostrar o quadro de sepse é porque ocorreu a bacteremia
(quando em uma infecção a bactéria vai para corrente sanguínea) em vários locais e as bactérias estão se
reproduzindo muito rápido, provocando uma grande produção de citocinas que desregulam as funções
dos sistemas e começa a gerar a hiperperfusão ou hipóxia, diminuindo a função orgânica do paciente.
A sepse é manifestada por 2 ou mais das características seguintes:
1. Hipertermia ou hipotermia: quando há o pico de temperatura, o corpo tende a abaixar a
temperatura a ponto de passar do ideal. Um paciente com hipotermia significa que seu caso é
grave.
2. Aumento da frequência cardíaca > 90 bpm: por causa da falta de oxigenação, o coração acelera.
3. Aumento da frequência respiratória > 20 ipm ou pCO2< 32 mmHg: a frequência aumenta ou
abaixa a pCO2 ou aumento das incursões respiratórias, porque tem que compensar a oxigenação
deficiente.
4. Contagem de glóbulos brancos > 12.000/ mm3 ou < 4.000/mm3 ou bastonetes > 10%: há o
aumento de leucócitos (leucocitose) ou diminuição (leucopenia).
O aumento de bastonetes – que são a forma imatura dos neutrófilos – se dá porque
o neutrófilo segmentado só é liberado da medula quando estiver pronto. No caso de
infecções, há uma grande produção de células em pouco espaço de tempo então
não tem como esperar a maturação, então a medula óssea libera ainda na fase
imatura.
Antes a sepse era classificada em:
1. SRIS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica): quando o paciente apresentava infecção e se
comprovava através de exames.
2. Sepse grave: quando a infecção se agrava e começava a causar debilidades no sistema do
paciente, tinha todas as características de sepse, mas também tinha comprometimento de alguns
órgãos.
3. Choque séptico: o paciente começava a apresentar falência múltipla de órgãos.
Entretanto, a partir de 2017 a classificação passou ser somente sepse e choque séptico. Para dizer se o
paciente possui um quadro de sepse ou não, deve-se comprovar que o paciente possui uma infecção
através de exames para identificar a bactéria e caso seja classificada é aplicado um questionário
chamado qSOFA, ele vai analisar 3 sistemas principais: sistema nervoso central, respiratório e arterial.
Se o paciente possuir pontuação menor ou igual a 2, ele é classificado como portador de sepse, caso
não alcance o resultado é mantido em observação, sendo avaliado de maneira contínua em seguida para
analisar se o qSOFA irá evoluir.
Caso a pontuação seja maior ou igual a 2, será aplicado outro parâmetro de análise, o SOFA, que é uma
sigla que faz referência ao escore e irá analisar o prognóstico do paciente avaliando 6 sistemas:
1. Sistema nervoso central: escala de Glasgow.
2. Circulatório: pressão arterial média.
3. Renal: níveis de creatinina.
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4. Respiratório: pressão arterial de oxigênio ou frequência respiratória de oxigênio.


5. Hepático: níveis de gordura.
6. Coagulação: níveis de plaquetas.
E aí será classificado se o paciente tem sepse (com 2 ou mais pontos no SOFA) ou choque séptico (vai
ser a sepse com um comprometimento maior nos sistemas), quando está dentro da normalidade o escore
será de zero. Além do SOFA alterado, o paciente terá uma pressão arterial muito baixa ou um aumento
do lactato, já que possui muito mediadores inflamatórios gerando o extravasamento de lactato, ou seja,
o sangue não está circulando direito e consequentemente não consegue se oxigenar (hipóxia), as células
para consumirem glicose quebram de maneira anaeróbica essa molécula, gerando ácido lactato.
Quanto maior a pontuação do SOFA, pior é o estado do paciente. Esses testes são aplicados
periodicamente, avaliando se as taxas estão normalizando, se o tratamento está surtindo efeito, é
complicado reverter o quadro do paciente, mas não impossível.

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