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HISTÓRICO

Tema recente: anos 60 e 70


Pavilhão de exposições da Gameleira Belo Horizonte 04/02/71
Introdução nos currículos das escolas de engenharia

“O destino dos construtores é produzir, a longo prazo grandes desmoronamentos.”


Margarite Yourcenar (1903-1987)

PATOLOGIA E TERAPIA

Patologia das construções é o ramo da engenharia que estuda os sintomas, as causas,


as origens e consequências das deficiências das construções. Significa o não
atendimento ao desempenho desejado.

Terapia das construções é o ramo da engenharia que trata da correção dos problemas
patológicos apresentados pela construção.

ROTEIRO PARA RECUPERAÇÃO

Identificação da patologia Definição de materiais e métodos


Identificação da causa executivos
Origem mecânica Implantação das intervenções de
Origem química forma adequada
Entendimento do comportamento Materiais adequados
estrutural Mão de obra adequada e
Definição de procedimentos capacidade
(recuperação/reforço estrutural)

PRINCIPAIS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

Falha de projeto Falta de atendimento às normas


Falha de planejamento técnicas
Falta de conhecimento técnico Projeto e controle de materiais
Falta de capacidade administrativa Falta de fiscalização
Falta de experiência executiva Falta de gerenciamento

CAUSAS ECONÔMICAS

Economia de projetos Economia de mão de obra e de


Economia de assessoria técnica materiais
Economia de fiscalização e gerenciamento

CAUSAS PROFISSIONAIS

Falta de conhecimento técnico Falta de atenção da fiscalização/


Falta de experiência técnica gerenciamento
Falta de responsabilidade técnica

CONSEQUÊNCIAS

Não atendimento dos objetivos Responsabilidade ao


Tempo comprometimento de pessoas
Acidentes jurídicas
Danos à imagem da Custos
engenharia/arquitetura

CUSTOS DIRETOS: materiais, mão de obra, equipamentos


CUSTOS INDIRETOS: indenizações, lucro cessante, impostos, advogados
CUSTOS INVISÍVEIS: transportes, energia, imagem da empresa, carreira profissional
CUSTOS DE ÍMPOSSIVEL VALORAÇÃO: descredito da engenharia, mutilações, invalidez
e mortes.

NBR 15575 – DESEMPENHO - A durabilidade do edifício e de seus sistemas é um


requisito econômico do usuário, pois está diretamente associado ao custo global do
bem. A durabilidade de um produto se extingue quando ele deixar de atender as
funções que lhe foram atribuídas.

VIDA ÚTIL (VU) – é o período de tempo compreendido entre o início da operação ou


uso de um produto e o momento em que seu desempenho deixa de atender aos
requisitos do usuário pré-estabelecidos.

VIDA ÚTIL DE PROJETO (VUP) – valores teóricos de vida útil estabelecido por
projetistas, construtoras em atendimento às normas brasileiras. A melhor forma para
se determinar a VUP para uma parte de uma edificação é através de pesquisa de
opinião entre técnicos, usuários e agentes envolvidos com o processo de construção.
A VUP pode ainda ser entendida como uma definição prévia da opção do usuário pela
melhor relação custo global versus tempo de usufruto do bem.

Para que a VUP possa ser atingida, a NBR 15575-1-13 traz como necessário que sejam
atendidos simultaneamente todos os seguintes aspectos:

a) emprego de componentes e materiais de qualidade compatível com VUP

b) execução com técnicas e métodos que possibilitem a obtenção do VUP

c) atendimento em sua totalidade dos programas de manutenção corretivas e


preventiva

d) atendimento aos cuidados pré-estabelecidos para fazer um uso correto do edifício

e) utilização do edifício em concordância ao que foi previsto em projeto.

SISTEMA VUP
Superior
Mínimo Intermediário
Estrutura 50 63 75
Pisos internos 13 17 20
Vedação vertical
40 50 60
externa
Vedação vertical
20 25 30
interna
Cobertura 20 25 30
Hidrossanitário 20 25 30

O valor final atingido de vida útil será uma composição do valor teórico calculado
como vida útil de projeto (VUP), influenciada positivamente ou negativamente pelas
ações de manutenção.

ERRO X DURABILIDADE

ERROS DE PROJETO

Avaliação errônea de carregamentos


Análise insuficiente da estabilidade da estrutura
Detalhamento inadequado ou insuficiente das armaduras
Desconsideração de adequados coeficientes de segurança

ERROS DE EXECUÇÃO
Erro de leitura e interpretação dos projetos
Erro de bitola e posicionamento das armações
Retirada do escoramento antes do tempo
Falta de cobrimento das armaduras
Falta de qualidade do concreto
Dosagem incorreta relação água-cimento
Uso inadequado de agentes desmoldantes
Falta ou adensamento incorreto
Tempo e permanência de escoramento
Não atendimento à NBR 6118/14 – Projeto de estruturas de concreto

PATOLOGIA EM ESTRUTURAS
A NBR 6118/14 – projeto de estruturas de concreto – procedimentos, define como
mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita todos aqueles
relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações
cíclicas, retração, fluência e relaxação, bem como as diversas ações que atuam sobre a
estrutura.
AÇÕES MECÂNICAS
Cargas em excesso
Cargas imprevistas
Falha de execução (falta de armadura)
Concreto com características inferiores ao previsto
MOVIMENTAÇÃO DE ORIGEM TÉRMICA
Dilatação e contração não previstas
Juntas de dilatação bloqueadas ou inexistentes
Variação cíclica de temperatura
Fogo – NBR 15200/12 – Projeto de estruturas de concreto em situações de
incêndio.
Tempo de resistência ao fogo: tempo durante o qual um elemento estrutural, estando
sob ação do incêndio – padrão não sofrendo colapso estrutural.
TRRF – tempo requerido de resistência ao fogo, que é o tempo mínimo de resistência
ao fogo, de um elemento construtivo quando sujeito ao incêndio-padrão.
IMPACTOS
Podendo ser de pequena ou grande energia, tendo como ação preventiva a execução
de barreiras protetoras em pilares sujeitos à choques mecânicos.
AÇÕES CÍCLICAS
Sismos – NBR 15421/06 – Projeto e estruturas resistentes à sismos –
procedimentos
Ventos
Tráfego de veículos pesados
RETRAÇÃO, FLUÊNCIA E RELAXAÇÃO
Efeitos diferidos no tempo, não previstos.

PATOLOGIAS NO CONCRETO
Ataque por sulfatos
RAA – reação álcali-agregado
Ataque por cloretos
Carbonatação
Ataques microbiológicos
Lixiviação
Eflorescência
PATOLOGIA NO AÇO
Corrosão: mecanismos preponderantes de deterioração relativos a armadura.

Despassivação por carbonatação: ação do CO2 ou CO da atmosfera sobre o aço da


armadura provenientes consistem em dificultar o ingresso de agentes agressivos ao
interior do concreto. O cobrimento das armaduras e o controle da fissuração
minimizam este efeito, sendo recomendável em concreto de baixa porosidade.

Despassivação por ação de cloretos: consiste na ruptura local da camada de


passivação, causado por elevado teor de íon cloreto. As medidas preventivas
consistem em dificultar o ingresso dos agentes agressivos ao interior do concreto. A
contaminação por cloretos pode ocorrer pelo uso de aditivos acelerados de pega a
base de cloretos, por materiais contaminados e por exposição a ambiente
contaminado – próximo ao mar.

Agressividade do ambiente: está relacionada às ações físicas e químicas que atuam


sobre a estrutura do concreto, sendo exemplos:
Zonas de molhagem e secagem (respingos e variação das marés) de água
salgada ou doce
CO2 da descarga dos veículos
Fluxo de águas pluviais superficiais (falta ou insuficiência de drenagem) ou por
infiltração
Porosidade superficial do concreto
Chuva ácida
Gases variados dispersos na atmosfera, especialmente em ambientes
industriais

Pré-requisito para corrosão das armaduras


Umidade
Oxigênio
Redução ou destruição da camada passivante da armadura

AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE E SEGURANÇA DE ESTRUTURAS DANIFICADAS


Identificação do tipo de estrutura (sistema estrutural)
Convencional (viga, laje, pilar)
Com protensão
Auto portante
Análise do estado de fissuração dos elementos estruturais e não estruturais
Análise do estado de deformação da estrutura
Prova de carga em estruturas de concreto armado e protendido
IDENTIFICAÇÃO DA CAUSA DO DANO
Insuficiência estrutural
Projeto Sobrecargas excessivas
Patologias
Concreto Aço Estrutura
CUIDADOS PARA AS INTERVENÇÕES
Necessidade de descarregamento
Necessidade de escoramento
ESCOLHA DOS PROCEDIMENTOS APÓS O DIAGNÓSTICO
Recuperação estrutural: reconstituir características originais da estrutura
Reforço estrutural: modificar (elevar) as características originais da estrutura.

DECISÕES PARA ATINGIR OS REQUISITOS FUTUROS DE VIDA ÚTIL APÓS A ANÁLISE


DAS PATOLOGIAS
Reanálise da capacidade estrutural
Reconstrução de toda ou parte da estrutura de concreto
Demolição de toda ou parte da estrutura de concreto
Prevenção ou redução de maiores deteriorações
Reforço ou reabilitação de toda ou parte da estrutura de concreto
Nada por um certo tempo
TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO
Fissuras
FISSURAS ESTRUTURAIS
Eliminação da causa
Injeção epóxi
Injeção com micro argamassas poliméricas
Proteção da peça estrutural
FISSURAS NÃO ESTRUTURAIS
Abertura da fissura/ remoção do revestimento
Vedação com mastiques (poliuretanos, silicones ou materiais asfálticos)
Reforço com tela e argamassa
Proteção da obra de forma geral
Havendo patologia, as mesmas deverão ser tratadas inicialmente.

INFILTRAÇÕES
Avaliação dos danos causados, retirada do material deteriorado
Proteção do concreto – drenagem e impermeabilização
Mantas asfálticas, PVC, acrílicos
Pinturas hidro-repelentes
Pinturas for formação de película
Acrílicas,epóxis
Injeção de poliuretano

EFLORESCÊNCIAS
Lavagem do local com água e auxilio de escova, ácidos
Ataque por sulfatos/ ataque por ácidos
Identificação e eliminação da fonte de contaminação
Retirada do concreto danificado
Eliminação do sulfato ou ácido contaminante do concreto
Injeção de fissuras
Mapeamento de zonas danificadas
Reconstituição com argamassas poliméricas
Efetivar a cura adequada e proteção superficial

REAÇÕES RAA
Injeção com carbonato de lítio
Injeção com epóxi – reconstituição do elemento estrutural
Encamisamento por concreto armado
Protensão e impermeabilização

CARBONATAÇÃO
Identificar e mapear o grau de carbonatação
Realizar a realcalinização: química ou eletroquímica
Proteção superficial do concreto

PROCEDIMENTOS DE PROTEÇÃO DO ELEMENTO ESTRUTURAL


Proteção por pintura (hidro-repelentes, anticorrosiva ou fungicidas)
Realcalinização: consiste na introdução de elementos alcalinos que possibilitem
o reestabelecimento do pH do concreto
Eletroquímica: é insaturado um campo elétrico para a indução e transporte de íons
através da migração. Na realcalinização eletroquímica o pH é elevado primeiramente
ao redor das armaduras e na superfície do concreto; passando algum tempo as regiões
realcalinizadas vão aumentando ao ponto em que se encontram no final do
tratamento.
Química: ocorre através da absorção e difusão de soluções alcalinas, por meio da ação
capilar. A realcalinização ocorre da parte externa da superfície para a parte interna.
Silicatização: trata-se do bloqueio dos poros de concreto, através da reação química
entre os componentes do concreto e uma solução química a base de silicato de sódio.

RECOMENDAÇÕES PARA ESTRUTURAS DURÁVEIS


RECOMENDAÇÕES DE PROJETO
Sondagem
Definição correta das cargas atuantes ou combinações delas
Elevado grau de detalhamento
PROPORÇÕES
Para que haja uma barreira à entrada de agentes agressivos, busca-se uma
menor porosidade possível para o concreto. A relação água-cimento e o grau de
hidratação são fatores preponderantes de proteção ao elemento estrutural por
determinar o grau de porosidade do concreto.
EXECUÇÃO
Capacitação profissional da mão de obra
Verificação do prumo, alinhamento da estrutura e alvenarias
MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
A manutenção é a preservação do edifício construído em níveis de desempenho
semelhantes aqueles do seu estado inicial. Podendo ser considerada como
reconstrução de níveis de desempenho perdidos, tendo como resultado imediato o
prolongamento de vida útil do edifício em função da estratégia de manutenção
empregada.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA: é toda medida tomada com antecedência e previsão
durante o período de uso da estrutura. Está relacionada com atividades de
conservação, com pequenos intervalos de tempo entre as intervenções diretamente
relacionadas à operação e limpeza do edifício, criando condições adequadas para o seu
uso.

MANUTENÇÃO CORRETIVA: trabalhos de diagnóstico, proagnóstico, reparo e proteção


da estrutura que já se apresenta problemas. Atividades corretivas empregadas antes
que o edifício ou algum de seus elementos constituintes atinja o nível de desempenho
mínimo aceitável, sem que a recuperação do desempenho ultrapasse o nível
inicialmente constituído.
A ausência de manutenção adequada em edificação é um contribuidor para o
surgimento das patologias nas edificações. Mais de 60% dos acidentes ocorridos em
edifícios com mais de 10 anos estão relacionados à deficiência ou inexistência de
manutenção, perda precoce de desempenho e degradação acentuada. Em termos
econômicos, a manutenção predial envolve da ordem de 1% a 2% do custo total da
obra.

NBR 5674/99 – Manutenção de edifícios


O planejamento dos serviços de manutenção requer a elaboração de uma previsão
detalhada dos métodos de trabalho, ferramentas e equipamentos necessários,
condições especiais de acesso, cronograma de realização e duração do serviço de
manutenção.
O planejamento deve ser definido em planos de curto, médio e longo prazo, de
maneira a:
a) coordenar os serviços de manutenção para reduzir a necessidade de sucessivas
intervenções
b) minimizar a interferência dos serviços de manutenção no uso da edificação e a
interferência dos usuários sobre a execução dos serviços de manutenção
c) otimizar o aproveitamento de recursos humanos e financeiros e equipamentos.

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