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21/08/2018

RELATÓRIO: A arte como trabalho concreto, valor estético e


valor de troca.
Joyce Santos Gomes
Paulo César Antonini de Souza
Estética e teoria da arte II

Para Marx a arte em essência é uma atividade criadora, consciente e de


caráter histórico social, permite que o artista exercite sua liberdade sensível de
modo singular.
A célula fundamental que compõe esta engrenagem chamada capitalismo é a
mercadoria, é ela quem impulsiona o fetiche pelo querer instantâneo dos
objetos, impulsionando o consumismo desenfreado. Ela nada mais é que o
produto do trabalho que no contexto deste sistema está para suprir a oferta e
demanda do capital, Isto é, a mercadoria trás a ilusão de satisfação,tornando-
se objeto de adoração onde passamos a ignorar o caráter social das coisas ou
melhor a necessidade concreta da vida.
A alienação flui muito facilmente nestes processos, faz com que os objetos e as
relações entre os indivíduos sejam “coisificadas’’ e a liberdade se torna mera
utopia, pois a sociedade atual se baseia na pressão de uma produtividade que
vai gerar o mais lucro, mas que escraviza o proletariado e o expõe a miséria
obsoluta tanto espiritual quanto física”.
Deste modo perde-se o verdadeiro valor de uso das obras e as limitam a mero
produto de troca. Todas estas coisas refletem diretamente nas relações
humanas, bem como os artistas vão lidar com o seu caráter artístico, tornando
suas criações contradições deles mesmos quando se sujeitam a adentrar o
mercado especulativo da arte é como se negassem a si e a sua criação, pois
ao caráter estético é colocado em ultimo plano se distanciando da relação com
a necessidade humana.
A obra de arte como trabalho concreto exprime a subjetividade de seu criador,
e carrega características individuais que não dá possibilidades para
comparações qualitativas entre uma e outra obra, pois o que importa sempre
será o resultado final. Portanto, quando a obra adentra a lógica capitalista o
que vai prevalecer será o acumulo rápido de lucro. As obras não correm riscos
de desvalorização e desta maneira quanto mais adentram ao mercado de arte,
mais seu valor financeiro é crescente e menos suas qualidades estéticas são
reconhecidas. Temos como exemplo a artista Beatriz Milhazes , que em 2008
sua valorização foi para 6,ooo%.

“ Quanto mais perde seu caráter artístico, tanto mais se


afasta o trabalho da arte, até converter-se numa atividade puramente formal
e mecânica que se opõe radicalmente a ela. A arte aparece, então, como a
esfera própria da riqueza espiritual perdida na esfera do trabalho”
(VAZQUEZ. Adolfo,2011,193)

A Obra submetida ao mercado é tão somente uma atividade produtiva, fruto de


um trabalho alienado, pois esta característica não se limita tradicionalmente ao
sistema de trabalho industrial, abrange tudo aquilo que passa a ser robótico e
converte o real sentido do que é criação pois está para a construção de algo
novo. Para que não sejamos ingênuos quanto a todas estás coisas é
necessário o entendimento de quê dentro do sistema capitalista é importante
que achemos caminhos para a sobrevivência, porém que encontremos
caminhos que permitam a livre criação onde o automatismo não se faça
presente, pois a arte está para nos nutrir quanto humanos.

Referencia:

VAZQUEZ. Adolfo S. A arte como trabalho concreto. Valor estético e valor de


troca. In: As ideias estéticas de Marx. Trad. Carlos Nelson Coutinho. São
Paulo: Ed.Expressão popular,2011.p.177-194
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