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Aula 01

Direito Constitucional p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) - Com videoaulas

Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale


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AULA 01 – DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais ........................................................ 2
1. Direitos do Homem x Direitos Fundamentais x Direitos Humanos: ........... 2
2. As “gerações” de direitos: ....................................................................... 3
3. Características dos Direitos Fundamentais: ............................................. 4
4. Limites aos Direitos Fundamentais: ......................................................... 7
5. Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais: ....................................... 9
6. Os Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988: .................. 10
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: Parte I ...................................... 11
Questões Comentadas ................................................................................. 46
Questões Comentadas ................................................................................. 67
Gabarito ...................................................................................................... 79

Olá, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem?

Dando continuidade ao nosso curso, daremos início ao estudo dos


“Direitos e Garantias Fundamentais”. Trata-se de assunto bastante
cobrado em provas. Não deixe de assistir aos vídeos disponíveis em sua Área
do Aluno. Eles ajudarão muito na fixação dos detalhes cobrados em prova...

Um grande abraço,

Nádia e Ricardo

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Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

1. Direitos do Homem x Direitos Fundamentais x Direitos Humanos:

Antes de qualquer coisa, é necessário apresentar a diferença entre as


expressões “direitos do homem”, “direitos fundamentais” e “direitos humanos”.

Segundo Mazzuoli, “direitos do homem” diz respeito a uma série de direitos


naturais aptos à proteção global do homem e válido em todos os tempos.
Trata-se de direitos que não estão previstos em textos constitucionais ou em
tratados de proteção aos direitos humanos. A expressão é, assim, reservada
aos direitos que se sabe ter, mas cuja existência se justifica apenas no plano
jusnaturalista.1

Direitos fundamentais, por sua vez, se refere aos direitos da pessoa humana
consagrados, em um determinado momento histórico, em um certo Estado.
São direitos constitucionalmente protegidos, ou seja, estão positivados em
uma determinada ordem jurídica.

Por fim, “direitos humanos” é expressão consagrada para se referir aos


direitos positivados em tratados internacionais, ou seja, são direitos
protegidos no âmbito do direito internacional público. A proteção a esses
direitos é feita mediante convenções globais (por exemplo, o Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos) ou regionais (por exemplo, a
Convenção Americana de Direitos Humanos).

Há alguns direitos que estão consagrados em


convenções internacionais, mas que ainda não
foram reconhecidos e positivados no âmbito
interno.

Também pode ocorrer o contrário! É plenamente


possível que o ordenamento jurídico interno dê uma
proteção superior àquela prevista em tratados
internacionais (regionais e globais).

É importante termos cuidado para não confundir direitos fundamentais e


garantias fundamentais. Qual seria, afinal, a diferença entre eles?

Os direitos fundamentais são os bens protegidos pela Constituição. É o caso


da vida, da liberdade, da propriedade... Já as garantias são formas de se
protegerem esses bens, ou seja, instrumentos constitucionais. Um exemplo é
o habeas corpus, que protege o direito à liberdade de locomoção. Ressalte-se
que, para Canotilho, as garantias são também direitos.2

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

!MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010, pp. 750-751. !

! CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª
edição. Coimbra: Almedina, 2003. !
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2. As “gerações” de direitos:

Os direitos fundamentais são tradicionalmente classificados em gerações, o


que busca transmitir uma ideia de que eles não surgiram todos em um mesmo
momento histórico. Eles foram fruto de uma evolução histórico-social, de
conquistas progressivas da humanidade.

A doutrina majoritária reconhece a existência de três gerações de direitos:

a) Primeira Geração: são os direitos que buscam restringir a ação


do Estado sobre o indivíduo, impedindo que este se intrometa de
forma abusiva na vida privada das pessoas. São, por isso, também
chamados liberdades negativas: traduzem a liberdade de não sofrer
ingerência abusiva por parte do Estado. Para o Estado, consistem em
uma obrigação de “não fazer”, de não intervir indevidamente na esfera
privada.

É relevante destacar que os direitos de primeira geração cumprem a


função de direito de defesa dos cidadãos, sob dupla perspectiva: não
permitem aos Poderes Públicos a ingerência na esfera jurídica
individual, bem como conferem ao indivíduo poder para exercê-los e
exigir do Estado a correção das omissões a eles relativas.

Os direitos de primeira geração têm como valor-fonte a liberdade. São


os direitos civis e políticos, reconhecidos no final do século XVIII,
com as Revoluções Francesa e Americana. Como exemplos de direitos
de primeira geração citamos o direito de propriedade, o direito de
locomoção, o direito de associação e o direito de reunião.

b) Segunda geração: são os direitos que envolvem prestações


positivas do Estado aos indivíduos (políticas e serviços públicos) e, em
sua maioria, caracterizam-se por serem normas programáticas. São,
por isso, também chamados de liberdades positivas. Para o Estado,
constituem obrigações de fazer algo em prol dos indivíduos, objetivando
que todos tenham “bem-estar”: em razão disso, eles também são
chamados de “direitos do bem-estar”.

Os direitos de segunda geração têm como valor fonte a igualdade. São


os direitos econômicos, sociais e culturais. Como exemplos de
direitos de segunda geração, citamos o direito à educação, o direito à
saúde e o direito ao trabalho.

c) Terceira geração: são os direitos que não protegem interesses


individuais, mas que transcendem a órbita dos indivíduos para alcançar
a coletividade (direitos transindividuais ou supraindividuais).

Os direitos de terceira geração têm como valor-fonte a solidariedade,


a fraternidade. São os direitos difusos e os coletivos. Citam-se, como
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exemplos, o direito do consumidor, o direito ao meio-ambiente
ecologicamente equilibrado e o direito ao desenvolvimento.

Percebeu como as três primeiras gerações seguem a sequência do lema da


Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade? Guarde isso
para a prova! Abaixo, transcrevemos decisão do STF que resume muito bem o
entendimento da Corte sobre os direitos fundamentais.

“Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos)


– que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais –
realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração
(direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as
liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da
igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam
poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as
formações sociais, consagram o princípio da solidariedade e
constituem um momento importante no processo de desenvolvimento,
expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados,
enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma
essencial inexauribilidade.” (STF, Pleno, MS nº 22.164-SP, Relator Min.
Celso de Mello. DJ 17.11.95)

Parte da doutrina considera a existência de direitos de quarta geração. Para


Paulo Bonavides, estes incluiriam os direitos relacionados à globalização:
direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo.
Desses direitos dependeria a concretização de uma “civitas máxima”, uma
sociedade sem fronteiras e universal. Por outro lado, Norberto Bobbio
considera como de quarta geração os “direitos relacionados à engenharia
genética”.

Há também uma parte da doutrina que fala em direitos de quinta geração,


representados pelo direito à paz. 3

A expressão “geração de direitos” é criticada por vários autores, que


argumentam que ela daria a entender que os direitos de uma determinada
geração seriam substituídos pelos direitos da próxima geração. Isso não é
verdade. O que ocorre é que os direitos de uma geração seguinte se
acumulam aos das gerações anteriores. Em virtude disso, a doutrina tem
preferido usar a expressão “dimensões de direitos”. Teríamos, então, os
direitos de 1ª dimensão, 2ª dimensão e assim por diante.

3. Características dos Direitos Fundamentais:

A doutrina aponta as seguintes características para os direitos fundamentais:

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3
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2008.
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a) Universalidade: os direitos fundamentais são comuns a todos os
seres humanos, respeitadas suas particularidades. Em outras palavras,
há um núcleo mínimo de direitos que deve ser outorgado a todas
as pessoas (como, por exemplo, o direito à vida). Cabe destacar,
todavia, que alguns direitos não podem ser titularizados por todos, pois
são outorgados a grupos específicos (como, por exemplo, os direitos
dos trabalhadores).

b) Historicidade: os direitos fundamentais não resultam de um


acontecimento histórico determinado, mas de todo um processo de
afirmação. Surgem a partir das lutas do homem, em que há conquistas
progressivas. Por isso mesmo, são mutáveis e sujeitos a
ampliações, o que explica as diferentes “gerações” de direitos
fundamentais que estudamos.

c) Indivisibilidade: os direitos fundamentais são indivisíveis, isto é,


formam parte de um sistema harmônico e coerente de proteção à
dignidade da pessoa humana. Os direitos fundamentais não podem ser
considerados isoladamente, mas sim integrando um conjunto único,
indivisível de direitos.

d) Inalienabilidade: os direitos fundamentais são intransferíveis e


inegociáveis, não podendo ser abolidos por vontade de seu titular.
Além disso, não possuem conteúdo econômico-patrimonial.

e) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não se perdem com


o tempo, sendo sempre exigíveis. Essa característica decorre do fato de
que os direitos fundamentais são personalíssimos, não podendo ser
alcançados pela prescrição.

f) Irrenunciabilidade: o titular dos direitos fundamentais não pode


deles dispor, embora possa deixar de exercê-los. É admissível,
entretanto, em algumas situações, a autolimitação voluntária de seu
exercício, num caso concreto. Seria o caso, por exemplo, dos indivíduos
que participam dos conhecidos “reality shows”, que, temporariamente,
abdicam do direito à privacidade.

g) Relatividade ou Limitabilidade: não há direitos fundamentais


absolutos. Trata-se de direitos relativos, limitáveis, no caso
concreto, por outros direitos fundamentais. No caso de conflito entre
eles, há uma concordância prática ou harmonização: nenhum deles é
sacrificado definitivamente.

A relatividade é, dentre todas as características dos


direitos fundamentais, a mais cobrada em prova.

Por isso, guarde o seguinte: não há direito


fundamental absoluto! Todo direito sempre
encontra limites em outros, também protegidos pela

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Constituição. É por isso que, em caso de conflito
entre dois direitos, não haverá o sacrifício total de
um em relação ao outro, mas redução proporcional
de ambos, buscando-se, com isso, alcançar a
finalidade da norma.

h) Complementaridade: a plena efetivação dos direitos fundamentais


deve considerar que eles compõem um sistema único. Nessa ótica, os
diferentes direitos (das diferentes dimensões) se complementam e,
portanto, devem ser interpretados conjuntamente.

i) Concorrência: os direitos fundamentais podem ser exercidos


cumulativamente, podendo um mesmo titular exercitar vários direitos
ao mesmo tempo.

j) Efetividade: os Poderes Públicos têm a missão de concretizar


(efetivar) os direitos fundamentais.

l) Proibição do retrocesso: por serem os direitos fundamentais o


resultado de um processo evolutivo, de conquistas graduais da
Humanidade, não podem ser enfraquecidos ou suprimidos. Isso
significa que as normas que os instituem não podem ser revogadas ou
substituídas por outras que os diminuam, restrinjam ou suprimam.

Segundo Canotilho, baseado no princípio do não retrocesso social,


os direitos sociais, uma vez tendo sido previstos, passam a constituir
tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo. Isso
limita o legislador e exige a realização de uma política condizente com
esses direitos, sendo inconstitucionais quaisquer medidas estatais que,
sem a criação de outros esquemas alternativos ou compensatórios,
anulem, revoguem ou aniquilem o núcleo essencial desses direitos.

Os direitos fundamentais possuem uma dupla dimensão: i) dimensão subjetiva


e; ii) dimensão objetiva.

Na dimensão subjetiva, os direitos fundamentais são direitos exigíveis


perante o Estado: as pessoas podem exigir que o Estado se abstenha de
intervir indevidamente na esfera privada (direitos de 1ª geração) ou que o
Estado atue ofertando prestações positivas, através de políticas e serviços
públicos (direitos de 2ª geração).

Já na dimensão objetiva, os direitos fundamentais são vistos como


enunciados dotados de alta carga valorativa: eles são qualificados como
princípios estruturantes do Estado, cuja eficácia se irradia para todo o
ordenamento jurídico.

(FUB – 2015) A característica da universalidade consiste em


que todos os indivíduos sejam titulares de todos os direitos

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fundamentais, sem distinção.

Comentários:

Há alguns direitos que não podem ser titularizados por todas


as pessoas. É o caso, por exemplo, dos direitos dos
trabalhadores. Questão errada.

(TRT 8a Região – 2013) Os direitos fundamentais são


personalíssimos, de forma que somente a própria pessoa pode
a eles renunciar.

Comentários:

Os direitos fundamentais têm como característica a


“irrenunciabilidade”. Questão errada.

4. Limites aos Direitos Fundamentais:

A imposição de limites aos direitos fundamentais decorre da relatividade que


estes possuem. Conforme já comentamos, nenhum direito fundamental é
absoluto: eles encontram limites em outros direitos consagrados no texto
constitucional. Além disso, conforme já se pronunciou o STF, um direito
fundamental não pode servir de salvaguarda de práticas ilícitas.

Para tratar das limitações aos direitos fundamentais, a doutrina desenvolveu


duas teorias: i) a interna e; ii) a externa.

A teoria interna (teoria absoluta) considera que o processo de definição


dos limites a um direito é interno a este. Não há restrições a um direito, mas
uma simples definição de seus contornos. Os limites do direito lhe são
imanentes, intrínsecos. A fixação dos limites a um direito não é, portanto,
influenciada por aspectos externos (extrínsecos), como, por exemplo, a colisão
de direitos fundamentais. 4

Para a teoria interna (absoluta), o núcleo essencial de um direito fundamental


é insuscetível de violação, independentemente da análise do caso concreto.
Esse núcleo essencial, que não poderá ser violado, é identificado a partir da
percepção dos limites imanentes ao direito.

A teoria externa (teoria relativa), por sua vez, entende que a definição dos
limites aos direitos fundamentais é um processo externo a esses direitos. Em
outras palavras, fatores extrínsecos irão determinar os limites dos
direito fundamentais, ou seja, o seu núcleo essencial. É somente sob essa
ótica que se admite a solução dos conflitos entre direitos fundamentais pelo
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)
!SILVA, Virgílio Afonso da. O conteúdo essencial dos direitos fundamentais e a eficácia
das normas constitucionais. In: Revista de Direito do Estado, volume 4, 2006, pp. 35 – 39.
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juízo de ponderação (harmonização) e pela aplicação do princípio da
proporcionalidade.

Para a teoria externa, o núcleo essencial de um direito fundamental também é


insuscetível de violação; no entanto, a determinação do que é exatamente
esse “núcleo essencial” dependerá da análise do caso concreto. Os direitos
fundamentais são restringíveis, observado o princípio da proporcionalidade
e/ou a proteção de seu núcleo essencial. Exemplo: o direito à vida pode sofrer
restrições no caso concreto.

Questão muito relevante a ser tratada é sobre a teoria dos “limites dos
limites”, que incorpora os pressupostos da teoria externa. A pergunta que se
faz é a seguinte: a lei pode impor restrições aos direitos fundamentais?

A resposta é sim. A lei pode impor restrições aos direitos fundamentais, mas
há um núcleo essencial que precisa ser protegido, que não pode ser objeto
de violações. Assim, o grande desafio do exegeta (intérprete) e do próprio
legislador está em definir o que é esse núcleo essencial, o que deverá ser feito
pela aplicação do princípio da proporcionalidade, em suas três vertentes
(adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito).

A teoria dos “limites dos limites” visa, portanto, impedir a violação do


núcleo essencial dos direitos fundamentais. Como o próprio nome já nos
induz a pensar, ela tem como objetivo impor limites às restrições (limites) aos
direitos fundamentais criados pelo legislador. Por isso, a teoria dos “limites dos
limites” tem dado amparo ao controle de constitucionalidade de leis, pela
aplicação do princípio da proporcionalidade.

O Prof. Gilmar Mendes, ao tratar da teoria dos “limites dos limites”, afirma
o seguinte:

“da análise dos direitos individuais pode-se extrair a conclusão errônea


de que direitos, liberdades, poderes e garantias são passíveis de
ilimitada limitação ou restrição. É preciso não perder de vista, porém,
que tais restrições são limitadas. Cogita-se aqui dos chamados limites
imanentes ou ‘limites dos limites’ (Schranken-Schranken), que balizam
a ação do legislador quando restringe direitos individuais. Esses limites,
que decorrem da própria Constituição, referem-se tanto à necessidade
de proteção de um núcleo essencial do direito fundamental, quanto à
clareza, determinação, generalidade e proporcionalidade das restrições
impostas.”5

No Brasil, a CF/88 não previu expressamente a teoria dos limites aos


limites. Entretanto, o dever de proteção ao núcleo essencial está
implícito na Carta Magna, de acordo com vários julgados do STF e com a
doutrina, por decorrência do modelo garantístico utilizado pelo constituinte.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
5
MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade:
Estudos de Direito Constitucional. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. P. 41!
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Isso porque a não-admissão de um limite à atuação legislativa tornaria inócua
qualquer proteção fundamental6.

Por fim, vale ressaltar que os direitos fundamentais também podem ser
restringidos em situações de crises constitucionais, como na vigência do
estado de sítio e estado de defesa.7

(FUB – 2015) Os direitos fundamentais, considerados como


cláusula pétrea das constituições, podem sofrer limitações
por ponderação judicial caso estejam em confronto com
outros direitos fundamentais, por alteração legislativa, via
emenda constitucional, desde que, nesse último caso, seja
respeitado o núcleo essencial que os caracteriza.

Comentários:

É possível, sim, que sejam impostas limitações aos direitos


fundamentais, mas desde que seja respeitado o núcleo
essencial que os caracteriza. Em um caso concreto no qual
haja o conflito entre direitos fundamentais, o juiz irá aplicar a
técnica da ponderação (harmonização). Questão correta.

5. Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais:

Até o século XX, acreditava-se que os direitos fundamentais se aplicavam


apenas às relações entre o indivíduo e o Estado. Como essa relação é de um
ente superior (Estado) com um inferior (indivíduo), dizia-se que os direitos
fundamentais possuíam “eficácia vertical”.

A partir do século XX, entretanto, surgiu a teoria da eficácia horizontal dos


direitos fundamentais, que estendeu sua aplicação também às relações
entre particulares. Tem-se a chamada “eficácia horizontal” ou “efeito
externo” dos direitos fundamentais. A aplicação de direitos fundamentais nas
relações entre particulares tem diferente aceitação pelo mundo. Nos Estados
Unidos, por exemplo, só se aceita a eficácia vertical dos direitos fundamentais.

Existem duas teorias sobre a aplicação dos direitos fundamentais: i) a da


eficácia indireta e mediata e; ii) a da eficácia direta e imediata.

Para a teoria da eficácia indireta e mediata, os direitos fundamentais só se


aplicam nas relações jurídicas entre particulares de forma indireta,
excepcionalmente, por meio das cláusulas gerais de direito privado (ordem
pública, liberdade contratual, e outras). Essa teoria é incompatível com a

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet.
Curso de Direito Constitucional. P. 319.!
7
O estado de defesa e estado de sítio estão previstos nos art. 136 e art. 137, da CF/88.
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Constituição Federal, que, em seu art. 5º, § 1º, prevê que as normas
definidoras de direitos fundamentais possuem aplicabilidade imediata.

Já para a teoria da eficácia direta e imediata, os direitos fundamentais


incidem diretamente nas relações entre particulares. Estes estariam tão
obrigados a cumpri-los quanto o Poder Público. Esta é a tese que prevalece
no Brasil, tendo sido adotada pelo Supremo Tribunal Federal.

Suponha, por exemplo, que, em uma determinada sociedade empresária, um


dos sócios não esteja cumprindo suas atribuições e, em razão disso, os outros
sócios queiram retirá-lo da sociedade. Eles não poderão fazê-lo sem que lhe
seja concedido o direito à ampla defesa e ao contraditório. Isso porque os
direitos fundamentais também se aplicam às relações entre particulares. É a
eficácia horizontal dos direitos fundamentais.

(PGE / PR – 2015) Os direitos fundamentais assegurados


pela Constituição vinculam diretamente só os poderes públicos,
estando direcionados mediatamente à proteção dos
particulares e apenas em face dos chamados poderes privados.

Comentários:

Os direitos fundamentais têm eficácia horizontal, aplicando-


se, também, às relações entre particulares. Destaque-se que,
no Brasil, prevalece a tese da eficácia direta e imediata dos
direitos fundamentais. Questão errada.

6. Os Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988:

Os direitos fundamentais estão previstos no Título II, da Constituição Federal


de 1988. O Título II, conhecido como “catálogo dos direitos
fundamentais”, vai do art. 5º até o art. 17 e divide os direitos fundamentais
em 5 (cinco) diferentes categorias:

a) Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º)

b) Direitos Sociais (art. 6º - art. 11)

c) Direitos de Nacionalidade (art. 12 – art. 13)

d) Direitos Políticos (art. 14 – art. 16)

e) Direitos relacionados à existência, organização e participação em


partidos políticos.

É importante ter atenção para não cair em uma “pegadinha” na hora da prova.
Os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais, os direitos de

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nacionalidade, os direitos políticos e os direitos relacionados à existência,
organização e participação em partidos políticos são espécies do gênero
“direitos fundamentais”.

O rol de direitos fundamentais previsto no Título II não é exaustivo. Há


outros direitos, espalhados pelo texto constitucional, como o direito ao meio
ambiente (art. 225) e o princípio da anterioridade tributária (art.150, III, “b”).
Nesse ponto, vale ressaltar que os direitos fundamentais relacionados no Título
II são conhecidos pela doutrina como “direitos catalogados”; por sua vez, os
direitos fundamentais previstos na CF/88, mas fora do Título II, são conhecidos
como “direitos não-catalogados”.

(MPU – 2015) Na CF, a classificação dos direitos e garantias


fundamentais restringe-se a três categorias: os direitos
individuais e coletivos, os direitos de nacionalidade e os
direitos políticos.

Comentários:

Pode-se falar, ainda, na existência de outros dois grupos de


direitos: os direitos sociais e os direitos relacionados à
existência, organização e participação em partidos políticos.
Questão errada.

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: Parte I

Iniciaremos o estudo do artigo da Constituição mais cobrado em provas de


concursos: o art. 5º. Vamos lá?

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...)

O dispositivo constitucional enumera cinco direitos fundamentais – os direitos à


vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Desses direitos é
que derivam todos os outros, relacionados nos diversos incisos do art. 5º. A
doutrina considera, inclusive, que os diversos incisos do art. 5º são
desdobramentos dos direitos previstos no caput desse artigo.

Apesar de o art. 5º, caput, referir-se apenas a “brasileiros e estrangeiros


residentes no país”, há consenso na doutrina de que os direitos fundamentais
abrangem qualquer pessoa que se encontre em território nacional,
mesmo que seja um estrangeiro residente no exterior. Um estrangeiro que
estiver passando férias no Brasil será, portanto, titular de direitos
fundamentais.

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Nesse sentido, entende o STF que o súdito estrangeiro, mesmo aquele
sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas básicas que lhe
assegurem a preservação do status libertatis e a observância, pelo Poder
Público, da cláusula constitucional do due process8. Ainda sobre o tema,
chamamos sua atenção para decisão do STF segundo a qual “o direito de
propriedade é garantido ao estrangeiro não residente”.9

Cabe destacar, ainda, que os direitos fundamentais não têm como titular
apenas as pessoas físicas; as pessoas jurídicas e até mesmo o próprio
Estado são titulares de direitos fundamentais.

No que se refere ao direito à vida, a doutrina considera que é dever do


Estado assegurá-lo em sua dupla acepção: a primeira, enquanto direito de
continuar vivo; a segunda, enquanto direito de ter uma vida digna, uma vida
boa.10 Seguindo essa linha, o STF já decidiu que assiste aos indivíduos o
direito à busca pela felicidade, como forma de realização do princípio da
dignidade da pessoa humana.11

O direito à vida não abrange apenas a vida extrauterina, mas também a


vida intrauterina. Sem essa proteção, estaríamos autorizando a prática do
aborto, que somente é admitida no Brasil quando há grave ameaça à vida da
gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro.

Relacionado a esse tema, há um importante julgado do STF sobre a


possibilidade de interrupção de gravidez de feto anencéfalo. O feto
anencéfalo é aquele que tem uma má-formação do tubo neural (ausência
parcial do encéfalo e da calota craniana). Trata-se de uma patologia letal: os
fetos por ela afetados morrem, em geral, poucas horas depois de terem
nascido.

A Corte garantiu o direito à gestante de “submeter-se a antecipação


terapêutica de parto na hipótese de gravidez de feto anencéfalo, previamente
diagnosticada por profissional habilitado, sem estar compelida a apresentar
autorização judicial ou qualquer outra forma de permissão do Estado”. O STF
entendeu que, nesse caso, não haveria colisão real entre direitos
fundamentais, apenas conflito aparente, uma vez que o anencéfalo, por ser
inviável, não seria titular do direito à vida. O feto anencéfalo, mesmo que
biologicamente vivo, porque feito de células e tecidos vivos, seria
juridicamente morto, de maneira que não deteria proteção jurídica.12 Assim, a
interrupção da gravidez de feto anencéfalo não é tipificada como crime de
aborto.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
%
HC 94.016, Rel. Min. Celso de Mello, j. 16-9-2008, Segunda Turma, DJE de 27-2-2009.
9
RE 33.319/DF, Rel. Min. Cândido Motta, DJ> 07.01.1957.
10
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 106.
11
Pleno STF AgR 223. Rel. Min. Celso de Mello. Decisão em 14.04.2008.
∀∋
!STF, Pleno, ADPF 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, decisão 11 e 12.04.2012, Informativo STF
no 661.!
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Outra controvérsia levada à apreciação do STF envolvia a pesquisa com
células-tronco embrionárias. Segundo a Corte, é legítima e não ofende o
direito à vida nem, tampouco, a dignidade da pessoa humana, a realização
de pesquisas com células-tronco embrionárias, obtidas de embriões
humanos produzidos por fertilização “in vitro” e não utilizados neste
procedimento.13

Por fim, cabe destacar que nem mesmo o direito à vida é absoluto. A
Constituição Federal de 1988 admite a pena de morte em caso de guerra
declarada.

(MPE /RS – 2014) Ainda que o sistema jurídico-


constitucional pátrio consagre o direito à vida como direito
fundamental, ele admite excepcionalmente a pena de morte.

Comentários:

Nenhum direito fundamental é absoluto, inclusive o direito à


vida. Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de
morte. Questão correta.

Uma vez decifrado o “caput” do artigo 5º da Carta Magna, passaremos à


análise dos seus incisos:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;

Esse inciso traduz o princípio da igualdade, que determina que se dê


tratamento igual aos que estão em condições equivalentes e desigual aos que
estão em condições diversas, dentro de suas desigualdades. Obriga tanto o
legislador quanto o aplicador da lei.

O legislador fica, portanto, obrigado a obedecer à “igualdade na lei”, não


podendo criar leis que discriminem pessoas que se encontram em situação
equivalente, exceto quando houver razoabilidade para tal. Os intérpretes e
aplicadores da lei, por sua vez, ficam limitados pela “igualdade perante a
lei”, não podendo diferenciar, quando da aplicação do Direito, aqueles a quem
a lei concedeu tratamento igual. Com isso, resguarda-se a igualdade na lei: de
nada adiantaria ao legislador estabelecer um direito a todos se fosse permitido
que os juízes e demais autoridades tratassem as pessoas desigualmente,
reconhecendo aquele direito a alguns e negando-os a outros.

Vejamos, abaixo, interessante trecho de julgado do STF a respeito do assunto:


14

O princípio da isonomia, que se reveste de auto-aplicabilidade, não é –


enquanto postulado fundamental de nossa ordem político-jurídica –
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
13
ADI 3510/DF, Rel. Min. Ayres Britto, DJe: 27.05.2010
14
MI 58, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, j.14-12-1990, DJ de 19-4-1991.
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suscetível de regulamentação ou de complementação normativa.
Esse princípio – cuja observância vincula, incondicionalmente, todas
as manifestações do Poder Público – deve ser considerado, em sua
precípua função de obstar discriminações e de extinguir privilégios (RDA
55/114), sob duplo aspecto: (a) o da igualdade na lei; e (b) o da
igualdade perante a lei. A igualdade na lei – que opera numa fase de
generalidade puramente abstrata – constitui exigência destinada ao
legislador que, no processo de sua formação, nela não poderá incluir
fatores de discriminação, responsáveis pela ruptura da ordem
isonômica. A igualdade perante a lei, contudo, pressupondo lei já
elaborada, traduz imposição destinada aos demais poderes estatais,
que, na aplicação da norma legal, não poderão subordiná-la a critérios
que ensejem tratamento seletivo ou discriminatório.

O princípio da igualdade, conforme já comentamos, impede que pessoas que


estejam na mesma situação sejam tratadas desigualmente; em outras
palavras, poderá haver tratamento desigual (discriminatório) entre
pessoas que estão em situações diferentes. Nesse sentido, as ações
afirmativas, como a reserva de vagas em universidades públicas para
negros e índios, são consideradas constitucionais pelo STF.15 Da mesma
forma, é compatível com o princípio da igualdade programa concessivo de
bolsa de estudos em universidades privadas para alunos de renda familiar
de pequena monta, com quotas para negros, pardos, indígenas e portadores
de necessidades especiais. 16

Segundo o STF:

“o legislador constituinte não se restringira apenas a proclamar


solenemente a igualdade de todos diante da lei. Ele teria buscado
emprestar a máxima concreção a esse importante postulado, para
assegurar a igualdade material a todos os brasileiros e estrangeiros que
viveriam no país, consideradas as diferenças existentes por motivos
naturais, culturais, econômicos, sociais ou até mesmo acidentais. Além
disso, atentaria especialmente para a desequiparação entre os distintos
grupos sociais. Asseverou-se que, para efetivar a igualdade material, o
Estado poderia lançar mão de políticas de cunho universalista – a
abranger número indeterminado de indivíduos – mediante ações de
natureza estrutural; ou de ações afirmativas – a atingir grupos sociais
determinados – por meio da atribuição de certas vantagens, por tempo
limitado, para permitir a suplantação de desigualdades ocasionadas por
situações históricas particulares.“17

A realização da igualdade material não proíbe que a lei crie discriminações,


desde que estas obedeçam ao princípio da razoabilidade. Seria o caso, por
exemplo, de um concurso para agente penitenciário de prisão feminina restrito
a mulheres. Ora, fica claro nessa situação que há razoabilidade: em uma
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
15
RE 597285/RS. Min. Ricardo Lewandowski. Decisão: 09.05.2012
16
STF, Pleno, ADI 3330/DF, Rel. Min. Ayres Britto, j. 03.05.2012.
∀,
!RE 597285/RS. Min. Ricardo Lewandowski. Decisão: 09.05.2012
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prisão feminina, é de todo desejável que os agentes penitenciários não sejam
homens.

O mesmo vale para limites de idade em concursos públicos. Segundo o STF, é


legítima a previsão de limites de idade em concursos públicos, quando
justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido (Súmula
683). Cabe enfatizar, todavia, que a restrição da admissão a cargos públicos a
partir de idade somente se justifica se previsto em lei e quando situações
concretas exigem um limite razoável, tendo em conta o grau de esforço a ser
desenvolvido pelo ocupante do cargo. 18

A isonomia entre homens e mulheres também é objeto da jurisprudência do


STF. Segundo a Corte, não afronta o princípio da isonomia a adoção de
critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e
masculino da Aeronáutica19. Trata-se de uma hipótese em que a distinção
entre homens e mulheres visa atingir a igualdade material, sendo, portanto,
razoável.

Note, todavia, que, em todos os casos acima, só a lei ou a própria Constituição


podem determinar discriminações entre as pessoas. Os atos infralegais (como
edital de concurso, por exemplo) não podem determinar tais limitações sem
que haja previsão legal.

Do princípio da igualdade se originam vários outros princípios da Constituição,


como, por exemplo, a vedação ao racismo (art. 5º, XLII, CF), o princípio da
isonomia tributária (art. 150, II, CF), dentre outros.

Finalizando o estudo desse inciso, guarde outra jurisprudência cobrada em


concursos. O STF entende que o princípio da isonomia não autoriza ao
Poder Judiciário estender a alguns grupos vantagens estabelecidas por
lei a outros. Isso porque se assim fosse possível, o Judiciário estaria
“legislando”, não é mesmo? O STF considera que, em tal situação, haveria
ofensa ao princípio da separação dos Poderes.

Sobre esse tema, destacamos, inclusive, a Súmula Vinculante nº 37: “Não


cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.”

(PGE / RS – 2015) Ao julgar a ação direta de


inconstitucionalidade em que se questionava a
(in)constitucionalidade de lei determinando a fixação de cotas
raciais em Universidades e ao julgar a ação declaratória de
constitucionalidade em que se questionava a
(in)constitucionalidade da Lei Maria da Penha, o STF acolheu
uma concepção formal de igualdade, com o reconhecimento
da vedação a toda e qualquer forma de discriminação, salvo a

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
18
RE 523737/MT – Rel. Min. Ellen Gracie, DJe: 05.08.2010
19
RE 498.900-AgR, Rel. Min. Carmen Lúcia, j. 23-10-2007, Primeira Turma, DJ de 7-12-2007.
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!
hipótese de discriminação indireta.

Comentários:

Nas duas situações, o STF acolheu uma concepção material


de igualdade. No primeiro caso (cotas raciais), considerou-se
legítimo o uso de ações afirmativas pelo Estado; no segundo,
o STF considerou legítimas medidas especiais para coibir a
violência doméstica contra as mulheres. Em ambos os casos,
aplicou-se um tratamento desigual, mas para pessoas
que estão em situações diferentes, o que está em
conformidade com a ideia de igualdade material. Questão
errada.

(PGM – Niterói – 2014) O direito fundamental à igualdade é


compatível com a existência de limite de idade para a
inscrição em concurso público, sempre que justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

Comentários:

O STF considera legítima a previsão de limites de idade em


concursos públicos, quando justificada pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido. Questão correta.

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


virtude de lei;

Esse inciso trata do princípio da legalidade, que se aplica de maneira


diferenciada aos particulares e ao Poder Público. Para os particulares, traz a
garantia de que só podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por lei.
Tudo é permitido a eles, portanto, na falta de norma legal proibitiva. Já para o
Poder Público, o princípio da legalidade consagra a ideia de que este só pode
fazer o que é permitido pela lei.

É importante compreendermos a diferença entre o princípio da legalidade e o


princípio da reserva legal.

O princípio da legalidade se apresenta quando a Carta Magna utiliza a


palavra “lei” em um sentido mais amplo, abrangendo não somente a lei em
sentido estrito, mas todo e qualquer ato normativo estatal (incluindo atos
infralegais) que obedeça às formalidades que lhe são próprias e contenha uma
regra jurídica. Por meio do princípio da legalidade, a Carta Magna determina a
submissão e o respeito à “lei”, ou a atuação dentro dos limites legais; no
entanto, a referência que se faz é à lei em sentido material.

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!
Já o princípio da reserva legal é evidenciado quando a Constituição exige
expressamente que determinada matéria seja regulada por lei formal ou atos
com força de lei (como decretos autônomos, por exemplo). O vocábulo “lei”
é, aqui, usado em um sentido mais restrito.

José Afonso da Silva classifica a reserva legal do ponto de vista do vínculo


imposto ao legislador como absoluta ou relativa.

Na reserva legal absoluta, a norma constitucional exige, para sua integral


regulamentação, a edição de lei formal, entendida como ato normativo
emanado do Congresso Nacional e elaborado de acordo com o processo
legislativo previsto pela Constituição.

Como exemplo de reserva legal absoluta, citamos o art. 37, inciso X, da CF/88,
que dispõe que a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser
fixada ou alterada por lei específica. Não há, nesse caso, qualquer espaço para
regulamentação por ato infralegal; somente a lei pode determinar a disciplina
jurídica da remuneração dos servidores públicos.

Na reserva legal relativa, por sua vez, apesar de a Constituição exigir lei
formal, esta permite que a lei fixe apenas parâmetros de atuação para o
órgão administrativo, que poderá complementá-la por ato infralegal,
respeitados os limites estabelecidos pela legislação.

A doutrina também afirma que a reserva legal pode ser classificada como
simples ou qualificada.

A reserva legal simples é aquela que exige lei formal para dispor sobre
determinada matéria, mas não especifica qual o conteúdo ou a finalidade
do ato. Haverá, portanto, maior liberdade para o legislador. Como exemplo,
citamos o art.5º, inciso VII, da CF/88, segundo o qual “é assegurada, nos
termos da lei, a assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva”. Fica bem claro, ao lermos esse dispositivo, que a lei terá
ampla liberdade para definir como será implementada a prestação de
assistência religiosa nas entidades de internação coletiva.

A reserva legal qualificada, por sua vez, além de exigir lei formal para
dispor sobre determinada matéria, já define, previamente, o conteúdo da
lei e a finalidade do ato. O melhor exemplo de reserva legal qualificada,
apontado pela doutrina, é o art. 5º, inciso XII, da CF/88, que dispõe que “é
inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal”.

Ao ler esse dispositivo, percebe-se que o legislador não terá grande liberdade
de atuação: a Constituição já prevê que a interceptação telefônica somente
será possível mediante ordem judicial e para a finalidade de realizar
investigação criminal ou instrução processual penal.

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!
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;

Esse inciso costuma ser cobrado em sua literalidade. Memorize-o!

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Trata-se da liberdade de expressão, que é verdadeiro fundamento do Estado


democrático de direito. Todos podem manifestar, oralmente ou por escrito, o
que pensam, desde que isso não seja feito anonimamente. A vedação ao
anonimato visa garantir a responsabilização de quem utilizar tal liberdade para
causar danos a terceiros.

Com base na vedação ao anonimato, o STF veda o acolhimento a


denúncias anônimas. Entretanto, essas delações anônimas poderão servir de
base para que o Poder Público adote medidas destinadas a esclarecer, em
sumária e prévia apuração, a verossimilhança das alegações que lhe foram
transmitidas.20 Em caso positivo, poderá, então, ser promovida a formal
instauração da "persecutio criminis", mantendo-se completa desvinculação
desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas.

Perceba que as denúncias anônimas jamais poderão ser a causa única de


exercício de atividade punitiva pelo Estado. Em outras palavras, não pode ser
instaurado um procedimento formal de investigação com base, unicamente,
em uma denúncia anônima.

Segundo o STF, as autoridades públicas não podem iniciar qualquer


medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em
peças apócrifas ou em escritos anônimos. As peças apócrifas não podem
ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quando tais documentos
forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios,
o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extorsão
mediante sequestro, por exemplo). É por isso que o escrito anônimo não
autoriza, isoladamente considerado, a imediata instauração de "persecutio
criminis".

Também com base no direito à manifestação do pensamento e no direito de


reunião, o STF considerou inconstitucional qualquer interpretação do Código
Penal que possa ensejar a criminalização da defesa da legalização das
drogas, ou de qualquer substância entorpecente específica, inclusive
através de manifestações e eventos públicos21. Esse foi um entendimento
polêmico, que descriminalizou a chamada “marcha da maconha”.

Por analogia, é possível entender que isso também se aplica àqueles que
defendam publicamente a legalização do aborto. Assim, a defesa da
legalização do aborto não deve ser considerada incitação à prática
criminosa.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∋&
!STF, Inq 1957/ PR, Rel. Min. Carlos Velloso, Informativo STF nº 393.
21
ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15-6-2011, Plenário.
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Sabe-se, todavia, que nenhum direito fundamental é absoluto. Também não o
é a liberdade de expressão, que, segundo o STF, “não pode abrigar, em sua
abrangência, manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal. O
preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o direito à
incitação ao racismo’, dado que um direito individual não pode constituir-se
em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a
honra.” 22

Por fim, concluindo a análise do inciso IV, é importante saber que, que tendo
como fundamento a liberdade de expressão, o STF considerou que a exigência
de diploma de jornalismo e de registro profissional no Ministério do
Trabalho não são condições para o exercício da profissão de jornalista.
Nas palavras de Gilmar Mendes, relator do processo, “o jornalismo e a
liberdade de expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria
natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada”.

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem;

Essa norma traduz o direito de resposta à manifestação do pensamento de


outrem, que é aplicável em relação a todas as ofensas,
independentemente de elas configurarem ou não infrações penais. Essa
resposta deverá ser sempre proporcional, ou seja, veiculada no mesmo
meio de comunicação utilizado pelo agravo, com mesmo destaque, tamanho e
duração. Salienta-se, ainda, que o direito de resposta se aplica tanto a
pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas ofendidas pela expressão
indevida de opiniões.

Outro aspecto importante a se considerar sobre o inciso acima é que as


indenizações material, moral e à imagem são cumuláveis23 (podem ser
aplicadas conjuntamente), e, da mesma forma que o direito à resposta,
aplicam-se tanto a pessoas físicas (indivíduos) quanto a pessoas jurídicas
(“empresas”) e são proporcionais (quanto maior o dano, maior a indenização).
O direito à indenização independe de o direito à resposta ter sido, ou
não, exercido, bem como de o dano caracterizar, ou não, infração penal.

Relacionada a esse inciso, há jurisprudência que pode ser cobrada em seu


concurso. O STF entende que o Tribunal de Contas da União (TCU)24 não pode
manter em sigilo a autoria de denúncia contra administrador público a
ele apresentada. Isso porque tal sigilo impediria que o denunciado se
defendesse perante aquele Tribunal.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
22
HC 82.424. Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19.03.2004.
∋(
! Súmula STJ nº 37: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral
oriundos do mesmo fato.
24
O TCU é um órgão auxiliar do Poder Legislativo (do Congresso Nacional), cujas principais
funções são acompanhar a execução do orçamento (dos gastos públicos) e julgar as contas
dos responsáveis por dinheiro ou bens públicos. Suas atribuições estão discriminadas no art.
71 da CF/88, que você pode ler, para sanar sua curiosidade. Entretanto, não se preocupe em
aprendê-las agora.
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VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva;

Consagra-se, nesses incisos, a liberdade religiosa.

No que se refere ao inciso VII, observe que não é o Poder Público o


responsável pela prestação religiosa, pois o Brasil é um Estado laico,
portanto a administração pública está impedida de exercer tal função. Essa
assistência tem caráter privado e incumbe aos representantes habilitados de
cada religião.

A proteção aos locais de culto é princípio do qual deriva a imunidade tributária


prevista no art. 150, inciso VI, “b”, que veda aos entes federativos instituir
impostos sobre templos de qualquer culto. Segundo o STF, essa
imunidade alcança os cemitérios que consubstanciam extensões de
entidade de cunho religioso abrangidas pela garantia desse dispositivo
constitucional, sendo vedada, portanto, a incidência do IPTU sobre eles.25

(TJ / BA– 2015) É assegurada, nos termos da lei, a


prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva.

Comentários:

Essa questão traz a literalidade do art. 5º, VII, CF/88. Questão


correta.

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;

O art. 5º, inciso VIII, consagra a denominada “escusa de consciência”. Essa


é uma garantia que estabelece que, em regra, ninguém será privado de
direitos por não cumprir obrigação legal a todos imposta devido a suas crenças
religiosas ou convicções filosóficas ou políticas. Entretanto, havendo o
descumprimento de obrigação legal, o Estado poderá impor, à pessoa que
recorrer a esse direito, prestação alternativa fixada em lei.

E o que acontecerá se essa pessoa recusar-se, também, a cumprir a prestação


alternativa? Nesse caso, poderá excepcionalmente sofrer restrição de
direitos. Veja que, para isso, são necessárias, cumulativamente, duas
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∋∗
!RE 578.562. Rel. Min. Eros Grau. DJe 12.09.2008
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!
condições: recusar-se a cumprir obrigação legal alegando escusa de
consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. Nesse
caso, poderá haver a perda de direitos políticos, na forma do art. 15, IV, da
Constituição.

Um exemplo de obrigação legal a todos imposta é o serviço militar obrigatório.


Suponha que um indivíduo, por convicções filosóficas, se recuse a ingressar
nas Forças Armadas. Se o fizer, ele não será privado de seus direitos: a lei irá
fixar-lhe prestação alternativa. Caso, além de se recusar a ingressar no serviço
militar, ele, adicionalmente, se recuse a cumprir prestação alternativa, aí sim
ele poderá ser privado de seus direitos.

O art. 5º, inciso VIII, é uma norma constitucional de eficácia contida. Todos
têm o direito, afinal, de manifestar livremente sua crença religiosa e
convicções filosófica e política. Essa é uma garantia plenamente exercitável,
mas que poderá ser restringida pelo legislador.

Explico. Havendo uma obrigação legal a todos imposta, a regra é que ela
deverá ser cumprida. Entretanto, em razão de imperativos da consciência, é
possível que alguém deixe de obedecê-la. Nesse caso, há que se perguntar:
existe prestação alternativa fixada em lei?

Não existindo lei que estabeleça prestação alternativa, aquele que


deixou de cumprir a obrigação legal a todos imposta não poderá ser privado de
seus direitos. Fica claro que o direito à escusa de consciência será garantido
em sua plenitude.

A partir do momento em que o legislador edita norma fixando prestação


alternativa, ele está restringindo o direito à escusa de consciência. Aquele
que, além de descumprir a obrigação legal a todos imposta, se recusar a
cumprir a prestação alternativa, será privado de seus direitos.

(TRE/GO – 2015) Ninguém será privado de direitos por


motivo de convicção política, salvo se as invocar para eximir-
se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei. Essa norma
constitucional, que trata da escusa de consciência, tem
eficácia contida, podendo o legislador ordinário restringir tal
garantia.

Comentários:

Conforme explicamos acima, a norma constitucional que trata


da escusa de consciência é de eficácia contida. A lei poderá
restringir esse direito. Questão correta.

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de

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comunicação, independentemente de censura ou licença;

O que você não pode esquecer sobre esse inciso? É vedada a censura.
Entretanto, a liberdade de expressão, como qualquer direito fundamental, é
relativa. Isso porque é limitada por outros direitos protegidos pela Carta
Magna, como a inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo, por
exemplo.

Nesse sentido, entende o STF que o direito à liberdade de imprensa assegura


ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que
em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente
contra as autoridades e aparelhos de Estado. Entretanto, esse profissional
responderá, penal e civilmente, pelos abusos que cometer, sujeitando-
se ao direito de resposta a que se refere a Constituição em seu art. 5º, inciso
V. A liberdade de imprensa é plena em todo o tempo, lugar e circunstâncias,
tanto em período não-eleitoral, quanto em período de eleições gerais26.

Nesse mesmo sentido, considera o STF que a liberdade de manifestação do


pensamento, que representa um dos fundamentos em que se apoia a própria
noção de Estado democrático de direito, não pode ser restringida pelo
exercício ilegítimo da censura estatal, ainda que praticada em sede
jurisdicional.27

(DPU – 2015) O direito à liberdade de expressão


representa um dos fundamentos do Estado democrático de
direito e não pode ser restringido por meio de censura
estatal, salvo a praticada em sede jurisdicional.

Comentários:

A liberdade de expressão não pode ser restringido por meio


de censura estatal, inclusive a que for praticada em sede
jurisdicional. Questão errada.

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;

“Dissecando-se” esse inciso, percebe-se que ele protege:

a) O direito à intimidade e à vida privada. Resguarda, portanto, a


esfera mais secreta da vida de uma pessoa, tudo que diz respeito a seu
modo de pensar e de agir.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
26
ADI 4.451-MC-REF, Rel. Min. Ayres Britto, Plenário, DJE de 24-8-2012.
∋,
!Rcl 18.566 – MC/SP. Rel. Min. Celso de Mello. Julg: 12.09.2014. DJE 17.09.2014.
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!
b) O direito à honra. Blinda, desse modo, o sentimento de dignidade e
a reputação dos indivíduos, o “bom nome” que os diferencia na
sociedade.

c) O direito à imagem. Defende a representação que as pessoas


possuem perante si mesmas e os outros.

A intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis:


elas consistem em espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas
externas.28 A violação a esses bens jurídicos ensejará indenização, cujo
montante deverá observar o grau de reprovabilidade da conduta.29
Destaque-se que as indenizações por dano material e por dano moral
são cumuláveis, ou seja, diante de um mesmo fato, é possível que se
reconheça o direito a ambas indenizações.

As pessoas jurídicas também poderão ser indenizadas por dano moral30,


uma vez que são titulares dos direitos à honra e à imagem. Segundo o STJ, a
honra objetiva da pessoa jurídica pode ser ofendida pelo protesto indevido de
título cambial, cabendo indenização pelo dano extrapatrimonial daí
decorrente.31

É importante que você saiba que o STF considera que para que haja
condenação por dano moral, não é necessário ofensa à reputação do
indivíduo. Assim, a dor e o sofrimento de se perder um membro da família,
por exemplo, pode ensejar indenização por danos morais.

Além disso, com base nesse inciso, o STF entende que não se pode coagir
suposto pai a realizar exame de DNA. Essa medida feriria, também, outros
direitos humanos, como, por exemplo, a dignidade da pessoa humana e a
intangibilidade do corpo humano. Nesse caso, a paternidade só poderá ser
comprovada mediante outros elementos constantes do processo.

Sobre esse tema, é importante, ainda, destacar que o Supremo Tribunal


Federal (STF) entende que é válida decisão judicial proibindo a
publicação de fatos relativos a um indivíduo por empresa jornalística.
O fundamento da decisão é a inviolabilidade constitucional dos direitos da
personalidade, notadamente o da privacidade.

Outra importante decisão do STF diz respeito à privacidade dos agentes


políticos. Segundo a Corte, esta é relativa, uma vez que estes devem à
sociedade as contas da atuação desenvolvida32. Mas isso não significa que
quem se dedica à vida pública não tem direito à privacidade. O direito se

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
28
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 159.
∋−
!AO 1.390, Rel. Min. Dias Toffoli. DJe 30.08.2011
30
Súmula 227 STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
(∀
!STJ, REsp nº 60.033/MG – Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ 27.11.1995
32
Inq 2589 MS, Min. Marco Aurélio, j. 02.11.2009, p. 20.11.2009. !
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mantém no que diz respeito a fatos íntimos e da vida familiar, embora nunca
naquilo que se refira à sua atividade pública33.

No que diz respeito a servidor público que, no exercício de suas funções, é


injustamente ofendido em sua honra e imagem, o STF entende que a
indenização está sujeita a uma cláusula de modicidade. Isso porque todo
agente público está sob permanente vigília da cidadania. E quando o agente
estatal não prima por todas as aparências de legalidade e legitimidade no seu
atuar oficial, atrai contra si mais fortes suspeitas de um comportamento
antijurídico francamente sindicável pelos cidadãos34. Assim, no caso de eu,
Auditora-Fiscal, sofrer um dano à minha honra por uma reportagem na TV, a
indenização a mim devida será menor do que aquela que seria paga a um
cidadão comum.

O STF considera que, para que haja condenação por


dano moral, não é necessário ofensa à reputação do
indivíduo. Assim, a dor de se perder um membro da
família, por exemplo, pode ensejar indenização por
danos morais.

O direito à privacidade também foi objeto de análise do STF na ADI 4815,


na qual se avaliou a necessidade de autorização prévia para a publicação
de biografias. Em exame, estava um conflito entre direitos fundamentais: de
um lado, a liberdade de expressão e de manifestação do pensamento; do
outro, o direito à intimidade e à vida privada.

Ao efetuar um juízo de ponderação, o STF concluiu pela prevalência, nessa


situação, do direito à liberdade de expressão e de manifestação do
pensamento. Decidiu a Corte que é “inexigível o consentimento de pessoa
biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo
por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes
(ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas)”.

Com essa decisão, o STF passou a admitir as biografias não-autorizadas.


Entretanto, cabe ressaltar que a inexigibilidade do consentimento não exclui a
possibilidade de indenização em virtude de dano material ou moral decorrente
da violação da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas.

Segundo Alexandre de Moraes, a inviolabilidade do sigilo de dados (art.5º,


XII) complementa a previsão do direito à intimidade e vida privada (art.
5º, X), sendo ambas as previsões uma defesa da privacidade e regidas pelo
princípio da exclusividade.

Também relacionado aos direitos à intimidade e à vida privada está o sigilo


bancário, que é verdadeira garantia de privacidade dos dados bancários.
Assim como todos os direitos fundamentais, o sigilo bancário não é absoluto.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
33
RE 577785 RJ, Min. Ricardo Lewandowski, j. 20.05.2008, p. 30.05.2008.!
34
ADPF 130, DJE de 6-11-2009.
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Nesse sentido, tem-se o entendimento do STJ de que “havendo satisfatória
fundamentação judicial a ensejar a quebra do sigilo, não há violação a
nenhuma cláusula pétrea constitucional.” (STJ, DJ de 23.05.2005).

A pergunta que se faz agora é a seguinte: quais autoridades podem


determinar a quebra do sigilo bancário?

A resposta a essa pergunta é complexa e envolve conhecimento acerca da


jurisprudência do STF e do STJ.

a) O Poder Judiciário pode determinar a quebra do sigilo bancário e do


sigilo fiscal.

b) As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI`s) federais e


estaduais podem determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal. Isso se
justifica pela previsão constitucional de que as CPI`s têm poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais. As CPI`s municipais
não podem determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal. Os
Municípios são entes federativos que não possuem Poder Judiciário e,
como tal, os poderes das CPI`s municipais são mais limitados.

c) A LC nº 105/2001 permite que as autoridades fiscais procedam à


requisição de informações a instituições financeiras. Em 2016, o STF
reconheceu a constitucionalidade dessa lei complementar, deixando
consignado que as autoridades fiscais poderão requisitar informações às
instituições financeiras, desde que:

- haja processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal


em curso e;

- as informações sejam consideradas indispensáveis pela


autoridade administrativa competente

Em sua decisão, o STF deixou claro que os dados fornecidos pelas


instituições financeiras às autoridades fiscais continuarão sob cláusula
de sigilo. Os dados, antes protegidos pelo sigilo bancário, passarão a
estar protegidos por sigilo fiscal. Assim, não seria tecnicamente
adequado falar-se em “quebra de sigilo bancário” pelas autoridades
fiscais.

d) O Ministério Público pode determinar a quebra do sigilo bancário de


conta da titularidade de ente público. Segundo o STJ, as contas
correntes de entes públicos (contas públicas) não gozam de proteção à
intimidade e privacidade. Prevalecem, assim, os princípios da publicidade
e moralidade, que impõem à Administração Pública o dever de
transparência.

No caso concreto, analisado pelo STJ, um Prefeito Municipal havia sido


denunciado pelo Ministério Público em razão da prática de crimes. Em

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razão disso, foi impetrado habeas corpus alegando-se que as provas que
motivaram a ação penal seriam ilegais. Segundo os argumentos do
impetrante, as provas seriam ilegais por terem sido colhidas mediante
quebra de sigilo bancário determinado pelo Ministério Público, sem
qualquer ordem judicial.

Ao examinar o caso, o STJ decidiu que são lícitas “as provas obtidas
por meio de requisição do Ministério Público de informações
bancárias de titularidade de prefeitura municipal para fins de
apurar supostos crimes praticados por agentes públicos contra a
Administração Pública”. 35

e) Na jurisprudência do STF, também se reconhece, em caráter


excepcionalíssimo, a possibilidade de quebra de sigilo bancário pelo
Ministério Público, que se dará no âmbito de procedimento
administrativo que vise à defesa do patrimônio público (quando
houver envolvimento de dinheiros ou verbas públicas). 36

O Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de


Contas dos Estados (TCE`s) não podem determinar a
quebra do sigilo bancário.

Há que se mencionar, todavia, que o TCU tem


competência para requisitar informações relativas a
operações de crédito originárias de recursos
públicos. Esse foi o entendimento firmado pelo STF no
âmbito do MS 33.340/DF. No caso concreto, o TCU havia
requisitado ao BNDES informações relativas a operações
de crédito.

Mas atenção! Não é que o TCU possa determinar a


quebra do sigilo bancário. Segundo o STF, “as
operações financeiras que envolvam recursos
públicos não estão abrangidas pelo sigilo bancário”.
Há uma relativização do sigilo dessas informações frente
ao interesse de toda a sociedade de conhecer o destino
dos recursos públicos.

Devido à gravidade jurídica de que se reveste o ato de quebra de sigilo


bancário, este somente se dará em situações excepcionais, sendo
fundamental demonstrar a necessidade das informações solicitadas e
cumprir as condições legais. Além disso, para que a quebra do sigilo bancário
ou do sigilo fiscal seja admissível, é necessário que haja individualização do
investigado e do objeto da investigação. Não é possível, portanto, a
determinação da quebra do sigilo bancário para apuração de fatos genéricos.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
(∗
!STJ, HC 308.493 / CE. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. 20.10.2015.
(+
!MS nº 21.729-4/DF, Rel. Min. Francisco Rezek. Julgamento 05.10.1995.
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!
O STF entende que os dados bancários somente podem ser usados para os
fins da investigação que lhes deu origem, não sendo possível seu uso
quanto a terceiros estranhos à causa (STF, INq. 923/DF, 18.04.1996).

Por fim, destaca-se que, para o STF, não é necessária a oitiva do


investigado para a determinação da quebra do sigilo bancário. Isso porque o
princípio do contraditório não prevalece na fase inquisitorial (STF, HC
55.447 e 69.372, RE 136.239, DJ de 24.03.1995).

(SEFAZ-MT – 2014) A quebra do sigilo bancário ou fiscal


pode ser determinada por Comissão Parlamentar de Inquérito.

Comentários:

As CPI`s podem determinar a quebra do sigilo bancário ou


fiscal. Questão correta.

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar


sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;

O princípio da inviolabilidade domiciliar tem por finalidade proteger a


intimidade e a vida privada do indivíduo, bem como de garantir-lhe,
especialmente no período noturno, o sossego e a tranquilidade.

Questão central para que se possa compreender o alcance desse dispositivo


constitucional é saber qual é o conceito de “casa”. Para o STF, o conceito de
“casa” revela-se abrangente, estendendo-se a: i) qualquer compartimento
habitado; ii) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva; e iii)
qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade pessoal.37

Assim, o conceito de “casa” alcança não só a residência do indivíduo, mas


também escritórios profissionais, consultórios médicos e odontológicos,
trailers, barcos e aposentos de habitação coletiva (como, por exemplo, o
quarto de hotel). Não estão abrangidos pelo conceito de casa os bares e
restaurantes.

O STF entende que, embora os escritórios estejam abrangidos pelo conceito de


“casa”, não se pode invocar a inviolabilidade de domicílio como escudo
para a prática de atos ilícitos em seu interior. Com base nessa ideia, a
Corte considerou válida ordem judicial que autorizava o ingresso de
autoridade policial no estabelecimento profissional, inclusive durante a
noite, para instalar equipamentos de captação de som (“escuta”). Entendeu-
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
(,
!HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-
8-2008.
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se que tais medidas precisavam ser executadas sem o conhecimento do
investigado, o que seria impossível durante o dia.

Feitas essas considerações, cabe-nos fazer a seguinte pergunta: em quais


hipóteses se pode penetrar na casa de um indivíduo?

O ingresso na “casa” de um indivíduo poderá ocorrer nas seguintes


situações:

a) Com o consentimento do morador.

b) Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas


durante o dia. Perceba que, mesmo com ordem judicial, não é possível
o ingresso na casa do indivíduo durante o período noturno.

c) A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de


flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro.

Resumindo, a regra geral é que somente se pode ingressar na casa do


indivíduo com o seu consentimento. No entanto, será possível penetrar na
casa do indivíduo mesmo sem o consentimento, desde que amparado por
ordem judicial (durante o dia) ou, a qualquer tempo, em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro.

É importante destacar que a inviolabilidade domiciliar também se aplica


ao fisco e à polícia judiciária. Segundo o STF, “nem a Polícia Judiciária e
nem a administração tributária podem, afrontando direitos assegurados pela
Constituição da República, invadir domicílio alheio com o objetivo de
apreender, durante o período diurno, e sem ordem judicial, quaisquer objetos
que possam interessar ao Poder Público” (AP 370-3/DF, RTJ, 162:249-250).

Como já comentamos, a entrada de autoridade policial em domicílio sem


autorização judicial será possível nas situações de flagrante delito. Isso é
particularmente relevante no caso da prática de crimes permanentes, nos
quais a situação de flagrância se estende no tempo. Exemplo de crimes desse
tipo seriam o cárcere privado e o porte de drogas.

Nesses crimes, exige-se uma pronta resposta das autoridades policiais, que
devem ingressar no domicílio sem autorização judicial. Todavia, essa prática
pode dar ensejo ao abuso de autoridade, uma vez que um policial pode vir a
ingressar em domicílio sem que tenha indícios relevantes de que um crime
está sendo praticado em seu interior.

Para coibir o abuso de autoridade, o STF deixou consignado o entendimento de


que “ a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo
em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente
justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação

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de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados”.38

Por último, vale destacar que a doutrina admite que a força policial, tendo
ingressado na casa de indivíduo, durante o dia, com amparo em ordem
judicial, prolongue suas ações durante o período noturno.

(PC/DF – 2015) Admite-se a apreensão, pela polícia federal


e pela receita federal, de livros contábeis e documentos fiscais
de clientes localizados em escritório de advocacia, pois
escritório não se equipara a domicílio.

Comentários:

Para fins de aplicação do art. 5º, XI, CF/88, o conceito de


casa também abrange os escritórios profissionais. Logo, o
ingresso em escritório de advocacia a fim de apreender livros
contábeis e documentos fiscais dependerá de ordem judicial.
Questão errada.

(PC / DF - 2015) É ilegal, por violação ao domicílio, a prova


obtida por meio de escuta ambiental e exploração de local,
em escritório de advocacia, realizada no período noturno,
mesmo com ordem judicial.

Comentários:

O STF considera válida (legal) ordem judicial que autoriza


o ingresso de autoridade policial em escritório advocacia com
o objetivo de instalar equipamentos de escuta ambiental.
Questão errada.

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações


telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal;

Segundo Alexandre de Moraes, a inviolabilidade do sigilo de dados (art.5º, XII)


complementa a previsão do direito à intimidade e vida privada (art. 5º,
X), sendo ambas as previsões uma defesa da privacidade e regidas pelo
princípio da exclusividade. Esse princípio pretende assegurar ao indivíduo,
como ressalta Tercio Ferraz a "sua identidade diante dos riscos proporcionados
pela niveladora pressão social e pela incontrastável impositividade do poder
político." A privacidade é um bem exclusivo, pois está no domínio das opções

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
38
RE 603.616. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 05.11.2015.
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!
pessoais de cada indivíduo; ela não é, enfim, guiada por normas e padrões
objetivos.

O art. 5º, inciso XII, trata da inviolabilidade das correspondências e das


comunicações. A princípio, a leitura do inciso XII pode dar a entender que o
sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas e de dados não
poderia ser violado; apenas haveria exceção constitucional para a violação das
comunicações telefônicas.

Não é esse, todavia, o entendimento que prevalece. Como não há direito


absoluto no ordenamento jurídico brasileiro, admite-se, mesmo sem previsão
expressa na Constituição, que lei ou decisão judicial também possam
estabelecer hipóteses de interceptação das correspondências e das
comunicações telegráficas e de dados, sempre que a norma constitucional
esteja sendo usada para acobertar a prática de ilícitos.

Nesse sentido, entende o STF que “a administração penitenciária, com


fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de
preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que
respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei 7.210/1984,
proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis
que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir
instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.”39

Sobre a comunicação de dados, é relevante destacar importante


jurisprudência do STF. Suponha que, em uma operação de busca e apreensão
realizada em um escritório profissional, os policiais apreendam o disco rígido
(HD) de um computador no qual estão armazenados os e-mails recebidos
pelo investigado. Nesse caso, entende a Corte que não há violação do sigilo
da comunicação de dados. Isso porque a proteção constitucional é da
comunicação de dados e não dos dados em si. Em outras palavras, não há,
nessa situação, quebra do sigilo das comunicações (interceptação das
comunicações), mas sim apreensão de base física na qual se encontram os
dados.)&

Com o mesmo argumento, o STF considerou lícita a prova obtida por policial
a partir da verificação, no celular de indivíduo preso em flagrante delito, dos
registros das últimas ligações telefônicas. A proteção constitucional,
afinal, é concedida à comunicação dos dados (e não aos dados em si). 41

Agora que já estudamos tópicos relevantes sobre o sigilo da correspondência e


das comunicações de dados, vamos nos focar no estudo do sigilo das
comunicações.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
39
(HC 70.814. Primeira Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 24/06/1994).
!
40
STF, RE 418416/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10.05.2006, DJ em 19.12.2006.
41
STF, HC 91.867, Rel. Min. Gilmar Mendes. Julg: 24.04.2012, DJ de 20.09.2012.
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!
De início, é importante destacar a diferença entre quebra do sigilo das
comunicações e interceptação das comunicações telefônicas. São coisas
diferentes. A quebra do sigilo das comunicações consiste em ter acesso ao
extrato das ligações telefônicas (grosso modo, seria ter acesso à conta da
VIVO/TIM). Por outro lado, a interceptação das comunicações telefônicas
consiste em ter acesso às gravações das conversas.

A interceptação das comunicações telefônicas é, sem dúvida, medida


mais gravosa e, por isso, somente pode ser determinada pelo Poder
Judiciário. Já a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, pode ser
determinada pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s), além, é
claro, do Poder Judiciário.

Segundo a CF/88, a interceptação das comunicações telefônicas somente será


possível quando atendidos três requisitos:

a) ordem judicial

b) existência de investigação criminal ou instrução processual penal;

c) lei que preveja as hipóteses e a forma em que esta poderá ocorrer;

O art. 5º, inciso XII, como é possível verificar, é norma de eficácia limitada.
É necessário que exista uma lei para que o juiz possa autorizar, nas hipóteses
e na forma por ela estabelecida, a interceptação das comunicações
telefônicas.42

A interceptação das comunicações telefônicas só pode ser autorizada por


decisão judicial (de ofício ou a requerimento da autoridade policial ou do
Ministério Público) e para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.

A decisão judicial deverá ser fundamentada, devendo o magistrado indicar a


forma de sua execução, que não poderá ter prazo maior que quinze dias,
renovável por igual período. O STF entende que pode haver renovações
sucessivas desse prazo, e não apenas uma única renovação da medida, pois
há situações extremas que o exigem. 43

Outro aspecto importante a ser estudado, quando da análise da inviolabilidade


das comunicações telefônicas, diz respeito às hipóteses em que é cabível
interceptação telefônica. De acordo com a Lei 9.296/96, as interceptações
telefônicas só podem ser ordenadas pelo Poder Judiciário se presentes,
conjuntamente, 3 (três) requisitos:

a) Se existirem razoáveis indícios de autoria ou participação na infração


penal;

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
42
STF, HC nº 69.912-0/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ. 26.11.1993.
43
STF, HC 106.129, Rel. Min. Dias Toffolli. DJE de 23.11.2010).
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!
b) Se a prova não puder ser obtida por outros meios disponíveis;

c) Se o fato investigado constituir infração penal punida com reclusão.

A interceptação telefônica autorizada pelo Poder Judiciário tem como objetivo


subsidiar investigação de infração penal punível com reclusão. No entanto,
é bastante comum que, no curso da efetivação da interceptação telefônica,
novas infrações penais sejam descobertas, inclusive com autores e partícipes
diferentes. Essas novas infrações penais são o que a doutrina chama de
“crimes-achados”, que são conexos com os primeiros. As informações e
provas levantadas por meio da interceptação telefônica poderão subsidiar a
denúncia desses “crimes-achados”, ainda que estes sejam puníveis
com a pena de detenção. 44

O STF também reconhece que “é válida a prova de um crime descoberta


acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada judicialmente
para apuração de crime diverso”45. Assim, se o juiz havia autorizado uma
interceptação telefônica para apurar um crime de homicídio e descobre-se que
um dos interlocutores cometeu o crime de sequestro, a prova será válida no
processo referente a este crime (sequestro).

A interceptação telefônica será admitida mesmo em se tratando de conversa


entre acusado em processo penal e seu defensor. Segundo o STF, apesar
de o advogado ter seu sigilo profissional resguardado para o exercício de suas
funções, tal direito não pode servir como escudo para a prática de atividades
ilícitas, pois nenhum direito é absoluto. O simples fato de ser advogado não
pode conferir, ao indivíduo, imunidade na prática de delitos no exercício de sua
profissão. )+

Também é importante o entendimento que se tem sobre a denominada


“prova emprestada”. Mas o que vem a ser a prova emprestada? É uma
prova que é obtida no curso de uma investigação criminal ou instrução
processual penal e, posteriormente, é usada (“emprestada”) em um processo
administrativo disciplinar.

Segundo o STF, “dados obtidos em interceptação de comunicações


telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para
produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal,
podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a
mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra
outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa
prova.”47

Assim, caso uma interceptação telefônica resulte em prova de que um Auditor-


Fiscal da Receita Federal esteja recebendo dinheiro para despachar
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
))
!STF, HC 83.515/RS. Rel. Min. Nelson Jobim, Informativo STF nº 361.
45
STF, HC 78098/SC, Rel. Min. Moreira Alves, j. 01.12.98. !
46
HC 96.909/MT, Rel. Min. Ellen Gracie. J.10.12.2009, p. 11.12.2009.
),
!STF, Inq 2424, Rel. Min. Cesar Peluso, DJ. 24.08.2007.
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!
mercadoria, além de essa prova ser usada no processo penal do crime
referente a essa prática, poderá ser usada pela Corregedoria da Receita
Federal quando do processo administrativo destinado a apurar o ilícito e
determinar a correspondente penalidade administrativa.

Há que se estabelecer, agora, a diferença entre três institutos que possuem


bastante semelhança entre si: i) interceptação telefônica; ii) escuta
telefônica e; iii) gravação telefônica.

A interceptação telefônica, conforme já vimos, consiste na captação de


conversas telefônicas feita por terceiro (autoridade policial) sem o
conhecimento de nenhum dos interlocutores, devendo ser autorizada pelo
Poder Judiciário, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.

A escuta telefônica, por sua vez, é a captação de conversa telefônica feito


por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores.
Por sua vez, a gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do
diálogo, sem o consentimento ou ciência do outro. 48

Esses conceitos acima apresentados são baseados no entendimento do STJ e


podem ser cobrados em prova. Todavia, o STF tem usado o termo “gravação
clandestina” para se referir tanto à escuta telefônica (gravação de conversa
feita por terceiro com o conhecimento de apenas um dos interlocutores)
quanto à gravação telefônica (gravação feita por um dos interlocutores sem o
conhecimento do outro). Cabe destacar que uma “gravação clandestina” pode
ser oriunda de uma conversa telefônica, pessoal ou mesmo de uma
gravação ambiental.

Vejamos, a seguir, importantes entendimentos


jurisprudenciais sobre o tema:

1) É possível a gravação telefônica por um dos


interlocutores sem a autorização judicial, caso haja
investida criminosa daquele que desconhece que a
gravação está sendo feita. De acordo com o STF, é
“inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação
do direito à privacidade quando interlocutor grava diálogo
com sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de
chantagista”.!∀ Nesse caso, percebe-se que a gravação
clandestina foi feita em legítima defesa, sendo, portanto,
legítima.

2) Segundo o STF, havendo a necessidade de coleta


de prova via gravação ambiental (sendo impossível a
apuração do crime por outros meios) e havendo ordem
judicial nesse sentido, é lícita a interceptação
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
48
STJ, HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi. 23.04.2010
49
STF,HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de 25.09.98.
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!
telefônica.

3) São ilícitas as provas obtidas por meio de


interceptação telefônica determinada a partir
apenas de denúncia anônima, sem investigação
preliminar. Com efeito, uma denúncia anônima não é
suficiente para que o juiz determine a interceptação
telefônica; caso ele o faça, a prova obtida a partir desse
procedimento será ilícita.

(PC / DF – 2015) Suponha-se que um policial,


imediatamente após a prisão em flagrante, tenha
verificado, no celular do preso, os registros das últimas
ligações. Nesse caso, essa prova é lícita, pois a
interceptação telefônica não se confunde com os registros
telefônicos.

Comentários:

Essa é uma jurisprudência interessante do STF. O art. 5º,


XII, CF/88 protege a comunicação de dados (e não os
dados em si). Portanto, é lícita prova obtida por policial que
verifica no celular do preso os registros das últimas
ligações. Questão correta.

(MPE-RS – 2014) Não se deve confundir a interceptação


telefônica, esta autorizada pela Constituição, desde que por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal, com o sigilo dos registros telefônicos, que
nada mais são do que os telefonemas registrados nos
bancos de dados das operadoras de telefonia e que não
estão sujeitos ao princípio da reserva absoluta de
jurisdição, podendo as Comissões Parlamentares de
Inquérito, segundo precedente do Supremo Tribunal
Federal, ter acesso a tais dados sem a necessidade de
ordem judicial.

Comentários:

O enunciado faz uma distinção acertada entre


“interceptação telefônica” e “quebra de sigilo telefônico”. A
interceptação telefônica só pode ser determinada pelo
Poder Judiciário, ao passo que a quebra de sigilo telefônico
pode ser determinada pelo Poder Judiciário ou por
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Questão correta.

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!

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas


as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Trata-se de norma constitucional de eficácia contida que trata da liberdade


de atividade profissional. Esta dispõe que, na inexistência de lei que exija
qualificações para o exercício de determinada profissão, qualquer pessoa
poderá exercê-la. Entretanto, existente a lei, a profissão só poderá ser
exercida por quem atender às qualificações legais.

Segundo o STF, nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas


ao cumprimento de condições legais para o seu exercício. A regra é a
liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode
ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional. A atividade de
músico, por exemplo, prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestação
artística protegida pela garantia da liberdade de expressão50.

Cabe destacar ainda que o STF considerou constitucional o exame da


Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para a Corte, o exercício da
advocacia traz um risco coletivo, cabendo ao Estado limitar o acesso à
profissão e o respectivo exercício. Nesse sentido, o exame de suficiência
discutido seria compatível com o juízo de proporcionalidade e não alcançaria o
núcleo essencial da liberdade de ofício. No concernente à adequação do exame
à finalidade prevista na Constituição – assegurar que as atividades de risco
sejam desempenhadas por pessoas com conhecimento técnico suficiente, de
modo a evitar danos à coletividade – aduziu-se que a aprovação do candidato
seria elemento a qualificá-lo para o exercício profissional. ∗∀

Ainda relacionada à liberdade do exercício profissional, destacamos


entendimento do STF no sentido de que é inconstitucional a exigência de
diploma para o exercício da profissão de jornalista. 52

Outra importante jurisprudência é a de que não pode a Fazenda Pública


obstaculizar a atividade empresarial com a imposição de penalidades
no intuito de receber imposto atrasado53. Nesse sentido, o STF editou a
Súmula no 323, segundo a qual “é inadmissível a apreensão de mercadorias
como meio coercitivo para pagamento de tributos”.

Também não é admissível a exigência, pela Fazenda Pública, de fiança


para a impressão de notas fiscais pelo contribuinte em débito com o Fisco.
Segundo o STF, “a exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança,
garantia real ou fidejussória para a impressão de notas fiscais de contribuintes

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
50
STF, RE 414.426, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 10-10-
2011.
51
STF, RE 603.583, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-10-2011, Plenário, Informativo
646, com repercussão geral.
52
STF, RE 511.961. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe 13.11.2009.
53
STF, RE 413.782, Rel. Min. Marco Aurélio. DJ 17.03.2005!
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!
em débito com o Fisco viola as garantias do livre exercício do trabalho,
ofício ou profissão (CF, art. 5º, XIII), da atividade econômica (CF, art. 170,
parágrafo único) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV)”. 54

(Prefeitura de Piraraquara – 2014) É livre o exercício de


qualquer trabalho, ofício ou profissão, sendo defeso ao
legislador ordinário a criação de leis que estabeleçam
qualificações profissionais como requisito para atuação
profissional do indivíduo.

Comentários:

Muita gente erra essa questão porque não sabe o significado


da palavra “defeso”, que é sinônimo de “proibido”, “vedado”.
Pois, bem, ao contrário do que diz o enunciado, o legislador
ordinário pode criar leis que estabeleçam qualificações
profissionais como requisito para atuação profissional do
indivíduo. Questão errada.

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à


informação (desde que esta não fira outros direitos fundamentais) e
resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações
sem terem que revelar sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao
anonimato. Caso alguém seja lesado pela informação, o jornalista responderá
por isso.

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos


ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;

Esse inciso é bastante cobrado em provas. Do que você precisará se lembrar?


Inicialmente, das características do direito de reunião:

a) Esta deverá ter fins pacíficos, e apresentar ausência de armas;

b) Deverá ser realizada em locais abertos ao público;

c) Não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para


o mesmo local;

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∗)
!RE 565.048 / RS, Rel. Min. Marco Aurélio. Julg: 29.05.2014.
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!
d) Desnecessidade de autorização;

e) Necessidade de prévio aviso à autoridade competente.

O STF foi chamado a apreciar a “Marcha da Maconha”, tendo se manifestado


no sentido de que é inconstitucional qualquer interpretação do Código Penal
que possa ensejar a criminalização da defesa da legalização das drogas,
ou de qualquer substância entorpecente específica, inclusive através de
manifestações e eventos públicos. Assim, admite-se que o direito de
reunião seja exercido, inclusive, para defender a legalização de drogas; não é
permitida, todavia, a incitação, o incentivo ou estímulo ao consumo de
entorpecentes na sua realização. 55

É importante destacar, também, que o direito de reunião é protegido por


mandado de segurança, e não por habeas corpus. Cuidado com “peguinhas”
nesse sentido!

(MPU – 2015) É incondicional o direito à reunião com fins


pacíficos em local aberto ao público.

Comentários:

O direito à reunião não poderá frustrar outra reunião


convocada anteriormente para o mesmo local e depende de
prévio aviso à autoridade competente. Ou seja, há certas
condicionalidades que deverão ser observadas. Questão
errada.

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de


caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter


suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;

Para que exista uma associação, é necessária a presença de três requisitos:

a) Pluralidade de pessoas: a associação é uma sociedade, uma união


de pessoas com um fim determinado.

b) Estabilidade: ao contrário da reunião, que tem caráter transitório


(esporádico), as associações têm caráter permanente.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
55
ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15-6-2011, Plenário.
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!
c) Surgem a partir de um ato de vontade

Presentes esses requisitos, restará caracterizada uma associação, a qual


estará, por conseguinte, sujeita à proteção constitucional. Destaque-se que a
existência da associação independe da aquisição de personalidade
jurídica.

E como a Constituição protege as associações? Da seguinte forma:

a) A liberdade de associação para fins lícitos é ampla, independente de


autorização dos Poderes Públicos, que também não podem interferir em
seu funcionamento.

b) As associações só podem ser dissolvidas por decisão judicial


transitada em julgado. Além disso, suas atividades só podem ser
suspensas por decisão judicial (neste caso, não há necessidade de
trânsito em julgado). Perceba que a medida mais gravosa (dissolução
da associação) exige um requisito mais difícil (o trânsito em julgado de
decisão judicial).

c) A criação de associações é livre, ou seja, independe de autorização.


Já a criação de cooperativas também é livre, porém há necessidade de
lei que a regule. Temos, aqui, típica norma de eficácia limitada.

Sobre esse assunto, é importante que destaquemos a vedação às


associações de caráter paramilitar. Segundo o Prof. Alexandre de Moraes,
a nomenclatura dos postos e a utilização ou não de uniformes não são
requisitos suficientes para definir o caráter paramilitar de uma associação;
deve-se observar se elas se destinam ao treinamento de seus membros a
finalidades bélicas e, ainda, se existe organização hierárquica e o
princípio da obediência.

Por fim, como nenhum direito fundamental é absoluto, nem mesmo a


autonomia privada das fundações, entende o STF que56:

“A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer


associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos
nas leis e, em especial, dos postulados que têm por fundamento direto
o próprio texto da Constituição da República, notadamente em tema de
proteção às liberdades e garantias fundamentais. O espaço de
autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está
imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o
respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia
privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser
exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de
terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional,
pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio
de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∗+
STF – RE 201819 / RJ – 2ª Turma – Relª. Minª. Ellen Gracie – DJ 27/10/2006.
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!
restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e
força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de
suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais.”

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer


associado;

Não há muito a se falar sobre esse inciso: apenas que ninguém pode ser
obrigado a se associar (filiar-se a um partido político, por exemplo) ou a
permanecer associado. Caso cobrado o inciso, isso acontecerá em sua
literalidade.

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm


legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Para que possamos compreender esse dispositivo, é necessário apresentar a


diferença entre representação processual e substituição processual.

Na representação processual, o representante não age como parte do


processo; ele apenas atua em nome da parte, a pessoa representada. Para que
haja representação processual, é necessária autorização expressa do
representado.

Na substituição processual, o substituto é parte do processo, agindo em


nome próprio na salvaguarda de direito alheio. O substituído, por sua vez,
deixa de sê-lo: sofre apenas os efeitos da sentença. Não está no processo. A
sentença, todavia, faz coisa julgada tanto para o substituto quanto para o
substituído. Quando cabível substituição processual, não há necessidade de
autorização expressa do substituído.

Apresentada essa distinção, cabe-nos afirmar que o art. 5º, XXI, CF/88, é um
caso de representação processual. As associações poderão, desde que
expressamente autorizadas, representar seus filiados judicial e
extrajudicialmente. Em outras palavras, poderão atuar em nome de seus
filiados e na defesa dos direitos destes.

A necessidade de autorização expressa dos filiados para que a associação os


represente não pode ser substituída por uma autorização genérica nos
estatutos da entidade. A autorização estatutária genérica conferida às
associações por seu estatuto não é suficiente para legitimar a representação
processual.57 É necessária autorização expressa, que pode ser obtida mediante
deliberação em assembleia ou individualmente (filiado por filiado).

Nesse sentido, somente os associados que manifestaram sua autorização


expressa é que estarão, a posteriori, legitimados para a execução do
título judicial decorrente da ação ajuizada pela associação. Aqueles
associados que não manifestaram sua autorização expressa não poderão
executar o título judicial decorrente da ação ajuizada pela associação.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∗,
!RE 573.232/SC. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 14.05.2014
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!
(TCE / MG – 2015) Ninguém poderá ser compelido a se
associar nem a permanecer associado.

Comentários:

É exatamente a literalidade do art. 5º, XX, CF/88. Questão


correta.

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;

Estudaremos esses três incisos em conjunto. Eles tratam do direito de


propriedade, que é norma constitucional de eficácia contida e, portanto,
está sujeita à atuação restritiva por parte do Poder Público. Como todos os
direitos fundamentais, o direito de propriedade não é absoluto: é necessário
que o proprietário dê à propriedade uma função social.

Entretanto, mesmo sendo relativo, a Constituição não poderia deixar de


estabelecer certas proteções a esse direito. Desse modo, no inciso XXIV do art.
5º da CF/88, garante-se que, se a propriedade estiver cumprindo a sua
função social, só poderá haver desapropriação com base na tutela do
interesse público, em três hipóteses: necessidade pública, utilidade
pública ou interesse social. A indenização, nesses casos, ressalvadas
algumas exceções determinadas constitucionalmente, dar-se-á mediante
prévia e justa indenização em dinheiro.

Observe bem o que a Constituição nos afirma: a indenização, no caso de


desapropriação será mediante prévia e justa indenização em dinheiro,
ressalvadas algumas exceções determinadas constitucionalmente. Em
outras palavras, há casos em que a indenização pela desapropriação não será
em dinheiro. E quais são esses casos?

a) Desapropriação para fins de reforma agrária;

b) Desapropriação de imóvel urbano não-edificado que não cumpriu sua


função social;

c) Desapropriação confiscatória.

A desapropriação para fins de reforma agrária obedece ao disposto no


art. 184 da Carta Magna. É de competência da União e tem por objeto o imóvel

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rural que não esteja cumprindo sua função social. Dar-se-á mediante prévia
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. O § 1o do
mesmo artigo, entretanto, faz uma ressalva: a de que as benfeitorias úteis e
necessárias serão indenizadas em dinheiro.

No que diz respeito à desapropriação de imóvel urbano não edificado,


subutilizado ou não utilizado, ou seja, que descumpriu sua função social,
determina a CF/88 (art. 182, § 4o, III) que a indenização se dará mediante
títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado
Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. A
desapropriação, nessa situação, será de competência do Município.

Existe, ainda, a possibilidade de que haja desapropriação sem indenização.


É o que ocorre na expropriação de propriedades urbanas e rurais de qualquer
região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo. Tem-se, então, a
chamada “desapropriação confiscatória”, prevista no art. 243 da
Constituição.

(CNMP – 2015) A lei estabelecerá o procedimento para


desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante prévia indenização, em títulos da
dívida pública, ressalvados os casos previstos na Constituição
Federal.

Comentários:

Essa questão cobrou a literalidade do art. 5º, XXIV, CF/88. A


indenização prévia deverá ser em dinheiro. Questão errada.

(TRT 8a Região – 2015) O direito de propriedade é garantido


constitucionalmente, permitindo ao seu titular, o exercício livre
e irrestrito do direito de gozo, uso e disposição do bem.

Comentários:

Não se pode falar no exercício livre e irrestrito do direito de


gozo, uso e disposição da propriedade. Isso porque a
propriedade deverá atender a sua função social. Questão
errada.

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá


usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;

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Esse inciso trata da requisição administrativa, que ocorre quando o Poder
Público, diante de perigo público iminente, utiliza seu poder de império (de
coação) para usar bens ou serviços de particulares...

Fatiando-se o artigo, para melhor compreensão, temos que:

a) Em caso de iminente perigo público, o Estado pode requisitar a


propriedade particular. Exemplo: no caso de uma enchente que destrua
várias casas de uma cidade, a Prefeitura pode requisitar o uso de uma
casa que tenha permanecido intacta, para abrigar aqueles que não têm
onde ficar. Qual o perigo público iminente que justifica tal ato estatal?
No exemplo dado, a possibilidade de a população atingida adoecer ou
morrer por falta de abrigo.

b) A requisição é compulsória para o particular, devido ao poder de


império do Estado. Veja que o interesse público (socorro às pessoas
desabrigadas) é maior que o particular (inconveniente de ter a casa
cedida ao Poder Público gratuitamente). Por isso, o último cede lugar ao
primeiro.

c) A propriedade continua sendo do particular: é apenas cedida


gratuitamente ao Poder Público. O titular do bem somente será
indenizado em caso de dano. No exemplo acima, o Estado não teria
que pagar aluguel ao proprietário pelo uso do imóvel.

d) O perigo público deve ser iminente, ou seja, deve ser algo que
acontecerá em breve. No exemplo dado, o Estado não poderia requisitar
a casa já na estação da seca baseado na possibilidade de uma enchente
ocorrer vários meses depois.

Concluindo-se a análise desse inciso, destaca-se que segundo o STF, não é


possível, devido ao modelo federativo adotado pelo Brasil, que um ente
político requisite administrativamente bens, serviços e pessoal de
outro. Tal prática ofenderia o pacto federativo, e, além disso, o art. 5o, XXV da
Constituição limita o alcance da requisição administrativa à propriedade
privada, não cabendo extrapolação para bens e serviços públicos.

(PC / GO – 2015) Se houver iminente perigo público, a


autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano.

Comentários:

É o que prevê o art. 5º, XXV. No caso de iminente perigo


público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular. Será devida indenização ulterior apenas se houver
dano. Questão correta.

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(MPE-PR – 2014) A previsão constitucional de que “no caso
de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano” contempla o chamado
direito de requisição.

Comentários:

É isso mesmo. Essa prerrogativa do Poder Público é


denominada de requisição administrativa. Questão correta.

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento;

Por meio desse inciso, o legislador constituinte deu, à pequena propriedade


rural trabalhada pela família, a garantia de impenhorabilidade. Com isso,
visou à proteção dos pequenos trabalhadores rurais, que, desprovidos de seus
meios de produção, não teriam condições de subsistência. Entretanto, a
impenhorabilidade depende da cumulação de dois requisitos: i) exploração
econômica do bem pela família; ii) origem na atividade produtiva do débito
que causou a penhora.

Com isso, é possível afirmar o seguinte:

a) a pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto


de penhora para pagamento de débitos estranhos à sua atividade
produtiva.

b) a pequena propriedade rural trabalhada pela família não pode


ser objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva.

c) a pequena propriedade rural, caso não trabalhada pela família,


pode ser penhorada para pagamento de débitos decorrentes e débitos
estranhos à sua atividade produtiva.

Note, também, a exigência, pela Carta Magna, de lei que defina quais
propriedades rurais poderão ser consideradas pequenas e como será
financiado o desenvolvimento das mesmas. Tem-se, aqui, reserva legal.

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou


reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei
fixar;

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XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução


da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que


criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associativas;

Protege-se, por meio desses incisos, o direito do autor. Perceba que,


enquanto viver, este terá total controle sobre a utilização, publicação ou
reprodução de suas obras. Só após sua morte é que haverá limitação
temporal do direito.

Com efeito, o art. 5º, inciso XXVII, dispõe que o direito autoral é
transmissível aos herdeiros apenas pelo tempo que a lei fixar. Nesse
sentido, como se verá adiante, o direito ao autor diferencia-se do direito à
propriedade industrial, presente no inciso XXIX do mesmo artigo.

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio


temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;

Nesse inciso, a Constituição enumera expressamente a propriedade


industrial como direito fundamental. Chamo sua atenção para o fato de que,
diferentemente dos direitos autorais, que pertencem ao autor até sua morte, o
criador de inventos industriais têm, sobre estes, privilégio apenas
temporário sobre sua utilização.

(Prefeitura de Piraraquara – 2014) São assegurados, nos


termos da lei, a proteção às participações individuais em
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
exceto nas atividades desportivas.

Comentários:

Pegadinha! A proteção à reprodução da imagem e voz


humana se aplica inclusive nas atividades desportivas.
Questão errada.

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada


pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

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O direito de herança foi elevado à condição de norma constitucional pela
primeira vez na CF/88. Até a promulgação da vigente Constituição, ele era
objeto, tão-somente, de normas infraconstitucionais.

Como se depreende do inciso XXXI, a fim de resguardar mais ainda esse


direito, a Carta Magna garantiu que, no caso de bens de estrangeiros
localizados no País, seria aplicada a norma sucessória que mais
beneficiasse os brasileiros sucessores. Assim, nem sempre será aplicada a
lei brasileira à sucessão de bens de estrangeiros localizados no País; caso a lei
estrangeira seja mais benéfica aos sucessores brasileiros, esta será aplicada.

Só para facilitar a leitura do inciso em análise, explico que “de cujus” é a


pessoa que morreu, o defunto! Eu sei, também acho a expressão bastante
engraçada...

(TJ / MG – 2015) A sucessão de bens de estrangeiros


situados no País será sempre regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros.

Comentários:

Nem sempre será regulada pela lei brasileira a sucessão de


bens de estrangeiros situados no país. Quando a lei estrangeira
(lei pessoal do “de cujus”) for mais favorável ao cônjuge e aos
filhos, esta será aplicável. Questão errada.

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Questões Comentadas

1. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

1. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Como se sabe, os direitos fundamentais


experimentaram uma evolução ao longo do tempo, constituindo as
chamadas gerações de direitos. Neste sentido, assinale a alternativa
que não exprime a verdade.

a) Direitos fundamentais de primeira geração são chamados de direitos


negativos em relação ao poder estatal.

b) Direitos fundamentais de segunda geração são direitos sociais, econômicos


e culturais.

c) Direitos fundamentais de terceira geração possuem um viés mais coletivo e


subjetivo, como direito à paz, a um meio ambiente sadio ou à comunicação.

d) Direitos fundamentais de primeira e segunda geração foram contemplados,


pela primeira vez, na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de
1789, na França.

Comentários:

Letra A: correta. Os direitos de primeira geração (direito civil e político)


implicam em um dever de abstenção ao Estado, que deverá deixar de
intervir na vida privada. Por isso, são chamados de liberdades negativas.

Letra B: correta. Os direitos de segunda geração são os direitos sociais,


econômicos e culturais.

Letra C: correta. São direitos de terceira geração os direitos difusos e


coletivos.

Letra D: errada. A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789) tem


um forte viés liberal, consagrando apenas os direitos de primeira geração.

O gabarito é a letra D.

2. (VUNESP/TJ MG - 2012) Acentuam o princípio da igualdade os


chamados direitos de "primeira geração".

Comentários:

Os direitos de primeira geração dizem respeito à liberdade. A igualdade é


acentuada pelos direitos de segunda geração. Questão incorreta.

3. (VUNESP/TJ MG - 2012) Os chamados pela doutrina de "direitos


fundamentais de primeira geração" estão relacionados com a

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igualdade e compõem alguns direitos sociais, tais como os direitos
trabalhistas, previdenciários, econômicos e culturais, e outros
vinculados à educação e à saúde.

Comentários:

Isso se aplica aos direitos fundamentais de segunda geração, dos quais fazem
parte alguns direitos sociais. Os direitos de primeira geração estão
relacionados à liberdade. Questão incorreta.

4. (VUNESP/TJ RJ - 2013) A ilimitabilidade é uma das


características dos direitos humanos que, aplicável no Brasil, não
admite que esses sofram qualquer restrição em sua fruição.

Comentários:

A limitabilidade (e não ilimitabilidade!) é característica dos direitos humanos.


Não há direito humano absoluto: todos eles podem ser limitados quando do
conflito com outros. Questão incorreta.

5. (VUNESP / TJ-RJ – 2012) Dentre as várias características dos


direitos humanos elencadas pela doutrina, podem ser mencionadas as
seguintes: indivisibilidade, complementaridade, indisponibilidade,
ilimitabilidade e irrenunciabilidade.

Comentários:

A limitabilidade (relatividade) é uma característica dos direitos humanos.


Questão incorreta.

2. Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 01)

6. (VUNESP / TJ-SP – 2015) Ao analisar decisões do Supremo


Tribunal Federal na aplicação do princípio da igualdade, por exemplo
na ADPF 186/DF (sistema de cotas para ingresso nas universidades
públicas), é correto afirmar que:

a) o princípio da igualdade é absoluto no que se refere à igualdade de gênero.

b) a diferença salarial entre servidores com igual função em diferentes entes


públicos não se sustenta diante do princípio da isonomia, a justificar revisão
por parte do Judiciário.

c) as discriminações positivas correspondem a maior efetividade ao princípio


da igualdade.

d) a Constituição Federal não estabelece distinção entre igualdade formal e


material.

Comentários:
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Letra A: errada. Não há princípios ou direitos absolutos em nosso
ordenamento jurídico. É admissível que a lei estabeleça distinções entre
homens e mulheres, desde que observado o princípio da proporcionalidade.

Letra B: errada. O Súmula Vinculante nº 37 estabelece que “não cabe ao


Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o fundamento de isonomia”.

Letra C: correta. O STF já reconheceu a constitucionalidade das cotas


raciais para ingresso em universidades públicas. Esse tipo de ação afirmativa
constitui uma discriminação positiva, tendente a realizar a igualdade material.

Letra D: errada. Há, sim, diferenças entre a igualdade formal e a


igualdade material. A igualdade material admite tratamento desigual a
pessoas que estão em situações diferentes.

O gabarito é a letra C.

7. (VUNESP / TJ-SP – 2015) João é ex-jogador de futebol e, embora


não graduado em Educação Física, é treinador e monitor de uma escola
de futebol. João não tem registro no Conselho Regional de Educação
Física – CREF e está sendo compelido, pelo Conselho Regional de sua
cidade, a ter registro em seus quadros. O advogado de João explicou-
lhe corretamente que, nos termos da Constituição Federal:

a) seu registro nos quadros do CREF não será obrigatório, ainda que haja lei
estabelecendo sua obrigatoriedade, uma vez que a Constituição assegura a
liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão.

b) o CREF pode obrigá-lo a ter registro, independentemente de qualquer


disposição legal, já que possui poder de polícia.

c) não poderá exercer a profissão de treinador e monitor de futebol caso não


haja lei que regulamente essa profissão, sendo, nessa hipótese, descabida a
exigência de registro nos quadros do CREF.

d) seu registro nos quadros do CREF será obrigatório caso haja lei que
imponha essa obrigatoriedade, não sendo suficiente norma interna do CREF a
respeito.

e) o CREF só pode obrigá-lo a ter registro se houver norma interna desse


Conselho que imponha a treinadores e monitores de futebol terem registro em
seus quadros.

Comentários:

Segundo o art. 5, XII, CF/88, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício


ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Com base nesse dispositivo, é possível afirmar que, a princípio, qualquer

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pessoa pode exercer qualquer profissão. A lei poderá, entretanto, estabelecer
restrições ao exercício desse direito, estabelecendo qualificações
profissionais a serem atendidas.

Na situação apresentada, João só precisará se registrar no CREF se houver lei


estabelecendo tal obrigatoriedade. Do contrário, ele poderá exercer
livremente as atividades de treinador e monitor de escola de futebol. Uma
simples norma interna do CREF não é suficiente para obrigar João a se
registrar.

O gabarito é a letra D.

8. (VUNESP / Prefeitura de Caieiras – 2015) Segundo o que


prescreve a Constituição Federal, a liberdade de reunião está
condicionada

a) ao pagamento de taxas.

b) ao pagamento de tributos estabelecidos pela autoridade policial competente.

c) à situação política e administrativa da entidade representativa da categoria


profissional.

d) à autorização especial da autoridade competente que determinará hora e


local para a reunião.

e) ao prévio aviso à autoridade competente e desde que não frustre outra


reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XVI, CF/88, “todos podem reunir-se pacificamente, sem
armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização,
desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.

O gabarito é a letra E.

9. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Levando-se em conta o que dispõe a


Constituição Federal, assinale a alternativa correta.

a) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual civil ou penal.

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b) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, salvo censura ou licença

c) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, sendo vedado à


lei condicioná-lo a qualificações profissionais.

d) As associações poderão ter suas atividades suspensas por decisão judicial,


ainda que não transitada em julgado.

e) É plena a liberdade de associação, inclusive a de caráter paramilitar, desde


que para fins lícitos.

Comentários:

Letra A: errada. Somente poderá haver violação do sigilo das comunicações


telefônicas para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal. Não se admite esse tipo de medida em processo civil.

Letra B: errada. Segundo o art. 5º, IX, CF/88, “é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença”.

Letra C: errada. Segundo o art. 5º, XIII, “é livre o exercício de qualquer


trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a lei estabelecer”.

Letra D: correta. A suspensão das atividades de associação depende de mera


decisão judicial, não havendo necessidade de que esta tenha transitado em
julgado. Por outro lado, a dissolução compulsória de associação depende de
sentença judicial transitado em julgado.

Letra E: errada. Segundo o art. 5º, XVII, é plena a liberdade de associação


para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

O gabarito é a letra D.

10. (VUNESP / TJ-PA – 2014) O texto constitucional, em seu art. 5.º,


caput, prevê expressamente valores ou direitos fundamentais ao ditar
literalmente que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito.

a) à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

b) à vida, à liberdade, à segurança, à intimidade e à dignidade.

c) à vida, à dignidade, à intimidade e à igualdade.

d) à vida, à liberdade, à fraternidade, à dignidade.

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e) à vida, à liberdade e à intimidade.

Comentários:

O art. 5º, caput, CF/88 fala expressamente na proteção do direito à vida, à


liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. A resposta é a letra A.

11. (VUNESP / PC-SP – 2014) No que se refere à liberdade religiosa,


é correto afirmar que a Constituição Federal

a) não estabelece qualquer regra sobre essa matéria, permitindo total e


irrestrita liberdade de religião.

b) estabelece a proteção a todas as religiões de forma irrestrita e impede que


o Estado exerça qualquer tipo de fiscalização sobre os locais de culto.

c) protege e assegura toda e qualquer manifestação religiosa, sendo a religião


Católica Apostólica Romana considerada a religião oficial do Estado brasileiro.

d) assegura o livre exercício dos cultos e garante, na forma da lei, a proteção


aos locais de culto e a suas liturgias.

e) assegura a proteção às manifestações religiosas, devendo o Estado


fomentar as religiões e subsidiar os templos e locais de culto.

Comentários:

Segundo o art. 5º, VI, é inviolável a liberdade de consciência e de crença,


sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. A resposta é a letra D.

12. (VUNESP/Unesp - 2012) É vedada a assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva.

Comentários:

Pelo contrário! A Constituição Federal assegura, nos termos da lei, a prestação


de assistência religiosa nessas entidades (art. 5º, VII). Questão incorreta.

13. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É expressamente vedada a prestação


de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva.

Comentários:

A Constituição garante a prestação de assistência religiosa nas entidades civis


e militares de internação coletiva. Questão incorreta.

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14. (VUNESP / TJ-PA) É a todos assegurado o direito de eximir-se de
obrigação legal imposta invocando crença religiosa ou convicção
filosófica.

Comentários:

Segundo o art. 5º, VIII, ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei. Questão incorreta.

15. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É a todos assegurada a livre expressão


da atividade intelectual, artística e científica precedidas de licença.

Comentários:

Segundo o art. 5º, IX, CF/88, é livre a expressão da atividade intelectual,


artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença. Questão incorreta.

16. (VUNESP / MPE-ES – 2013) É assegurado o direito de resposta,


proporcional ao agravo, exceto a indenização por dano material ou à
imagem.

Comentários:

Segundo o art. 5º, V, CF/88, “é assegurado o direito de resposta,


proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem”. Questão incorreta.

17. (VUNESP / TJ-RJ – 2013) Não ofende garantias constitucionais


do réu a determinação judicial, em ação de investigação de
paternidade, para que o réu seja compulsoriamente conduzido para
coleta de material do exame de DNA.

Comentários:

O STF considera que não se pode coagir suposto pai a realizar exame de
DNA, pois essa medida fere a dignidade da pessoa humana e a intangibilidade
do corpo humano. Questão incorreta.

18. (VUNESP / PC-SP – 2013) Ninguém será obrigado a fazer ou


deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei ou de decreto do
Poder Executivo.

Comentários:

O art. 5º, II, CF/88, prevê que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Não há que se falar, aqui, em
“decreto do Poder Executivo”. Questão incorreta.
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19. (VUNESP / TJM-SP – 2011) Determina expressamente o inc. IX
do art. 5.° da Constituição da República Federativa do Brasil, que é
livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de
comunicação:

a) mediante prévia obtenção de licença.

b) mediante prévia análise do órgão censor.

c) independentemente de censura ou licença.

d) mediante prévia aprovação por órgão catalogador.

e) independentemente de censura com relação às três primeiras atividades e


mediante licença com relação à última.

Comentários:

A expressão da atividade intelectual, artística e científica independe de


censura ou licença. A resposta é a letra C.

20. (VUNESP / TJ-MG – 2012) Com relação ao princípio da igualdade


previsto no texto constitucional brasileiro, assinale a alternativa que
apresenta informação incorreta.

a) Acentuam o princípio da igualdade os chamados direitos de “primeira


geração”.

b) De acordo com o STF, não ofende o princípio da igualdade a limitação de


idade para a inscrição em concurso público, desde que se leve em conta a
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

c) O princípio da isonomia reveste-se de autoaplicabilidade e não é suscetível


de regulamentação ou complementação normativa.

d) Segundo o STF, não cabe ao Poder Judiciário aumentar vencimentos de


servidores públicos, mesmo que sob o fundamento do princípio da igualdade.

Comentários:

Letra A: errada. Os direitos de primeira geração têm como valor-fonte o


princípio da liberdade.

Letra B: correta. De fato, a limitação de idade para inscrição em concurso


público não ofende o princípio da igualdade, desde que leve em consideração
as atribuições do cargo a ser preenchido.

Letra C: correta. Segundo o STF, o princípio da isonomia, que se reveste de


autoaplicabilidade, não é suscetível de regulamentação ou complementação
normativa.
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Letra D: correta. A Súmula nº 339/STF estabelece que não cabe ao Poder
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob fundamento de isonomia.

21. (VUNESP / CEAGESP – 2010) Assinale a alternativa que está de


acordo com o disposto na Constituição Federal.

a) É livre a manifestação do pensamento, sendo garantido o anonimato.

b) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, devendo a lei, no


entanto, regulamentar e limitar o exercício dos cultos religiosos e as suas
liturgias.

c) Ninguém será punido por prática de crença religiosa, filosófica ou política,


salvo se as praticar em decorrência de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa.

d) É garantida a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, desde que obtida a devida licença, na forma da lei.

e) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.

Comentários:

Letra A: errada. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato.

Letra B: errada. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo


assegurado o livre exercício dos cultos religiosos.

Letra C: errada. Não é isso o que diz a CF/88. Segundo o art. 5º, VIII,
“ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei”.

Letra D: errada. A livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e


de comunicação independe de licença.

Letra E: correta. O art. 5º, X, prevê que são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

22. (VUNESP / DPE-MS – 2014) O Direito Fundamental de


Manifestação é consagrado no texto constitucional nos seguintes
termos:

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a) todos podem reunir-se pacificamente sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente.

b) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ou


fechados ao público, independentemente de autorização, mesmo que frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente.

c) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, independentemente de autorização, mesmo que frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sem a exigência de
prévio aviso à autoridade competente.

d) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que previamente autorizados por autoridade competente e que
não frustrem outra reunião previamente e anteriormente requerida e
convocada para o mesmo local.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XVI, CF/88, “todos podem reunir-se pacificamente, sem
armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização,
desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. A
resposta é a letra A.

23. (VUNESP / PC-SP – 2014) Perseu, oficial de justiça, foi cumprir


mandado de busca e apreensão na residência de Hércules. Tendo
chegado à casa de Hércules às 20 horas para cumprir a ordem judicial,
este não permitiu que Perseu entrasse em sua residência.
Considerando esses fatos, bem como o que dispõe a Constituição
Federal sobre a inviolabilidade do domicílio, é correto afirmar que:

a) Perseu não poderia, realmente, adentrar ao domicílio de Hércules naquele


horário, já que o domicílio somente pode ser penetrado, à noite, sem o
consentimento do morador, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro.

b) a negativa de Hércules baseia-se na regra de que o domicílio é


absolutamente inviolável, não podendo ser penetrado, sem o consentimento do
morador, de dia ou de noite, em qualquer hipótese.

c) Hércules não poderia impedir a entrada de Perseu em sua casa naquele


horário, tendo em vista que este estava de posse de um mandado judicial.

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d) a Constituição não autoriza que o domicílio seja penetrado, sem o
consentimento do morador, para cumprir uma ordem judicial, seja de noite ou
de dia.

e) Perseu poderia, legalmente, adentrar na residência de Hércules, ainda que


sem o seu consentimento, para cumprir o mandado judicial naquele horário.

Comentários:

Letra A: correta. É isso mesmo! No período noturno, Perseu não poderia


entrar na casa de Hércules sem o seu consentimento, mesmo com ordem
judicial. Só poderia entrar sem o consentimento de Hércules em caso de
flagrante delito, desastre ou para prestar socorro. Durante o dia, sim, seria
permitido o ingresso com ordem judicial.

Letra B: errada. O domicílio pode ser penetrado no período noturno sem o


consentimento do morador, desde que em caso de flagrante delito ou
desastre ou, ainda, para prestar socorro. Durante o dia, o domicílio poderá
ser penetrado também se houver ordem judicial.

Letra C: errada. Hércules agiu corretamente. Mesmo com determinação


judicial, não é autorizado o ingresso na casa do morador, durante o período
noturno, sem o seu consentimento.

Letra D: errada. Para cumprir ordem judicial, é autorizado, durante o dia, o


ingresso no domicílio sem o consentimento do morador.

24. (VUNESP / EMPLASA – 2014) Dentre os direitos e garantias


fundamentais previstos expressamente no texto da Constituição
Federal, encontra-se:

a) o direito ao duplo grau de jurisdição, mediante a apresentação de recurso


perante órgão colegiado.

b) o direito de acesso à informação governamental, pelo cidadão, de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral

c) a inviolabilidade do direito à vida, desde o momento da concepção, até a


morte cerebral.

d) a livre manifestação do pensamento, de forma identificada ou mediante


anonimato, visando assegurar o sigilo da fonte.

e) a exceção do direito à inviolabilidade da casa, quando se tratar do


cumprimento de mandado judicial, a qualquer hora do dia ou da noite.

Comentários:

Letra A: errada. O duplo grau de jurisdição não é um direito expresso na


Constituição Federal.
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Letra B: correta. Segundo o art. 5º, XXXIII, CF/88, “todos têm direito a
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado”

Letra C: errada. A CF/88 garante expressamente a inviolabilidade do direito à


vida. No entanto, não diz expressamente que trata-se de direito que pode
ser exercido desde a concepção. Há diversas correntes doutrinárias acerca do
início da vida, dentre as quais citamos a teoria natalista (a vida começa com o
nascimento) e a teoria concepcionista (a vida começa com a concepção).

Letra D: errada. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato.

Letra E: errada. A entrada na casa do morador mediante ordem judicial


somente será possível durante o dia.

25. (VUNESP / TJ-SP – 2013) A Constituição Federal protege a casa


do indivíduo, considerando-a asilo inviolável, ninguém nela podendo
penetrar sem o consentimento do morador. Tal afirmação está:

a) totalmente correta

b) parcialmente correta, visto que a própria Constituição Federal prevê as


seguintes exceções a essa regra: hipóteses de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial

c) parcialmente correta, visto que a própria Constituição Federal prevê as


seguintes exceções a essa regra: hipóteses de flagrante relacionado a crime
hediondo ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.

d) parcialmente correta, visto que a própria Constituição Federal prevê as


seguintes exceções a essa regra: hipóteses de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, inclusive durante a noite, por determinação
judicial.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XI, CF/88, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial. Veja que a CF/88 estabelece exceções à regra de que
não é possível adentrar na casa sem o consentimento do morador. A resposta
é a letra B.

26. (VUNESP/PC SP – 2013) Assinale a alternativa cujo conteúdo se


encontra em consonância com o texto expresso da Constituição
Federal brasileira.

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a) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de
expressa autorização do poder público, sendo permitida a interferência estatal
em seu funcionamento quando necessária para resguardar a segurança da
sociedade e do Estado.

b) São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos, salvo


quando expressamente autorizadas pela autoridade policial ou judiciária.

c) Na hipótese de prisão em flagrante ou decorrente de mandado judicial, o


preso será obrigatoriamente submetido à identificação criminal, mesmo que
identificado civilmente.

d) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


virtude de lei ou de decreto do Poder Executivo.

e) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,


quando necessário ao exercício profissional.

Comentários:

A letra A está incorreta. É o contrário! A criação de associações e, na forma da


lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento (art. 5º, XVIII, CF).

A letra B está incorreta. Não há tal ressalva na Constituição (art. 5º, LVI, CF).

A letra C está incorreta. A Constituição prevê que o civilmente identificado não


será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei
(art. 5º, LVIII, CF).

A letra D está incorreta. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer


alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º, II, CF).

A letra E está correta. O inciso XIV do art. 5º da Constituição tem dois


desdobramentos: assegura o direito de acesso à informação (desde que esta
não fira outros direitos fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando
que estes obtenham informações sem terem que revelar sua fonte.

O gabarito é a letra E.

27. (VUNESP/TJ SP – 2013) Assinale a alternativa correta a respeito


da inviolabilidade domiciliar.

a) Não ofende o princípio constitucional da inviolabilidade do domicílio o


simples ingresso de funcionário de concessionária de serviço público, sem
consulta ao morador, para coletar dados de leitura de hidrômetro em quintal
de residência.

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b) O Supremo Tribunal Federal consagrou entendimento de que a Comissão
Parlamentar de Inquérito, agindo por autoridade própria, tem legitimidade
para expedir ordem judicial para invadir domicílio, desde que durante o dia.

c) A Constituição Federal autoriza a prisão em flagrante como exceção à


inviolabilidade domiciliar, prescindindo de mandado judicial, qualquer que seja
sua natureza.

d) O sigilo profissional, constitucionalmente garantido, afasta a possibilidade


de cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de
advocacia.

e) A proteção do domicilio tem amplo espectro, abrangendo, inclusive, o local


onde a pessoa exerce sua profissão, mas não inclui local habitado de forma
temporária, como por exemplo, quarto de hotel.

Comentários:

A letra A está incorreta. Há, sim, violação de domicílio nesse caso, uma vez
que não se trata de exceção prevista pela Constituição. Segundo o STF, nem
os organismos policiais e nem a Administração Pública, afrontando direitos
assegurados pela Constituição da República, podem invadir domicílio alheio,
sem a prévia e necessária existência de ordem judicial, ressalvada a ocorrência
das demais exceções constitucionais.

A letra B está incorreto. As CPIs não têm legitimidade para determinar a busca
em domicílio.

A letra C está correta. No caso de prisão em flagrante, a invasão do domicílio


poderá se dar a qualquer hora do dia ou da noite, prescindindo de ordem
judicial.

A letra D está incorreta. É possível a violação do escritório de advocacia,


mesmo este sendo considerado domicílio. A inviolabilidade domiciliar e o sigilo
profissional não podem servir como manto protetor para atividades ilícitas.

A letra E está incorreta. O quarto de hotel está incluído no conceito de


domicílio.

A letra C é o gabarito.

28. (VUNESP/MPE ES – 2013) Considerando a doutrina prevalente no


direito brasileiro e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
assinale a alternativa correta a respeito da inviolabilidade do
domicílio.

a) Não configura violação de domicílio a simples entrada, sem autorização do


morador, de funcionários de concessionárias de serviços públicos para leitura
de registros de água ou de luz localizados dentro da casa.

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b) A ordem judicial para penetração no domicílio pode ser de cunho geral, para
abranger num único mandado ordem para revistar várias casas de um
logradouro ou vila.

c) Será considerada ilícita e contaminada a prova obtida por particular em


desafio à inviolabilidade do domicílio, ainda que a invasão não tenha sido
praticada por agentes do poder público.

d) Consideram-se abrangidas pela inviolabilidade domiciliar as partes abertas


às pessoas em geral em bares e restaurantes.

e) A proteção constitucional do domicílio abrange toda habitação privada de


uso individual ou familiar, excluindo-se, porém, as habitações de uso coletivo
sem caráter definitivo ou habitual.

Comentários:

Letra A: errada. Nessa situação, como a entrada ocorreu sem autorização do


morador, fica caracterizada a violação de domicílio.

Letra B: errada. A ordem judicial não pode ser genérica. Ao contrário, deve ser
específica, delimitada.

Letra C: correta. É exatamente isso! As provas obtidas em desafio à


inviolabilidade do domicílio são consideradas ilícitas e devem ser
expurgadas do processo.

Letra D: errada. Os bares e restaurantes não estão protegidos pela


inviolabilidade do domicílio. Estarão abrangidos pelo conceito de casa os
compartimentos privados não abertos ao público, onde alguém exerce
profissão ou atividade pessoal.

Letra E: errada. As habitações de uso coletivo também estão protegidas pela


inviolabilidade do domicílio.

29. (VUNESP/TJ SP – 2012) Assinale a alternativa que contempla


corretamente um direito garantido expressamente pela Constituição
Federal.

a) Inviolabilidade do sigilo de correspondência e das comunicações telefônicas,


salvo, no primeiro caso, por ordem judicial, para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal.

b) Inviolabilidade do domicílio, impedindo que alguém nele possa entrar sem


consentimento do morador, salvo para prestar socorro, ou, durante o dia ou à
noite, por determinação judicial.

c) Livre exercício dos cultos religiosos e garantia, na forma da lei, da proteção


aos locais de culto e a suas liturgias.

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d) Direito de reunião pacífica, sem armas, em locais abertos ao público, desde
que obtida prévia autorização do poder público e desde que não frustre outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

e) Manifestação livre do pensamento, com respectiva garantia do anonimato.

Comentários:

A letra A está incorreta. A Constituição assegura, em seu art. 5º, inciso XII,
que é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.

A letra B está incorreta. A Carta Magna garante a inviolabilidade do domicílio,


salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial (art. 5º, XI, CF).

A letra D está incorreta. Não há necessidade de autorização para o exercício do


direito de reunião. Exige-se apenas prévio aviso à autoridade competente (art.
5º, XVI, CF).

A letra E está incorreta. A Carta Magna veda o anonimato (art. 5º, IV, CF).

O gabarito é a letra C. Fundamento: art. 5º, VI, CF.

30. (VUNESP/MPE ES – 2013 - adaptada) Com relação à liberdade de


associação, assinale a alternativa que está expressamente de acordo
com o texto constitucional.

a) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado.

b) É plena a liberdade de associação, para fins licítos, incluindo a de caráter


paramilitar.

c) A criação de associações e a de cooperativas dependem de autorização,


sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

d) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, a


não ser por meio de convenção coletiva.

Comentários:

A letra A está correta. De acordo com o art. 5º, XIX, da Constituição, as


associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado. O trânsito em julgado é exigido apenas no caso de
dissolução compulsória da associação.
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A letra B está incorreta. A Carta Magna veda a criação de associações de
caráter paramilitar (art. 5º, XVII, CF).

A letra C está incorreta. A criação de associações e, na forma da lei, a de


cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
estatal em seu funcionamento (art. 5º, XVIII, CF).

A letra D está incorreta. Não há tal exceção.

A letra A é o gabarito da questão.

31. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É a todos assegurado o acesso à


informação e o sigilo da fonte, independentemente de sua necessidade
recair, ou não, sobre o exercício profissional.

Comentários:

O acesso à informação é assegurado a todos. Porém, é resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional. Questão incorreta.

32. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É inviolável o sigilo da correspondência


e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial ou do Ministério Público, para fins de investigação criminal.

Comentários:

O Ministério Público não poderá determinar a quebra do sigilo telefônico.


Apenas o Poder Judiciário poderá fazê-lo. Questão incorreta.

33. (VUNESP / PC-SP – 2014) Todos podem reunir-se pacificamente,


sem armas, em locais abertos ao público, desde que obtida prévia
autorização do delegado de polícia e não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local.

Comentários:

Para o exercício do direito de reunião, não há necessidade de prévia


autorização. Basta o prévio aviso à autoridade competente. Questão
incorreta.

34. (VUNESP / PC-SP – 2014) É inviolável o sigilo da correspondência


e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem do juiz ou do promotor de
justiça, na forma da lei.

Comentários:

A quebra do sigilo telefônico pode ser determinada apenas pelo Poder


Judiciário. O Ministério Público não tem competência para fazê-lo. Questão
incorreta.
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35. (VUNESP/MPE SP - 2010) Uma das possibilidades de quebra do
princípio da inviolabilidade de domicílio previstas na Constituição é o
cumprimento, durante o dia ou à noite, de determinação judicial.

Comentários:

No caso de determinação judicial, só é possível a violação de domicílio durante


o dia. Questão incorreta.

36. (VUNESP/Unesp - 2012) É livre o exercício de qualquer trabalho,


ofício ou profissão, independentemente das qualificações profissionais
que a lei estabelecer.

Comentários:

A Constituição Federal prevê, em seu art. 5º, XIII, que “é livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer”. Questão incorreta.

37. (VUNESP / PC-SP – 2013) É livre o exercício de qualquer


trabalho, ofício ou profissão, não podendo a lei estabelecer restrições
quanto às qualificações profissionais.

Comentários:

A lei poderá, sim, estabelecer restrições quanto às qualificações profissionais.


É o que se depreende a partir da leitura do art. 5º, XIII, CF/88, que estabelece
que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer. Questão incorreta.

38. (VUNESP / PC-SP – 2013) É inviolável o sigilo da correspondência


e das comunicações telefônicas, salvo, em ambos os casos, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XII, CF/88, “é inviolável o sigilo da correspondência e das


comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.
Assim, o que a CF/88 prevê expressamente é apenas em relação à quebra de
sigilo telefônico por ordem judicial. Questão incorreta.

39. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos - 2012) Conforme o


que estabelece a Carta Magna, as associações não podem ser
compulsoriamente dissolvidas.

Comentários:

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As associações podem, sim, ser compulsoriamente dissolvidas, caso haja
decisão judicial transitada em julgado nesse sentido (art. 5º, XIX, CF).
Questão incorreta.

40. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos - 2012) Conforme o


que estabelece a Carta Magna, as associações dependem de
autorização para serem criadas.

Comentários:

As associações independem de autorização para a sua criação (art. 5º, XVIII,


CF). Questão incorreta.

41. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos - 2012) Conforme o


que estabelece a Carta Magna, as associações somente podem ter suas
atividades suspensas após trânsito em julgado de decisão judicial.

Comentários:

As associações somente podem ter suas atividades suspensas após decisão


judicial, mas não é necessário que esta tenha transitado em julgado. Essa
exigência só se aplica à dissolução, não à suspensão das associações. Questão
incorreta.

42. (VUNESP / TJ-SP – 2010) Assinale a alternativa que está em


consonância com o texto da Constituição Federal Brasileira.

a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante a noite, por determinação judicial.

b) É inviolável o sigilo da correspondência, salvo por ordem judicial para fins


de investigação criminal ou instrução processual penal.

c) É assegurado a todos o acesso à informação, sendo vedado, em qualquer


hipótese, o sigilo da fonte.

d) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que obtida, previamente, a devida autorização do órgão
competente.

e) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem


de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

Letra A: errada. Por determinação judicial, somente é possível ingressar na


casa do morador sem o seu consentimento durante o dia.

Letra B: errada. A CF/88 prevê que a quebra do sigilo das comunicações


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telefônicas pode ocorrer por ordem judicial.

Letra C: errada. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o


sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Letra D: errada. O direito de reunião não depende de autorização para ser


exercido.

Letra E: correta. É exatamente o que prevê o art. 5º, XVIII. A criação de


associações e, na forma da lei, a de cooperativas independe de autorização.
Ademais, é vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

43. (VUNESP / PC-SP – 2014) O texto constitucional dispõe que a lei


estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social. Nessa hipótese, ressalvados
os casos previstos na própria Constituição, o proprietário do bem
desapropriado terá direito:

a) à indenização a ser paga em títulos da dívida pública, resgatáveis no prazo


de até vinte anos

b) a receber indenização em créditos de impostos

c) à justa e prévia indenização em dinheiro.

d) a receber do poder público outro bem de igual valor.

e) à indenização em dinheiro a ser paga somente após cinco anos da


transferência do bem para o poder público.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XXIV, “a lei estabelecerá o procedimento para


desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição”. A resposta, portanto, é a letra C.

44. (VUNESP/TJ SP – 2012) A lei estabelecerá o procedimento para


desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, mediante indenização a ser paga em títulos da dívida pública,
resgatáveis em até vinte anos, ressalvados os casos previstos na
Constituição.

Comentários:

O art. 5º, inciso XXIV, da CF/88 prevê que a indenização, nos casos de
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
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dar-se-á mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos na Constituição. Questão incorreta.

45. (VUNESP/TJ SP – 2012) A pequena ou média propriedade rural,


assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será ob-
jeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento.

Comentários:

Essa previsão se dá apenas para a pequena propriedade, não para a média


(art. 5º, XXVI, CF).

46. (VUNESP / TJ-MS – 2009) A lei assegurará aos autores de


inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Comentários:

É exatamente o que prevê o art. 5º, XXIX. Questão correta.

47. (VUNESP / TJ-MS – 2009) A sucessão de bens de estrangeiros


situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, mesmo que lhes seja mais favorável
a lei pessoal do de cujus.

Comentários:

A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei


brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus". Assim, se a lei pessoal
do “de cujus” for mais favorável, será aplicável a lei estrangeira à sucessão.
Questão incorreta.

48. (VUNESP / MPE-SP – 2008) A Constituição da República


Federativa do Brasil :

I. permite o uso de propriedade particular por autoridade competente em


caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário ulterior
indenização por dano;

II. estabelece a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por


interesse social, somente mediante pagamento em dinheiro;

III. garante a impenhorabilidade da pequena propriedade rural por quaisquer


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dívidas de seu proprietário.

Pode-se afirmar que somente:

a) a assertiva I está correta.

b) as assertivas I e II estão corretas.

c) as assertivas I e III estão corretas.

d) a assertiva II está correta.

e) a assertiva III está correta.

Comentários:

A primeira assertiva está correta. Segundo o art. 5º, XXV, no caso de


iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano.

A segunda assertiva está errada. Nem sempre a indenização será em


dinheiro. Há exceções previstas na Constituição Federal em que a indenização
ocorrerá de outras formas. Isso é o que se depreende a partir da leitura do art.
5º, XXIV: “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição”.

A terceira assertiva está errada. A pequena propriedade rural trabalhada pela


família não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes
de sua atividade produtiva. Assim, a impenhorabilidade não alcança
quaisquer dívidas.

Questões Comentadas

1. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

1. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Como se sabe, os direitos fundamentais


experimentaram uma evolução ao longo do tempo, constituindo as
chamadas gerações de direitos. Neste sentido, assinale a alternativa
que não exprime a verdade.

a) Direitos fundamentais de primeira geração são chamados de direitos


negativos em relação ao poder estatal.

b) Direitos fundamentais de segunda geração são direitos sociais, econômicos


e culturais.

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c) Direitos fundamentais de terceira geração possuem um viés mais coletivo e
subjetivo, como direito à paz, a um meio ambiente sadio ou à comunicação.

d) Direitos fundamentais de primeira e segunda geração foram contemplados,


pela primeira vez, na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de
1789, na França.

2. (VUNESP/TJ MG - 2012) Acentuam o princípio da igualdade os


chamados direitos de "primeira geração".

3. (VUNESP/TJ MG - 2012) Os chamados pela doutrina de "direitos


fundamentais de primeira geração" estão relacionados com a
igualdade e compõem alguns direitos sociais, tais como os direitos
trabalhistas, previdenciários, econômicos e culturais, e outros
vinculados à educação e à saúde.

4. (VUNESP/TJ RJ - 2013) A ilimitabilidade é uma das


características dos direitos humanos que, aplicável no Brasil, não
admite que esses sofram qualquer restrição em sua fruição.

5. (VUNESP / TJ-RJ – 2012) Dentre as várias características dos


direitos humanos elencadas pela doutrina, podem ser mencionadas as
seguintes: indivisibilidade, complementaridade, indisponibilidade,
ilimitabilidade e irrenunciabilidade.

2. Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 01)

6. (VUNESP / TJ-SP – 2015) Ao analisar decisões do Supremo


Tribunal Federal na aplicação do princípio da igualdade, por exemplo
na ADPF 186/DF (sistema de cotas para ingresso nas universidades
públicas), é correto afirmar que:

a) o princípio da igualdade é absoluto no que se refere à igualdade de gênero.

b) a diferença salarial entre servidores com igual função em diferentes entes


públicos não se sustenta diante do princípio da isonomia, a justificar revisão
por parte do Judiciário.

c) as discriminações positivas correspondem a maior efetividade ao princípio


da igualdade.

d) a Constituição Federal não estabelece distinção entre igualdade formal e


material.

7. (VUNESP / TJ-SP – 2015) João é ex-jogador de futebol e, embora


não graduado em Educação Física, é treinador e monitor de uma escola
de futebol. João não tem registro no Conselho Regional de Educação
Física – CREF e está sendo compelido, pelo Conselho Regional de sua
cidade, a ter registro em seus quadros. O advogado de João explicou-
lhe corretamente que, nos termos da Constituição Federal:

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a) seu registro nos quadros do CREF não será obrigatório, ainda que haja lei
estabelecendo sua obrigatoriedade, uma vez que a Constituição assegura a
liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão.

b) o CREF pode obrigá-lo a ter registro, independentemente de qualquer


disposição legal, já que possui poder de polícia.

c) não poderá exercer a profissão de treinador e monitor de futebol caso não


haja lei que regulamente essa profissão, sendo, nessa hipótese, descabida a
exigência de registro nos quadros do CREF.

d) seu registro nos quadros do CREF será obrigatório caso haja lei que
imponha essa obrigatoriedade, não sendo suficiente norma interna do CREF a
respeito.

e) o CREF só pode obrigá-lo a ter registro se houver norma interna desse


Conselho que imponha a treinadores e monitores de futebol terem registro em
seus quadros.

8. (VUNESP / Prefeitura de Caieiras – 2015) Segundo o que


prescreve a Constituição Federal, a liberdade de reunião está
condicionada

a) ao pagamento de taxas.

b) ao pagamento de tributos estabelecidos pela autoridade policial competente.

c) à situação política e administrativa da entidade representativa da categoria


profissional.

d) à autorização especial da autoridade competente que determinará hora e


local para a reunião.

e) ao prévio aviso à autoridade competente e desde que não frustre outra


reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

9. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Levando-se em conta o que dispõe a


Constituição Federal, assinale a alternativa correta.

a) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual civil ou penal.

b) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, salvo censura ou licença

c) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, sendo vedado à


lei condicioná-lo a qualificações profissionais.

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d) As associações poderão ter suas atividades suspensas por decisão judicial,
ainda que não transitada em julgado.

e) É plena a liberdade de associação, inclusive a de caráter paramilitar, desde


que para fins lícitos.

10. (VUNESP / TJ-PA – 2014) O texto constitucional, em seu art. 5.º,


caput, prevê expressamente valores ou direitos fundamentais ao ditar
literalmente que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito.

a) à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

b) à vida, à liberdade, à segurança, à intimidade e à dignidade.

c) à vida, à dignidade, à intimidade e à igualdade.

d) à vida, à liberdade, à fraternidade, à dignidade.

e) à vida, à liberdade e à intimidade.

11. (VUNESP / PC-SP – 2014) No que se refere à liberdade religiosa,


é correto afirmar que a Constituição Federal

a) não estabelece qualquer regra sobre essa matéria, permitindo total e


irrestrita liberdade de religião.

b) estabelece a proteção a todas as religiões de forma irrestrita e impede que


o Estado exerça qualquer tipo de fiscalização sobre os locais de culto.

c) protege e assegura toda e qualquer manifestação religiosa, sendo a religião


Católica Apostólica Romana considerada a religião oficial do Estado brasileiro.

d) assegura o livre exercício dos cultos e garante, na forma da lei, a proteção


aos locais de culto e a suas liturgias.

e) assegura a proteção às manifestações religiosas, devendo o Estado


fomentar as religiões e subsidiar os templos e locais de culto.

12. (VUNESP/Unesp - 2012) É vedada a assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva.

13. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É expressamente vedada a prestação


de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva.

14. (VUNESP / TJ-PA) É a todos assegurado o direito de eximir-se de


obrigação legal imposta invocando crença religiosa ou convicção
filosófica.

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15. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É a todos assegurada a livre expressão
da atividade intelectual, artística e científica precedidas de licença.

16. (VUNESP / MPE-ES – 2013) É assegurado o direito de resposta,


proporcional ao agravo, exceto a indenização por dano material ou à
imagem.

17. (VUNESP / TJ-RJ – 2013) Não ofende garantias constitucionais


do réu a determinação judicial, em ação de investigação de
paternidade, para que o réu seja compulsoriamente conduzido para
coleta de material do exame de DNA.

18. (VUNESP / PC-SP – 2013) Ninguém será obrigado a fazer ou


deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei ou de decreto do
Poder Executivo.

19. (VUNESP / TJM-SP – 2011) Determina expressamente o inc. IX


do art. 5.° da Constituição da República Federativa do Brasil, que é
livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de
comunicação:

a) mediante prévia obtenção de licença.

b) mediante prévia análise do órgão censor.

c) independentemente de censura ou licença.

d) mediante prévia aprovação por órgão catalogador.

e) independentemente de censura com relação às três primeiras atividades e


mediante licença com relação à última.

20. (VUNESP / TJ-MG – 2012) Com relação ao princípio da igualdade


previsto no texto constitucional brasileiro, assinale a alternativa que
apresenta informação incorreta.

a) Acentuam o princípio da igualdade os chamados direitos de “primeira


geração”.

b) De acordo com o STF, não ofende o princípio da igualdade a limitação de


idade para a inscrição em concurso público, desde que se leve em conta a
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

c) O princípio da isonomia reveste-se de autoaplicabilidade e não é suscetível


de regulamentação ou complementação normativa.

d) Segundo o STF, não cabe ao Poder Judiciário aumentar vencimentos de


servidores públicos, mesmo que sob o fundamento do princípio da igualdade.

21. (VUNESP / CEAGESP – 2010) Assinale a alternativa que está de


acordo com o disposto na Constituição Federal.

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a) É livre a manifestação do pensamento, sendo garantido o anonimato.

b) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, devendo a lei, no


entanto, regulamentar e limitar o exercício dos cultos religiosos e as suas
liturgias.

c) Ninguém será punido por prática de crença religiosa, filosófica ou política,


salvo se as praticar em decorrência de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa.

d) É garantida a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, desde que obtida a devida licença, na forma da lei.

e) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.

22. (VUNESP / DPE-MS – 2014) O Direito Fundamental de


Manifestação é consagrado no texto constitucional nos seguintes
termos:

a) todos podem reunir-se pacificamente sem armas, em locais abertos ao


público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente.

b) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ou


fechados ao público, independentemente de autorização, mesmo que frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente.

c) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, independentemente de autorização, mesmo que frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sem a exigência de
prévio aviso à autoridade competente.

d) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que previamente autorizados por autoridade competente e que
não frustrem outra reunião previamente e anteriormente requerida e
convocada para o mesmo local.

23. (VUNESP / PC-SP – 2014) Perseu, oficial de justiça, foi cumprir


mandado de busca e apreensão na residência de Hércules. Tendo
chegado à casa de Hércules às 20 horas para cumprir a ordem judicial,
este não permitiu que Perseu entrasse em sua residência.
Considerando esses fatos, bem como o que dispõe a Constituição
Federal sobre a inviolabilidade do domicílio, é correto afirmar que:

a) Perseu não poderia, realmente, adentrar ao domicílio de Hércules naquele


horário, já que o domicílio somente pode ser penetrado, à noite, sem o

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consentimento do morador, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro.

b) a negativa de Hércules baseia-se na regra de que o domicílio é


absolutamente inviolável, não podendo ser penetrado, sem o consentimento do
morador, de dia ou de noite, em qualquer hipótese.

c) Hércules não poderia impedir a entrada de Perseu em sua casa naquele


horário, tendo em vista que este estava de posse de um mandado judicial.

d) a Constituição não autoriza que o domicílio seja penetrado, sem o


consentimento do morador, para cumprir uma ordem judicial, seja de noite ou
de dia.

e) Perseu poderia, legalmente, adentrar na residência de Hércules, ainda que


sem o seu consentimento, para cumprir o mandado judicial naquele horário.

24. (VUNESP / EMPLASA – 2014) Dentre os direitos e garantias


fundamentais previstos expressamente no texto da Constituição
Federal, encontra-se:

a) o direito ao duplo grau de jurisdição, mediante a apresentação de recurso


perante órgão colegiado.

b) o direito de acesso à informação governamental, pelo cidadão, de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral

c) a inviolabilidade do direito à vida, desde o momento da concepção, até a


morte cerebral.

d) a livre manifestação do pensamento, de forma identificada ou mediante


anonimato, visando assegurar o sigilo da fonte.

e) a exceção do direito à inviolabilidade da casa, quando se tratar do


cumprimento de mandado judicial, a qualquer hora do dia ou da noite.

25. (VUNESP / TJ-SP – 2013) A Constituição Federal protege a casa


do indivíduo, considerando-a asilo inviolável, ninguém nela podendo
penetrar sem o consentimento do morador. Tal afirmação está:

a) totalmente correta

b) parcialmente correta, visto que a própria Constituição Federal prevê as


seguintes exceções a essa regra: hipóteses de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial

c) parcialmente correta, visto que a própria Constituição Federal prevê as


seguintes exceções a essa regra: hipóteses de flagrante relacionado a crime
hediondo ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.

d) parcialmente correta, visto que a própria Constituição Federal prevê as


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seguintes exceções a essa regra: hipóteses de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, inclusive durante a noite, por determinação judicial.

26. (VUNESP/PC SP – 2013) Assinale a alternativa cujo conteúdo se


encontra em consonância com o texto expresso da Constituição
Federal brasileira.

a) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de


expressa autorização do poder público, sendo permitida a interferência estatal
em seu funcionamento quando necessária para resguardar a segurança da
sociedade e do Estado.

b) São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos, salvo


quando expressamente autorizadas pela autoridade policial ou judiciária.

c) Na hipótese de prisão em flagrante ou decorrente de mandado judicial, o


preso será obrigatoriamente submetido à identificação criminal, mesmo que
identificado civilmente.

d) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


virtude de lei ou de decreto do Poder Executivo.

e) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,


quando necessário ao exercício profissional.

27. (VUNESP/TJ SP – 2013) Assinale a alternativa correta a respeito


da inviolabilidade domiciliar.

a) Não ofende o princípio constitucional da inviolabilidade do domicílio o


simples ingresso de funcionário de concessionária de serviço público, sem
consulta ao morador, para coletar dados de leitura de hidrômetro em quintal
de residência.

b) O Supremo Tribunal Federal consagrou entendimento de que a Comissão


Parlamentar de Inquérito, agindo por autoridade própria, tem legitimidade
para expedir ordem judicial para invadir domicílio, desde que durante o dia.

c) A Constituição Federal autoriza a prisão em flagrante como exceção à


inviolabilidade domiciliar, prescindindo de mandado judicial, qualquer que seja
sua natureza.

d) O sigilo profissional, constitucionalmente garantido, afasta a possibilidade


de cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de
advocacia.

e) A proteção do domicilio tem amplo espectro, abrangendo, inclusive, o local


onde a pessoa exerce sua profissão, mas não inclui local habitado de forma
temporária, como por exemplo, quarto de hotel.

28. (VUNESP/MPE ES – 2013) Considerando a doutrina prevalente


no direito brasileiro e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,

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assinale a alternativa correta a respeito da inviolabilidade do
domicílio.

a) Não configura violação de domicílio a simples entrada, sem autorização do


morador, de funcionários de concessionárias de serviços públicos para leitura
de registros de água ou de luz localizados dentro da casa.

b) A ordem judicial para penetração no domicílio pode ser de cunho geral, para
abranger num único mandado ordem para revistar várias casas de um
logradouro ou vila.

c) Será considerada ilícita e contaminada a prova obtida por particular em


desafio à inviolabilidade do domicílio, ainda que a invasão não tenha sido
praticada por agentes do poder público.

d) Consideram-se abrangidas pela inviolabilidade domiciliar as partes abertas


às pessoas em geral em bares e restaurantes.

e) A proteção constitucional do domicílio abrange toda habitação privada de


uso individual ou familiar, excluindo-se, porém, as habitações de uso coletivo
sem caráter definitivo ou habitual.

29. (VUNESP/TJ SP – 2012) Assinale a alternativa que contempla


corretamente um direito garantido expressamente pela Constituição
Federal.

a) Inviolabilidade do sigilo de correspondência e das comunicações telefônicas,


salvo, no primeiro caso, por ordem judicial, para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal.

b) Inviolabilidade do domicílio, impedindo que alguém nele possa entrar sem


consentimento do morador, salvo para prestar socorro, ou, durante o dia ou à
noite, por determinação judicial.

c) Livre exercício dos cultos religiosos e garantia, na forma da lei, da proteção


aos locais de culto e a suas liturgias.

d) Direito de reunião pacífica, sem armas, em locais abertos ao público, desde


que obtida prévia autorização do poder público e desde que não frustre outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

e) Manifestação livre do pensamento, com respectiva garantia do anonimato.

30. (VUNESP/MPE ES – 2013 - adaptada) Com relação à liberdade de


associação, assinale a alternativa que está expressamente de acordo
com o texto constitucional.

a) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado.

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b) É plena a liberdade de associação, para fins licítos, incluindo a de caráter
paramilitar.

c) A criação de associações e a de cooperativas dependem de autorização,


sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

d) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, a


não ser por meio de convenção coletiva.

31. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É a todos assegurado o acesso à


informação e o sigilo da fonte, independentemente de sua necessidade
recair, ou não, sobre o exercício profissional.

32. (VUNESP / TJ-PA – 2014) É inviolável o sigilo da


correspondência e das comunicações telefônicas, salvo, no último
caso, por ordem judicial ou do Ministério Público, para fins de
investigação criminal.

33. (VUNESP / PC-SP – 2014) Todos podem reunir-se pacificamente,


sem armas, em locais abertos ao público, desde que obtida prévia
autorização do delegado de polícia e não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local.

34. (VUNESP / PC-SP – 2014) É inviolável o sigilo da


correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem do juiz ou
do promotor de justiça, na forma da lei.

35. (VUNESP/MPE SP - 2010) Uma das possibilidades de quebra do


princípio da inviolabilidade de domicílio previstas na Constituição é o
cumprimento, durante o dia ou à noite, de determinação judicial.

36. (VUNESP/Unesp - 2012) É livre o exercício de qualquer trabalho,


ofício ou profissão, independentemente das qualificações profissionais
que a lei estabelecer.

37. (VUNESP / PC-SP – 2013) É livre o exercício de qualquer


trabalho, ofício ou profissão, não podendo a lei estabelecer restrições
quanto às qualificações profissionais.

38. (VUNESP / PC-SP – 2013) É inviolável o sigilo da


correspondência e das comunicações telefônicas, salvo, em ambos os
casos, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal.

39. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos - 2012) Conforme o


que estabelece a Carta Magna, as associações não podem ser
compulsoriamente dissolvidas.

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40. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos - 2012) Conforme o
que estabelece a Carta Magna, as associações dependem de
autorização para serem criadas.

41. (VUNESP/Prefeitura de São José dos Campos - 2012) Conforme o


que estabelece a Carta Magna, as associações somente podem ter suas
atividades suspensas após trânsito em julgado de decisão judicial.

42. (VUNESP / TJ-SP – 2010) Assinale a alternativa que está em


consonância com o texto da Constituição Federal Brasileira.

a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante a noite, por determinação judicial.

b) É inviolável o sigilo da correspondência, salvo por ordem judicial para fins


de investigação criminal ou instrução processual penal.

c) É assegurado a todos o acesso à informação, sendo vedado, em qualquer


hipótese, o sigilo da fonte.

d) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que obtida, previamente, a devida autorização do órgão
competente.

e) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem


de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

43. (VUNESP / PC-SP – 2014) O texto constitucional dispõe que a lei


estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social. Nessa hipótese, ressalvados
os casos previstos na própria Constituição, o proprietário do bem
desapropriado terá direito:

a) à indenização a ser paga em títulos da dívida pública, resgatáveis no prazo


de até vinte anos

b) a receber indenização em créditos de impostos

c) à justa e prévia indenização em dinheiro.

d) a receber do poder público outro bem de igual valor.

e) à indenização em dinheiro a ser paga somente após cinco anos da


transferência do bem para o poder público.

44. (VUNESP/TJ SP – 2012) A lei estabelecerá o procedimento para


desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, mediante indenização a ser paga em títulos da dívida pública,
resgatáveis em até vinte anos, ressalvados os casos previstos na
Constituição.

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45. (VUNESP/TJ SP – 2012) A pequena ou média propriedade rural,
assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será ob-
jeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento.

46. (VUNESP / TJ-MS – 2009) A lei assegurará aos autores de


inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

47. (VUNESP / TJ-MS – 2009) A sucessão de bens de estrangeiros


situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, mesmo que lhes seja mais favorável
a lei pessoal do de cujus.

48. (VUNESP / MPE-SP – 2008) A Constituição da República


Federativa do Brasil :

I. permite o uso de propriedade particular por autoridade competente em


caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário ulterior
indenização por dano;

II. estabelece a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por


interesse social, somente mediante pagamento em dinheiro;

III. garante a impenhorabilidade da pequena propriedade rural por quaisquer


dívidas de seu proprietário.

Pode-se afirmar que somente:

a) a assertiva I está correta.

b) as assertivas I e II estão corretas.

c) as assertivas I e III estão corretas.

d) a assertiva II está correta.

e) a assertiva III está correta.

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Gabarito
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1. LETRA D
2. INCORRETA
3. INCORRETA
4. INCORRETA
5. INCORRETA
6. LETRA C
7. LETRA D
8. LETRA E
9. LETRA D
10. LETRA A
11. LETRA D
12. INCORRETA
13. INCORRETA
14. INCORRETA
15. INCORRETA
16. INCORRETA
17. INCORRETA
18. INCORRETA
19. LETRA C
20. LETRA A
21. LETRA E
22. LETRA A
23. LETRA A
24. LETRA B
25. LETRA B
26. LETRA E
27. LETRA C
28. LETRA C
29. LETRA C
30. LETRA A
31. INCORRETA
32. INCORRETA
33. INCORRETA
34. INCORRETA
35. INCORRETA
36. INCORRETA
37. INCORRETA
38. INCORRETA
39. INCORRETA
40. INCORRETA
41. INCORRETA
42. INCORRETA
43. LETRA C
44. INCORRETA

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45. INCORRETA
46. CORRETA
47. INCORRETA
48. LETRA A

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Aula 02

Direito Constitucional p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) - Com videoaulas

Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale


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AULA 02 – DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 02)0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀01!
Questões Comentadas0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀023!
Lista de Questões0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀0445!
Gabarito0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀0415!

Olá, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem?

Na aula anterior, nós demos início ao estudo dos direitos e deveres individuais
e coletivos. Hoje, continuaremos a tratar desse tema que, como já dissemos, é
um dos mais cobrados em prova.

Você verá que há muitos detalhes a serem memorizados, por isso é importante
resolver todos os exercícios da lista! Não deixe, também, de assistir aos vídeos
do professor Ricardo Vale, já disponíveis na sua área do aluno! Depois de ler
nosso material, resolver as questões e assistir aos vídeos, não tem como não
gabaritar a prova! ☺

Que tal começarmos nossos estudos?

Um grande abraço,

Nádia e Ricardo

Para tirar dúvidas e ter acesso a dicas e conteúdos gratuitos, acesse


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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 02)

Nosso estudo começa do ponto em que paramos na aula passada. Nela,


havíamos estudado o art. 5º, inciso I até o art. 5º, inciso XXXI.

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Ao inserir esse inciso no rol de direitos fundamentais, o constituinte destacou a


importância do direito do consumidor para os cidadãos. Essa importância
fica ainda mais evidente quando se verifica que no art. 170, V, CF/88 a defesa
do consumidor foi elevada à condição de princípio da ordem econômica.

O inciso XXXII é uma típica norma de eficácia limitada, uma vez que é
necessária a edição de uma lei que determine a forma pela qual o Estado fará
a defesa do consumidor. Essa lei já existe: é o Código de Defesa do
Consumidor.

Segundo o STF, as instituições financeiras também são alcançadas pelo


Código de Defesa do Consumidor.1 Além disso, o referido Código é aplicável
aos casos de indenização por danos morais e materiais por má prestação de
serviço em transporte aéreo.2

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Essa norma traduz o direito à informação que, combinado com o princípio da


publicidade, obriga a todos os órgãos e entidades da Administração Pública,
direta e indireta (incluindo empresas públicas e sociedades de economia
mista), a dar conhecimento aos administrados da conduta interna de seus
agentes. Com efeito, todos os cidadãos têm o direito de receber dos órgãos
públicos informações de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral.
O princípio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigação
de transparência.

Todavia, os órgãos públicos não precisam fornecer toda e qualquer informação


de que disponham. As informações cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado não devem ser fornecidas. Também
são imunes ao acesso as informações pessoais, que estão protegidas pelo
art. 5º, X, da CF/88 que dispõe que “são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

A regulamentação do art. 5º, inciso XXXIII, é feita pela Lei nº 12.527/2011, a


conhecida Lei de Acesso à Informação. É ela que define o procedimento

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
STF, ADI nº 2.591/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. DJe: 18.12.2009
2
STF, RE 575803-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe: 18.12.2009
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para a solicitação de informações aos órgãos e entidades públicas, bem como
os prazos e as formas pelas quais o acesso à informação será franqueado aos
interessados.

Em 2008, antes mesmo da Lei de Acesso à Informação, o Município de São


Paulo, buscando dar maior transparência pública, determinou a divulgação na
Internet da remuneração de seus servidores. O caso foi levado ao STF,
que entendeu que essas informações (remuneração bruta, cargos, funções,
órgãos de lotação) são de interesse coletivo ou geral, expondo-se,
portanto, à divulgação oficial. No entendimento da Corte, “não cabe, no caso,
falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em
causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos;
ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais agindo ‘nessa
qualidade’ (§ 6º do art. 37).3

No caso de lesão ao direito à informação, o remédio constitucional a ser


usado pelo particular é o mandado de segurança. Não é o habeas data! Isso
porque se busca garantir o acesso a informações de interesse particular do
requerente, ou de interesse coletivo ou geral, e não aquelas referentes à sua
pessoa (que seria a hipótese de cabimento de habeas data).

(TRF 5a Região – 2015) Deve ser resguardado o nome do


servidor público na publicitação dos dados referentes a sua
remuneração, porquanto tal divulgação viola a proteção
constitucional à intimidade.

Comentários:

A divulgação do nome e da remuneração dos servidores


públicos é de interesse coletivo ou geral e, portanto, não há
que se falar em violação da intimidade. Questão errada.

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de


taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Esse dispositivo legal prevê, em sua alínea “a”, o direito de petição e, na


alínea “b”, o direito à obtenção de certidões. Em ambos os casos,
assegura-se o não pagamento de taxas, por serem ambas as hipóteses
essenciais ao próprio exercício da cidadania.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
STF, MS, 3.902 – AgR, Rel. Min. Ayres Britto. DJE de 03.10. 2011
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Para facilitar a compreensão, traduzirei em palavras simples o que é petição e
o que é certidão.

Petição é um pedido, uma reclamação ou um requerimento endereçado a


uma autoridade pública. Trata-se de um instrumento de exercício da cidadania,
que permite a qualquer pessoa dirigir-se ao Poder Público para reivindicar
algum direito ou informação. Por esse motivo, o impetrante (autor da petição)
pode fazer um pedido em favor de interesses próprios, coletivos, da
sociedade como um todo, ou, até mesmo, de terceiros. Não necessita de
qualquer formalismo: apenas se exige que o pedido seja feito por documento
escrito. Exemplo: um servidor público pode, por meio de petição, pedir
remoção para outra localidade, para tratar de sua saúde.

Já a certidão é um atestado ou um ato que dá prova de um fato. Dentro da


linguagem jurídica, é uma cópia autêntica feita por pessoa que tenha fé
pública, de documento escrito registrado em um processo ou em um livro.
Exemplo: certidão de nascimento.

É muito comum que as bancas examinadoras tentem


confundir o candidato quanto às finalidades do direito
de petição e o direito de obter certidão.

1) O direito de petição tem como finalidades a defesa


de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso
de poder.

2) O direito à obtenção de certidões tem como


finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de
situações de interesse pessoal. Ele não serve para
esclarecimento de interesse de terceiros.

Como se vê, ambos servem para a defesa de direitos.


Entretanto, a petição também é usada contra ilegalidade
ou abuso de poder, enquanto as certidões têm como
segunda aplicação possível o esclarecimento de situações
de interesse pessoal.

O direito de petição é um remédio administrativo, que pode ter como


destinatário qualquer órgão ou autoridade do Poder Público, de qualquer um
dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) ou até mesmo do
Ministério Público. Todas as pessoas físicas (brasileiros ou estrangeiros) e
pessoas jurídicas são legitimadas para peticionar administrativamente aos
Poderes Públicos.

Por ser um remédio administrativo, isto é, de natureza não-jurisdicional, o


direito de petição é exercido independentemente de advogado. Em outras
palavras, não é obrigatória a representação por advogado para que alguém
possa peticionar aos Poderes Públicos. Nesse sentido, é importante deixar claro

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que o STF faz nítida distinção entre o direito de peticionar e o direito de
postular em juízo.4

O direito de postular em juízo, ao contrário do direito de petição, necessita,


para ser exercido, de representação por advogado, salvo em situações
excepcionais (como é o caso do habeas corpus). Portanto, para o STF, não é
possível, com base no direito de petição, garantir a qualquer pessoa ajuizar
ação, sem a presença de advogado. Com efeito, o ajuizamento de ação está no
campo do “direito de postular em juízo”, o que exige advogado.

Quando se exerce o direito de petição ou, ainda, quando se solicita uma


certidão, há uma garantia implícita a receber uma resposta (no caso de
petição) ou a obter a certidão. Quando há omissão do Poder Público (falta de
resposta a petição ou negativa ilegal da certidão), o remédio constitucional
adequado, a ser utilizado na via judicial, é o mandado de segurança.

Sobre o direito de certidão, o STF já se pronunciou da seguinte forma:

“o direito à certidão traduz prerrogativa jurídica, de extração


constitucional, destinada a viabilizar, em favor do indivíduo ou de uma
determinada coletividade (como a dos segurados do sistema de
previdência social), a defesa (individual ou coletiva) de direitos ou o
esclarecimento de situações, de tal modo que a injusta recusa estatal
em fornecer certidões, não obstante presentes os pressupostos
legitimadores dessa pretensão, autorizará a utilização de instrumentos
processuais adequados, como o mandado de segurança ou como a
própria ação civil pública, esta, nos casos em que se configurar a
existência de direitos ou interesses de caráter transindividual, como os
direitos difusos, os direitos coletivos e os direitos individuais
homogêneos”5.

As bancas examinadoras adoram dizer que o remédio


constitucional destinado a proteger o direito de certidão
é o habeas data. Isso está errado!

O remédio constitucional que protege o direito de


certidão é o mandado de segurança. O habeas data
é utilizado, como estudaremos mais à frente, quando
não se tem acesso a informações pessoais do
impetrante ou quando se deseja retificá-las.

Quando alguém solicita uma certidão, já tem acesso


às informações; o que quer é apenas receber um
documento formal do Poder Público que ateste a
veracidade das informações. Portanto, é incabível o
habeas data.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4
STF, Petição nº 762/BA AgR . Rel. Min. Sydney Sanches. Diário da Justiça 08.04.1994
5
RE STF 472.489/RS, Rel. Min. Celso de Mello, 13.11.2007.!
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!

(PC / GO – 2015) Todos têm direito a obter certidões em


repartições públicas para esclarecimento de situações de
interesse pessoal, mediante pagamento de taxa.

Comentários:

O direito à obtenção de certidões para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal independe
do pagamento de taxas. Questão errada.

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a


direito;

No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição, que é o sistema de


jurisdição una. Nesse modelo, somente o Poder Judiciário pode dizer o
Direito de forma definitiva, isto é, somente as decisões do Judiciário fazem
coisa julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, está o sistema
francês de jurisdição (contencioso administrativo), no qual tanto a
Administração quanto o Judiciário podem julgar com caráter definitivo.

O art. XXXV, ao dizer que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito”, ilustra muito bem a adoção do sistema inglês pelo
Brasil. Trata-se do princípio da inafastabilidade de jurisdição, segundo o
qual somente o Poder Judiciário poderá decidir uma lide em definitivo. É claro
que isso não impede que o particular recorra administrativamente ao ter
um direito seu violado: ele poderá fazê-lo, inclusive apresentando recursos
administrativos, se for o caso. Entretanto, todas as decisões
administrativas estão sujeitas a controle judicial, mesmo aquelas das
quais não caiba recurso administrativo.

Cabe destacar que qualquer litígio, estejam eles concluídos ou pendentes de


solução na esfera administrativa, podem ser levados ao Poder Judiciário. No
último caso (pendência de solução administrativa), a decisão administrativa
restará prejudicada. O processo administrativo, consequentemente, será
arquivado sem decisão de mérito.

Em razão do princípio da inafastabilidade de jurisdição, também denominado


de princípio da universalidade de jurisdição, não existe no Brasil, como
regra geral, a “jurisdição condicionada” ou “instância administrativa
de curso forçado”. Isso quer dizer que o acesso ao Poder Judiciário
independe de processo administrativo prévio referente à mesma questão. O
direito de ação não está condicionado à existência de procedimento
administrativo anterior; uma vez que seu direito foi violado, o particular pode
recorrer diretamente ao Poder Judiciário.

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Há, todavia, algumas exceções, nas quais se exige o prévio esgotamento da
via administrativa para que, só então, o Poder Judiciário seja acionado. São
elas:

a) habeas data: um requisito para que seja ajuizado o habeas data é


a negativa ou omissão da Administração Pública em relação a pedido
administrativo de acesso a informações pessoais ou de retificação de
dados.

b) controvérsias desportivas: o art. 217, § 1º , da CF/88, determina


que “o Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça
desportiva, regulada em lei.”

c) reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante


pela Administração Pública: o art. 7º, § 1º, da Lei nº 11.417/2006,
dispõe que “contra omissão ou ato da administração pública, o uso da
reclamação só será admitido após esgotamento das vias
administrativas”. A reclamação é ação utilizada para levar ao STF caso
de descumprimento de enunciado de Súmula Vinculante (art. 103-A,
§3º). Segundo o STF, a reclamação está situada no âmbito do direito
de petição (e não no direito de ação); portanto, entende-se que sua
natureza jurídica não é a de um recurso, de uma ação e nem de um
incidente processual. 6

O STF já teve a oportunidade de se manifestar, em um caso concreto, sobre a


inexistência de “jurisdição condicionada” no Brasil, tendo concluído que “não
há previsão constitucional de esgotamento da via administrativa como
condição da ação que objetiva o reconhecimento de direito previdenciário”. 7

O art. 5º, XXXV, da CF/88, representa verdadeira garantia de acesso ao


Poder Judiciário, sendo um fundamento importante do Estado Democrático
de Direito. Todavia, por mais relevante que seja, não se trata de uma garantia
absoluta: o direito de acesso ao Poder Judiciário deve ser exercido,
pelos jurisdicionados, por meio das normas processuais que regem a
matéria, não constituindo-se negativa de prestação jurisdicional e
cerceamento de defesa a inadmissão de recursos quando não observados os
procedimentos estatuídos na normas instrumentais.8 Com efeito, o art. 5º,
inciso XXXV não obsta que o legislador estipule regras para o ingresso
do pleito na esfera jurisdicional, desde que obedecidos os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade. Quando este fixa formas, prazos e
condições razoáveis, não ofende a Inafastabilidade da Jurisdição.

Destaque-se que o princípio da inafastabilidade de jurisdição não assegura a


gratuidade universal no acesso aos tribunais, mas sim a garantia de que
o Judiciário se prestará à defesa de todo e qualquer direito, ainda que contra
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6
STF, ADI nº 2.212/CE. Rel. Min, Ellen Gracie. DJ. 14.11.2003
7
STF, RE 549.238, AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 05.06.2009.
8
STF, Ag.Rg. nº 152.676/PR. Rel. Min. Maurício Corrêa. DJ 03.11.1995.
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!
os poderes públicos, independentemente das capacidades econômicas das
partes.

É claro que se o valor da taxa judiciária for muito elevado, isso poderá
representar verdadeiro obstáculo ao direito de ação. Nesse sentido, entende o
STF que viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa
judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa (Súmula STF no
667). Com efeito, há que existir uma equivalência entre o valor da taxa
judiciária e o custo da prestação jurisdicional; uma taxa judiciária calculada
sobre o valor da causa pode resultar em valores muito elevados, na hipótese
de o valor da causa ser alto. Por isso, é razoável que a taxa judiciária
tenha um limite; assim, causas de valor muito elevado não resultarão em
taxas judiciárias desproporcionais ao custo da prestação jurisdicional.

A garantia de acesso ao Poder Judiciário é, como dissemos, um instrumento


importante para a efetivação do Estado democrático de direito. Dessa forma, o
direito de ação não pode ser obstaculizado de maneira desarrazoada. Seguindo
essa linha de raciocínio, o STF considerou que “é inconstitucional a
exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário”.9 (Súmula Vinculante no 28). Segundo a Corte, a necessidade do
depósito prévio limitaria o próprio acesso à primeira instância, podendo, em
muitos casos, inviabilizar o direito de ação.

Outro ponto importante, relacionado à garantia de acesso ao Poder Judiciário,


é sobre o duplo grau de jurisdição. Elucidando o conceito, explica-se que o
duplo grau de jurisdição é um reexame da matéria decidida em juízo, ou seja,
trata-se de uma nova apreciação jurisdicional (reexame) por um órgão diverso
e de hierarquia superior àquele que decidiu em primeira instância.

Segundo o STF, o duplo grau de jurisdição não consubstancia princípio


nem garantia constitucional, uma vez que são várias as previsões, na
própria Lei Fundamental, do julgamento em instância única ordinária.10 Em
outras palavras, a Constituição Federal de 1988 não estabelece
obrigatoriedade de duplo grau de jurisdição.

É de se ressaltar, todavia, que o duplo grau de jurisdição é princípio previsto


na Convenção Americana de Direitos Humanos, que é um tratado de direitos
humanos com hierarquia supralegal regularmente internalizado no
ordenamento jurídico brasileiro.11

Assim, parece-nos que a interpretação mais adequada é a de que, embora o


duplo grau de jurisdição exista no ordenamento jurídico brasileiro (em

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9
Súmula Vinculante nº 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito
de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.
10
RHC 79785 RJ; AgRg em Agl 209.954-1/SP, 04.12.1998.
11
O art. 8º, nº 2, alínea h, da Convenção Americana de Direitos Humanos dispõe que toda
pessoa tem “o direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior”.
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razão da incorporação ao direito doméstico da Convenção Americana de
Direitos Humanos), não se trata de um princípio absoluto, eis que a
Constituição estabelece várias exceções a ele.12 Nesse sentido, não cabe
recurso da decisão do Senado que julga o Presidente da República por crime
de responsabilidade; ou, ainda, é irrecorrível a decisão do STF que julga o
Presidente e os parlamentares nas infrações penais comuns.

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a


coisa julgada;

O direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada são institutos que
surgiram como instrumentos de segurança jurídica, impedindo que as leis
retroagissem para prejudicar situações jurídicas consolidadas. Eles
representam, portanto, a garantia da irretroatividade das leis, que, todavia,
não é absoluta.

O Estado não é impedido de criar leis retroativas; estas serão permitidas,


mas apenas se beneficiarem os indivíduos, impondo-lhes situação mais
favorável do que a que existia sob a vigência da lei anterior. Segundo o STF,
“o princípio insculpido no inciso XXXVI do art. 5º da Constituição não impede a
edição, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou decreto), em benefício do
particular”. 13

A Súmula STF nº 654 dispõe o seguinte:

“A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art.


5º, XXXVI, da Constituição da República, não é
invocável pela entidade estatal que a tenha
editado.”

Vamos às explicações... Suponha que a União tenha


editado uma lei retroativa concedendo um tratamento
mais favorável aos servidores públicos do que o
estabelecido pela lei anterior. Por ser benigna, a lei
retroativa pode, sim, ser aplicada mesmo face ao direito
adquirido.

Agora vem a pergunta: poderá a União (que editou a lei


retroativa) se arrepender do benefício que concedeu aos
seus servidores e alegar em juízo que a lei não é aplicável
em razão do princípio da irretroatividade das leis?

Não poderá, pois a garantia da irretroatividade da lei não


é invocável pela entidade estatal que a tenha
editado.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
12
STF, 2ª Turma, AI 601832 AgR/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe 02.04.2009.
13
STF, 3ª Turma, RExtr, nº 184.099/DF, Rel. Min. Octávio Gallotti, RTJ 165/327.
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Vamos, agora, entender os conceitos de direito adquirido, ato jurídico perfeito
e coisa julgada.

a) Direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio


do particular, uma vez que já foram cumpridos todos os requisitos
aquisitivos exigidos pela lei então vigente. É o que ocorre se você
cumprir todos os requisitos para se aposentar sob a vigência de uma lei
X. Depois de cumpridas as condições de aposentadoria, mesmo que
seja criada lei Y com requisitos mais gravosos, você terá direito
adquirido a se aposentar.

O direito adquirido difere da “expectativa de direito”, que não é


alcançada pela proteção do art. 5º, inciso XXXVI. Suponha que a lei
atual, ao dispor sobre os requisitos para aposentadoria, lhe garanta o
direito de se aposentar daqui a 5 anos. Hoje, você ainda não cumpre os
requisitos necessários para se aposentar; no entanto, daqui a 5 anos os
terá todos reunidos. Caso amanhã seja editada uma nova lei, que
imponha requisitos mais difíceis para a aposentadoria, fazendo com que
você só possa se aposentar daqui a 10 anos, ela não estará ferindo seu
direito. Veja: você ainda não tinha direito adquirido à
aposentadoria (ainda não havia cumprido os requisitos necessários
para tanto), mas mera expectativa de direito.

b) Ato jurídico perfeito é aquele que reúne todos os elementos


constitutivos exigidos pela lei 14; é o ato já consumado pela lei vigente
ao tempo em que se efetuou.15 Tome-se como exemplo um contrato
celebrado hoje, na vigência de uma lei X.

c) Coisa julgada compreende a decisão judicial da qual não cabe mais


recurso.

É importante destacar que, no art. 5º, inciso XXXV, o vocábulo “lei” está
empregado em seus sentidos formal (fruto do Poder Legislativo) e material
(qualquer norma jurídica). Portanto, inclui emendas constitucionais, leis
ordinárias, leis complementares, resoluções, decretos legislativos e várias
outras modalidades normativas. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STF
de que a vedação constante do inciso XXXVI se refere ao direito/lei,
compreendendo qualquer ato da ordem normativa constante do art. 59
da Constituição.16

Também é importante ressaltar que, segundo o STF, o princípio do direito


adquirido se aplica a todo e qualquer ato normativo infraconstitucional,

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∀(
! MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 241. !
∀&
!Cf. art. 6º, §1º, da LINDB.
∀)
STF, ADI 3.105-8/DF, 18.08.2004.!
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!
sem qualquer distinção entre lei de direito público ou de direito privado, ou
entre lei de ordem pública e lei dispositiva. 17

Há, todavia, certas situações nas quais não cabe invocar direito adquirido.
Assim, não existe direito adquirido frente a:

a) Normas constitucionais originárias. As normas que “nasceram” com a


CF/88 podem revogar qualquer direito anterior, até mesmo o direito
adquirido.

b) Mudança do padrão da moeda.

c) Criação ou aumento de tributos.

d) Mudança de regime estatutário.

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

...

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade


competente;

Contrariando um pouco a ordem em que estão dispostos na Constituição,


analisaremos esses dois incisos em conjunto. Isso porque ambos traduzem o
princípio do “juízo natural” ou do “juiz natural”. Esse postulado garante
ao indivíduo que suas ações no Poder Judiciário serão apreciadas por um juiz
imparcial, o que é uma garantia indispensável à administração da Justiça em
um Estado democrático de direito.

O princípio do juiz natural impede a criação de juízos de exceção ou “ad


hoc”, criados de maneira arbitrária, após o acontecimento de um fato. Na
história da humanidade, podemos apontar como exemplos de tribunais de
exceção o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de Tóquio, instituídos após a
Segunda Guerra Mundial; esses tribunais foram criados pelos “vencedores” (da
guerra) para julgar os “vencidos” e, por isso, são tão duramente criticados.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∀∗
RE 204967 RS, DJ 14-03-1997.!
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! !
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O princípio do juiz natural deve ser interpretado de forma ampla. Ele não
deve ser encarado apenas como uma vedação à criação de Tribunais ou
juízos de exceção; além disso, decorre desse princípio a obrigação de respeito
absoluto às regras objetivas de determinação de competência, para que
não seja afetada a independência e a imparcialidade do órgão julgador.18
Todos os juízes e órgãos julgadores, em consequência, têm sua competência
prevista constitucionalmente, de modo a assegurar a segurança jurídica.

É importante que você saiba que o STF entende que esse princípio não se
limita aos órgãos e juízes do Poder Judiciário. Segundo o Pretório
Excelso, ele alcança, também, os demais julgadores previstos pela
Constituição, como o Senado Federal, por exemplo. Além disso, por sua
natureza, o princípio do juiz natural alcança a todos: brasileiros e
estrangeiros, pessoas físicas e pessoas jurídicas. Em um Estado democrático
de direito, todos têm, afinal, o direito a um julgamento imparcial, neutro.

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der


a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Esse inciso deve ser memorizado. Geralmente é cobrado em sua literalidade!


Decore cada uma dessas “alíneas”!

O tribunal do júri é um tribunal popular, composto por um juiz togado, que o


preside, e vinte e cinco jurados, escolhidos dentre cidadãos do Município (Lei
no 11.689/08) e entre todas as classes sociais. Segundo a doutrina, é visto
como uma prerrogativa do cidadão, que deverá ser julgado pelos seus
semelhantes.19

O tribunal do júri possui competência para julgamento de crimes dolosos


contra a vida. Crime doloso é aquele em que o agente (quem pratica o crime)
prevê o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, pratica a ação,
produzindo o resultado. Exemplo: o marido descobre que a mulher o está
traindo e, intencionalmente, atira nela e no amante, causando a morte dos
dois. Trata-se de homicídio doloso, que é, sem dúvida, um crime doloso contra
a vida; o julgamento será, portanto, da competência do tribunal do júri.

Sobre a competência do tribunal do júri, destacamos, a seguir algumas


jurisprudências que podem ser cobradas em prova:

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∀+
! MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 245 – 246. !
∀,
! MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 249-254. !
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!
1) A competência constitucional do Tribunal do Júri (art.
5º, XXXVIII) não pode ser afastada por lei estadual,
nem usurpada por vara criminal especializada, sendo
vedada, ainda, a alteração da forma de sua composição,
que deve ser definida em lei nacional. 20

No caso, o STF apreciou lei estadual que criava vara


especializada para processar e julgar crimes praticados por
organizações criminosas. Essa vara especializada julgaria,
inclusive, os crimes dolosos contra a vida. Dessa forma,
por invadir a competência do tribunal do júri, foi
considerada inconstitucional.

2) A competência para o processo e julgamento de


latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal do Júri
(Súmula STF nº 603).

O latrocínio é um crime complexo, no qual estão presentes


duas condutas: o roubo e o homicídio. Em outras palavras,
o latrocínio é um roubo qualificado pela morte da vítima. É
considerado pela doutrina como um “crime contra o
patrimônio” (e não como “crime contra a vida”), ficando,
por isso, afastada a competência do tribunal do júri.

A competência do tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra a vida


não é absoluta. Isso porque não alcança os detentores de foro especial
por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal. É o caso,
por exemplo, do Presidente da República e dos membros do Congresso
Nacional, que serão julgados pelo STF quando praticarem crimes comuns,
ainda que dolosos contra a vida. Em outras palavras, o foro por prerrogativa
de função prevalece sobre a competência do tribunal do júri, desde que esse
foro especial decorra diretamente da Constituição Federal.

A pergunta que se faz diante dessa última afirmação é a seguinte: e quando o


foro especial não decorrer de previsão da Constituição Federal, mas sim da
Constituição Estadual?

Para responder a esse questionamento, o STF editou a Súmula Vinculante nº


45, que assim dispõe: “A competência constitucional do Tribunal do Júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela Constituição estadual”.

Já decidiu o STF, com base nesse entendimento, que procuradores


estaduais e defensores públicos estaduais que possuam foro por
prerrogativa de função derivado de Constituição Estadual serão julgados pelo
tribunal do júri se cometerem crimes dolosos contra a vida. Isso se explica
pelo fato de que a competência do tribunal do júri prevalecerá sobre foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
20
STF, ADI nº 4414/AL, Rel. Min. Luiz Fux, Decisão 31.05.2012
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!
(como é o caso dos defensores públicos e procuradores públicos estaduais). O
mesmo se aplica a vereadores que, caso cometam crimes dolosos contra a
vida, serão julgados pelo tribunal do júri. 21

A Constituição Federal estabelece, ainda, três importantes princípios para o


tribunal do júri: i) a plenitude de defesa; ii) a soberania dos veredictos; e iii)
o sigilo das votações.

A plenitude de defesa é uma variante do princípio da ampla defesa e do


contraditório (art. 5º, LV), que permite ao acusado apresentar defesa contra
aquilo que lhe é imputado. Sua concretização pressupõe que os argumentos do
réu tenham a mesma importância, no julgamento, que os do autor. Em
consequência, não devem existir prioridades na relação processual e deve o
réu ter a possibilidade de usar todos os instrumentos processuais na sua
defesa. Também decorre da plenitude de defesa o fato de que os jurados são
das diferentes classes sociais.

Segundo o STF, “implica prejuízo à defesa a manutenção do réu algemado na


sessão de julgamento do Tribunal do Júri, resultando o fato na insubsistência
do veredicto condenatório”.22

No que se refere à soberania dos veredictos, também assegurada ao


tribunal do júri pela Carta Magna, destaca-se que esta tem a finalidade de
evitar que a decisão dos jurados seja modificada ou suprimida por decisão
judicial. Entretanto, não se trata de um princípio absoluto, sendo possível
a sua relativização. A soberania dos veredictos não confere ao tribunal do júri
o exercício de um poder incontrastável e ilimitado. 23

É possível, sim, que existam recursos das decisões do tribunal do júri;


nesse sentido, é possível haver a revisão criminal ou mesmo o retorno dos
autos ao júri, para novo julgamento.24 Segundo o STF, a soberania dos
veredictos do tribunal do júri não exclui a recorribilidade de suas decisões,
quando manifestamente contrárias à prova dos autos.25 Assim, nesse
caso, será cabível apelação contra decisões do tribunal do júri.

Por fim, cabe destacar que o STF entende que a competência do Tribunal do
Júri, fixada no art. 5O, XXXVIII, “d”, da CF/88, quanto ao julgamento de crimes
dolosos contra a vida é passível de ampliação pelo legislador ordinário.26
Isso significa que pode a lei determinar o julgamento de outros crimes pelo
tribunal do júri.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
21
STF, HC nº 80.477/PI, Rel. Min. Néri da Silveira. Decisão 31.10.2000
∋∋
!STF, HC nº 91.952, Rel. Min. Marco Aurélio. Decisão 19.12.2008.
23
STF, HC nº 70.193-1/RS, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 06.11.2006.
∋(
!STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000.
∋&
!STF,!!HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000.!
∋)
HC 101542 SP, DJe-096, 28-05-2010.!
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(MPE-RS – 2014) Lei ordinária que amplie a competência do
Tribunal do Júri não ofende o art. 5º, XXXVIII, letra “d”, nem
a cláusula pétrea do § 4º do art. 60, ambos da Constituição
Federal.

Comentários:

Segundo o STF, é possível que lei ordinária amplie a


competência do tribunal do júri, ou seja, não há qualquer
ofensa à CF/88. Questão correta.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

O art. 5º, inciso XXXIX, da CF/88, estabelece um importante princípio


constitucional do direito penal: o princípio da legalidade. Segundo o Prof.
Cezar Roberto Bitencourt, “pelo princípio da legalidade, a elaboração de
normas incriminadoras é função exclusiva da lei, isto é, nenhum fato pode ser
considerado crime e nenhuma penalidade criminal pode ser aplicada sem que
antes da ocorrência deste fato exista uma lei definindo-o como crime e
cominando-lhe a sanção correspondente”.

O princípio da legalidade se desdobra em dois outros princípios: o princípio


da reserva legal e o princípio da anterioridade da lei penal.

O princípio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito


(lei formal, editada pelo Poder Legislativo) poderá definir crime e cominar
penas. Nem mesmo medida provisória poderá definir um crime e cominar
penas, eis que essa espécie normativa não pode tratar de direito penal (art.62,
§ 1º, I, “b”).

A exigência de que lei formal defina o que é crime e comine suas penas traz a
garantia de se considerarem crime condutas aceitas pela sociedade como tais e
de que essas condutas sejam punidas da maneira considerada justa por ela.
Com isso, quem define o que é crime e as respectivas penas é o povo, por
meio de seus representantes no Poder Legislativo.

Já pensou se, por exemplo, o Presidente da República pudesse definir o que é


crime por medida provisória? Ou até mesmo dobrar a pena de determinado
ilícito por tal ato normativo? Teríamos uma ditadura, não? É por isso que o
inciso XXXIX do art. 5o da CF/88 é tão importante!

As normas penais em branco são aquelas que tipificam a


conduta criminosa, mas que dependem de
complementação em outra norma. Um exemplo de
norma penal em branco é o crime de contrabando, que
consiste em “importar ou exportar mercadoria proibida”

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!
(art. 334-A, Código Penal)

A definição do crime de contrabando depende de uma


complementação, uma vez que o Código Penal não
define quais são as mercadorias proibidas. É a legislação
extrapenal que o fará. Assim, o crime de contrabando é
uma norma penal em branco.

Para o estudo do Direito Constitucional, interessa-nos


saber que a doutrina majoritária considera que as
normas penais em branco não violam o princípio da
reserva legal.

O princípio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige que a lei
esteja em vigor no momento da prática da infração para que o crime exista.
Em outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser
considerada como crime.

Esse princípio confere segurança jurídica às relações sociais, ao


determinar que um fato só será considerado crime se for cometido após a
entrada em vigor da lei incriminadora. Quer um exemplo? Se amanhã for
editada uma lei que considere crime beijar o namorado (ou namorada) no
cinema, nenhum de nós será preso. Só poderá ser considerado culpado quem
o fizer após a entrada em vigor da lei. Aproveitemos, então, a liberdade de
namorar, antes que tal lei seja editada! Mas não agora, é hora de estudar
Direito Constitucional...☺

Do princípio da anterioridade da lei penal, deriva a irretroatividade da lei penal,


que está previsto no art. 5º, XL, que estudaremos a seguir.

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Retroagir significa “voltar para trás”, “atingir o passado”. Portanto, diz-se que
retroatividade é a capacidade de atingir atos pretéritos; por sua vez,
irretroatividade é a impossibilidade de atingi-los.

É comum, também, em textos jurídicos, encontrarmos as expressões “ex tunc”


e “ex nunc”. “Ex tunc” é aquilo que tem retroatividade; “ex nunc” é o que é
irretroativo. Lembre-se de que quando você diz que “NUNCa” mais fará
alguma coisa, esse desejo só valerá daquele instante para frente, não é
mesmo? Sinal de que fez algo no passado de que se arrepende, mas que não
pode mudar. Já o T de TUNC pode fazê-lo lembrar de uma máquina do TEMPO,
atingindo tudo o que ficou para TRÁS...

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Depois dessa “viagem”, voltemos ao inciso XL. Ele traz o princípio da


irretroatividade da lei penal, que, conforme já comentamos, deriva do
princípio da anterioridade da lei penal. Uma conduta somente será
caracterizada como crime se, no momento da sua ocorrência, já existia lei
em vigor que a definia como tal.

Portanto, em regra, a lei penal não atinge o passado. Imagine que hoje você
beba uma garrafa de vodka no bar, conduta lícita e não tipificada como crime.
No entanto, daqui a uma semana, é editada uma nova lei que estabelece que
“beber vodka” será considerado crime. Pergunta-se: você poderá ser
penalizado por essa conduta? É claro que não, uma vez que a lei penal, em
regra, não atinge fatos pretéritos.

Todavia, é importante termos em mente que a lei penal poderá, em certos


casos, retroagir. É o que se chama de retroatividade da lei penal benigna:
a lei penal poderá retroagir, desde que para beneficiar o réu. Dizendo de outra
forma, a “novatio legis in mellius” retroagirá para beneficiar o réu.

Há um tipo especial de “novatio legis in mellius”, que é a conhecida “abolitio


criminis”, assim considerada a lei que deixa de considerar como crime
conduta que, antes, era tipificada como tal. Um exemplo seria a edição de uma
lei que descriminalizasse o aborto. A “abolitio criminis”, por ser benéfica ao
réu, irá retroagir, alcançando fatos pretéritos e evitando a punição de
pessoas que tenham cometido a conduta antes considerada criminosa.

A lei penal favorável ao réu, portanto, sempre retroagirá para beneficiá-lo,


mesmo que tenha ocorrido trânsito em julgado de sua condenação. Por outro
lado, a lei penal mais gravosa ao indivíduo (que aumenta a penalidade, ou
passa a considerar determinado fato como crime) só alcançará fatos
praticados após sua vigência. É a irretroatividade da lei penal mais
grave: a “novatio legis in pejus” não retroage.

No que diz respeito à retroatividade da lei penal mais benigna, entende o


Supremo que não é possível a combinação de leis no tempo, pois caso se
agisse dessa forma, estaria sendo criando uma terceira lei (“lex tertia”). De
acordo com o Pretório Excelso, extrair alguns dispositivos, de forma isolada, de
um diploma legal, e outro dispositivo de outro diploma legal implica alterar por

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completo o seu espírito normativo, criando um conteúdo diverso do
previamente estabelecido pelo legislador27.

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades


fundamentais.

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,


sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou


anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Em todos esses dispositivos, é possível perceber que o legislador constituinte


não buscou outorgar direitos individuais, mas sim estabelecer normas que
determinam a criminalização de certas condutas. 28 É o que a doutrina
denomina “mandados de criminalização”, que caracterizam-se por serem
normas direcionadas ao legislador, o qual se vê limitado em sua liberdade
de atuação.

Segundo o Prof. Gilmar Mendes, os mandados de criminalização estabelecidos


por esses dispositivos traduzem outra dimensão dos direitos
fundamentais: a de que o Estado não deve apenas observar as investidas do
Poder Público, mas também garantir os direitos fundamentais contra
agressão propiciada por terceiros.29

O inciso XLI estabelece que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória


dos direitos e liberdades fundamentais”. Como é possível observar, trata-se de
norma de eficácia limitada, dependente, portanto, de complementação
legislativa. Evidencia um mandato de criminalização que busca efetivar a
proteção dos direitos fundamentais.

O inciso XLII, por sua vez, estabelece que “a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei”. É claro que há muito a ser falado sobre o racismo; no entanto, há dois
pontos que são muito cobrados em prova:

a) O racismo é crime inafiançável e imprescritível.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
27
HC 98766 MG, DJe-040, 04-03-2010.
28
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6ª edição. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538
∋,
! MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6ª edição. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538.
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Imprescritível é aquilo que não sofre prescrição. A prescrição é a
extinção de um direito que se dá após um prazo, devido à inércia do
titular do direito em protegê-lo. No caso, ao dizer que o racismo é
imprescritível, o inciso XLII determina que este não deixará de ser
punido mesmo com o decurso de longo tempo desde sua prática e com
a inércia (omissão) do titular da ação durante todo esse período.

Inafiançável é o crime que não admite o pagamento de fiança


(montante em dinheiro) para que o preso seja solto.

b) O racismo é punível com a pena de reclusão. As bancas


examinadoras vão tentar te confundir e dizer que o racismo é punível
com detenção. Não é! O racismo é punível com reclusão, que é uma
pena mais gravosa do que a detenção.

Apenas para que você não fique viajando, qual a diferença entre a pena
de reclusão e a pena de detenção? A diferença entre elas está no
regime de cumprimento de pena: na reclusão, inicia-se o cumprimento
da pena em regime fechado, semiaberto ou aberto; na detenção, o
cumprimento da pena inicia-se em regime semiaberto ou aberto.

O STF já teve a oportunidade de apreciar o alcance da expressão


“racismo”. No caso concreto, bastante famoso por sinal, Siegfried Ellwanger,
escritor e dono de livraria, havia sido condenado por ter escrito, editado e
comercializado livros de conteúdo antissemita, fazendo apologia de ideias
discriminatórias contra os judeus. A questão que se impunha ao STF
decidir era a seguinte: a discriminação contra os judeus seria ou não crime de
racismo?

O STF decidiu que a discriminação contra os judeus é, sim, considerada


racismo e, portanto, trata-se de crime imprescritível. Dessa forma,
“escrever, editar, divulgar e comerciar livros ‘fazendo apologia de ideias
preconceituosas e discriminatórias’ contra a comunidade judaica (Lei
7.716/1989, art. 20, na redação dada pela Lei 8.081/1990) constitui crime de
racismo sujeito às cláusulas de inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, art.
5º, XLII).”30

Finalizando o comentário desse inciso, vale a pena mencionar o


posicionamento do STF nesse mesmo julgamento, dispondo que “o preceito
fundamental de liberdade de expressão não consagra o direito à
incitação ao racismo, dado que um direito individual não pode constituir-se
em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a
honra. (...) A ausência de prescrição nos crimes de racismo justifica-se como
alerta grave para as gerações de hoje e de amanhã, para que se impeça a

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
30
STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. originário Min. Moreira Alves, rel. p/ acórdão Min. Maurício
Corrêa, Diário da Justiça, Seção I, 19.03.2004, p. 17.
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reinstauração de velhos e ultrapassados conceitos que a consciência jurídica e
histórica não mais admitem.”31

O inciso XLIII, a seu turno, dispõe sobre alguns crimes que são
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. Bastante atenção, pois a
banca examinadora tentará te confundir dizendo que esses crimes são
imprescritíveis. Não são!

Qual o macete para não confundir? Simples, guarde a frase mnemônica


seguinte:

3 T? Sim, Tortura, Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e


Terrorismo. Esses crimes, assim como os hediondos, são insuscetíveis de
graça ou anistia. Isso significa que não podem ser perdoados pelo Presidente
da República, nem ter suas penas modificadas para outras mais benignas.
Além disso, assim como o crime de racismo e a ação de grupos armados
contra o Estado democrático, são inafiançáveis.

O inciso XLIV trata ainda de mais um crime: a ação de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático. Esse
crime, assim como o racismo, será inafiançável e imprescritível.

Para que você não erre esses detalhes na prova, fizemos o esquema abaixo!
Só uma observação para facilitar: perceba que todos os crimes dos quais
falamos são inafiançáveis; a diferença mesmo está em saber que o “3TH não
tem graça”! ☺

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
31
STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. originário Min. Moreira Alves, rel. p/ acórdão Min. Maurício
Corrêa, Diário da Justiça, Seção I, 19.03.2004, p. 17.!
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(TJ – MG – 2015) A tortura e a ação de grupos armados


contra ordem constitucional são crimes inafiançáveis e
imprescritíveis.

Comentários:

A tortura é um crime inafiançável e insuscetível de graça


ou anistia. A CF/88 não determina que a tortura seja
imprescritível. Questão errada.

(Polícia Civil / CE – 2015) A prática do racismo constitui


crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
detenção.

Comentários:

A prática do racismo está sujeita à pena de reclusão.


Questão errada.

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação


de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
do patrimônio transferido;

Esse dispositivo consagra o princípio da intranscendência das penas,


também denominado pela doutrina de princípio da intransmissibilidade das
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penas ou, ainda, personalização da pena.32 A Constituição garante, por
meio dessa norma, que a pena não passará da pessoa do condenado; em
outras palavras, ninguém sofrerá os efeitos penais da condenação de outra
pessoa.

Suponha que João, pai de Lúcia e Felipe, seja condenado a 5 anos de reclusão
em virtude da prática de um crime. Após 2 meses na “cadeia”, João vem a
falecer. Devido à intranscendência das penas, ficará extinta a punibilidade.
Lúcia e Felipe não sofrerão quaisquer efeitos penais da condenação de João.

No que diz respeito à obrigação de reparar o dano e à decretação do


perdimento de bens, a lógica é um pouco diferente, ainda que possamos
afirmar que o princípio da intranscendência das penas se aplica a essas
situações.

Suponha que João morre deixando uma dívida de R$ 1.500.000,00 (obrigação


de reparar dano). Ao mesmo tempo, deixa um patrimônio de R$ 900.000,00
para seus sucessores (Lúcia e Felipe). A obrigação de reparar o dano irá se
estender a Lúcia e Felipe, mas apenas até o limite do patrimônio
transferido. Em outras palavras, o patrimônio pessoal de Lúcia e Felipe não
será afetado; será utilizado para o pagamento da dívida o patrimônio
transferido (R$ 900.000,00). O restante da dívida “morre” junto com João.

Assim, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de


bens podem ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, mas apenas até o limite do valor do patrimônio transferido.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as


seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

O inciso XLVI prevê o princípio da individualização da pena, que determina


que a aplicação da pena deve ajustar-se à situação de cada imputado, levando
em consideração o grau de reprovabilidade (censurabilidade) de sua
conduta e as características pessoais do infrator. Trata-se de princípio que
busca fazer com que a pena cumpra sua dupla finalidade: prevenção e
repressão.33

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
32
Outra nomenclatura utilizada pela doutrina é princípio da incontagiabilidade da pena.
%%
! MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 274-275. !
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A Constituição Federal prevê um rol não-exaustivo de penas que podem ser
adotadas pelo legislador. São elas: i) a privação ou restrição de liberdade; ii)
a perda de bens; iii) multa; iv) prestação social alternativa; e v) suspensão
ou interdição de direitos. Como se trata de um rol meramente exemplificativo,
poderá a lei criar novos tipos de penalidade, desde que estas não estejam
entre aquelas vedadas pelo art. 5º, XLVII, da CF/88, que estudaremos na
sequência.

Ressaltamos mais uma vez que, ao estabelecer que “a lei regulará a


individualização da pena”, o constituinte determinou que a lei penal deverá
considerar as características pessoais do infrator. Dentre essas, podemos
citar os antecedentes criminais, o fato de ser réu primário, etc.

Nesse sentido, o STF considerou inconstitucional, por afronta ao princípio


da individualização da pena, a vedação absoluta à progressão de regime
trazida pela Lei 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos.34 A referida lei
estabelecia que a pena pelos crimes nela previstos seria integralmente
cumprida em regime fechado, sendo vedada, assim, a progressão de regime.
Entendeu a Corte que, ao não permitir que se considerem as particularidades
de cada pessoa, sua capacidade de reintegração social e esforços de
ressocialização, o dispositivo torna inócua a garantia constitucional e, portanto,
é inválido (inconstitucional).

Com base nesse entendimento, o STF editou a Súmula Vinculante nº 26:

“Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por


crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de
1990, sem prejuízo da avaliar se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para
tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.”

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

O art. 5º, XLVII, estabeleceu um rol exaustivo de penas inaplicáveis no


ordenamento jurídico brasileiro. Trata-se de verdadeira garantia de
humanidade atribuída aos sentenciados, impedindo que lhes sejam
aplicadas penas atentatórias à dignidade da pessoa humana.35 Com efeito, as
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
34
STF, HC nº 82.959/SP. Rel. Min. Marco Aurélio. Decisão 23.02.2006.
35
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição. Ed. Juspodium,
2012.
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penas devem ter um caráter preventivo e repressivo; elas não podem ser
vingativas.

A pena de morte é, sem dúvida a mais gravosa, sendo admitida tão-somente


na hipótese de guerra declarada. Evidencia-se, assim, que nem mesmo o
direito à vida é absoluto; com efeito, dependendo do caso concreto, todos
os direitos fundamentais podem ser relativizados. Como exemplo de aplicação
da pena de morte (que ocorrerá por fuzilamento), temos a prática do crime de
deserção em presença de inimigo.

As bancas examinadoras adoram dizer que a pena de morte


não é admitida em nenhuma situação no ordenamento
jurídico brasileiro. A questão, ao dizer isso, está errada. A
pena de morte pode, sim, ser aplicada, desde que na
hipótese de guerra declarada.

A pena de banimento, também inadmitida pela Constituição Federal,


consistia em impor ao condenado a retirada do território brasileiro por toda sua
vida, bem como a perda da cidadania brasileira. Consistia, assim, em
verdadeira “expulsão de nacionais”.

Cabe destacar que a pena de banimento não se confunde com a expulsão


de estrangeiro do Brasil, plenamente admitida pelo nosso ordenamento
jurídico. A expulsão é forma de exclusão do território nacional de estrangeiro
que, dentre outras hipóteses, atentar contra a segurança nacional, a ordem
política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular,
ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais
(Lei 6.815/80).

No que concerne à pena de caráter perpétuo, vale destacar o entendimento


do STF de que o máximo penal legalmente exequível, no ordenamento
positivo nacional, é de 30 (trinta) anos, a significar, portanto, que o tempo
de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a
esse limite, imposto pelo art. 75, "caput", do Código Penal36.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
%)
HC 84766 SP, DJe-074, 25-04-2008.!
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(CNMP – 2015) Em nenhuma circunstância haverá penas


cruéis ou de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos
forçados e de banimento.

Comentários:

Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de morte.


Questão errada.

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com


a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer


com seus filhos durante o período de amamentação;

O inciso XLVIII determina que a execução penal seja realizada de maneira


individualizada, levando-se em consideração a natureza do delito, a idade e
o sexo do apenado. É com base nesse comando constitucional que as
mulheres e os maiores de sessenta anos devem ser recolhidos a
estabelecimentos próprios.

O inciso XLIX, ao assegurar aos presos o respeito à integridade física e


moral, busca garantir que os direitos fundamentais dos sentenciados sejam
observados. É claro, quando está na prisão, o indivíduo não goza de todos os
direitos fundamentais: há alguns direitos fundamentais, como, por exemplo, a
liberdade de locomoção (art. 5º, XV) e a liberdade profissional (art. 5º, XI) que
são incompatíveis com sua condição de preso.

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O inciso L, por sua vez, estabelece uma dupla garantia: ao mesmo tempo em
que assegura às mães o direito à amamentação e ao contato com o
filho, permite que a criança tenha acesso ao leite materno, alimento
natural tão importante para o seu desenvolvimento. Segundo a doutrina,
retirar do recém-nascido o direito de receber o leite materno poderia ser
considerado uma espécie de “contágio” da pena aplicada à mãe, violando o
princípio da intranscendência das penas. 37

Vamos continuar o estudo do art. 5º, da Constituição Federal...

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de


crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;

A extradição é um instituto jurídico destinado a promover a cooperação


penal entre Estados. Consiste no ato de entregar uma pessoa para outro
Estado onde esta praticou crime, para que lá seja julgada ou punida. De
forma mais técnica, a extradição é “o ato pelo qual um Estado entrega a outro
Estado indivíduo acusado de haver cometido crime de certa gravidade ou que
já se ache condenado por aquele, após haver-se certificado de que os direitos
humanos do extraditando serão garantidos.”38

Há casos bastante conhecidos, que podem exemplificar muito bem o que é a


extradição. Se você é do nosso tempo, deve se lembrar do “Balão Mágico”
(banda infantil muito conhecida nos anos 80). Um dos integrantes do “Balão
Mágico” era o Mike, que era filho de Ronald Biggs, inglês que realizou um
assalto a um trem e, depois, fugiu para o Brasil. A Inglaterra pediu ao Brasil a
extradição, sem obter sucesso.

Um caso mais recente é o do italiano Cesare Battisti, acusado pela prática de


vários crimes na Itália. Cesare Battisti, após viver um tempo na França, fugiu
para o Brasil. A Itália também solicitou a extradição ao Brasil, também sem
sucesso.

Dados esses exemplos, voltemos ao tema...

Há 2 (dois) tipos de extradição: i) a extradição ativa; e ii) a extradição


passiva. A extradição ativa acontecerá quando o Brasil requerer a um
outro Estado estrangeiro a entrega de um indivíduo para que aqui seja
julgado ou punido; por sua vez, a extradição passiva ocorrerá quando um
Estado estrangeiro requerer ao Brasil que lhe entregue um indivíduo.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
37
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 285
%+
!ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de
Direito Internacional Público, 17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pp. 499 – 502. !
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Iremos focar o nosso estudo, a partir de agora, na extradição passiva: quando
um Estado solicita que o Brasil lhe entregue um indivíduo.

De início, vale destacar que a Constituição Federal traz, no art. 5º, LI e LII,
algumas limitações importantes à extradição.

O brasileiro nato (que é o brasileiro “de berço”, que recebeu sua


nacionalidade ao nascer) não poderá ser extraditado; trata-se de hipótese
de vedação absoluta à extradição. Baseia-se na lógica de que o Estado deve
proteger (acolher) os seus nacionais.

Caso o brasileiro nato perca a sua nacionalidade pela


aquisição voluntária de outra nacionalidade, ele estará
sujeito à extradição. Perceba que, nesse caso, ele não
se enquadra mais na condição de brasileiro nato.

Por sua vez, o brasileiro naturalizado (que é aquele nasceu estrangeiro e se


tornou brasileiro), poderá ser extraditado. No entanto, isso somente será
possível em duas situações:

a) no caso de crime comum, praticado antes da naturalização.


Perceba que existe, aqui, uma limitação temporal. Se o crime comum
tiver sido cometido após a naturalização, o indivíduo não poderá ser
extraditado; a extradição somente será possível caso o crime seja
anterior à aquisição da nacionalidade brasileira pelo indivíduo.

b) em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas afins. Nessa situação, não há qualquer limite
temporal. O envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins dará ensejo à extradição quer ele tenha ocorrido antes ou após a
naturalização.

Vale ressaltar que as regras de extradição do brasileiro naturalizado também


se aplicam ao português equiparado.39

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
39
Português equiparado é o português que, por ter residência permanente no Brasil, terá
um tratamento diferenciado, possuindo os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.
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Os estrangeiros podem ser extraditados com maior liberdade pelo Estado


brasileiro, desde que cumpridos os requisitos legais para a extradição. Cabe
destacar, todavia, que não se admite a extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião. Essa é uma prática usual nos ordenamentos
constitucionais de outros países e tem por objetivo proteger os indivíduos que
forem vítimas de perseguição política.

A definição de um crime como sendo um delito político é tarefa difícil e


que compete ao Supremo Tribunal Federal. É no caso concreto que a Corte
Suprema irá dizer se o crime pelo qual se pede a extradição é ou não político.40
Esse entendimento do STF é bastante importante porque permite resolver
alguns problemas de difícil solução. É possível que o Brasil extradite asilado
político? Pode um refugiado ser extraditado?

Vamos aos poucos...

O asilo político, que é um dos princípios do Brasil nas relações internacionais


(art. 4º, X), consiste no acolhimento de estrangeiro por um Estado que não
seja o seu, em virtude de perseguição política por seu próprio país ou por
terceiro. Segundo o STF, não há incompatibilidade absoluta entre o instituto
do asilo e o da extradição passiva. Isso porque a Corte não está vinculada
ao juízo formulado pelo Poder Executivo na concessão do asilo político.41
Em outras palavras, mesmo que o Poder Executivo conceda asilo político a um
estrangeiro, o STF poderá, a posteriori, autorizar a extradição.

Quanto ao refúgio, trata-se de instituto mais geral do que o asilo político,


que será reconhecido a indivíduo em razão de fundados temores de
perseguição (por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou
opiniões política).

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
40
Ext 615, Rel. Min. Paulo Brossard. DJ. 05.12.1994.
41
Ext 524, Rel.: Min. Celso de Mello, Julgamento: 31/10/1990, Órgão Julgador: Tribunal Pleno.
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Apesar de a lei dispor que “o reconhecimento da condição de refugiado
obstará o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos
que fundamentaram a concessão de refúgio”42, entende o STF que a decisão
administrativa que concede o refúgio não pode obstar, de modo absoluto
e genérico, todo e qualquer pedido de extradição apresentado à Corte
Suprema.43 No caso concreto, apreciava-se a extradição de Cesare Battisti, a
quem o Ministro da Justiça havia concedido o status de refugiado. O STF, ao
analisar o caso, concluiu pela ilegalidade do ato de concessão do refúgio.

Agora que já falamos sobre as limitações, vamos entender como funciona o


processo de extradição.

O Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/80) prevê três etapas para a


extradição passiva.

A primeira é uma etapa administrativa, de responsabilidade do Poder


Executivo. Nessa fase, o Estado requerente solicita a extradição ao Presidente
da República por via diplomática. Destaque-se que o pleito extradicional
deverá ter como fundamento a existência de um tratado bilateral entre os
dois Estados ou, caso este não exista, uma promessa de reciprocidade
(compromisso de acatar futuros pleitos). Sem um tratado ou promessa de
reciprocidade, a extradição não será efetivada.

Ao receber o pleito extradicional, há duas situações possíveis:

a) O Presidente poderá indeferir a extradição sem apreciação do


STF, o que se denomina recusa primária.

b) O Presidente poderá deferir a extradição, encaminhando a


solicitação ao STF, ao qual caberá analisar a legalidade e a
procedência do pedido (art. 102, I, “g”, CF). Nesse caso, passaremos à
etapa judiciária. Segundo o STF, nem mesmo a concordância do
extraditando em retornar ao seu país impede que a Corte analise o
caso, uma vez tendo recebido comunicação por parte do Poder
Executivo44.

Na etapa judiciária, o STF irá analisar a legalidade e a procedência do pedido


de extradição. Um dos pressupostos da extradição é a existência de um
processo penal. Cabe destacar, todavia, que a extradição será possível tanto
após a condenação quanto durante o processo.

Há necessidade, ainda, que exista o que a doutrina chama “dupla


tipicidade”: a conduta que a pessoa praticou deve ser crime tanto no Brasil
quanto no Estado requerente. Quando o fato que motivar o pedido de
extradição não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente, não
será concedida a extradição.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
42
Lei 9.474/97 – art. 33.
43
Ext 1085, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.04.2010
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Ao analisar a extradição, o STF verifica se os direitos humanos do extraditando
serão respeitados. Nesse sentido:

a) Não será concedida a extradição se o extraditando houver de


responder, no Estado requerente, perante juízo ou tribunal de
exceção. É o já conhecido princípio do “juiz natural”.

b) Caso a pena para o crime seja a de morte, o Estado requerente


deverá se comprometer a substituí-la por outra, restritiva de liberdade
(comutação da pena), exceto, claro, naquele único caso em que a
pena de morte é admitida no Brasil: guerra declarada.

c) Caso a pena para o crime seja de caráter perpétuo, o Estado


requerente deverá se comprometer à comutação dessa pena em
prisão de até 30 anos, que é o limite tolerável pela lei brasileira.45

Por fim, há outra etapa administrativa, em que o Presidente da República,


na condição de Chefe de Estado, entrega ou não o extraditando ao país
requerente. Novamente, há duas situações possíveis:

a) O STF nega a extradição. Nesse caso, a decisão irá vincular o


Presidente da República, que ficará impedido de entregar o
extraditando.

b) O STF autoriza a extradição. Essa decisão não vincula o Presidente


da República, que é a autoridade que detém a competência para decidir
sobre a efetivação da extradição.

Esse entendimento (o de que a autorização do STF não vincula o Presidente)


ficou materializado no caso da extradição do italiano Cesare Battisti. Segundo
a Corte, a última palavra sobre a entrega ou não do extraditando cabe ao
Presidente da República, que tem liberdade para decidir sobre a efetivação
da extradição, obedecidos os termos do tratado bilateral porventura existente
entre o Brasil e o Estado requerente. A decisão de efetivar a extradição é,
assim, um ato político, de manifestação da soberania.

(TJ / MG – 2015) O brasileiro naturalizado será extraditado


por envolvimento comprovado em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, independente de ter sido
praticado antes da naturalização.

Comentários:

No caso de envolvimento comprovado em tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas afins, não há qualquer limitação
temporal à extradição de brasileiro naturalizado. Assim, não
interessa se o envolvimento ocorreu antes ou após a
naturalização. Questão correta.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
45
Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-8-2004, Plenário, DJ de 1º-7-2005. !
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LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

O princípio do devido processo legal (due process of law) é uma das


garantias constitucionais mais amplas e relevantes46; trata-se de um conjunto
de práticas jurídicas previstas na Constituição e na legislação
infraconstitucional cuja finalidade é garantir a concretização da justiça.

O devido processual legal é garantia que concede dupla proteção ao


indivíduo: ele incide tanto no âmbito formal (processual) quanto no âmbito
material.

No âmbito formal (processual), traduz-se na garantia de que as partes


poderão se valer de todos os meios jurídicos disponíveis para a defesa de
seus interesses. Assim, derivam do “devido processo legal” o direito ao
contraditório e à ampla defesa, o direito de acesso à justiça, o direito ao juiz
natural, o direito a não ser preso senão por ordem judicial e o direito a não ser
processado e julgado com base em provas ilícitas. 47

No âmbito material (substantivo), por sua vez, o devido processo legal diz
respeito à aplicação do princípio da proporcionalidade (também chamado
de princípio da razoabilidade ou da proibição de excesso). O respeito aos
direitos fundamentais não exige apenas que o processo seja regularmente
instaurado; além disso, as decisões adotadas devem primar pela justiça,
equilíbrio e pela proporcionalidade.48

É possível afirmar, portanto, que o princípio da proporcionalidade tem sua


sede material no princípio do devido processo legal, considerado em sua
acepção substantiva, não simplesmente formal.49 Em outras palavras, o
princípio da proporcionalidade, que não está expressamente previsto na
Constituição, tem como fundamento o devido processo legal substantivo
(material).

O princípio da proporcionalidade está implícito no texto constitucional,


dividindo-se em 3 (três) subprincípios:

a) Adequação: a medida adotada pelo Poder Público deverá estar apta


para alcançar os objetivos almejados.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
46
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6ª edição. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594.
(∗
! MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6ª edição. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594.!
(+
! CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição. Ed. Juspodium,
2012, pp. 740 – 742. !
49
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5ª
edição. Ed. Método, 2010. pp. 172-175.
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b) Necessidade: a medida adotada pelo Poder Público deverá ser
indispensável para alcançar o objetivo pretendido. Nenhuma outra
medida menos gravosa seria eficaz para o atingimento dos objetivos.

c) Proporcionalidade em sentido estrito: a medida será considerada


legítima se os benefícios dela resultantes superarem os prejuízos.

O STF tem utilizado o princípio da proporcionalidade como fundamento de


várias de suas decisões, especialmente no que diz respeito ao controle de
constitucionalidade de leis. Com efeito, leis de caráter restritivo deverão
observar o princípio da proporcionalidade. Segundo a Corte:

“... o princípio da proporcionalidade visa a inibir e a neutralizar o abuso


do Poder Público no exercício das funções que lhe são inerentes,
notadamente no desempenho de atividade de caráter legislativo e
regulamentar. Dentro dessa perspectiva, o postulado em questão,
enquanto categoria fundamental de limitação dos excessos emanados
do Estado, atua como verdadeiro parâmetro de aferição da própria
constitucionalidade material dos atos estatais”.50

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

As garantias do contraditório e da ampla defesa são corolários do princípio


do devido processo legal, isto é, dele decorrem diretamente.

A ampla defesa compreende o direito que o indivíduo tem de trazer ao


processo todos os elementos lícitos de que dispuser para provar a verdade, ou,
até mesmo, de se calar ou se omitir caso isso lhe seja benéfico (direito à não-
autoincriminação). Já o contraditório é o direito dado ao indivíduo de
contradizer tudo que for levado ao processo pela parte contrária. Assegura,
também, a igualdade das partes do processo, ao equiparar o direito da
acusação com o da defesa.51

A ampla defesa e o contraditório são princípios que se aplicam tanto aos


processos judiciais quanto aos processos administrativos, sejam estes
últimos referentes à aplicação de punições disciplinares ou à restrição de
direitos em geral. O termo “litigantes” deve, portanto, ser compreendido na
acepção mais ampla possível, não se referindo somente àqueles que
estejam envolvidos em um processo do qual resulte ou possa resultar algum
tipo de penalidade.

Todavia, entende o STF que a ampla defesa e o contraditório não se aplicam


na fase do inquérito policial ou civil.52 Por esse motivo, é nula a sentença
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
50
STF, MS 1.320-9/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.04.1999.
51
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5ª
edição. Ed. Método, 2010. pp. 176. !
52
STF, RE 481.955 – AgR. Rel. Min Carmem Lúcia. DJe: 26.05.2011
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condenatória proferida exclusivamente com base em fatos narrados no
inquérito policial. O juiz pode usar as provas colhidas no inquérito para
fundamentar sua decisão; entretanto, por não ter sido garantida a ampla
defesa e o contraditório na fase do inquérito, as provas nele obtidas não
poderão ser os únicos elementos para motivar a decisão judicial.

O inquérito é fase pré-processual, de natureza administrativa, consistindo


em um conjunto de diligências realizadas para a apuração de uma infração
penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal (Ministério Público ou
o ofendido) possa ingressar em juízo. Somente aí é que terá início a fase
processual, com as garantias constitucionais da ampla defesa e do
contraditório devendo ser respeitadas.

Cabe destacar que, apesar de a ampla defesa e o contraditório não serem


garantias na fase do inquérito, o indiciado possui, mesmo nessa fase,
certos direitos fundamentais que lhe devem ser garantidos. Dentre eles,
podemos citar o direito a ser assistido por um advogado, o de não se
autoincriminar e o de manter-se em silêncio.53

Vejam bem: na fase do inquérito, o indivíduo pode ser assistido por advogado;
todavia, não é obrigatória a assistência advocatícia nessa fase. É com base
nessa lógica que o STF entende que não há ofensa ao contraditório e à
ampla defesa quando do interrogatório realizado pela autoridade
policial sem a presença de advogado.

Sobre os direitos do indiciado na fase do inquérito, o STF editou a Súmula


Vinculante nº 14, muito cobrada em concursos públicos:

"É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo


aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa".

Por meio dessa súmula, o STF garantiu a advogados o acesso a provas já


documentadas em autos de inquéritos policiais que envolvam seus
clientes, inclusive os que tramitam em sigilo. Observe, entretanto, que a
súmula somente se aplica a provas já documentadas, não atingindo demais
diligências do inquérito, às quais o advogado não tem direito a ter acesso
prévio. Com isso, caso sinta necessidade, a autoridade policial está autorizada
a separar partes do inquérito.

Também existe uma fase pré-processual que antecede os processos


administrativos disciplinares: a sindicância. Segundo o STF, na sindicância
preparatória para a abertura do processo administrativo disciplinar (PAD) não
é obrigatória a obediência aos princípios do contraditório e da ampla
defesa. Esses princípios somente são exigidos no curso do processo
administrativo disciplinar (PAD).

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
53
STF, HC 82.354, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 24.09.2004.
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Ressalta-se que a razão disso é que a sindicância que precede a abertura do
PAD, assim como o inquérito policial, caracteriza-se pela coleta de
informações, que serão apuradas em fases futuras dentro de um processo.
Caso a sindicância, entretanto, não resulte em abertura do PAD, mas se
traduza em aplicação de penalidade (advertência, por exemplo)54, há sim,
necessidade de obediência ao contraditório e à ampla defesa como
requisito de validade da pena aplicada.

O STF entende que, nos processos administrativos disciplinares, a ampla


defesa e o contraditório podem ser validamente exercidos independentemente
de advogado. Dessa forma, em um PAD instaurado para apurar infração
disciplinar praticada por servidor, não é obrigatória a presença de
advogado. Com base nesse entendimento, o STF editou a Súmula
Vinculante nº 5:

“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo


disciplinar não ofende a Constituição.”

Como forma de garantir a ampla defesa, é bastante comum que a legislação


preveja a existência de recursos administrativos. No entanto, em muitos
casos, a apresentação de recursos exigia o depósito ou arrolamento prévio
de dinheiros ou bens. Em outras palavras, para entrar com recurso
administrativo, o interessado precisava ofertar certas garantias, o que, em não
raras vezes, inviabilizava, indiretamente, o exercício do direito de
recorrer. Para resolver esse problema, o STF editou a Súmula Vinculante nº
21:

“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.”

Dessa forma, será inconstitucional qualquer lei ou ato normativo que


estabeleça a necessidade de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro
ou bens como requisito de admissibilidade de recurso administrativo.

Nessa mesma linha, o STF entende que não se pode exigir depósito prévio
como condição para se ajuizar, junto ao Poder Judiciário, ação para se
discutir a exigibilidade de crédito tributário.55 Foi editada, então, a
Súmula Vinculante nº 28:

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
54
Segundo o art. 145, da Lei nº 8.112/90, da sindicância poderá resultar: i) arquivamento do
processo; ii) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30
(trinta) dias; iii) instauração de processo disciplinar.
!
55
Na ADIN 1.074-3, o STF considerou inconstitucional o art. 19, da Lei 8.870/94 que
estabelecia que “as ações judiciais, inclusive cautelares, que tenham por objeto a discussão de
débito para com o INSS serão, obrigatoriamente, precedidas do depósito preparatório do
valor do mesmo, monetariamente corrigido até a data de efetivação, acrescido dos juros,
multa de mora e demais encargos”.
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“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a
exigibilidade de crédito tributário.”

(PC/DF – 2015) O advogado tem direito, no interesse de seu


cliente, a ter acesso aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado pela
polícia, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Comentários:

Essa questão está baseada na SV nº 14. Questão correta.

(PC/DF – 2015) Não é inconstitucional a exigência de depósito


ou arrolamento de bens para admissibilidade de recurso
administrativo.

Comentários:

Essa questão está baseada na SV nº 21, que considera


inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento de
bens para admissibilidade de recurso administrativo. Questão
errada.

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

O devido processo legal tem como uma de suas consequências a


inadmissibilidade das provas ilícitas, que não poderão ser usadas nos
processos administrativos e judiciais. Segundo o STF:

“É indubitável que a prova ilícita, entre nós, não se reveste da


necessária idoneidade jurídica como meio de formação do
convencimento do julgador, razão pela qual deve ser desprezada, ainda
que em prejuízo da apuração da verdade, em prol do ideal maior de um
processo justo, condizente com o respeito devido a direitos e garantias
fundamentais da pessoa humana, valor que se sobreleva, em muito, ao
que é representado pelo interesse que tem a sociedade em uma eficaz
repressão aos delitos.”56

As provas ilícitas, assim consideradas aquelas obtidas com violação ao direito


material, deverão ser, portanto, expurgadas do processo; serão elas
imprestáveis à formação do convencimento do magistrado.57

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
56
STF, Ação Penal, 307-3-DF. Rel. Min. Ilmar Galvão, DJU 13.10.1995
&∗
! MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 324-332!
5#&6;∋89:∀−∋(−#&.∀)−∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!%)!#∃!∀%&!
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Há que se destacar, todavia, que a presença de provas ilícitas não é
suficiente para invalidar todo o processo, se nele existirem outras provas,
lícitas e autônomas (obtidas sem a necessidade dos elementos informativos
revelados pela prova ilícita).58 Uma vez que seja reconhecida a ilicitude de
prova constante dos autos, esta deverá ser imediatamente desentranhada
(retirada) do processo. 59 As outras provas, lícitas e independentes da obtida
ilicitamente, são mantidas, tendo continuidade o processo.

Vejamos, a seguir, importantes entendimentos do STF


sobre a licitude/ilicitude de provas:

1) É ilícita a prova obtida por meio de interceptação


telefônica sem autorização judicial. A interceptação
telefônica, conforme já estudamos, depende de
autorização judicial.

2) São ilícitas as provas obtidas por meio de


interceptação telefônica determinada a partir
apenas de denúncia anônima, sem investigação
preliminar. Com efeito, uma denúncia anônima não é
suficiente para que o juiz determine a interceptação
telefônica; caso ele o faça, a prova obtida a partir desse
procedimento será ilícita.

3) São ilícitas as provas obtidas mediante gravação de


conversa informal do indiciado com policiais, por
constituir-se tal prática em “interrogatório sub-
reptício”, realizado sem as formalidades legais do
interrogatório no inquérito policial e sem que o indiciado
seja advertido do seu direito ao silêncio.60

4) São ilícitas as provas obtidas mediante confissão


durante prisão ilegal. Ora, se a prisão foi ilegal, todas
as provas obtidas a partir dela também o serão.

5) É lícita a prova obtida mediante gravação


telefônica feita por um dos interlocutores sem a
autorização judicial, caso haja investida criminosa
daquele que desconhece que a gravação está sendo feita.
Nessa situação, tem-se a legítima defesa.

6) É lícita a prova obtida por gravação de conversa


telefônica feita por um dos interlocutores, sem

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
58
STF, HC 76.231/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ: 29.09.1995.
59
STF, Embargos de Declaração em Inquérito. Rel. Min. Néri da Silveira, 07.06.1996
60
STF, HC 80.949. Rel. Min. Sepúlveda Pertence. DJ 30.10.2001
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!
conhecimento do outro, quando ausente causa legal de
sigilo ou de reserva da conversação.61

7) É lícita a prova consistente em gravação ambiental


realizada por um dos interlocutores sem o
conhecimento do outro. 62

Muito conhecida na doutrina é a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada


(“Fruits of the Poisonous Tree”), que se baseia na ideia de que uma árvore
envenenada irá produzir frutos contaminados! Seguindo essa lógica, uma
prova ilícita contamina todas as outras que dela derivam. É o que a
doutrina denomina ilicitude por derivação; pode-se dizer também que, nesse
caso, haverá comunicabilidade da ilicitude das provas ilícitas a todas aquelas
que dela derivarem.

É importante destacar, porém, que a tão só existência de prova


reconhecidamente ilícita no processo não basta para que a condenação seja
considerada nula, ou seja, a prova ilícita não contamina todo o processo.
Nesse sentido, segundo o STJ, “não se aplica a Teoria da Árvore dos Frutos
Envenenados quando a prova considerada como ilícita é independente dos
demais elementos de convicção coligidos nos autos, bastantes para
fundamentar a condenação.”63

(SEFAZ-MT – 2014) As provas provenientes de quebra


irregular de sigilo bancário ou fiscal são nulas para fins de
responsabilização administrativa e cível, mas não criminal.

Comentários:

As provas ilícitas não podem ser usadas, também, nos


processos penais (criminais). Elas serão nulas. Questão
errada.

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória;

Trata-se do princípio da presunção de inocência, que tem por objetivo


proteger a liberdade do indivíduo frente ao poder de império do Estado.
Somente a partir do trânsito em julgado (decisão da qual não caiba mais
nenhum recurso) de sentença penal condenatória é que alguém poderá ser
considerado culpado. É, afinal, o trânsito em julgado da sentença que faz coisa
julgada material.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
61
STF, RE 630.944 – AgR. Rel. Min. Ayres Brito. DJ 25.10.2011
62
STF, RE 583.937-QO-RG. Rel. Min. Cezar Peluso. DJ 19.11.2009.
63
APR 20050810047450 DF, Rel. Vaz de Mello, j. 07.02.2008.
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!
Da presunção de inocência, deriva a obrigatoriedade de que o ônus da prova
da prática de um crime seja sempre do acusador. Assim, não se pode exigir
que o acusado produza provas em seu favor; caberá à acusação provar,
inequivocamente, a culpabilidade do acusado.

A jurisprudência do STF considera que as prisões cautelares (prisão


preventiva, prisão em flagrante e prisão temporária) são compatíveis com o
princípio da presunção de inocência. Assim, é plenamente possível, no
ordenamento jurídico brasileiro, que alguém seja preso antes de sentença
penal condenatória transitada em julgado.

Em fevereiro de 2016, o STF adotou importantíssima decisão relacionada ao


princípio da presunção de inocência. Desde 2009, o entendimento do STF
era o de que a execução da sentença somente seria possível após o trânsito
em julgado da condenação. Um exemplo pode nos ilustrar como era o
entendimento antigo da Corte.

Suponha que André seja julgado e condenado na primeira instância. Em


seguida, efetua a apelação para o Tribunal de Justiça, onde a sentença é
mantida. Nessa hipótese, ainda poderia ser cabível recurso especial (para o
STJ) e recurso extraordinário (para o STF). Até que esses recursos fossem
julgados, André não poderia ser considerado culpado, uma vez que ainda não
estaríamos diante do trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória.
Consequentemente, André não poderia ser preso.

Mas qual o novo entendimento do STF?

Agora, o STF entende que a decisão condenatória em segunda instância


já permitirá a execução provisória do acórdão. Ora, se um indivíduo foi
condenado em primeira instância e, em seguida, teve a condenação
confirmada por um Tribunal (órgão de natureza colegiada), não se pode
presumir que ele seja inocente. Ao contrário, já há uma declaração forte
acerca da sua culpabilidade. Dessa forma, a execução do acórdão penal
condenatório não precisa aguardar o julgamento de eventuais recursos
extraordinário ou especial.

No julgamento, o STF deixou clara a necessidade de que exista um equilíbrio


entre o princípio da presunção de inocência e a efetividade da
jurisdição penal. Comentou-se, inclusive que, “em país nenhum do mundo,
depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma
condenação fica suspensa aguardando referendo da Suprema Corte”. Dessa
forma, o STF fixou o seguinte entendimento:

“A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em


grau de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou
extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência”. 64

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
)(
!HC nº 126.292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki. 17.02.2016.!
5#&6;∋89:∀−∋(−#&.∀)−∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!%,!#∃!∀%&!
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!
A presunção de inocência também já serviu de fundamento para outra
importante jurisprudência, agora relacionada a concursos públicos.

Segundo o STF, “viola o princípio constitucional da presunção de inocência,


previsto no art. 5º, LXVII, da CF, a exclusão de candidato de concurso público
que responde a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença
condenatória”.65 Ora, se ainda não houve o trânsito em julgado da sentença
penal, o indivíduo não pode ser considerado culpado. Ao exclui-lo do concurso,
a Administração Pública agiu como se ele assim devesse ser considerado, o
que viola a presunção de inocência.

(Polícia Civil / CE - 2015) Ninguém será considerado culpado


até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, salvo
o preso em flagrante delito.

Comentários:

Pegadinha! Mesmo aquele que for preso em flagrante delito


somente poderá ser considerado culpado após o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória. Questão errada.

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,


salvo nas hipóteses previstas em lei;

Tem-se, aqui, norma constitucional de eficácia contida: na falta de lei


dispondo sobre os casos de identificação criminal excepcional, esta jamais
seria exigível.

O que é identificação civil? É a regra: carteira de identidade, de motorista, de


trabalho... E a criminal? É a impressão digital (processo datiloscópico) e a
fotográfica. Aposto que você se lembrou daquelas cenas de filmes, em que o
preso é fotografado de frente e de perfil pela polícia, né?

Assim, lei pode prever, excepcionalmente, hipóteses de identificação


criminal mesmo quando o indivíduo já foi identificado civilmente. A Lei
nº 12.037/2009 dispõe sobre os casos de identificação criminal do civilmente
identificado.

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;

Como você sabe, em regra, é o Ministério Público que provoca o Poder


Judiciário nas ações penais públicas, de cujo exercício é titular, com o fim
de obter do Estado o julgamento de uma pretensão punitiva.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
65
STF, RE 559.135-AgR. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.05.2008.
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Entretanto, em alguns casos, o particular poderá exercer essa prerrogativa, de
maneira excepcional. Trata-se dos casos de ação penal privada subsidiária
da pública, quando esta não é intentada no prazo legal. Nesse tipo de ação, a
titularidade da persecução criminal era, inicialmente, do Ministério Público.
Entretanto, diante da omissão deste, ela passou para o particular.

Destaca-se, todavia, que não é possível ação penal privada subsidiária da


pública quando o Ministério Público solicitou ao juiz o arquivamento do
inquérito policial por falta de provas. Isso porque, nesse caso, não se
caracteriza inércia do Ministério Público.

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

A compreensão desse inciso é bastante simples. A regra é a publicidade dos


atos processuais. A exceção é a restrição a essa publicidade, que só poderá ser
feita por lei e em 2 (duas hipóteses): defesa da intimidade ou interesse
social.

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;

O direito à liberdade é uma regra prevista na Constituição, que somente em


situações excepcionais e taxativas poderá ser violada. O inciso LXI do art. 5º
da Constituição traz as hipóteses em que é possível a prisão:

a) em flagrante delito. Nesse caso, não haverá necessidade de ordem


judicial. Nos termos do Código de Processo Penal, qualquer do povo
poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem
quer que seja encontrado em flagrante delito.

b) em caso de transgressão militar ou crime propriamente


militar, definidos em lei. Nesse caso, também é dispensada ordem
judicial.

c) por ordem de juiz, escrita e fundamentada. A decisão judicial é


necessária para a decretação de prisão cautelar ou para a denegação de
liberdade provisória.

A prisão, por tudo o que já comentamos, tem natureza excepcional. Nesse


sentido, o inciso LXVI dispõe que se a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança, ninguém será levado à prisão ou nela mantido. Isso
porque o direito à liberdade é um dos direitos humanos mais básicos e
importantes.

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!

(CNMP – 2015) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido


quando a lei admitir a liberdade provisória, desde que mediante
pagamento de fiança.

Comentários:

O art. 5º, LXVI estabelece que “ninguém será levado à prisão ou


nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança”. Questão errada.

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

Esses dispositivos enunciam os direitos do preso, que lhe devem ser


garantidos imediatamente quando de sua prisão.

Nos termos do inciso LXII, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se


encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada. O objetivo é assegurar-lhe
a assistência familiar e permitir que o juiz analise a legalidade da prisão,
relaxando-a se tiver sido ilegal. Destaque-se que não ocorrerá
descumprimento do art. 5º, LXII, se o preso, voluntariamente, não indica
pessoa a ser comunicada de sua prisão.66

O inciso LXIII, por sua vez, consagra o direito ao silêncio (direito à não-
autoincriminação), que se baseia na lógica de que ninguém pode ser obrigado
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
66
STF, HC 69.630. Rel. Min. Paulo Brossard. DJ: 04.12.1992.
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a produzir provas contra si mesmo (“nemo tenetur se detegere”). O preso
deverá ser informado sobre seu direito de permanecer em silêncio, assim como
do fato de que o exercício desse direito não irá trazer-lhe nenhum
prejuízo. Em outras palavras, o silêncio do réu no interrogatório não pode ser
interpretado como se fosse uma confissão da prática do crime.

O direito ao silêncio está presente quando o indiciado ou acusado presta


depoimento ao Poder Judiciário, ao Poder Executivo ou ao Poder
Legislativo (no âmbito de CPI, por exemplo). Segundo o STF, o preso deve
ser informado de seu direito ao silêncio, sob pena de nulidade absoluta de
seu interrogatório.

Importa destacar ainda que, para o Supremo Tribunal Federal, o direito de


permanecer em silêncio insere-se no alcance concreto da cláusula
constitucional do devido processo legal. Nesse direito ao silêncio, está
incluída, implicitamente, a prerrogativa processual de o acusado negar,
ainda que falsamente, perante a autoridade policial ou judiciária, a
prática da infração penal. 67 Essa garantia conferida ao acusado, entretanto,
não lhe permite mentir indiscriminadamente. Não pode ele, com base nesse
direito, criar situações que comprometam terceiros ou gerem obstáculos à
apuração dos fatos, impedindo que a Justiça apure a verdade.

O inciso LXIV, por sua vez, garante ao preso o direito de conhecer a


identidade dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial. O objetivo é evitar arbitrariedades da autoridade policial e de seus
agentes que, uma vez tendo sido identificadas pelo preso, poderão ser
responsabilizadas, a posteriori, no caso de ilegalidades ou abuso de poder.

Já o inciso LXV determina que a prisão ilegal será imediatamente


relaxada pela autoridade judiciária. O relaxamento da prisão é, portanto, um
ato por meio do qual o juiz torna sem efeito a restrição de liberdade. Trata-se,
como se pode verificar, de uma proteção aos indivíduos contra prisões ilegais
ou arbitrárias.

Um entendimento importante do STF, relacionado ao respeito dos direitos do


preso, é a Súmula Vinculante nº 11, que trata do uso de algemas.

“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado


receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se
refere sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.”

Com a edição da Súmula Vinculante nº 11, a utilização de algemas somente


pode ser utilizada em casos excepcionais (resistência, fundado receio de
fuga ou perigo à integridade física), justificados por escrito. A desobediência

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
)∗
STF, Primeira Turma, HC 68929 SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.10.1991, DJ 28-08-1992.!
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!
a essa regra implicará em responsabilidade do agente ou da autoridade,
bem como na nulidade da prisão.

(Polícia Civil / CE – 2015) A prisão de qualquer pessoa e o


local onde se encontre serão comunicados, imediatamente, ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada.

Comentários:

É a literalidade do art. 5º, LXII, CF/88. Questão correta.

(Polícia Civil / CE – 2015) A prisão ilegal será imediatamente


relaxada pela autoridade policial.

Comentários:

Pegadinha! É a autoridade judicial (e não a autoridade policial!)


que relaxará a prisão ilegal. Questão errada.

(Polícia Federal – 2014) Um agente da Polícia Federal foi


escalado para atuar em operação para cumprimento de
mandado judicial de prisão e de busca e apreensão, durante o
dia, de documentos no escritório profissional do investigado.
Mesmo que o investigado ofereça resistência à ordem de prisão,
não será possível o uso de algemas para conduzi-lo, uma vez
que a CF garante que nenhum cidadão será submetido a
tratamento desumano ou degradante.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 11 autoriza a utilização de algemas em


caso de resistência à prisão. Logo, na situação descrita, será
possível o uso de algemas. Questão errada.

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;

A partir deste artigo, de “memorização” obrigatória para sua prova, pode-se


concluir que:

a) Em regra, não há prisão civil por dívidas.

b) Aquele que não paga pensão alimentícia só pode ser preso se


deixar de pagar porque quer (inadimplemento voluntário) e sem
justificativa plausível (inadimplemento inescusável).
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c) Se levarmos em conta apenas o texto da Constituição, iremos
concluir que o depositário infiel também pode ser preso. No entanto, o
entendimento atual do STF é o de que a única prisão civil por dívida
admitida no ordenamento jurídico brasileiro é a resultante do
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia.

Vamos explicar o porquê disso, começando com o conceito de “depositário


infiel”.

O conceito não é cobrado em prova, mas fica bem mais fácil entender o
espírito da norma quando este é explicado. O depositário é a pessoa a quem
uma autoridade entrega um bem em depósito. Essa pessoa assume a
obrigação de conservar aquele bem com diligência e de restituí-lo
assim que a autoridade o exigir. Quando assim não procede, é chamada
depositário infiel. A infidelidade, portanto, é um delito. É o caso de uma
pessoa que teve mercadoria apreendida pela Receita Federal, mas que recebe
do Auditor-Fiscal autorização para guardá-la, por falta de espaço no depósito
da unidade aduaneira, por exemplo. Caso o bem não seja entregue assim que
requerido, o depositário torna-se infiel.

Pela literalidade da Constituição, o depositário infiel pode ser preso. No


entanto, trata-se de autorização (e não imposição) constitucional. Há
necessidade de uma norma infraconstitucional que ordene a prisão. Com
efeito, a Constituição apenas autoriza a prisão; quem deve determinar a
prisão do depositário infiel é uma lei (norma infraconstitucional). Essa lei que
determina a prisão do depositário infiel até existe, mas como explicarei a
seguir, está com a eficácia suspensa.

O Brasil é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto


de San Jose da Costa Rica), que somente permite a prisão civil por não
pagamento de obrigação alimentícia. Segundo o STF, esse tratado, por ser
de direitos humanos, tem “status” supralegal, ou seja, está abaixo da
Constituição e acima de todas as leis na hierarquia das normas. Assim, ele não
se sobrepõe à Constituição, ou seja, permanece válida a autorização
constitucional para que o depositário infiel seja preso.

No entanto, a Convenção Americana de Direitos Humanos, por ter status


supralegal, suspendeu toda a eficácia da legislação infraconstitucional que
regia a prisão do depositário infiel. Segundo o STF, o Pacto de San José da
Costa Rica produziu um “efeito paralisante” sobre toda a legislação
infraconstitucional que determinava a prisão do depositário infiel. 68

Dessa forma, não houve revogação do texto constitucional. A Constituição


continua autorizando a prisão do depositário infiel; no entanto, a legislação
infraconstitucional está impedida de ordenar essa modalidade de
prisão, em razão da Convenção Americana de Direitos Humanos, cuja
hierarquia é de norma supralegal.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
68
RE 466.343-1/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 03.12.2008
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Para sanar qualquer dúvida sobre o tema, o STF editou a Súmula Vinculante nº
25:

É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer


que seja a modalidade de depósito.

Para finalizar, quero que vocês se lembrem, ainda, de que os tratados sobre
direitos humanos também podem ter “status” de emenda
constitucional, desde que aprovados obedecendo ao rito próprio dessa
espécie normativa. Assim, necessitam ser aprovados em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros. Essa previsão está no art. 5º, § 3º da CF/88, incluído à Constituição
pela EC 45/04.

Continuemos no estudo do art. 5º, da Constituição Federal!

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;

Por meio desse dispositivo, a CF/88 garante a liberdade de locomoção, no


território nacional, nos tempos de paz e nos termos da lei. Observe que se
trata de norma constitucional de eficácia contida, que poderá sofrer
restrições referentes ao ingresso, saída e circulação interna de pessoas e
patrimônio. É o caso, por exemplo, das restrições impostas por normas
referentes ao ingresso de estrangeiros no país.

Outro tópico bastante interessante sobre esse dispositivo é que a liberdade de


locomoção só é assegurada a qualquer pessoa (brasileira ou não) em tempos
de paz. Isso significa que, em tempos de guerra, a liberdade de entrada,
saída e permanência no país poderá sofrer duras restrições,
principalmente no que se refere a estrangeiros.

Por fim, cabem algumas considerações sobre o direito de locomoção.


Locomover significa andar, correr, passear, parar, ir, vir, ficar, estacionar,
transitar... Em sentido amplo, é o mesmo que circular. Nesse sentido, não
pode o Poder Público cercear o livre trânsito de pessoas, salvo em
situações excepcionais.

O remédio constitucional adequado para proteger a liberdade de locomoção é o


“habeas corpus”:

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se


achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

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!
O “habeas corpus” é uma garantia fundamental. Trata-se de uma forma
específica de garantia, a que a doutrina chama “remédio constitucional”.

“Ih...Agora complicou! O que é remédio constitucional, Nádia?”

Calma, aluno (a)... O remédio constitucional é um meio que a Constituição dá


ao indivíduo de proteger seus direitos contra a ilegalidade ou abuso de
poder cometido pelo Estado. Ao contrário da maioria das garantias, não é uma
proibição ao Estado, mas um instrumento a favor do indivíduo.

Bem, voltando ao “habeas corpus”, temos que ele é remédio constitucional que
protege o direito de locomoção. Sua finalidade é, por meio de ordem
judicial, fazer cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção do
indivíduo.

O “habeas corpus” tem natureza penal, procedimento especial (é de


decisão mais rápida: rito sumário), é isento de custas (gratuito) e pode ser
repressivo (liberatório) ou preventivo (salvo-conduto). Se repressivo, busca
devolver ao indivíduo a liberdade de locomoção que já perdeu (sendo preso,
por exemplo); quando preventivo, resguarda o indivíduo quando a perda dessa
liberdade é apenas uma ameaça. Há, ainda, o “habeas corpus” suspensivo,
utilizado quando a prisão já foi decretada, mas o mandado de prisão ainda está
pendente de cumprimento.

Pode o “habeas corpus” ser impetrado por qualquer pessoa física ou


jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Público. Todos
esses são, portanto, sujeitos ativos do “habeas corpus”. Trata-se de uma
ação com legitimidade universal, que pode, inclusive, ser concedida de
ofício pelo próprio juiz. Tamanho é seu caráter universal que o “habeas corpus”
prescinde, até mesmo, da outorga de mandado judicial que autorize o
impetrante a agir em favor de quem estaria sujeito, alegadamente, a
constrangimento em sua liberdade de locomoção.

Não pode o “habeas corpus”, contudo, ser impetrado em favor de pessoa


jurídica. Somente as pessoas físicas (os seres humanos) podem ser
pacientes de “habeas corpus”. Já viu pessoa jurídica (“empresa”) se
locomovendo? Ou, ainda, é possível que pessoa jurídica seja condenada à
prisão? Não, né? Por isso mesmo, o “habeas corpus” só pode ser impetrado
a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jurídica. Guarde bem isso!

Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus, mas


sempre a favor de pessoa física.

Não há necessidade de advogado para impetração de “habeas corpus”,


bem como para interposição de recurso ordinário contra decisão proferida em
“habeas corpus”. A doutrina considera, por isso, que o “habeas corpus” é uma
verdadeira ação penal popular.
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No que se refere à legitimidade passiva no “habeas corpus”, tem-se que
este se dirige contra a autoridade coatora, seja ela de caráter público ou
um particular. Por autoridade coatora entende-se aquela que determinou a
prisão ou a restrição da locomoção do paciente, ou seja, da pessoa que sofreu
a lesão ou ameaça de lesão. Um exemplo típico de “habeas corpus” contra
particular é aquele impetrado contra hospitais, que negam a liberação de seus
pacientes, caso estes não paguem suas despesas.

Pela importância do direito que busca responder (liberdade de locomoção), o


habeas corpus é ação de procedimento especial (rito sumário), sendo decidida
de maneira bem célere. Mesmo assim, pode haver medida liminar em
“habeas corpus”, desde que presentes seus pressupostos (fumus boni iuris e
periculum in mora).

“Nádia, o que é liminar?”

A liminar é uma ordem judicial proferida pronta, sumária (rito breve) e


precariamente (não é definitiva). Visa proteger direito que esteja sendo
discutido em outra ação, e que, sem a liminar, poderia sofrer danos de
difíceis reparações, devido à demora na prestação jurisdicional. A liminar,
portanto, tem dois pressupostos:

a) O “fumus boni juris”, ou “fumaça do bom direito”, que significa


que o pedido deve ter plausibilidade jurídica;

b) O “periculum in mora” (risco da demora), que significa que deve


haver possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação se houver
demora na prestação jurisdicional.

Outra coisa importante: é cabível “habeas corpus” mesmo quando a ofensa


ao direito de locomoção é indireta, ou seja, quando do ato impugnado
possa resultar procedimento que, ao final, termine em detenção ou reclusão da
pessoa. É o caso do uso desse instrumento para proteger o indivíduo contra
quebra de sigilo bancário que possa levar à sua prisão em um processo
criminal, por exemplo69. Esse é o entendimento do STF. Entretanto, caso a
quebra do sigilo fiscal se desse em um processo administrativo, não caberia
“habeas corpus”. Isso porque esse tipo de processo jamais leva à restrição de
liberdade. O remédio constitucional adequado, nesse caso, seria o mandado de
segurança.

Resta, ainda, destacar que o “habeas corpus” pode ser concedido de ofício
pelo juiz70, ou seja, por sua iniciativa, sem provocação de terceiros. Isso
ocorrerá quando, no curso do processo, a autoridade judiciária verificar que
alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
69
“O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de
sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem
em constrangimento à liberdade do investigado” (AI 573623 QO/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes,
31.10.2006).
∗−
STF, HC 69.172-2/RJ, DJ, 1, de 28.08.1992.
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Além disso, entende o STF que o órgão competente para julgamento do
habeas corpus está desvinculado à causa de pedir (fundamento do pedido)
e aos pedidos formulados. Assim, havendo convicção sobre a existência de
ato ilegal não mencionado pelo impetrante, cabe ao Judiciário afastá-lo, ainda
que isso implique concessão de ordem em sentido diverso do pleiteado71.

O “habeas corpus” também não serve como meio de dilação probatória72,


para reparar erro do Judiciário, devido à sua índole sumaríssima73. A coação
ilegal deverá ser demonstrada de plano pelo impetrante: exige-se, no “habeas
corpus”, prova pré-constituída. Como a fase de dilação probatória é demorada,
relativamente longa, entende o STF que é incabível na via de “habeas corpus”,
devido a seu rito sumaríssimo. O bem jurídico tutelado (a liberdade de
locomoção) requer o afastamento da ilegalidade o mais rápido possível, o que
não se daria caso houvesse uma fase probatória.

Uma pergunta importante que se deve fazer é a seguinte: quando é incabível


o “habeas corpus”?

a) Não cabe “habeas corpus” para impugnar decisões do STF


(Plenário ou Turmas). Não é cabível habeas corpus, inclusive, contra
decisão monocrática proferida por Ministro do STF. 74

A impossibilidade de impetração do “habeas corpus” contra decisões do STF


decorre do princípio da “superioridade de grau”, em virtude do qual somente a
autoridade imediatamente superior à autoridade coatora é que teria
competência para conhecer e decidir sobre essa ação. Nesse sentido, nenhum
juiz pode conceder “habeas corpus” contra ato do próprio juízo; o habeas
corpus é sempre impetrado junto à autoridade superior daquela que tomou
decisão que viola a liberdade de locomoção.

b) Não cabe “habeas corpus” para impugnar determinação de


suspensão dos direitos políticos.

c) Não cabe “habeas corpus” para impugnar pena em processo


administrativo disciplinar: advertência, suspensão, demissão etc.

d) Não cabe “habeas corpus” para impugnar pena de multa ou relativa


a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a
única cominada. (Súmula STF nº 643)

Perceba que as penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como


disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de locomoção.
Logicamente, não cabe “habeas corpus” para impugná-las.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
71
STF, HC 69.421/SP, DJ, 1, de 28.08.1992.
72
Por dilação probatória entende-se o prazo concedido às partes para a produção de provas no
processo.
∗%
STF, HC 68.397-5/DF, DJ 1, 26.06.1992.!
∗(
!HC 105959/DF. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. 17.02.2016.
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e) Não cabe “habeas corpus” para impugnar quebra de sigilo
bancário, fiscal ou telefônico, se dela não puder resultar condenação
à pena privativa de liberdade.

Se a quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico puder resultar em


condenação à pena privativa de liberdade, entende-se que há violação indireta
à liberdade de locomoção. Nesse caso, será cabível o “habeas corpus”.

f) Não cabe “habeas corpus” quando já extinta a pena privativa de


liberdade. (Súmula STF nº 695)

Desconstituído o objeto do “habeas corpus”, por julgada extinta a pena em


face do seu integral cumprimento, resta prejudicado o pedido75. Isso significa
que a extinção da pena torna incabível a utilização do “habeas corpus”.
A lógica é simples: o “habeas corpus” visa à tutela do direito à locomoção, não
se justificando quando esse direito não mais se encontra limitado ou
ameaçado.

g) Não cabe “habeas corpus” para discutir o mérito de punições


disciplinares militares (art. 142, § 2º, CF).

Segundo o STF, é cabível “habeas corpus” para discutir a legalidade de


punições disciplinares militares (por exemplo, a competência do agente e
concessão de ampla defesa e contraditório).

h) Não cabe “habeas corpus” contra a imposição de pena de exclusão


de militar ou de perda de patente ou de função pública.

Destaca-se, ainda, que em caso de estado de defesa (art. 136, CF) ou estado
de sítio (art. 139, CF), o âmbito do “habeas corpus” poderá ser restringido.
Contudo, jamais poderá ser suprimido.

“Habeas Corpus”
Caráter Sim
preventivo ou
repressivo
Finalidade Proteger a liberdade de locomoção
Legitimados Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou
ativos estrangeira. Só pode ser impetrado a favor de pessoa
natural, jamais de pessoa jurídica.
Legitimados Autoridade pública e pessoa privada
passivos
Natureza Penal
Isenção de Sim
custas
Medida liminar Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∗&
HC 34826 RS 2004/0051531-1, DJe 06/10/2008.!
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“periculum in mora”
Observações Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem
como disciplinares não resultam em cerceamento da
liberdade de locomoção. Por isso, não cabe “habeas
corpus” para impugná-las

(TJ / SP – 2015) Não é possível a concessão de habeas


corpus quando alguém se ache ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder, devendo a violência ou coação estarem concretizadas.

Comentários:

A violência ou coação à liberdade de locomoção não precisam


estar concretizadas para que se conceda habeas corpus. Isso
porque existe a figura do habeas corpus preventivo, utilizado
quando a perda da liberdade ainda é uma ameaça. Questão
errada.

(FUB – 2015) A legitimidade para impetração de habeas


corpus é universal, abrangendo a pessoa jurídica e também
aqueles que não possuem capacidade civil plena.

Comentários:

Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira,


poderá impetrar mandado de segurança. Portanto, a
legitimidade para impetração de habeas corpus é universal.
Questão correta.

(TCM / GO – 2015) Conceder-se-á habeas corpus sempre que


alguém estiver submetido as decisões ilegais que impliquem
condenação em pena privativa de direitos, privativa de liberdade
ou de multa.

Comentários:

Não cabe habeas corpus para impugnar pena privativa de


direitos ou pena de multa. O bem jurídico tutelado pelo habeas
corpus é a liberdade de locomoção. Portanto, ele é cabível para
impugnar decisões ilegais que impliquem condenação em pena
privativa de liberdade. Questão errada.

LXIX– conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e


certo, não amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
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agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

O mandado de segurança é ação judicial, de rito sumário especial, própria


para proteger direito líquido e certo de pessoa física ou jurídica, não
protegido por “habeas corpus” ou “habeas data”, que tenha sido violado
por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exercício de
atribuição do Poder Público.

Quando se fala que o mandado de segurança protege direito líquido e certo


“não amparado por “habeas corpus” ou habeas data”, determina-se que este
tem caráter residual. Assim, essa ação judicial só é cabível na falta de outro
remédio constitucional para proteger o direito violado. Como exemplo, o
mandado de segurança é o remédio constitucional apto a proteger o direito de
reunião caso haja lesão ou ameaça de lesão a esse direito por alguma
ilegalidade ou arbitrariedade por parte do Poder Público.

Outra característica importante é que o mandado de segurança tem natureza


civil, e é cabível contra o chamado “ato de autoridade”, ou seja, contra
ações ou omissões do Poder Público e de particulares no exercício de
função pública (como o diretor de uma universidade, por exemplo).
Destaque-se que, mesmo sendo ação de natureza civil, o mandado de
segurança poderá ser usado em processos penais.

Assim, a violação de direito líquido e certo não protegido por “habeas


corpus” ou “habeas data” dará ensejo à utilização do mandado de segurança.
Direito líquido e certo, segundo a doutrina, é aquele evidente de imediato,
que não precisa de comprovação futura para ser reconhecido. A existência
desse direito é impossível de ser negada. Por esse motivo, não há dilação
probatória (prazo para produção de provas) no mandado de segurança. As
provas, geralmente documentais, são levadas ao processo no momento da
impetração da ação, ou seja, quando se requer a tutela jurisdicional. São
provas pré-constituídas.

De acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de direito líquido e certo


está mesmo relacionado à prova pré-constituída, a fatos comprovados
documentalmente na exordial (petição inicial do processo). Não importa se a
questão jurídica é difícil, complexa ou controvertida. Nesse sentido, dispõe a
Súmula 625 do STF que “controvérsia sobre matéria de direito não
impede concessão de mandado de segurança”. O que se exige é que o
fato esteja claro, pois o direito será certo se o fato a ele correspondente
também o for.

É importante frisar que o mandado de segurança é cabível contra atos


discricionários ou contra atos vinculados. Reza a Constituição que os
indivíduos utilizam o mandado de segurança para se defenderem tanto da
ilegalidade quanto do abuso de poder. Por ilegalidade, entende-se a
situação em que a autoridade coatora não age em conformidade com a lei.
Trata-se de vício próprio dos atos vinculados. Por abuso de poder, por outro
lado, entende-se a situação em que a autoridade age fora dos limites de sua
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competência. Trata-se de vício próprio dos atos discricionários. Assim, a
Constituição, de acordo com a doutrina, ao se referir à ilegalidade como
hipótese de cabimento de mandado de segurança, reporta-se aos atos
vinculados, e ao se referir ao abuso de poder, reporta-se aos discricionários.

No que diz respeito à legitimidade ativa, podem impetrar mandado de


segurança:

a) Todas as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou


estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil;

b) As universalidades (que não chegam a ser pessoas jurídicas)


reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual para a
defesa de seus direitos, como a massa falida e o espólio, por exemplo;

c) Alguns órgãos públicos (órgãos de grau superior), na defesa de


suas prerrogativas e atribuições;

d) O Ministério Público.

Há um prazo para a impetração do mandado de segurança: 120 (cento e


vinte) dias a partir da data em que o interessado tiver conhecimento oficial
do ato a ser impugnado (publicação desse ato na imprensa oficial, por
exemplo). Segundo o STF, esse prazo é decadencial (perde-se o direito ao
mandado de segurança depois desse tempo), não passível de suspensão ou
interrupção. Também segundo a Corte Suprema, é constitucional lei que fixe
o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança (Súmula
632 do STF).

E se eu perder o prazo, Nádia? Bem, nesse caso, você até poderá proteger seu
direito, mas com outra ação, de rito ordinário, normal. Jamais por mandado de
segurança!

Uma vez concedida a segurança (deferido, “aceito” o pedido), a sentença


estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição (reexame
necessário). Significa dizer que, uma vez tendo sido concedida a segurança
pelo juiz de primeira instância, ela necessariamente deverá ser reexaminada
pela instância superior. Destaque-se, todavia, que a sentença de primeiro
grau (primeira instância) pode ser executada provisoriamente, não
havendo necessidade de se aguardar o reexame necessário.

Pode haver liminar em mandado de segurança?

Presentes os requisitos (fumus boni iuris e periculum in mora), é possível


liminar em mandado de segurança. Entretanto, há exceções, para as
quais mesmo existindo esses requisitos, a lei não admite liminar em mandado
de segurança:

a) A compensação de créditos tributários;

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b) A entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;

c) A reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a


concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de
qualquer natureza.

“Por que a lei faz isso, Nádia”?

Ora, trata-se de matérias muito importantes, que não podem ser decididas
precariamente por medida liminar. Na compensação de créditos
tributários, por exemplo, a União (ou outro ente federado) “perdoa” um débito
do contribuinte utilizando um crédito que ele tenha com ela. Exemplo: um
contribuinte deve imposto de renda, mas tem um crédito de COFINS. Ele usa,
então, esse crédito para “quitar” a dívida, o famoso “elas por elas”.

Pense bem, caro (a) aluno (a). Você acha que perdão de débito tributário é
matéria a ser discutida precariamente? É claro que não! Por isso a lei protege
essa matéria ao impedir que seja tratada por medida liminar em mandado de
segurança.

O mesmo ocorre com a entrega de mercadorias ou bens provenientes do


exterior. Eles são a maior garantia que a Receita Federal tem de que o
contribuinte pagará seus tributos aduaneiros. Por isso, não podem ser
entregues precariamente, por medida liminar. Além do mais, o risco de se
entregar uma mercadoria que cause prejuízo à sociedade é muito maior que o
de se prejudicar alguma empresa pela retenção indevida de seus bens
importados. Essas são as razões pelas quais a lei resguarda decisão tão
importante contra medida liminar em mandado de segurança: há
interesses muito grandes envolvidos.

“Nádia, é possível que o impetrante desista do mandado de segurança?”

De acordo com o STF, a resposta é sim. O impetrante do mandado de


segurança pode desistir dessa ação constitucional a qualquer tempo,
ainda que proferida decisão de mérito a ele favorável, e sem anuência da
parte contrária. Entende a Corte que o mandado de segurança, enquanto ação
constitucional, com base em alegado direito líquido e certo frente a ato ilegal
ou abusivo de autoridade, não se revestiria de lide, em sentido material.
Eventual má-fé do impetrante que desistisse seria coibida com instrumental
próprio76.

Vejamos, agora, as situações em que é incabível o mandado de segurança.

a) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial da qual


caiba recurso com efeito suspensivo;

b) Não cabe mandado de segurança contra ato administrativo do


qual caiba recurso com efeito suspensivo.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
76
RE 669367, Rel. Min. Luiz Fux, p. 13.05.2013.
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Nessas duas hipóteses, havendo possibilidade de recurso suspensivo (ou seja,
recurso que garante que nenhuma situação jurídica poderá ser modificada até
a decisão) descabe o uso de mandado de segurança, uma vez que o direito já
está protegido pela própria suspensão.

Cabe destacar, porém, que a Súmula nº 429/STF dispõe que “a existência de


recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado
de segurança contra omissão de autoridade”. Dessa forma, mesmo existindo
recurso administrativo com efeito suspensivo, se houver omissão ilegal ou
abusiva da administração, será cabível mandado de segurança.

c) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial


transitada em julgado;

Contra esse tipo de decisão não cabe mais recurso, por isso é descabido o uso
de mandado de segurança.

d) Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, exceto se


produtora de efeitos concretos;

O que é lei em tese? É aquela de efeitos gerais e abstratos, ou seja, que


apresenta generalidade e abstração.

A generalidade está presente quando a lei possui destinatários indeterminados


e indetermináveis (uma lei que proteja o meio ambiente, por exemplo). Já a
abstração ocorre quando a lei disciplina abstratamente (e não concretamente)
as situações que estão sujeitas ao seu comando normativo.

Somente leis de efeitos concretos (semelhantes a atos administrativos,


como uma lei que modifica o nome de uma rua, por exemplo) podem ser
atacadas por mandado de segurança. Isso porque as demais leis em tese
não resultariam numa situação de fato, com violação ao direito líquido e certo
do impetrante.

e) Não cabe mandado de segurança contra ato de natureza


jurisdicional, salvo situação de absoluta excepcionalidade, quando a
decisão for equivocada, seja por manifesta ilegalidade, seja por abuso
de poder77;

Caso haja essa excepcionalidade, deve o impetrante demonstrar, além da


violação de direito líquido e certo, a inexistência de recurso com efeito
suspensivo e que o provimento do recurso cabível não seria suficiente à
reparação do dano. Isso porque não pode o mandado de segurança, de
acordo com o STF, ser utilizado como sucedâneo recursal, sob pena de
se desnaturar a sua essência constitucional.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
77
AgRg no MS 14561 DF 2009/0155213-1, 29/06/2010.
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O que é um sucedâneo recursal? É todo meio de impugnação78 de decisão
judicial que não seja recurso nem ação, como é o caso, por exemplo, do
pedido de reconsideração. No pedido de reconsideração, que não deriva de lei,
mas apenas do bom senso, diante de uma decisão visivelmente equivocada do
juiz, a parte pede para que este reconsidere a decisão.

Voltando à análise da jurisprudência do STF, vimos que o mandado de


segurança não pode ser usado como sucedâneo recursal. Isso porque, havendo
possibilidade de recurso ou correição, a ação não pode ser cabível, por ter
caráter residual.

f) Não cabe mandado de segurança contra decisões jurisdicionais do


STF, inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros, salvo
situações excepcionais;

Esses decisões, entende a Corte, têm a possibilidade de ser reformadas por


via dos recursos admissíveis, ou, em se tratando de julgamento de mérito
com trânsito em julgado, por meio de ação rescisória79 (MS 30836 RJ,
06/10/2011). Novamente, a impossibilidade de emprego do mandado de
segurança se dá pelo fato de que ele não têm caráter recursal.

g) Não cabe mandado de segurança para assegurar direito líquido e


certo à insubmissão a certa modalidade de tributação, na
hipótese de o ato coator apontado se confundir com a própria adoção
de Medida Provisória editada pelo Chefe do Poder Executivo;

Trata-se de situação análoga à impetração contra lei em tese (Súmula


266/STF), situação em que é incabível o mandado de segurança. Em matéria
tributária, segundo o Supremo, a cobrança das obrigações fiscais ganha
concreção com o lançamento ou com os atos de constituição desempenhados
pelo próprio contribuinte, quando a legislação de regência assim determinar80.
A mera edição de medida provisória pelo Chefe do Executivo não resulta numa
situação de fato em que haja violação ao direito líquido e certo do impetrante
da ação.

Por fim, vale destacar que, no processo de mandado de segurança, não há


condenação ao pagamento dos honorários advocatícios (ônus de
sucumbência). Isso quer dizer que se o impetrante (o requerente) for
derrotado, não será condenado a pagar as despesas com advogado da outra
parte.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
78
Impugnação é quando, no Direito, não se concorda com algum ato.
79
Ação rescisória é aquela que visa a desconstituir, com base em vícios que as tornem
anuláveis, efeitos de sentenças transitadas em julgado, contra as quais não caiba mais
recursos. Em outras palavras, aquelas sentenças que seriam “a última palavra” do Judiciário.
80
STF, MS-ED 25265 / DF - DISTRITO FEDERAL, Julg. 28/03/2007, DJ 08/06/2007.
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Mandado de segurança individual
Caráter Sim
preventivo ou
repressivo

Finalidade Proteger direito líquído e certo, não amparado por “habeas


corpus” ou “habeas data”

Legitimados Todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades


ativos reconhecidas por lei como detentoras de capacidade
processual, alguns órgãos públicos e o Ministério Público
Legitimados Poder público e particulares no exercício da função pública
passivos

Natureza Civil

Isento de Não
custas

Medida liminar Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e


“periculum in mora”, mas há exceções

(DPE / MG – 2014) A controvérsia sobre matéria de direito


impede a concessão de mandado de segurança, instituto de
defesa de direito certo e incontestável.

Comentários:

Segundo a Súmula nº 625 / STF, “controvérsia sobre matéria de


direito não impede concessão de mandado de segurança”.
Questão errada.

(DPE / MG – 2014) É inconstitucional a estipulação de prazo


decadencial para a impetração de mandado de segurança.

Comentários:

O STF considera constitucional lei que estipule prazo


decadencial para a impetração de mandado de segurança. O
prazo decadencial do mandado de segurança é de 120 dias.
Questão errada.

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

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a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;

O mandado de segurança coletivo serve para proteger direitos coletivos e


individuais homogêneos contra ato, omissão ou abuso de poder por parte
de autoridade. Só quem pode impetrá-lo (legitimados ativos) são essas
pessoas previstas nas alíneas “a” e b”. Destaca-se que a exigência de um
ano de constituição e funcionamento da alínea “b” aplica-se apenas às
associações, jamais às entidades sindicais e de classe.

Nesse sentido, entende o STF que nem mesmo os entes da federação


podem impetrar mandado de segurança coletivo, em favor dos interesses
de sua população. Para a Corte, “ao Estado-membro não se outorgou
legitimação extraordinária para a defesa, contra ato de autoridade federal no
exercício de competência privativa da União, seja para a tutela de interesses
difusos de sua população – que é restrito aos enumerados na lei da ação civil
pública (Lei 7.347/1985) –, seja para a impetração de mandado de segurança
coletivo, que é objeto da enumeração taxativa do art. 5º, LXX, da Constituição.
Além de não se poder extrair mediante construção ou raciocínio analógicos, a
alegada legitimação extraordinária não se explicaria no caso, porque, na
estrutura do federalismo, o Estado-membro não é órgão de gestão, nem de
representação dos interesses de sua população, na órbita da competência
privativa da União”.

Não cabe mandado de segurança coletivo para proteger direitos


difusos. Isso porque essa ação tem caráter residual, e os direitos difusos já
são amparados por outros instrumentos processuais, como, por exemplo,
a ação civil pública. Além disso, seu caráter sumário exige prova documental,
algo que os direitos difusos não apresentam de forma incontroversa. Com isso,
encontram-se obstáculos para comprovar sua fluidez e certeza.

Lembra-se quando falamos de substituição processual? No mandado de


segurança coletivo, aplica-se esse instituto. O interesse invocado pertence a
uma categoria, mas quem é parte do processo é o impetrante (partido político,
por exemplo), que não precisa de autorização expressa dos titulares do
direito para agir.

É importante destacar que o STF entende que os direitos defendidos pelas


entidades da alínea “b” não precisam se referir a TODOS os seus membros.
Podem ser o direito de apenas parte deles (exemplo, quando o sindicato
defende direito referente à aposentadoria, que beneficia apenas seus filiados
inativos).

Outro importante entendimento da Corte Suprema é o de que o partido


político não está autorizado a valer-se do mandado de segurança coletivo
para, substituindo todos os cidadãos na defesa de interesses individuais,
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impugnar majoração de tributo. Isso porque, para o STF, uma exigência
tributária configura interesse de grupo ou classe de pessoas, só podendo ser
impugnada por eles próprios, de forma individual ou coletiva.

Mandado de segurança coletivo


Caráter Sim
preventivo ou
repressivo

Finalidade Proteger direitos líquídos e certos coletivos ou individuais


homogêneos, não amparados por HC ou HD (caráter
residual)

Legitimados • Partido político com representação no Congresso


ativos Nacional;
• Organização sindical e entidade de classe;

• Associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos 01 ano.

Legitimados Autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no


passivos exercício de atribuições do poder público

Natureza Civil

Isento de Não
custas

Medida liminar Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e


“periculum in mora”

Observações Substituição processual

(FUB – 2015) O mandado de segurança coletivo impetrado por


sindicato dispensa autorização prévia de sindicalizados.

Comentários:

Não há necessidade de autorização expressa dos sindicalizados


para que o sindicato impetre mandado de segurança coletivo.
Aplica-se, aqui, o instituto da substituição processual. Questão
correta.

(FUB – 2015) Uma entidade de classe que estiver em


funcionamento há apenas seis meses não possui, por essa
razão, legitimidade para impetração de mandado de segurança

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coletivo em defesa de interesse de seus membros.

Comentários:

A exigência de um ano de funcionamento aplica-se apenas às


associações, jamais às organizações sindicais e entidades de
classe. Portanto, uma entidade de classe que tenha apenas 6
meses de funcionamento poderá impetrar mandado de
segurança coletivo. Questão errada.

(IF / RS – 2015) O mandado de segurança coletivo pode ser


impetrado por quaisquer partidos políticos e pelas organizações
sindicais, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, um ano.

Comentários:

Pegadinha! Não é qualquer partido político que pode impetrar


mandado de segurança coletiva. Apenas poderão fazê-lo
partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
Questão errada.

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;

O mandado de injunção foi disciplinado pela Lei nº 13.300/2016. Trata-se de


um remédio constitucional disponível para qualquer pessoa prejudicada pela
falta de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, soberania e cidadania. Isso visa garantir que a Constituição
não se tornará “letra morta”, evitando a omissão do legislador
infraconstitucional.

O mandado de injunção é aplicável diante da falta de regulamentação de


normas constitucional de eficácia limitada. A título de recordação, normas de
eficácia limitada são aquelas que dependem de regulamentação para
produzirem todos os seus efeitos. Segundo o STF, “o direito individual à
atividade legislativa do Estado apenas se evidenciará naquelas estritas
hipóteses em que o desempenho da função de legislar refletir, por efeito de
exclusiva determinação constitucional, uma obrigação jurídica indeclinável
imposta ao Poder Público”. 81 Em outras palavras, o direito à legislação (que
é um direito individual a ser resguardado por mandado de injunção) somente
será cabível diante de normas de eficácia limitada de caráter impositivo.
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!MI 3316 / DF, Rel. Min. Celso de Mello. Julg. 09.04.2014.
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O mandado de injunção é cabível não só para omissões de caráter absoluto ou
total como também para as omissões de caráter parcial. Isso porque a
omissão inconstitucional, ainda que parcial, ou seja, derivada da insuficiente
concretização, pelo Poder Público, do conteúdo material da norma
constitucional, deve ser repelida, pois a inércia do Estado é um processo
informal de mudança da Constituição. Mesmo não alterando a letra da
Constituição, o legislador infraconstitucional modifica-lhe o alcance, ao
paralisar sua aplicação. Essa paralisação, não desejada nem prevista pelo
constituinte, é inconstitucional.

Qualquer pessoa, física ou jurídica, que se veja impossibilitada de exercer


direito constitucional por falta de norma regulamentadora é legitimada a
propor mandado de injunção. Essa é, afinal, uma das diferenças entre o
mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

O STF já reconhecia, mesmo diante do silêncio da Constituição, a possibilidade


de impetração de mandado de injunção coletivo. Com a edição da Lei nº
13.300/2016, passou a existir previsão expressão para esse instrumento.
Cabe ressaltar que os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por
mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma
coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo,
classe ou categoria.

São legitimados a impetrar mandado de injunção coletivo:

a) Partido político com representação no Congresso Nacional: para


assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária.

b) Organização sindical, entidade de classe ou associação


legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano: para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas
em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na
forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial.

d) Ministério Público: quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou
dos interesses sociais ou individuais indisponíveis.

e) Defensoria Pública: quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos
individuais e coletivos dos necessitados.

Uma novidade importante trazida pela Lei nº


13.300/2016 foi a previsão que o Ministério Público e
a Defensoria Pública sejam legitimados a impetrar
mandado de injunção coletivo.

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Um tópico muito importante: o mandado de injunção não é gratuito, sendo
necessária a assistência de advogado para sua impetração.

O mandado de injunção visa solucionar um caso concreto. São, portanto,


três pressupostos para o seu cabimento:

a) Falta de norma que regulamente uma norma constitucional


programática propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou
organizativos de natureza impositiva;

b) Nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a


impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional ou
prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma


regulamentadora (retardamento abusivo na regulamentação
legislativa).

E quando é que descabe mandado de injunção? Segundo a jurisprudência


do STF, nas seguintes situações:

a) Não cabe mandado de injunção se já houver norma


regulamentadora do direito constitucional, mesmo que esta seja
defeituosa.

Ora, se já existe norma regulamentadora, não faz sentido falar-se em


mandado de injunção, que tem como pressuposto a ausência de
regulamentação de norma constitucional.

b) Não cabe mandado de injunção se faltar norma regulamentadora


de direito infraconstitucional.

O mandado de injunção somente repara falta de regulamentação de direito


previsto na Constituição Federal. A ausência de regulamentação de uma lei
não dá ensejo à utilização do mandado de injunção.

c) Não cabe mandado de injunção diante da falta de regulamentação


de medida provisória ainda não convertida em lei pelo Congresso
Nacional.

O mandado de injunção tem como um de seus pressupostos a ausência de


regulamentação de direito constitucional.

d) Não cabe mandado de injunção se não houver obrigatoriedade


de regulamentação do direito constitucional, mas mera faculdade.

Nesse caso, o legislador tem liberdade para regulamentar ou não a norma


constitucional.

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Não cabe mandado de injunção:!

a) Se já houver norma regulamentadora!

b) Se faltar norma regulamentadora de direito


infraconstitucional!

! c) Se faltar regulamentação de medida provisória ainda


não convertida em lei pelo Congresso Nacionalidade!

d) Se não houver obrigatoriedade de regulamentação!

Segundo o STF, não é cabível medida liminar em mandado de injunção. Isso


porque o Poder Judiciário jamais poderia resolver liminarmente o caso
concreto, agindo como poder legislativo, a fim de evitar o prejuízo oriundo da
demora da decisão (“periculum in mora”), um dos pressupostos da liminar. O
mandado de injunção se destina ao reconhecimento, ou não, pelo Poder
Judiciário, da demora da elaboração da norma regulamentadora do direito
constitucional.

Um dos aspectos mais relevantes sobre o mandado de injunção é entender qual


a eficácia da decisão. No que se refere ao tema, duas teses jurídicas
relevantes foram construídas pela doutrina: a não concretista e a
concretista.

A corrente não concretista entende que cabe ao Poder Judiciário apenas


reconhecer a inércia do Poder Público e dar ciência de sua decisão ao
órgão competente para que este edite a norma regulamentadora. Não pode
o Judiciário suprir a lacuna, assegurar ao lesado o exercício de seu direito e
tampouco obrigar o Poder Legislativo a legislar. Essa posição era a seguida
pelo STF até poucos anos atrás. Hoje, essa Corte adota a corrente concretista,
que estudaremos a seguir.

A corrente concretista determina que sempre que estiverem presentes os


requisitos exigidos constitucionalmente para o mandado de injunção, o
Judiciário deverá não só reconhecer a omissão legislativa, mas também
possibilitar a efetiva concretização do direito. Essa posição se subdivide
em duas: i) concretista geral e ii) concretista individual.

a) Na concretista geral, a decisão do Judiciário deveria ter efeito


sobre todos os titulares do direito lesado (efeito “erga omnes”), até ser
expedida a norma regulamentadora daquele.

b) Na concretista individual, a decisão produziria efeitos somente


sobre o autor do mandado de injunção (eficácia “inter partes”, ou entre
as partes do processo). A posição concretista individual também se
subdivide: pode ser direta ou intermediária. Aquela determina que o
Judiciário, ao julgar procedente o mandado de injunção, concretiza
direta e imediatamente a eficácia da norma constitucional para o autor

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da ação. Já esta (a intermediária) determina que o Judiciário, após
julgar o mandado de injunção procedente, não concretiza
imediatamente a eficácia da norma constitucional para o autor da ação.
Este Poder apenas dá ciência ao órgão omisso, dando-lhe um prazo
para regulamentar aquela norma. Só em caso de permanência da
omissão é que o Judiciário fixará as condições necessárias para o
exercício do direito pelo autor do mandado de injunção.

O STF tem, atualmente, adotado a posição concretista, cumprindo,


muitas vezes, o papel do legislador omisso, com o objetivo de dar
exequibilidade às normas constitucionais. Exemplo disso é que, ao analisar
mandados de injunção referentes à falta de norma regulamentadora do direito
de greve dos servidores públicos civis (art. 37, VII, CF), a Corte não só
declarou a omissão do legislador, mas também determinou a aplicação
temporária ao servidor público, no que couber, da lei de greve aplicável ao
setor privado (Lei no 7.783/1989), até que aquela norma seja editada (MI
712/PA).

O STF já chegou até mesmo a editar Súmula Vinculante para combater


omissão legislativa. Foi o que ocorreu em relação à concessão de
aposentadoria especial para servidores públicos. A CF/88 exige lei
complementar para a definição de regras para a concessão de aposentadoria
aos servidores “cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física” (art. 40, § 4º, III). Como essa lei
complementar ainda não foi editada, “pipocaram” mandados de injunção
no STF. Para resolver o problema, o STF editou a Súmula Vinculante nº 33,
determinando o seguinte:

Súmula Vinculante nº 33 - Aplicam-se ao servidor público, no que


couber, as regras do regime geral da previdência social sobre
aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da
Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.

A Lei nº 13.300/2016 adotou, explicitamente, a teoria concretista


individual, ao dispor que, em mandado de injunção, “a decisão terá eficácia
subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma
regulamentadora” (art. 9º, caput). É possível, entretanto, que seja conferida
eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou
indispensável ao exercício do direito, liberdade ou da prerrogativa objeto da
impetração (art. 9º, § 1º).

Observe que a lei regulamentadora do mandado de injunção reafirmou a


jurisprudência do STF, dando maior segurança jurídica ao processo e
julgamento desse remédio constitucional. Agora, fica claro que o órgão
julgador não irá se limitar a declarar a mora legislativa.

Ao contrário, uma vez reconhecida a mora legislativa, o mandado de


injunção será deferido para:

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a) determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição
da norma regulamentadora;

b) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos


direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for
o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa
no prazo determinado.

Por fim, resta uma pergunta: a quem cabe julgar o mandado de injunção?
Depende de qual autoridade se omitiu quanto à proposição da lei.
Assim, a competência é determinada em razão dessa pessoa (“ratione
personae”).

A competência para julgar mandado de injunção dependerá de quem for


a autoridade inerte. Será o STF caso a elaboração da norma
regulamentadora seja atribuição do Presidente da República, do Congresso
Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de
qualquer das Casas Legislativas, do TCU, de qualquer dos Tribunais Superiores
ou do próprio STF. Por outro lado, será o STJ se a elaboração da norma
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do STF e
dos órgãos da Justiça Militar, Eleitoral, do Trabalho ou Federal.

Mandado de injunção
Finalidade Suprir a falta de norma regulamentadora, que torne
inviável o exercício de direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Legitimados Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou


ativos estrangeira.

Legitimados Autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei


passivos

Natureza Civil

Isento de custas Não

Medida liminar Não

Observações Pressupostos para cabimento: a) falta de


regulamentação de norma constitucional programática
propriamente dita ou que defina princípios institutivos
ou organizativos de natureza impositiva; b) nexo de
causalidade entre a omissão do legislador e a
impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade
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constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade,
à soberania e à cidadania e c) o decurso de prazo
razoável para elaboração da norma regulamentadora.

(TCM / GO – 2015) O direito a ser resguardado por mandado


de injunção somente se evidencia nos casos em que a função de
legislar refletir uma obrigação jurídica indeclinável imposta ao
poder público.

Comentários:

O mandado de injunção é cabível diante de omissão do Estado


naqueles casos em que a função de legislar for uma obrigação
jurídica indeclinável. É o que ocorre no caso das normas de
eficácia limitada de caráter impositivo. Questão correta.

(DPE / PE – 2015) A jurisprudência do STF acerca do


mandado de injunção evoluiu para admitir que, além de declarar
omisso o Poder Legislativo, o próprio tribunal edite a norma
geral de que depende o exercício do direito invocado pelo
impetrante.

Comentários:

Em várias de suas decisões, o STF vem adotando, para o


mandado de injunção, a posição concretista geral. Assim, o
Tribunal não se limita apenas a declarar a omissão legislativa,
mas busca concretizar o direito para todos os seus titulares.
Há certa polêmica em dizer que o STF “edita norma geral”.
Porém, analisando-se o caso da aposentadoria especial de
servidores públicos, é possível perceber que mandados de
injunção impetrados no STF resultaram na edição de verdadeira
“norma” pela Corte: a Súmula Vinculante nº 33. Por isso, a
questão foi considerada correta.

(MPE / RJ – 2014) O mandado de injunção é uma ação


constitucional, tida como garantia fundamental, oponível diante
de omissões de Poder Público respectivo em regulamentar
matérias que viabilizem o exercício de direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas concernentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Comentários:

O mandado de injunção é remédio constitucional que pode ser


utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à

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cidadania. Questão correta.

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo;

O habeas data é remédio constitucional de natureza civil e rito sumário,


possuindo duas finalidades principais:

a) garantir acesso a informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

b) retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo. Essa é uma segunda finalidade do
“habeas data”, que muita gente esquece em prova. O “habeas data”
também pode ser usado para retificar dados do impetrante, constantes
de banco de dados de caráter público.

O habeas data poderá ser ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica,
brasileira ou estrangeira. Trata-se de ação personalíssima, que jamais
poderá ser usada para garantir acesso a informações de terceiros.

No polo passivo do “habeas data”, podem estar pessoas de direito público


ou privado. Quanto às últimas, a condição é que sejam detentoras de banco
de dados de caráter público. Isso se deve ao fato de que as informações
pessoais do impetrante às quais se busca ter acesso constam de registro ou
banco de dados de caráter público. O “habeas data” não pode ser usado para
que se tenha acesso a banco de dados de caráter privado.

O “habeas data”, para que seja impetrado, exige a comprovação da


negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados
relativos ao impetrante. Trata-se de uma hipótese de “jurisdição
condicionada”, prevista no ordenamento jurídico nacional.

Sobre isso, destaca-se a posição do STF de que o acesso ao “habeas data”


pressupõe, dentre outras condições de admissibilidade, a existência do
interesse de agir. Ausente o interesse de agir, torna-se inviável o exercício
desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido
de informações de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo, constitui
requisito indispensável à concretização do interesse de agir em sede de
“habeas data”. Sem que se configure situação prévia de pretensão resistida, há

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carência da ação constitucional do “habeas data” (STF, HD 75; DF, DJU de
19.10.2006).

O “habeas data” é, assim como o “habeas corpus”, ação gratuita. No entanto,


é imprescindível a assistência advocatícia para que essa ação seja
impetrada (ao contrário do “habeas corpus”, que dispensa advogado). A
impetração de habeas data não se sujeita a decadência ou prescrição.
Ademais, os processos de “habeas data” terão prioridade sobre todos os atos
judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Guarde bem essa
informação!

No RE 673.707/MG, de 17 de junho de 2015, o STF decidiu que “o habeas data


é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio
contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos
constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos
administração fazendária dos entes estatais”.

A Corte entendeu que os contribuintes têm o direito de conhecer


informações que lhe digam respeito e que constem de bancos de dados
público ou de caráter público, em razão do direito de preservar o status do
seu nome, seu planejamento empresarial, sua estratégia de investimento e
principalmente a recuperação de tributos pagos indevidamente, entre outras
finalidades. 82

Habeas data
Finalidade Proteger direito relativo à informação e retificação sobre a
pessoa do impetrante constante de registros ou bancos de
dados

Legitimados Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira


ativos

Legitimados Entidades governamentais ou pessoas jurídicas de caráter


passivos público que tenham registros ou bancos de dados, ou,
ainda, pessoas jurídicas de direito privado detentoras de
banco de dados de caráter público

Natureza Civil

Isento de Sim
custas

Medida liminar Não

Observações Destina-se a garantir o acesso a informações relativas à

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!RE 673.707/MG. Rel. Min. Luiz Fux. 17.06.2015.
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pessoa do impetrante, ou seja, do requerente, solicitante.
Jamais para garantir acesso a informações de terceiros! Só
pode ser impetrado diante da negativa da autoridade
administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao
impetrante. Sua impetração não se sujeita a decadência ou
prescrição.

(DPE / RO – 2015) Dentre as garantias fundamentais, a


Constituição da República Federativa do Brasil previu a existência
do habeas data. Esse instrumento pode ser utilizado para retificar
dados.

Comentários:

O habeas data pode ser utilizado para a retificação de dados,


quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo. Questão correta.

(TCM / GO – 2015) Segundo o regime jurídico das ações


constitucionais, é correto afirmar que permite que se utilize
o habeas data para obtenção de vista de processos
administrativos.

Comentários:

A obtenção de vista de processos administrativos pode ser


garantida mediante mandado de segurança (e não habeas data).
O habeas data será concedido para “assegurar o conhecimento
de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público”. Questão errada.

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

O inciso LXXIII do art. 5º da Constituição traz mais um remédio constitucional:


a ação popular. Trata-se uma ação de natureza coletiva, que visa anular
ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. É, portanto, uma forma de
controle, pelos cidadãos, dos atos do Poder Público, por meio do Judiciário.

“Quem pode impetrar essa ação, Nádia?”

Boa pergunta! Este é o “peguinha” mais famoso nos concursos, envolvendo a


ação popular: só pode impetrar a ação o cidadão, pessoa física no gozo de

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seus direitos civis e políticos. E a ação pode ser usada de maneira
preventiva (quando impetrada antes da prática do ato lesivo ao patrimônio
público) ou repressiva (quando o dano já foi causado).

E quais os sujeitos passivos da ação popular, ou seja, quem pode sofrer a


ação?

a) Todas as pessoas jurídicas em nome das quais o ato ou


contrato lesivo foi (ou seria) praticado;

b) Todas as autoridades, os administradores e os servidores e


empregados públicos que participaram do ato ou contrato lesivo,
ou que se omitiram, permitindo a lesão;

c) Todos os beneficiários diretos do ato ou contrato lesivo.

É importante destacarmos, também, o papel do Ministério Público (MP) na


ação popular. O MP pode atuar das seguintes formas:

a) Como parte pública autônoma, velando pela regularidade do


processo e pela correta aplicação da lei, podendo opinar pela
procedência ou improcedência da ação. Nesse caso, exerce o papel de
fiscal da lei, ou “custos legis”.

b) Como órgão ativador da produção de prova e auxiliar do autor


popular. Todavia, a função de auxiliar do autor da ação popular não
implica em uma atividade secundária do Parquet. Ele não é um mero
ajudante do autor da ação; ao contrário, possui uma atividade
autônoma.

Uma observação. Você percebeu que “Parquet” e Ministério Público são


sinônimos? Parquet é uma expressão francesa que designa o MP, em atenção
ao pequeno estrado (parquet) onde ficam os agentes do MP quando de suas
manifestações processuais.

c) Como substituto do autor. Aqui, tem-se a palavra substituto


empregada em sentido vulgar, como alguém que age no caso da
omissão de outrem. Ocorre quando o autor da ação popular (cidadão)
ainda é parte no processo, mas é uma parte omissa. O Ministério
Público, então, age em seu lugar, cumprindo ônus processuais
imputados ao autor, que não os realizou.

d) Como sucessor do autor. Ocorre, em regra, quando o autor da


ação desiste desta, quando, então, o Ministério Público tem a
faculdade de prosseguir com a ação popular, quando houver interesse
público. Nesse caso, é vedado ao Ministério Público desistir da ação
popular. Seu poder de escolha refere-se ao impulso inicial (suceder ou
não o autor). Depois disso, não pode mais voltar atrás.

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“Nossa, Nádia! E se o cidadão nunca impetrar a ação popular? O Ministério
Público pode impetrá-la originariamente?”

NÃO! O Ministério Público não possui legitimidade para intentar a ação


popular. Só o cidadão possui tal prerrogativa.

Outro tópico importante. Não se exige, para o cabimento da ação popular, a


comprovação de efetivo dano material, pecuniário. O STF entende que a
lesividade decorre da ilegalidade: basta esta para que se configure o dano.

Também é bastante cobrado em prova o entendimento do STF de que não


cabe ação popular contra ato de conteúdo jurisdicional, praticado por
membro do Poder Judiciário no desempenho de sua função típica (decisões
judiciais). Isso porque a ação popular só incide sobre a atuação administrativa
do Poder Público83. Assim, imagine que uma decisão judicial seja lesiva ao
patrimônio público. Cabe ação popular contra esse ato? Não!!! Essa decisão
deverá ser atacada por meio de outro tipo de ação.

Não há foro por prerrogativa de função em ação popular. Dessa forma,


uma ação popular contra o Presidente da República ou contra um parlamentar
(deputado ou senador) será julgada na primeira instância (e não perante o
STF!).

Quando uma sentença julgar improcedente ação popular, ela estará


sujeita, obrigatoriamente, ao duplo grau de jurisdição (reexame
necessário). Em outras palavras, uma decisão judicial que nega provimento a
ação popular deverá ser reexaminada pela instância superior.

A improcedência de ação popular não gera para o autor, salvo comprovada


má fé, a obrigação de pagar custas judiciais e o ônus da sucumbência
(pagamento dos honorários advocatícios da outra parte).

(DPE / PA – 2015) A ação popular poderá ser intentada por


cidadão e por partido político com representação no Congresso
Nacional.

Comentários:

Os partidos políticos não têm legitimidade para ajuizar ação


popular. Questão errada.

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovarem insuficiência de recursos;

Essa previsão constitucional visa garantir a todos o acesso à Justiça. Em


concursos, você deve ficar atento ao fato de que a assistência jurídica integral
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
83
STF, Petição nº 2.018-9/SP, Rel. Ministro Celso de Mello, de 29/06/2000. !
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!
e gratuita só é devida aos pobres, aos que comprovarem insuficiência de
recursos.

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o


que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Tem-se, nesse inciso, a previsão da responsabilidade civil do Estado


quanto à condenação por erro judiciário ou à manutenção de uma
pessoa presa por mais tempo que o fixado na sentença judicial.

Tudo bem, aluno (a)... Já vou dizer o que é responsabilidade civil. Trata-se de
uma obrigação de indenizar que surge a partir de um dano.. No caso, a
responsabilidade do Estado é do tipo objetiva, pois independe de ter havido
dolo ou culpa por parte dos agentes públicos, cuja ação foi imputada ao
Estado.

Assim, quem sofreu condenação penal indevida (por erro judiciário) ou ficou
preso além do tempo determinado pelo juiz (erro da Administração) tem
direito a indenização. É o que prevê o inciso acima.

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

Quais os possíveis “peguinhas” relativos a esse inciso?

Primeiramente, só os reconhecidamente pobres, na forma da lei, têm


direito à gratuidade de que trata a norma constitucional. Entretanto, o STF
julgou constitucional lei que prevê gratuidade do registro da nascimento,
do assento de óbito, bem como da primeira certidão respectiva a todos os
cidadãos (e não só para os pobres). Entendeu-se inexistir conflito da lei
impugnada com a Constituição, a qual, em seu inciso LXXVI do art. 5º apenas
estabelece o mínimo a ser observado pela lei, não impedindo que esta
gratuidade seja estendida a outros cidadãos. Considerou-se, também, que os
atos relativos ao nascimento e ao óbito são a base para o exercício da
cidadania, sendo assegurada a gratuidade de todos os atos necessários ao seu
exercício (CF, art. 5º, LXXVII).

Finalmente, a gratuidade só diz respeito ao registro de nascimento e à


certidão de óbito. Nada de cair em “peguinhas” que estendam esse direito à
certidão de casamento, por exemplo.

LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

Já falamos do “habeas corpus” e do “habeas data”, acima. Não vale a pena


repetir. Peço apenas que se lembre de que também são gratuitos os atos

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necessários ao exercício da cidadania, na forma da lei. Só a lei formal,
portanto, poderá determinar quais atos são esses. É um caso de reserva legal.

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

Esse dispositivo constitucional traduz o princípio da celeridade processual.


Foi incorporado à Carta Magna com o objetivo de garantir aos cidadãos o
direito de verem julgados seus processos em um prazo razoável, sendo
aplicável tanto aos processos administrativos quanto aos judiciais.

Analisemos, agora, os parágrafos do art. 5o da Constituição Federal...

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


aplicação imediata.

Desse comando constitucional, depreende-se que as normas que definem


direitos e garantias fundamentais (não só aquelas do art. 5º da CF, mas
também as constantes de outros artigos da Constituição) devem ser
interpretadas de modo a terem a maior eficácia possível, mesmo quando
ainda não regulamentadas pelo legislador ordinário. Isso porque, como você
percebeu, vários direitos e garantias fundamentais estão previstos em
normas de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para a
produção de todos os seus efeitos.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem


outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Como se deduz do parágrafo acima, os direitos e garantias fundamentais


previstos na Constituição têm enumeração aberta (rol exemplificativo).
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Podem, portanto, haver outros, decorrentes dos princípios constitucionais ou
da assinatura de tratados internacionais pela República Federativa do Brasil.
Consagrou-se, no Brasil, um sistema aberto de direitos fundamentais.

Desse modo, para que um direito seja considerado como fundamental, não é
necessário que ele seja constitucionalizado (incorporado formalmente ao
texto constitucional). Os direitos serão fundamentais em razão da sua
essência, do seu conteúdo normativo. Surge, assim, a ideia de
“fundamentalidade material” dos direitos fundamentais, que permite a
abertura do sistema constitucional a outros direitos fundamentais não
previstos no texto da Constituição.

Há que se ressaltar que a fundamentalidade material é uma noção que


depende da existência de cláusula de abertura material inserida no texto
da Constituição, o que no caso brasileiro foi feito pelo art. 5º, § 2º, CF/88. Em
outras palavras, é a Constituição formal que abre a possibilidade para o
fenômeno da “fundamentalidade material”.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que


forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.

Por meio desse parágrafo, a Constituição determina que alguns tratados e


convenções internacionais têm força de emenda constitucional, atendidos
os requisitos:

a) Devem tratar de direitos humanos;

b) Devem ter sido aprovados de acordo com o rito próprio das emendas
constitucionais: três quintos dos membros de cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos de votação.

E os tratados sobre direitos humanos que não são aprovados por esse rito
especial?

Como dissemos anteriormente, caro (a) aluno (a), o Supremo Tribunal Federal
(STF), em decisão recente (2008), firmou entendimento de que esses
tratados têm hierarquia supralegal, situando-se abaixo da Constituição e
acima da legislação interna.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja


criação tenha manifestado adesão.

O Tribunal Penal Internacional constitui-se no primeiro tribunal de natureza


permanente destinado a apurar a responsabilidade de indivíduos por
crimes perpetrados contra os direitos humanos, concretizando grande avanço
do processo de internacionalização dos direitos humanos e de humanização do
direito internacional.

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(MPU – 2015) A CF traz uma enumeração taxativa dos direitos
fundamentais.

Comentários:

O rol de direitos fundamentais previsto na CF/88 é meramente


exemplificativo. Podem existir outros direitos fundamentais
previstos em tratados internacionais ou decorrentes do regime e
dos princípios adotados pela CF/88. Questão errada.

(MPE – GO – 2014) A fundamentalidade material é uma noção


que permite a abertura a outros direitos fundamentais não
previstos expressamente no texto constitucional, e essa mesma
noção se dá por meios que prescindem da Constituição formal.

Comentários:

O erro está na parte final da assertiva. A abertura do sistema


constitucional a outros direitos fundamentais depende de
expressa previsão na Constituição formal. Questão errada.

Questões Comentadas

1. (VUNESP / CGM-SP – 2015) A respeito dos remédios


constitucionais previstos na Carta Magna brasileira, é correto afirmar
que:

a) o habeas data se destina à obtenção de certidões ou informações de


interesse particular, coletivo ou geral.

b) o habeas corpus, como garantia do direito de locomoção, é gratuito e não


dispensa a sua impetração por meio de advogado.

c) a ação popular não pode ser ajuizada pelo Ministério Público, pessoas
jurídicas e menores de dezesseis anos de idade.

d) o mandado de injunção pode ser ajuizado em face de pessoas jurídicas de


direito público ou de direito privado.

e) o mandado de segurança pode ser preventivo e repressivo e não se sujeita


a prazo prescricional ou decadencial.

Comentários:

Letra A: errada. O habeas data se destina a assegurar o conhecimento de


informações relativas à pessoa do impetrante. O direito à obtenção de
certidões ou informações de interesse particular, coletivo ou geral é garantido
por meio de mandado de segurança.

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Letra B: errada. A impetração de habeas corpus não precisa ser feita por
advogado.

Letra C: correta. É isso mesmo! A ação popular somente pode ser ajuizada
pelo cidadão, assim considerado aquele que pode votar e ser votado.

Letra D: errada. O mandado de injunção é ajuizada face à omissão legislativa,


ou seja, não pode ter como legitimado passivo uma pessoa jurídica de direito
privado. Os legitimados passivos serão as autoridades públicas omissas.

Letra E: errada. O mandado de segurança tem prazo decadencial de 120


dias.

O gabarito é a letra C.

2. (VUNESP/ MPE-SP – 2015) Assinale a alternativa que


corretamente disserta sobre direitos ou garantias individuais ou
coletivos previstos na Constituição Federal de 1988.

a) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por um
quinto dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

b) Conceder-se-á habeas data sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

c) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao consumidor,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.

d) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

e) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a


prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo, os crimes dolosos contra a vida e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem.

Comentários:

Letra A: errada. De acordo com o art. 5o, § 3o, da Constituição, os tratados e


convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
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dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais

Letra B: errada. O remédio constitucional adequado para esse fim é o


mandado de injunção, não o habeas data.

Letra C: errada. A ação popular não tem como objeto a anulação de ato lesivo
ao consumidor.

Letra D: correta. É o que prevê o inciso XXXIII do art. 5o da Constituição.

Letra E: errada. A Carta Magna não exige que os crimes dolosos contra a vida
sejam considerados por lei como inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia.

O gabarito é a letra D.

3. (VUNESP/ TJ-SP – 2015) Segundo a Constituição Federal, é


correto afirmar que

a) não pode haver prisão civil por dívida, exceto nos termos estabelecidos pela
própria Constituição.

b) não é possível a concessão de habeas corpus quando alguém se ache


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder, devendo a violência ou coação estarem
concretizadas.

c) pode ser concedido mandado de injunção caso a norma regulamentadora


viole o exercício dos direitos e liberdades constitucionais.

d) conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


ainda que amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

e) qualquer cidadão é parte legítima para impetrar mandado de segurança


coletivo.

Comentários:

Letra A: correta. É o que prevê o inciso LXVII do art. 5o da Constituição.

Letra B: errada. O habeas corpus é o remédio adequado para proteger aquele


que se ache ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, ainda que em caráter
preventivo. Não é necessário que a violência ou a coação estejam
concretizadas para que o remédio constitucional seja cabível.

Letra C: errada. O mandado de injunção é cabível quando a falta da norma


regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades
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constitucionais. Uma vez tendo havido a regulamentação, o remédio
constitucional é incabível.

Letra D: errada. O mandado de segurança tem caráter residual, sendo cabível


para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.

Letra E: errada. O cidadão não é parte legítima para impetrar mandado de


segurança coletivo. Reza o inciso LXX do art. 5o da Constituição que o
mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados.

O gabarito é a letra A.

4. (VUNESP / Prefeitura de Caieiras – 2015 - adaptada)


Considerando o disposto no Texto Constitucional a respeito dos
direitos e garantias individuais e coletivos, assinale a alternativa
correta.

a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de prisão, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

b) É a todos assegurado, mediante o pagamento das respectivas taxas, o


direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder

c) Conceder-se-á mandado de injunção para proteger direito líquido e certo,


não amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela
ilegalidade ou pelo abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

d) O partido político sem representação no Congresso Nacional e a associação


em funcionamento há menos de um ano não poderão impetrar o mandado de
segurança coletivo.

e) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação civil pública que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio

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histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência.

Comentários:

Letra A: errada. Segundo o art. 5º, XXXIII, CF/88, “todos têm direito a receber
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado”.

Letra B: errada. O art. 5º, XXXIV, CF/88, assegura a todos o direito de petição
aos Poderes Públicos, independentemente do pagamento de taxas.

Letra C: errada. O mandado de injunção é concedido quando a falta de


regulamentadora estiver inviabilizando o exercício de um direito constitucional.
O remédio constitucional utilizado para proteger direito líquido e certo não
amparado por habeas corpus ou habeas data é o mandado de segurança.

Letra D: correta. Para que o partido político possa impetrar mandado de


segurança coletivo, ele precisa ter representação no Congresso Nacional.
Da mesma forma, para que a associação possa utilizar-se desse remédio
constitucional, ela deve estar em funcionamento já pelo menos 1 (um)
ano.

Letra E: errada. A ação popular é que pode ser proposta por cidadão para
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.

O gabarito é a letra D.

5. (VUNESP / Polícia Civil - CE – 2015) A Constituição Federal


assegura que:

a) a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a


natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.

b) não haverá pena de interdição de direitos.

c) a lei considerará os crimes hediondos inafiançáveis e imprescritíveis.

d) não será concedida extradição de estrangeiro por crime comum.

e) a lei penal não retroagirá, ainda que para beneficiar o réu.

Comentários:

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Letra A: correta. O art. 5º, XLVIII, CF/88, prevê que “a pena será cumprida
em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sexo do apenado”.

Letra B: errada. A CF/88 admite a pena de suspensão ou interdição de direitos


(art. 5º, XLVI, alínea “e”).

Letra C: errada. Os crimes hediondos são inafiançáveis e insuscetíveis de


graça ou anistia.

Letra D: errada. A CF/88 estabelece que não será concedida extradição de


estrangeiro por crime político.

Letra E: errada. Segundo o art. 5º, XL, CF/88, “a lei penal não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu”.

O gabarito é a letra A.

6. (VUNESP / TJ-PA – 2014) Nos termos da Constituição Federal, é a


todos assegurado(a):

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder.

b) a liberdade de associação para fins de caráter paramilitar.

c) o direito de eximir-se de obrigação legal imposta invocando crença religiosa


ou convicção filosófica.

d) o acesso à informação e o sigilo da fonte, independentemente de sua


necessidade recair, ou não, sobre o exercício profissional.

e) a livre expressão da atividade intelectual, artística e científica precedidas de


licença.

Comentários:

Letra A: correta. O art. 5º, XXXIV, CF/88, garante que é assegurado a todos o
direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder.

Letra B: errada. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a


de caráter paramilitar.

Letra C: errada. Segundo o art. 5º, VIII, ninguém será privado de direitos por
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Letra D: errada. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o


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sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Letra E: errada. É livre a expressão da atividade intelectual, artística e


científica, independentemente de censura ou licença.

O gabarito, portanto, é a letra A.

7. (VUNESP / PC-SP – 2014) No direito brasileiro, é vedada a pena


de

a) suspensão ou interdição de direitos.

b) perda de bens.

c) trabalhos forçados.

d) privação da liberdade.

e) restrição da liberdade.

Comentários:

No ordenamento jurídico brasileiro, não haverá penas: i) de morte, salvo em


caso de guerra declarada; ii) de caráter perpétuo; iii) de trabalhos
forçados; iv) de banimento; v) cruéis. A resposta é a letra C.

8. (VUNESP / SAP – SP – 2014) Sobre a pena de morte no


ordenamento jurídico brasileiro, é correto afirmar que

a) ela é aplicável a condenados reincidentes nos crimes de latrocínio ou


estupro seguido de morte.

b) ela só é aplicável em caso de guerra declarada.

c) a Constituição permite sua aplicação em casos de terrorismo transnacional.

d) ela é aplicável a crimes militares em tempo de paz ou de guerra.

e) a Constituição não permite sua aplicação em nenhuma hipótese.

Comentários:

No Brasil, é vedada a aplicação da pena de morte, salvo em caso de guerra


declarada. A resposta é a letra B.

9. (VUNESP / Procurador UNICAMP – 2014) No tocante aos direitos


e garantias fundamentais, a Constituição Federal estabelece que:

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a) as associações somente podem ter suas atividades suspensas por decisão
judicial transitada em julgado.

b) todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à Administração Pública direta ou indireta.

c) a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a


prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.

d) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor dos
danos causados.

e) não haverá penas: de morte, salvo em caso de guerra declarada; de caráter


perpétuo; de trabalhos forçados; de interdição de direitos; de banimento; e
cruéis.

Comentários:

Letra A: errada. Não há necessidade de trânsito em julgado para a suspensão


das atividades de associação. O trânsito em julgado é exigido para a
dissolução compulsória de associação.

Letra B: errada. Segundo o art. 5º, XXXIII, “todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado”.

Letra C: correta. É exatamente o que prevê o art. 5º, XLIII. Lembre-se do


macete: “3TH não tem graça!” São inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos.

Letra D: errada. A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento


de bens pode ser estendida aos sucessores e contra eles executadas. No
entanto, o limite do valor do patrimônio transferido.

Letra E: errada. São admitidas as penas de interdição ou suspensão de


direitos.

10. (VUNESP/ TJ-SP – 2006) O direito de petição:

a) depende do pagamento de taxas.

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b) é exercido para a defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder.

c) não pode ser exercido em face do Poder Executivo.

d) foi abolido com a Constituição de 1988.

e) não é assegurado aos estrangeiros, ainda que residentes no Brasil.

Comentários:

A letra A está incorreta. O direito de petição independe do pagamento de


taxas.

A letra B está correta. A Constituição Federal assegura a todos,


independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

A letra C está incorreta. O direito de petição pode ser exercido em face de


qualquer um dos Poderes.

A letra D está incorreta. A CF/88 assegura o direito de petição em seu art. 5o,
inciso XXXIV, “a”.

A letra E está incorreta. O direito de petição também é assegurado aos


estrangeiros.

O gabarito é a letra B.

11. (VUNESP / TJ-PA – 2014) A lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu.

Comentários:

Exatamente o que prevê o art. 5º, XL, CF/88. A lei penal benigna poderá
retroagir; no entanto, a lei penal mais grave jamais retroagirá. Questão
correta.

12. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) A Constituição Federal dispõe em seu


artigo 5.º que haverá penas

a) de morte nos casos de guerra declarada.

b) de caráter perpétuo.

c) de trabalhos forçados.

d) de banimento.

e) cruéis.
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Comentários:

Em seu art. 5o, XLVII, a Constituição Federal prevê que não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,


XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis.

O gabarito é a letra A.

13. (VUNESP/PC SP - 2013) A lei penal não retroagirá, salvo para


punir o réu nos casos de cometimento de crime hediondo ou de
racismo.

Comentários:

A lei penal somente retroagirá para beneficiar o réu, nunca para puni-lo.
Questão incorreta.

14. (VUNESP/MPE ES – 2013) De acordo com a Constituição Federal


de 1988, o acesso a informações públicas é um direito fundamental
garantido a todos os cidadãos, o qual, no entanto, pode ser restringido
na seguinte hipótese prevista, expressamente, no texto constitucional:

a) quando o sigilo da informação for imprescindível à segurança da sociedade e


do Estado.

b) quando necessário manter o sigilo para preservação da intimidade e da vida


privada.

c) quando o sigilo da informação for imprescindível à segurança pública e de


interesse da administração pública.

d) se a divulgação da informação puder potencialmente causar prejuízo aos


interesses de setores estratégicos da administração do Estado.

e) se a informação solicitada revelar dados particulares de altas autoridades do


governo federal, estadual ou municipal.

Comentários:

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A Constituição Federal (art. 5º, XXXIII) prevê que todos têm direito a receber
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado. O gabarito é a letra A.

15. (VUNESP / TJ-SP – 2013) Conforme dispõe a vigente Carta Magna


brasileira, a prática do racismo constitui, nos termos da lei, crime:

a) inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena


de reclusão.

b) inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena de reclusão.

c) inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção.

d) inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.

e) inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena


de reclusão e vedada a progressão de regime.

Comentários:

O racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. A


resposta é a letra D.

16. (VUNESP / CESP – 2009) O direito de petição foi previsto em


todas as constituições brasileiras e na Constituição Federal de 1988
constitui-se em um direito público subjetivo, de participação
democrática, que visa assegurar a todos, independentemente do
pagamento de taxas, o direito de:

a) obter certidões para defesa de direitos ou esclarecimento de interesse


pessoal.

b) anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado


participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.

c) ajuizar as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os


atos necessários ao exercício da cidadania.

d) para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública.

e) peticionar aos Poderes Públicos, Executivo, Legislativo e Judiciário, para


defender seus direitos.

Comentários:

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O art. 5º, XXXIV, “a”, estabelece que é a todos assegurado o direito de
petição aos Poderes Públicos. O direito de petição tem duas finalidades: i)
defesa de direitos ou; ii) defesa contra ilegalidade ou abuso de poder. A
resposta, portanto, é a letra E.

17. (VUNESP/PC SP – 2013) Às presidiárias serão asseguradas


condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação.

Comentários:

É exatamente o que prevê o inciso L do art. 5º da CF/88. Trata-se de norma


de dupla garantia: às mães, garante o direito de amamentar os filhos e com
eles manter contato; aos filhos, garante o direito ao leite materno. Questão
correta.

18. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

Comentários:

Trata-se da literalidade do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição, que trata do


direito à informação. Questão correta.

19. (VUNESP/ TJ-SP – 2011) Conforme o que estabelece


expressamente a Constituição Federal, todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas

a) cujo sigilo tenha sido decretado pela autoridade administrativa competente.

b) relativas a direitos individuais indisponíveis.

c) de interesse exclusivo da Administração Pública.

d) cujo interesse esteja relacionado à segurança ou à saúde públicas.

e) cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Comentários:

De acordo com o inciso XXXIII do art. 5o da CF/88, todos têm direito a receber
dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado. O gabarito é a letra E.
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20. (VUNESP / TJ-RJ – 2012) Nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido.

Comentários:

É exatamente o que prevê o art. 5º, XLV. É o chamado princípio da


intranscendência das penas, segundo o qual a pena não passará da pessoa do
condenado. Questão correta.

21. (VUNESP/ PC-SP – 2014) Considerando o disposto na


Constituição Federal sobre os direitos e garantias fundamentais,
assinale a alternativa correta.

a) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que obtida prévia autorização do delegado de polícia e não
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

b) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,


assegurada a competência para o julgamento dos crimes dolosos e culposos
contra a vida.

c) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia,


entre outros, a prática da tortura e o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins.

d) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem do juiz
ou do promotor de justiça, na forma da lei.

e) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante à noite, por determinação judicial.

Comentários:

Alguns dos incisos do art. 5o cobrados nesta questão foram estudados na aula
passada. Ela servirá de revisão!

A letra A está incorreta. A Constituição Federal prevê, em seu art. 5o, XVI, que
todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente.

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A letra B está incorreta. A competência do tribunal do júri prevista pela CF/88
(art. 5o, XXXVIII, CF) é para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida.

A letra C está correta. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de


graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem (art. 5o, XLIII, CF).

A letra D está incorreta. Apenas por ordem judicial poderá ser quebrado o
sigilo das comunicações telefônicas (art. 5o, XII, CF).

A letra E está incorreta. A violação de domicílio por ordem judicial só poderá se


dar durante o dia (art. 5o, XI, CF).

O gabarito é a letra C.

22. (VUNESP / PC-SP – 2014) Segundo a Constituição Federal, para


que alguém seja considerado culpado é suficiente

a) condenação recorrível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

b) sentença judicial criminal de primeira instância recorrível.

c) decisão unânime do tribunal do júri da qual ainda caiba recurso.

d) denúncia do Ministério Público recebida pelo Poder Judiciário.

e) sentença penal condenatória transitada em julgado.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LVII, CF/88, “ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. A resposta é a
letra E.

23. (VUNESP/ TJ-SP – 2006) A Constituição brasileira em vigor


admite a

a) pena de morte, desde que criada por lei complementar federal.

b) restrição, por lei, da publicidade dos atos processuais, quando a defesa da


intimidade o exigir.

c) pena de trabalhos forçados para aqueles condenados por crimes hediondos.

d) extradição do brasileiro nato, por crime político ou de opinião.

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e) prisão civil por dívida, ressalvado o caso do depositário infiel.

Comentários:

A letra A está incorreta. A pena de morte é vedada pela Constituição Federal,


exceto no caso de guerra declarada (art. 5o, XLVII, “a”, CF).

A letra B está correta. De acordo com a Carta Magna, a lei só poderá restringir
a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem (art. 5o, LX, CF).

A letra C está incorreta. A Constituição veda a pena de trabalhos forçados.

A letra D está incorreta. O brasileiro nato jamais poderá ser extraditado (art.
5o, LI, CF). A CF/88 também determina que não será concedida extradição de
estrangeiro por crime político ou de opinião (art. 5o, LII, CF).

A letra E está incorreta. A Constituição Federal também permite a prisão do


responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia (art. 5o, LXVII, CF).

O gabarito é a letra B.

24. (VUNESP/ PC-SP – 2014) Assinale a alternativa correta a respeito


dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988.

a) A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

b) Conceder-se-á habeas data sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais.

c) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a privação


ou a restrição da liberdade, a perda de bens e o banimento.

d) Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis o racismo, a tortura, o


tráfico ilícito de entorpecentes e os definidos como crimes hediondos.

e) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime


comum praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento com
terrorismo.

Comentários:

A letra A está correta. É o que prevê o inciso LX do art. 5o da Constituição.

A letra B está incorreta. Trata-se de hipótese para a qual o remédio adequado


é o mandado de injunção, não o “habeas data” (art. 5o, LXXI, CF).
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A letra C está incorreta. A pena de banimento é vedada pela Constituição (art.
5o, XLVII, CF).

A letra D está incorreta. De fato, o racismo é crime inafiançável e


imprescritível (art. 5o, XLII, CF). Todavia, diferentemente do que diz o
enunciado, a CF/88 prevê que a tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e os
definidos como crimes hediondos são inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ou anistia (art. 5o, XLIII, CF).

A letra E está incorreta. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o


naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei (art. 5o, LI, CF).

O gabarito é a letra A.

25. (VUNESP/ TJ-SP – 2009) É correto afirmar que

a) a lei penal não retroagirá, mesmo para beneficiar o réu.

b) haverá tribunal de exceção.

c) é assegurado a todos o acesso à informação, mas não o sigilo da fonte.

d) será concedida a extradição de estrangeiro, desde que o crime seja político.

e) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão.

Comentários:

A letra A está incorreta. A Constituição prevê, em seu art. 5o, inciso XL, que a
lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

A letra B está incorreta. A Carta Magna veda a criação de tribunais de exceção


(art. 5o, XXXVII, CF).

A letra C está incorreta. É assegurado a todos o acesso à informação e


resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional (art.
5o, XIV, CF).

A letra D está incorreta. A Constituição Federal determina, em seu art. 5o, LII,
que não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião.

A letra E está correta. O preso tem direito à identificação dos responsáveis por
sua prisão ou por seu interrogatório policial (art. 5o, LXIV, CF).

O gabarito é a letra E.

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26. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Conforme estabelece a Constituição
Federal, o preso tem direitos expressamente previstos no Texto Maior,
sendo um deles o seguinte:

a) de ser identificado criminalmente, mesmo se já identificado civilmente.

b) assistência da família.

c) sala especial se tiver curso superior.

d) liberdade mediante fiança, independentemente do crime que cometeu.

e) avistar-se pessoalmente com o Promotor de Justiça.

Comentários:

A CF/88 prevê vários direitos dos presos. Alguns deles são (art. 5o, incisos,
CF):

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou
à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua


prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade


judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei


admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.

A Carta Magna ainda assegura, em seu art. 5o, inciso LVIII, que o civilmente
identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei.

O gabarito é a letra B.

27. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Sansão Herculano, brasileiro, médico


veterinário, maior de idade, foi preso em flagrante delito e levado à
Delegacia de Polícia. Segundo o que estabelece a Constituição Federal,
Sansão tem os seguintes direitos:

a) a assistência da família e de um advogado, cela especial por ter curso


superior e uma ligação telefônica para pessoa por ele indicada.

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b) ser criminalmente identificado, mesmo se possuir identificação civil, cela
especial em razão de ter curso superior e assistência de um advogado.

c) avistar-se pessoalmente com o promotor de justiça, entrar em contato com


uma pessoa da família ou quem ele indicar e assistência de um advogado ou
defensor público.

d) relaxamento imediato de sua prisão se ela foi ilegal, permanecer calado e


cela especial privativa.

e) permanecer calado, identificação dos responsáveis por sua prisão e que o


juiz e sua família sejam imediatamente comunicados sobre sua prisão.

Comentários:

São direitos do preso previstos na CF/88 (art. 5o, incisos):

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou
à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua


prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade


judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei


admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.

A Constituição não prevê nenhuma hipótese de cela especial para o preso.

O gabarito é a letra E.

28. (VUNESP/TJ SP - 2013) Conforme dispõe a vigente Carta Magna


brasileira, a prática do racismo constitui, nos termos da lei, crime.

a) Conforme dispõe a vigente Carta Magna brasileira, a prática do racismo


constitui, nos termos da lei, crime.

b) Inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena de reclusão.

c) Inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena de reclusão.

d) Inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.

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e) Inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena
de reclusão e vedada a progressão de regime.

Comentários:

De acordo com o inciso XLII do art. 5º da Constituição, a prática do racismo


constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei. A letra D é o gabarito.

29. (VUNESP/TJ RJ - 2013) Considerando o texto expresso da


Constituição da República, assinale a alternativa que contempla
somente crimes que a lei considerará inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia.

a) O terrorismo; o crime político; a tortura; e os definidos como hediondos.

b) A prática do racismo; o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; o


terrorismo; e os definidos como hediondos.

c) O tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; o terrorismo; e os definidos


como hediondos.

d) A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional


e o Estado Democrático; a prática da tortura; e o terrorismo.

Comentários:

De acordo com o inciso XLIII do art. 5º da Constituição, a lei considerará


crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. A letra C é o gabarito da
questão.

30. (VUNESP / TJ-SP – 2010) A Constituição Federal Brasileira:

a) veda a proteção legal aos locais de cultos religiosos.

b) impede que haja prestação de assistência religiosa nas entidades civis e


militares de internação coletiva.

c) não contempla em seu texto a possibilidade de certos crimes serem tidos


como inafiançáveis.

d) não permite a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

e) veda a imposição legal da pena de interdição de direitos.

Comentários:

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Letra A: errada. É garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a
suas liturgias.

Letra B: errada. A CF garante a prestação de assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva.

Letra C: errada. A CF relaciona alguns crimes considerados inafiançáveis:


racismo, ação de grupos armados contra a ordem democrática e o Estado,
terrorismo, tortura, tráfico ilício de entorpecentes e crimes hediondos.

Letra D: correta. É exatamente isso! Não será concedida extradição de


estrangeiro por crime político ou de opinião (art. 5º, LII).

Letra E: errada. A CF admite a imposição da pena de suspensão ou interdição


de direitos.

31. (VUNESP / DPE-MS – 2008) Considerando as diversas formas de


expressão da liberdade individual garantida pelo texto constitucional,
é correto afirmar que:

a) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, exigida apenas a prévia autorização da autoridade competente.

b) a prática do racismo constitui crime inafiançável, imprescritível e


insuscetível de graça ou anistia.

c) não haverá penas, entre outras, de morte, de caráter perpétuo, de


interdição de direitos e de banimento.

d) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, mas a decretação do


perdimento de bens poderá ser estendida aos sucessores, até o limite do valor
do patrimônio transferido.

Comentários:

Letra A: errada. O exercício do direito de reunião independe de autorização.

Letra B: errada. O racismo é inafiançável e imprescritível. Não é


insuscetível de graça ou anistia.

Letra C: errada. É possível a imposição de pena de suspensão ou interdição de


direitos.

Letra D: correta. Segundo o art. 5º, XLV, “nenhuma pena passará da pessoa
do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”.

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32. (VUNESP/TJ RJ - 2013) A ausência de prescrição para o autor do
crime de racismo viola direitos humanos fundamentais do ser humano.

Comentários:

A CF/88 prevê expressamente, no art. 5º, XLII, que o racismo é crime


imprescritível. Não há violação aos direitos fundamentais do ser humano.
Questão incorreta.

33. (VUNESP / TJ-SP – 2012) A prática do racismo constitui crime


hediondo, inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção,
nos termos da lei.

Comentários:

O racismo não é crime hediondo, e a pena a que está sujeito é de reclusão,


não de detenção (art. 5º, XLII, CF). Questão incorreta.

34. (VUNESP / PC-SP – 2013) O civilmente identificado não será


submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
lei.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LVIII, “o civilmente identificado não será submetido a


identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. Questão correta.

35. (VUNESP / PC-SP – 2013) A prisão ilegal será imediatamente


relaxada pela autoridade policial.

Comentários:

A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (e


não pela autoridade policial!). Questão incorreta.

36. (VUNESP / PC-SP – 2013) São inadmissíveis, no processo, as


provas obtidas por meios ilícitos, salvo quando expressamente
autorizadas pela autoridade policial ou judiciária.

Comentários:

As provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis no processo, não


havendo que se falar em autorização por autoridade policial ou judiciária.
Questão incorreta.

37. (VUNESP / PC-SP – 2013) Na hipótese de prisão em flagrante ou


decorrente de mandado judicial, o preso será obrigatoriamente
submetido à identificação criminal, mesmo que identificado civilmente.

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Comentários:

Segundo o art. 5º, LVIII, “o civilmente identificado não será submetido a


identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. Questão
incorreta.

38. (VUNESP / Fundação CASA – 2010) A lei considerará crimes


inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
democrático.

Comentários:

A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e


o Estado democrático, é crime inafiançável e imprescritível (art.5º, XLIV).
Questão incorreta.

39. (VUNESP/ TJ-SP – 2013) Assinale a alternativa que está em


consonância com o texto da Constituição Federal Brasileira.

a) As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm


legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

b) A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a


natureza do delito, a idade, o sexo e o grau de escolaridade do apenado.

c) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei


brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei de seus países de origem.

d) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário


para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse e desenvolvimento tecnológico das empresas.

e) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a multa, imposta em processo criminal, ser, nos termos da
lei, estendida aos sucessores e contra eles executada, até o limite do valor do
patrimônio transferido.

Comentários:

Alguns dos incisos do art. 5o cobrados nesta questão foram estudados na aula
passada. Por isso mesmo, ela será uma ótima revisão. Vejamos...

A letra A está correta. É o que prevê o inciso XXI do art. 5o da Carta Magna.

A letra B está incorreta. A pena será cumprida em estabelecimentos distintos,


de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado (art. 5o,
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XLVIII, CF). Não há previsão, na Constituição, de estabelecimentos diferentes
conforme a escolaridade do preso.

A letra C está incorreta. A sucessão de bens de estrangeiros situados no País


será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de
cujus" (art. 5o, XXXI, CF).

A letra D está incorreta. A lei assegurará aos autores de inventos industriais


privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País (art. 5o, XXXIX, CF).

A letra E está incorreta. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado,


podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5o, XLV, CF).
Essa previsão não se estende às multas.

O gabarito é a letra A.

40. (VUNESP/ PC-SP – 2014) A Declaração Universal dos Direitos do


Homem, proclamada pela ONU em 1948, assevera que: “toda pessoa
tem o direito à liberdade de locomoção”. Nesse sentido, é correto
afirmar que esse direito é garantido pela Constituição Federal
brasileira por meio do(a)

a) habeas data.

b) inquérito policial.

c) mandado de segurança.

d) habeas corpus.

e) ação popular.

Comentários:

O remédio constitucional adequado para a proteção do direito de locomoção é


o “habeas corpus” (art. 5o, LXVIII, CF). O gabarito é a letra D.

41. (VUNESP / PC-SP – 2014) O mandado de segurança coletivo pode


ser impetrado, dentre outros requerentes, por

a) qualquer pessoa.

b) partido político com representação no Congresso Nacional.

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c) Juiz.

d) cidadão brasileiro.

e) Promotor de Justiça.

Comentários:

O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: i) partido político


com representação no Congresso Nacional e; ii) organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados. A resposta é a letra B.

42. (VUNESP / PC-SP – 2014) O remédio constitucional que tem por


objetivo tutelar o direito de locomoção é o(a)

a) mandado de injunção.

b) mandado de segurança.

c) ação popular.

d) habeas corpus.

e) habeas data.

Comentários:

O direito de locomoção é tutelado pelo “habeas corpus”. A resposta é a letra


D.

43. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) Conceder-se-á mandado de injunção

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constante de registros de entidades governamentais ou de caráter
público.

b) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos


direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

c) para proteger direito líquido e certo, quando o responsável pela ilegalidade


ou abuso de poder for autoridade pública no exercício de atribuições do Poder
Público.

d) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo.

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e) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Comentários:

A letra A está incorreta. Trata-se de hipótese de concessão de “habeas


data”(art. 5o, LXXII, “a”, CF).

A letra B está correta. Segundo o inciso LXXI do art. 5o da Carta Magna,


conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

A letra C está incorreta. De acordo com o inciso LXIX do art. 5o da


Constituição Federal, conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público.

A letra D está incorreta. Trata-se de hipótese de concessão de “habeas


data”(art. 5o, LXXII, “b”, CF).

A letra E está incorreta. Nesse caso, o remédio constitucional adequado é o


“habeas corpus” (art. 5o, LXVIII, CF).

O gabarito é a letra B.

44. (VUNESP / DPE-MS – 2008) Assinale a alternativa que contempla


corretamente um direito ou garantia constitucional.

a) Garantia, na forma da lei, do direito de fiscalização do aproveitamento


econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos
intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.

b) Direito de não ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita da
autoridade judiciária competente, mesmo no caso de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei.

c) Garantia, na forma da lei, da gratuidade ao registro civil de nascimento, à


certidão de óbito e às ações de habeas corpus e habeas data, exclusivamente
àqueles que forem reconhecidamente pobres.

d) Garantia ao brasileiro, nato ou naturalizado, de que não será extraditado


por crime comum.

Comentários:

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Letra A: correta. O art. 5º, XXVIII, “b”, garante “o direito de fiscalização do
aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas”.

Letra B: errada. No caso de transgressão militar ou crime propriamente militar,


a prisão não precisa ser em flagrante ou por ordem judicial.

Letra C: errada. O habeas corpus e o habeas data são sempre gratuitos,


independentemente de o impetrante ser ou não pobre.

Letra D: errada. O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em duas


situações: i) crime comum praticado antes da naturalização; ii) em caso de
comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

45. (VUNESP/ MPE-ES – 2013) Para a retificação de dados, quando


não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo,
poderá utilizar-se de

a) mandado de injunção.

b) mandado de segurança individual.

c) ação civil pública.

d) ação popular.

e) habeas data

Comentários:

A CF/88 prevê a concessão de “habeas data” (art. 5o, LXXII):

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo.

O gabarito é a letra E.

46. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Hércules, cidadão brasileiro, está


sofrendo coação em sua liberdade de locomoção por uma ilegalidade
do poder público. De acordo com a Constituição Federal, o remédio
jurídico disponível a Hércules para fazer cessar essa coação é o

a) habeas data.

b) alvará de soltura.

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c) mandado liberatório.

d) habeas corpus.

e) mandado de segurança.

Comentários:

De acordo com o art. 5o, LXVIII, da CF/88, conceder-se-á "habeas-corpus"


sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. O gabarito
é a letra D.

47. (VUNESP/ MPE-ES – 2013) O Prefeito do Município de Vila Velha


praticou ato lesivo à moralidade administrativa. Para anular o referido
ato, qualquer cidadão é parte legítima para propor

a) ação civil pública.

b) ação popular.

c) ação anulatória de ato público.

d) mandado de segurança coletivo.

e) mandado de injunção.

Comentários:

O instrumento adequado a ser usado pelo cidadão, nesse caso, é a ação


popular. De acordo com o inciso LXXIII do art. 5o da Constituição, qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e
do ônus da sucumbência. O gabarito é a letra B.

48. (VUNESP/ PC-SP – 2013) A ação judicial, prevista na Constituição


Federal, que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, em que o autor,
salvo comprovada má-fé, está isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência, é a (o):

a) ação civil pública.

b) habeas data.

c) habeas corpus.

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d) ação popular.

e) mandado de segurança

Comentários:

A ação destinada a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de


que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, em que o autor, salvo comprovada má-fé, está
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência é a ação popular (art. 5o,
LXXIII), proposta pelo cidadão. O gabarito é a letra D.

49. (VUNESP/ Câmara Municipal de São Carlos – 2013) Para o


exercício da cidadania plena, a Constituição Federal, entre outros
direitos, garante que

a) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa que não
estiver estipulada em contrato firmado entre as partes.

b) a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações


telegráficas, de dados e telefônicas, poderá ser quebrada por ordem policial.

c) nenhum brasileiro nato ou naturalizado será extraditado. A extradição de


estrangeiros residentes no país será concedida por crime político ou de opinião.

d) são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data desde que o


requerimento não seja motivado por condenação política.

e) é assegurado a todos o acesso à informação, resguardando- se o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Comentários:

A letra A está incorreta. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer


alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5o, II, CF).

A letra B está incorreta. É inviolável o sigilo da correspondência e das


comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
(art. 5o, XII, CF).

A letra C está incorreta. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o


naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei (art. 5o, LI, CF). Não será

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concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião (art. 5o,
LII, CF).

A letra D está incorreta. São gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-


data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania (art.
5o, LXXVII, CF).

A letra E está correta. De fato, a Carta Magna assegura a todos o acesso à


informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional (art. 5o, XIV, CF).

O gabarito é a letra E.

50. (VUNESP/ TJ-SP – 2010) Na hipótese de ocorrência de ato lesivo


ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, nos termos do que dispõe, expressamente, a Constituição, o
cidadão poderá ajuizar

a) ação popular.

b) habeas corpus.

c) ação civil pública.

d) mandado de injunção.

e) ação de improbidade administrativa.

Comentários:

A Constituição Federal prevê, no inciso LXXIII do seu art. 5o, que qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência. O gabarito é a letra A.

51. (VUNESP / TJ-SP – 2014) A Constituição Federal, na parte em


que trata dos direitos e garantias fundamentais, especificamente nos
direitos e deveres individuais e coletivos, estabelece a gratuidade para
os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) somente do registro civil de nascimento.

b) somente da certidão de óbito.

c) somente do registro civil de nascimento e da certidão de óbito.

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d) somente do registro civil de nascimento e da certidão de casamento.

Comentários:

Segundo o art. 5º, LXXVI, são gratuitos, para os reconhecidamente pobres, na


forma da lei: i) o registro civil de nascimento e; ii) certidão de óbito. A
resposta é a letra C.

52. (VUNESP/ TJ-SP – 2006) O habeas data destina-se à

a) retificação de dados constantes de registros de entidades governamentais.

b) ampliação subjetiva dos registros individuais constantes de bancos de dados


privados.

c) participação política do cidadão, significando o direito de ser ouvido em


órgãos públicos de seu interesse, em data a ser previamente fixada.

d) realização de vistorias nas entidades que prestem serviços públicos.

e) tutela da liberdade de reunião.

Comentários:

A Constituição Federal prevê, em seu art. 5o, LXXII, a concessão de “habeas


data” em duas hipóteses:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo.

O gabarito é a letra A.

53. (VUNESP / PC-SP – 2014) Quanto às garantias constitucionais e à


privação da liberdade, assinale a alternativa correta.

a) Conceder-se-á habeas corpus sempre que a lei admitir a liberdade


provisória.

b) O preso será informado de seus direitos, dentre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a remoção para estabelecimento perto de sua
família.

c) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial, exceto nos crimes inafiançáveis.

d) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


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no primeiro dia útil ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada.

e) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a


liberdade provisória, com ou sem fiança.

Comentários:

Letra A: errada. O habeas corpus é concedido sempre que alguém sofrer ou se


achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Letra B: errada. O preso não tem direito a ser removido para


estabelecimento perto de sua família.

Letra C: errada. Em qualquer caso, mesmo nos crimes inafiançáveis, o preso


terá direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.

Letra D: errada. A comunicação ao juiz competente e à família do preso ou à


pessoa por ele indicada será feita imediatamente.

Letra E: correta. É exatamente o que determina o art. 5º, LXVI.

54. (VUNESP / MPE-ES – 2013) Assinale a alternativa correta a


respeito das ações constitucionais.

a) São gratuitas as ações de habeas corpus e o mandado de segurança, e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

b) No ajuizamento do habeas data, salvo comprovada má- fé, o autor ficará


isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

c) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer partido


político ou associação, desde que legalmente constituídos e em funcionamento
há pelo menos um ano.

d) É cabível o mandado de segurança para a proteção de direito líquido e


certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

e) Qualquer pessoa, física ou jurídica, é parte legítima para propor ação


popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.

Comentários:

Letra A: errada. O mandado de segurança não é gratuito.


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Letra B: errada. O habeas data é ação gratuita, em qualquer caso. Não
haverá pagamento de custas judiciais em nenhuma situação.

Letra C: errada. Para impetrar mandado de segurança coletivo, é necessário


que o partido político tenha representação no Congresso Nacional.

Letra D: correta. É o que prevê o art.5º, LXIX, CF/88. Será concedido


mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Letra E: errada. A ação popular pode ser proposta por um cidadão (e não
por qualquer pessoa física ou jurídica!).

55. (VUNESP/ MPE-ES – 2013) O mandado de segurança coletivo


pode ser impetrado por

a) partido político com representação na Assembleia Legislativa.

b) qualquer cidadão desde que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

c) organização sem fins lucrativos, desde que limitado a proteger o meio


ambiente ou o patrimônio histórico e cultural.

d) prefeito municipal desde que no interesse local.

e) entidade de classe legalmente constituída e em funcionamento há pelo


menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

Comentários:

O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por (art. 5o, LXX, CF)

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados.

O gabarito é a letra E.

56. (VUNESP / Fundação CASA – 2013) Todos são iguais perante a


lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:

a) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


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virtude de lei ou ordem da autoridade administrativa.

b) são gratuitos a todos os brasileiros, na forma da lei, os registros civis.

c) é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.

d) é livre a manifestação do pensamento, não sendo vedado o anonimato.

e) não haverá em hipótese alguma prisão civil por dívida.

Comentários:

Letra A: errada. Nos termos do art.5º, II, “ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Não há que se falar,
aqui, em “ordem de autoridade administrativa”.

Letra B: errada. O registro civil de nascimento e a certidão de óbito são


gratuitos para os reconhecidamente pobres.

Letra C: correta. Segundo o art. 5º, XLIV, “é assegurado aos presos o respeito
à integridade física e moral”.

Letra D: errada. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato.

Letra E: errada. Admite-se, no ordenamento jurídico brasileiro, a prisão civil do


“devedor de alimentos”.

57. (VUNESP / TJ-MG – 2012) A liberdade constitucional de


locomoção encontra restrições próprias à sua manifestação ou mesmo
impostas por regulamentações dos poderes públicos.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XV, CF/88, é livre a locomoção no território nacional em


tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens. Trata-se de norma de eficácia contida,
que pode ser restringida pela atuação do legislador ordinária. Nesse sentido, é
possível afirmar que a liberdade de locomoção possui restrições próprias
à sua manifestação ou mesmo impostas por regulamentações dos poderes
públicos. Questão correta.

58. (VUNESP/Câmara Municipal de São Carlos – 2013) São, entre


outros, remédios constitucionais previstos na Constituição Federal:

a) habeas corpus, mandado de segurança e plebiscito.

b) mandado de segurança, ação popular e direito de petição.

c) ação popular, habeas data e direito de resposta.

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d) inquérito civil, habeas data e ação popular.

e) direito de petição, habeas corpus e direito de resposta.

Comentários:

Os remédios constitucionais são instrumentos colocados pela Carta Magna à


disposição das pessoas para provocar a intervenção do Estado, com o objetivo
de sanar alguma ilegalidade ou abuso de poder. São remédios constitucionais
previstos pela CF/88: o “habeas corpus”, o “habeas data”, o mandado de
segurança individual e coletivo, o mandado de injunção, a ação popular
e o direito de petição. O gabarito é a letra B.

59. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Tendo em vista os direitos humanos


fundamentais na vigente Constituição da República brasileira, o direito
de locomoção e a obtenção ou correção de dados e informações
constantes de arquivos de entidades governamentais ou caráter
público podem ser garantidos, respectivamente, pelos seguintes
remédios constitucionais:

a) alvará de soltura e ação civil pública.

b) habeas data e mandado de segurança.

c) mandado de injunção e habeas data.

d) habeas corpus e mandado de injunção.

e) habeas corpus e habeas data.

Comentários:

O remédio adequado para proteger o direito de locomoção é o “habeas


corpus” (art. 5o, LXVIII, CF). Por sua vez, o direito de obtenção ou correção
de dados e informações constantes de arquivos de entidades governamentais
ou caráter público é protegido por “habeas data”(art. 5o, LXXII, CF). O gabarito
é a letra E.

60. (VUNESP/ Prefeitura de São Paulo – 2013) A Constituição Federal


prevê, como instrumento de proteção, uma ação judicial que se
manifesta pelo(a)

a) concessão de habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou for ameaçado de


sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder.

b) livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

c) livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independentemente de censura ou licença.
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d) livre locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens.

e) livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Comentários:

O enunciado solicita que se marque a alternativa que prevê um instrumento de


proteção, ou seja, um remédio constitucional. Dentre as alternativas
propostas, aquela que prevê um remédio constitucional é a letra A, que dispõe
sobre o “habeas corpus”. O gabarito é a letra A.

61. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Nos termos da Constituição Federal, os


tratados e convenções internacionais:

a) terão hierarquia infraconstitucional supralegal se versarem sobre direitos


humanos ou não, e forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros.

b) serão equivalentes às emendas constitucionais se versarem sobre direitos


humanos e forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

c) terão hierarquia infraconstitucional supralegal se versarem sobre direitos


humanos e forem aprovados, pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta,
por três quintos dos votos dos respectivos membros.

d) terão hierarquia infraconstitucional ordinária se versarem sobre direitos


humanos e forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros.

e) serão equivalentes às emendas constitucionais se versarem sobre direitos


humanos ou não, e forem aprovados, pelo Congresso Nacional, em sessão
conjunta, pela maioria absoluta dos seus membros.

Comentários:

Questão bem tranquila! Os tratados e convenções internacionais sobre


direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. A resposta é a
letra B.

62. (VUNESP / MPE-ES – 2013) De acordo com a Constituição


Federal, as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais:

a) têm aplicação imediata.

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b) têm aplicação retroativa.

c) são todas reguladas por Portarias da autoridade competente.

d) são todas reguladas por emendas constitucionais.

e) são todas reguladas por lei complementar.

Comentários:

De acordo com o art. 5º, §1º, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata. O gabarito é a letra A.

63. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) As normas definidoras de direitos e


garantias fundamentais têm aplicação imediata e não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição, ou
ainda, dos tratados internacionais dos quais nosso país fizer parte.

Comentários:

De acordo com o § 1o do art. 5o da Constituição, as normas definidoras dos


direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. O § 2o do mesmo
dispositivo prevê que os direitos e garantias expressos na Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Questão correta.

64. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) De acordo com o art. 5º, §3o da


Constituição Federal, os tratados internacionais que versarem sobre
direitos humanos e forem aprovados em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Comentários:

De fato, é essa a previsão do § 3o do art. 5o da Constituição, que eleva os


tratados internacionais sobre direitos humanos internalizados pelo rito próprio
das emendas a status de norma constitucional. Questão correta.

65. (VUNESP/TJ SP – 2012) Segundo o que estabelece a Carta Magna


Brasileira, para que um tratado internacional seja considerado
equivalente à emenda constitucional, é necessário que:

a) seja assinado pelo Chefe do Poder Executivo, ratificado por ambas as Casas
do Congresso Nacional e, independentemente da sua matéria, que seja
aprovado em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

b) seja sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros.
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c) tenha sido aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, independentemente da
matéria que ele trate.

d) seja devidamente aprovado pelo Congresso Nacional, ratificado pelo Poder


Executivo e incorporado à Constituição Federal, independentemente da matéria
que ele trate.

e) o Supremo Tribunal Federal reconheça a sua compatibilidade com o texto


constitucional por meio do julgamento de Ação Declaratória da
Constitucionalidade.

Comentários:

O § 3º do art. 5º da Constituição prevê que “os tratados e convenções


internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. O gabarito é a letra
B.

66. (VUNESP / TJ-SP – 2011) Assinale a alternativa que está,


expressamente, de acordo com o texto da Constituição Federal.

a) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e


fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

b) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações


relativas à pessoa do impetrante ou de terceiros, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter privado.

c) São gratuitas as ações de habeas corpus e mandado de segurança, e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

d) A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a célere


decisão do processo e os meios que garantam a igualdade de sua tramitação.

e) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por maioria
absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

Comentários:

Letra A: correta. É o que estabelece o art. 5º, LXI, CF/88. No ordenamento


jurídico brasileiro, a prisão só pode ser feita mediante ordem judicial ou em
flagrante delito. Excetuam essa regra a prisão em razão de transgressão
militar ou crime propriamente militares, definidos em lei.

Letra B: errada. O habeas data pode ser impetrado para assegurar o


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conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante (e não de
informações sobre terceiros!).

Letra C: errada. O mandado de segurança não é gratuito.

Letra D: errada. A CF estabelece que deverá ser assegurada a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.

Letra E: errada. Para que os tratados internacionais de direitos humanos sejam


equivalentes às emendas constitucionais, eles deverão ser aprovados em cada
casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 (três quintos) dos
votos.

67. (VUNESP / TJ-SP – 2009) Os tratados e as convenções


internacionais sobre direitos humanos celebrados pelo Brasil:

a) serão imediatamente incorporados ao direito nacional, com a natureza de


emenda constitucional.

b) equivalerão às emendas constitucionais quando forem aprovados, em cada


Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros.

c) vigerão, no Brasil, após o exequatur do Supremo Tribunal Federal.

d) equivalerão às emendas constitucionais quando aprovados pelo Senado


Federal, em dois turnos, pela maioria absoluta dos seus membros.

Comentários:

Segundo o art.5, § 3º, CF/88, “os tratados e convenções internacionais sobre


direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais”. A resposta é a letra B.

68. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Assinale a alternativa cujo conteúdo


corresponde a um direito ou garantia fundamental previsto
expressamente no texto constitucional.

a) Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de


opinião.

b) Não haverá juízo ou tribunal de exceção, exceto quando se tratar de crime


hediondo, inafiançável ou imprescritível, na forma da lei.

c) Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade policial


competente.

d) A lei penal não retroagirá, salvo quando for para punir o réu.
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e) Não poderá haver penas de morte, cruéis ou de interdição de direitos
individuais.

Comentários:

A letra A está correta. É o que prevê o inciso LII do art. 5o da CF/88.

A letra B está incorreta. Não há ressalvas à vedação constitucional à criação de


juízo ou tribunal de exceção (art. 5o, XXXVII, CF).

A letra C está incorreta. De acordo com o princípio do juiz natural (art. 5o, LIII,
CF) ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente. Essa autoridade é judicial, não policial.

A letra D está incorreta. A lei penal só poderá retroagir para beneficiar o réu
(art. 5o, XL, CF).

A letra E está incorreta. A Constituição Federal prevê a possibilidade de pena


de morte no caso de guerra declarada, bem como a pena de interdição de
direitos (art. 5o, XLVI e XLVII, CF).

O gabarito é a letra A.

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Lista de Questões

1. (VUNESP / CGM-SP – 2015) A respeito dos remédios


constitucionais previstos na Carta Magna brasileira, é correto afirmar
que:

a) o habeas data se destina à obtenção de certidões ou informações de


interesse particular, coletivo ou geral.

b) o habeas corpus, como garantia do direito de locomoção, é gratuito e não


dispensa a sua impetração por meio de advogado.

c) a ação popular não pode ser ajuizada pelo Ministério Público, pessoas
jurídicas e menores de dezesseis anos de idade.

d) o mandado de injunção pode ser ajuizado em face de pessoas jurídicas de


direito público ou de direito privado.

e) o mandado de segurança pode ser preventivo e repressivo e não se sujeita


a prazo prescricional ou decadencial.

2. (VUNESP/ MPE-SP – 2015) Assinale a alternativa que


corretamente disserta sobre direitos ou garantias individuais ou
coletivos previstos na Constituição Federal de 1988.

a) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por um
quinto dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

b) Conceder-se-á habeas data sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

c) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao consumidor,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.

d) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

e) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a


prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo, os crimes dolosos contra a vida e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,

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podendo evitá-los, se omitirem.

3. (VUNESP/ TJ-SP – 2015) Segundo a Constituição Federal, é


correto afirmar que

a) não pode haver prisão civil por dívida, exceto nos termos estabelecidos pela
própria Constituição.

b) não é possível a concessão de habeas corpus quando alguém se ache


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder, devendo a violência ou coação estarem
concretizadas.

c) pode ser concedido mandado de injunção caso a norma regulamentadora


viole o exercício dos direitos e liberdades constitucionais.

d) conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,


ainda que amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

e) qualquer cidadão é parte legítima para impetrar mandado de segurança


coletivo.

4. (VUNESP / Prefeitura de Caieiras – 2015 - adaptada)


Considerando o disposto no Texto Constitucional a respeito dos
direitos e garantias individuais e coletivos, assinale a alternativa
correta.

a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de prisão, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

b) É a todos assegurado, mediante o pagamento das respectivas taxas, o


direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder

c) Conceder-se-á mandado de injunção para proteger direito líquido e certo,


não amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela
ilegalidade ou pelo abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

d) O partido político sem representação no Congresso Nacional e a associação


em funcionamento há menos de um ano não poderão impetrar o mandado de
segurança coletivo.

e) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação civil pública que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
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histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência.

5. (VUNESP / Polícia Civil - CE – 2015) A Constituição Federal


assegura que:

a) a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a


natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.

b) não haverá pena de interdição de direitos.

c) a lei considerará os crimes hediondos inafiançáveis e imprescritíveis.

d) não será concedida extradição de estrangeiro por crime comum.

e) a lei penal não retroagirá, ainda que para beneficiar o réu.

6. (VUNESP / TJ-PA – 2014) Nos termos da Constituição Federal, é a


todos assegurado(a):

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder.

b) a liberdade de associação para fins de caráter paramilitar.

c) o direito de eximir-se de obrigação legal imposta invocando crença religiosa


ou convicção filosófica.

d) o acesso à informação e o sigilo da fonte, independentemente de sua


necessidade recair, ou não, sobre o exercício profissional.

e) a livre expressão da atividade intelectual, artística e científica precedidas de


licença.

7. (VUNESP / PC-SP – 2014) No direito brasileiro, é vedada a pena


de

a) suspensão ou interdição de direitos.

b) perda de bens.

c) trabalhos forçados.

d) privação da liberdade.

e) restrição da liberdade.

8. (VUNESP / SAP – SP – 2014) Sobre a pena de morte no


ordenamento jurídico brasileiro, é correto afirmar que

a) ela é aplicável a condenados reincidentes nos crimes de latrocínio ou


estupro seguido de morte.
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b) ela só é aplicável em caso de guerra declarada.

c) a Constituição permite sua aplicação em casos de terrorismo transnacional.

d) ela é aplicável a crimes militares em tempo de paz ou de guerra.

e) a Constituição não permite sua aplicação em nenhuma hipótese.

9. (VUNESP / Procurador UNICAMP – 2014) No tocante aos direitos


e garantias fundamentais, a Constituição Federal estabelece que:

a) as associações somente podem ter suas atividades suspensas por decisão


judicial transitada em julgado.

b) todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à Administração Pública direta ou indireta.

c) a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a


prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.

d) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor dos
danos causados.

e) não haverá penas: de morte, salvo em caso de guerra declarada; de caráter


perpétuo; de trabalhos forçados; de interdição de direitos; de banimento; e
cruéis.

10. (VUNESP/ TJ-SP – 2006) O direito de petição:

a) depende do pagamento de taxas.

b) é exercido para a defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de


poder.

c) não pode ser exercido em face do Poder Executivo.

d) foi abolido com a Constituição de 1988.

e) não é assegurado aos estrangeiros, ainda que residentes no Brasil.

11. (VUNESP / TJ-PA – 2014) A lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu.

12. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) A Constituição Federal dispõe em seu


artigo 5.º que haverá penas

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a) de morte nos casos de guerra declarada.

b) de caráter perpétuo.

c) de trabalhos forçados.

d) de banimento.

e) cruéis.

13. (VUNESP/PC SP - 2013) A lei penal não retroagirá, salvo para


punir o réu nos casos de cometimento de crime hediondo ou de
racismo.

14. (VUNESP/MPE ES – 2013) De acordo com a Constituição Federal


de 1988, o acesso a informações públicas é um direito fundamental
garantido a todos os cidadãos, o qual, no entanto, pode ser restringido
na seguinte hipótese prevista, expressamente, no texto constitucional:

a) quando o sigilo da informação for imprescindível à segurança da sociedade e


do Estado.

b) quando necessário manter o sigilo para preservação da intimidade e da vida


privada.

c) quando o sigilo da informação for imprescindível à segurança pública e de


interesse da administração pública.

d) se a divulgação da informação puder potencialmente causar prejuízo aos


interesses de setores estratégicos da administração do Estado.

e) se a informação solicitada revelar dados particulares de altas autoridades do


governo federal, estadual ou municipal.

15. (VUNESP / TJ-SP – 2013) Conforme dispõe a vigente Carta Magna


brasileira, a prática do racismo constitui, nos termos da lei, crime:

a) inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena


de reclusão.

b) inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena de reclusão.

c) inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção.

d) inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.

e) inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena


de reclusão e vedada a progressão de regime.

16. (VUNESP / CESP – 2009) O direito de petição foi previsto em


todas as constituições brasileiras e na Constituição Federal de 1988
constitui-se em um direito público subjetivo, de participação

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democrática, que visa assegurar a todos, independentemente do
pagamento de taxas, o direito de:

a) obter certidões para defesa de direitos ou esclarecimento de interesse


pessoal.

b) anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado


participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.

c) ajuizar as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos


necessários ao exercício da cidadania.

d) para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública.

e) peticionar aos Poderes Públicos, Executivo, Legislativo e Judiciário, para


defender seus direitos.

17. (VUNESP/PC SP – 2013) Às presidiárias serão asseguradas


condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação.

18. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

19. (VUNESP/ TJ-SP – 2011) Conforme o que estabelece


expressamente a Constituição Federal, todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas

a) cujo sigilo tenha sido decretado pela autoridade administrativa competente.

b) relativas a direitos individuais indisponíveis.

c) de interesse exclusivo da Administração Pública.

d) cujo interesse esteja relacionado à segurança ou à saúde públicas.

e) cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

20. (VUNESP / TJ-RJ – 2012) Nenhuma pena passará da pessoa do


condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido.

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21. (VUNESP/ PC-SP – 2014) Considerando o disposto na
Constituição Federal sobre os direitos e garantias fundamentais,
assinale a alternativa correta.

a) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que obtida prévia autorização do delegado de polícia e não
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

b) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,


assegurada a competência para o julgamento dos crimes dolosos e culposos
contra a vida.

c) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia,


entre outros, a prática da tortura e o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins.

d) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem do juiz
ou do promotor de justiça, na forma da lei.

e) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante à noite, por determinação judicial.

22. (VUNESP / PC-SP – 2014) Segundo a Constituição Federal, para


que alguém seja considerado culpado é suficiente

a) condenação recorrível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

b) sentença judicial criminal de primeira instância recorrível.

c) decisão unânime do tribunal do júri da qual ainda caiba recurso.

d) denúncia do Ministério Público recebida pelo Poder Judiciário.

e) sentença penal condenatória transitada em julgado.

23. (VUNESP/ TJ-SP – 2006) A Constituição brasileira em vigor


admite a

a) pena de morte, desde que criada por lei complementar federal.

b) restrição, por lei, da publicidade dos atos processuais, quando a defesa da


intimidade o exigir.

c) pena de trabalhos forçados para aqueles condenados por crimes hediondos.

d) extradição do brasileiro nato, por crime político ou de opinião.

e) prisão civil por dívida, ressalvado o caso do depositário infiel.

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24. (VUNESP/ PC-SP – 2014) Assinale a alternativa correta a respeito
dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988.

a) A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

b) Conceder-se-á habeas data sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais.

c) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a privação


ou a restrição da liberdade, a perda de bens e o banimento.

d) Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis o racismo, a tortura, o


tráfico ilícito de entorpecentes e os definidos como crimes hediondos.

e) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime


comum praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento com
terrorismo.

25. (VUNESP/ TJ-SP – 2009) É correto afirmar que

a) a lei penal não retroagirá, mesmo para beneficiar o réu.

b) haverá tribunal de exceção.

c) é assegurado a todos o acesso à informação, mas não o sigilo da fonte.

d) será concedida a extradição de estrangeiro, desde que o crime seja político.

e) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão.

26. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Conforme estabelece a Constituição


Federal, o preso tem direitos expressamente previstos no Texto Maior,
sendo um deles o seguinte:

a) de ser identificado criminalmente, mesmo se já identificado civilmente.

b) assistência da família.

c) sala especial se tiver curso superior.

d) liberdade mediante fiança, independentemente do crime que cometeu.

e) avistar-se pessoalmente com o Promotor de Justiça.

27. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Sansão Herculano, brasileiro, médico


veterinário, maior de idade, foi preso em flagrante delito e levado à
Delegacia de Polícia. Segundo o que estabelece a Constituição Federal,
Sansão tem os seguintes direitos:

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a) a assistência da família e de um advogado, cela especial por ter curso
superior e uma ligação telefônica para pessoa por ele indicada.

b) ser criminalmente identificado, mesmo se possuir identificação civil, cela


especial em razão de ter curso superior e assistência de um advogado.

c) avistar-se pessoalmente com o promotor de justiça, entrar em contato com


uma pessoa da família ou quem ele indicar e assistência de um advogado ou
defensor público.

d) relaxamento imediato de sua prisão se ela foi ilegal, permanecer calado e


cela especial privativa.

e) permanecer calado, identificação dos responsáveis por sua prisão e que o


juiz e sua família sejam imediatamente comunicados sobre sua prisão.

28. (VUNESP/TJ SP - 2013) Conforme dispõe a vigente Carta Magna


brasileira, a prática do racismo constitui, nos termos da lei, crime.

a) Conforme dispõe a vigente Carta Magna brasileira, a prática do racismo


constitui, nos termos da lei, crime.

b) Inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena de reclusão.

c) Inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena de reclusão.

d) Inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.

e) Inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, sujeito à pena


de reclusão e vedada a progressão de regime.

29. (VUNESP/TJ RJ - 2013) Considerando o texto expresso da


Constituição da República, assinale a alternativa que contempla
somente crimes que a lei considerará inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia.

a) O terrorismo; o crime político; a tortura; e os definidos como hediondos.

b) A prática do racismo; o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; o


terrorismo; e os definidos como hediondos.

c) O tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; o terrorismo; e os definidos


como hediondos.

d) A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional


e o Estado Democrático; a prática da tortura; e o terrorismo.

30. (VUNESP / TJ-SP – 2010) A Constituição Federal Brasileira:

a) veda a proteção legal aos locais de cultos religiosos.

b) impede que haja prestação de assistência religiosa nas entidades civis e

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militares de internação coletiva.

c) não contempla em seu texto a possibilidade de certos crimes serem tidos


como inafiançáveis.

d) não permite a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

e) veda a imposição legal da pena de interdição de direitos.

31. (VUNESP / DPE-MS – 2008) Considerando as diversas formas de


expressão da liberdade individual garantida pelo texto constitucional,
é correto afirmar que:

a) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao


público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, exigida apenas a prévia autorização da autoridade competente.

b) a prática do racismo constitui crime inafiançável, imprescritível e


insuscetível de graça ou anistia.

c) não haverá penas, entre outras, de morte, de caráter perpétuo, de


interdição de direitos e de banimento.

d) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, mas a decretação do


perdimento de bens poderá ser estendida aos sucessores, até o limite do valor
do patrimônio transferido.

32. (VUNESP/TJ RJ - 2013) A ausência de prescrição para o autor do


crime de racismo viola direitos humanos fundamentais do ser humano.

33. (VUNESP / TJ-SP – 2012) A prática do racismo constitui crime


hediondo, inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de detenção,
nos termos da lei.

34. (VUNESP / PC-SP – 2013) O civilmente identificado não será


submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
lei.

35. (VUNESP / PC-SP – 2013) A prisão ilegal será imediatamente


relaxada pela autoridade policial.

36. (VUNESP / PC-SP – 2013) São inadmissíveis, no processo, as


provas obtidas por meios ilícitos, salvo quando expressamente
autorizadas pela autoridade policial ou judiciária.

37. (VUNESP / PC-SP – 2013) Na hipótese de prisão em flagrante ou


decorrente de mandado judicial, o preso será obrigatoriamente
submetido à identificação criminal, mesmo que identificado civilmente.

38. (VUNESP / Fundação CASA – 2010) A lei considerará crimes


inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a ação de grupos

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armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
democrático.

39. (VUNESP/ TJ-SP – 2013) Assinale a alternativa que está em


consonância com o texto da Constituição Federal Brasileira.

a) As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm


legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

b) A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a


natureza do delito, a idade, o sexo e o grau de escolaridade do apenado.

c) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei


brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei de seus países de origem.

d) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário


para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse e desenvolvimento tecnológico das empresas.

e) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a multa, imposta em processo criminal, ser, nos termos da
lei, estendida aos sucessores e contra eles executada, até o limite do valor do
patrimônio transferido.

40. (VUNESP/ PC-SP – 2014) A Declaração Universal dos Direitos do


Homem, proclamada pela ONU em 1948, assevera que: “toda pessoa
tem o direito à liberdade de locomoção”. Nesse sentido, é correto
afirmar que esse direito é garantido pela Constituição Federal
brasileira por meio do(a)

a) habeas data.

b) inquérito policial.

c) mandado de segurança.

d) habeas corpus.

e) ação popular.

41. (VUNESP / PC-SP – 2014) O mandado de segurança coletivo pode


ser impetrado, dentre outros requerentes, por

a) qualquer pessoa.

b) partido político com representação no Congresso Nacional.

c) Juiz.

d) cidadão brasileiro.

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e) Promotor de Justiça.

42. (VUNESP / PC-SP – 2014) O remédio constitucional que tem por


objetivo tutelar o direito de locomoção é o(a)

a) mandado de injunção.

b) mandado de segurança.

c) ação popular.

d) habeas corpus.

e) habeas data.

43. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) Conceder-se-á mandado de injunção

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constante de registros de entidades governamentais ou de caráter
público.

b) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos


direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

c) para proteger direito líquido e certo, quando o responsável pela ilegalidade


ou abuso de poder for autoridade pública no exercício de atribuições do Poder
Público.

d) para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo.

e) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou


coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

44. (VUNESP / DPE-MS – 2008) Assinale a alternativa que contempla


corretamente um direito ou garantia constitucional.

a) Garantia, na forma da lei, do direito de fiscalização do aproveitamento


econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos
intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.

b) Direito de não ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita da
autoridade judiciária competente, mesmo no caso de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei.

c) Garantia, na forma da lei, da gratuidade ao registro civil de nascimento, à


certidão de óbito e às ações de habeas corpus e habeas data, exclusivamente
àqueles que forem reconhecidamente pobres.

d) Garantia ao brasileiro, nato ou naturalizado, de que não será extraditado


por crime comum.

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45. (VUNESP/ MPE-ES – 2013) Para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo,
poderá utilizar-se de

a) mandado de injunção.

b) mandado de segurança individual.

c) ação civil pública.

d) ação popular.

e) habeas data

46. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Hércules, cidadão brasileiro, está


sofrendo coação em sua liberdade de locomoção por uma ilegalidade
do poder público. De acordo com a Constituição Federal, o remédio
jurídico disponível a Hércules para fazer cessar essa coação é o

a) habeas data.

b) alvará de soltura.

c) mandado liberatório.

d) habeas corpus.

e) mandado de segurança.

47. (VUNESP/ MPE-ES – 2013) O Prefeito do Município de Vila Velha


praticou ato lesivo à moralidade administrativa. Para anular o referido
ato, qualquer cidadão é parte legítima para propor

a) ação civil pública.

b) ação popular.

c) ação anulatória de ato público.

d) mandado de segurança coletivo.

e) mandado de injunção.

48. (VUNESP/ PC-SP – 2013) A ação judicial, prevista na Constituição


Federal, que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, em que o autor,
salvo comprovada má-fé, está isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência, é a (o):

a) ação civil pública.

b) habeas data.
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c) habeas corpus.

d) ação popular.

e) mandado de segurança

49. (VUNESP/ Câmara Municipal de São Carlos – 2013) Para o


exercício da cidadania plena, a Constituição Federal, entre outros
direitos, garante que

a) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa que não
estiver estipulada em contrato firmado entre as partes.

b) a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações


telegráficas, de dados e telefônicas, poderá ser quebrada por ordem policial.

c) nenhum brasileiro nato ou naturalizado será extraditado. A extradição de


estrangeiros residentes no país será concedida por crime político ou de opinião.

d) são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data desde que o


requerimento não seja motivado por condenação política.

e) é assegurado a todos o acesso à informação, resguardando- se o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional.

50. (VUNESP/ TJ-SP – 2010) Na hipótese de ocorrência de ato lesivo


ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, nos termos do que dispõe, expressamente, a Constituição, o
cidadão poderá ajuizar

a) ação popular.

b) habeas corpus.

c) ação civil pública.

d) mandado de injunção.

e) ação de improbidade administrativa.

51. (VUNESP / TJ-SP – 2014) A Constituição Federal, na parte em


que trata dos direitos e garantias fundamentais, especificamente nos
direitos e deveres individuais e coletivos, estabelece a gratuidade para
os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) somente do registro civil de nascimento.

b) somente da certidão de óbito.

c) somente do registro civil de nascimento e da certidão de óbito.

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d) somente do registro civil de nascimento e da certidão de casamento.

52. (VUNESP/ TJ-SP – 2006) O habeas data destina-se à

a) retificação de dados constantes de registros de entidades governamentais.

b) ampliação subjetiva dos registros individuais constantes de bancos de dados


privados.

c) participação política do cidadão, significando o direito de ser ouvido em


órgãos públicos de seu interesse, em data a ser previamente fixada.

d) realização de vistorias nas entidades que prestem serviços públicos.

e) tutela da liberdade de reunião.

53. (VUNESP / PC-SP – 2014) Quanto às garantias constitucionais e à


privação da liberdade, assinale a alternativa correta.

a) Conceder-se-á habeas corpus sempre que a lei admitir a liberdade


provisória.

b) O preso será informado de seus direitos, dentre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a remoção para estabelecimento perto de sua
família.

c) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial, exceto nos crimes inafiançáveis.

d) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


no primeiro dia útil ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada.

e) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a


liberdade provisória, com ou sem fiança.

54. (VUNESP / MPE-ES – 2013) Assinale a alternativa correta a


respeito das ações constitucionais.

a) São gratuitas as ações de habeas corpus e o mandado de segurança, e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

b) No ajuizamento do habeas data, salvo comprovada má- fé, o autor ficará


isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

c) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer partido


político ou associação, desde que legalmente constituídos e em funcionamento
há pelo menos um ano.

d) É cabível o mandado de segurança para a proteção de direito líquido e


certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa

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!
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

e) Qualquer pessoa, física ou jurídica, é parte legítima para propor ação


popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.

55. (VUNESP/ MPE-ES – 2013) O mandado de segurança coletivo


pode ser impetrado por

a) partido político com representação na Assembleia Legislativa.

b) qualquer cidadão desde que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

c) organização sem fins lucrativos, desde que limitado a proteger o meio


ambiente ou o patrimônio histórico e cultural.

d) prefeito municipal desde que no interesse local.

e) entidade de classe legalmente constituída e em funcionamento há pelo


menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

56. (VUNESP / Fundação CASA – 2013) Todos são iguais perante a


lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:

a) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


virtude de lei ou ordem da autoridade administrativa.

b) são gratuitos a todos os brasileiros, na forma da lei, os registros civis.

c) é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.

d) é livre a manifestação do pensamento, não sendo vedado o anonimato.

e) não haverá em hipótese alguma prisão civil por dívida.

57. (VUNESP / TJ-MG – 2012) A liberdade constitucional de


locomoção encontra restrições próprias à sua manifestação ou mesmo
impostas por regulamentações dos poderes públicos.

58. (VUNESP/Câmara Municipal de São Carlos – 2013) São, entre


outros, remédios constitucionais previstos na Constituição Federal:

a) habeas corpus, mandado de segurança e plebiscito.

b) mandado de segurança, ação popular e direito de petição.

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c) ação popular, habeas data e direito de resposta.

d) inquérito civil, habeas data e ação popular.

e) direito de petição, habeas corpus e direito de resposta.

59. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Tendo em vista os direitos humanos


fundamentais na vigente Constituição da República brasileira, o direito
de locomoção e a obtenção ou correção de dados e informações
constantes de arquivos de entidades governamentais ou caráter
público podem ser garantidos, respectivamente, pelos seguintes
remédios constitucionais:

a) alvará de soltura e ação civil pública.

b) habeas data e mandado de segurança.

c) mandado de injunção e habeas data.

d) habeas corpus e mandado de injunção.

e) habeas corpus e habeas data.

60. (VUNESP/ Prefeitura de São Paulo – 2013) A Constituição Federal


prevê, como instrumento de proteção, uma ação judicial que se
manifesta pelo(a)

a) concessão de habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou for ameaçado de


sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder.

b) livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

c) livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independentemente de censura ou licença.

d) livre locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer


pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens.

e) livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer.

61. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Nos termos da Constituição Federal, os


tratados e convenções internacionais:

a) terão hierarquia infraconstitucional supralegal se versarem sobre direitos


humanos ou não, e forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros.

b) serão equivalentes às emendas constitucionais se versarem sobre direitos


humanos e forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois

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!
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

c) terão hierarquia infraconstitucional supralegal se versarem sobre direitos


humanos e forem aprovados, pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta,
por três quintos dos votos dos respectivos membros.

d) terão hierarquia infraconstitucional ordinária se versarem sobre direitos


humanos e forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros.

e) serão equivalentes às emendas constitucionais se versarem sobre direitos


humanos ou não, e forem aprovados, pelo Congresso Nacional, em sessão
conjunta, pela maioria absoluta dos seus membros.

62. (VUNESP / MPE-ES – 2013) De acordo com a Constituição


Federal, as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais:

a) têm aplicação imediata.

b) têm aplicação retroativa.

c) são todas reguladas por Portarias da autoridade competente.

d) são todas reguladas por emendas constitucionais.

e) são todas reguladas por lei complementar.

63. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) As normas definidoras de direitos e


garantias fundamentais têm aplicação imediata e não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição, ou
ainda, dos tratados internacionais dos quais nosso país fizer parte.

64. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) De acordo com o art. 5º, §3o da


Constituição Federal, os tratados internacionais que versarem sobre
direitos humanos e forem aprovados em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

65. (VUNESP/TJ SP – 2012) Segundo o que estabelece a Carta Magna


Brasileira, para que um tratado internacional seja considerado
equivalente à emenda constitucional, é necessário que:

a) seja assinado pelo Chefe do Poder Executivo, ratificado por ambas as Casas
do Congresso Nacional e, independentemente da sua matéria, que seja
aprovado em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

b) seja sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros.

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c) tenha sido aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, independentemente da
matéria que ele trate.

d) seja devidamente aprovado pelo Congresso Nacional, ratificado pelo Poder


Executivo e incorporado à Constituição Federal, independentemente da matéria
que ele trate.

e) o Supremo Tribunal Federal reconheça a sua compatibilidade com o texto


constitucional por meio do julgamento de Ação Declaratória da
Constitucionalidade.

66. (VUNESP / TJ-SP – 2011) Assinale a alternativa que está,


expressamente, de acordo com o texto da Constituição Federal.

a) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e


fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

b) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações


relativas à pessoa do impetrante ou de terceiros, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter privado.

c) São gratuitas as ações de habeas corpus e mandado de segurança, e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

d) A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a célere


decisão do processo e os meios que garantam a igualdade de sua tramitação.

e) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por maioria
absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

67. (VUNESP / TJ-SP – 2009) Os tratados e as convenções


internacionais sobre direitos humanos celebrados pelo Brasil:

a) serão imediatamente incorporados ao direito nacional, com a natureza de


emenda constitucional.

b) equivalerão às emendas constitucionais quando forem aprovados, em cada


Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros.

c) vigerão, no Brasil, após o exequatur do Supremo Tribunal Federal.

d) equivalerão às emendas constitucionais quando aprovados pelo Senado


Federal, em dois turnos, pela maioria absoluta dos seus membros.

68. (VUNESP/ PC-SP – 2013) Assinale a alternativa cujo conteúdo


corresponde a um direito ou garantia fundamental previsto
expressamente no texto constitucional.
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a) Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião.

b) Não haverá juízo ou tribunal de exceção, exceto quando se tratar de crime


hediondo, inafiançável ou imprescritível, na forma da lei.

c) Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade policial


competente.

d) A lei penal não retroagirá, salvo quando for para punir o réu.

e) Não poderá haver penas de morte, cruéis ou de interdição de direitos


individuais.

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!

Gabarito

1. Letra C
2. Letra D
3. Letra A
4. Letra D
5. Letra A
6. Letra A
7. Letra C
8. Letra B
9. Letra C
10. Letra B
11. CERTA
12. Letra A
13. ERRADA
14. Letra A
15. Letra D
16. Letra E
17. CERTA
18. CERTA
19. Letra E
20. CERTA
21. Letra C
22. Letra E
23. Letra B
24. Letra A
25. Letra E
26. Letra B
27. Letra E
28. Letra D
29. Letra C
30. Letra D
31. Letra D
32. ERRADA
33. ERRADA
34. CERTA
35. ERRADA
36. ERRADA
37. ERRADA
38. ERRADA
39. Letra A
40. Letra D
41. Letra B
42. Letra D
43. Letra B

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!
44. Letra A
45. Letra E
46. Letra D
47. Letra B
48. Letra D
49. Letra E
50. Letra A
51. Letra C
52. Letra A
53. Letra E
54. Letra D
55. Letra E
56. Letra C
57. CERTA
58. Letra B
59. Letra E
60. Letra A
61. Letra B
62. Letra A
63. CERTA
64. CERTA
65. Letra B
66. Letra A
67. Letra B
68. Letra A

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Aula 03

Direito Constitucional p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) - Com videoaulas

Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale


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AULA 03 – DIREITO CONSTITUCIONAL


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Sumário
Direitos Sociais0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀01!
1- Introdução:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!(!
2- Os direitos sociais (art. 6º):!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!(!
3- Os direitos sociais individuais dos trabalhadores (art. 7º):!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!∀)!
4- Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!∗+!
Nacionalidade0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀012!
1- Introdução:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!()!
2- Atribuição de Nacionalidade pelo direito brasileiro:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!(∀!
3- Portugueses Residentes no Brasil:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!(,!
4- Condição Jurídica do Nacionalizado:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!(,!
5- Perda da Nacionalidade:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!&∗!
6- Língua e Símbolos Oficiais:!∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!&&!
Questões Comentadas0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀033!
Lista de Questões0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀043!
Gabarito0∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀∀053!
0

Olá, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem?

Na aula de hoje, daremos continuidade ao estudo dos direitos fundamentais.


Falaremos sobre os direitos sociais e os direitos de nacionalidade.

Um grande abraço,

Nádia e Ricardo

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Direitos Sociais

1- Introdução:

Ao estudarmos os direitos de 1ª geração, percebemos que estes buscam


restringir a ação do Estado sobre os indivíduos, limitando o poder estatal. São,
por isso, direitos que têm como valor-fonte a liberdade, impondo ao Estado
uma obrigação de não-fazer, de não intervir na órbita privada. Em razão
disso, a doutrina os denomina liberdades negativas.

A natureza jurídica dos direitos sociais é diversa. Trata-se de direitos


fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma “obrigação de
fazer”, uma obrigação de ofertar prestações positivas em favor dos
indivíduos, visando concretizar a igualdade material. São, portanto, direitos que
têm como valor-fonte a igualdade; eles buscam possibilitar melhores condições
de vida aos indivíduos e, assim, realizar a justiça social.

Pode-se dizer que os direitos sociais são prestações positivas (ações) realizadas
pelo Estado para melhorar a qualidade de vida dos hipossuficientes, ou
seja, dos mais necessitados. Em razão disso, o Estado deve garantir que todos
tenham acesso à educação, saúde, alimentação, trabalho, dentre outros.
Segundo Alexandre de Moraes, os direitos sociais constituem normas de
ordem pública, com a característica de imperativas.

A origem dos direitos sociais remonta à crise do Estado liberal, ocasionada


pelo forte avanço da industrialização. Nas fábricas, os trabalhadores viviam em
condições precárias. Movimentos reivindicatórios passaram, então, a exigir uma
postura mais ativa do Estado, que não devia limitar-se a não intervir, mas
também atuar positivamente, garantindo condições mínimas aos trabalhadores.

Os direitos sociais aparecem, portanto, em um contexto histórico marcado por


reivindicações trabalhistas e pelo surgimento de doutrinas socialistas.
Constatava-se que a mera consagração da igualdade formal não era suficiente
para realizar a igualdade material. Como grande marco dos direitos sociais,
citamos a Constituição de Weimar de 1919 (Constituição do Império
Alemão).

Na Constituição Federal de 1988, os direitos sociais estão relacionados nos art.


6º - art. 11. Há, também, outros dispositivos do texto constitucional que
versam sobre os direitos sociais. É o caso, por exemplo, do art. 194 (que trata
da seguridade social), art. 196 (direito à saúde) e art. 205 (direito à educação)

2- Os direitos sociais (art. 6º):


!

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta

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Constituição.

No texto original da Constituição Federal, não se fazia menção à alimentação,


à moradia e ao transporte, cuja inserção na Carta Magna foi obra do Poder
Constituinte Derivado. A moradia foi inserida pela EC nº 26/2000; a
alimentação, pela EC nº 64/2010; e o transporte, pela EC nº 90/2015. Tenham
uma especial atenção quanto a esses três direitos sociais! As bancas
examinadoras adoram cobrá-los, especialmente pelo fato de eles não fazerem
parte do texto original da CF/88.

Segundo o art. 6º, a Constituição consagra como direitos sociais a educação,


a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados. O STF entende que trata-se de rol
exemplificativo1, pois há outros direitos sociais espalhados pelo texto
constitucional. Destaque-se que os direitos sociais do art. 6º são, todos eles,
normas de eficácia limitada e aplicabilidade mediata, dependendo, para
sua concretização, da atuação estatal, seja através da edição de leis
regulamentadoras, seja através da oferta de prestações positivas em favor dos
indivíduos.

Uma das discussões mais relevantes sobre os direitos sociais diz respeito,
justamente, à sua concretização. Não basta que esses direitos estejam
previstos na Constituição; eles precisam, mais do que isso, ser efetivados,
colocados em prática. Há necessidade, portanto, da firme atuação estatal por
meio de políticas públicas voltadas para a concretização dos direitos sociais.

Para estudarmos a problemática da concretização (efetivação) dos direitos


sociais, é necessário conhecermos três importantes princípios: i) o princípio
da “reserva do possível”; ii) o princípio do “mínimo existencial” e; iii) o
princípio da vedação do retrocesso. É o que faremos a seguir.

2.1- Os direitos sociais e a “reserva do possível”:

A efetivação dos direitos sociais depende da execução de políticas públicas nas


mais diversas áreas, como, por exemplo, em educação e saúde. Assim, é
preciso ter em mente que a concretização dos direitos sociais depende, em
larga escala, de gastos estatais.

A teoria da reserva do possível consiste na ideia de que cabe ao Estado efetivar


os direitos sociais, mas apenas “na medida do financeiramente possível”.
A teoria da reserva do possível serve, portanto, para determinar os limites em
que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais.

Não é lícito ao Poder Público, todavia, simplesmente alegar que não possui
recursos orçamentários; é fundamental que o Poder Público demonstre
objetivamente a inexistência de recursos públicos e a falta de previsão
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
STF, ADI nº 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 02.06.2005.
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orçamentária da respectiva despesa. Segundo a teoria da reserva do possível,
a efetivação dos direitos sociais encontra, portanto, dois limites: a suficiência
de recursos públicos e a previsão orçamentária da respectiva despesa.

A formulação e execução de políticas públicas são tarefas que competem,


primariamente, ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo. No entanto, segundo
o STF, é possível que o Poder Judiciário determine, em bases
excepcionais, a implementação, pelos órgãos inadimplentes, de ações
destinadas à concretização dos direitos sociais. Pode-se dizer, portanto,
que o controle judicial das políticas públicas pode ser realizado a fim de suprir a
omissão dos órgãos estatais competentes, bem como para evitar a abusividade
governamental. Assim, o Poder Judiciário poderá determinar, por exemplo, que
o Estado conceda tratamento de câncer a um indivíduo. Vejamos trecho de
julgado do STF:

“Embora resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a


prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se
possível, no entanto, ao Poder Judiciário, determinar, ainda que em
bases excepcionais, especialmente nas hipóteses de políticas públicas
definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas pelos
órgãos estatais inadimplentes, cuja omissão – por importar em
descumprimento dos encargos político-jurídicos que sobre eles incidem
em caráter mandatório – mostra-se apta a comprometer a eficácia e a
integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura
constitucional.”2

A atuação do Poder Judiciário na concretização dos direitos sociais não é


ilimitada; ao contrário, encontra limites na cláusula da reserva do possível.
Assim, a cláusula da reserva do possível afasta a aptidão do Poder Judiciário
para intervir na efetivação de direitos sociais. No entanto, para que esse limite
à ação do Judiciário seja válido, é necessário que se comprove
objetivamente a ausência de recursos orçamentários suficientes para a
implementação da ação estatal. Nesse sentido, entende a Corte que:

“(...) a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além


de caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de
concretização - depende, em grande medida, de um inescapável
vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do
Estado, de tal modo que, comprovada, objetivamente, a
incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se
poderá razoavelmente exigir, considerada a limitação material
referida, a imediata efetivação do comando fundado no texto da
Carta Política. Não se mostrará lícito, no entanto, ao Poder Público,
em tal hipótese - mediante indevida manipulação de sua atividade
financeira e/ou político-administrativa - criar obstáculo artificial que
revele o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito de fraudar, de
frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a preservação, em

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2
STF, RE 436.996 – AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005.
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favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de
existência.3”

Por fim, vale destacar que os direitos sociais, por estarem sujeitos à reserva
do possível, possuem uma carga de eficácia menor do que os direitos de
primeira geração. Isso porque os direitos sociais somente podem ser
concretizados com a execução eficiente de políticas públicas; por outro lado, a
concretização dos direitos de defesa (direitos de 1ª geração) depende,
essencialmente, de “obrigações de não fazer” do Estado.

2.2- Os direitos sociais e o mínimo existencial:

Os direitos sociais, na condição de direitos fundamentais, são indispensáveis


para a realização da dignidade da pessoa humana. O Estado, na sua tarefa de
concretização desses direitos, deve garantir o mínimo existencial. Considera-se
mínimo existencial o grupo de prestações essenciais que se deve fornecer
ao ser humano para que ele tenha uma existência digna.

O princípio do mínimo existencial é compatível e deve conviver com a


cláusula da reserva do possível. O Estado, na busca da promoção do bem-
estar do homem, deve proteger os direitos individuais e, além disso, garantir
condições materiais mínimas de existência aos indivíduos. Assim, os gastos
públicos devem ser voltados, prioritariamente, a garantir o mínimo existencial;
uma vez garantido o mínimo existencial, o Estado poderá discutir em que
outros projetos investir.

Segundo o STF, o mínimo existencial é uma limitação à cláusula da reserva


do possível.4 Isso porque a reserva do possível só poderá ser alegada pelo
Poder Público como argumento para a não concretização de direitos sociais
uma vez que tenha sido assegurado o mínimo existencial pelo Estado. Em
outras palavras, a reserva do possível somente é invocável após a
garantia, pelo Estado, do mínimo existencial. A garantia do mínimo
existencial é uma obrigação inafastável do Estado, não sujeita à reserva do
possível.

A visão que apresentamos a respeito da concretização dos


direitos sociais busca compatibilizar a “reserva do
possível” com o “mínimo existencial”. É essa a visão
adotada pelo STF.

Porém, há visões mais radicais: uma delas, tende a


conferir prevalência à reserva do possível; outra, defende
a primazia do mínimo existencial.

A primeira visão (de caráter liberal) entende que não


caberia ao Poder Judiciário, sob pena de violação à
separação dos poderes, intervir na execução de políticas
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
ADPF 45 MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 29.04.2004, DJ 04.05.2004. !
4
STF, RE 639.637. AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 15.09.2011
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públicas. Nesse sentido, há que se observar
integralmente a “reserva do possível”.

A segunda visão (mais intervencionista) não considera a


“reserva do possível” como um limitador para a
concretização dos direitos sociais. Sob essa ótica, os
direitos sociais não poderiam ser considerados normas de
caráter meramente programático.

Essa linha de pensamento defende ferrenhamente a


judicialização das políticas públicas, com vistas a
promover a máxima efetivação dos direitos sociais.
Chega-se até mesmo a argumentar que os direitos
sociais, enquanto direitos fundamentais, teriam aplicação
imediata, conforme o art. 5º, § 1º, CF/88.

O Poder Judiciário, com vistas à concretização dos direitos sociais e à


garantia do mínimo existencial, tem adotado inúmeras decisões
relacionadas ao direito à saúde. Nesse sentido, destacamos o seguinte:

a) Segundo o STF, o direito à saúde (art. 196) é um direito público


subjetivo, assegurado à generalidade das pessoas, que conduz o
indivíduo e o Estado a uma relação jurídica obrigacional.

Apesar de o art. 196, CF/88, ser uma norma programática, ele impõe aos
entes federativos um dever de atuação positiva. Assim, para que se
garanta a força normativa da Constituição, o Poder Público deve atuar na
concretização do direito à saúde. Com base nesse entendimento, são
várias as decisões do Poder Judiciário determinando que a
Administração Pública forneça medicamentos e tratamento
médico a indivíduos portadores de doença.

b) O STF decidiu que a Administração Pública pode ser obrigada, por


decisão do Poder Judiciário, a manter estoque mínimo de
medicamento utilizado no combate a doença grave.5 A manutenção de
estoque mínimo do medicamento é importante para que se possa garantir
a continuidade dos tratamentos, evitando prejuízos aos pacientes.

c) O STJ considera que o juiz pode determinar o bloqueio e o


sequestro de verbas públicas como forma de garantir o fornecimento
de medicamentos pelo Poder Público.6 Assim, caso a Administração
Pública se negue a cumprir decisão judicial que determinou o
fornecimento de medicamentos, o juiz poderá determinar o bloqueio e o
sequestro de verbas públicas.

O bloqueio e sequestro de verbas públicas deve ser encarado, todavia,


como uma medida de caráter excepcional, aplicável somente quando
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
+
!RE 429.903/RJ. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 25.06.2014

!REsp 1.069.810/RS. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 23.10.2013.
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ficar configurado que o Estado não está cumprindo sua obrigação de
fornecer os medicamentos e de que essa demora está trazendo riscos à
saúde e à vida do doente.

É notório que a atuação do Poder Judiciário na implementação de políticas


públicas com vistas a concretizar direitos fundamentais tem se intensificado
nos últimos anos. Essa atuação tem ocorrido até mesmo em matéria de política
penitenciária e de segurança pública.

Conforme decidiu o STF, o Poder Judiciário pode determinar à


Administração Pública que execute obras emergenciais em
estabelecimentos prisionais (presídios) a fim de proteger os direitos
fundamentais dos detentos, assegurando-lhes o respeito à sua integridade
física e moral. Não se pode invocar, para contestar tal decisão, o princípio da
separação de poderes ou mesmo a cláusula da reserva do possível. 7

2.3- A vedação ao retrocesso:

O princípio da vedação ao retrocesso busca evitar que as conquistas sociais já


alcançadas pelo cidadão sejam desconstituídas. Segundo Canotilho, baseado no
princípio do não retrocesso social, os direitos sociais, uma vez tendo sido
previstos, passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto um
direito subjetivo. Isso limita o legislador e exige a realização de uma política
condizente com esses direitos, sendo inconstitucionais quaisquer medidas
estatais que, sem a criação de outros esquemas alternativos ou
compensatórios, anulem, revoguem ou aniquilem o seu núcleo essencial.

O STF considera que a “cláusula que veda o retrocesso em matéria de direitos


a prestações positivas do Estado (como o direito à educação, o direito à saúde
ou o direito à segurança pública, v.g.) traduz, no processo de efetivação desses
direitos fundamentais individuais ou coletivos, obstáculo a que os níveis de
concretização de tais prerrogativas, uma vez atingidos, venham a ser
ulteriormente reduzidos ou suprimidos pelo Estado”. 8

(FUB – 2015) Os direitos sociais impõem deveres ao


Estado que assegurem ao cidadão condições mínimas para
uma vida digna, independentemente da existência de
recursos públicos para custeio; assim, autoriza-se a livre
invasão da atividade administrativa pelo Poder Judiciário
para efetivação daqueles direitos, fenômeno conhecido
como judicialização de políticas públicas.

Comentários:

A existência de recursos públicos deve ser levada em


consideração na efetivação dos direitos sociais, apesar de o
Estado ter a obrigação de assegurar ao cidadão condições
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
%
!RE 592.581/RS. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 13.08.2015.
.
!STF, RE 436.996 – AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005.
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mínimas para uma vida digna. Questão errada.

(PGE / PR – 2015) No que toca à realização dos direitos


sociais constitucionalmente garantidos, há que se atentar
para a vedação do retrocesso social, que se coloca apenas
às políticas públicas executivas, posto que não se pode ferir
a liberdade do legislador.

Comentários:

A vedação ao retrocesso social é um princípio que deve ser


observado pelo legislador (e não apenas pelas políticas
públicas executivas). Questão errada.

(PGE / PR – 2015) A teoria de efetivação dos direitos


sociais na dependência de recursos econômicos (“reserva do
possível”) é a adaptação de entendimento fixado pela
jurisprudência constitucional alemã e integralmente aceita
pelo Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

Não se pode dizer que a “reserva do possível” é integralmente


aceita pelo STF. Isso porque, na visão da Corte, há que se
observar, também, o “mínimo existencial”. Questão errada.

(MPE / BA – 2015) A implementação das prestações


materiais e jurídicas exigíveis para a redução das
desigualdades no plano fático, por dependerem em grande
medida da disponibilidade orçamentária do Estado, faz com
que estes direitos tenham o seu campo de efetividade mais
dificultado que os direitos de primeira geração.

Comentários:

De fato, a concretização (efetivação) dos direitos sociais é


mais complexa do que a dos direitos de liberdade (de
primeira geração). Isso porque a efetivação dos direitos
sociais depende da execução de políticas públicas, as quais,
para serem realizadas, exigem recursos econômicos. Questão
correta.

(DPE / PE – 2015) De acordo com o entendimento do


STF, é inadmissível que o Poder Judiciário disponha sobre
políticas públicas de segurança, mesmo em caso de
persistente omissão do Estado, haja vista a indevida
ingerência em questão, que envolve a discricionariedade do
Poder Executivo.

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Comentários:

A segurança é um direito social que deve ser garantido


mediante políticas públicas do Estado. Porém, havendo
persistente omissão do Estado, poderá, sim, o Poder
Judiciário intervir. Questão errada.

3- Os direitos sociais individuais dos trabalhadores (art. 7º):

No art. 7º da Constituição, são enumerados os direitos sociais individuais dos


trabalhadores. Leia-o atentamente, pois ele costuma ser cobrado em sua
literalidade.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

Note que a Constituição, no caput do art. 7º, equipara os direitos do


trabalhador rural aos do trabalhador urbano.

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa


causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

Esse dispositivo é típica norma de eficácia limitada, exigindo lei


complementar que proteja a relação de emprego contra despedida arbitrária ou
sem justa causa. Trata-se do direito à segurança no emprego.

Segundo o art. 10, do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias),


até a promulgação da mencionada lei complementar, a indenização contra a
despedida arbitrária ou sem justa causa ficará restrita a 40% sobre os
depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), realizados em
favor do empregado.

Cabe destacar que a proteção conferida pela Constituição somente alcança a


despedida arbitrária ou sem justa causa. Não haverá indenização,
portanto, diante da despedida por justa causa.

A CF/88 extinguiu a antiga “estabilidade decenal”, que, apesar de estar


prevista na CLT, não foi recepcionada pela nova ordem constitucional. Pela
regra da estabilidade decenal, o empregado que tivesse mais de 10 anos de
empresa não poderia ser demitido, salvo em caso de falta grave ou
circunstância de força maior.

Hoje, nem mesmo a despedida arbitrária ou sem custa causa são proibidas.
Elas poderão ocorrer, cabendo, todavia, indenização. Destaque-se que o art.

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10, do ADCT, estabelece 2 (dois) casos de vedação absoluta à dispensa
arbitrária ou sem justa causa:

a) Do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de


prevenção de acidentes (CIPA), desde o registro de sua candidatura até
um ano após o final de seu mandato;

b) Da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco


meses após o parto.

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Note que o seguro-desemprego só é devido no caso de desemprego


involuntário. As bancas examinadoras adoram confundir os candidatos,
falando em desemprego “voluntário”, o que estará errado.

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

O FGTS (Fundo de Garantia) é recolhido pelo empregador à alíquota de 8%


sobre a remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador.
Destaque-se que o FGTS não é direito dos servidores públicos
estatutários.

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender


a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

O salário mínimo deve ser fixado em lei formal: verifica-se, aqui, hipótese de
reserva legal. Em torno desse tema, houve relevante controvérsia apreciada
pelo STF. A Lei nº 12.382/2011 estabeleceu que o valor do salário mínimo seria
de R$ 545,00, mas que decreto presidencial seria responsável pelos reajustes e
aumentos salariais segundo determinados índices.

Segundo o STF, a Lei nº 12.382/2011 é constitucional, não havendo óbice a


que um decreto presidencial estabeleça os reajustes, cuja fórmula e índices
estão previstos na própria lei. O decreto presidencial não estaria, assim,
fixando o valor do salário mínimo; ele seria um mero ato declaratório do
valor reajustado segundo a política de valorização prevista na lei. 9

O salário mínimo é único para todo o território nacional, o que impede a


existência de salários mínimos regionais. Destaque-se que existem os
chamados “pisos salariais”, que não se confundem com salário mínimo, e são
resultantes de negociações coletivas de trabalho.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9
STF, ADI 4568/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia. 03.11.2011.
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O salário mínimo não pode sofrer vinculação, ou seja, servir como
indexador, para qualquer fim. É relevante destacar que esse impedimento à
vinculação do salário mínimo tem como objetivo evitar que aumentos do seu
valor se propaguem para toda a economia, prejudicando o poder aquisitivo.

Para fecharmos esse tópico, é importante que você saiba que o STF permite
que os conscritos recebam remuneração inferior ao salário-mínimo. Veja
o que dispõe a Súmula Vinculante no 06, que poderá ser cobrada em sua
prova:

Súmula Vinculante nº 06: “Não viola a Constituição o


estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as
praças prestadoras de serviço militar inicial”.

A justificativa para essa exceção é que a Constituição Federal não estendeu


aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como
o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que se submetem os
militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que
têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Isso porque os
cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público
relacionado com a defesa da soberania da pátria. Por isso mesmo, a obrigação
do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições
materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças
Armadas.

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

O piso salarial é estabelecido por categoria de trabalhadores e fixado mediante


negociação coletiva de trabalho. Na fixação do piso salarial, deve-se levar
em consideração a extensão e a complexidade do trabalho.

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

A irredutibilidade do salário guarda estreita relação com o princípio da vedação


ao retrocesso. Assim, em regra, o salário não poderá ser reduzido. A
redução salarial é hipótese excepcional, que somente ocorrerá mediante
negociação coletiva de trabalho (convenção coletiva ou acordo coletivo).

Destaque-se que convenção coletiva e acordo coletivo são espécies do gênero


“negociação coletiva de trabalho”. Convenção coletiva de trabalho é uma
negociação entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal. Já o
acordo coletivo de trabalho, é uma negociação entre o sindicato dos
trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresas.

A negociação coletiva de trabalho pode, portanto, flexibilizar a irredutibilidade


salarial. Essa flexibilidade se deve ao fato de que, muitas vezes, é mais
benéfico para uma categoria aceitar uma redução salarial (numa crise
econômica, por exemplo), que arcar com um grande aumento do desemprego.

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(TRT 2a Região – 2015) A irredutibilidade salarial não é
absoluta, sendo lícita mediante previsão em convenção ou
acordo coletivo.

Comentários:

É possível a redução salarial através de convenção ou acordo


coletivo. Portanto, a irredutibilidade salarial não é absoluta.
Questão correta.

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável;

Há alguns trabalhadores que possuem remuneração variável. Como


exemplo, citamos um funcionário de uma loja que recebe por comissão de suas
vendas. Em meses com alto volume de vendas, ele recebe muito bem; porém,
em um mês de vendas fracas, ele terá uma remuneração bastante reduzida. A
Constituição garante, entretanto, que esse trabalhador nunca receberá uma
remuneração inferior ao salário mínimo.

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor


da aposentadoria;

O décimo terceiro salário é o que se conhece por gratificação natalina.

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Esse dispositivo garante aos trabalhadores a percepção de adicional noturno.


Destaque-se que o valor do adicional noturno não é definido pela Constituição
Federal, mas sim pela legislação infraconstitucional.

É importante que você saiba que a previsão de remuneração do trabalho


noturno superior à do diurno é devida inclusive para os empregados que
trabalham em regime de revezamento. É o que dispõe a Súmula 213 do
STF, segundo a qual:

“É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado


ao regime de revezamento.”

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção


dolosa;

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A maior parte da população brasileira não possui poupança, dependendo do
salário para sobreviver. O salário é, portanto, uma verba de natureza
alimentar; em razão disso é que constitui crime sua retenção dolosa por
parte do empregador.

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;

Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de lei para produzir todos


os seus efeitos. A participação nos lucros é desvinculada da remuneração e
é uma forma de se estimular a produtividade do trabalhador.

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei;

O salário-família é um benefício previdenciário, sendo devido somente ao


trabalhador de baixa renda. É pago em cotas, de acordo com o número de
dependentes (se o trabalhador possui um dependente, ele recebe uma cota do
salário-família; se ele possui dois dependentes, ele recebe duas cotas de
salário-família).

Os critérios para o recebimento do salário-família são definidos em lei formal.


Mais uma vez, estamos diante de uma norma de eficácia limitada.

(TRT 2a Região – 2015) O salário-família será pago em


virtude do dependente do trabalhador, sem se cogitar da renda
por ele auferida, já que se trata de um direito social garantido
constitucionalmente.

Comentários:

O salário família somente é devido ao trabalhador de baixa


renda. Questão errada.

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

A regra é a prestação de trabalho por até 8 horas diárias e 44 horas


semanais. Normalmente, isso é feito mediante jornadas de 8 horas de
segunda-feira a sexta-feira e de 4 horas no sábado. É possível a
compensação de horários: um trabalhador que tenha um contrato de
trabalho de 44 horas semanais e 8 horas diárias poderá, por exemplo,
trabalhador 2 horas a menos em um determinado dia, compensando-as
posteriormente.

Cabe destacar que, excepcionalmente, é possível haver redução da jornada


de trabalho, mediante acordo ou convenção coletiva.
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XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos
de revezamento, salvo negociação coletiva;

O trabalho prestado em turnos ininterruptos de revezamento é aquele em que


há alternância de horários; nesse regime de trabalho, os trabalhadores se
revezam nos postos de trabalho. Em um determinado dia, trabalha à noite; no
outro, pela manhã; no outro, à tarde.

Nesse caso, devido ao grande desgaste para a saúde do trabalhador, a


Constituição prevê uma jornada de seis horas. Note que esta poderá,
excepcionalmente, ser aumentada, em caso de negociação coletiva.

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

Atente para a palavra preferencialmente. Não há obrigação de concessão


desse repouso no domingo: ele pode acontecer em qualquer outro dia da
semana.

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinquenta por cento à do normal;

A remuneração do serviço extraordinário é o que se conhece por hora-extra.


Note a expressão “no mínimo”! Uma questão de concurso que disser que essa
remuneração é necessariamente 50% superior à do serviço normal estará
errada.

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;

Esse dispositivo trata do adicional de férias. O trabalhador faz jus a férias,


recebendo, durante esse período, sua remuneração acrescida de, no mínimo,
1/3 do salário normal. Assim, o trabalhador poderá receber um adicional de
férias superior a 1/3 do salário.

Note que a Constituição não dispôs sobre a duração das férias, deixando
essa tarefa para a legislação infraconstitucional.

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

A licença à gestante tem duração de 120 dias, conforme definido pela


Constituição. Durante esse período, a gestante fica licenciada, sem que perca
seu emprego e remuneração. Assim, ela mantém seu vínculo de emprego com
a empresa e continua a receber sua remuneração. Cabe destacar que a licença
à gestante é também um direito outorgado às servidoras públicas.

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No RE nº 778.889/PE, o STF fixou a tese de que os prazos da licença-gestante
não podem ser superiores aos prazos da licença-adotante, inclusive no
que diz respeito às prorrogações. Assim, se uma lei concede 120 dias de
licença à gestante, deverão ser concedidos também 120 dias de licença à
adotante. 10

A licença-paternidade, por sua vez, é benefício que depende de


regulamentação por lei: trata-se, portanto, de norma de eficácia limitada.
Como essa lei não foi editada até hoje, está em vigor o mandamento previsto
no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Segundo o art.
10, § 1º, do ADCT, "até que lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX da
Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco
dias".

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

A proteção ao mercado de trabalho da mulher tem como objetivo alcançar a


igualdade material. Nesse caso, almeja-se estabelecer a igualdade de
gêneros. Trata-se de mais uma norma de eficácia limitada.

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de


trinta dias, nos termos da lei;

O aviso prévio se aplica aos contratos de trabalho por tempo indeterminado. É


um instituto que tem como objetivo permitir que o trabalhador tenha um
tempo para buscar um novo emprego após tomar conhecimento da intenção do
empregador de demiti-lo.

O aviso prévio deve ser proporcional ao tempo de serviço: quanto maior o


tempo de serviço, maior será o prazo do aviso prévio. Deve-se observar,
contudo, que o prazo mínimo do aviso prévio é de 30 dias.

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;

A segurança e a saúde no trabalho são considerados direitos essenciais dos


trabalhadores. A redução dos riscos inerentes ao trabalho é, portanto,
uma face importante das políticas públicas em matéria trabalhista. Esse
dispositivo é que ampara a edição, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, das
chamadas NR’s (Normas Regulamentadoras).

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei;

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
10
RE 788.889/PE, Rel. Min. Luiz Roberto Barroso. Julgamento: 10.03.2016. Nesse
julgado, o STF considerou que o art. 210, da Lei nº 8.112/90, ao conceder apenas 90
dias de licença à adotante, é inconstitucional.
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As atividades penosas, insalubres ou perigosas implicam no pagamento de
adicional de remuneração aos trabalhadores. Assim, um trabalhador que
exerça atividade perigosa (contato permanente com inflamáveis e explosivos)
receberá adicional de periculosidade; por sua vez, um trabalhador que exerça
atividade insalubre receberá o adicional de insalubridade.

XXIV - aposentadoria;

A aposentadoria é um benefício previdenciário assegurado aos


trabalhadores. Não é nosso objetivo, nesse momento, discorrer sobre os vários
tipos de aposentadoria e os requisitos para sua concessão.

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5


(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

A assistência gratuita em creches e pré-escolas é devida aos filhos e


dependentes do trabalhador, desde o nascimento até 5 (cinco anos) de
idade. Atente para esse limite de idade!

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

As negociações coletivas de trabalho podem ser de dois tipos: i) convenções


coletivas de trabalho (celebradas entre sindicato patronal e sindicato dos
trabalhadores) e; ii) acordos coletivos de trabalho (celebrados entre
sindicato dos trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresas). Destaque-
se que as negociações coletivas de trabalho são consideradas fontes do
direito do trabalho.

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

Trata-se de dispositivo que visa evitar que as inovações tecnológicas


substituam o papel desempenhado pelos trabalhadores, buscando garantir que
não haja diminuição do número de postos de trabalho. É uma típica norma de
eficácia limitada, cuja concretização depende de lei regulamentadora.

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem


excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;

O seguro contra acidentes de trabalho é um encargo do empregador, mas


que não o exime de indenizar o empregado, quando tiver incorrido em dolo
ou culpa. Em outras palavras, mesmo pagando seguro contra acidentes de
trabalho, o empregador continua sujeito à indenização caso estes ocorram.
Entretanto, é necessário que haja dolo ou culpa.

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até
o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

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Esse inciso precisa ser analisado com atenção. Inicialmente, verifique que,
tanto para o trabalhador urbano quanto para o rural, há possibilidade de se
requererem créditos relativos aos últimos cinco anos do contrato de
trabalho. É a chamada prescrição quinquenal.

Entretanto, desfeito o vínculo laboral, o trabalhador terá apenas dois


anos para reclamar tais créditos na Justiça. Nesse caso, entretanto, a
cada dia de inércia, perderá um dia de direito. Se entrar com uma ação
trabalhista no último dia do prazo de dois anos, só poderá reaver os créditos
referentes aos três últimos anos do contrato de trabalho, por exemplo.

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério


de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de


admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou


entre os profissionais respectivos;

Esses três dispositivos traduzem obrigações de não-discriminação, de


isonomia. O inciso XXX proíbe que sejam estabelecidas diferença de salários,
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
cor ou estado civil. O inciso XXXI impede que haja discriminação no tocante a
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência. Por
último, o inciso XXXII veda a distinção entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissionais respectivos.

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de


dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

“Dissecando-se” esse dispositivo, temos que:

a) A idade mínima para se trabalhar é aos dezesseis anos. Há, entretanto,


uma exceção a esse limite mínimo de idade: pode-se trabalhar a partir dos
quatorze anos de idade, na condição de aprendiz.

b) Os menores de dezoito anos jamais poderão exercer trabalho noturno,


perigoso ou insalubre.

Assim, entre os 14 e 16 anos, só pode trabalhar o menor aprendiz. Dos 16 aos


18 anos, qualquer um pode trabalhar, desde que não seja um trabalho noturno,
perigoso ou insalubre. A partir dos 18 anos, o indivíduo pode exercer qualquer
trabalho, inclusive o noturno, perigoso ou insalubre.

(TRT 2a Região – 2015) O trabalhador faz jus a seguro


contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este esta obrigado, apenas

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quando for resultado de dolo ou culpa.

Comentários:

É isso mesmo. O trabalhador faz jus a seguro contra


acidentes de trabalho. Ademais, a indenização somente será
devida ao trabalhador quando o empregador incorrer em
dolo ou culpa. Questão correta.

(FUB – 2015) A realização de trabalho noturno, perigoso ou


insalubre por menor de dezoito anos de idade é permitida
desde que o empregador pague a esse trabalhador adicional
pecuniário.

Comentários:

Os menores de 18 anos não podem, em qualquer situação,


realizar trabalho noturno, perigoso ou insalubre. Questão
errada.

(TJ / MG – 2015) É prevista ação, quanto aos créditos


resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

Comentários:

É exatamente o que prevê a literalidade do art. 7º, XXIX,


CF/88. Questão correta.

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.

O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a várias empresas, mas que
é contratado por um órgão gestor de mão-de-obra (OGMO). É o caso, por
exemplo, dos estivadores e carregadores que trabalham nos portos.

A Constituição Federal de 1988 reconhece a igualdade de direitos entre o


trabalhador avulso e o trabalhador com vínculo empregatício permanente.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos


os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

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O parágrafo único do art. 7º da Constituição sofreu importantes modificações
pela Emenda Constitucional nº 72/2013 que assegurou importantes direitos
trabalhistas aos empregados domésticos. O objetivo da EC nº 72/2013 foi
justamente assegurar igualdade de direitos trabalhistas entre os
trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.
Destaque-se que, mesmo após a referida emenda constitucional, nem todos os
direitos trabalhistas foram assegurados aos empregados domésticos.

Na tabela abaixo, relaciono todos os direitos dos domésticos e destaco, em


negrito, tudo aquilo que resulta de previsão da EC no 72/2013:

Salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz


de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou


acordo coletivo.

Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os


que percebem remuneração variável (direito assegurado
após a EC no 72/2013).

Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime


sua retenção dolosa (direito assegurado após a EC no
Direitos do 72/2013).
doméstico
Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou
no valor da aposentadoria.

Duração do trabalho normal não superior a oito horas


diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho
(direito assegurado após a EC no 72/2013).

Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos


domingos.

Remuneração do serviço extraordinário superior, no


mínimo, em cinquenta por cento à do normal (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço


a mais do que o salário normal.

Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com


a duração de cento e vinte dias.

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Licença-paternidade, nos termos fixados em lei.

Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no


mínimo de trinta dias, nos termos da lei.

Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de


normas de saúde, higiene e segurança (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Aposentadoria.

Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de


trabalho (direito assegurado após a EC no 72/2013).

Proibição de diferença de salários, de exercício de


funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil (direito assegurado após a EC
no 72/2013).

Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e


critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência
(direito assegurado após a EC no 72/2013).

Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a


menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos (direito assegurado após a EC no
72/2013).

Integração à previdência social.

Relação de emprego protegida contra despedida


arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos (direito assegurado após a EC no
72/2013).

Seguro-desemprego, em caso de desemprego


o
involuntário (direito assegurado após a EC n 72/2013).

Fundo de garantia do tempo de serviço (direito


assegurado após a EC no 72/2013).

Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (direito


assegurado após a EC no 72/2013).

Salário-família pago em razão do dependente do


trabalhador de baixa renda nos termos da lei (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o


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nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e
pré-escolas (direito assegurado após a EC no 72/2013).

Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do


empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Outro ponto importante é que alguns dos direitos previstos pela EC no 72/2013
precisam de regulamentação para que possam ser usufruídos. Em outras
palavras, eles não puderam ser usufruídos de imediato, assim que foi
promulgada a EC nº 72/2013. Foi necessária a regulamentação, que só ocorreu
por meio da Lei Complementar nº 150/ 2015. São eles:

- Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem


justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

- Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

- Fundo de garantia do tempo de serviço;

- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

- Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei;

- Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5


(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

- Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem


excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa.

Não custa sistematizar tudo isso em outra tabela, para melhor compreensão:

Direitos assegurados aos Direitos assegurados aos domésticos pela PEC


domésticos por normas no 72/2013
originárias da Constituição
De exercício imediato:
• Salário mínimo, fixado
em lei, nacionalmente
• Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
unificado, capaz de atender a
para os que percebem remuneração variável;
suas necessidades vitais
• Proteção do salário na forma da lei,
básicas e às de sua família
constituindo crime sua retenção dolosa;
com moradia, alimentação,
• Duração do trabalho normal não superior a oito
educação, saúde, lazer,
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
vestuário, higiene, transporte
a compensação de horários e a redução da jornada,
e previdência social, com
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
reajustes periódicos que lhe
• Remuneração do serviço extraordinário
preservem o poder aquisitivo,
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
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sendo vedada sua vinculação normal;
para qualquer fim; • Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
• Irredutibilidade do meio de normas de saúde, higiene e segurança;
salário, salvo o disposto em • Reconhecimento das convenções e acordos
convenção ou acordo coletivo; coletivos de trabalho;
• Décimo terceiro salário • Proibição de diferença de salários, de exercício
com base na remuneração de funções e de critério de admissão por motivo de
integral ou no valor da sexo, idade, cor ou estado civil;
aposentadoria; • Proibição de qualquer discriminação no tocante
• Repouso semanal a salário e critérios de admissão do trabalhador
remunerado, portador de deficiência;
preferencialmente aos • Proibição de trabalho noturno, perigoso ou
domingos; insalubre a menores de dezoito e de qualquer
• Gozo de férias anuais trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
remuneradas com, pelo condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
menos, um terço a mais do Direitos de exercício condicionado à obediência
que o salário normal; à regulamentação legal
• Licença à gestante, sem
prejuízo do emprego e do • Relação de emprego protegida contra
salário, com a duração de despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
cento e vinte dias; de lei complementar, que preverá indenização
• Licença-paternidade, compensatória, dentre outros direitos;
nos termos fixados em lei; • Seguro-desemprego, em caso de desemprego
• Aviso prévio involuntário;
proporcional ao tempo de • Fundo de garantia do tempo de serviço;
serviço, sendo no mínimo de • Remuneração do trabalho noturno superior à
trinta dias, nos termos da lei; do diurno;
• Aposentadoria; • Salário-família pago em razão do dependente
• Integração à do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
previdência social. • Assistência gratuita aos filhos e dependentes
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas;
• Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

Como poucos direitos listados nos incisos do art. 7º da Constituição ficaram “de
fora”, ou seja, poucos não foram atribuídos aos domésticos, acho
interessante lista-los abaixo, para que você não caia em eventuais
“pegadinhas” de prova:

• Piso salarial proporcional à extensão e à


complexidade do trabalho;
• Participação nos lucros, ou resultados,
Direitos que não foram, desvinculada da remuneração, e,
atribuídos, pela CF/88, excepcionalmente, participação na
aos domésticos. gestão da empresa, conforme definido
em lei;
• Jornada de seis horas para o trabalho
realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;

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• Proteção do mercado de trabalho da
mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei;
• Adicional de remuneração para as
atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
• Proteção em face da automação, na
forma da lei;
• Ação, quanto aos créditos resultantes
das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;
• Proibição de distinção entre trabalho
manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
• Igualdade de direitos entre o trabalhador
com vínculo empregatício permanente e
o trabalhador avulso.

Obviamente, alguns desses direitos não foram previstos para o doméstico pelas
próprias características do trabalho. Não faria sentido, por exemplo, prever
uma “participação nos lucros”, já que não trabalham em uma pessoa jurídica.

Apesar dessa aparente falta de isonomia, é importante que você atente para
um detalhe: a Constituição Federal prevê, sim, a igualdade de direitos entre
domésticos e demais trabalhadores, urbanos e rurais. Nos termos da PEC no
72/2013, diz-se que esta “altera a redação do parágrafo único do art. 7º da
Constituição Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas
entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e
rurais”.

(UEG – 2015) Os empregados domésticos passaram a ter


direitos sociais antes previstos apenas para os demais
trabalhadores em geral. É o caso do piso salarial nacional, que
deve ser proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

Comentários:

A EC nº 72/2013 não atribuiu aos empregados domésticos o


direito ao piso salarial proporcional à extensão e à complexidade
do trabalho. Questão errada.

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4- Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores:

Em seus arts. 8º a 11, a Constituição enumera vários direitos coletivos dos


trabalhadores. Que tal lermos esses dispositivos juntos, fazendo os
apontamentos necessários para gabaritar as questões de prova a eles
referentes?

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,


ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical;

A fundação de sindicato independe de autorização estatal (nem mesmo a


lei poderá fazer tal exigência). Todavia, a fundação de sindicato necessita de
registro em órgão competente, ou seja, registro no Ministério do Trabalho e
Emprego. Destaque-se que é vedada a interferência do Poder Público nos
sindicatos (princípio da autonomia sindical).

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer


grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

Esse dispositivo consagra o princípio da unicidade da organização sindical,


que é um limitador da autonomia sindical. Segundo esse princípio, não podem
coexistir mais de um sindicato da mesma categoria profissional
(trabalhadores) ou econômica (empregadores) dentro de uma idêntica base
territorial, que não poderá ser inferior à área de um Município. Como
exemplo, só poderá haver um Sindicato de professores no Município de Belo
Horizonte.

E em caso de existirem mais de um sindicato na mesma base territorial?

Nesse caso, estaremos diante de um conflito, a ser resolvido pela


anterioridade, ou seja, a categoria será representada pela entidade que
primeiro realizou seu registro no órgão competente. Percebe-se, aqui, que o
registro do sindicato no Ministério do Trabalho e Emprego é um instrumento
essencial para que o Estado realize o controle da unicidade sindical.

(Manausprev – 2015) O princípio da unicidade sindical


garante a existência de uma única organização sindical
representativa de um mesmo grupo de trabalhadores ou de
empresários numa mesma base territorial.

Comentários:

De fato, o princípio da unicidade sindical, previsto no inciso

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II do art. 8º da Constituição, determina que não podem
coexistir mais de um sindicato da mesma categoria
profissional (trabalhadores) ou econômica (empregadores)
dentro de uma idêntica base territorial, que não poderá ser
inferior à área de um Município. Questão correta.

(Manausprev – 2015) A fundação de sindicato depende de


autorização estatal, cabendo ao Poder Público definir a
abrangência territorial de determinada organização sindical.

Comentários:

A fundação de sindicato independe de autorização estatal. A


abrangência territorial da organização sindical é definida pelo
trabalhadores ou empregadores interessados. Questão errada.

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou


individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

Destaca-se que o STF, com base no inciso acima, entende que o sindicato pode
atuar na defesa de todos os direitos individuais e coletivos dos integrantes da
categoria que representa. Exemplo: o sindicato dos Auditores da Receita
Federal poderá atuar na defesa judicial ou administrativa de um único membro
acusado de acesso imotivado aos sistemas do órgão.

O STF considera, ainda, que o art. 8º, inciso III, assegura ampla legitimidade
ativa aos sindicatos para atuarem como substitutos processuais das
categorias que representam, na defesa de direitos e interesses coletivos ou
individuais de seus integrantes. Conforme já se sabe, quando se trata de
substituição processual, não há necessidade de prévia autorização dos
trabalhadores.11

IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei;

É fundamental sabermos a diferença entre a contribuição confederativa e a


contribuição sindical.

A contribuição confederativa tem fundamento no art. 8º, inciso IV, CF/88.


Possui caráter facultativo, sendo cobrada apenas dos filiados do sindicato.
Sabe-se que ninguém é obrigado a filiar-se ou manter-se filiado, mas aqueles
que o fizerem deverão pagar a contribuição confederativa. Não possui natureza
jurídica tributária, sendo seu valor fixado pela assembleia geral.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
11
STF, RE nº 193.503/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa. 12.06.2006.
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Sobre a contribuição confederativa, o STF editou a Súmula Vinculante nº 40:

Súmula Vinculante nº 40: A contribuição confederativa de que trata o


art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
respectivo.

A contribuição sindical, por sua vez, tem fundamento no art. 149, CF/88.
Possui natureza jurídica tributária e, portanto, sua cobrança é compulsória
de todos os integrantes da categoria econômica ou profissional,
independentemente de serem sindicalizados ou não.12 Seu valor é fixado em
lei.

Para melhor fixação das duas possíveis contribuições a serem fixadas por
sindicato, veja o quadro abaixo:

Contribuição confederativa Contribuição sindical


• É facultativa; • É obrigatória;
• Fixada pela assembleia geral • Fixada em lei;
• Natureza de tributo

(Manausprev – 2015) A contribuição confederativa é encargo


de caráter tributário, compulsório, que sujeita, além dos
filiados, todos os profissionais da categoria.

Comentários:

A contribuição confederativa é exigida apenas dos filiados e,


em razão disso, não possui natureza tributária. Questão
errada.

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

Trata-se do princípio da liberdade de inscrição sindical, segundo o qual os


trabalhadores são livres para decidirem se filiar ou manter-se filiado a
sindicato. Em outras palavras, a participação em sindicato não é compulsória.
Cabe destacar que o art. 8º, V, CF/88 é corolário (consequência) do
princípio da liberdade de associação (5º, XX), segundo o qual “ninguém
poderá ser compelido a associar-se ou manter-se associado”.

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de


trabalho;

Os sindicatos tem atuação importante nas negociações coletivas de


trabalho (convenções coletivas e acordos coletivos). Nas convenções coletivas,
a negociação se dá entre sindicato de trabalhadores e sindicato patronal; nos
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
12
STF, RE 534829 MT, DJe-158, 24/08/2009.
5#&6;∋89:∀−∋(−#&.∀)−∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∗%!#∃!%&!
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acordos coletivos, entre o sindicato de trabalhadores e uma empresa ou grupo
de empresas. Em todos os casos, percebe-se que haverá participação do
sindicato.

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;

A CF/88 garante ao aposentado ampla participação no sindicato da


categoria, podendo votar e ser votado. Assim, o aposentado poderá ser eleito
dirigente sindical.

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da


candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
nos termos da lei.

Trata-se da estabilidade sindical, que consiste em proteção especial


dispensada aos dirigentes eleitos dos trabalhadores. O empregado que se
candidatar a cargo de direção ou representação sindical, não poderá ser
dispensado a partir do registro de sua candidatura. Se eleito (mesmo
suplente), não poderá ser dispensado até um ano depois de findo o
mandato, exceto se cometer falta grave, nos termos da lei.

Perceba que, mesmo após ter sido eleito dirigente ou representante sindical, o
empregado poderá ser dispensado. No entanto, a dispensa somente poderá
ocorrer caso ele cometa falta grave.

A estabilidade sindical é relativa, sendo possível a dispensa do empregado em


virtude da extinção da empresa na qual ele exercia suas atividades. Segundo o
STF, “a garantia constitucional assegurada ao empregado enquanto no
cumprimento de mandato sindical (CF, art. 8º, VIII) não se destina a ele
propriamente dito, ex intuitu personae, mas sim à
representação sindical de que se investe, que deixa de existir, entretanto,
se extinta a empresa empregadora”. 13

(Manausprev – 2015) A garantia constitucional


assegurada ao empregado enquanto no cumprimento de
mandato sindical se destina à pessoa do empregado e
tem intuitu personae.

Comentários:

A jurisprudência do STF é no sentido contrário. Segundo a


Corte, a garantia da estabilidade sindical não se destina à
pessoa do empregado, mas sim à representação sindical de
que ele se investe. Questão errada.

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!RE 222.334. Rel. Min. Maurício Corrêa.!DJ: 08.03.2002.
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Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei
estabelecer.

A Constituição Federal, para não deixar qualquer margem de dúvida, dispôs


que as regras do art.8º também se aplicam aos sindicatos rurais e de colônias
de pescadores.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir


sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o


atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

O art. 9º da CF assegura aos trabalhadores o direito de greve. Não se trata


de direito absoluto, uma vez que as necessidades inadiáveis da comunidade
deverão ser atendidas e aqueles que abusarem do direito ficarão sujeitos a
penas fixadas em lei.

A doutrina majoritária considera que o direito de greve dos trabalhadores


da iniciativa privada (regidos pela CLT) é norma de eficácia contida, pois
poderá ser restringido por lei. Recorde-se que o direito de greve dos servidores
públicos é norma de eficácia limitada, dependendo, para seu exercício, da
edição de lei regulamentadora.

Segundo o STF, “não constitui falta grave a entrada do empregado em greve,


desde que não se trate de movimento condenado pela Justiça do Trabalho e
desde que o comportamento seja pacífico no pertinente.”14 Com efeito, a
adesão ao movimento grevista não pode ser considerada falta grave, mas sim
um direito do trabalhador.

Observe que, apesar de o direito de greve ser considerado um direito social, ele
não envolve qualquer prestação positiva por parte do Estado. Ao contrário,
deverá o Estado abster-se de atuar, permitindo que os trabalhadores
defendam seus interesses por meio de movimento grevista.

(TJ / SC – 2015) O direito de greve é um direito social,


não dependendo de uma prestação estatal específica para o
seu exercício.

Comentários:

Apesar de ser um direito social, o direito de greve não


depende de prestação estatal específica para o seu
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
14
STF, RE nº 51.301. Rel. Min. Cunha Melo.
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exercício. Questão correta.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Esse dispositivo é, normalmente, cobrado em sua literalidade. Basta saber que


os trabalhadores e empregadores têm direito a participar no colegiado de
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários
sejam objeto de discussão e deliberação. Apenas para ilustrar com um
exemplo, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) é um órgão
colegiado do qual participam representantes do Governo, dos trabalhadores em
atividade, dos empregadores e dos aposentados.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a


eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
lhes o entendimento direto com os empregadores.

O objetivo do art. 11 é melhorar a interlocução entre empregadores e


empregados naquelas empresas com grande número de trabalhadores. Assim,
nas empresas com mais de 200 empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes. Esse representante terá a tarefa (finalidade exclusiva) de
promover o entendimento direito entre os empregados e os empregadores.

(Polícia Rodoviária Federal – 2014) Nas empresas com


mais de cem empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes com a finalidade exclusiva de promover
o entendimento direto com os empregadores.

Comentários:

A questão foi no detalhe! Essa regra somente se aplica às


empresas com mais de 200 empregados. Questão errada.

Nacionalidade

1- Introdução:

Segundo a doutrina dominante, os elementos constitutivos do Estado são


território, povo e governo soberano. Dentre esses três elementos, o povo é o
que constitui a dimensão pessoal do Estado. Ao contrário da população
(composta pelo conjunto de pessoas que habitam o território de um Estado), o
povo compõe-se dos seus nacionais, independentemente do local em que
residam.
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A nacionalidade é justamente o vínculo jurídico-político entre o Estado
soberano e o indivíduo, que torna este um membro integrante da comunidade
que constitui o Estado. Segundo Mazzuoli, a nacionalidade comporta duas
dimensões: a dimensão vertical (que liga o indivíduo ao Estado) e a
dimensão horizontal (que liga o indivíduo ao elemento povo).15 A dimensão
vertical da nacionalidade impõe obrigações ao indivíduo perante o Estado,
próprias de uma relação de subordinação. Já a dimensão horizontal, pressupõe
uma relação sem grau hierárquico, isto é, uma relação paritária do indivíduo
com a comunidade à qual pertence.

Compete a cada Estado legislar sobre sua própria nacionalidade,


respeitando, é claro, os compromissos gerais e particulares aos quais tenha se
obrigado. O Estado soberano é, afinal, o único outorgante possível da
nacionalidade. É ele quem tem poder para determinar quem são seus
nacionais, quais as condições de aquisição da nacionalidade e, ainda, disciplinar
sua perda. Pode-se afirmar, portanto, que o estabelecimento de critérios para a
concessão de nacionalidade é ato de manifestação da soberania estatal.

Nacionalidade não se confunde com cidadania. A cidadania é um atributo


que diferencia aqueles que possuem pleno gozo dos direitos políticos daqueles
que não possuem esse direito. Já a nacionalidade é o que diferencia os
nacionais dos estrangeiros, isto é, diferencia os indivíduos que possuem uma
ligação pessoal com o Estado daqueles que não o tem. O conceito de
nacionalidade é mais amplo que o de cidadania, o que se pode depreender
a partir do exame do caso brasileiro. Como regra geral, todos aqueles que
possuem cidadania brasileira também possuem nacionalidade brasileira. Já o
contrário nem sempre é verdade! Uma criança de 5 anos de idade possui
nacionalidade brasileira, mas não possui cidadania, pois ainda não goza
plenamente de seus direitos políticos.

2- Atribuição de Nacionalidade pelo direito brasileiro:

A doutrina fala na existência de dois tipos de nacionalidade: a nacionalidade


originária (primária) e a nacionalidade derivada (adquirida ou secundária).

A nacionalidade originária é aquela que resulta de um fato natural, o


nascimento; diz-se, portanto, que é uma forma involuntária de aquisição de
nacionalidade. É atribuída ao indivíduo em razão de critérios sanguíneos (“jus
sanguinis”), territoriais (“jus soli”) ou mistos. Os brasileiros que recebem a
nacionalidade originária são chamados de “brasileiros natos”.

A nacionalidade derivada, por sua vez, é aquela cuja aquisição depende de


ato de vontade (ato volitivo), praticado depois do nascimento; diz-se que a
nacionalidade derivada é obtida mediante a naturalização. Os brasileiros que

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
15
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010.
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recebem a nacionalidade derivada são chamados de “brasileiros
naturalizados”.

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>?9≅Α?970Β:?9Χ96Α?97∆0

Γ9ΗΕ0Ε:;9Ι0Β?=Χ?7∆0:Η0
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<=?9Ν7<7∆0

Vejamos, a seguir, como se dá a atribuição de nacionalidade originária e


nacionalidade derivada no ordenamento jurídico brasileiro. Comecemos com a
atribuição de nacionalidade originária: quem são, afinal, os brasileiros
natos?

Conforme já havíamos comentado, a nacionalidade originária pode ser


estabelecida tanto pela origem sanguínea da pessoa (“jus sanguinis”) quanto
pela origem territorial (“jus soli”). Pelo primeiro critério, é nacional todo
aquele filho de nacionais, independentemente de onde tenha nascido. Já pelo
segundo, é nacional quem nasce no território do Estado que o adota,
independentemente da origem sanguínea dos seus pais.

A Constituição Brasileira, como você verá a seguir, adotou em regra o “jus


soli”. Há, entretanto, exceções, nas quais predomina o “jus sanguinis”. Vamos
à análise do art. 12 da CF?

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde


que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

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No art. 12, inciso I, estão as hipóteses de aquisição de nacionalidade
originária; em outras palavras, é esse dispositivo que define quem são os
brasileiros natos. Tente memorizá-las, caro (a) aluno (a), pois elas são
constantemente cobradas nos concursos em sua literalidade.

Na alínea “a”, é perceptível que a Constituição adotou o critério “jus soli”,


considerando brasileiro nato qualquer pessoa nascida em território
nacional, mesmo que de pais estrangeiros. Entretanto, há uma exceção: se o
nascido no Brasil for filho de estrangeiros que estejam a serviço de seu Pais,
não será brasileiro nato.

Vamos a dois exemplos para ilustrar melhor esse dispositivo!

Suponha que Diego e Martha, casal de argentinos, venha ao Brasil passar suas
férias. Martha está grávida, se empolga com umas “caipirinhas” e acaba
entrando em trabalho de parto. Pronto! Nasceu Dieguito Jr! Trata-se de nascido
no Brasil, filho de pais estrangeiros que não estavam a serviço de seu País
(estavam de férias!). Será, então, brasileiro nato.

Agora, imagine que Vladislav Spetanovich, diplomata russo, venha servir aqui
no Brasil, junto com sua esposa Marianova Chevichenko. Marianova engravida
e nasce, aqui no Brasil, o filho do casal, Vladislav Jr. Apesar de ter nascido em
território brasileiro, Vladislav Jr. é filho de pais estrangeiros que estavam a
serviço da Rússia. Portanto, ele não será brasileiro nato.

Dados esses exemplos, podemos resumir a aplicação da alínea “a”,


vislumbrando três situações possíveis:

a) Um filho de pai ou mãe brasileiros, ou ambos, nasce em território


brasileiro: será brasileiro nato.

b) Um filho de pais estrangeiros, sendo que um deles, ou ambos,


estejam no Brasil a serviço de seu país nasce em território brasileiro:
não será brasileiro nato. Cabe destacar que é uma regra
consuetudinária de direito internacional que os filhos de agentes de
Estados estrangeiros, como diplomatas e cônsules, sejam normalmente
excluídos da atribuição de nacionalidade pelo critério “jus soli”.

Cuidado! Para que seja excluída a atribuição de nacionalidade pelo


critério “jus soli”, é necessário o cumprimento cumulativo de 2
(duas) condições:

- ambos os pais serem estrangeiros e;

- algum dos pais ou ambos estarem a serviço de seu país.

Atenção! Imagine o seguinte caso! Um diplomata italiano está no


Brasil a serviço de seu país e casa-se com uma brasileira. Eles têm um
filho que nasce em território brasileiro. O filho será brasileiro nato, pois
apenas uma das condições para a exclusão do critério “jus soli” foi
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cumprida (“algum dos pais ou ambos estarem a serviço de seu país”). A
outra condição (“ambos os pais serem estrangeiros”) não foi cumprida.

c) Um filho de estrangeiros que não estão a serviço de seu país nasce


em território brasileiro: será brasileiro nato.

Para finalizar os comentários sobre a alínea “a”, vale destacar que o conceito
de território brasileiro abrange, além das terras delimitadas pelas fronteiras
geográficas, o mar territorial e espaço aéreo.

Na alínea “b”, a Constituição estabelece que são brasileiros natos os nascidos


no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil. O legislador constituinte
adotou, aqui, o critério “jus sanguinis”, prevendo, todavia um requisito
adicional: o fato de qualquer um dos pais (ou ambos) estar a serviço da
República Federativa do Brasil, o que significa qualquer serviço prestado
por órgão ou entidade da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

Suponha, por exemplo, que Miguel, diplomata brasileiro, vá servir na


Alemanha. Lá ele conhece a alemã Denise Fürst e com ela tem um filho: Miguel
Jr. Apesar de ter nascido no exterior, Miguel Jr. é filho de pai brasileiro que
estava a serviço da República Federativa do Brasil. Ele será, portanto, brasileiro
nato.

Resumindo o que dispõe a alínea “b”, a aquisição de nacionalidade por essa


regra depende do cumprimento cumulativo de dois requisitos:

a) Ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, ou de ambos.

b) O pai ou a mãe, ou ambos, deverão estar a serviço do Brasil no


exterior.

“Mas, professores, e se o indivíduo que nascer no exterior for filho de pai ou


mãe brasileira e estes não estiverem a serviço do Brasil?”

Excelente pergunta! Partimos aí para a terceira hipótese de aquisição de


nacionalidade originária, que está prevista na alínea “c”.

Na alínea “c”, a Constituição estabelece que são brasileiros natos “os nascidos
no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira”.

Assim, há duas possibilidades diferentes de aquisição de nacionalidade


quando o indivíduo nasce no exterior, filho de pai brasileiro ou mãe
brasileira que não estão a serviço do Brasil:

a) O indivíduo é registrado em repartição brasileira competente ou;


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b) O indivíduo vem a residir no Brasil e opta, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Na primeira possibilidade, o registro do indivíduo perante repartição


competente é condição suficiente para que ele seja considerado brasileiro
nato. Na segunda possibilidade, o indivíduo precisa residir no Brasil e, além
disso, manifestar sua vontade. É o que a doutrina denomina nacionalidade
potestativa.

Ressalte-se que essa manifestação de vontade somente poderá ocorrer após a


maioridade. Destaque-se que a opção pela nacionalidade brasileira deverá,
nesse último caso, ser feita em juízo, em processo que tramita perante a
Justiça Federal.

“E se o filho de brasileiros que não estejam a serviço do Brasil e que tenha


nascido no exterior vier a residir no país ainda enquanto menor? Qual será sua
nacionalidade?”

Excelente pergunta! Nesse caso, o menor será considerado brasileiro nato.


Entretanto, a aquisição definitiva de sua nacionalidade dependerá de sua
manifestação após a maioridade. Uma vez tendo sido atingida a maioridade,
fica suspensa a condição de brasileiro nato, enquanto não for efetivada a opção
pela nacionalidade brasileira. A maioridade passa a ser, então, condição
suspensiva da nacionalidade brasileira até o momento em que for feita a
opção.

(MPT – 2015) A nacionalidade potestativa será incorporada


pelo indivíduo se for registrado em repartição brasileira no
exterior e vier a residir no Brasil antes da maioridade.

Comentários:

A nacionalidade potestativa será adquirida quando o indivíduo


nasce no exterior, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, e
não é registrado em repartição brasileira competente. Aí,
ele vem a residir no Brasil e opta, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira. Questão errada.

(PC / DF – 2015) Suponha-se que Antônio tenha nascido no


estrangeiro, sendo filho de pai brasileiro e mãe estrangeira.
Nesse caso, Antônio poderá optar, em qualquer tempo, depois
de atingir dezoito anos de idade, pela nacionalidade brasileira
originária, desde que venha residir no Brasil.

Comentários:

É exatamente isso! Antônio se enquadra na hipótese do art.


12, I, alínea “c”. São brasileiros natos os nascidos no

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estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira. Questão correta.

(DPE / RO – 2015) Ernesto, filho de pais brasileiros, nascido


e registrado na República do Paraguai, ao atingir a
maioridade, decide vir para o Brasil. Ao chegar neste País,
consulta um Defensor Público a respeito dos seus direitos. É
correto afirmar que Ernesto é considerado brasileiro nato pelo
simples fato de seus pais serem brasileiros.

Comentários:

De jeito nenhum! O simples fato de ser filho de brasileiros não


faz com que Ernesto seja brasileiro nato. Ernesto será
brasileiro nato se vier a residir no Brasil e optar, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira. Questão errada.

(SSP / AM – 2015) Peter, filho de um casal austríaco,


nasceu no território brasileiro quando seus pais aqui estavam
a serviço da Embaixada da Áustria. Após o seu nascimento,
permaneceu no Brasil por cerca de dez anos, até que a família
retornou ao País de origem. Como Peter passou a ter sólidos
laços afetivos com o Brasil, sendo frequentes as suas viagens
a passeio para este País, tomou a decisão de candidatar-se a
um cargo eletivo que é privativo de brasileiro nato. É possível
afirmar que Peter somente pode ser considerado brasileiro
nato caso sua família tenha providenciado o seu registro de
nascimento no Brasil, enquanto aqui residiu.

Comentários:

Apesar de ter nascido no Brasil, Peter não será brasileiro


nato. Isso porque ele é filho de pais estrangeiros que estavam
no Brasil a serviço de seu País (no caso, a Áustria). Questão
errada.

Dando continuidade à análise do art. 12, que tal verificarmos as condições para
a aquisição secundária (derivada) da nacionalidade?

Art. 12. São brasileiros:

(...)

II - naturalizados:

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a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Observe que, no Brasil, a aquisição de nacionalidade derivada somente se dará


por manifestação do interessado (ou seja, será sempre expressa), mediante
naturalização.

Na alínea “a”, temos a hipótese de naturalização ordinária, concedida aos


estrangeiros que cumpram os requisitos descritos em lei (Estatuto do
Estrangeiro). No caso de estrangeiros originários de países de língua
portuguesa, o processo de naturalização é facilitado, sendo apenas exigidos
dois requisitos:

a) residência no Brasil por um ano ininterrupto;

b) idoneidade moral.

Cabe destacar, entretanto, que o mero cumprimento dos requisitos não


assegura ao estrangeiro a concessão da nacionalidade brasileira. A concessão
da naturalização ordinária é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo,
ou seja, depende de uma análise quanto à conveniência e à oportunidade por
parte deste.

Na alínea “b”, está prevista a naturalização extraordinária, que depende


do cumprimento de 3 (três) requisitos:

a) Residência ininterrupta no Brasil por mais de quinze anos;

b) Ausência de condenação penal;

c) Requerimento do interessado.

Ao contrário do que ocorre na naturalização ordinária, cumpridos esses três


requisitos, o interessado tem direito subjetivo à nacionalidade brasileira.
Portanto, esta não pode ser negada pelo Chefe do Executivo; trata-se de ato
vinculado do Presidente da República.

O STF já referendou esse entendimento. No caso levado à apreciação da


Corte, uma estrangeira que residia há mais de 15 anos ininterruptos no Brasil e
sem condenação penal foi aprovada em concurso público. Obtida a aprovação,
apresentou requerimento da sua naturalização extraordinária. Na data da
posse, todavia, a sua nacionalidade ainda não tinha sido reconhecida pelo
Estado brasileiro. Diante dessa situação, seria nula a posse no cargo público?

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Segundo o STF, o reconhecimento da naturalização extraordinária pelo
Poder Executivo gera efeitos declaratórios (e não constitutivos),
retroagindo à data de apresentação do requerimento. Assim, o requerimento
da naturalização extraordinária seria suficiente para viabilizar a posse no cargo
público. 16

Por último, é importante destacar entendimento do STF no sentido de que não


se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição da
nacionalidade brasileira jure matrimonii, vale dizer, como efeito direto e
imediato resultante do casamento civil” 17. Isso porque tal hipótese não foi
contemplada pela Constituição.

Esquematizando:

Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de


pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de
seu país (critério “jus soli”)
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
Brasileiros República Federativa do Brasil (critério “jus sanguinis”)
natos Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira
(nacionalidade potestativa)
Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral (naturalização ordinária – concessão
ato discricionário do Presidente da República)
Brasileiros
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
naturalizados
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização
extraordinária – concessão é direito subjetivo do
interessado)

(MPT – 2015) A naturalização extraordinária apresenta


como requisitos: residência no Brasil há quinze anos
ininterruptos, ausência de condenação penal, requerimento do
interessado e idoneidade moral.

Comentários:

A idoneidade moral não é requisito para a naturalização

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∀−
!RE 264.848-5 / TO. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. Julgamento em 29.06.2005.
∀%
!Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010. !
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extraordinária. Questão errada.

(SEFAZ / PE – 2014) A naturalização extraordinária, que


beneficia qualquer estrangeiro que resida no Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, depende
de requerimento, cuja resposta, em caso positivo, tem efeitos
constitutivos.

Comentários:

O reconhecimento da naturalização extraordinária gera efeitos


declaratórios (e não constitutivos). Questão errada.

3- Portugueses Residentes no Brasil:


!

Art. 12...........................................................................................
(...)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

A Constituição Federal de 1988 estabelece condições favoráveis para os


portugueses, que receberão tratamento igual ao de um brasileiro
naturalizado. Para isso, todavia, é necessário o cumprimento de dois
requisitos:

a) os portugueses deverão ter residência permanente no Brasil;

b) deverá haver reciprocidade de tratamento em favor dos


brasileiros, ou seja, Portugal deverá conferir os mesmos direitos aos
brasileiros que lá residam.

Veja que não há atribuição de nacionalidade aos portugueses nem aos


brasileiros que residam em Portugal. O português vivendo com ânimo
permanente no Brasil continua português; o brasileiro vivendo em Portugal
continua brasileiro. O que existe é tão somente concessão de direitos inerentes
aos nacionais do Estado. Dessa forma, não é necessário que um português se
naturalize brasileiro para que possa gozar dos mesmos direitos que um
brasileiro naturalizado, pois, sem fazê-lo, já deles pode usufruir.

4- Condição Jurídica do Nacionalizado:

Segundo o art. 12, § 2º, CF/88, “a lei não poderá estabelecer distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.”
Em outras palavras, os brasileiros natos e os brasileiros naturalizados
devem ser tratados com isonomia. Somente poderá haver discriminação entre
um e outro nos casos previstos na própria Constituição. Leis que
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discriminem entre brasileiros natos e naturalizados são flagrantemente
inconstitucionais.

Uma das principais distinções entre brasileiros natos e naturalizados diz


respeito à ocupação de alguns cargos, conforme previsto no art. 12, § 3º,
CF/88:

Art. 12............................................................................................
(...)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Os cargos acima fazem parte de uma lista taxativa, caro (a) aluno (a)! Quem
não está na lista não precisa ser brasileiro nato para assumir o cargo.

Como decorar a lista? Achando a lógica dela! Vamos à explicação...

O legislador constituinte buscou assegurar que o Presidente da República


fosse brasileiro nato para garantir a soberania nacional, ou seja, para garantir
que o Chefe do Executivo não usaria o cargo para servir a interesses de outros
Estados. Para isso, também só permitiu a brasileiros natos o acesso a cargos
que podem suceder o Presidente: Vice-Presidente da República, Presidente
da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Ministros do
Supremo Tribunal Federal.

Também em nome da defesa da soberania nacional, nosso constituinte


restringiu o acesso à carreira diplomática. Isso porque o diplomata
representa o Brasil em outros Estados, e poderia mais facilmente sucumbir aos
interesses destes se fosse naturalizado. Seria difícil para um argentino
naturalizado brasileiro celebrar um tratado que favorecesse o Brasil em
detrimento da Argentina, por exemplo.

A explicação para o acesso somente de brasileiros natos aos dois últimos


cargos é ainda mais óbvia! Somente o brasileiro nato pode ser oficial das
Forças Armadas ou Ministro do Estado da Defesa. Isso para diminuir o
risco de os ocupantes desses cargos favorecerem qualquer outra nação em
caso de guerra. Imagine as Forças Armadas pedirem a um naturalizado que
bombardeie a terra em que nasceu! Dificilmente a ordem seria acatada, não é
mesmo? E o Ministro da Defesa? Como planejaria usar as Forças Armadas
brasileiras contra seus próprios conterrâneos? Seu julgamento certamente
ficaria comprometido, com graves danos à segurança do Brasil...

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As bancas examinadoras adoram fazer pegadinhas sobre
esse tema. Vejamos, abaixo, alguns detalhes sobre os quais
vocês devem ficar bastante atentos:

1) O Senador ou Deputado Federal não precisa ser


brasileiro nato. Apenas devem ser brasileiros natos o
Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do
Senado Federal.

2) O único Ministro de Estado que deve ser brasileiro nato é


o Ministro da Defesa. Os outros Ministros podem ser
brasileiros naturalizados.

3) Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos


privativos de brasileiro nato. Isso porque eles recebem o
tratamento de brasileiro naturalizado.

Há, ainda, outras distinções constitucionais entre brasileiros natos e brasileiros


naturalizados:

a) O art.89, inciso VII, da CF/88 estabelece que 6 (seis) vagas do


Conselho de República, órgão superior de consulta do Presidente da
República, foram reservadas para brasileiros natos.

b)0 O art. 5º, inciso LI, da CF/88 estabelece que os brasileiros natos não
serão, em hipótese alguma, extraditados. Já os brasileiros
naturalizados poderão ser extraditados em caso de crime comum
cometido antes da naturalização ou de comprovado envolvimento com
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

c) O art. 222 da CF/88 estabelece restrições ao direito de propriedade


de empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora de sons e
imagens. Só poderão ser proprietários desse tipo de empresa
brasileiros natos ou os naturalizados há mais de 10 anos. Se essa
empresa for uma sociedade, pelo menos 70% do capital total e
votante deverá pertencer a brasileiros natos ou naturalizados há mais
de 10 anos. Um brasileiro naturalizado há menos de 10 anos também
não poderá participar da gestão desse tipo de empresa.

(TJ / MG – 2015) São privativos de brasileiros natos os


cargos de Presidente, Vice-Presidente da República; Presidente
da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal;
Ministros dos Tribunais Superiores; Diplomatas de carreira;
Oficial das Forças Armadas e Ministro de Estado da Defesa.

Comentários:

Pegadinha! Os cargos de Ministros dos Tribunais Superiores


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não são privativos de brasileiro nato. Apenas os Ministros do
STF é que devem ser brasileiros natos. Questão errada.

5- Perda da Nacionalidade:
!

A perda da nacionalidade é a extinção do vínculo patrial que liga o indivíduo


ao Estado. No Brasil, a perda da nacionalidade ocorrerá nos termos do art. 12,
§ 4º, CF/88:

Art. 12............................................................................................
(...)
§4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis;

Conforme é possível depreender a partir da análise do dispositivo supracitado,


há duas hipóteses de perda da nacionalidade:

a) Cancelamento de naturalização (art.12, §4º, I): O cancelamento


de naturalização será determinado por sentença judicial, em virtude
de atividade nociva ao interesse nacional. Uma vez que tenha transitado
em julgado essa ação, o indivíduo somente poderá readquirir a
nacionalidade brasileira mediante uma ação rescisória, não sendo
possível uma nova naturalização. Destaque-se que, como não poderia
deixar de ser, essa primeira hipótese de perda de nacionalidade
somente se aplica a brasileiros naturalizados.

b) Aquisição de outra nacionalidade (art.12, §4º, II): Essa segunda


hipótese de perda de nacionalidade se aplica tanto a brasileiros natos
quanto a brasileiros naturalizados. É o que a doutrina denomina de
perda-mudança ou de perda da nacionalidade por naturalização
voluntária. Destaque-se que a reaquisição de nacionalidade brasileira
no caso de perda por naturalização voluntária será feita mediante
decreto do Presidente da República, se o indivíduo estiver
domiciliado no Brasil.

Perderá a nacionalidade brasileira aquele que adquirir voluntariamente


outra nacionalidade, salvo nos seguintes casos:

- Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira.


Suponha, por exemplo, que Giani Canavarro (brasileiro nato) seja filho
de pai italiano e, portanto, tenha direito, pela lei italiana, a ser também
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italiano nato. Veja que, nesse caso, a lei estrangeira está reconhecendo
nacionalidade originária a Giani (afinal, ele será italiano nato). Portanto,
ao adquirir a nacionalidade italiana, Giani não perderá a
nacionalidade brasileira. Ele ficará com uma dupla nacionalidade
(polipatria)

- Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis. Suponha que a lei de
um país “X” determine que o indivíduo somente poderá se casar com
uma nacional daquele país caso obtenha sua naturalização. Perceba que
a naturalização está sendo imposta como uma condição para o exercício
de um direito civil (o casamento). Logo, esse indivíduo, ao adquirir a
nacionalidade estrangeira, não perderá a nacionalidade brasileira.
Também nesse caso, o indivíduo ficará com dupla nacionalidade.

No MS 33.864/DF, o STF apreciou um caso bem interessante.


Uma brasileira nata havia se naturalizado norte-americana,
o que resultou na perda da nacionalidade brasileira
mediante Portaria do Ministério da Justiça.

Os EUA pleitearam a extradição dessa mulher. Ela, então,


ingressou com mandado de segurança pedindo a revogação
da Portaria do Ministério da Justiça. Argumentou que a
obtenção da nacionalidade norte-americana tinha como
objetivo o pleno gozo de direitos civis, inclusive o de moradia.

O STF denegou o mandado de segurança, reconhecendo a


possibilidade de extradição. Ficou consignado que, no
caso, a aquisição da nacionalidade norte-americana havia
ocorrido por livre e espontânea vontade, uma vez que ela já
tinha o green card, o que lhe assegurava o direito de moradia
e trabalho legal nos EUA.

Com esse entendimento do STF, pode-se afirmar que é


possível a extradição daquele que perdeu a condição de
brasileiro nato pela aquisição de outra nacionalidade.

(MPT – 2015) Será declarada a perda da nacionalidade do


brasileiro que adquirir outra nacionalidade, salvo no caso de
imposição, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o fim de exercício de direitos civis.

O brasileiro que adquirir outra nacionalidade perderá a


nacionalidade. Isso não se aplica no caso de imposição de
naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente

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em estado estrangeiro, como condição para permanência
em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Questão correta.

(PC / DF – 2015) Suponha-se que Carlos, brasileiro nato,


resida há muitos anos no estrangeiro e precise adquirir a
nacionalidade estrangeira como condição de permanência
naquele território. Nesse caso, se ele obtiver a referida
nacionalidade, perderá a nacionalidade brasileira.

Comentários:

Na situação apresentada, Carlos não perderá a nacionalidade


brasileira. Segundo o art. 12, §4º, II, “b”, não haverá perda da
nacionalidade no caso de imposição de naturalização, pela
norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis. Questão
errada.

6- Língua e Símbolos Oficiais:

Só para cobrirmos qualquer surpresa na prova, peço que leia o art. 13,
transcrito a seguir, que somente poderá ser pedido em sua literalidade.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do


Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

Questões Comentadas

1. Direitos Sociais:

1. (VUNESP/ TJ-SP – 2015) É correto afirmar que a Constituição


Federal

a) inseriu a propriedade entre os direitos sociais.

b) garantiu aos trabalhadores o seguro desemprego, em caso de desemprego


voluntário ou involuntário.

c) conferiu direitos sociais diferenciados aos trabalhadores urbanos e rurais,


tendo em vista as particularidades do exercício de cada um desses trabalhos.

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d) possibilitou o trabalho noturno, perigoso ou insalubre apenas a maiores de
16 anos, proibindo-o aos maiores de 14 e menores de 16 anos que trabalham
na condição de aprendiz

e) inseriu entre os direitos dos trabalhadores a irredutibilidade do salário,


salvo, contudo, o disposto em convenção ou acordo coletivo.

Comentários:

A letra A está incorreta. Segundo o art. 6o da CF/88, são direitos sociais a


educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma da Constituição. A propriedade não
foi inserida entre os direitos sociais.

A letra B está incorreta. O seguro desemprego é assegurado somente em caso


de desemprego involuntário.

A letra C está incorreta. A Carta Magna conferiu direitos sociais iguais aos
trabalhadores rurais e urbanos (art. 7o, “caput”, CF).

A letra D está incorreta. A Constituição proíbe o trabalho noturno, perigoso ou


insalubre a menores de 18 (dezoito) e de qualquer trabalho a menores de 16
(dezesseis) anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

A letra E está correta. É o que prevê o art. 7º, VI, CF/88.

O gabarito é a letra E.

2. (VUNESP/TJ SP – 2013) A Constituição Federal estabelece como


direito dos trabalhadores urbanos e rurais:

a) o décimo terceiro salário, com base no vencimento básico ou no valor da


aposentadoria.

b) o repouso semanal remunerado aos domingos.

c) o gozo de férias anuais remuneradas com, no máximo, um terço a mais do


que o salário normal.

d) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em contrato de trabalho.

e) a assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até 5


(cinco) anos de idade, em creches e pré-escolas.

Comentários:

A letra A está incorreta. A CF/88 garante o direito ao décimo terceiro salário


com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria.

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A letra B está incorreta. De acordo com a Constituição, o repouso semanal dar-


se-á preferencialmente aos domingos. Não há obrigação de que seja nesse dia.

A letra C está incorreta. É o contrário. Garante-se o gozo de férias anuais


remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.

A letra D está incorreta. A regra é a irredutibilidade do salário, salvo o disposto


em convenção ou acordo coletivo, não em contrato de trabalho.

A letra E está correta. Fundamento: art. 7º, XXV, CF.

3. (VUNESP/PC SP -2013) É um direito do trabalhador urbano e rural


a remuneração do serviço extraordinário superior à do normal, no
mínimo, em:

a) cem por cento.

b) setenta por cento.

c) trinta por cento.

d) vinte por cento.

e) cinquenta por cento.

Comentários:

A CF garante a remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinquenta por cento à do normal (art. 7º, XVI). O gabarito é a letra E.

4. (VUNESP/TJ SP – 2014) Assinale a alternativa em plena harmonia


com a Constituição Federal no que tange a direito dos trabalhadores
urbanos e rurais:

a) irredutibilidade do salário, nunca admitida sua diminuição.

b) remuneração pelo serviço extraordinário, que deve ser pelo menos um terço
superior à do normal.

c) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até cinco


anos de idade em creches e pré-escolas.

d) seguro-desemprego em qualquer hipótese.

Comentários:

A letra A está incorreta. Admite-se a redução do salário mediante convenção


coletiva (art. 7º, VI, CF).

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A letra B está incorreta. A remuneração pelo serviço extraordinário deve ser de
pelo menos cinquenta por cento superior à do normal (art. 7º, XVI, CF).

A letra C está correta. É o que assegura o art. 7º, IV, da Constituição Federal.

A letra D está incorreta. O seguro-desemprego só é devido no caso de


desemprego involuntário (art. 7º, II, CF).

O gabarito é a letra C.

5. (VUNESP/DESENVOLVESP – 2014) Visando a proteção da mulher


nas relações de trabalho, a Constituição Federal, no que diz respeito
aos direitos sociais, prescreve que

a) a concessão de licença à gestante será de noventa dias, sem prejuízo do


salário e do emprego.

b) é facultativa a dispensa da trabalhadora gestante, durante a gravidez.

c) não há possibilidade de permanência dos filhos da trabalhadora no local de


trabalho, durante o período de amamentação.

d) deve haver a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante


incentivos específicos, nos termos da lei.

e) é facultativa a diferença de salário, de critérios de admissão e de exercício


de funções por motivo de sexo.

Comentários:

A letra A está incorreta. A duração da licença à gestante é de cento e vinte dias


(art. 7º, XVIII, CF).

A letra B está incorreta. O art. 10 do ADCT assegura que até que seja
promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição,
fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante,
desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

A letra C está incorreta. Não há tal previsão na Constituição.

A letra D está correta. É o que prevê o art. 7º, XX, da CF/88.

A letra E está incorreta. A Carta Magna (art. 7º, XXX) proíbe a diferença de
salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil.

O gabarito é a letra D.

6. (VUNESP/TJ SP – 2012) Himeneu Silva tem 17 anos de idade,


casado e pai de dois filhos menores de cinco anos, e acabou de ser
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contratado para trabalhar na Empresa ABC Ltda. Com base nos dados
fornecidos, assinale a alternativa que contempla corretamente um
direito de Himeneu previsto na Constituição Federal.

a) Se for trabalhar no período noturno, deverá perceber remuneração superior


à do diurno em, no mínimo, cinquenta por cento.

b) Participação nos lucros, ou resultados, vinculada à sua remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei.

c) Seguro contra acidentes de trabalho, a ser custeado em igual proporção


entre Himeneu e a empresa ABC Ltda.

d) Garantia de que não poderá exercer trabalho perigoso ou insalubre.

e) Salário família, independentemente da renda que irá auferir como


empregado.

Comentários:

A letra A está incorreta. A CF/88 apenas exige remuneração do trabalho


noturno superior à do diurno, não fixa um percentual mínimo.

A letra B está incorreta. A participação nos lucros ou resultados deverá ser


desvinculada da remuneração.

A letra C está incorreta. O seguro contra acidentes de trabalho é devido pelo


empregador somente.

A letra D está correta. A Carta Magna proíbe o trabalho noturno, perigoso ou


insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

A letra E está incorreta. O salário família é devido apenas no caso de a renda


do trabalhador ser baixa, nos termos da lei.

O gabarito é a letra D.

7. (VUNESP/PC SP – 2014) Assinale a alternativa que está de acordo


com as disposições constitucionais sobre os direitos do trabalhador
brasileiro.

a) É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito


anos.

b) É direito do trabalhador jornada de doze horas para o trabalho realizado em


turnos ininterruptos de revezamento.

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c) O trabalhador tem o direito de gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
menos, duas vezes mais do que o salário normal.

d) O trabalhador tem direito a receber, anualmente, o décimo terceiro e o


décimo quarto salários.

e) É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na


condição de aprendiz, a partir de doze anos.

Comentários:

A letra A está correta e a letra E está incorreta. A Constituição (art. 7º, XXXIII)
proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos.

A letra B está incorreta. A Carta Magna (art. 7º, XIV) assegura jornada de seis
horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva.

A letra C está incorreta. A CF/88 garante o gozo de férias anuais remuneradas


com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal (art. 7º, XVII, CF).

A letra D está incorreta. A Constituição não assegura o décimo quarto salário


(art. 7º, VIII).

O gabarito é a letra A.

8. (VUNESP/DPE MS – 2012) Tendo em vista o disposto na Carta


Magna brasileira, assinale a alternativa que contempla corretamente os
direitos sociais garantidos aos trabalhadores.

a) Participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei; seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

b) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e


quatro horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; proteção em face
da automação, na forma da lei.

c) Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de


revezamento, salvo negociação coletiva; remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em sessenta por cento à do normal.

d) Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;


salário-família pago em razão do dependente de todo trabalhador, nos termos
da lei.

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Comentários:

A letra A está incorreta. A participação nos lucros ou resultados é desvinculada


da remuneração.

A letra C está incorreta. A remuneração do serviço extraordinário é superior, no


mínimo, em cinquenta por cento à do normal.

A letra E está incorreta. O salário-família é devido apenas ao dependente do


trabalhador de baixa renda, nos termos da lei.

A letra B é o gabarito.

9. (VUNESP/Fundação CASA – 2010) O salário-mínimo deverá ser


fixado em lei, sendo:

a) regionalizado, por pisos de categorias, havendo diferença de salários, para


exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor
ou estado civil.

b) proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, servindo, outrossim, de indenização compensatória.

c) demais, a remuneração do serviço extraordinário, no mínimo, sessenta por


cento superior à do normal para jornadas de seis horas de trabalho.

d) que nele se incluirá o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos


sábados.

e) nacionalmente unificado, capaz de atender às necessidades vitais básicas do


trabalhador e às de sua família, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo.

Comentários:

A letra A está incorreta. O salário mínimo é nacional, não regional. Além disso,
a Constituição proíbe diferença de salários, de exercício de funções e de critério
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

A letra B está incorreta. A CF/88 veda a vinculação do salário mínimo para


qualquer fim, o que impede que ele sirva de parâmetro para indenização
compensatória. A indenização compensatória de que trata a Constituição em
seu art. 7º, inciso I, será fixada em lei complementar.

A letra C está incorreta. A remuneração do serviço extraordinário deverá ser


superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal.

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A letra D está incorreta. O repouso semanal remunerado dar-se-á
preferencialmente aos domingos.

A letra E é o gabarito da questão. Fundamento: art. 7º, IV, CF.

10. (VUNESP/CEAGESP – 2010) É um direito constitucional dos


trabalhadores urbanos e rurais:

a) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo.

b) garantia de salário, nunca superior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável.

c) participação nos lucros e resultados, vinculada à remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei.

d) salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de qualquer


renda, nos termos da lei.

e) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em quarenta


por cento à do normal.

Comentários:

A letra B está incorreta. O salário dos que percebem remuneração variável não
pode ser inferior ao mínimo.

A letra C está incorreta. A participação nos lucros e resultados é desvinculada


da remuneração.

A letra D está incorreta. O salário-família é pago somente em razão do


dependente do trabalhador de baixa renda, nos termos da lei.

A letra E está incorreta. A remuneração do serviço extraordinário deve ser


superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal.

O gabarito é a letra A. Fundamento: art. 7º, VI, CF.

11. (VUNESP/OAB-AM) Dentre os direitos dos trabalhadores urbanos


e rurais acolhidos pela Constituição Federal, encontra-se a
irredutibilidade de salário, não podendo ser excepcionada nem por
convenção ou acordo coletivo.

Comentários:

A Constituição permite, sim, a redução de salário mediante convenção ou


acordo coletivo. Questão incorreta.

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12. (VUNESP/Unesp - 2012) A Constituição da República garante,
expressamente, aos trabalhadores, urbanos e rurais, além de outros
direitos, a duração do trabalho normal:

a) não inferior a oito horas diárias e não superior a quarenta e quatro horas
semanais.

b) superior a seis horas diárias e não inferior a quarenta horas semanais.

c) não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

d) não inferior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

e) não superior a seis horas diárias e não inferior a quarenta horas semanais.

Comentários:

A Constituição prevê a duração do trabalho normal não superior a oito horas


diárias e quarenta e quatro semanais (art. 7º, XIII, CF). A letra C é o gabarito.

13. (VUNESP/OAB-AM - 2002) Dentre os direitos dos trabalhadores


urbanos e rurais acolhidos pela Constituição Federal, encontra-se o
repouso semanal remunerado sempre aos domingos, salvo previsão em
convenção ou acordo coletivo.

Comentários:

O repouso semanal remunerado é assegurado preferencialmente (e não


sempre!) aos domingos. Questão incorreta.

14. (VUNESP/DPE-MS - 2008) É direito fundamental do trabalhador


assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até
sete anos de idade em creches e pré-escolas.

Comentários:

A CF/88 assegura esse direito até que a criança tenha 5 (cinco) anos de idade.
Questão incorreta.

15. (VUNESP/DPE-MS - 2008) A lei poderá exigir autorização do


Estado para a fundação de sindicato, inclusive o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público, porém, a interferência e a
intervenção na organização sindical.

Comentários:

Pelo contrário! Versa o inciso I do art. 8º da Constituição que a lei não poderá
exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato. A segunda parte do
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enunciado está perfeita: veda-se ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical. Questão incorreta.

16. (VUNESP/DPE-MS - 2008) Nas empresas com mais de cem


empregados é assegurada a eleição de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

Comentários:

Esse direito é assegurado nas empresas com mais de duzentos empregados,


não cem. Questão incorreta.

17. (FGV/TJ-AM – 2013) Com relação aos direitos dos trabalhadores,


segundo o art. 7º da Constituição Federal/88, analise as afirmativas a
seguir.

I. Garantia de salário‐mínimo, fixado em lei, definido por regiões


geoeconômicas, capaz de atender suas necessidades vitais básicas.

II. Garantia de remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinquenta por cento à do normal.

III. Garantia de salários e de critérios de admissão iguais, sendo vedada a


discriminação por sexo, cor ou estado civil.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários:

O item I está incorreto. O inciso IV do art. 7º da Constituição prevê como


direitos dos trabalhadores o “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”.

O item II está correto. É o que prevê o inciso XVI do art. 7º da CF/88.

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O item III está correto. O inciso XXX do art. 7º da Constituição garante aos
trabalhadores a “proibição de diferença de salários, de exercício de funções e
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”.

O gabarito é a letra D.

18. (FGV/TJ-AM – 2013) Dentre os direitos sociais dos trabalhadores,


previstos na Constituição, não se inclui:

a) a participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração.

b) duração do trabalho não superior a 40 horas semanais.

c) a proibição de diferença de salários por motivo de sexo, idade, cor ou estado


civil.

d) a proibição de trabalho noturno a menores de 18 anos.

e) a extensão do fundo de garantia do tempo de serviço ao empregado rural.

Comentários:

A letra A está correta. É direito dos trabalhadores participação nos lucros, ou


resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na
gestão da empresa, conforme definido em lei (art. 7º, XI, CF).

A letra B está incorreta. A Carta Magna prevê que a duração do trabalho


normal não será a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho (art. 7º, XIII, CF).

A letra C está correta. É direito dos trabalhadores a proibição de diferença de


salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil (art. 7º, XXX, CF).

A letra D está correta. No inciso XXXIII do art. 7º da Constituição, esta proíbe o


trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos.

A letra E está correta. O fundo de garantia do tempo de serviço é direito dos


trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º, III, CF).

O gabarito é a letra B.

19. (FGV / TJ-AM – 2013) Em relação ao disposto na Constituição da


República Federativa do Brasil acerca dos direitos sociais dos
trabalhadores, assinale a afirmativa incorreta.

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a) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado eleito para cargo de
representação ou direção sindical, ainda que como suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo nos casos de redução justificada do número de
empregados.

b) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,


ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical.

c) É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de


trabalho.

d) É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre


a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam, por meio dele,
defender.

e) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais


da categoria.

Comentários:

Letra A: errada. Segundo o art. 8º, VIII, CF/88, é vedada a dispensa do


empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Letra B: correta. É isso mesmo! A lei não pode exigir autorização estatal para
que seja fundado o sindicato, ressalvado o registro no órgão competente. O
Poder Público não pode interferir/intervir na organização sindical.

Letra C: correta. De fato, é obrigatória a participação dos sindicatos nas


negociações coletivas de trabalho (art.8º, VI).

Letra D: correta. A CF/88 garante o direito de greve aos trabalhadores,


atribuindo-lhes o poder de decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam, por meio dele, defender.

Letra E: correta. Segundo o art. 8º, III, ao sindicato cabe a defesa dos
direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas.

O gabarito é a letra A.

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2. Nacionalidade

20. (VUNESP/ PC-CE – 2015) Considerando as disposições


constitucionais a respeito da nacionalidade, assinale a alternativa
correta.

a) Aos estrangeiros com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro.

b) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe


brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil.

c) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda


que de pais estrangeiros, desde que estes estejam a serviço de seu país.

d) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade,


residentes na República Federativa do Brasil há mais de dez anos ininterruptos
e sem condenação penal

e) São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a


nacionalidade brasileira, exigido aos originários de países de língua portuguesa
apenas idoneidade moral.

Comentários:

A letra A está incorreta. Essa previsão só se aplica aos portugueses, não a


todos os estrangeiros (art. 12, § 1o, CF).

A letra B está correta. É o que prevê o art. 12, I, “b”, da Constituição.

A letra C está incorreta. São brasileiros natos os nascidos na República


Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país (art. 12, I, “a”, CF).

A letra D está incorreta. São brasileiros naturalizados os estrangeiros de


qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
a nacionalidade brasileira (art. 12, II, “b”, CF).

A letra E está incorreta. São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei,


adquiram a nacionalidade brasileira, exigido aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral
(art. 12, II, “a”, CF).

O gabarito é a letra B.

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21. (VUNESP/TJ SP – 2013) É (São) cargo (s) eletivo(s) privativo(s)
de brasileiros:

a) natos ou naturalizados o cargo de Presidente do Senado Federal.

b) natos ou naturalizados o cargo de Presidente da Câmara dos Deputados.

c) natos o cargo de Presidente das Casas Legislativas (Câmara dos Deputados


e Senado Federal).

d) natos os cargos de Deputado Federal e de Senador da República.

Comentários:

Cobra-se o conhecimento do art. 12, § 3º, da CF/88, segundo o qual:

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas;

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Trata-se de uma lista taxativa. Quem não está na lista não precisa ser
brasileiro nato para assumir o cargo. A letra C é o gabarito.

22. (VUNESP/ TJ SP – 2010) Conforme a Constituição Federal, é


privativo de brasileiro nato o cargo de

a) Senador da República.

b) Deputado Federal.

c) Ministro do Supremo Tribunal Federal.

d) Governador de Estado.

e) Juiz Federal.

Comentários:

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Segundo o art. 12, § 3º, da CF/88, são privativos de brasileiro nato os cargos:

• de Presidente e Vice-Presidente da República;


• de Presidente da Câmara dos Deputados;
• de Presidente do Senado Federal;
• de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
• da carreira diplomática;
• de oficial das Forças Armadas;
• de Ministro de Estado da Defesa.

O gabarito é a letra C.

23. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) Não é privativo de brasileiros natos o


cargo

a) de Presidente da República.

b) de Presidente do Senado Federal.

c) de carreira diplomática.

d) de Governador do Estado.

e) de Ministro do Supremo Tribunal Federal

Comentários:

De acordo com o art. 12, § 3º, da CF/88, são privativos de brasileiro nato os
cargos:

• de Presidente e Vice-Presidente da República;


• de Presidente da Câmara dos Deputados;
• de Presidente do Senado Federal;
• de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
• da carreira diplomática;
• de oficial das Forças Armadas;
• de Ministro de Estado da Defesa.

O gabarito é a letra D.

24. (VUNESP/ TJ SP – 2012) São privativos de brasileiros natos os


seguintes cargos:

a) de Senador e de Ministro de Estado da Defesa.

b) de Deputado Federal e de Deputado Estadual.

c) de Presidente da República e de Senador.

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d) da carreira diplomática e de Vereador.

e) de Ministro do Supremo Tribunal Federal e de oficial das Forças Armadas.

Comentários:

Já deu para perceber o quanto esse tema é recorrente em provas da Vunesp,


não é mesmo? São privativos de brasileiro nato os seguintes cargos:

• de Presidente e Vice-Presidente da República;


• de Presidente da Câmara dos Deputados;
• de Presidente do Senado Federal;
• de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
• da carreira diplomática;
• de oficial das Forças Armadas;
• de Ministro de Estado da Defesa.

O gabarito é a letra E.

25. (VUNESP/TJ SP – 2013) Nos termos da Constituição Federal, são


brasileiros natos:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua portuguesa apenas residência, por um ano
ininterrupto, e idoneidade moral.

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que


venham a residir na República Federativa do Brasil até a maioridade.

c) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país.

d) os nascidos no estrangeiro, desde que de pai brasileiro e de mãe brasileira.

e) os portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade


em favor de brasileiros.

Comentários:

A letra A está incorreta. Trata-se de uma hipótese em que o brasileiro é


naturalizado.

A letra B está incorreta. Nesse caso, para serem brasileiros natos, é necessário
ainda que optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira.

A letra D está incorreta. Não basta ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira.
É necessário que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do
Brasil ou, ainda, que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
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venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

A letra E está incorreta. Nesse caso, tem-se a hipótese de “português


equiparado”.

O gabarito é a letra C. Fundamento: art. 12, I, “a”, CF.

26. (VUNESP/TJ SP – 2014) Assinale a alternativa correta:

a) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe


brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir da República Federativa do Brasil e optem, no prazo de um
ano, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

b) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda


que de pais estrangeiros, mesmo que eles estejam a serviço de seu país.

c) São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a


nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.

d) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade


residentes na República Federativa do Brasil há pelo menos dez anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

Comentários:

A letra A está incorreta. A Constituição prevê que a opção pela nacionalidade


brasileira pode se dar a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade (art.
12, I, “c”, CF).

A letra B está incorreta. Caso os pais estrangeiros estejam a serviço do seu


país, os nascidos no Brasil serão estrangeiros (art. 12, I, “a”, CF).

A letra C está correta. De acordo com o art. 12, II, “a”, são brasileiros
naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por
um ano ininterrupto e idoneidade moral.

A letra D está incorreta. São brasileiros naturalizados os estrangeiros de


qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

O gabarito é a letra C.

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27. (FGV/SUDENE – 2013) De acordo com a Constituição Federal,
assinale a alternativa que apresenta uma condição para ser
considerado brasileiro nato.

a) Os que são originários de países de língua portuguesa com residência no


Brasil por um ano ininterrupto.

b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptamente.

c) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


um deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

d) Os portugueses com residência permanente no Brasil.

e) A nova legislação não estabelece distinção entre brasileiros natos e


naturalizados.

Comentários:

A letra A está incorreta. Trata-se de condição de brasileiro naturalizado (art.


12, II, “a”, CF), exigindo-se, ainda, a idoneidade moral.

A letra B está incorreta. Trata-se de condição de brasileiro naturalizado (art.


12, II, “b”, CF), desde que não tenham sofrido condenação penal e requeiram a
nacionalidade brasileira.

A letra C está correta. É o que prevê o art. 12, I, “b”, da Carta Magna.

A letra D está incorreta. Os portugueses com residência permanente no Brasil,


desde que haja reciprocidade em favor de brasileiros, gozam da condição de
“portugueses equiparados”. A eles são atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro naturalizado (art. 12, § 1º, CF).

A letra E está incorreta. A legislação pode, sim, estabelecer distinção entre


brasileiros natos e naturalizados, nos casos previstos na Constituição (art. 12,
§ 2º, CF).

A letra C é o gabarito.

28. (FGV / TJ-AM – 2013) Cada Estado nacional tem a liberdade de


definir aqueles que serão os seus nacionais por meio do
estabelecimento de regras gerais quanto ao direito à nacionalidade. No
caso do Brasil, são considerados brasileiros:

a) os nascidos no estrangeiro, de pais de qualquer nacionalidade, desde que


qualquer um deles estivesse a serviço da República Federativa do Brasil.

b) os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileiros, desde que


registrados em repartição brasileira competente.
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c) os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileiros, desde que
venham a residir no país e optem, antes de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira.

d) os nascidos no estrangeiro, sem qualquer outra condição, desde que filhos


de pai e mãe brasileiros.

e) os nascidos em país com o qual o Brasil mantenha tratado de dupla


cidadania.

Comentários:

Letra A: errada. São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai


brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil.

Letra B: correta. É isso mesmo. São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente (art. 12, I, “c”).

Letra C: errada. São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai


brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir no país e optem, em
qualquer tempo, após atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Letra D: errada. Se um indivíduo nascer no estrangeiro, filho de pai brasileiro


ou mãe brasileira, há 3 (três) possibilidades de que ele seja brasileiro
nato:

- o pai brasileiro ou a mãe brasileira estiverem a serviço da República


Federativa do Brasil;

- o indivíduo seja registrado em repartição brasileira competente;

- o indivíduo vem a residir no Brasil e opta, em qualquer tempo, após a


maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Letra E: errada. Essa não é uma hipótese de atribuição de nacionalidade


brasileira.

29. (FGV / TJ-AM – 2013) Tendo em vista o que dispõe a Constituição


da República Federativa do Brasil, assinale a alternativa que apresenta
um caso de atribuição da nacionalidade brasileira.

a) Kevin, nascido no Brasil, filho de pais canadenses a serviço do Governo do


Canadá.

b) Jonas, hoje com 21 anos, residente na cidade de São Paulo, nascido e


registrado no Japão, filho de Marcos e Márcia, domiciliados naquele país, onde
trabalham em uma empresa multinacional.

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c) José, português, domiciliado na cidade de Manaus há seis meses.

d) Mark, alemão, domiciliado na cidade de Aracajú há 10 anos, e que hoje está


em liberdade condicional, após condenação pelo crime de tráfico de drogas.

e) Luigi, italiano, residente em Milão, casado com Joana, que lá reside com ele.

Comentários:

Letra A: errada. Kevin nasceu no Brasil, mas é filho de pais estrangeiros que
estavam a serviço do seu país. Portanto, ele não será brasileiro.

Letra B: correta. Jonas nasceu no exterior, filho de pai brasileiro e mãe


brasileira que não estavam a serviço da República Federativa do Brasil. Como
ele foi registrado em repartição brasileira competente (é o que dá a
entender o enunciado!), ele será brasileiro nato.

Letra C: errada. Para que um português adquira a nacionalidade brasileira, ele


precisa fixar residência no Brasil por um ano ininterrupto e ter idoneidade
moral.

Letra D: errada. Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na


República Federativa do Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e
sem condenação penal poderão requisitar a naturalização.

Letra E: errada. O simples fato de ser casado com uma brasileira não resulta
na atribuição de nacionalidade.

O gabarito é a letra B.

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Lista de Questões

1. Direitos Sociais

1. (VUNESP/ TJ-SP – 2015) É correto afirmar que a Constituição


Federal

a) inseriu a propriedade entre os direitos sociais.

b) garantiu aos trabalhadores o seguro desemprego, em caso de desemprego


voluntário ou involuntário.

c) conferiu direitos sociais diferenciados aos trabalhadores urbanos e rurais,


tendo em vista as particularidades do exercício de cada um desses trabalhos.

d) possibilitou o trabalho noturno, perigoso ou insalubre apenas a maiores de


16 anos, proibindo-o aos maiores de 14 e menores de 16 anos que trabalham
na condição de aprendiz

e) inseriu entre os direitos dos trabalhadores a irredutibilidade do salário,


salvo, contudo, o disposto em convenção ou acordo coletivo.

2. (VUNESP/TJ SP – 2013) A Constituição Federal estabelece como


direito dos trabalhadores urbanos e rurais:

a) o décimo terceiro salário, com base no vencimento básico ou no valor da


aposentadoria.

b) o repouso semanal remunerado aos domingos.

c) o gozo de férias anuais remuneradas com, no máximo, um terço a mais do


que o salário normal.

d) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em contrato de trabalho.

e) a assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até 5


(cinco) anos de idade, em creches e pré-escolas.

3. (VUNESP/PC SP -2013) É um direito do trabalhador urbano e rural


a remuneração do serviço extraordinário superior à do normal, no
mínimo, em:

a) cem por cento.

b) setenta por cento.

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c) trinta por cento.

d) vinte por cento.

e) cinquenta por cento.

4. (VUNESP/TJ SP – 2014) Assinale a alternativa em plena harmonia


com a Constituição Federal no que tange a direito dos trabalhadores
urbanos e rurais:

a) irredutibilidade do salário, nunca admitida sua diminuição.

b) remuneração pelo serviço extraordinário, que deve ser pelo menos um terço
superior à do normal.

c) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até cinco


anos de idade em creches e pré-escolas.

5. (VUNESP/DESENVOLVESP – 2014) Visando a proteção da mulher


nas relações de trabalho, a Constituição Federal, no que diz respeito
aos direitos sociais, prescreve que

a) a concessão de licença à gestante será de noventa dias, sem prejuízo do


salário e do emprego.

b) é facultativa a dispensa da trabalhadora gestante, durante a gravidez.

c) não há possibilidade de permanência dos filhos da trabalhadora no local de


trabalho, durante o período de amamentação.

d) deve haver a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante


incentivos específicos, nos termos da lei.

e) é facultativa a diferença de salário, de critérios de admissão e de exercício


de funções por motivo de sexo.

6. (VUNESP/TJ SP – 2012) Himeneu Silva tem 17 anos de idade,


casado e pai de dois filhos menores de cinco anos, e acabou de ser
contratado para trabalhar na Empresa ABC Ltda. Com base nos dados
fornecidos, assinale a alternativa que contempla corretamente um
direito de Himeneu previsto na Constituição Federal.

a) Se for trabalhar no período noturno, deverá perceber remuneração superior


à do diurno em, no mínimo, cinquenta por cento.

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b) Participação nos lucros, ou resultados, vinculada à sua remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei.

c) Seguro contra acidentes de trabalho, a ser custeado em igual proporção


entre Himeneu e a empresa ABC Ltda.

d) Garantia de que não poderá exercer trabalho perigoso ou insalubre.

e) Salário família, independentemente da renda que irá auferir como


empregado.

7. (VUNESP/PC SP – 2014) Assinale a alternativa que está de acordo


com as disposições constitucionais sobre os direitos do trabalhador
brasileiro.

a) É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito


anos.

b) É direito do trabalhador jornada de doze horas para o trabalho realizado em


turnos ininterruptos de revezamento.

c) O trabalhador tem o direito de gozo de férias anuais remuneradas com, pelo


menos, duas vezes mais do que o salário normal.

d) O trabalhador tem direito a receber, anualmente, o décimo terceiro e o


décimo quarto salários.

e) É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na


condição de aprendiz, a partir de doze anos.

8. (VUNESP/DPE MS – 2012) Tendo em vista o disposto na Carta


Magna brasileira, assinale a alternativa que contempla corretamente os
direitos sociais garantidos aos trabalhadores.

a) Participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei; seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

b) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e


quatro horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; proteção em face
da automação, na forma da lei.

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c) Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva; remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em sessenta por cento à do normal.

d) Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;


salário-família pago em razão do dependente de todo trabalhador, nos termos
da lei.

9. (VUNESP/Fundação CASA – 2010) O salário-mínimo deverá ser


fixado em lei, sendo:

a) regionalizado, por pisos de categorias, havendo diferença de salários, para


exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor
ou estado civil.

b) proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, servindo, outrossim, de indenização compensatória.

c) demais, a remuneração do serviço extraordinário, no mínimo, sessenta por


cento superior à do normal para jornadas de seis horas de trabalho.

d) que nele se incluirá o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos


sábados.

e) nacionalmente unificado, capaz de atender às necessidades vitais básicas do


trabalhador e às de sua família, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo.

10. (VUNESP/CEAGESP – 2010) É um direito constitucional dos


trabalhadores urbanos e rurais:

a) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo.

b) garantia de salário, nunca superior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável.

c) participação nos lucros e resultados, vinculada à remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei.

d) salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de qualquer


renda, nos termos da lei.

e) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em quarenta


por cento à do normal.

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11. (VUNESP/OAB-AM) Dentre os direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais acolhidos pela Constituição Federal, encontra-se a
irredutibilidade de salário, não podendo ser excepcionada nem por
convenção ou acordo coletivo.

12. (VUNESP/Unesp - 2012) A Constituição da República garante,


expressamente, aos trabalhadores, urbanos e rurais, além de outros
direitos, a duração do trabalho normal:

a) não inferior a oito horas diárias e não superior a quarenta e quatro horas
semanais.

b) superior a seis horas diárias e não inferior a quarenta horas semanais.

c) não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

d) não inferior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

e) não superior a seis horas diárias e não inferior a quarenta horas semanais.

13. (VUNESP/OAB-AM - 2002) Dentre os direitos dos trabalhadores


urbanos e rurais acolhidos pela Constituição Federal, encontra-se o
repouso semanal remunerado sempre aos domingos, salvo previsão em
convenção ou acordo coletivo.

14. (VUNESP/DPE-MS - 2008) É direito fundamental do trabalhador


assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até
sete anos de idade em creches e pré-escolas.

15. (VUNESP/DPE-MS - 2008) A lei poderá exigir autorização do


Estado para a fundação de sindicato, inclusive o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público, porém, a interferência e a
intervenção na organização sindical.

16. (VUNESP/DPE-MS - 2008) Nas empresas com mais de cem


empregados é assegurada a eleição de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

17. (FGV/TJ-AM – 2013) Com relação aos direitos dos trabalhadores,


segundo o art. 7º da Constituição Federal/88, analise as afirmativas a
seguir.

I. Garantia de salário‐mínimo, fixado em lei, definido por regiões


geoeconômicas, capaz de atender suas necessidades vitais básicas.

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II. Garantia de remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinquenta por cento à do normal.

III. Garantia de salários e de critérios de admissão iguais, sendo vedada a


discriminação por sexo, cor ou estado civil.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

18. (FGV/TJ-AM – 2013) Dentre os direitos sociais dos trabalhadores,


previstos na Constituição, não se inclui:

a) a participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração.

b) duração do trabalho não superior a 40 horas semanais.

c) a proibição de diferença de salários por motivo de sexo, idade, cor ou estado


civil.

d) a proibição de trabalho noturno a menores de 18 anos.

e) a extensão do fundo de garantia do tempo de serviço ao empregado rural.

19. (FGV / TJ-AM – 2013) Em relação ao disposto na Constituição da


República Federativa do Brasil acerca dos direitos sociais dos
trabalhadores, assinale a afirmativa incorreta.

a) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado eleito para cargo de


representação ou direção sindical, ainda que como suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo nos casos de redução justificada do número de
empregados.

b) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,


ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical.

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c) É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho.

d) É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre


a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam, por meio dele,
defender.

e) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais


da categoria.

2. Nacionalidade

20. (VUNESP/ PC-CE – 2015) Considerando as disposições


constitucionais a respeito da nacionalidade, assinale a alternativa
correta.

a) Aos estrangeiros com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro.

b) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe


brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil.

c) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda


que de pais estrangeiros, desde que estes estejam a serviço de seu país.

d) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade,


residentes na República Federativa do Brasil há mais de dez anos ininterruptos
e sem condenação penal

e) São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a


nacionalidade brasileira, exigido aos originários de países de língua portuguesa
apenas idoneidade moral.

21. (VUNESP/TJ SP – 2013) É (São) cargo (s) eletivo(s) privativo(s)


de brasileiros:

a) natos ou naturalizados o cargo de Presidente do Senado Federal.

b) natos ou naturalizados o cargo de Presidente da Câmara dos Deputados.

c) natos o cargo de Presidente das Casas Legislativas (Câmara dos Deputados


e Senado Federal).

d) natos os cargos de Deputado Federal e de Senador da República.

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22. (VUNESP/ TJ SP – 2010) Conforme a Constituição Federal, é
privativo de brasileiro nato o cargo de

a) Senador da República.

b) Deputado Federal.

c) Ministro do Supremo Tribunal Federal.

d) Governador de Estado.

e) Juiz Federal.

23. (VUNESP/ TJ-SP – 2007) Não é privativo de brasileiros natos o


cargo

a) de Presidente da República.

b) de Presidente do Senado Federal.

c) de carreira diplomática.

d) de Governador do Estado.

e) de Ministro do Supremo Tribunal Federal

24. (VUNESP/ TJ SP – 2012) São privativos de brasileiros natos os


seguintes cargos:

a) de Senador e de Ministro de Estado da Defesa.

b) de Deputado Federal e de Deputado Estadual.

c) de Presidente da República e de Senador.

d) da carreira diplomática e de Vereador.

e) de Ministro do Supremo Tribunal Federal e de oficial das Forças Armadas.

25. (VUNESP/TJ SP – 2013) Nos termos da Constituição Federal, são


brasileiros natos:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua portuguesa apenas residência, por um ano
ininterrupto, e idoneidade moral.
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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
venham a residir na República Federativa do Brasil até a maioridade.

c) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país.

d) os nascidos no estrangeiro, desde que de pai brasileiro e de mãe brasileira.

e) os portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade


em favor de brasileiros.

26. (VUNESP/TJ SP – 2014) Assinale a alternativa correta:

a) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe


brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir da República Federativa do Brasil e optem, no prazo de um
ano, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

b) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda


que de pais estrangeiros, mesmo que eles estejam a serviço de seu país.

c) São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a


nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.

d) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade


residentes na República Federativa do Brasil há pelo menos dez anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

27. (FGV/SUDENE – 2013) De acordo com a Constituição Federal,


assinale a alternativa que apresenta uma condição para ser
considerado brasileiro nato.

a) Os que são originários de países de língua portuguesa com residência no


Brasil por um ano ininterrupto.

b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptamente.

c) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


um deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

d) Os portugueses com residência permanente no Brasil.

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e) A nova legislação não estabelece distinção entre brasileiros natos e
naturalizados.

28. (FGV / TJ-AM – 2013) Cada Estado nacional tem a liberdade de


definir aqueles que serão os seus nacionais por meio do
estabelecimento de regras gerais quanto ao direito à nacionalidade. No
caso do Brasil, são considerados brasileiros:

a) os nascidos no estrangeiro, de pais de qualquer nacionalidade, desde que


qualquer um deles estivesse a serviço da República Federativa do Brasil.

b) os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileiros, desde que


registrados em repartição brasileira competente.

c) os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileiros, desde que


venham a residir no país e optem, antes de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira.

d) os nascidos no estrangeiro, sem qualquer outra condição, desde que filhos


de pai e mãe brasileiros.

e) os nascidos em país com o qual o Brasil mantenha tratado de dupla


cidadania.

29. (FGV / TJ-AM – 2013) Tendo em vista o que dispõe a Constituição


da República Federativa do Brasil, assinale a alternativa que apresenta
um caso de atribuição da nacionalidade brasileira.

a) Kevin, nascido no Brasil, filho de pais canadenses a serviço do Governo do


Canadá.

b) Jonas, hoje com 21 anos, residente na cidade de São Paulo, nascido e


registrado no Japão, filho de Marcos e Márcia, domiciliados naquele país, onde
trabalham em uma empresa multinacional.

c) José, português, domiciliado na cidade de Manaus há seis meses.

d) Mark, alemão, domiciliado na cidade de Aracajú há 10 anos, e que hoje está


em liberdade condicional, após condenação pelo crime de tráfico de drogas.

e) Luigi, italiano, residente em Milão, casado com Joana, que lá reside com ele.

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Gabarito

1. LETRA E
2. LETRA E
3. LETRA E
4. LETRA C
5. LETRA D
6. LETRA D
7. LETRA A
8. LETRA B
9. LETRA E
10. LETRA A
11. ERRADA
12. LETRA C
13. ERRADA
14. ERRADA
15. ERRADA
16. ERRADA
17. LETRA D
18. LETRA B
19. LETRA A
20. LETRA B
21. LETRA C
22. LETRA C
23. LETRA D
24. LETRA E
25. LETRA C
26. LETRA C
27. LETRA C
28. LETRA B
29. LETRA B

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Aula 04

Direito Constitucional p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) - Com videoaulas

Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale


Direito Constitucional p/ TJ-SP
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AULA 04: DIREITO CONSTITUCIONAL

Sumário
Administração Pública ................................................................................... 1
1-Conceito de Administração Pública: ......................................................... 1
2- Organização da Administração Pública: .................................................. 3
3-Regime Jurídico da Administração x Regime Jurídico-Administrativo: ..... 6
4-Princípios Explícitos da Administração Pública: ....................................... 7
5- Princípios Implícitos da Administração Pública: ................................... 13
6- Agentes Públicos: ................................................................................. 16
7- Administração Tributária: ..................................................................... 55
8- Contrato de Gestão: .............................................................................. 56
9- Obrigatoriedade de Licitação: ............................................................... 57
10- Improbidade Administrativa: .............................................................. 58
11- Responsabilidade Civil do Estado: ....................................................... 59
Questões Comentadas ................................................................................. 62
Lista de Questões ........................................................................................ 80
Gabarito ...................................................................................................... 90

Administração Pública

1-Conceito de Administração Pública:

No ordenamento jurídico brasileiro, vigora o princípio da separação de


poderes. A Constituição Federal estabelece, logo em seu art. 2º, que são
poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Executivo, o
Legislativo e o Judiciário. Cada um desses Poderes possui funções típicas e
funções atípicas.

A função administrativa, como já se sabe, é típica do Poder Executivo.


Isso não quer dizer, todavia, que os Poderes Legislativo e Judiciário não
exerçam a função administrativa. Eles a exercem sim. Quando o Poder
Judiciário realiza uma licitação e celebra um contrato, ele está exercendo a
função administrativa. Da mesma forma, fica claro o exercício dessa função
quando o Poder Legislativo realiza um concurso público e nomeia novos
servidores.

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Levando-se isso em consideração, é possível concluir que, quando se fala em
“Administração Pública”, não estamos nos referindo apenas ao Poder
Executivo, mas a todo o conjunto de órgãos e entidades governamentais, dos
três Poderes.

A doutrina ensina que o termo “Administração Pública” pode assumir diferentes


sentidos. É possível falar-se em “Administração Pública em sentido amplo” e
“Administração Pública em sentido estrito”. A Administração Pública em
sentido amplo engloba, além dos órgãos e entidades que exercem função
administrativa, os chamados órgãos políticos (que exercem função política).
A Administração Pública em sentido estrito, por sua vez, engloba tão
somente os órgãos e entidades que exercem função administrativa.

Para que não reste nenhuma dúvida, cabe apenas destacar a diferença entre
função política e função administrativa. A função política é aquela que diz
respeito à elaboração de políticas públicas e ao estabelecimento de diretrizes
governamentais. A função administrativa está relacionada à execução dos
serviços públicos e à implementação das políticas públicas.

Também pode-se falar em Administração Pública em sentido objetivo (material


ou funcional) e em Administração Pública em sentido subjetivo (formal ou
orgânico).

A Administração Pública em sentido subjetivo (formal ou orgânico) diz


respeito aos sujeitos que são considerados pelo ordenamento jurídico como
integrantes da Administração. Esse critério, adotado no Brasil, reconhece como
integrantes da Administração Pública os órgãos públicos (que integram a
chamada Administração direta) e as entidades da Administração indireta
(autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas).
Trata-se de uma perspectiva formalista, que não leva em consideração a
função desempenhada. Com efeito, há empresas públicas e sociedades de
economia mista que exploram atividades econômicas e, portanto, não exercem
função administrativa.

A Administração Pública em sentido objetivo (material ou funcional) diz


respeito ao conjunto de atividades relacionadas à função administrativa do
Estado. São consideradas atividades típicas da Administração Pública: o
fomento (estímulo à iniciativa privada), a polícia administrativa (atividade de
restrições aos direitos individuais), o serviço público (atividades destinadas a
satisfazer as necessidades da coletividade) e a intervenção (regulação e
fiscalização estatal sobre as atividades econômicas).!!

Por essa lógica, as sociedades de economia mista e as empresas públicas que


exploram atividades econômicas não integrariam a Administração Pública.1 Por


! Essa é a posição mais segura para concursos públicos. No entanto, há doutrinadores que
consideram que quando o Estado atua diretamente no domínio econômico (por meio de
empresas públicas e sociedades de economia mista) ele está exercendo função administrativa
e, como tal, estaríamos diante de atividade de administração pública em sentido material.
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outro lado, empresas privadas concessionárias ou permissionários de serviços
públicos, por exercerem função administrativa, seriam abarcadas pelo conceito
de Administração Pública em sentido objetivo.

Em breve síntese, podemos destacar o seguinte: !

a) Administração Pública em sentido amplo: abrange os órgãos que


exercem função política e os órgãos e entidades que exercem funções
administrativas.

b) Administração Pública em sentido estrito: abrange apenas os


órgãos e entidades que exercem funções administrativas.

c) Administração Pública em sentido subjetivo: tem como foco os


sujeitos que integram a Administração Pública. A pergunta que se deve
responder: “quem são os sujeitos que integram a Administração
Pública?”.

d) Administração Pública em sentido objetivo: tem como foco as


atividades relacionadas à função administrativa. A pergunta aqui é a
seguinte: “qual função desempenhada?”.

2- Organização da Administração Pública:

O Estado exerce suas tarefas administrativas de duas formas diferentes: i)


centralizadamente ou; ii) descentralizadamente. É disso, inclusive, que
resultam as expressões “Administração Direta” e “Administração
Indireta”.

Quando o Estado atua centralizadamente, ele não delega competência a


nenhuma outra entidade. Por exemplo, uma das competências administrativas
da União é assegurar a defesa nacional (art. 21, III). A União não atribuiu essa
competência a nenhuma outra pessoa; é ela mesma quem exerce essa
competência, por meio do Ministério da Defesa. É um órgão público o
responsável pela tarefa administrativa. Vale destacar que os órgãos públicos
são entes despersonalizados: eles não possuem personalidade jurídica própria.

Os órgãos públicos compõem, então, a denominada Administração Direta. A


Administração Direta pode ser conceituada como o conjunto de órgãos que
integram os entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e
que têm a competência para exercer as tarefas administrativas do Estado, de
forma centralizada.

Por outro lado, quando o Estado atua descentralizadamente, ele atribui a


outra pessoa a competência para realizar determinada tarefa administrativa.
Surgem, então, entidades com personalidade jurídica própria,
responsáveis por executar atividades administrativas específicas. Essas
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entidades compõem o que denominamos Administração Indireta. Segundo a
CF/88, a Administração indireta é composta pelas autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Vale
destacar que essas entidades existem em todas as esferas federativas, ou
seja, existe Administração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.

Se estivéssemos estudando Direito Administrativo, iríamos nos aprofundar


bastante nas explicações sobre cada uma dessas entidades da Administração
indireta. No entanto, como esse é um curso de Direito Constitucional, vamos
apenas apresentar rápidas ideias sobre cada uma dessas entidades.

1) Autarquias: são pessoas jurídicas de direito público que


exercem atividade típica da administração pública. Ex: INSS,
IBAMA, BACEN, ANATEL, ANVISA. São criadas por lei.

2) Fundações Públicas: existem fundações públicas com


personalidade jurídica de direito público (equiparadas às
autarquias) e fundações públicas com personalidade jurídica
de direito privado. As fundações públicas de direito público
são também chamadas de fundações autárquicas e, por
serem equiparadas às autarquias, devem ser criadas por lei.
Já as fundações públicas de direito privado têm sua criação
autorizada por lei. Ex: FUNAI e FUNASA.

3) Empresas Públicas: são pessoas jurídicas de direito


privado que, em regra, exploram atividades econômicas.
Dizemos “em regra” porque existem empresas públicas que
prestam serviços públicos. Nas empresas públicas, o capital
social é 100% público. Ex: Caixa Econômica Federal (CEF) e
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A criação
de empresas públicas é autorizada por lei.

4) Sociedades de economia mista: são pessoas jurídicas


de direito privado que, em regra, exploram atividades
econômicas. Também existem sociedades de economia mista
que prestam serviços públicos. Diferem, em essência, das
empresas públicas pelos seguintes motivos: i) são
constituídas sob a forma de sociedade anônima (as empresas
públicas podem assumir qualquer forma jurídica); ii) a
maioria das ações é do Estado, mas não há obrigatoriedade
de que todo o capital social seja público. Ex: Banco do Brasil e
PETROBRÁS. A criação de sociedades de economia mista é
autorizada por lei.

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É importante que você não confunda centralização / descentralização com
concentração / desconcentração. A descentralização envolve, sempre,
mais de uma pessoa jurídica. A desconcentração, ao contrário, é uma técnica
administrativa de distribuição de competências dentro de uma única pessoa
jurídica. Por exemplo, dentro da Receita Federal do Brasil (RFB), são criadas
várias Delegacias e Superintendências Regionais. Ou, ainda, dentro da União,
são criados vários Ministérios, cada um com uma competência própria
(Ministério da Fazenda, Ministério da Saúde, etc.)

A CF/88 prevê a criação de entidades da Administração Indireta. Trata-se


de pessoas jurídicas vinculadas à Administração Direta (no caso da
Administração Federal, a um Ministério) cuja função é executar tarefas de
interesse público de maneira descentralizada. A descentralização consiste na
transferência da titularidade de determinadas atividades a pessoas jurídicas
criadas para executarem as mesmas. Veja o que determina o texto
constitucional:

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de


subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
como a participação de qualquer delas em empresa privada;

Observa-se que as autarquias só podem ser criadas por lei específica.


Isso porque essas entidades são pessoas jurídicas de direito público, que
realizam atividades típicas do Estado.

Já as sociedades de economia mista e empresas públicas precisam de


autorização em lei para serem criadas. Essas entidades são pessoas
jurídicas de direito privado que poderão tanto prestar serviços públicos quanto
explorar atividades econômicas.

Por fim, as fundações públicas tanto poderão ser criadas quanto ter sua
criação autorizada por lei. No primeiro caso, terão personalidade jurídica de
direito público, sendo uma espécie de autarquia (fundações autárquicas). No
segundo, terão personalidade jurídica de direito privado. Em ambos os casos,
contudo, caberá à lei complementar definir as áreas de sua atuação.

No que se refere ao art. 37, XX, da CF, observa-se que depende de


autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada. Não há necessidade de aprovação do
Poder Executivo, uma vez que a autorização se dá por lei, conforme o texto
constitucional.

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(TJDFT – 2015) As autarquias são serviços autônomos,
criados por lei, com natureza jurídica de direito privado e
personalidade jurídica própria.

Comentários:

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas


por lei. Questão errada.

(TJDFT – 2015) As empresas públicas e as sociedades de


economia mista são entidades com natureza jurídica de direito
privado e capital exclusivo do ente estatal que as instituir.

Comentários:

Nas empresas públicas, o capital é 100% público. Nas


sociedades de economia mista, a maioria das ações é do
Estado, não havendo obrigatoriedade de que todo o capital
seja público. Questão errada.

3-Regime Jurídico da Administração x Regime Jurídico-Administrativo:

Essas são duas expressões muito parecidas e, por isso, acabam sendo
erroneamente consideradas sinônimas. No entanto, elas têm significados
diferentes.

O Regime Jurídico da Administração é o conjunto de normas (princípios e


regras) às quais se submete a Administração Pública, o que engloba o regime
de direito público e o regime de direito privado. Perceba que a
Administração Pública, em suas relações, pode atuar com supremacia perante
os particulares (relação vertical) ou em pé de igualdade com estes (relação
horizontal). Na primeira situação, irá vigorar o regime de direito público; na
segunda, o regime de direito privado. Um exemplo de situação em que a
Administração está envolvida em uma relação horizontal é quando ela celebra
um contrato de aluguel com um particular.

O Regime jurídico-administrativo, por sua vez, é o regime de direito


público ao qual se submete a Administração Pública. É esse regime que rege
as relações em que a Administração atua com supremacia perante os
administrados. Trata-se de uma relação vertical, na qual a Administração é
dotada de prerrogativas especiais.

Há 2 (dois) princípios que fundamentam o regime jurídico-administrativo: i) a


supremacia do interesse público e; ii) a indisponibilidade do interesse
público.

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O princípio da supremacia do interesse público determina que em caso de
conflito entre o interesse público e o de particulares, aquele deve prevalecer.
Em razão da supremacia do interesse público, a Administração goza de
prerrogativas especiais, das quais decorre a verticalidade nas relações entre
esta e os particulares. Poderá, por exemplo, determinar a desapropriação de
um imóvel ou, ainda, prever as chamadas cláusulas exorbitantes em contratos
administrativos.

Já o princípio da indisponibilidade do interesse público estabelece que a


Administração somente pode atuar quando autorizada por lei, nos limites
estipulados pela norma legal. Veda ao administrador a prática de atos que
implicam renúncia a direitos do Poder Público ou que onerem
injustificadamente a sociedade. Em virtude da indisponibilidade do interesse
público, a Administração está sujeita a determinadas restrições. Ao adquirir
bens, por exemplo, a Administração deverá realizar prévia licitação.

4-Princípios Explícitos da Administração Pública:

A Administração Pública, em todos os seus níveis, deverá observar certos


princípios constitucionais em sua atuação. Esses princípios estão expressos
no art. 37, da CF/88:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: (...)

São 5 (cinco) os princípios constitucionais da Administração Pública:


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Esses
princípios vinculam toda a Administração Pública (seja a administração direta
ou indireta), dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas as
esferas da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

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LEGALIDADE

IMPESSOALIDADE

“LIMPE"
MORALIDADE

PUBLICIDADE

EFICIÊNCIA

a) Princípio da legalidade:

A legalidade é princípio essencial dentro de um Estado democrático de direito,


representando a submissão do Estado à lei. É por meio da observância das
leis que se concretiza a vontade do povo e, assim, atendido o interesse
público. Ressalte-se que, ao falarmos em “lei”, não estamos nos referindo
apenas à lei formal, elaborada pelo Poder Legislativo. Pelo princípio da
legalidade, devem ser observadas as normas em geral, inclusive os atos
infralegais (decretos, portarias e instruções normativas).

Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública somente pode


fazer o que está expressamente previsto em normas jurídicas. Assim, a
Administração só pode agir segundo a lei (“secundum legem”), jamais contra a
lei (“contra legem”) ou além da lei (“praeter legem”), com base apenas nos
costumes.

É claro, às vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o


administrador público; dizemos que, nesse caso, há discricionariedade da
Administração. Por exemplo, a concessão de licença a um servidor, para tratar
de interesse particular, é discricionariedade da Administração (que poderá
decidir por conceder ou não a licença).

Para os particulares, o princípio da legalidade tem uma conotação diferente: a


eles, é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Enquanto a
Administração Pública deve agir da maneira que a lei determina, os
particulares têm maior liberdade de atuação e só não podem fazer o que a lei
lhes proíbe.
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b) Princípio da impessoalidade:

O princípio da impessoalidade é também conhecido como princípio da


finalidade ou, ainda, principio da isonomia. Para compreender o exato
alcance desse princípio, é necessário analisá-lo em suas 4 (quatro) diferentes
acepções.

Na primeira acepção, de finalidade, o princípio da impessoalidade traduz a


ideia de que toda atuação da Administração deve buscar a satisfação do
interesse público. Quando um ato é praticado com objetivo diverso, é nulo,
por desvio de finalidade. O administrador é mero executor do ato, que serve
para manifestar a vontade do Estado. Pode-se dizer, portanto, que o princípio
da impessoalidade decorre do princípio da supremacia do interesse público.

Segundo a doutrina, em sentido amplo, o princípio da impessoalidade busca


o atendimento do interesse público, enquanto em sentido estrito, visa
atender a finalidade específica prevista em lei para o ato administrativo.
Ressalta-se que, sempre que o ato administrativo satisfizer sua finalidade
específica, a finalidade em sentido amplo também terá sido atendida. Nesse
sentido, destaca-se a lição de Hely Lopes Meirelles:

“(…) o princípio da impessoalidade, referido na Constituição de


1988 (art. 37, “caput”), nada mais é que o clássico princípio
da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só
pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é
unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou
virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal”. 2

Na segunda acepção, o princípio da impessoalidade traz a ideia de vedação à


promoção pessoal. O agente público não pode utilizar as realizações da
Administração Pública para promoção pessoal. Fundamenta-se essa lógica no
art. 37, § 1º, da CF/88, que dispõe o seguinte:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e


campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Uma terceira acepção do princípio da impessoalidade é aquela que o relaciona


à isonomia. É o que se verifica, por exemplo, na exigência de concurso
público para o acesso aos cargos públicos. A oportunidade de se ter acesso a
esses cargos é igual para todos. Outro exemplo dessa acepção do princípio da
impessoalidade diz respeito ao pagamento das dívidas do Estado, que
deverá observar, em regra, a ordem cronológica de apresentação dos
precatórios (art. 100, CF/88).

2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 21a Edição, 1995
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Finalmente, a quarta acepção do princípio da impessoalidade é a que considera
que os atos praticados pelo agente público não são imputáveis a ele,
mas ao órgão ou entidade em nome do qual ele age. A ação dos agentes é,
portanto, impessoal. Essa regra é extraída do art. 37, § 6º, da CF/88:

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.

Destaca-se, ainda, que uma importante aplicação do princípio da


impessoalidade diz respeito à consideração dos atos praticados por agente de
fato (putativo) como válidos. Agente de fato é aquele indivíduo que ingressa
na Administração Pública irregularmente. Devido à teoria da aparência
(o agente parece ser servidor público “de direito”), seus atos são mantidos
quando atingem terceiros de boa-fé, pois a Administração é impessoal.

c) Princípio da moralidade:

A moralidade administrativa é princípio que impõe aos agentes públicos a


atuação ética e honesta na gestão da coisa pública. Não basta que o
administrador público atue segundo a Lei; além disso, ele deve agir segundo
os princípios da probidade e boa fé. Assim, é perfeitamente possível que um
ato administrativo esteja em conformidade com a lei, mas contrarie o princípio
da moralidade, podendo, então, ser anulado.

Além de erigir o princípio da moralidade a vetor fundamental de atuação da


Administração Pública, a Constituição Federal de 1988 buscou concretizá-lo em
diversos dispositivos.

Como instrumento de controle da moralidade administrativa, o art. 5º,


LXXIII, previu a ação popular, que pode ser proposta por qualquer cidadão:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação


popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência.

O art. 37, § 4º, CF/88, por sua vez, prevê a responsabilização por atos de
improbidade administrativa. Os atos de improbidade administrativa
poderão ensejar a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao Erário. Tudo
isso sem prejuízo da ação penal cabível, que também poderá ser proposta.

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§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

É bastante comum assertivas como a seguinte:

“Atos de improbidade administrativa importarão a


perda da função pública e dos direitos políticos”.

Essa assertiva está ERRADA, pois a improbidade


administrativa gera suspensão dos direitos políticos.

d) Princípio da publicidade:

O princípio da publicidade deve ser analisado em duas acepções diferentes:

- Exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia


dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou
onerem o patrimônio público;

- Exigência de transparência da Administração em sua atuação, de


forma a possibilitar o controle pelos administrados.

Na primeira acepção, deve ficar claro que a Administração tem a obrigação de


tornar públicos os seus atos. Com efeito, a publicidade dos atos
administrativos é requisito de eficácia dos atos administrativos gerais e de
efeitos externos ou, ainda, daqueles que onerem o patrimônio público.
Exemplo de ato geral e de efeito externo é a publicação de uma Portaria: esta
somente produzirá seus efeitos (será eficaz) após a publicação no Diário Oficial
da União.

Na segunda acepção, a Administração Pública tem a obrigação de dar


conhecimento aos administrados (cidadãos) da conduta interna de seus
agentes. Segundo o art. 5º, XXXIII, “todos os cidadãos têm o direito de
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral”. O princípio da publicidade evidencia-se, assim, na
forma de uma obrigação de transparência.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

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A partir da leitura do dispositivo supratranscrito, é possível concluir que os
órgãos públicos não precisam fornecer aos cidadãos toda e qualquer
informação de que disponham. As informações cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado não precisam ser
fornecidas.

Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos
é que torna-se viável o exercício do controle da Administração, seja este
controle realizado pelos próprios cidadãos (controle social) ou pelos chamados
órgãos de controle (CGU e TCU).

Com base no princípio da publicidade, o STF entendeu ser válida a


divulgação da remuneração bruta, cargos e funções titularizados por
servidores públicos, bem como dos órgãos de sua formal lotação. Isso
porque, sendo essas informações de interesse coletivo ou geral, estão
expostas à divulgação oficial. Não cabe, de acordo com a Corte, “falar de
intimidade ou de vida privada nesse caso, pois os dados objeto da divulgação
em causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos
mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais agindo
“nessa qualidade” (§6º do art. 37)”. 3

e) Princípio da eficiência:

O princípio da eficiência passou a estar expresso na Constituição a partir da


EC nº 19/98, que o introduziu com o objetivo de promover uma quebra de
paradigma na Administração Pública, substituindo a antiga administração
burocrática pelo novo modelo: a administração gerencial. A administração
gerencial tem ênfase na obtenção de resultados e na participação do cidadão,
que é visto como cliente dos serviços públicos.

O art. 37, CF/88 impõe verdadeiro dever de eficiência à Administração


Pública. Não basta que os agentes públicos atuem em conformidade com os
ditames da legalidade. É necessário que desempenhem suas atribuições da
melhor forma possível, a fim de obter os melhores resultados. Deve-se buscar
a melhoria da qualidade dos serviços públicos e a racionalidade dos
gastos públicos. A Administração Pública deve observar o princípio da
economicidade, que determina que seja avaliado o custo/benefício dos
gastos públicos.

O princípio da eficiência se manifesta em diversos dispositivos constitucionais:

- O art. 41, § 4º, estabelece que a avaliação especial de desempenho


por comissão instituída com essa finalidade é condição para aquisição de
estabilidade por servidor publico.

(
!Pleno, SS 3902 AgR-segundo / SP - SÃO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30-
09-2011 PUBLIC 03-10-2011. !
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- O art. 41, § 1º, III, estabelece a possibilidade de perda do cargo por
servidor público mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

- O art. 37, § 8º, estabelece a possibilidade de que a Administração


Pública celebre contratos de gestão com órgãos e entidades da
administração direta e indireta, fixando metas de desempenho para o
órgão ou entidade.

- O art. 37, § 3º, prevê que lei disciplinará as formas de participação


do usuário na administração pública direta e indireta. Esse dispositivo
busca promover a gestão participativa.

- O art. 39, § 2º, dispõe que a União, os Estados e o Distrito Federal


manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

Esse dispositivo se destina a garantir a capacitação profissional dos


servidores públicos, com o intuito de melhorar a qualidade do serviço
prestado pela Administração Pública. Observa-se que a celebração de
convênios ou contratos visando à manutenção de escolas de governo
para formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos é facultativa.

- O art. 39, § 7º, estabelece que “lei da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes
em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento
e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de
adicional ou prêmio de produtividade.” Essa é a previsão de adicional ou
prêmio de produtividade, como forma de estimular a excelência no
serviço público e dar concretude ao princípio da eficiência.

- O art. 70, caput, prevê que o controle da Administração Pública


deverá, dentre outros parâmetros, observar a economicidade.

5- Princípios Implícitos da Administração Pública:

Além dos princípios explícitos no texto constitucional (art. 37), há também os


princípios implícitos da Administração Pública. Não nos aprofundaremos no
estudo de cada um deles, pois aí estaríamos entrando na seara do Direito
Administrativo. Para fins do estudo do Direito Constitucional, basta que
tenhamos uma breve noção sobre os principais dentre esses princípios.

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a) Controle judicial dos atos administrativos: No Brasil, adota-se o
sistema inglês de jurisdição única, no qual o Poder Judiciário pode efetuar
o controle dos atos administrativos. Decorre do princípio da inafastabilidade de
jurisdição, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito” (art. 5º, XXXV). É diferente do sistema francês, do
contencioso administrativo, no qual os atos administrativos não são apreciados
pelo Poder Judiciário.

b) Princípio da autotutela: Segundo esse princípio, a Administração Pública


tem competência para controlar seus próprios atos, anulando-os (quando
ilegais) ou revogando-os (por motivo de convênio e oportunidade). A Súmula
nº 473, do STF, dispõe que “A Administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.”

c) Presunção da segurança jurídica: O princípio da segurança jurídica é um


princípio implícito que encontra previsão no art. 2º da Lei nº 9.784/99. Esse
princípio impõe que as normas sejam interpretadas de forma a garantir o
atendimento do fim público a que se dirigem, vedada a aplicação retroativa
de nova interpretação.

d) Princípio da motivação: Um dos requisitos dos atos administrativos é o


motivo, que é a situação de fato ou de direito que autoriza a edição do ato. A
motivação consiste na declaração dos motivos que fundamentaram o ato.

e) Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade: Os princípios da


razoabilidade e da proporcionalidade estão intimamente relacionados. A
doutrina majoritária considera, inclusive, que o princípio da proporcionalidade
está contido no princípio da razoabilidade.

O princípio da proporcionalidade consiste na adequação entre os meios e os


fins almejados; caso o ato administrativo não respeite essa relação, será
desproporcional e, portanto, passível de invalidação pelo Poder Judiciário.

O princípio da razoabilidade possui três aspectos: i) adequação; ii)


necessidade e; iii) proporcionalidade em sentido estrito. Assim, esses três
aspectos devem ser observados para a aferição da razoabilidade de um
determinado ato.

A adequação consiste em observar se o meio escolhido é o mais adequado


para se alcançar o fim perseguido. A necessidade, por sua vez, consiste em
analisar se o meio utilizado é o melhor ou menos oneroso para alcançar o
objetivo do ato. Por último, a proporcionalidade, conforme já comentamos, é
a aferição da relação entre os meios e os fins almejados.

f) Princípio da continuidade do serviço público: Os serviços públicos não


podem sofrer solução de continuidade, isto é, não podem ser paralisados. É
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em razão desse princípio que podem ser impostas restrições ao direito de
greve dos servidores públicos (art. 37, VII). Recorde-se que o direito de greve
dos servidores públicos é norma constitucional de eficácia limitada.

(TRE / GO – 2015) O regime jurídico-administrativo brasileiro


está fundamentado em dois princípios dos quais todos os
demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do
interesse público sobre o privado e o princípio da
indisponibilidade do interesse público.

Comentários:

Esses princípios são os pilares do regime jurídico


administrativo. Questão correta.

(FUB – 2015) Apesar de o princípio da moralidade exigir que


os atos da administração pública sejam de ampla divulgação,
veda-se a publicidade de atos que violem a vida privada do
cidadão.

Comentários:

É o princípio da publicidade que exige ampla divulgação dos


atos da Administração Pública. Questão errada.

(FUB – 2015) A pretexto de atuar eficientemente, é possível


que a administração pratique atos não previstos na legislação.

Comentários:

Não se pode invocar a eficiência para descumprir a lei. Pelo


princípio da legalidade, a Administração somente pode fazer
aquilo que está expressamente previsto em normas jurídicas.
Questão errada.

(IPT / SP – 2014) O regime jurídico administrativo e o


regime jurídico da Administração Pública são expressões
sinônimas.

Comentários:

Essas duas expressões têm significados distintos. O regime


Jurídico da Administração é o conjunto de normas
(princípios e regras) aos quais se submete a Administração
Pública, o que engloba o regime de direito público e o regime
de direito privado. Por outro lado, regime jurídico-
administrativo é o regime de direito público ao qual se
submete a Administração Pública. Questão errada.

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6- Agentes Públicos:

6.1- Acesso aos cargos, empregos e funções públicas:

Segundo o art. 37, inciso I, CF/88, “os cargos, empregos e funções públicas
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em
lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.

Os brasileiros, para que possam ter acesso aos cargos, empregos e


funções públicas, devem cumprir os requisitos definidos em lei. Assim,
somente a lei é que pode definir os requisitos para acesso a cargos públicos. O
STF já se manifestou várias vezes seguindo esse entendimento:

a) Súmula Vinculante nº 44 (STF): "Só por lei se pode sujeitar a


exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público." Em
outras palavras, um edital de concurso público só pode trazer a exigência
de exame psicotécnico se a lei que criou o cargo assim o tiver
estabelecido.

b) Súmula nº 14 (STF): “Não é admissível, por ato administrativo,


restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público."

c) “A exigência de experiência profissional prevista apenas em edital


importa em ofensa constitucional.” 4

d) “A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a


exigência constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei.”5

e) “Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a


pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de
conteúdo que viole valores constitucionais”.6

Segundo o STF “o fato de uma pessoa possuir tatuagens, visíveis ou não,


não poderia ser tratado pelo Estado como parâmetro
discriminatório quando do deferimento de participação em concursos
de provas e títulos para ingresso em carreira pública”. A opção pela
tatuagem está diretamente relacionada à liberdade de expressão e de
manifestação (art. 5º, IV e IX).

Há que se fazer, entretanto, uma ressalva. Algumas tatuagens


possuem conteúdo que viola valores constitucionalmente
protegidos, como aquelas que fazem apologia a ideias terroristas e
racistas ou que preguem a violência e a criminalidade. Estas podem ser
um obstáculo para que um cidadão ingresse na Administração Pública.

4
RE 558.833-AgR. Rel. Min. Ellen Gracie. Julgamento em 08.09.2009.
5
RE 559.823-AgR. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 27.11.2007.
+
!RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016.!
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Os estrangeiros também podem ter acesso a cargos, empregos e funções


públicas. No entanto, para eles a regra é um pouco diferente. Eles só podem
ocupar cargos, empregos e funções públicas quando a lei assim o autorizar. Há
necessidade de que exista uma lei definindo as hipóteses em que os
estrangeiros poderão ter acesso aos cargos públicos.

Destaca-se que essa lei não poderá estabelecer distinções arbitrárias e


abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em detrimento de outros,
em função do país de origem. Ressalta-se, ainda, que essa previsão
constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou não no país,
permitindo, por exemplo, que, após a edição da referida lei, estes tenham
acesso a cargos, empregos ou funções públicas em repartições brasileiras no
exterior.

Percebe-se, dessa maneira, que o acesso de brasileiros a cargos públicos é


norma de eficácia contida. Todos os brasileiros têm direito a ocupar cargos
públicos, podendo a lei estabelecer requisitos, restringindo esse acesso. Por
outro lado, o acesso de estrangeiros a cargos públicos é norma de eficácia
limitada. Assim, para que estrangeiros possam ocupar cargos na
Administração, será necessária a edição de lei autorizadora.

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6.2- Concurso Público:

O art. 37, inciso II, CF/88, dispõe que “a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

Desse dispositivo, podemos extrair várias regras importantes:

a) O acesso aos cargos e empregos públicos depende de prévia


aprovação em concurso público. Nesse sentido, o STF editou a
Súmula Vinculante nº 43, que diz: “é inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação

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em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integra a carreira na qual anteriormente investido”.

b) O concurso público deve ser de provas ou de provas e títulos.


Assim, não se admite a realização de concurso público com base
unicamente em avaliação de títulos.

Cabe destacar que, segundo o STF, o mero exercício de função


pública não pode ser considerado como título, uma vez que isso
representaria violação ao princípio da isonomia. 7

c) A exigência de concurso público vale para o provimento de cargos e


empregos na administração pública direta e indireta, inclusive para
empregos em sociedades de economia mista e empresas pública.

d) A exigência de concurso público só vale para o provimento de


cargos efetivos. A nomeação para cargos em comissão independe de
concurso público.

A definição do prazo de validade do concurso é definida pelo edital. Segundo


o art. 37, III, CF/88, o prazo de validade será de até 2 (dois) anos,
prorrogável uma vez por igual período. A contagem do prazo de validade é
feita a partir da homologação, que é o ato administrativo que atesta a
conclusão do concurso público. Dentro do prazo de validade do concurso é que
poderão ser nomeados ou contratados os aprovados.

Há vasta jurisprudência do STF e do STJ acerca do tema “concursos públicos”.


A seguir, reproduziremos os mais importantes entendimentos sobre o assunto:

a) Segundo o STF, a aprovação em concurso dentro do número de


vagas previsto no edital garante direito subjetivo do candidato à
nomeação8. Assim, se o edital prevê 30 vagas para o cargo de Auditor-
Fiscal, os 30 primeiros colocados terão direito subjetivo a serem
nomeados. Em outras palavras, a Administração não poderá deixar de
nomeá-los.

“E pode a Administração nomear um candidato fora da ordem de


classificação? Nomear o 26º antes do 1º, por exemplo?”

Não pode. A Administração deverá nomear os candidatos aprovados


observando a ordem de classificação. Mas isso já aconteceu no
passado... Tanto é que o STF chegou a editar a Súmula nº 15 para evitar
que algum candidato melhor classificado fosse preterido: “Dentro do
prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à
nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da

7
ADI 3.443/MA, Rel. Min. Carlos Velloso. 09.09.2005.
8
RE 598.099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011.
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classificação”. Assim, se o 15º colocado de um concurso for nomeado,
por óbvio, todos aqueles que estão à sua frente também o deverão ser.

No RE nº 598.099 / MS, o STF deixou consignado que é possível que, em


situação excepcionalíssima, a Administração deixe de nomear os
candidatos aprovados dentro do número de vagas. No entanto, essa
situação deverá ser caracterizada pela superveniência, imprevisibilidade
e gravidade.

b) O STF considera que, comprovada a necessidade de pessoal e a


existência de vaga, configura preterição de candidato aprovado em
concurso público o preenchimento da vaga, ainda que de forma
temporária9. Suponha, por exemplo, que existam vagas para
determinado cargo público e comprovada necessidade de pessoal. Além
disso, existem candidatos aprovados em concurso público no cadastro de
reserva. Ao invés de chamá-los, todavia, a Administração faz diversas
contratações temporárias. Claro está que os candidatos que estavam em
cadastro de reserva foram preteridos.

c) Segundo o STJ, “a aprovação do candidato dentro do cadastro de


reserva, ainda que fora do número de vagas inicialmente previstas no
edital do concurso público, confere-lhe o direito subjetivo à nomeação
para o respectivo cargo se, durante o prazo de validade do concurso,
demonstrado o interesse da Administração Pública, surgirem novas
vagas, seja em razão da criação de novos cargos mediante lei, seja em
virtude de vacância decorrente de exoneração, demissão, aposentadoria,
posse em outro cargo inacumulável ou falecimento”.10

d) Segundo o STF, a eliminação do candidato de concurso público que


esteja respondendo a inquérito ou ação penal, sem sentença penal
condenatória transitada em julgado, fere o princípio da presunção de
inocência11. Ora, se não houve sentença penal condenatória transitada
em julgado, o candidato não pode ser considerado culpado (art. 5º,
LVII).

e) Segundo o STF, não há direito à prova de segunda chamada nos


testes de aptidão física, em razão de circunstâncias pessoais, ainda que
de caráter fisiológico ou de força maior, salvo disposição em contrário
no edital.12 Assim, em regra, inexiste direito à remarcação de teste de
aptidão física em razão de problema pessoal de saúde.

f) Segundo o STF, o edital de concurso público poderá estabelecer que a


classificação seja feita por unidade da federação, ainda que disso
resulte que um candidato possa se classificar, em uma delas, com nota

9
AI 820065/GO, Rel. Min. Rosa Weber, j. 21.08.2012, p. 05.09.2012.!
10
AgRg no RMS 38117 / BA, Julgamento em 18.12.2012.
11
AI 741.101-AgR, Rel. Min. Eros Grau. Julgamento em 28-4-2009!
12
RE 630.733. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 15.05.2013.
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inferior ao que, em outra, não alcance a classificação respectiva. Assim,
admite-se que a concorrência seja regionalizada. Isto é bastante comum.
Pode existir um concurso com 15 vagas para Minas Gerais, 10 vagas
para São Paulo e 30 vagas para o Rio de Janeiro. Os candidatos às vagas
de Minas Gerais concorrerão apenas entre si, assim como os candidatos
às vagas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

g) Segundo o STF, o edital de um concurso público não pode ser


alterado, exceto para corrigir erro material ou em virtude de imposição
de lei. Nesse sentido, “em face do princípio da legalidade, pode a
Administração Pública, enquanto não concluído e homologado o
concurso público, alterar as condições do certame constantes do
respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à espécie,
visto que, antes do provimento do cargo, o candidato tem mera
expectativa de direito à nomeação ou, se for o caso, à participação na
segunda etapa do processo seletivo”.

h) O Supremo Tribunal Federal entende que, caso uma questão de


concurso cobre assunto não incluso no edital, é possível o controle
jurisdicional, por ser o edital a lei do concurso. Entretanto, é bom que
você saiba que esse controle não é possível, de acordo com o STF,
quando se trata de avaliar os critérios de correção da banca
examinadora, de analisar a formulação de questões ou de avaliar as
respostas.

Para complementar, citamos trecho de julgado do STF relacionado a


esse entendimento:

“o Poder Judiciário seria incompetente para substituir-se à banca


examinadora de concurso público no reexame de critérios de correção
das provas e de conteúdo das questões formuladas. Assentou-se que,
existente previsão de determinado tema, cumpriria ao candidato estudar
e procurar conhecer, de forma global, os elementos que pudessem ser
exigidos nas provas, de modo a abarcar todos os atos normativos e
casos paradigmáticos existentes. Do contrário, significaria exigir-se das
bancas examinadoras a previsão exaustiva, no edital de qualquer
concurso, de todos os atos normativos e de todos os ‘cases’ atinentes a
cada um dos pontos do conteúdo programático do concurso, o que fugiria
à razoabilidade”. 13

i) Segundo o STJ, o candidato aprovado que foi tardiamente nomeado


por força de decisão judicial não tem direito a ser indenizado pelo
período em que não trabalhou.14 Isso evita que continuem ocorrendo
aquelas “indenizações milionárias” de servidores que conseguiram a
nomeação quase vinte anos depois da realização do concurso, muitas

∀(
!MS 308060/DF, rel. Min. Luiz Fux, 28.08.2012.
∀)
!EResp1.117.974/RS, Corte Especial, Rel. Min. Eliana Calmon, Rel.p/Acórdão Min. Teori Albino
Zavascki, DJE 19.12.2011.
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vezes prestes a se aposentarem. Quem não conhece um caso desses? O
STJ “acabou com a festa”!

j) Segundo o STF, na ocorrência de vaga, a Administração, ao provê-la,


deve primeiro oferecer ao servidor classificado em Concurso de
Remoção, para somente então nomear candidato habilitado em
Concurso Público, ainda que já ocupe cargo de provimento efetivo
pertencente ao Quadro de Pessoal do respectivo órgão.15 Com isso,
impossibilita-se que o Auditor-Fiscal da Receita Federal que ficou durante
anos na fronteira, esperando por uma remoção, veja sua tão sonhada
vaga em sua cidade natal ser ofertada a candidatos a novo concurso
público, em detrimento dele. Isso já aconteceu no passado, pode
acreditar!

Após esse grande repertório jurisprudencial, continuamos no estudo do tema


dos concursos públicos. Vejamos o que dispõe o art. 37, IV, CF/88:

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de


convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

Há muita confusão quanto ao significado do termo “prazo improrrogável”. Ora,


sabemos que o prazo de validade do concurso público é de até 2 anos,
prorrogável uma vez por igual período. Devemos considerar que findo esse
período é que o prazo se torna improrrogável.

A CF/88 não impede que, no prazo de validade de um concurso, a


Administração realize novo concurso para o mesmo cargo. No entanto, o art.
37, IV, estabelece a prioridade de nomeação para os aprovados no
concurso anterior sobre os novos aprovados.

O art. 37, VIII, CF/88, assegura um percentual dos cargos e empregos


públicos para portadores de deficiência:

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos


para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão;

Note que é a lei que definirá os critérios de admissão das pessoas


portadoras de deficiência, jamais o administrador público. Também é
importante ressaltar que, de acordo com as atribuições do cargo, esta poderá
prever que não haverá reserva de vagas a essas pessoas. Nesse sentido, a Lei
8.112/90 prevê, em seu art. 5º, § 2º, que:

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito


de se inscrever em concurso público para provimento de cargo

∀∗
!MS 31267 MS, Min. Ricardo Lewandowsky, j. 24.04.2012, p. 27.04.2012!
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cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20%
(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Continuando nossa análise do art. 37 da Constituição, determina o texto


constitucional que:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;

Esse dispositivo prevê a contratação de pessoal sem concurso público,


por tempo determinado. Esse pessoal não ocupa cargo público, não está
sujeito ao regime estatutário a que se submetem os servidores públicos
titulares de cargo efetivo e em comissão. Em outras palavras, não estão
sujeitos à Lei nº 8.112/90. Também não estão sujeitos à Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), a não ser nos termos em que a lei específica que os
rege define.

Esses agentes públicos são estatutários, pois têm seu próprio estatuto de
regência, que define seu regime jurídico. Exercem função pública
remunerada temporária, tendo vínculo jurídico-administrativo com a
Administração Pública. Sujeitam-se ao regime geral de previdência social
(RGPS) e suas lides com o Poder Público contratante são de competência da
Justiça comum, federal ou estadual (ou do Distrito Federal), conforme o caso.

Para a utilização do instituto da contratação temporária, exceção à contratação


mediante concurso público, é necessário o cumprimento de três requisitos:

a) Excepcional interesse público;

b) Temporariedade da contratação;

c) Hipóteses expressamente previstas em lei.

A lei mencionada como requisito será editada pela entidade contratadora,


podendo ser federal, estadual, distrital ou municipal, conforme a respectiva
competência constitucional. Contudo, não será possível, segundo o STF, a
contratação temporária por lei que fixe “hipóteses abrangentes e genéricas
de contratação, sem definir qual a contingência fática emergencial apta a
ensejá-la”, bem como para “o exercício de serviços típicos de carreira e
de cargos permanentes de Estado, sem concurso ou motivação de
excepcional relevância” que o justifique (STF, Pleno, ADI 3116/AP, decisão
14.02.2011).

(TRT – 3a Região – 2015) Empresa pública estadual


pretende contratar advogados para preenchimento de
empregos públicos vagos em seu departamento jurídico.
Considerando que os advogados não exercerão a função de
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direção, chefia e de assessoramento, a empresa pública deverá
contratá-los mediante concurso público, válido pelo prazo de
dois anos, prorrogável uma vez por igual período, sendo
vedada a livre nomeação pelo dirigente da entidade.

Comentários:

É isso mesmo. A admissão de empregados públicos também


depende da realização de concurso público, com prazo de
validade de 2 anos, prorrogável uma vez por igual período.
Questão correta.

(TCU – 2015) O prazo de validade de concurso público é de


até dois anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver
candidatos aprovados no cadastro de reserva.

Comentários:

De fato, o prazo de validade do concurso público é de 2 (dois)


anos. No entanto, ele só pode ser prorrogado por igual período
(mais 2 anos). Questão errada.

(DPE / PE – 2015) Conforme entendimento atual do STF, é


dever da administração pública nomear candidato aprovado
em concurso público dentro das vagas previstas no edital,
em razão do princípio da boa-fé e da proteção da confiança,
salvo em situações excepcionais caracterizadas pela
necessidade, superveniência e imprevisibilidade.

Comentários:

Os candidatos aprovados dentro do número de vagas previsto


no edital têm direito subjetivo à nomeação, ou seja, a
Administração tem o dever de nomeá-los. Essa é a regra geral,
que somente pode ser excepcionada em situações
excepcionalíssimas, nas quais fiquem caracterizadas a
necessidade, superveniência e imprevisibilidade. Questão
correta.

(UEG – 2015) É constitucional a criação de cargos


temporários mesmo para atender situações que não sejam de
necessidade temporária de excepcional interesse público.

Comentários:

Os cargos temporários servem, exclusivamente, para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público.
Questão errada.

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(UEG – 2015) De acordo com o texto constitucional, durante
o prazo de validade previsto no edital de concurso público, não
é possível a abertura de novo concurso para o mesmo cargo.

Comentários:

A CF/88 não impede que, no prazo de validade de um


concurso, a Administração realize novo concurso para o
mesmo cargo. No entanto, fica estabelecida a prioridade de
nomeação para os aprovados no concurso anterior sobre os
novos aprovados. Questão errada.

6.3- Cargos em comissão e funções de confiança:

No art. 37, inciso V, a Carta da República trata das funções de confiança e dos
cargos em comissão:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por


servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;

É importante que você não confunda cargos em comissão com funções de


confiança. São coisas diferentes.

As funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores


ocupantes de cargo efetivo, regra introduzida pela EC nº 19/98. Os cargos
em comissão, por sua vez, são de livre nomeação e exoneração. Todavia,
existe previsão em lei de um percentual mínimo dos cargos em comissão que
devem ser ocupados por servidores de carreira.

Tanto os cargos em comissão quanto as funções de confiança destinam-se


apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Nesse sentido,
o STF já declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que criou cargos em
comissão com atribuições de natureza técnica.

Esquematizando...

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FUNÇÕES DE
CONFIANÇA E • DESTINAM-SE EXCLUSIVAMENTE ÀS ATRIBUIÇÕES DE
CARGOS EM DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO.
COMISSÃO

FUNÇÕES DE •  OCUPADAS EXCLUSIVAMENTE POR SERVIDORES


CONFIANÇA OCUPANTES DE CARGO EFETIVO.

• P ODEM SER PREENCHIDOS POR PESSOAS COM


INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO. ENTRETANTO, A
CARGOS EM LEI DEVE ESTABELECER PERCENTUAIS MÍNIMOS DE
COMISSÃO VAGAS A SEREM PREENCHIDAS POR SERVIDORES DE
CARREIRA, QUE INGRESSARAM NO SERVIÇO PÚBLICO
MEDIANTE CONCURSO.

No que se refere a nomeações para cargos em comissão, é importante o


entendimento do STF sobre o nepotismo, prática de nomear parentes para
cargos em comissão e funções de confiança. A Corte considera ofensiva a
prática do nepotismo, vedando inclusive o “nepotismo cruzado”, que
ocorre quando dois agentes públicos nomeiam parentes um do outro, para
mascarar a contratação.

O STF entende que a prática do nepotismo ofende os princípios da


moralidade e da impessoalidade, devendo a vedação a esta prática ser
observada por todos os Poderes da República e por todos os entes da
Federação, independentemente de lei formal.

Que tal lermos a Súmula Vinculante no 13 em sua íntegra?

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha


reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição Federal.”

É importante destacar que a vedação ao nepotismo não alcança a nomeação


para cargos políticos. Assim, o governador de um Estado pode nomear seu
irmão para o cargo de secretário estadual, por exemplo.
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(UEG – 2015) A investidura em qualquer cargo público exige
prévia aprovação em concurso público.

Comentários:

A nomeação para cargo em comissão independe de aprovação


em concurso público. Questão errada.

(UFRB – 2015) As funções de confiança, exercidas


exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

Comentários:

Isso mesmo! As funções de confiança e os cargos de comissão


se destinam apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento. Cabe destacar que as funções de confiança
somente podem ser exercidas por servidores ocupantes de
cargos efetivos. Questão correta.

6.4- Direitos Sociais dos servidores públicos:

Nesse tópico, estudaremos sobre os direitos sociais dos servidores públicos.

Inicialmente, comentamos sobre o direito à associação sindical, o qual é


assegurado pelo art. 37, VI, CF/88:

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação


sindical.

O servidor público tem, portanto, o poder de se associar a um sindicato.


Entretanto, destaca-se que a Súmula 679 do STF proíbe a convenção
coletiva para fixação de vencimentos dos servidores públicos. Destaca-
se, ainda, que aos militares são vedadas a sindicalização e a greve (art.
142, IV, CF), sem exceção.

Os servidores públicos civis também têm o direito de greve, conforme art.37,


VII:

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites


estabelecidos em lei específica.

Observe que, ao contrário do direito à associação sindical, que é uma norma


constitucional de eficácia plena, o direito de greve do servidor público é uma

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norma constitucional de eficácia limitada. Em tese, é necessária uma lei
para que os servidores públicos possam usufruir do direito de greve.

Como tal lei ainda não foi editada, o STF, no julgamento de três mandados de
injunção, adotando a posição concretista geral, determinou a aplicação ao
setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado
(Lei no 7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora.

Destaca-se, porém, que a Corte decidiu pela inaplicabilidade do direito de


greve a determinados servidores públicos, como, por exemplo, às forças
policiais, devido à índole de sua atividade. Segundo o Pretório Excelso,
“servidores públicos que exercem atividades relacionadas à manutenção da
ordem pública e à segurança pública, à administração da Justiça – aí os
integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades
indelegáveis, inclusive as de exação tributária – e à saúde pública” estão
privados do direito de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau).

A Carta Magna assegura, ainda, aos servidores públicos, os seguintes


direitos sociais (art. 39, § 3o):

a) Salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de


atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;

b) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável;

c) Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no


valor da aposentadoria;

d) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

e) Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de


baixa renda nos termos da lei;

f) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e


quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

g) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

h) Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinquenta por cento à do normal;

i) Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal;
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j) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário;

l) Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

m) Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

n) Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;

o) Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de


critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

(TRT 3a Região – 2015) Em que pese a Constituição


Federal assegurar aos servidores públicos o direito de greve,
o exercício regular desse direito depende da edição de lei
federal tratando da matéria, não podendo ser garantido por
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em
mandado de injunção.

Comentários:

É possível, sim, que o direito de greve seja assegurado por


meio de mandado de injunção impetrado no STF. O direito de
greve dos servidores públicos é norma de eficácia limitada,
dependente, portanto, da edição de lei regulamentadora. Até
hoje, essa lei não foi editada. Questão errada.

6.5- Remuneração dos servidores públicos:

O artigo 37, inciso X, CF/88 estabelece o seguinte sobre a remuneração dos


servidores públicos:

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que


trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices;

Antes de iniciarmos a análise do dispositivo, cumpre fazermos algumas


elucidações. A remuneração dos servidores públicos pode se dar por meio de
subsídios, vencimentos ou salários.

A primeira delas, o subsídio, é uma forma de remuneração fixada em parcela


única, sem acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória. É remuneração
obrigatória para os agentes políticos e para servidores públicos de
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determinadas carreiras (Advocacia-Geral da União, Defensoria Pública,
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos estados e do DF,
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, polícias civis, polícias militares e
corpos de bombeiros militares). Além disso, pode ser facultativamente
adotado, a critério do legislador ordinário, para servidores públicos organizados
em carreira (art. 39, § 8º, CF). É o caso dos Auditores-Fiscais da Receita
Federal do Brasil, por exemplo.

Vejamos o que diz o art. 39, § 4º, CF/88 sobre o subsídio dos agentes
políticos:

§ 4º - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os


Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

Já os vencimentos compreendem a remuneração em sentido estrito,


percebida pelos servidores públicos. O artigo 41 da Lei 8.112/90 estabelece
que remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

Finalmente, o salário é a forma remuneratória paga aos empregados


públicos, contratados sob regime celetista. É o caso do Presidente de uma
empresa pública, por exemplo.

A alteração da redação do dispositivo, promovida pela EC no 19/98 garantiu


expressamente ao servidor público o princípio da periodicidade, ou seja, no
mínimo, uma revisão geral anual da remuneração. Nesse sentido,
entendeu o STF que trata-se de “norma constitucional que impõe ao Presidente
da República o dever de desencadear o processo de elaboração da lei anual de
revisão geral da remuneração dos servidores da União”, concluindo que “seu
atraso configurou-se desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros
doze meses da data da edição da referida EC no 19/98”.

A iniciativa das leis que fixam a remuneração e o subsídio dos agentes


públicos depende do cargo a que se refiram. As principais estão previstas na
tabela a seguir:

Cargos Iniciativa
Cargos da estrutura do Executivo Presidente da República
federal
Cargos da estrutura da Câmara dos Câmara dos Deputados
Deputados
Cargos da estrutura do Senado Senado Federal
Federal
Cargos da estrutura do Poder Competência privativa de cada tribunal
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Judiciário
Ministros do STF STF
Deputados federais, senadores,
Presidente e Vice-Presidente da Congresso Nacional
República e ministros de Estado

O art. 37, XI, CF/88 estabelece o denominado teto constitucional de


remuneração dos servidores públicos. Vamos lê-lo na íntegra?

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções


e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

Desse dispositivo, cuja redação é longa e complexa, é possível extrair o


seguinte:

a) A remuneração de todos os servidores e empregados públicos está


sujeita a um teto remuneratório geral do funcionalismo público,
que é o subsídio dos Ministros do STF.

b) O texto constitucional prevê a existência de subtetos


remuneratórios nos Municípios, Estados e Distrito Federal.

c) Nos Municípios, a remuneração de todos os servidores e empregados


públicos têm como limite o subsídio do Prefeito. Esse é o subteto
remuneratório nos Municípios.

d) Nos Estados e no Distrito Federal, o subteto é variável por


Poder. No Poder Executivo, o limite é o subsídio do Governador. No
Poder Legislativo, o limite é o subsídio dos deputados estaduais e
distritais. No Poder Judiciário, o limite é o subsídio dos desembargadores
do Tribunal de Justiça (esse limite também se aplica aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos).

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A literalidade da CF/88 prevê que o subsídio dos desembargadores do
Tribunal de Justiça está limitado a 90,25% do subsídio dos Ministros do
STF. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) ingressou com Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) no STF com o objetivo de impedir que
os magistrados estaduais tivessem seu subsídio limitado a esse montante.
Como consequência, o STF decidiu que esse limite não se aplica aos
membros da magistratura estadual, mas apenas aos servidores do
Poder Judiciário.16 Isso se deve ao caráter nacional e unitário do Poder
Judiciário, considerando-se uma violação à isonomia estabelecer limites
remuneratórios diferentes entre magistrados federais e estaduais.

A EC nº 47/2005 estabeleceu, ainda, a possibilidade de que os Estados e o


Distrito Federal, mediante emenda à Constituição Estadual, fixem um
subteto único, ao invés de termos subtetos específicos por Poder (art. 37, §
12). Quando isso ocorrer, o subteto único deverá ser o subsídio dos
desembargadores do Tribunal de Justiça. Destaque-se que esse limite não
será aplicável aos parlamentares (deputados estaduais, deputados distritais e
vereadores).

Novamente, para facilitar a memorização do dispositivo, sintetizaremos as


principais regras referentes ao teto constitucional na tabela a seguir:

Teto Cargos
Subsídio dos Ministros do STF Todos, em qualquer esfera da Federação
Subsídio do Prefeito Todos os cargos municipais
Subsídio do Governador Todos os cargos do Executivo estadual
Subsídio dos deputados estaduais e Todos os cargos do Legislativo estadual
distritais
Subsídio dos desembargadores do Teto obrigatório para os servidores do
Tribunal de Justiça Judiciário estadual (exceto juízes, por
determinação do STF*)
Subsídio dos desembargadores do Teto facultativo para os Estados e Distrito
Tribunal de Justiça (até 90,25% do Federal (não se aplica a deputados
subsídio dos Ministros do STF) estaduais e a distritais, nem a
vereadores)

Excetuam-se dos limites remuneratórios constitucionais as parcelas


indenizatórias fixadas em lei. Os limites incluem, entretanto, o somatório
das remunerações, subsídios, proventos e pensões percebidos pelos agentes
públicos.

No que se refere ao salário dos empregados públicos das empresas


públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, os tetos só se
aplicam às que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
custeio em geral (CF, art. 37, §9º).
16
ADIN 3.854/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. Julgamento em 28.02.2007.
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Ainda sobre o sistema remuneratório dos servidores públicos, vejamos o que
dispõe o art. 37, XII:

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder


Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo;

Esse dispositivo consagra que os vencimentos pagos aos servidores do


Poder Executivo são um limite aos valores pagos pelos outros Poderes a
seus servidores. É claro que isso vale para cargos cujas atribuições sejam
semelhantes.

O art. 37, XIII, CF/88, busca impedir que o legislador ordinário estabeleça
reajustes automáticos de remuneração ou aumentos em cascata:

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público;

Sobre o assunto, o STF já declarou a inconstitucionalidade de lei estadual


que estabelecia vinculação entre o reajuste dos subsídios do Governador
ao reajuste concedido aos servidores públicos estaduais. 17

Destacamos, ainda, o que dispõe a Súmula Vinculante nº 42, do STF: “É


inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores
estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.”

O art. 37, XIV, da CF/88 determina que os acréscimos pecuniários


percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados
para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público


não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores;

Com esse dispositivo, busca-se impedir uma situação bastante comum no


passado. Depois de exercer durante certo período uma função gratificada, o
servidor a incorporava a seu vencimento. Ao assumir uma nova função, o
valor desta seria calculado levando-se em consideração o seu vencimento já
acrescido da gratificação anterior. Com essa incidência cumulativa, havia
servidores ganhando valores totais de remuneração bastante elevados.

Assim, atualmente, o entendimento que se tem é o de que qualquer


gratificação ou adicional terá como base de cálculo o vencimento básico
do servidor público.

O art. 37, garante a irredutibilidade dos vencimentos dos cargos públicos:

17
ADI. 3.491/RS, Rel. Min Carlos Ayres Britto. Julgamento em 27.09.2006.
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XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I;

Segundo o STF, essa garantia não impede a criação ou majoração de


tributos incidentes sobre os subsídios, os vencimentos, a aposentadoria e a
pensão. Além disso, a forma de cálculo dos vencimentos pode ser modificada,
apenas o valor destes é que não.

(TJ / SP – 2015) Os acréscimos pecuniários percebidos por


servidor público serão computados e acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores.

Comentários:

Segundo o art. 37, XIV, “os acréscimos pecuniários percebidos


por servidor público não serão computados nem acumulados
para fins de concessão de acréscimos ulteriores”. Questão
errada.

(TJ / SP – 2015) Os vencimentos dos cargos do Poder


Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo.

Comentários:

É exatamente o que prevê o art. 37. XII, CF/88. Questão


correta

6.6 – Acumulação remunerada de cargos, empregos e funções


públicas:

A Constituição Federal prevê, como regra geral, a vedação à acumulação


remunerada de cargos, empregos e funções públicas. Essa proibição de
acumular também se estende àqueles que ocupam empregos e funções em
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia
mista, sua subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público.

A proibição de acumular é ampla, alcançando todas as esferas de


governo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), todos os Poderes
(Legislativo, Executivo e Judiciário) e toda a Administração Pública (direta
ou indireta). Assim, uma pessoa que ocupe cargo público federal (qualquer que
seja o Poder) não poderá, em regra, acumulá-lo com um cargo público em
outra esfera de governo (federal, estadual ou municipal).

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A Constituição Federal de 1988 estabelece exceções à regra geral de
proibição de acumulação de cargos. Vejamos o que dispõe o art. 37, XVI:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,


exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público;

Assim, é possível a acumulação de cargos públicos em certos casos, mas


mesmo assim é necessário que exista compatibilidade de horários. São
admissíveis a acumulação de:

a) 2 cargos de professor. É possível, por exemplo, que uma pessoa


atue como professor em duas universidades públicas.

b) 1 cargo de professor com outro técnico ou científico. É possível


que um servidor ocupante de “cargo técnico ou científico” seja,
simultaneamente, professor em uma universidade pública. Atenção! Não
se admite a acumulação remunerada de dois “cargos técnicos ou
científicos”.

c) 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde. É


possível, por exemplo, que um indivíduo tenha 2 cargos públicos de
médico, em órgãos diferentes.

Uma questão que gera muitas dúvidas é a respeito dos conceitos de “cargo
técnico” e de “cargo científico”. O STJ considera cargo científico como
sendo o “conjunto de atribuições cuja execução tem por finalidade investigação
coordenada e sistematizada de fatos, predominantemente de especulação,
visando a ampliar o conhecimento humano”. Por sua vez, cargo técnico é o
“conjunto de atribuições cuja execução reclama conhecimento específico de
uma área do saber”.

Com base nesses conceitos, há o entendimento de que, em regra, se a lei


exige qualificação de nível superior, o cargo será “técnico ou
científico”. Entretanto, se o cargo de nível superior exercer atividade
meramente administrativa, deixará de ser considerado “técnico ou científico”.

Essa lógica também se aplica aos cargos de nível médio. Se o cargo de nível
médio exigir conhecimentos técnicos específicos (técnico em contabilidade e

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técnico em informática, por exemplo), ele será enquadrado como “técnico ou
científico”. Por outro lado, se o cargo de nível médio envolver atividades
meramente burocráticas, ficará excluído do conceito de “técnico ou científico”.

A legislação não enquadra um cargo como sendo “técnico ou científico”. Isso


acaba ficando numa “zona cinzenta”, de apreciação pela própria Administração
Pública e, eventualmente, pelos tribunais do Poder Judiciário. Apenas como
exemplo, o STJ já decidiu que o cargo de oficial de polícia civil não tem
natureza técnica ou científica.

Segundo o STF, o art. 37, XVI, “c”, da Constituição


Federal autoriza a acumulação de dois cargos de médico,
não sendo compatível interpretação ampliativa para
abrigar no conceito o cargo de perito criminal com
especialidade em medicina veterinária.

A vedação à acumulação remunerada de cargos diz respeito apenas a


atribuições públicas. Ela não alcança atividades privadas. O servidor
público poderá, então, exercer atividades privadas, desde que não sejam
incompatíveis com o regime jurídico próprio do cargo. Por exemplo, a Lei nº
8.112/90 proíbe que servidores públicos participem da gerência ou
administração de sociedade privada.

A Constituição estabelece, ainda, outras possibilidades de acumulação de


cargos. Destaque-se, porém, que, em todo e qualquer caso de acumulação,
haverá necessidade de compatibilidade de horários.

Vejamos a tabela abaixo:

Artigo da CF Permissão
Art. 38, III Acúmulo do cargo de vereador e outro cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo
Art. 95, parágrafo Permissão para que juízes exerçam o magistério
único, I
Art. 125, § 5º, II, Permissão para que membros do Ministério Público exerçam o
“d” magistério

É relevante destacar que, havendo acumulação lícita de cargos, será


necessário que seja observado o teto remuneratório do funcionalismo
público. É o que se depreende da leitura da parte final do art. 37, XVI, quando
se diz que deverá ser “observado em qualquer caso o disposto no inciso XI”.

Ressalto que esse é um tema controverso no âmbito do Direito


Administrativo. Na doutrina, há quem defenda que o teto constitucional deve
ser observado em relação à soma da remuneração dos cargos; por outro
lado, há autores que consideram que o teto constitucional deve ser
considerado para cada cargo, isoladamente.

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Na jurisprudência, o tema também não é pacífico. No STF, a matéria está
pendente de julgamento no RE 612.975 / MT, em relação ao qual já foi
reconhecida repercussão geral. No STJ, há decisões nos dois sentidos, mas
a tendência parece ser a de se reconhecer que a aplicação do teto
constitucional deve levar em consideração cada cargo, isoladamente.

"Tratando-se de cumulação legítima de cargos, a remuneração do


servidor público não se submete ao teto constitucional, devendo os
cargos, para este fim, ser considerados isoladamente". (RMS nº
33.134/DF).

No âmbito do Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a


Resolução nº 13/2006, que estabelece que as verbas permanentes relativas à
remuneração ou provento decorrente do exercício do magistério estão
excluídas da incidência do teto constitucional.

...

O art. 37, §10, CF/88 estabelece importante regra sobre os proventos de


aposentadoria. Como regra geral, é vedada a acumulação de proventos de
aposentadoria pago pelo regime próprio de previdência social (RPPS) com a
remuneração do cargo em atividade. Suponha, por exemplo, que João se
aposente como Analista Judiciário. Depois de aposentado, ele é aprovado e
toma posse no cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Poderá ele
acumular a aposentadoria com a remuneração do cargo de Auditor? A resposta
é não, nos termos do art. 37, §10, CF/88.

§ 10 - É vedada a percepção simultânea de proventos de


aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

Há 3 (três) exceções à vedação de percepção simultânea de proventos de


aposentadoria do RPPS com a remuneração do cargo em atividade:

a) Cargos acumuláveis: Um Analista Judiciário aposentado não pode


receber os proventos de sua aposentadoria com a remuneração do cargo
de Auditor-Fiscal RFB. No entanto, é possível que um Analista Judiciário
receba os proventos de sua aposentadoria e, além disso, a remuneração
de um cargo público de professor. Isso será possível porque os dois
cargos (Analista Judiciário e professor) são acumuláveis.

b) Cargos eletivos: Um Analista Judiciário aposentado pode receber os


proventos de sua aposentadoria e a remuneração do cargo de Deputado
Federal, para o qual foi eleito.

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c) Cargos em comissão: Suponha que um Delegado da Polícia Federal
se aposente e, após isso, seja nomeado Diretor-Geral da Agência
Brasileira de Inteligência (ABIN). Como trata-se de cargo em comissão,
ele poderá acumular a remuneração do cargo com os proventos de
aposentadoria no cargo de Delegado da Polícia Federal.

(TRT 3a Região – 2015) Servidor público aposentado no


cargo público de engenheiro estadual está em vias de ser
nomeado para o exercício de cargo público em comissão,
privativo de engenheiro, declarado por lei de livre nomeação
e exoneração. Nessa situação, à luz da Constituição Federal,
o servidor poderá exercer o cargo público em comissão e
perceber a respectiva remuneração cumulada com os
proventos da aposentadoria, tendo em vista que a vedação
constitucional à acumulação desses valores não se aplica aos
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

Comentários:

É plenamente possível que uma pessoa acumule os proventos


de aposentadoria do RPPS com a remuneração de cargo em
comissão. É o que está previsto no art. 37, §10, CF/88.
Questão correta.

(TCE / CE – 2015) Servidor público estadual ocupante de


cargo de Procurador do Estado teve sua aposentadoria
concedida em 2014, após completar os requisitos
constitucionais. Atualmente, na inatividade, foi aprovado em
concurso público para emprego de advogado em empresa
pública estadual, tendo tomado posse. De acordo com a
Constituição Federal, é admissível a percepção simultânea da
remuneração do emprego público com os proventos da
aposentadoria anteriormente concedida, tendo o servidor o
direito a uma segunda aposentadoria decorrente da relação de
emprego, ao completar os requisitos constitucionais.

Comentários:

Na situação apresentada, não é possível a percepção


simultânea dos proventos de aposentadoria do RPPS com a
remuneração de cargo público. Isso porque os cargos
mencionados na questão não são acumuláveis. Questão
errada.

(DPE / RO – 2015) Paulo, servidor público estadual, foi


aprovado em outro concurso público, este último organizado
pela União. Ao ser convocado para apresentar os documentos
previstos no edital, visando à posse, teve dúvida se poderia
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acumular os cargos. De acordo com a sistemática
constitucional, é correto afirmar que Paulo pode acumular os
cargos públicos caso haja compatibilidade de horários e um
deles seja de professor e, o outro, técnico ou científico.

Comentários:

Isso mesmo! Se um cargo for de professor e outro for um


cargo técnico ou científico, será possível a acumulação
remunerada. Questão correta.

6.7- Servidores Públicos e Mandato Eletivo:

O art. 38, da Carta Magna traz as regras aplicáveis aos servidores que
estiverem no exercício de mandato eletivo:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e


fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade
de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento,
os valores serão determinados como se no exercício estivesse.

Qualquer que seja o mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor


ficará afastado do seu cargo, emprego ou função (art.38, I). Não importa se
ele está ocupando um cargo no Poder Executivo (Presidente ou Governador)
ou no Poder Legislativo (Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Deputado Distrital). Se ele estiver exercendo mandato eletivo federal,
estadual ou distrital, ocorrerá o afastamento do cargo. Destaque-se que
essa regra de afastamento vale tanto para os servidores ocupantes de cargo
efetivo quanto para os ocupantes de cargo em comissão.

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E qual remuneração será recebida pelo servidor afastado para exercer
mandato eletivo federal, estadual ou distrital?

Essa é uma boa pergunta. Ele receberá a remuneração do mandato eletivo,


obrigatoriamente.

E se o servidor público for investido em mandato eletivo municipal?

Nessa caso, temos regras diferentes. O servidor que for investido no mandato
de Prefeito, será afastado do cargo e poderá optar pela remuneração do
seu cargo ou pela remuneração do mandato eletivo.

Por outro lado, o servidor investido no mandato de Vereador poderá


acumular os dois cargos (mandato eletivo e cargo público), desde que haja
compatibilidade de horários. Receberá, nesse caso, as duas remunerações.
Se não houver compatibilidade de horários, o servidor investido no
mandato de Vereador será afastado do cargo, podendo optar pela
remuneração.

Todas essas regras são sintetizadas a seguir:

Cargo Eletivo Regra


Cargos do Executivo ou Afastamento do cargo efetivo ou em comissão,
do Legislativo Federal, função ou emprego público. A remuneração
Estadual ou Distrital percebida será a do cargo eletivo.
Prefeito Afastamento do cargo efetivo ou em comissão,
função ou emprego público. A remuneração poderá
ser a do cargo eletivo ou a do cargo efetivo ou em
comissão, função ou emprego público, de acordo
com a opção do servidor.
Vereador Poderá, caso haja compatibilidade de horários,
acumular o cargo político com o cargo efetivo ou
em comissão, função ou emprego público. Nesse
caso, receberá as duas remunerações. Caso não
haja compatibilidade, será afastado do cargo
efetivo ou em comissão, função ou emprego
público, podendo optar pela remuneração de
qualquer um deles.

O art. 38, IV, da CF/88 determina, ainda, que nos casos de afastamento do
servidor, seu tempo de exercício no mandato eletivo será contado como
tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento. Para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.

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(DPE / RO – 2015) Renan, servidor público estadual
ocupante do cargo efetivo de Analista Jurídico da Defensoria
Pública de Rondônia, elegeu-se Deputado Estadual. Com base
na Constituição da República, Renan se houver compatibilidade
de horário, poderá acumular ambos os cargos, mas terá que
escolher a remuneração de um deles.

Comentários:

O servidor público investido em mandato eletivo federal,


estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
função. Sua remuneração será a do cargo eletivo. Questão
errada.

6.8- Regime Jurídico dos Servidores Públicos:

O art. 39, da CF/88 estabelece que cada um dos entes federativos deverá
instituir regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração direta, das autarquias e das fundações públicas. No âmbito
federal, o regime jurídico dos servidores públicos é a Lei nº 8.112/90. Diz-se
que os servidores públicos estão submetidos a um regime estatutário.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas.
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
componentes do sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.

Assim, em cada nível federativo, os servidores públicos deverão ter sua vida
funcional disciplinas pelas mesmas regras, contidas em lei. Destaque-se que
essa lei deverá ser de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo.

O art. 39, § 1º, CF/88, determina os aspectos a serem observados quando


da fixação da remuneração dos servidores públicos. São eles:

a) A natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos


componentes de cada carreira;

b) Os requisitos para a investidura;

c) As peculiaridades dos cargos.

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Instituído pela Reforma do Aparelho do Estado, que pretendeu implantar o
modelo Gerencial de Administração Pública no Brasil, esse dispositivo visa a
garantir uma maior remuneração aos cargos de maior complexidade e
responsabilidade, bem como àqueles que exigem maior especialização
como requisito para a investidura. Busca-se, com isso, garantir a isonomia
na remuneração dos servidores públicos, tratando-se desigualmente os
desiguais.

O art. 41, da CF/88 traz regras acerca da estabilidade dos servidores


públicos e sobre hipóteses de perda do cargo.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os


servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional
ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória
a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade.

A estabilidade se aplica aos servidores públicos estatutários ocupantes de


cargos efetivos. Não cabe falar em estabilidade para servidores ocupantes de
cargos em comissão. Para aquisição da estabilidade, são necessários quatro
requisitos:

a) Aprovação em concurso público

b) Nomeação para cargo público efetivo.

c) 3 (três) anos de efetivo exercício do cargo.

d) Avaliação especial de desempenho por comissão instituída para esse


fim (art. 41, § 4º).

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CONCURSO PÚBLICO
ESTABILIDADE

NOMEAÇÃO PARA CARGO PÚBLICO EFETIVO

TRÊS ANOS DE EFETIVO EXERCÍCIO DO CARGO

AVALIAÇÃO ESPECIAL DE DESEMPENHO POR


COMISSÃO INSTITUÍDA PARA ESSE FIM

O servidor estável somente poderá perder o cargo nas hipóteses do art. 41, §
1º e do art. 169, § 3º:

a) Sentença judicial transitada em julgado. Suponha que uma


decisão judicial transitada em julgado condene o servidor por
improbidade administrativa. Uma das consequências será a perda do
cargo público.

b) Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.


Após um processo administrativo regular, o servidor público que cometeu
alguma falta grave poderá ser demitido, perdendo o cargo público.

c) Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma


de lei complementar, assegurada ampla defesa. O servidor também
poderá perder o cargo por insuficiência de desempenho.

d) Excesso de despesa com pessoal (art. 169, § 3º).As despesas com


pessoal estão limitadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº
101/2000). Caso esses limites sejam descumpridos, o Poder
Executivo deverá adotar certas medidas: i) redução em pelo menos 20%
das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; ii)
exoneração de servidores não-estáveis. Se essas medidas não forem
suficientes, o servidor estável pode vir a perder o cargo.

O artigo 41, § 2º trata, ainda, dos institutos da reintegração, recondução,


disponibilidade e aproveitamento, aplicáveis unicamente a servidores estáveis.

A reintegração é forma de provimento que se aplica quando um servidor


estável é demitido e, depois, retorna ao cargo anteriormente ocupado, por
ter sua demissão invalidada por sentença. judicial. Suponha, por exemplo, que
Mário, servidor estável do INSS, é demitido através de processo
administrativo. Após isso, ele ingressa com ação judicial e sobrevém sentença
que invalida a demissão. Mário irá retornar ao seu cargo no INSS: ocorrerá
reintegração.

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Vamos a outra situação...

Mário, servidor estável do INSS, é demitido por meio de processo


administrativo no qual lhe é assegurada ampla defesa. Pedro, servidor do
IBAMA, é aprovado no concurso do INSS e nomeado para o cargo antes
ocupado por Mário. Após ingressar com ação judicial e passados alguns anos,
Mário é reintegrado ao seu cargo no INSS, em virtude de sentença que cancela
sua demissão. E o que acontece com Pedro? Pedro, se estável, será
reconduzido ao seu cargo de origem (o IBAMA).

A recondução é, assim, forma de provimento caracterizado pelo retorno de


servidor estável ao seu cargo de origem em razão de reintegração de
servidor que anteriormente ocupava o cargo18. Destaque-se que não haverá
qualquer indenização a Pedro.

Há 2 (duas) outras possibilidades de se resolver a situação de Pedro. A


reintegração de Mário poderá ensejar: i) o aproveitamento de Pedro em
outro cargo ou; ii) colocação de Pedro em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.

Para fixar nosso entendimento, transcrevo novamente o art. 41, § 2º:

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor


estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço.

O art. 41, § 3º, trata de outra hipótese de disponibilidade de servidor público:

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor


estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional
ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
cargo.

A extinção de cargo público ou declaração de sua desnecessidade


ensejará a colocação do servidor estável em disponibilidade, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. Isso ocorrerá, por exemplo, quando um órgão
público ou mesmo uma entidade da administração indireta for extinta. O
servidor estável ficará em disponibilidade até que seja aproveitado em
outro órgão. Cabe enfatizar que a colocação em disponibilidade é sempre feita
com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

18
Essa é a única hipótese constitucional de recondução. A Lei nº 8.112/90 estabelece que
outra hipótese de recondução é a inabilitação em estágio probatório relativa a outro cargo.
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Reintegração Provimento que ocorre quando o servidor estável
DEMITIDO retorna ao cargo anteriormente ocupado, por
ter sua demissão invalidada por sentença judicial.
Recondução, Se a vaga do reintegrado estiver ocupada por
aproveitamento servidor ESTÁVEL, este será reconduzido ao cargo de
e origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
disponibilidade cargo ou posto em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço
Disponibilidade Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.

(TRT 2a Região – 2015) Invalidada por sentença judicial a


demissão de servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
de origem, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço, além de ser devida indenização equivalente pelo
exercício do cargo do servidor reintegrado.

Comentários:

Não será devida indenização. Questão errada.

(TRE / RR – 2015) Em relação aos servidores públicos, a


Constituição estabelece que, uma vez estáveis, somente
podem perder o cargo em virtude de sentença judicial e de
processo administrativo, assegurada ampla defesa.

Comentários:

O servidor público estável também poderá perder o cargo


mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Questão errada.

6.9 – Estabilidade Extraordinária:

Para maior aprofundamento no tema “estabilidade”, faz-se necessário o estudo


do art. 19 do ADCT da Constituição. Segundo o dispositivo, os servidores
públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na
data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos
continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37,
da Constituição (ou seja, via concurso público!), são considerados estáveis

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no serviço público. Trata-se da chamada estabilidade extraordinária ou
excepcional.

Essa estabilidade é diferente daquela prevista no art. 41 da Carta Magna, a


chamada estabilidade ordinária. Na ordinária, a estabilidade se dá para
servidores investidos em cargos mediante concurso público. Na extraordinária,
garante-se aos servidores o exercício das funções públicas que
desempenhavam quando da promulgação da CF/88. Esses servidores, para
que possam se efetivar, deverão, de qualquer maneira, se submeter a
concurso público.

O concurso público é, afinal, a única forma de investidura em cargo


público de provimento efetivo prevista no ordenamento jurídico brasileiro.
Nesse sentido, entende o STF que são inconstitucionais todas as demais
formas de admissão, investidura em cargos públicos ou inserção em carreira
daqueles servidores estabilizados na forma do art. 19 do ADCT19. Por seu
caráter didático, vale a leitura da lição da Ministra Carmem Lúcia:

A norma do art. 19 do ADCT da Constituição brasileira possibilita o


surgimento das seguintes situações: a) o servidor é estável por
força do art. 19 do ADCT e não ocupa cargo de provimento efetivo;
b) o servidor que se tornou estável nos termos do art. 19 do ADCT
ocupa cargo de provimento efetivo após ter sido aprovado em
concurso público para o provimento deste cargo; c) o servidor
ocupa cargo de provimento efetivo em razão de aprovação em
concurso público e é estável nos termos do art. 41 da CR. O STF já
se manifestou sobre essas hipóteses e, quanto às listadas nos
itens a e b, firmou o entendimento de que, independentemente da
estabilidade, a efetividade no cargo será obtida pela imprescindível
observância do art. 37, II, da CR20.

Também é elucidativa a lição do Ministro Maurício Corrêa:

Efetividade e estabilidade. Não há que confundir efetividade com


estabilidade. Aquela é atributo do cargo, designando o funcionário
desde o instante da nomeação; a estabilidade é aderência, é
integração no serviço público, depois de preenchidas determinadas
condições fixadas em lei, e adquirida pelo decurso de tempo.
Estabilidade: art. 41 da CF e art. 19 do ADCT. A vigente
Constituição estipulou duas modalidades de estabilidade no serviço
público: a primeira, prevista no art. 41 (...). A nomeação em
caráter efetivo constitui-se em condição primordial para a aquisição
da estabilidade, que é conferida ao funcionário público investido em
cargo, para o qual foi nomeado em virtude de concurso público. A
segunda, prevista no art. 19 do ADCT, é um favor constitucional

19
STF, ADI nº 180/RS; RE nº 157214/PA.
∋&
!ADI 114, voto da Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-11-2009, Plenário, DJE de 3-10-
2011.
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conferido àquele servidor admitido sem concurso público há pelo
menos cinco anos da promulgação da Constituição. Preenchidas as
condições insertas no preceito transitório, o servidor é estável, mas
não é efetivo, e possui somente o direito de permanência no
serviço público no cargo em que fora admitido, todavia sem
incorporação na carreira, não tendo direito à progressão funcional
nela, ou a desfrutar de benefícios que sejam privativos de seus
integrantes. O servidor que preenchera as condições exigidas pelo
art. 19 do ADCT-CF/1988 é estável no cargo para o qual fora
contratado pela administração pública, mas não é efetivo. Não é
titular do cargo que ocupa, não integra a carreira e goza apenas de
uma estabilidade especial no serviço público, que não se confunde
com aquela estabilidade regular disciplinada pelo art. 41 da CF.
Não tem direito a efetivação, a não ser que se submeta a concurso
público, quando, aprovado e nomeado, fará jus à contagem do
tempo de serviço prestado no período de estabilidade excepcional,
como título.21

No que se refere à contagem do prazo mínimo de cinco anos de exercício


da função antes da promulgação da CF/88 para a aquisição da estabilidade,
entende o STF que, no caso dos professores, breves intervalos nas
contratações, decorrentes mesmo da natureza do serviço (magistério), não
descaracterizam o direito do servidor.

Também eventuais faltas ao serviço não obstam a aquisição da


estabilidade extraordinária. Para o STF, a assiduidade absoluta não foi erigida
em requisito essencial de estabilidade do art. 19 das Disposições
Transitórias22.

A estabilidade extraordinária não se aplica aos ocupantes de cargos,


funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos que a lei
declare de livre exoneração (demissíveis “ad nutum”), conforme disposição do
§ 2º do art. 19 do ADCT. Também não se aplica aos professores de nível
superior (ou seja, aos docentes das universidades), nos termos da lei (art.
19, § 3º, ADCT).

6.10 – Regime Previdenciário dos Servidores Públicos:

O artigo 40 da CF/88 trata do regime previdenciário aplicável aos


servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações. Esse regime

21
RE 167.635, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-9-1996, Segunda Turma, DJde 7-
2-1997.
22
RE 187.955, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15-10-1999, Primeira
Turma,DJ de 5-11-1999.!
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previdenciário é denominado RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) e
difere do RGPS (Regime Geral de Previdência Social).

Enquanto o RPPS se aplica aos servidores públicos efetivos, o RGPS se


aplica:

a) aos trabalhadores celetistas;

b) aos agentes públicos ocupantes exclusivamente de cargos em


comissão;

c) aos ocupantes de empregos públicos e;

d) aos ocupantes de funções temporárias.

Nesse tópico da aula, iremos tratar do RPPS, que é aplicável aos servidores
públicos titulares de cargos efetivos. Cabe destacar, desde já, que cada um
dos entes federativos irá instituir regime de previdência aplicável a seus
servidores. Entretanto, esses regimes de previdência deverão seguir as
diretrizes estabelecidas pelo art. 40, da Constituição Federal de 1988, que é
norma que vincula toda a Administração Pública, de todas as esferas da
federação.

Que tal lermos, juntos, o “caput” do art. 40?

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial
e o disposto neste artigo.

Depreende-se da leitura do “caput” que o regime tem caráter contributivo e


solidário. É contributivo porque contribuem para o financiamento do sistema
(por meio de tributos) o ente público, os servidores ativos e inativos e os
pensionistas. E é, também, solidário, pois busca minimizar a
desigualdade social e garantir a todos os segurados condições dignas de
vida por meio de tributação daqueles que podem arcar com esse ônus,
inclusive de aposentados e pensionistas.

No art. 40, § 1o, estão previstas as hipóteses de concessão de


aposentadoria pelo regime próprio dos servidores públicos estatutários.
Vamos lê-lo na íntegra?

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que


trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a
partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

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I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao
tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei;
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e
cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez
anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo
efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes
condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição,
se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de
idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.

Existem as seguintes formas de aposentadoria para os servidores públicos


estatutários:

a) Aposentadoria por invalidez permanente: O servidor com


invalidez permanente irá se aposentar com proventos proporcionais
ao tempo de contribuição. Caso a invalidez seja decorrente de acidente
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, a lei definirá a forma de cálculo dos proventos. Em
âmbito federal, a Lei nº 8.112/90 prevê que a aposentadoria por
invalidez decorrente de “acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável” se dará com proventos
integrais.

b) Aposentadoria compulsória: Até a edição da EC nº 88/2015


(conhecida como “PEC da Bengala”), os servidores públicos federais,
estaduais e municipais deveriam se aposentar compulsoriamente aos 70
anos. Chegando aos 70 anos, não havia outra alternativa senão a
aposentadoria compulsória.

Com a EC nº 88/2015, a redação do art. 40, § 1º, II, foi modificada e


passou a prever que os servidores públicos serão aposentados
compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75
(setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar.

Como se vê, trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de


regulamentação para produzir todos os seus efeitos. Até que fosse
editada a mencionada lei complementar, os servidores públicos
continuariam se aposentando compulsoriamente aos 70 anos de idade.

Todavia, a lei regulamentadora já foi editada. É a Lei Complementar nº


152/2015, aplicável aos servidores públicos de todas as esferas
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federativas, bem como aos membros do Poder Judiciário, Ministério
Público, Defensorias Públicas e Tribunais de Contas. Assim, hoje, a
aposentadoria compulsória de servidores públicos já se dá aos 75
(setenta e cinco) anos.

A EC nº 88/2015 também inseriu um dispositivo no Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), o qual
trata da aposentadoria compulsória dos Ministros do STF,
Ministros dos Tribunais Superiores e Ministros do TCU.

Segundo o art. 100, ADCT, enquanto não entrar em vigor


a lei complementar mencionada no art. 40, , § 1º, II, os
Ministros do STF, Ministros dos Tribunais Superiores e
Ministros do TCU irão se aposentar compulsoriamente
aos 75 (setenta e cinco) anos de idade. Trata-se de regra
de aplicação automática, independente de edição de
qualquer norma regulamentadora.

É relevante destacar que o art. 100, ADCT, estabelece que a


aposentadoria compulsória desses Ministros deve ser
realizada “nas condições do artigo 52, da Constituição
Federal”. Essa regra foi interpretada no sentido de que os
Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e do TCU, caso
desejem se aposentar após os 70 (setenta) anos, devem se
submeter a uma nova sabatina pelo Senado Federal.

No âmbito da ADI nº 5316, que questiona a


constitucionalidade da Emenda Constitucional nº 88/2015, o
STF decidiu que “a exigência de nova sabatina para
permanência de ministros no cargo viola o princípio da
separação dos Poderes, cláusula pétrea da Constituição
Federal, e compromete a independência e a liberdade dos
magistrados, que não podem ter sua atuação avaliada por
outro Poder, depois de anos de investidura no cargo”. Assim,
em medida cautelar na ADI nº 5316, o STF suspendeu os
efeitos da expressão “nas condições do artigo 52 da
Constituição Federal”, que consta da redação da EC nº
88/2015.

c) Aposentadoria voluntária: O servidor poderá se aposentar


voluntariamente. Mas para isso deverá possuir tempo mínimo de 10
(dez) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos
de exercício no cargo efetivo e, ainda, cumprir os seguintes
requisitos:

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- 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, se homem, e 55 anos de
idade e 30 anos de contribuição, se mulher, com proventos calculados
com base nas contribuições do servidor, atualizadas 23; ou

- 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com


proventos proporcionais ao tempo de contribuição.24

Vale destacar que, os requisitos de idade e tempo de contribuição


serão reduzidos em 5 (cinco) anos para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio. (art. 60, § 5º).

Segundo o STF, essa “aposentadoria especial” deve ser concedida aos


professores ainda que esses não desenvolvam a atividade de
magistério exclusivamente em sala de aula. Assim, o tempo de
atividade como diretor ou coordenador pedagógico também é computado
para fins de aposentadoria especial do professor.

Vale a pena observar que a lei não poderá estabelecer qualquer forma de
contagem de tempo de contribuição fictício (art. 40, § 10).

Aposentadoria Com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, em todos


por invalidez os casos, EXCETO quando a invalidez decorrer de acidente em
permanente serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, NA FORMA DA LEI

Aposentadoria Aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos


compulsória de idade, na forma de lei complementar;

Voluntária, 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, se homem;


após o tempo
mínimo de dez 55 anos de idade e 30 anos de contribuição, se mulher;
anos de efetivo
! Proventos calculados com base nas contribuições do
exercício no servidor, atualizadas!
serviço público ! Professor ou professora que comprove exclusivamente
e cinco anos no tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
cargo efetivo educação infantil e no ensino fundamental e médio: tempo

∋(
!O art. 1º, da Lei nº 10.887/2004, ao regulamentar esse dispositivo, prevê que , no
cálculo dos proventos de aposentadoria, será considerada a média aritmética
simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do
servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80%
(oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência julho de
1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência.
24
Na aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, sobre o
valor obtido nos termos do art. 1º, da Lei nº 10.887/2004, há a aplicação de fração
que tem no numerador o tempo de contribuição efetivo e no denominador o tempo de
contribuição total exigido. Por exemplo, se um homem contribui 20 anos para o RPPS,
deverá ser multiplicada a fração 20/35 pelo valor obtido nos termos do art. 1º, da Lei
nº 10.887/2004.
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em que se dará de contribuição e idade reduzidos em cinco anos (CF, art.
a 40, § 5º)!
aposentadoria 65 anos de idade, se homem;

! 60 anos de idade, se mulher;

! Proventos proporcionais ao tempo de contribuição!

O art. 40, § 2º, CF/88 reza que os proventos de aposentadoria e as pensões,


por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do
respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou
que serviu de referência para a concessão da pensão. Note que essa vedação
se restringe aos cargos efetivos. As regras previdenciárias para os
comissionados são diferentes, estando estes submetidos ao regime geral de
previdência social.

Por sua vez, o art. 40, § 3º, determina que para o cálculo dos proventos de
aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as
remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor
aos regimes de previdência próprios dos servidores titulares de cargo efetivo e
o art. 201, na forma da lei.

Esse dispositivo foi inserido pela EC nº 41/2003, que eliminou a


aposentadoria com proventos integrais (salvo no caso de invalidez
permanente que decorra de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável) para os servidores que ingressarem no
serviço público após a sua promulgação. Assim, para os servidores que
ingressaram no serviço público após a EC nº 41/2003, não cabe mais falar
em aposentadoria com proventos integrais; para eles, o valor da
aposentadoria será baseado na média das remunerações sobre as quais o
servidor contribuiu.25 Os valores dessas remunerações, de acordo com o § 17
do mesmo artigo, serão devidamente atualizados, na forma da lei.

Mesmo com o fim da aposentadoria com proventos integrais, continua válida a


regra segundo a qual os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião
de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor,
no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência
para a concessão da pensão.

O art. 40, § 4º, da Carta Magna veda a adoção de requisitos e critérios


diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime
próprio dos servidores titulares de cargo efetivo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores portadores de
deficiência; que exerçam atividades de risco e cujas atividades sejam
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.

25
O cálculo exato se dá pela aplicação da regra do art. 1º, da Lei nº 10.887/2004.
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Assim, nessas três situações (servidores portadores de deficiência,
servidores que exerçam atividades de risco e servidores cujas atividades sejam
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física) admite-se a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadoria aos servidores abrangidos pelo RPPS. Esses
requisitos e critérios diferenciados devem ser regulados, todavia, por lei
complementar, a qual ainda não foi editada pelo Congresso Nacional.

Tendo em vista a omissão do Congresso Nacional, foram muitos os mandados


de injunção impetrados no STF, nos quais servidores públicos, por exercerem
atividades sob condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física,
pleitearam a concessão de aposentadoria especial. O STF, em inúmeros
julgados, decidiu que, para viabilizar o exercício do direito, a autoridade
administrativa responsável pela concessão de aposentadoria deveria, por
analogia, aplicar o art. 57, da Lei nº 8.213/91 (Regime Geral de Previdência
Social), que trata da aposentadoria especial.

Como os casos eram reiterados, o STF formulou a Súmula Vinculante nº 33,


cujo enunciado deve cair bastante nos próximos concursos:

“Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime


geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que
trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição
de lei complementar específica.”

Em outras palavras, enquanto não for editada lei complementar versando


sobre concessão de aposentadoria especial a servidores públicos, a
Administração deverá aplicar, por analogia, as regras do RGPS acerca da
aposentadoria especial.

O art. 40, § 7º, CF/88, trata da concessão do benefício de pensão por morte:

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por


morte, que será igual:
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por
cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data
do óbito; ou
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo
efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do
óbito.

A pergunta é a seguinte: qual o valor do benefício de pensão por morte?

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Depende. Se o servidor que faleceu já estivesse aposentado, o valor da
pensão por morte será a totalidade dos proventos do servidor falecido, até o
teto estabelecido para os benefícios do RGPS, acrescido de 70% da parcela
excedente a esse limite. Se o servidor que faleceu estivesse em atividade,
o valor da pensão por morte será a totalidade da remuneração do servidor no
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite estabelecido para os
benefícios do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a esse limite.

SERVIDOR • T OTALIDADE DOS PROVENTOS DO SERVIDOR


APOSENTADO FALECIDO, ATÉ O TETO ESTABELECIDO PARA OS
QUANDO DO BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL, ACRESCIDO DE 70%
ÓBITO DA PARCELA EXCEDENTE A ESSE LIMITE

SERVIDOR EM • T OTALIDADE DA REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR


ATIVIDADE FALECIDO, ATÉ O TETO ESTABELECIDO PARA OS
QUANDO DO BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL, ACRESCIDO DE 70%
ÓBITO DA PARCELA EXCEDENTE A ESSE LIMITE

O art. 40, §§ 8º, CF/88 garante o reajustamento dos benefícios


(aposentadoria e pensão por morte) para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. A Lei
8.213/91 dispõe sobre esse reajuste.

Sobre os proventos de aposentadoria e pensões concedidos pelo RPPS (Regime


Próprio de Previdência Social) que excederem o limite máximo
estabelecido pelo RGPS (Regime Geral de Previdência Social), haverá a
incidência de contribuição previdenciária (art. 40, §18). Em outras
palavras, até o teto do RGPS, não há incidência de contribuição previdenciária;
ultrapassado esse valor, haverá incidência da contribuição.

Quando o beneficiário de aposentadoria ou pensão for portador de doença


incapacitante, a contribuição previdenciária incidirá somente sobre as
parcelas dos proventos de aposentadoria e pensão que superem o dobro do
limite máximo estabelecido para o RGPS (art. 40, § 21).

Também é relevante comentar sobre a adoção de regime de previdência


complementar, que é facultativa para cada ente federativo. Destaque-se
que o regime de previdência complementar é instituído por lei de iniciativa
privativa do Chefe do Poder Executivo. No âmbito federal, a Lei nº
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12.618/2012 instituiu o regime de previdência complementar dos
servidores públicos federais.

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde


que instituam regime de previdência complementar para os seus
respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para
o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber,
por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar,
de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes
planos de benefícios somente na modalidade de contribuição
definida.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar.

O §14 estabelece que os entes federativos que instituam regime de


previdência complementar poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
pensões, o limite máximo do RGPS. O §16 garante que a adesão ao regime
de previdência complementar será facultativa para os servidores que tenham
ingressado no serviço público antes da instituição do regime.

Existe, ainda, o chamado abono de permanência, regulado pelo art. 40, §19.
Esse benefício será concedido aos servidores que tenham cumprido os
requisitos para aposentadoria voluntária e optado por permanecer em
atividade. O abono de permanência é equivalente ao valor da sua
contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria
compulsória (setenta anos de idade).

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as


exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III,
“a”, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono
de permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária até completar as exigências para aposentadoria
compulsória contidas no § 1º, II.

Por fim, o art. 40, § 20, da CF/88, veda a existência de mais de um


regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada
ente estatal. Essa regra visa a evitar a criação de regimes próprios
favorecidos para determinados cargos, garantindo a isonomia.

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(UEG – 2015) A aposentadoria por invalidez, em regra, será
proporcional, mas, quando decorrente de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
na forma da lei, será integral.

Comentários:

Em âmbito federal, a Lei nº 8.112/90 prevê que a


aposentadoria por invalidez decorrente de “acidente em
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável” se dará com proventos integrais. Questão correta.

(UEG – 2015) É assegurado, aos servidores públicos titulares


de cargos efetivos e em comissão, regime próprio de
previdência social, de caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição social dos servidores ativos e inativos.

Comentários:

Os servidores públicas ocupantes, exclusivamente, de cargos


em comissão não se sujeitam ao RPPS, mas sim ao RGPS.
Questão errada.

7- Administração Tributária:

O artigo 37, XVIII, da Constituição, estabelece que a administração


fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei.

Esse artigo ressalta a importância da Administração Tributária e de seus


servidores para o Estado brasileiro, por serem eles os responsáveis pela
arrecadação de recursos indispensáveis à sua manutenção. No inciso XXII são
assegurados, inclusive, recursos prioritários para a Administração
tributária, podendo ser assegurados até mesmo por vinculação de receitas de
impostos:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma
da lei ou convênio.

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(TJ / SP – 2015) A Administração fazendária e os servidores
que exercerem o controle interno terão, dentro de suas áreas
de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei.

Comentários:

Os servidores que exercem o controle interno não têm a


prerrogativa de precedência sobre os demais setores
administrativos. Essa prerrogativa é somente das
Administrações Tributárias. Questão errada.

8- Contrato de Gestão:

O contrato de gestão, também denominado acordo-programa, foi uma das


inovações trazida pela EC nº 19/98, que buscou implementar no Brasil a
denominada administração gerencial. Está intimamente relacionado ao
princípio da eficiência na Administração Pública.

O contrato de gestão é um ajuste firmado entre órgãos da Administração


direta, entre um órgão e entidade da Administração indireta ou entre
um órgão e entidade paraestatal, qualificada como organização social. Por
meio do contrato de gestão, o Poder Público fixa metas de desempenho
para o órgão ou entidade com quem foi celebrado o ajuste.

Vejamos, agora, o que dispõe o art. 37, § 8º, CF/88 sobre o contrato de
gestão:

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e


entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

Os objetivos do contrato de gestão variam, conforme se trate de pacto


firmado no âmbito da Administração ou entre a Administração e as
entidades paraestatais (organizações sociais).

No primeiro caso, objetiva-se aumentar a autonomia gerencial, operacional


e financeira do órgão ou entidade da Administração, de modo a permitir-lhe
atingir as metas estabelecidas no acordo. Cabe destacar que as autarquias ou
fundações públicas que celebrarem contrato de gestão com o Poder Público
serão qualificadas como agências executivas, cumpridos os requisitos legais.
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No segundo caso, o efeito é contrário: visa-se aumentar o controle sobre as
entidades paraestatais, que passam a obedecer a algumas regras de regime
jurídico público. Assim, restringe-se a autonomia da entidade privada. Por
meio do contrato de gestão celebrado com entidades paraestatais, o Poder
Público transfere a prestação de determinados serviços públicos, não
exclusivos de Estado.

A doutrina faz algumas críticas ao instituto do acordo-programa. A principal


delas se refere à impossibilidade de celebração de contrato pela Administração
Direta com seus próprios órgãos, por serem estes desprovidos de
personalidade jurídica. Outra crítica importante é que o contrato não é lei e,
portanto não seria instrumento hábil para ampliar a autonomia financeira e
orçamentária dos órgãos ou entidades que o firmarem.

9- Obrigatoriedade de Licitação:

A Constituição, como forma de proteger os princípios da legalidade,


impessoalidade, moralidade e probidade, determinou a obrigatoriedade de
licitação. Trata-se de procedimento formal, disciplinado em lei, de
observância obrigatória para as aquisições do Poder Público (obras,
serviços, compras). O art. 37, XXI, da Constituição Federal, determina que:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,


serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.

A obrigatoriedade da licitação, decorrente do princípio da indisponibilidade


do interesse público, visa garantir à Administração a proposta mais
vantajosa, possibilitando que todos ofereçam seus bens e serviços aos órgãos
estatais. Busca-se, com isso, impedir conluios entre agentes públicos e
terceiros, que acarretam negócios desfavoráveis para a Administração, ou,
ainda, favoritismos ou perseguições, que não se coadunam com o princípio da
igualdade. Destaca-se, porém, que a Carta Magna permite que alguns casos
excepcionais sofram ressalva na legislação. Como se trata de situações
excepcionais, as hipóteses em que a licitação é afastada compõem um rol
taxativo na legislação, em respeito ao caráter finalístico da norma
constitucional.

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10- Improbidade Administrativa:

Os atos de improbidade administrativa possuem natureza civil e são


tipificados em lei federal (Lei no 8.429/92). Caracterizam-se por ferirem,
direta ou indiretamente, os princípios da administração pública, por uma
conduta imoral do agente público, que visa ou obter vantagens materiais
indevidas ou gerar prejuízos ao patrimônio público. Vejamos o que determina a
Carta da República, no art. 37:

§ 4o Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão


dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Os atos de improbidade administrativa podem ser de três tipos: i) atos


que importam enriquecimento ilícito; ii) atos que causam prejuízo ao
Erário e; iii) atos que atentam contra os princípios da Administração
Pública. As sanções a eles aplicáveis são determinadas pela Lei 8.429/92.

No que se refere a esse tema, a cobrança mais comum é o tipo de penalidade


a eles aplicável:

SUSPENSÃO DOS
DIREITOS POLÍTICOS

PERDA DA FUNÇÃO
PÚBLICA
SANÇÕES À
IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
INDISPONIBILIDADE
DOS BENS

RESSARCIMENTO AO
ERÁRIO

(TRE / RR – 2015) Nos termos da Constituição Federal, os


atos de improbidade administrativa sujeitam o agente
ímprobo às sanções de perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos, perda dos valores indevidamente

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acrescidos a seu patrimônio e multa civil.

Comentários:

A CF/88 não prevê multa civil como sanção à improbidade


administrativa. Questão errada.

11- Responsabilidade Civil do Estado:

A responsabilidade do Estado é extracontratual e de natureza civil. É


extracontratual porque não tem amparo em um contrato; é civil porque
consiste em uma obrigação de indenizar por um dano causado.

A responsabilidade civil do Estado é objetiva, o que quer dizer que este terá a
obrigação de indenizar os danos que seus agentes, atuando nessa qualidade,
produzirem independentemente de terem agido com dolo ou culpa. É
exatamente isso o que dispõe o art. 37, § 6º, CF/88:

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.

A regra da responsabilidade civil objetiva é bastante abrangente,


alcançando:

a) as pessoas jurídicas de direito público (órgãos públicos,


autarquias e fundações de direito público).

b) as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços


públicos (como exemplo, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista prestadoras de serviço público). Observe que a
responsabilidade civil objetiva não alcança as empresas públicas e
sociedades de economia mista que exploram atividades econômicas.

c) as pessoas jurídicas de direito privado que não integram a


Administração Pública, mas que prestam serviços públicos. É o
caso das concessionárias e permissionárias de serviços públicos.

Adota-se, no Brasil, a chamada teoria do risco administrativo. As pessoas


jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviços públicos terão a obrigação de reparar os danos que seus
agentes, atuando nessa qualidade, produzirem a terceiros,
independentemente de dolo ou culpa.

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A responsabilidade civil objetiva da Administração alcança os danos produzidos
a terceiros usuários e não usuários do serviço público. Sobre o tema, já
decidiu o STF o seguinte:

“A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado


prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros
usuários, e não usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da
CF”. 26

O princípio da responsabilidade objetiva não tem caráter absoluto, podendo


haver atenuação ou até mesmo exclusão da responsabilidade civil do Estado
em algumas situações.

Segundo a teoria do risco administrativo, a obrigação do Estado de indenizar


estará afastada diante de excludentes de responsabilidade, quais sejam: i)
culpa exclusiva da vítima; ii) caso fortuito ou força maior e; iii) fato
exclusivo de terceiros. Cabe destacar que, quando a culpa da vítima for
concorrente com a do agente público, a responsabilidade do Estado será
mitigada, repartindo-se o “quantum” da indenização.

É relevante assinalar que o art. 37, § 6º, faz menção ao “direito de


regresso” do Estado. O direito de regresso é exercido pela Administração
Pública mediante ação judicial (denominada ação regressiva) contra o agente
público que deu causa ao dano, caso este tenha agido com dolo ou culpa.

Suponha, por exemplo, que um motorista de ônibus de passageiros


(funcionário de uma concessionária de serviço público) esteja trafegando em
velocidade superior à máxima permitida para a via. Em razão disso, ocorre um
acidente e o ônibus colide com 2 (dois) automóveis, causando-lhes grandes
prejuízos. A empresa de transporte (concessionária de serviço público) terá
que indenizar os particulares em virtude da responsabilidade civil objetiva do
Estado. Todavia, caberá ação regressiva contra o motorista, em razão de
este ter agido com imprudência (ou seja, ter tido culpa).

Como regra geral, o Estado não pode ser responsabilizado em virtude de


atos judiciais. Entretanto, há uma exceção: o Estado deverá indenizar o
condenado por erro judiciário, assim como aquele que ficar preso além do
tempo fixado na sentença (art. 5º, LXXV). Observe que a responsabilização do
Estado em virtude de erro judiciário se restringe à esfera penal.

(Instituto Rio Branco – 2015) A regra da responsabilidade


civil objetiva aplica-se indistintamente à administração direta e
às entidades que compõem a administração indireta da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Comentários:

∋+
!RE 591.874. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Julgamento: 26.08.2009.!
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A regra da responsabilidade civil objetiva não alcança as
empresas públicas e sociedades de economia mista que
exploram atividade econômica. Questão errada.

(TJDFT – 2015) Caso ônibus de empresa privada


concessionária de serviço público de transporte atropele
alguém, a responsabilização da empresa será subjetiva pelo
fato de a vítima não estar na condição de usuária do serviço
público no momento do acidente.

Comentários:

A responsabilidade das concessionárias de serviço público é


objetiva, seja em relação aos usuários ou aos não-usuários do
serviço público. Questão errada.

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Questões Comentadas

1. (VUNESP / CGM-SP – 2015) A empresa de direito privado “X” foi


regularmente contratada pelo Município para prestar determinado
serviço público. Durante a execução do serviço, a empresa “X”, por
uma ação do seu funcionário, veio a causar prejuízo financeiro à
empresa “Y”, não usuária do referido serviço. Nessa situação, segundo
o disposto na Constituição Federal e o entendimento do STF, a respeito
da eventual responsabilidade da empresa “X”, é correto afirmar que

a) não responde diretamente pelo prejuízo causado, vez que essa


responsabilidade é do Município que a contratou.

b) responde por responsabilidade objetiva, mesmo a empresa “Y” não sendo


usuária do serviço.

c) responde por responsabilidade subjetiva, tendo em vista que a prejudicada


não é usuária do serviço.

d) tem responsabilidade subsidiária e o Município contratante responsabilidade


objetiva.

e) tem responsabilidade subjetiva e solidária com o Município contratante.

Comentários:

A questão é baseada no art. 37, § 6º, CF/88, que dispõe o seguinte:

Art. 37 (...)

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Sobre o tema, já decidiu o STF que:

“A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras


de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários, e não
usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da CF”.

O gabarito, portanto, é a letra B.

2. (VUNESP / TJ-SP – 2014) O artigo 37, caput, da Constituição


Federal, dentre outros, estabelece como princípio da Administração
Pública a moralidade. Com lastro em tal princípio, é possível o
reconhecimento da invalidade de um ato formalmente aperfeiçoado de
acordo com a lei, mas comprovadamente ofensivo à moralidade
administrativa. O raciocínio ora exposto está:
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a) parcialmente correto, na medida em que a anulação só ocorrerá se
caracterizado efetivo prejuízo financeiro ao erário.

b) totalmente correto.

c) totalmente incorreto, visto ser impossível a anulação de ato produzido


formalmente de acordo com a lei.

d) parcialmente correto, na medida em que o princípio da moralidade


administrativa depende de lei complementar para sua aplicação, a ser
elaborada.

Comentários:

Não basta que o administrador público atue conforme a lei; ele deve, para
além disso, agir segundo os princípios da probidade e da boa fé, em respeito à
moralidade administrativa. Dessa forma, um ato administrativo que esteja
de acordo com a lei, mas que seja ofensivo à moralidade administrativa,
poderá ser anulado. O gabarito é a letra B.

3. (VUNESP/TJ SP – 2013) São princípios constitucionais expressos


voltados à administração pública direta e indireta:

a) celeridade e transparência.

b) isonomia e pessoalidade.

c) legalidade e imparcialidade.

d) moralidade e proporcionalidade.

e) legalidade e eficiência.

Comentários:

A questão cobra o conhecimento do “caput” do art. 37, segundo o qual “a


administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. O gabarito é
a letra E.

4. (VUNESP/PC SP – 2014) Prevê o art. 37 da Constituição Federal,


de forma expressa, que a administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e:

a) razoabilidade.

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b) eficiência.

c) proporcionalidade.

d) unidade.

e) economicidade.

Comentários:

Novamente, cobra-se o conhecimento dos princípios expressos da


administração pública previstos no “caput” do art. 37 da Constituição:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O gabarito é a
letra B.

5. (VUNESP / PC-CE – 2015) É vedada a acumulação remunerada de


cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, a
de:

a) dois cargos científicos com outro de professor.

b) um cargo de professor com outro técnico ou científico.

c) dois cargos técnicos com outro de professor.

d) dois cargos de professor com outro técnico, em autarquias ou fundações.

e) um cargo técnico com outro científico.

Comentários:

É possível a acumulação remunerada de um cargo de professor com outro


técnico ou científico, desde que haja compatibilidade de horários. A resposta
é a letra B.

6. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Paulo já era titular de cargo efetivo de


professor na rede estadual de ensino quando foi aprovado em
concurso público, para outro cargo de professor, em uma autarquia
federal. Tendo em vista o que estabelece a Constituição Federal acerca
da vedação de acumulação remunerada de cargos públicos, Paulo:

a) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja expressa


concordância dos órgãos públicos envolvidos aos quais estará vinculado.

b) pode acumular os dois cargos de professor, desde que observe jornada de


trabalho não superior a quatro horas diárias em cada órgão público a que
estará vinculado.

c) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja compatibilidade

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de horários.

d) não pode acumular os dois cargos de professor.

e) pode acumular os dois cargos de professor, independentemente de haver


compatibilidade de horários, uma vez que a proibição de acumular não se
estende a autarquias.

Comentários:

É possível a acumulação de dois cargos de professor, desde que haja


compatibilidade de horários. A resposta é a letra C.

7. (VUNESP/TJ SP – 2014) Com relação às disposições gerais


atinentes à Administração Pública, sob o enfoque da Constituição
Federal, pode-se afirmar corretamente que:

a) é possível, na forma da lei, a vinculação ou equiparação de quaisquer


espécies remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do serviço
público.

b) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável


sempre que necessário, no máximo duas vezes, na forma da lei.

c) a investidura em cargo ou emprego público sempre depende de aprovação


prévia em concurso público exclusivamente de provas, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

d) o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica.

Comentários:

A letra A está errada. A Constituição veda, em seu art. 37, XIII, a vinculação
ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.

A letra B está errada. O prazo de validade do concurso público será de até dois
anos, prorrogável uma vez, por igual período (art. 37, III, CF).

A letra C está incorreta. A investidura em cargo ou emprego público depende


de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Para os cargos em
comissão, não há necessidade, portanto, de prévia aprovação em concurso.

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A letra D está correta. É o que determina o inciso VII do art. 37 da
Constituição.

O gabarito é a letra D.

8. (VUNESP / TJ-PA – 2014) De acordo com a Constituição Federal,


desde que haja compatibilidade de horários, é permitida a acumulação
de dois cargos públicos da mesma categoria para

a) enfermeiros e professores.

b) médicos e policiais.

c) professores e juízes.

d) juízes e promotores.

e) policiais e professores

Comentários:

É possível a acumulação remunerada de 2 (dois) cargos de professores e,


também, de 2 (cargos) privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas. A resposta é a letra A.

9. (VUNESP / TJ-PA – 2014) Para fins de aposentadoria, segundo a


Constituição Federal, são exemplos de cargos públicos regidos pelo
regime geral da previdência social:

a) de provimento efetivo.

b) em comissão.

c) de carreira.

d) estatutários.

e) do Poder Judiciário.

Comentários:

Os servidores ocupantes de cargo público de provimento efetivo são regidos


pelo RPPS (Regime Próprio de Previdência Social). Por sua vez, os ocupantes
de empregos públicos, cargos em comissão e de funções temporárias
são regidos pelo RGPS (Regime Geral de Previdência Social). A resposta é a
letra B.

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10. (VUNESP / PM-SP – 2014) A Constituição Federal determina que
os servidores titulares de cargos efetivos abrangidos pelo regime da
previdência serão aposentados

a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais


ao tempo de contribuição.

b) compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos integrais.

c) voluntariamente, aos sessenta e cinco anos de idade, se homem; e sessenta


anos de idade, se mulher, com proventos integrais.

d) voluntariamente, aos sessenta anos de idade e trinta de contribuição, se


homem; e cinquenta e cinco anos de idade e vinte e cinco de contribuição, se
mulher.

e) por invalidez permanente decorrente de acidente em serviço, com proventos


proporcionais ao tempo de contribuição.

Comentários:

Letra A: correta. A aposentadoria compulsória se dá aos 70 anos, com


proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Letra B: errada. Não cabe falar em proventos integrais para a aposentadoria


de servidor público.

Letra C e D: erradas. A aposentadoria voluntária se dá aos 60 anos de idade


e 35 de contribuição, se homem; e 55 anos de idade e 30 de
contribuição, se mulher. Não cabe falar em aposentadoria com proventos
integrais. Os proventos são calculados com base nas contribuições do servidor,
atualizadas.

Letra E: errada. A aposentadoria por invalidez decorrente de acidente em


serviço não se dá com proventos proporcionais, mas sim com proventos
calculados com base nas contribuições do servidor, atualizadas.

O gabarito é a letra A.

11. (VUNESP / CETESB – 2013) Baldur Teseu, funcionário estável da


Administração Pública estadual, foi eleito para exercer o cargo de
Vereador Municipal. Considerando o disposto na Constituição Federal,
é correto afirmar que, investido no mandato de Vereador, Baldur:

a) será obrigado a afastar-se do seu cargo público para exercer a vereança e


não poderá optar pela remuneração.

b) será afastado do cargo, mesmo havendo compatibilidade de horários,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
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c) não poderá acumular os cargos, em virtude de proibição expressa da
Constituição, mesmo que haja compatibilidade de horários.

d) terá que pedir demissão do cargo que ocupa na Administração para assumir
a vereança.

e) perceberá as vantagens de seu cargo, havendo compatibilidade de horários,


sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.

Comentários:

O servidor público investido no mandato de Vereador poderá acumular os


dois cargos, desde que haja compatibilidade de horários. Se for o caso,
ele perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
cargo eletivo. A resposta, portanto, é a letra E.

12. (VUNESP / PC-SP – 2013) Considerando o disposto na


Constituição Federal, é correto afirmar que o servidor público nomeado
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
adquire estabilidade

a) após dois anos contados da sua nomeação para o cargo e mediante a


avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

b) após três anos de efetivo exercício no cargo e mediante a avaliação técnica


da sua chefia imediata que deverá ser ratificada pelo Secretário de Estado da
respectiva Pasta.

c) após dois anos de efetivo exercício no cargo e mediante a avaliação especial


de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

d) após três anos contados da sua nomeação para o cargo e mediante a


avaliação técnica da sua chefia imediata que deverá ser ratificada pelo
Governador do Estado.

e) após três anos de efetivo exercício no cargo e mediante a avaliação especial


de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Comentários:

Segundo o art. 41, CF/88, são estáveis após 3 (três) anos de efetivo
exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público. A estabilidade depende, ainda, de avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. A
resposta é a letra E.

13. (VUNESP / PC-SP – 2013) Considerando o disposto na Carta


Magna brasileira, é correto afirmar sobre a estabilidade do servidor
público:
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a) o servidor público estável somente poderá perder o cargo por sentença
judicial.

b) extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável não


poderá ser colocado em disponibilidade.

c) como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação


especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

d) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, ele não


poderá ser reintegrado se o seu cargo já estiver ocupado.

e) os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de


concurso público são estáveis após três anos, contados da sua nomeação.

Comentários:

Letra A: errada. O servidor público estável poderá perder o cargo em


diversas situações: i) em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
ii) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa; e iii) mediante avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

Letra B: errada. Uma vez que seja extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo (art. 41, § 3º).

Letra C: correta. A aquisição de estabilidade depende de avaliação especial


de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Letra D: errada. Sendo invalidada por sentença judicial a demissão se servidor


estável, ele será reintegrado. O eventual ocupante do cargo, se estável, será
reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço (art. 41, §
2º).

Letra E: errada. A estabilidade se dá após 3 (três) anos de efetivo exercício.


Não se pode dizer, portanto, que esse período começa a contar da data da
nomeação. O termo inicial é a entrada em exercício.

O gabarito é a letra C.

14. (VUNESP / TJ-SP – 2013) Os servidores titulares de cargos


efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
serão aposentados voluntariamente, desde que cumprido tempo
mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e de cinco
anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições, conforme estabelecido na Constituição Federal:
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a) setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.

b) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem.

c) sessenta e cinco anos de idade, se homem, com proventos proporcionais ao


tempo de serviço.

d) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se mulher.

e) sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo


de serviço.

Comentários:

A questão pergunta acerca da aposentadoria voluntária. Quais requisitos


precisam ser cumpridos?

A aposentadoria voluntária se dará com 60 anos de idade e 35 de


contribuição, se homem; e 55 anos de idade e 30 de contribuição, se
mulher. Além disso, são necessários 10 anos de efetivo exercício no serviço
público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. A resposta
é a letra B.

15. (VUNESP/MPE ES – 2013) A Constituição Federal veda a adoção


de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime próprio de previdência dos
servidores públicos, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos, entre outros, de servidores:

a) que exerçam o magistério na educação básica e no ensino superior.

b) da administração fazendária e seus servidores fiscais.

c) de carreira do Estado.

d) pertencentes aos quadros do Ministério Público e da Magistratura.

e) portadores de deficiência.

Comentários:

A CF/88 (art. 40, § 4º) veda a adoção de requisitos e critérios


diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo
regime próprio de previdência dos servidores públicos, ressalvados, nos
termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

- portadores de deficiência;

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- que exerçam atividades de risco;

- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a


saúde ou a integridade física.

A letra E é o gabarito da questão.

16. (VUNESP/TJ SP – 2013) Sobre os cargos e funções públicas, é


possível afirmar que a Constituição Federal:

a) impõe à administração pública indireta as mesmas regras proibitivas sobre a


acumulação remunerada de cargos públicos voltadas à administração pública
direta.

b) veda a definição de critérios de admissão de pessoas portadoras de


deficiência a cargos e empregos públicos.

c) condiciona a nomeação em cargos em comissão à aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos.

d) restringe o exercício das funções de confiança exclusivamente aos


servidores ocupantes de cargo efetivo com atribuições de natureza gerencial,
orçamentária e financeira.

e) permite a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos


profissionais de saúde, ainda que a profissão não esteja regulamentada.

Comentários:

A letra A está correta. Segundo o art. 37, XVII, “a proibição de acumular


estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder publico”.

A letra B está errada. Segundo o art. 37, VIII, “a lei reservará percentual dos
cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão”.

A letra C está errada. No caso de nomeação para cargos em comissão, não se


exige aprovação em concurso público (art. 37, II, CF).

A letra D está errada. A CF/88 restringe o exercício das funções de confiança


exclusivamente aos servidores de cargo efetivo (art. 37, V, CF). Mas não há
necessidade de que esses servidores ocupem cargos com atribuições de
natureza gerencial, orçamentária e financeira.

A letra E está errada. Para que seja permitida a acumulação, é necessário que
essas profissões sejam regulamentadas (art. 37, XVI, “c”, CF).

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O gabarito é a letra A.

17. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Os servidores nomeados para cargo de


provimento efetivo, em virtude de concurso público, adquirem
estabilidade após

a) 03 (três) anos de efetivo exercício.

b) 03 (três) anos da data da sua nomeação no Diário Oficial.

c) 02 (dois) anos da data da nomeação no Diário Oficial.

d) 02 (dois) anos da data da posse.

e) 02 (dois) anos de efetivo exercício.

Comentários:

Essa era uma questão bastante simples! A aquisição de estabilidade depende


de 3 anos de efetivo exercício e de avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade. A resposta é a letra A.

18. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Tércio Romano é empregado na área


administrativa de uma sociedade de economia mista e foi convidado
para ser assessor de um Vereador do Município onde é domiciliado.
Tércio tem dúvida se pode, legalmente, aceitar a indicação para este
cargo em comissão remunerado.

Nessa situação, com base no que dispõe a Constituição Federal sobre a


acumulação de cargos públicos, é correto afirmar que Tércio

a) está autorizado a acumular o cargo público com o emprego, uma vez que,
em ambos, Tércio exercerá funções técnicas, que admitem a acumulação.

b) poderá acumular o cargo público com o seu empre-go, uma vez que este é
vinculado a uma sociedade de economia mista, o que não impede a
acumulação de cargos no serviço público.

c) não poderá acumular o cargo de assessor de Vereador com o seu emprego,


por vedação Constitucional, ex-ceto se for exercer função técnica ou na área
da saúde.

d) não poderá aceitar o cargo de assessor do Vereador, sob pena de violar a


Constituição, que não permite tal acumulação.

e) poderá acumular o cargo público com o seu emprego, apenas se houver


compatibilidade de horários.

Comentários:

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A CF/88 autoriza a acumulação remunerada de cargos públicos nas
seguintes situações: i) 2 cargos de professor; ii) 1 cargo de professor com 1
cargo técnico ou científico e; iii) 2 cargos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas.

A situação apresentada no enunciado não se enquadra em nenhuma dessas


hipóteses. Tércio não poderá acumular o cargo de empregado na sociedade de
economia mista com o cargo de assessor. Portanto, a resposta é a letra D.

19. (VUNESP / Unesp - 2012) Os cargos, empregos e funções


públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, sendo o acesso vedado aos estrangeiros.

Comentários:

O acesso a cargos públicos não é vedado aos estrangeiros. A CF/88 apenas


exige lei autorizadora. Questão incorreta.

20. (VUNESP / Unesp - 2012) O prazo de validade do concurso


público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual período.

Comentários:

O prazo de validade do concurso é de até dois anos (e não três!), prorrogável


uma vez, por igual período (art. 37, III, CF). Questão incorreta.

21. (VUNESP / TJ-MS - 2009) As funções de confiança, exercidas


exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira,
destinam-se apenas aos cargos técnicos.

Comentários:

As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes


de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento. Questão incorreta.

22. (VUNESP/PC SP – 2014) Nos termos da Constituição Federal, os


cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se, entre outras hipóteses, apenas às atribuições:

a) Políticas.

b) Técnicas.

c) Burocráticas.
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d) De direção.

e) Administrativas.

Comentários:

Os cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia


e assessoramento (art. 37, V, CF). O gabarito é a letra D.

23. (VUNESP/PC SP – 2014) Assinale a alternativa que contempla um


tipo de cargo público que admite acumulação com outro do mesmo
tipo, quando houver compatibilidade de horários.

a) Professor.

b) Delegado de Polícia.

c) Defensor público.

d) Procurador público.

e) Oficial administrativo.

Comentários:

A Carta Magna (art. 37, XVI) permite a acumulação dos seguintes cargos
públicos, quando houver compatibilidade de horários:

- Dois cargos de professor;

- Um cargo de professor com outro técnico ou científico;

- Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas.

A letra A é o gabarito.

24. (VUNESP / Unesp - 2012) É garantido ao servidor público civil o


direito à livre associação sindical.

Comentários:

Segundo o art. 37, VI, CF/88, é garantido ao servidor público civil o direito à
livre associação sindical. Questão correta.

25. (VUNESP / TJ-SP - 2002) A proibição de acumulação remunerada


de cargos públicos estende-se a empregos e funções e abrange a
administração direta e a indireta, excetuadas as sociedades de
economia mista, que estão submetidas a regime jurídico próprio.

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Comentários:

Determina o inciso XVII da Constituição Federal que a proibição de acumular


estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Questão errada.

26. (VUNESP / TJ-SP - 2010) Somente por decreto do chefe do Poder


Executivo poderão ser criadas autarquias e fundações públicas, bem
como de suas subsidiárias ou coligadas.

Comentários:

Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a


instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação. A criação de suas subsidiárias depende de autorização legislativa,
assim como a sua participação em empresa privada. Fundamento: art. 37, XIX
e XX, CF. Questão errada.

27. (VUNESP / PC-CE – 2015) Na forma do que prevê expressamente


a Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa
importarão, entre outras sanções, a

a) cassação dos direitos políticos.

b) pagamento de cestas básicas

c) detenção.

d) prestação de serviços à comunidade

e) indisponibilidade de bens.

Comentários:

Os atos de improbidade administrativa resultam na suspensão dos direitos


políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e
ressarcimento ao erário. A resposta é a letra E.

28. (VUNESP/PC SP – 2014) Para quem comete ato de improbidade


administrativa, a Constituição Federal prevê, entre outras, a seguinte
pena:

a) jubilação.

b) trabalhos forçados.

c) cassação dos direitos políticos.

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d) indisponibilidade dos bens.

e) prisão perpétua.

Comentários:

Cobra-se o parágrafo 4o do art. 37 da Constituição, segundo o qual “os atos de


improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível”. Vale a pena lembrar que as penas de trabalhos
forçados, cassação dos direitos políticos e prisão perpétua são vedadas pela
Constituição. A letra D é o gabarito.

29. (VUNESP/PC SP – 2014) Os atos de improbidade administrativa


importarão, nos termos da Constituição Federal, dentre outros,

a) a prisão provisória, sem direito à fiança.

b) a indisponibilidade dos bens.

c) a impossibilidade de deixar o país.

d) a suspensão dos direitos civis.

e) o pagamento de multa ao Fundo de Proteção Social.

Comentários:

A questão cobra o conhecimento do parágrafo 4o do art. 37 da Constituição,


segundo o qual “os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. A letra B é o
gabarito.

30. (VUNESP / PC-SP – 2013) Assinale a alternativa correta a


respeito da Administração Pública.

a) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, sendo vedado o regresso contra o agente responsável
nos casos de dolo ou culpa.

b) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público deverão ser


computados ou acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores,
na forma da lei.

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c) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
incluindo as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

d) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes


de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

e) O prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável


uma vez, por igual período.

Comentários:

Letra A: errada. É assegurado o direito de regresso contra o agente


responsável no caso de dolo ou culpa.

Letra B: errada. Segundo o art. 37, XIV, “os acréscimos pecuniários percebidos
por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores”.

Letra C: errada. As nomeações para cargos em comissão declarados em lei de


livre nomeação e exoneração independem de prévia aprovação em
concurso público.

Letra D: correta. É isso mesmo. As funções de confiança e os cargos em


comissão destinam-se apenas às funções de direção, chefia e assessoramento.

Letra E: errada. O prazo de validade do concurso público será de até 2 (dois)


anos, prorrogável uma vez, por igual período.

O gabarito é a letra D.

31. (VUNESP / SPTrans – 2012) Assinale a alternativa correta.

a) Somente por lei complementar específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e
de fundação.

b) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, impedindo a
propositura de ação penal.

c) Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão semestralmente os


valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
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d) Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração, aplica-se o regime estatutário.

e) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas


áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei.

Comentários:

Letra A: errada. Não há necessidade de lei complementar. Uma lei ordinária


pode criar autarquia e autorizar a instituição de empresa pública, sociedade de
economia mista e fundação.

Letra B: errada. Não há impedimento à propositura de ação penal. Todas as


penalidade elencadas como consequência de um ato de improbidade
administrativa (suspensão dos direitos políticos, perda da função pública,
indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário) são aplicadas sem
prejuízo da ação penal cabível.

Letra C: errada. Segundo o art. 39, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e


Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração
dos cargos e empregos públicos.

Letra D: errada. O regime estatutário aplica-se apenas aos servidores


ocupantes de cargos de provimento efetivo.

Letra E: correta. Segundo o artigo 37, XVIII, CF/88, a administração


fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei.

O gabarito é a letra E.

32. (VUNESP / TJ-MS - 2009) A autonomia gerencial e financeira dos


órgãos e entidades da administração direta e indireta não poderá ser
ampliada mediante contrato, cabendo exclusivamente à lei dispor
sobre a matéria.

Comentários:

A autonomia gerencial e financeira dos órgãos e entidades da


administração direta e indireta pode, sim, ser ampliada por meio do contrato
de gestão (art. 37, § 8º, CF). Questão incorreta.

33. (VUNESP / OAB-RN - 2003) Não influi no julgamento acerca da


responsabilidade civil da Administração o fato de a vítima ter
concorrido para o evento danoso.

Comentários:
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Quando a culpa é exclusiva da vítima, exclui-se a responsabilidade do Estado;
quando é concorrente, esta é mitigada. Assim, o fato de a vítima ter concorrido
para o evento danoso influencia no julgamento acerca da responsabilidade civil
do Estado. Questão incorreta.

34. (VUNESP / OAB-RN - 2003) As pessoas jurídicas de direito


público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, em qualquer circunstância,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.

Comentários:

A responsabilidade civil do Estado só se aplica quando os agentes públicos


causarem o dano agindo nessa qualidade (e não em qualquer
circunstância!). Questão errada.

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Lista de Questões

1. (VUNESP / CGM-SP – 2015) A empresa de direito privado “X” foi


regularmente contratada pelo Município para prestar determinado
serviço público. Durante a execução do serviço, a empresa “X”, por
uma ação do seu funcionário, veio a causar prejuízo financeiro à
empresa “Y”, não usuária do referido serviço. Nessa situação, segundo
o disposto na Constituição Federal e o entendimento do STF, a respeito
da eventual responsabilidade da empresa “X”, é correto afirmar que

a) não responde diretamente pelo prejuízo causado, vez que essa


responsabilidade é do Município que a contratou.

b) responde por responsabilidade objetiva, mesmo a empresa “Y” não sendo


usuária do serviço.

c) responde por responsabilidade subjetiva, tendo em vista que a prejudicada


não é usuária do serviço.

d) tem responsabilidade subsidiária e o Município contratante responsabilidade


objetiva.

e) tem responsabilidade subjetiva e solidária com o Município contratante.

2. (VUNESP / TJ-SP – 2014) O artigo 37, caput, da Constituição


Federal, dentre outros, estabelece como princípio da Administração
Pública a moralidade. Com lastro em tal princípio, é possível o
reconhecimento da invalidade de um ato formalmente aperfeiçoado de
acordo com a lei, mas comprovadamente ofensivo à moralidade
administrativa. O raciocínio ora exposto está:

a) parcialmente correto, na medida em que a anulação só ocorrerá se


caracterizado efetivo prejuízo financeiro ao erário.

b) totalmente correto.

c) totalmente incorreto, visto ser impossível a anulação de ato produzido


formalmente de acordo com a lei.

d) parcialmente correto, na medida em que o princípio da moralidade


administrativa depende de lei complementar para sua aplicação, a ser
elaborada.

3. (VUNESP/TJ SP – 2013) São princípios constitucionais expressos


voltados à administração pública direta e indireta:

a) celeridade e transparência.

b) isonomia e pessoalidade.
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c) legalidade e imparcialidade.

d) moralidade e proporcionalidade.

e) legalidade e eficiência.

4. (VUNESP/PC SP – 2014) Prevê o art. 37 da Constituição Federal,


de forma expressa, que a administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e:

a) razoabilidade.

b) eficiência.

c) proporcionalidade.

d) unidade.

e) economicidade.

5. (VUNESP / PC-CE – 2015) É vedada a acumulação remunerada de


cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, a
de:

a) dois cargos científicos com outro de professor.

b) um cargo de professor com outro técnico ou científico.

c) dois cargos técnicos com outro de professor.

d) dois cargos de professor com outro técnico, em autarquias ou fundações.

e) um cargo técnico com outro científico.

6. (VUNESP / TJ-SP – 2014) Paulo já era titular de cargo efetivo de


professor na rede estadual de ensino quando foi aprovado em
concurso público, para outro cargo de professor, em uma autarquia
federal. Tendo em vista o que estabelece a Constituição Federal acerca
da vedação de acumulação remunerada de cargos públicos, Paulo:

a) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja expressa


concordância dos órgãos públicos envolvidos aos quais estará vinculado.

b) pode acumular os dois cargos de professor, desde que observe jornada de


trabalho não superior a quatro horas diárias em cada órgão público a que
estará vinculado.

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c) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja compatibilidade
de horários.

d) não pode acumular os dois cargos de professor.

e) pode acumular os dois cargos de professor, independentemente de haver


compatibilidade de horários, uma vez que a proibição de acumular não se
estende a autarquias.

7. (VUNESP/TJ SP – 2014) Com relação às disposições gerais


atinentes à Administração Pública, sob o enfoque da Constituição
Federal, pode-se afirmar corretamente que:

a) é possível, na forma da lei, a vinculação ou equiparação de quaisquer


espécies remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do serviço
público.

b) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável


sempre que necessário, no máximo duas vezes, na forma da lei.

c) a investidura em cargo ou emprego público sempre depende de aprovação


prévia em concurso público exclusivamente de provas, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

d) o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica.

8. (VUNESP / TJ-PA – 2014) De acordo com a Constituição Federal,


desde que haja compatibilidade de horários, é permitida a acumulação
de dois cargos públicos da mesma categoria para

a) enfermeiros e professores.

b) médicos e policiais.

c) professores e juízes.

d) juízes e promotores.

e) policiais e professores

9. (VUNESP / TJ-PA – 2014) Para fins de aposentadoria, segundo a


Constituição Federal, são exemplos de cargos públicos regidos pelo
regime geral da previdência social:

a) de provimento efetivo.

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b) em comissão.

c) de carreira.

d) estatutários.

e) do Poder Judiciário.

10. (VUNESP / PM-SP – 2014) A Constituição Federal determina que


os servidores titulares de cargos efetivos abrangidos pelo regime da
previdência serão aposentados

a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais


ao tempo de contribuição.

b) compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos integrais.

c) voluntariamente, aos sessenta e cinco anos de idade, se homem; e sessenta


anos de idade, se mulher, com proventos integrais.

d) voluntariamente, aos sessenta anos de idade e trinta de contribuição, se


homem; e cinquenta e cinco anos de idade e vinte e cinco de contribuição, se
mulher.

e) por invalidez permanente decorrente de acidente em serviço, com proventos


proporcionais ao tempo de contribuição.

11. (VUNESP / CETESB – 2013) Baldur Teseu, funcionário estável da


Administração Pública estadual, foi eleito para exercer o cargo de
Vereador Municipal. Considerando o disposto na Constituição Federal,
é correto afirmar que, investido no mandato de Vereador, Baldur:

a) será obrigado a afastar-se do seu cargo público para exercer a vereança e


não poderá optar pela remuneração.

b) será afastado do cargo, mesmo havendo compatibilidade de horários,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

c) não poderá acumular os cargos, em virtude de proibição expressa da


Constituição, mesmo que haja compatibilidade de horários.

d) terá que pedir demissão do cargo que ocupa na Administração para assumir
a vereança.

e) perceberá as vantagens de seu cargo, havendo compatibilidade de horários,


sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.

12. (VUNESP / PC-SP – 2013) Considerando o disposto na


Constituição Federal, é correto afirmar que o servidor público nomeado

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para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
adquire estabilidade

a) após dois anos contados da sua nomeação para o cargo e mediante a


avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

b) após três anos de efetivo exercício no cargo e mediante a avaliação técnica


da sua chefia imediata que deverá ser ratificada pelo Secretário de Estado da
respectiva Pasta.

c) após dois anos de efetivo exercício no cargo e mediante a avaliação especial


de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

d) após três anos contados da sua nomeação para o cargo e mediante a


avaliação técnica da sua chefia imediata que deverá ser ratificada pelo
Governador do Estado.

e) após três anos de efetivo exercício no cargo e mediante a avaliação especial


de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

13. (VUNESP / PC-SP – 2013) Considerando o disposto na Carta


Magna brasileira, é correto afirmar sobre a estabilidade do servidor
público:

a) o servidor público estável somente poderá perder o cargo por sentença


judicial.

b) extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável não


poderá ser colocado em disponibilidade.

c) como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação


especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

d) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, ele não


poderá ser reintegrado se o seu cargo já estiver ocupado.

e) os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de


concurso público são estáveis após três anos, contados da sua nomeação.

14. (VUNESP / TJ-SP – 2013) Os servidores titulares de cargos


efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
serão aposentados voluntariamente, desde que cumprido tempo
mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e de cinco
anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições, conforme estabelecido na Constituição Federal:

a) setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de


contribuição.

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b) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem.

c) sessenta e cinco anos de idade, se homem, com proventos proporcionais ao


tempo de serviço.

d) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se mulher.

e) sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo


de serviço.

15. (VUNESP/MPE ES – 2013) A Constituição Federal veda a adoção


de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime próprio de previdência dos
servidores públicos, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos, entre outros, de servidores:

a) que exerçam o magistério na educação básica e no ensino superior.

b) da administração fazendária e seus servidores fiscais.

c) de carreira do Estado.

d) pertencentes aos quadros do Ministério Público e da Magistratura.

e) portadores de deficiência.

16. (VUNESP/TJ SP – 2013) Sobre os cargos e funções públicas, é


possível afirmar que a Constituição Federal:

a) impõe à administração pública indireta as mesmas regras proibitivas sobre a


acumulação remunerada de cargos públicos voltadas à administração pública
direta.

b) veda a definição de critérios de admissão de pessoas portadoras de


deficiência a cargos e empregos públicos.

c) condiciona a nomeação em cargos em comissão à aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos.

d) restringe o exercício das funções de confiança exclusivamente aos


servidores ocupantes de cargo efetivo com atribuições de natureza gerencial,
orçamentária e financeira.

e) permite a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos


profissionais de saúde, ainda que a profissão não esteja regulamentada.

17. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Os servidores nomeados para cargo de


provimento efetivo, em virtude de concurso público, adquirem
estabilidade após

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a) 03 (três) anos de efetivo exercício.

b) 03 (três) anos da data da sua nomeação no Diário Oficial.

c) 02 (dois) anos da data da nomeação no Diário Oficial.

d) 02 (dois) anos da data da posse.

e) 02 (dois) anos de efetivo exercício.

18. (VUNESP / TJ-SP – 2012) Tércio Romano é empregado na área


administrativa de uma sociedade de economia mista e foi convidado
para ser assessor de um Vereador do Município onde é domiciliado.
Tércio tem dúvida se pode, legalmente, aceitar a indicação para este
cargo em comissão remunerado.

Nessa situação, com base no que dispõe a Constituição Federal sobre a


acumulação de cargos públicos, é correto afirmar que Tércio

a) está autorizado a acumular o cargo público com o emprego, uma vez que,
em ambos, Tércio exercerá funções técnicas, que admitem a acumulação.

b) poderá acumular o cargo público com o seu empre-go, uma vez que este é
vinculado a uma sociedade de economia mista, o que não impede a
acumulação de cargos no serviço público.

c) não poderá acumular o cargo de assessor de Vereador com o seu emprego,


por vedação Constitucional, ex-ceto se for exercer função técnica ou na área
da saúde.

d) não poderá aceitar o cargo de assessor do Vereador, sob pena de violar a


Constituição, que não permite tal acumulação.

e) poderá acumular o cargo público com o seu emprego, apenas se houver


compatibilidade de horários.

19. (VUNESP / Unesp - 2012) Os cargos, empregos e funções


públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, sendo o acesso vedado aos estrangeiros.

20. (VUNESP / Unesp - 2012) O prazo de validade do concurso


público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual período.

21. (VUNESP / TJ-MS - 2009) As funções de confiança, exercidas


exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira,
destinam-se apenas aos cargos técnicos.

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22. (VUNESP/PC SP – 2014) Nos termos da Constituição Federal, os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se, entre outras hipóteses, apenas às atribuições:

a) Políticas.

b) Técnicas.

c) Burocráticas.

d) De direção.

e) Administrativas.

23. (VUNESP/PC SP – 2014) Assinale a alternativa que contempla um


tipo de cargo público que admite acumulação com outro do mesmo
tipo, quando houver compatibilidade de horários.

a) Professor.

b) Delegado de Polícia.

c) Defensor público.

d) Procurador público.

e) Oficial administrativo.

24. (VUNESP / Unesp - 2012) É garantido ao servidor público civil o


direito à livre associação sindical.

25. (VUNESP / TJ-SP - 2002) A proibição de acumulação remunerada


de cargos públicos estende-se a empregos e funções e abrange a
administração direta e a indireta, excetuadas as sociedades de
economia mista, que estão submetidas a regime jurídico próprio.

26. (VUNESP / TJ-SP - 2010) Somente por decreto do chefe do Poder


Executivo poderão ser criadas autarquias e fundações públicas, bem
como de suas subsidiárias ou coligadas.

27. (VUNESP / PC-CE – 2015) Na forma do que prevê expressamente


a Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa
importarão, entre outras sanções, a

a) cassação dos direitos políticos.

b) pagamento de cestas básicas

c) detenção.
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d) prestação de serviços à comunidade

e) indisponibilidade de bens.

28. (VUNESP/PC SP – 2014) Para quem comete ato de improbidade


administrativa, a Constituição Federal prevê, entre outras, a seguinte
pena:

a) jubilação.

b) trabalhos forçados.

c) cassação dos direitos políticos.

d) indisponibilidade dos bens.

e) prisão perpétua.

29. (VUNESP/PC SP – 2014) Os atos de improbidade administrativa


importarão, nos termos da Constituição Federal, dentre outros,

a) a prisão provisória, sem direito à fiança.

b) a indisponibilidade dos bens.

c) a impossibilidade de deixar o país.

d) a suspensão dos direitos civis.

e) o pagamento de multa ao Fundo de Proteção Social.

30. (VUNESP / PC-SP – 2013) Assinale a alternativa correta a


respeito da Administração Pública.

a) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, sendo vedado o regresso contra o agente responsável
nos casos de dolo ou culpa.

b) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público deverão ser


computados ou acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores,
na forma da lei.

c) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia


em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
incluindo as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

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d) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

e) O prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável


uma vez, por igual período.

31. (VUNESP / SPTrans – 2012) Assinale a alternativa correta.

a) Somente por lei complementar específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e
de fundação.

b) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, impedindo a
propositura de ação penal.

c) Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão semestralmente os


valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

d) Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em


lei de livre nomeação e exoneração, aplica-se o regime estatutário.

e) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas


áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei.

32. (VUNESP / TJ-MS - 2009) A autonomia gerencial e financeira dos


órgãos e entidades da administração direta e indireta não poderá ser
ampliada mediante contrato, cabendo exclusivamente à lei dispor
sobre a matéria.
33. (VUNESP / OAB-RN - 2003) Não influi no julgamento acerca da
responsabilidade civil da Administração o fato de a vítima ter
concorrido para o evento danoso.
34. (VUNESP / OAB-RN - 2003) As pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, em qualquer circunstância,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.

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Gabarito

1. Letra B
2. Letra B
3. Letra E
4. Letra B
5. Letra B
6. Letra C
7. Letra D
8. Letra A
9. Letra B
10. Letra A
11. Letra E
12. Letra E
13. Letra C
14. Letra B
15. Letra E
16. Letra A
17. Letra A
18. Letra D
19. ERRADA
20. ERRADA
21. ERRADA
22. Letra D
23. Letra A
24. CERTA
25. ERRADA
26. ERRADA
27. Letra E
28. Letra D
29. Letra B
30. Letra D
31. Letra E
32. ERRADA
33. ERRADA
34. ERRADA

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Aula 05

Direito Constitucional p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) - Com videoaulas

Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale


Direito Constitucional p/ TJ-SP
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AULA 05: DIREITO CONSTITUCIONAL

Poder Judiciário............................................................................................. 1
1- Introdução ............................................................................................. 1
2-Estrutura do Poder Judiciário .................................................................. 3
!

Olá, pessoal! Tudo bem?

Chegamos à nossa última aula do curso de Direito Constitucional p/ TJ-SP.

Essa é uma aula bem curta, pois o edital do TJ-SP cobra apenas
conhecimentos sobre o art. 92, CF/88. Então, faremos uma breve introdução,
seguida de comentários detalhados sobre esse dispositivo constitucional.

Abraços,

Nádia e Ricardo

Poder Judiciário

1- Introdução

O Poder Judiciário é o responsável pelo exercício de uma das funções políticas


do Estado: a função judicial ou jurisdicional. É o Poder Judiciário
competente para exercer a jurisdição, solucionando conflitos e “dizendo o
Direito” diante de casos concretos.

A aplicação do Direito não é, todavia, o que distingue o Poder Judiciário


dos demais Poderes. Em certa medida, essa é uma tarefa também realizada
pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo. Para Konrad Hesse, o que
singulariza o Poder Judiciário é a capacidade de prolatar decisão autônoma,
de forma autorizada e, por isso, vinculante, em casos de direitos contestados
ou lesados.1

No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição. Nesse modelo, apenas o


Poder Judiciário faz coisa julgada material, isto é, decide casos concretos
com definitividade. Vigora o princípio da inafastabilidade de jurisdição,
segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito” (art. 5º, XXXV). É diferente do contencioso administrativo
(sistema francês), no qual certas matérias são decididas com definitividade por
órgãos da Administração Pública, não sendo cabível recurso ao Judiciário.


!MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional,
6ª edição, 2011. pp. 963-964. !
!
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Por mais que se possa querer, o Direito positivo é incapaz de abarcar toda e
qualquer conduta humana. Normas genéricas e abstratas não conseguem,
sozinhas, regular a infinidade de casos concretos que ocorrem no dia-a-dia.
“Dizer o Direito” aplicável a uma lide, não é, portanto, tarefa simples. Ao
contrário, é missão complexa, que impõe ao Poder Judiciário a necessidade de
interpretar o Direito.

Exercer a jurisdição é função típica do Poder Judiciário. Segundo Dirley da


Cunha Júnior, a jurisdição é uma atividade que tem as seguintes
características2:

a) secundária: Os conflitos devem ser, primariamente, resolvidos pela


partes em litígio. O Poder Judiciário, ao exercer a jurisdição, estará
realizando uma atividade que deveria, primariamente, ter sido
solucionada pelas partes.

b) instrumental: A jurisdição é o meio (instrumento) do qual se vale o


Direito para impor-se a todos.

c) desinteressada: Ao exercer a atividade de jurisdição, o Poder


Judiciário não cede aos interesses de nenhuma das partes litigantes. Ao
contrário, o Poder Judiciário age segundo o Direito.

d) provocada: O Poder Judiciário não age de ofício. O exercício da


jurisdição depende de provocação, em razão do princípio da inércia.

Em definição mais completa, Fredie Didier Jr. afirma que “a jurisdição é a


função atribuída a um terceiro imparcial de realizar o Direito de modo
imperativo e criativo (reconstrutivo), reconhecendo / efetivando / protegendo
situações jurídicas concretamente deduzidas, em decisão insuscetível de
controle externo e com aptidão para tornar-se indiscutível”. 3

Além da sua função típica de jurisdição, o Poder Judiciário também exerce as


funções atípicas de legislar e de administrar. A atividade de legislar se
manifesta quando os Tribunais editam os seus Regimentos Internos, que são
consideradas normas primárias. Já o exercício da atividade administrativa
ocorre, por exemplo, quando um Tribunal realiza uma licitação, celebra um
contrato administrativo ou, ainda, faz um concurso público para ingresso de
novos servidores.

&
!CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição. Ed. Juspodium.
Salvador: 2012, pp. 1107-1108.!

! DIDIER Jr. Fredie. Curso de Direito Processual Civil, Vol. 1, 17a edição. Ed. Juspodium.
Salvador: 2015, pp. 153.
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2-Estrutura do Poder Judiciário


O art. 92, CF/88, relaciona os órgãos integrantes do Poder Judiciário.

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A – o Tribunal Superior do Trabalho
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios.

O STF é o órgão de cúpula da organização judiciária brasileira, exercendo,


simultaneamente, as funções de Corte Constitucional e de órgão máximo
do Poder Judiciário. É interessante notarmos que trata-se de funções distintas.

Como Corte Constitucional, o STF atua para solucionar conflitos jurídico-


constitucionais, protegendo a incolumidade da Constituição. Como exemplo,
o STF é o responsável por processar e julgar, originariamente, as Ações
Diretas de Inconstitucionalidade. Como órgão máximo do Poder Judiciário, o
STF julga casos concretos em última instância. Exemplificando, o STF é o
responsável por processar e julgar, nos crimes comuns, os Deputados e
Senadores.

Na estrutura hierárquica do Poder Judiciário, logo abaixo do STF, estão os


Tribunais Superiores: Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior
do Trabalho (TST), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal Militar
(STM).

Enquanto o STF é o guardião da Constituição Federal, o STJ pode ser


considerado o guardião do direito objetivo federal. Os outros Tribunais
Superiores (TST, TSE e STM), por sua vez, são as instâncias recursais
superiores, respectivamente, da Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e da
Justiça Militar.

Em 12 de junho de 2016, foi promulgada a Emenda


Constitucional nº 92/2016, que inseriu o TST no rol de
órgãos do Poder Judiciário. Até então, o TST não aparecia no
rol do art. 92.

Para que as funções do Poder Judiciário possam ser desempenhadas com


maior eficiência, a sua jurisdição divide-se em Justiça Comum e Justiça
Especial. Desdobrando ainda mais, temos o seguinte:
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a) Justiça Comum: abrange a Justiça Estadual (composta pelos
Tribunais de Justiça – TJ`s e Juízes de Direito) e a Justiça Federal
(composta pelos Tribunais Regionais Federais – TRF`s e Juízes Federais).

b) Justiça Especial: abrange a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e


a Justiça Militar.

O STF e os Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST e STM) tem sede em


Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Isso quer dizer que
suas decisões alcançam pessoas e bens em qualquer ponto do território
brasileiro. São, em razão disso, chamados de órgãos de convergência.

Cabe destacar que o STF e o STJ são denominados órgãos de


superposição. Isso porque, embora eles não pertençam a nenhuma Justiça
(Comum ou Especial), suas decisões se sobrepõem às proferidas pelos
órgãos inferiores das Justiças comum e especial.

Destacamos, a seguir, alguns detalhes que você precisa ter


em mente:

1) Quando falamos em Tribunais Superiores, estamos nos


referindo ao STJ, TST, TSE e STM. O STF não é um Tribunal
Superior, mas sim o Tribunal Supremo.

2) Dentre os Tribunais Superiores, o único que não integra


nenhuma Justiça (Comum ou Especial) é o STJ.

3) O juiz singular é considerado um órgão do Poder


Judiciário.

Falta, ainda, falarmos sobre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Criado


pela Emenda Constitucional nº 45/2004, o CNJ é o órgão de controle
interno do Poder Judiciário. É responsável pelo controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes

O CNJ, assim como o STF e os Tribunais Superiores, tem sede na capital


federal (Brasília). Porém, o CNJ não exerce jurisdição. Apesar disso,
segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial, ele integra a estrutura
do Poder Judiciário, na condição de órgão de controle interno desse Poder.

Por último, vale destacar que, embora cada uma das “Justiças” tenha seu
espaço próprio de atuação, a estrutura do Poder Judiciário é considerada
unitária, nacional.4 Referendando esse entendimento, transcrevemos abaixo
trecho de decisão do STF:

(
!TAVARES, André Ramos. Manual do Poder Judiciário Brasileiro, 2012, pp.135
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“O pacto federativo não se desenha nem expressa, em relação ao
Poder Judiciário, de forma normativa idêntica à que atua sobre os
demais Poderes da República. Porque a Jurisdição, enquanto
manifestação da unidade do poder soberano do Estado, tampouco
pode deixar de ser una e indivisível, é doutrina assente que o Poder
Judiciário tem caráter nacional, não existindo senão por metáforas
e metonímias, ‘Judiciários estaduais’ ao lado de um ‘Judiciário
federal’.

A divisão da estrutura judiciária brasileira, sob tradicional, mas


equívoca denominação, em Justiças, é só o resultado da repartição
racional do trabalho da mesma natureza entre distintos órgãos
jurisdicionais”. 5

%
!ADI 3367/DF. Rel. Min. Cezar Peluso. Julgamento em 13.04.2005.
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