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As medidas não se restringem apenas aos adolescentes, no que se refere a criança (até
doze anos incompletos) autora ato infracional, o ECA trouxe a aplicação das medidas
de proteção, que são aplicadas pela autoridade competente, incluindo-se neste caso, o
Conselho Tutelar. Já o adolescente (entre doze e dezoito anos de idade) que cometer ato
infracional estará sujeito à aplicação de medida socioeducativa, podendo variar de
advertência à internação em estabelecimento educacional.
Essas medidas socioeducativas, aplicáveis somente aos adolescentes autor de ato
infracional, possui previsão legal nos incisos do artigo 112 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, são elas: advertência; obrigação de reparar o dano; prestação de serviços
à comunidade; liberdade assistida e internação em estabelecimento educacional. Mais
uma vez, vale destacar que as crianças, quando da prática de ato infracional estão
sujeitas as medidas de proteção.
No que se refere aos objetivos das medidas socioeducativas, a Lei nº 12.594/12 (Lei do
Sinase), estabelece-os como sendo: a responsabilização do adolescente quanto às
consequências lesivas do ato infracional, sempre que possível incentivando a sua
reparação; a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e
sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento e a
desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como
parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os
limites previstos em lei.
Sendo assim, temos que não há que se falar em impunidade aos adolescentes que
cometem ato infracional, o Estatuto da Criança e do adolescente prevê punições, no
entanto para a aplicação dessas deverá sempre ser levado em consideração a capacidade
que o autor do ato delituoso tem de cumpri-la, além das circunstâncias e gravidade da
infração. Isso diz respeito a condição pessoal do adolescente (psicológicas, físicas,
sociais, familiares e econômicas) e essa é a variável da medida.
A medida socioeducativa é, portanto, a manifestação do Estado, em resposta ao ato
infracional praticado por menores de 18 anos, cuja aplicação visa inibir a reincidência,
além de possuir caráter pedagógico, que tem por principal finalidade a reinserção do
adolescente em conflito com a lei na vida em sociedade. Possui também caráter
sancionatório, que servem como resposta à sociedade pela lesão que lhe foi causada.
Isso desmistifica totalmente a ideia de que jovens autores de ato infracionais não sofrem
nenhum tipo de sanção.