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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

U.C. Mecânica dos Fluídos

Relatório do 2º Trabalho Prático


Verificação da Equação de Bernoulli

Docente: João Henriques


Grupo 13

Alexandre Lambrou 33485


Andre Pereira 35517
Emanuel Jorge 36806

ANO LECTIVO 2011/2012 – Semestre de Verão


Objectivos/Introdução..........................................................................Página 3

Descrição do equipamento....................................................................Página 9

Procedimento Experimental.................................................................Página 10

Análise de Resultados...........................................................................Página 11

Conclusões.............................................................................................Página 18

Bibliografia.............................................................................................Página 19

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Objectivos
Tem-se como objectivo estudar e verificar experimentalmente a equação de
Bernoulli medindo a Pressão Estática e Pressão Dinâmica de um caudal de ar longo
de uma conduta convergente-divergente utilizando um tubo de Prandtl (tubo de pitot
com tomadas de pressão estática).

Introdução
A medição é feita numa conduta de Venturi instalada na bancada de
circulação de ar AF 10ª, terá que se ter em consideração as limitações desta
equação, para que possa ser aplicada. Iremos demonstrar como pode ser bastante útil
em casos práticos, o que é deveras muito relevante para engenharia.
No escoamento é efectuada uma medição combinada de pressão estática e total
pelo tubo de Pitot.
Vamos exibir graficamente a variação da velocidade do escoamento ao longo
da conduta, medida pelo tubo de Pitot-Estático, comparando-a com a distribuição
prevista a partir da Equação da Continuidade. E apresentar, igualmente, sob a forma
gráfica, as variações de Pressão Estática e Pressão Dinâmica ao longo da conduta.

Introdução histórica e teórica

Henri Pitot, foi engenheiro francês perito em Hidráulica, começou os seus


estudos em Matemáticas e Astronomia em Paris, tendo-se tornado assistente do
eminente físico Réaumur em 1723. Em 1724 foi nomeado membro da Academia das
Ciências de França.

Para testar várias das suas teorias e instrumentos, usou o Rio Sena tendo
realizado experiências com vista a determinar a velocidade de escoamento da água
em diferentes partes da secção transversal do rio.

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Pitot foi o responsável pela invenção de um instrumento, que permite medir a
velocidade dos fluidos em escoamentos, que é chamado de Tubo de Pitot, em sua
homenagem, ainda muito utilizado.

Fig. 1- Representação esquemática de tubo pitot


.

Existem vários tipos de medidores da velocidade média de um fluido num


ponto ou pequena região, o tubo de pitot é um deles, será o objecto principal do
nosso estudo. Trata-se de um tubo fino, colocado alinhado com a direcção do
escoamento que, através da diferença de pressão, permite calcular a velocidade
local.
Sendo que a diferença entre a pressão total e a pressão estática é igual à
pressão dinâmica, que representa a energia cinética do fluido por unidade de peso.
Obtem-se então a velocidade do escoamento em qualquer ponto de medição usando
a Equação de Bernoulli.

Equação de Bernoulli
A Equação de Bernoulli surgiu em 1738 por Daniel Bernoulli ,tendo sido
completada em 1755 por Leonhard Euler. Formulada com apoio na “equação da

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energia para escoamento estacionário”, esta relaciona a pressão, a velocidade e a
elevação do fluido, num escoamento potencial.
A equação de Bernoulli pode ser expressa entre dois pontos quaisqueres na
mesma linha de corrente, não sendo assim necessário recorrer a um volume de
controle, o que se revela bastante útil. O facto da constante só poder ser calculada
entre pontos da mesma linha de corrente, não invalida que possamos escolher outras
linhas de corrente. Mas diferentes linhas de corrente, possuem diferentes constantes
de bernoulli, porém a relação continua válida logo podemos aplica-la a qualquer
ponto do escoamento.
É estabelecida uma relação aproximada entre pressão, velocidade e elevação, e
é valida em regiões de escoamento incompressível (podemos considerar os gases
como fluidos incompressíveis para velocidades de escoamento inferiores a 0,3
MACH), apenas aplicavél em regime permanente e onde as forças de atrito
resultantes são desprezáveis. A equação tem também como restrições a ausência de
trabalho de eixo e trocas de calor ( sem bombas ou turbinas, e adiabático). As
forças de atrito resultantes são desprezáveis, no entanto todos os fluidos possuem
alguma viscosidade (não existe um “fluido não viscoso”), essa aproximação não
pode ser válida para todo o campo de escoamento de interesse prático. Assim
sendo, não podemos aplicar a equação de Bernoulli em toda a parte de um
escoamento mesmo quando a viscosidade do fluido é pequena, no entanto a
aproximação é razoável em determinadas regiões que designamos de escoamento
sem viscosidade; resultando assim por exemplo( pois a expressão pode assumir
váias formas) na seguinte expressão:

A equação de Bernoulli pode ser apresentada de diversas formas, a equação em


cima representa a energia por unidade de massa. Em que o primeiro termo
corresponde ao trabalho que seria feito pelas forças de pressão, sobre a unidade de
massa do fluido se este fosse deslocado de um ponto à pressão p, para outro à
pressão nula, o segundo termo representa a energia cinética por unidade de massa de
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fluído, finalmente o terceiro termo representa a energia por unidade de massa
correspondente ao trabalho que seria feito para elevar a unidade de massa de um
nível qualquer para um nível superior a ele.

(Energia por unidade de peso)

(Energia por unidade de volume)

Linha piezométrica e de energia

De forma a compreender melhor a equação de Bernoulli, foi criada Uma


interpretação visual, demonstrada na figura acima, que consiste em traçar duas
linhas de carga para um escoamento. Na qual a linha piezométrica (LP) representa o
valor da altura de coluna estática de fluido, correspondente à adição da elevação
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com a pressão estática do escoamento, ou seja, é a altura a que se elevaria o liquido
num tubo piezométrico. A linha de energia total (LE) representa o valor total da
constante de Bernoulli.

A pressão total resulta da soma das pressão estática com a pressão dinâmica, pode
ser representada desta forma:

Para gases despreza-se a parcela da energia potencial pelo que a Equação de


Bernoulli a utilizada neste trabalho é :

: Representa a pressão estática

: Representa a pressão dinâmica

A soma das pressões estática e dinâmica é também denominada de pressão de


estagnação, que neste caso é igual á pressão total :

Equação da continuidade:

Na figura seguinte está uma representação de equação da continuidade para um


volume de controle não deformável:

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Escoamento permanente ao longo de um tubo com áreas variáveis

Esta equação estabelece que, para um escoamento permanente, os fluxos de massa


que entram e saem do volume de controle devem se contrabalaçar exactamente.
Para este estudo como já foi referido é necessário algumas condições iniciais,
se se estudar o fluido na forma como ele realmente se apresenta teremos um sistema
complexo, logo em vez disso podemos considerar um fluido que para além de
satisfazer algumas condições, também apresente um comportamento semelhante ao
comportamento de um fluido “ideal”. Verificando então que o fluido em estudo
(neste caso o ar) tem uma densidade constante e a sua velocidade de escoamento,
em um ponto qualquer, também é constante em relação ao tempo.
Escoamento incompressivél:

Em que v1 e v2 são aos velocidades de escoamento em cada região. Assumindo


que a profundidade da conduta é constante, esta dedução só implica velocidades e
dimensões da largura da conduta. Sendo assim pode-se prosseguir para outra
dedução para a equação da continuidade, resultando em:

A partir desta expressão iremos determinar a relação de velocidades teóricas do


escoamento, para serem de seguida comparadas com a relação de velocidades
experimentais resultantes da aplicação da Equação de Bernoulli aos dados
recolhidos na experiência.

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O ensaio foi realizado numa bancada de circulação de ar AF10A – TecQuipment . A
esta bancada estão acoplados outros equipamentos nomeadamente o
multimanómetro e o tubo de Prandtl.

Bancada de circulação de ar
A bancada é constituída por um ventilador que faz circular ar atmosférico através
de uma conduta de secção variável, com as dimensões ilustradas na figura 5.

Fig.5 – Esquema da passagem convergente-divergente


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1. Com o ventilador desligado regista-se a altura da coluna de fluido.

2. Liga-se o ventilador.

3. Abre-se a válvula de regulação de caudal.

4. Mover o tubo pitot até as tomadas de pressão estática estarem em x= 0 mm

(a tomada de prsão total estará fora da tubeira)

5. Realizaram-se 30 medições desde o inicio x = 0 mm até aproximadamente, ao

fim da conduta, x = 300 mm, e registaram-se os valores das alturas de fluido no

multimanómetro. (Movendo o tubo 10 mm em cada medição)

6. Fecha-se a válvula reguladora de caudal.

7. Desliga-se o Ventilador.

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Na tabela 1 apresenta-se os valores referentes às medições efectuadas no
laboratório que corresponde ás posições X de medição ao longo do comprimento da
conduta, altura de fluido total (htotal), altura de fluido estático (hestático) e altura de
fluido a pressão atmosférica em cada ponto.
Tabela 1 – Medições efectuadas no laboratório

X (mm) Altura total (cm) Altura estática (cm) Altura Tubo (cm)
h total h estático h atm
0 40,4 40,6 50
10 40,4 49,9 50
20 40,4 53,8 50
30 40,4 56 50
40 40,4 58,7 50
50 40,4 60,3 50
60 40,4 61,3 50
70 40,4 61,6 50
80 40,4 61,9 50
90 40,4 61,6 50
100 40,4 60,9 50
110 40,4 60 50
120 40,4 59 50
130 40,4 58 50
140 40,4 57,2 50
150 40,4 56,4 50
160 40,4 55,6 50
170 40,4 54,9 50
180 40,4 54,3 50
190 40,4 53,7 50
200 40,4 53,3 50

11
210 40,4 52,7 50
220 40,4 52,3 50
230 40,4 51,9 50
240 40,4 51,5 50
250 40,4 51,2 50
260 40,4 50,9 50
270 40,4 50,7 50
280 40,4 50,4 50
290 40,4 50 50
300 40,4 50 50

Para efectuar o cálculo da altura dinâmica (tab.2), vamos usar a expressão:

Tabela 2 – Alturas de fluido


Altura estática Altura dinâmica
X (mm) Altura total (cm) (cm) (cm)
h total h estático h din
0 40,4 40,6 -0,2
10 40,4 49,9 -9,5
20 40,4 53,8 -13,4
30 40,4 56 -15,6
40 40,4 58,7 -18,3
50 40,4 60,3 -19,9
60 40,4 61,3 -20,9
70 40,4 61,6 -21,2
80 40,4 61,9 -21,5
90 40,4 61,6 -21,2
100 40,4 60,9 -20,5
110 40,4 60 -19,6
120 40,4 59 -18,6
130 40,4 58 -17,6
140 40,4 57,2 -16,8

12
150 40,4 56,4 -16
160 40,4 55,6 -15,2
170 40,4 54,9 -14,5
180 40,4 54,3 -13,9
190 40,4 53,7 -13,3
200 40,4 53,3 -12,9
210 40,4 52,7 -12,3
220 40,4 52,3 -11,9
230 40,4 51,9 -11,5
240 40,4 51,5 -11,1
250 40,4 51,2 -10,8
260 40,4 50,9 -10,5
270 40,4 50,7 -10,3
280 40,4 50,4 -10
290 40,4 50 -9,6
300 40,4 50 -9,6

De seguida efectua-se a conversão dos valores de pressão para unidades do


sistema internacional, Pascal (Pa), através da seguinte expressão,

O fluido manómetrico usado para o estudo é um álcool, cuja densidade é de d=0,784

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Segundo estas fórmulas, podemos calcular as pressões:

Tabela de Pressões (3):


P (Pa) Estagnação Pe (Pa) Estática Pd (Pa) Dinâmica
X(mm)
(Total)
0 736,86 721,51 15,35
10 736,86 7,68 729,19
20 736,86 -291,67 1028,54
30 736,86 -460,54 1197,40
40 736,86 -667,78 1404,64
50 736,86 -790,59 1527,45
60 736,86 -867,35 1604,21
70 736,86 -890,37 1627,24
80 736,86 -913,40 1650,26
90 736,86 -890,37 1627,24
100 736,86 -836,64 1573,51
110 736,86 -767,56 1504,43
120 736,86 -690,81 1427,67
130 736,86 -614,05 1350,91
140 736,86 -552,65 1289,51

14
150 736,86 -491,24 1228,10
160 736,86 -429,84 1166,70
170 736,86 -376,11 1112,97
180 736,86 -330,05 1066,91
190 736,86 -284,00 1020,86
200 736,86 -253,30 990,16
210 736,86 -207,24 944,10
220 736,86 -207,24 913,40
230 736,86 -145,84 882,70
240 736,86 -115,13 852,00
250 736,86 -92,11 828,97
260 736,86 -69,08 805,94
270 736,86 -53,73 790,59
280 736,86 -30,70 767,56
290 736,86 0,00 736,86
300 736,86 0,00 736,86

Em função dos valores obtidos representa-se graficamente a evolução das pressões


estáticas e dinâmica ao longo da conduta.

2000.00

1500.00

1000.00
Pressão (Pa)

500.00

0.00
10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270 290

-500.00

-1000.00

-1500.00
X (mm)

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Cálculo das relações das velocidades experimentais e teóricas:

logo para o cálculo de u a fórmula usada foi:

Tabela de medições das velocidades de escoamentos

X Largura (mm) u (m/s) u/ut lt/l


(mm)
0 76
5,058
10 71,4
34,861 0,665 0,616
20 66,9
41,403 0,789 0,658
30 62,3
44,673 0,852 0,706
40 57,7
48,385 0,923 0,763
50 53,1
50,455 0,962 0,829
60 48,6
51,708 0,986 0,905
70 44
52,077 0,993 1,000
80 44
52,445 1,000 1,000
90 44
52,077 0,993 1,000
100 44
51,210 0,976 1,000
110 44
50,074 0,955 1,000
120 45
48,780 0,930 0,978
130 46,7
47,450 0,905 0,942
140 48,4
46,359 0,884 0,909
150 50,1
45,242 0,863 0,878
160 51,7
44,096 0,841 0,851
170 53,4
43,069 0,821 0,824
180 55,1
42,169 0,804 0,799
190 56,8
41,248 0,787 0,775
200 58,5
40,623 0,775 0,752
210 60,2
39,667 0,756 0,731
220 61,9
39,017 0,744 0,711

16
230 63,5
38,356 0,731 0,693
240 65,2
37,683 0,719 0,675
250 66,9
37,170 0,709 0,658
260 68,6
36,650 0,699 0,641
270 70,3
36,299 0,692 0,626
280 72
35,767 0,682 0,611
290 73,6
35,044 0,668 0,598
300 75,3
35,044 0,668 0,584

Os valores de ut e lt representam, respectivamente, a velocidade e a largura da


conduta na zona de estrangulamento( na garganta ).

É agora possível representar graficamente as velocidades experimentais e teóricas


de escoamento em cada ponto de medição do comprimento da conduta.

Gráfico de velocidades de escoamento:

Velocidade do escoamento
60

50

40
V (m/s)

30
Velocidade do
20 escoamento
10

0
20
40
60
80
0

140
100
120

160
180
200
220
240
260
280
300

X (mm)

É possível verificar que a velocidade do escoamento vai sofrendo um aumento até a


zona da garganta, onde se verifica um menor valor para a área da secção, ou seja,
estando assim em conformidade com a equação da continuidade.
Após a zona da garganta, a velocidade diminui, devido ao aumento da área da
secção.

17
Gráfico das relações teóricas e experimentais :

1.200

1.000
Relação
experimental
0.800

0.600

0.400 Relação teórica

0.200

0.000
10
20
30
40
50
60
70
80
90

200
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190

210
220
230
240
250
260
270
280
290
300
Em que u/ut foi determinado pela equação de Bernoulli com os valores obtidos da
experiência, Lt/L resulta da aplicação da equação da continuidade.

Conclusões
No gráfico das pressões, pode verificar-se como era de esperar que a pressão
estática diminui até a zona com menor largura (secção convergente), mantém-se
aproximadamente constante durante essa zona, e depois cresce novamente durante a
secção divergente da conduta. Em relação ao eixo das abcissas denota-se uma
simetria da pressão dinâmica relativamente á pressão estática, crescendo na zona
convergente, mantendo-se na zona da garganta (atinge valor máximo) e decrescendo
na zona divergente.

NOTA: Reparamos que é possivél que tenhamos cometido alguns erros de


medição no aparelho da experiência e/ou que existam alguns erros de cálculo. Pois
os graficos das relações da velocidade teórica com a experimental, assim como
alguns duns valores medidos no laboratório apresentam algumas irregularidades no
para valores iniciais de x. Possivelmente erramos em alguma coisa nas primeiras
medições, talvez no ponto inicial de medição. No entanto, essas irregularidades
18
podem ter origem no facto de só apartir de um x=20 por exemplo, é que o
escoamento se torna estável.

Conclui-se que a pressão dinâmica é facilmente calculada através das outras


duas, uma vez que a pressão total se mantém constante. (O que implica uma
variação proporcional da pressão estática e dinâmica).

A relação teórica e experimental é semelhante, ou seja o cálculo teórico da


Equação de Bernoulli baseado nas dimensões da conduta está de acordo com a
verificação prática baseada nas medições efectuadas durante o ensaio( tirando os
possivéis erros já referidos).

Podemos concluir, depois de comprovar experimentalmente, que a Equação


de Bernoulli é de grande utilidade para situações práticas relacionadas com a
previsão e quantificação de escoamentos.

Bibliografia informática
http://ltodi.est.ips.pt/mmoreira/PUBLICACOES_P/bernoulli_2003.pdf
http://www.fisica.net/hidrodinamica/hidrodinamica.pdf
http://www.alunosonline.com.br/fisica/equação-continuidade.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aerodinâmica

Bibliografia impressa
Frank M. White, “Mecânica dos Fluidos”, McGraw Hill (4ª edição)

Apontamentos das aulas

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