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SSOSOC Curso: Direito Período: 1º

Disciplina: Ciência Política


Prof.: Luciano Viana Nassar
Campus Carangola
Aluno (a) THIAGO RESENDE NUNES 1°B

FOLHA DE ATIVIDADE

VALOR: “ 2ª APS ”
A SER PREENCHIDO PELO(A) PROFESSOR(A)
Nota Nota por extenso Visto Professor(a) Nota revista Nota por extenso Visto professor(a)

2ª APS – Ciência Política – 1º Período – 2017/1

Teça elogios e críticas às formas de governo: (1) Monarquia e (2) República; e aos sistemas de
governo: (3) Presidencialismo e (4) Parlamentarismo. Para tanto conceitue as formas e sistemas de
governo e faça uma pesquisa histórica do assunto como introdução de sua dissertação.

Exemplo de fonte de pesquisa: As obras indicadas no Plano de Ensino. Eis os autores: Dalmo Dallari,
Reinaldo Dias e Darci Azambuja.
(Mínimo 20 linhas)

O Exercício do Poder Político

Os Sistemas e Formas de Governo foram amplamente debatidos ao


longo dos séculos. Atualmente, destacam-se como Sistemas de Governo: O
Parlamentarismo e o Presidencialismo; e como Forma de Governo: a Monarquia e a
República.
O Parlamentarismo originou-se das pressões dos lordes aos antigos
monarcas europeus com intuito de expressarem seus desejos nas decisões
estatais. Assim, demonstra Dias sobre as origens históricas deste Sistema de
Governo:

O modelo nasce, no século XIII, [na Inglaterra], como um tipo de


assembleia formada pelos grandes senhores do reino (o Magnum
Concilium) e que servia de órgão conselheiro do rei em todos os negócios
importantes, inclusive em assuntos de natureza judicial. A ação
empreendida pelos estamentos para imporem seus direitos perante o rei
desembocou na assinatura da Magna Carta em 1215, considerada como a
antecessora das modernas constituições. Muito embora a Magna Carta
lançasse os fundamentos das liberdades públicas inglesas e do governo
constitucional, seu significado imediato estava nas limitações impostas
pelos nobres ao Rei João. (DIAS, 2013, p.147).

‘ O Objetivo deste sistema está na busca do equilíbrio, isto é, na


garantia de maior unidade de decisão entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo.
“No sistema de governo parlamentarista, busca-se estabelecer no seio do
parlamento um equilíbrio entre a assembleia representativa e o governo.” (DIAS,
2013, p.161).
Este equilíbrio é oriundo do fato de os parlamentares elegerem o Chefe
de Governo (o Primeiro Ministro), não sendo este último fruto de uma eleição direta.
Deste modo, podemos dizer que se estabelece um poder tripartite do eleitorado, do
Parlamento e do Executivo. Pelo eleitorado: por este eleger os parlamentares; Pelo
Parlamento: por poder, através do voto de censura demitir o governo; e pelo
Executivo: por este poder dissolver o Parlamento, convocando novas eleições
diretas que podem, em seguida, resultar na demissão do governo.
Este sistema distingue a figura do Chefe de Estado (Rei, monarca ou
Presidente) da figura do Chefe de Governo (Primeiro Ministro). Tal distinção permite
separar o caráter simbólico do conceito de nação, que fica claro, principalmente,
pela figura do Rei ou monarca apenas. Este caráter é fundamental para que o povo
sinta-se representado e tenha a sensação de unidade e de continuidade que se
afiguram na pessoa do rei ou monarca. É oportuno, neste momento, definir o
conceito de Estado e Nação conforme afirma Dias:

Estado e nação respondem a necessidades básicas diferentes. A nação


satisfaz a necessidade de pertencer a uma comunidade ampla para afirmar
a identidade. O Estado atende as necessidades de segurança e ordem.
Pertencer a uma nação é auto identificar-se com uma cultura, uma forma de
vida, com seus costumes e hábitos singulares. Já pertencer a um Estado é
aceitar e se submeter a uma autoridade e a um sistema de normas. (DIAS,
2013, p.98)

O parlamentarismo tem por qualidade colocar como protagonistas da


política os próprios parlamentares porque estes elegerão o Poder Executivo. No
entanto, dada à facilidade que o Primeiro-Ministro possui em dissolver o Parlamento,
podemos dizer que, em democracias como o Brasil, reiteradas convocações de
eleições diretas podem ser muito caras.
O presidencialismo, por sua vez, apresenta uma separação distinta
entre os poderes legislativo e executivo. Dias afirma que o surgimento deste sistema
é uma proeza dos E.U.A.. “A Constituição dos E.U.A. de 1787, cria um regime
político inovador”. (DIAS, 2013, p.163). Este regime fundamentou-se na Teoria de
Montesquieu descrita em sua obra Do Espírito das Leis, através de um cuidadoso
estudo dos legisladores americanos.
Este sistema propõe que apenas um indivíduo, no caso, o presidente,
chame para si a figura do Chefe de Governo e do Chefe de Estado, dificultando, aos
patriotas, o sentimento de nação, já que o presidente, nestas condições, dificilmente
consegue conciliar suas políticas com a necessidade do povo de se sentir
autorrepresentado. O que não propicia o sentimento de unidade e continuidade,
portanto.
Algo comum e gravoso que pode ocorrer é a dualidade entre uma
maioria parlamentar e o presidente. Quando isso ocorre, podemos afirmar que há a
possibilidade de se instalar um processo de impeachment caso o governo não ceda
às pressões dos congressistas. Este tipo de processo origina-se com base jurídica,
no entanto, o seu julgamento é político. Deste modo, nota-se que o
presidencialismo, com sua divisão acentuada entre os poderes, pode dificultar a
unidade de decisão.

Há sempre o risco de dualidade, mais ainda se considerar a independência


do Supremo Tribunal Federal que, embora não tenha legitimidade de origem
porque seus membros são designados pelo presidente, com o
consentimento do Senado, goza de independência de exercício porque o
cargo é vitalício. A separação estrita de poderes carrega sempre o risco de
enfrentamento entre estes, que poderá impedir ou dificultar a unidade de
decisão. (DIAS, 2013, p.164)

A vantagem do sistema presidencialista está na possibilidade do


presidente ser eleito pelo voto direto e de se restringir as eleições diretas
extemporâneas em caso de impeachment.
Há várias formas de governo: Autarquia, Ditadura, Democracia,
Monarquia Absoluta, Monarquia Parlamentar, República, Teocracia, Tecnocracia e
Plutocracia (DIAS, 2013, p.169). Para a presente dissertação, nos deteremos em
apenas três formas: Monarquia Absoluta, Monarquia Parlamentar e República.
A Monarquia Absoluta remonta a um passado longínquo e se
caracteriza por concentrar o poder nas mãos de apenas um indivíduo que, deste
modo, pode o utilizar de forma arbitrária. “É uma forma de governo que se baseia no
princípio de que o monarca [...] tem o poder absoluto e total em termos políticos”.
(DIAS, 2013, p.169). Atualmente, ainda temos esta forma de governo nos sultanatos
de Brunei e Omã, Catar e Butão. (DIAS, 2013)
A Monarquia Parlamentarista, por sua vez, limitou os poderes do
monarca. Assim sendo, este passou apenas a ser o Chefe de Estado. “Constitui uma
forma de governo no qual o rei ou o monarca exerce a função de Chefe de Estado
sob o controle do Legislativo (Parlamento) e do Poder Executivo (governo)”. (DIAS,
2013, p.169)
Ambas as formas de monarquia apresentam a figura do rei ou do
monarca. Contudo, somente a Monarquia Parlamentarista apresenta o espírito da
modernidade, fomentada, principalmente, pela Revolução Francesa. Deste modo,
nesta forma de governo, percebemos presente a democracia como sistema de
governo inclusive.
A despeito da Monarquia na modalidade absolutista que tem um
histórico rico em abuso do poder, o seu viés parlamentarista, todavia, apresenta a
vantagem de desvencilhar do poder executivo o que se entende por nação,
materializando-a na figura do Chefe de Estado (rei ou monarca). Por isso, manifesta-
se as noções de unidade e de continuidade.
Nos sistemas que carecem do importante simbolismo da coroa, como o
é nas monarquias parlamentaristas, percebe-se que o espírito patriótico reverbera
em times esportivos que representam a nação no cenário internacional. No Brasil, o
sentimento de autorrepresentação se dá através da seleção brasileira de futebol.

O fato é que os esportes têm se tornado um elemento importante de


fortalecimento da identidade nacional [...] pois a comunidade abstrata de
milhões aparece com mais realismo em um grupo de 11 pessoas de um
mesmo país.” (DIAS, 2013, p.102)

Outra forma de governo é a República. Etimologicamente esta palavra


deriva do latim res publica que significa assunto público. A característica
fundamental desta é o fato do poder emanar do povo através do voto. “É o eleitorado
que constitui a última instância de sua legitimidade e soberania”. (DIAS, 2013, p.169)
Quando a República é parlamentarista, temos a figura do Chefe de
Estado separada da figura do Chefe de Governo. No entanto, como ambos são
eleitos pelo voto direto, há grande possibilidade de entrave se o Primeiro Ministro e o
Presidente forem opositores.
Já a República Presidencialista mostra-se vulnerável pelo fato de uma
maioria congressista ter a prerrogativa de invocar o impeachment contra o
Presidente como dito anteriormente.
Conclui-se que todas as formas de governo apresentam aspectos
positivos e negativos. Contudo, se considerarmos o exemplo das Monarquias
Parlamentaristas atuais, como Espanha, Noruega, Reino Unido, Suécia, Japão,
Luxemburgo, Dinamarca, Canadá e Austrália, entre outras, podemos afirmar que é o
modelo capaz de almejar o sentimento de unidade nacional e de continuidade.

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