Professional Documents
Culture Documents
200009
9 771517
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO-AGOSTO 2018
OLHANDO PARA
O FUTURO
CFA reúne os maiores nomes do país – e do mundo – para discutir
gestão e coloca o cidadão no centro do debate sobre o futuro do Brasil
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
editorial 4
O PODER PRECISA
CONTROLAR O
PODER
Gilles Lipovetsky, cientista social francês, considerado um dos pensadores mais
originais da atualidade, veio ao Brasil para participar do Fórum CFA de Gestão Pública
Adm. Wagner Siqueira
Presidente do Conselho Federal de Administração (CFA)
CRA-RJ nº 01-02903-7
O caminho?
A indagação nos leva à reflexão sobre
a simbiose entre as contínuas práticas
de corrupção e as gestões sem proje-
tos políticos de médio e longo prazo,
comprometidos, efetivamente, com a
transformação. Nesse sentido, as re-
centes operações da Polícia e da Jus-
tiça Federal Brasileira, que marcaram
o início do saneamento dessa espúria
relação, inauguram um tempo primor-
dial, segundo ratificou Lipovetsky. Ele
nos leva à Teoria de Montesquieu pa-
ra reforçar que não devemos esperar
a diminuição da corrupção, mas o for-
talecimento das instituições:
“O poder precisa controlar o poder,
ou seja, precisamos de instituições
sólidas, capazes de frear as tendências
que dizem respeito ao mandamento
ético. No Brasil, os hábitos de corrup-
ção se continuavam porque o Estado
não fazia o seu trabalho e as leis não
eram cumpridas. Agora, o país está na
direção certa.”
Revisitar Montesquieu, sem dúvi-
da, avigora a nossa vaga ideia de um
Estado autônomo, no qual se reconhe-
çam os três poderes atuando de forma
independente e relacionada, ao mes-
mo tempo. O diagnóstico é preciso: a
interferência de interesses alheios à
responsabilidade pública para com
a sociedade distorce o caráter demo-
crático, provoca a ineficácia e cria um
Estado travado em si mesmo.
Voltar os olhos ao imprescindível
fortalecimento institucional, sem ne-
gar que a corrupção não deixará de
existir, ainda que tenha a sua endemia
controlada, também nos presenteia
com a reflexão sobre a observância
das leis, da moralidade e da ética.
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
editorial 6
E qual seria
a relação da
ções, iniciativas do Estado. No Brasil, “Não estamos ao nível zero dos
o equilíbrio entre instituições e cos- valores. O sentido de indignação
corrupção com a
tumes, primordial à plena construção moral não está, de maneira nenhu-
democrática, se perde nas duas pontas. ma, morto. O sentido do bem e do
moral e a ética na
Vivemos a sinergia da incompetência. mal não desapareceu”, destaca o
Nesse fluxo, como em um encadea- francês. Em síntese, o hiperindi-
sociedade atual?
mento lógico de ação e reação, a des- vidualismo abre, sim, caminho ao
confiança generalizada se reflete na aumento da prática da corrupção,
diminuição do engajamento eleitoral. um fenômeno muito antigo, mas não
De acordo com a teoria de Lipovetsky, Mais do que isso, surge o abstencio- nos condena a ver a prática se desen-
o que mudou mais profundamente nismo de protesto. A relação entre o volver sistematicamente.
neste domínio é que o hiperindividu- aumento dos votos de rejeição em de- Nesse contexto, ganham relevo as
alismo coincide com a desutopização trimento dos votos de adesão é direta: novas formas de participação, do cida-
da modernidade, a evaporação das re- um número crescente de cidadãos, dão que não segue a via eleitoral clás-
ligiões seculares e das grandes utopias agora, vota mais “contra” do que “por” sica, as mobilizações e as atividades
coletivas. Todos os grandes sistemas um candidato e um programa. políticas que se desenvolvem fora dos
ideológicos que marcaram estrutural- Tal realidade, que permeia muitos partidos. Vê-se progredir novas formas
mente a modernidade política triun- países, não exclusivamente o Brasil, de solidariedade coletiva, de questio-
fante, depois do século XVIII, perde- evoca que a maioria dos cidadãos na namento e de denúncia do poder.
ram o essencial de sua credibilidade. Espanha, por exemplo, declara não Lipovetsky reflete, ainda, que o que
É essa revolução que permeia toda a mais confiar nos partidos. A descon- se pronuncia é uma democracia em
sociedade e se manifesta na relação fiança nos homens políticos, ressalva que os cidadãos possam intervir di-
com a família, com a religião, no consu- Lipovetsky, progride em quase todos retamente, de supervisão dos poderes
mo, na moda, no lazer, na alimentação os partidos populistas e votos de pela sociedade civil e não mais mono-
e, obviamente, com a política. protesto, antissistema, antielite: “Na polizada pelos partidos. A regressão
Se o hiperindividualismo promove Europa, como nos Estados Unidos, a do espírito público, nesse sentido,
a laicização da moral e esta, por sua rejeição às elites políticas e o sucesso é vista com otimismo pelo teórico.
vez, enfraquece o sentido moral das dos discursos demagógicos populis- Apesar de ser uma questão bastante
ações, perdem-se também o desinte- tas só aumentam”. preocupante, ela dá lugar aos efeitos
resse e a universalidade, as duas pe- Outro fenômeno que explica esta positivos da revolução individualista,
dras angulares da moral para Kant. ampla corrente de desconfiança em no que diz respeito à consolidação e
Isto posto, a consciência humana pas- relação à política é a corrupção. Uma à paz democrática. A equação é sim-
sa a funcionar como fator determinan- grande parcela de cidadãos julga que ples: quanto menor a capacidade do
te na construção do mundo, a partir seus representantes políticos são exercício de sua soberania, maiores
de valores distintos e particulares e corruptos e que só pensam nos seus pacificidade e estabilidade terão as
a vontade moral passa a ter muitos próprios interesses. O ponto alto da democracias da hipermodernidade.
fins, em detrimento do cumprimento teoria de Lipovetsky é a analogia di- Ao contrário de muitos observado-
do dever propriamente dito. reta da cultura individualista com a res pessimistas, que temem a queda
A perda de confiança no Estado, a dissolução da força de obrigação dos da democracia com a atual crise que
erosão da confiança dos cidadãos nos mandamentos morais, em benefício vivemos, Lipovetsky assegura que,
líderes políticos, partidos e nas ins- primeiramente “do cada um por si, do apesar de todas as críticas, do descré-
tituições democráticas concebem o ganho individual em primeiro lugar”. dito ao sistema político brasileiro e da
que o cientista social francês chama Mas, ele vai além: se por um lado, crise de participação eleitoral, ainda
de “crise da desconfiança nas demo- se institui um individualismo irres- há uma grande adesão aos valores de-
cracias”. Um entrave grave, já que a ponsável, favorável à corrupção, por mocráticos. “A democracia não está
democracia pressupõe a adesão dos outro, surge também um individualis- ameaçada. As próprias críticas deno-
cidadãos para com as instituições, elei- mo responsável. tam a vitalidade da vida democrática”.
2018
GESTÃO DA SAÚDE
setor público e privado
MODALIDADES:
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
Dissertações de mestrado e teses de doutorado, as quais
deverão abordar temas próprios da ciência da Administração
sumário 8
13
31
Quando as
Fogesp, em ferramentas
Brasília, colocou o tecnológicas se
cidadão no centro transformam em
do debate sobre poderosas armas
gestão pública no combate à
corrupção
36
Entrevista Gestão pública
exclusiva sem participação
com Gilles popular favorece
Lipovetsky, um atraso nas decisões
dos maiores da sociedade,
pensadores da apontam
atualidade especialistas
18
46
Apontada como
quarta revolução
industrial,
economia do
compartilhamento é
realidade mundial
50 55 60
Gestão Desconhecimento
em gestão é CFA disponibiliza
colaborativa, ações curso online em
conjuntas e o apontado por Sebrae
como inimigo do perícia judicial
administrador são para profissionais
ingredientes para o empreendedorismo
no Brasil de Adm
avanço do Brasil
expediente
EDITOR
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
comentários
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018 Conselho Federal de Administração
10
CONSELHEIROS FEDERAIS DO CFA 2017/2018
do fogesp Adm. Marcos Clay Lucio da Silva - AC • Adm. Carolina
Ferreira Simon Maia - AL • Adm. José Celeste Pinheiro
- AP • Adm. José Carlos de Sá Colares - AM • Adm.
Tânia Maria da Cunha Dias - BA • Adm. José Demon-
tieux Cruz - CE • Adm. Carlos Alberto Ferreira Junior -
DF • Adm. Marly de Lurdes Uliana - ES • Adm. Samuel
Albernaz - GO • Adm. Aline Mendonça da Silva - MA
• Adm. Norma Sueli Costa de Andrade - MT • Adm.
Gracita Hortência dos Santos Barbosa - MS • Adm.
Sônia Ferreira Ferraz - MG • Adm. Aldemira Assis
Drago - PA • Adm. Marcos Kalebbe Saraiva Maia
Costa - PB • Adm. Sergio Pereira Lobo - PR • Adm.
Joel Cavalcanti Costa - PE • Adm. Carlos Henrique
Mendes da Rocha - PI • Adm. Wagner Siqueira - RJ •
Adm. Ione Macêdo de Medeiros Salem - RN • Adm.
Ruy Pedro Baratz Ribeiro - RS • Adm. André Luís Sa-
Parabéns CFA, pelo Fórum CFA de Gestão Pública, oncela da Costa - RO • Adm. Antonio José Leite de Al-
consegui assistir ao vivo no YouTube pela TV, buquerque - RR • Adm. Ildemar Cassias Pereira - SC •
Adm. Mauro Kreuz - SP • Adm. Diego Cabral Ferreira
muito bom. Parabéns pela iniciativa !!! da Costa - SE • Adm. Rogério Ramos de Souza - TO
@wallace.nicacio DIRETORIA EXECUTIVA DO CFA 2017/2018
Presidente: Adm. Wagner Siqueira • Vice-Presidente:
Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha • Diretor
O CFA deu um show com este Fórum CFA de Gestão Pública. Administrativo e Financeiro: Adm. Ruy Pedro Baratz
Ribeiro • Diretor de Fiscalização e Registro: Adm.
Muito moderno com o advento do aplicativo e palestrantes Marcos Kalebbe Saraiva Maia Costa • Diretor de
de altíssimo nível. Deu orgulho de ser administradora, Formação Profissional: Adm. Mauro Kreuz • Diretor de
Desenvolvimento Institucional: Adm. Rogério Ramos
realmente um privilégio esses dias de imersão num de Souza • Diretor de Relações Internacionais e Even-
tos: Adm. André Luís Saoncela da Costa • Diretor de
conhecimento velho de um admirável mundo novo. Gestão Pública: Adm. Antonio José Leite de
@adm.elisrocha Albuquerque • Diretora de Estudos e Projetos
Estratégicos: Adm. Sônia Ferreira Ferraz
CONSELHO EDITORIAL
Último dia do #Fogesp2018 Só tenho a Prof. Adm. Idalberto Chiavenato • Prof. Carlos Osmar
agradecer por tal experiência! Bertero • Prof. Milton Mira de Assumpção Filho
@micristini PRODUÇÃO
Coordenação Geral: Renata Costa
Editor-chefe: Wellington Penalva
Estou extremamente grata por ter tido a oportunidade Projeto gráfico: Renata Maneschy
Diagramação: André Eduardo e Herson Freitas
de participar do Fórum CFA de Gestão Pública através Redação: Elisa Ventura, Lilian Saldanha, Pâmella
Cardoso, Gabrielle Andrade, Giovanna Carvalho e
do @cfaadm. A organização do evento foi perfeita, as Carolina Menkes
palestras em francês, inglês e espanhol foram muito Revisão: Valéria Lima
Tiragem: 2 mil exemplares
bem transmitidas e de altíssimo grau educacional,
A RBA é uma publicação bimestral do Conselho
assim como as outras. Ansiosa pelo próximo! Federal de Administração sob a responsabilidade
@pribmaia da Câmara de Desenvolvimento Institucional.
OUVIDORIA DO CFA
ouvidoria.cfa.org.br
Telefone: 0800-647-4769
entrevista 12
O VALOR DA
EDUCAÇÃO
13
15
Em longo prazo,
não existe mistério;
precisamos de
cidadãos inteligentes
que saibam refletir.
Acredito mais no
investimento feito no
saber e nas escolas do
que nessa crença com
relação à internet
Gilles Lipovetsky
O mercado não
está aí para
respeitar as
pessoas, ele está
instalado para criar
riqueza.
Gilles Lipovetsky
acredita que as pessoas vão fazer o deve ser desenvolvido e, em segundo partidos inscritos no TSE assinaram o
que vocês querem. Não, as pessoas lugar, leis severas, instituições que documento, sendo que os dois maio-
têm suas próprias opiniões, bem ou sejam severas e isso tem funcionado res partidos do país – PT e MDB – não
mal fundadas, mas elas têm. no Brasil, pelo menos de certa forma. assinaram. Qual a sua opinião sobre a
Apesar de tudo que acontece hoje, vejo Então, o Estado deve exercer seu pa- iniciativa do ministro e a postura dos
como algo positivo, porque a coisa veio pel e se as pessoas souberem que a partidos que não assinaram?
à tona. Isso não vai resolver o problema, situação está difícil, mas que elas não O combate às fakenews é algo muito
mas se as coisas não tivessem vindo à estão abandonadas, isso vai dar a elas bom, mas isso vai ser muito difícil. É
tona, não teria como provocar uma mu- uma força muito grande. Se acharem claro, é necessário regular, necessário
dança. Apesar de tudo isso, a corrupção que estão entregues à própria sorte, tentar fazê-lo. Acho que as redes so-
não vai parar, mas, de certa forma, eles vai ser muito perigoso para o futuro. ciais devem ser melhor controladas.
vão ter que tomar mais cuidado. En- O Facebook percebeu isso depois dos
tão, podemos esperar que uma nova Recentemente, o presidente do Tri- escândalos que aconteceram. É mui-
geração de líderes políticos chegue ao bunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz to bom que no Brasil haja tentativas
poder em alguns anos. Isso mostra um Fux, fez um acordo com os partidos de mobilizar os dispositivos públicos
país onde os cidadãos estão reagindo. políticos para combater as fakenews para combater isso, mas uma vez mais
Acredito que é nesse sentido que tudo (notícias falsas). Apenas 10 dos 35 eu acredito que, em longo prazo, nós
Gilles Lipovetsky e o diretor de Gestão Pública do CFA, Tom Zé
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
17
T ÃO
ES S
A G EM O
ER
QU
19
UE
Q
r
s e gui
hos ão
a m traç ebate
i n
O
s c is d
q uai dmin tro do
s o bre na a o cen
ex ão iência ão n
l a refl r efic cidad
i o
vent r mai põe o
o g esp cança eira e
F a al
r ra sil
pa lica b
púb A VENTU
RA
S
R ELI
PO
capa 20
23
25
27
Núcleos temáticos
Para contemplar toda a gama de assun-
tos que envolvem a gestão pública, além
das palestras realizadas no salão princi-
pal, o Fogesp trouxe também dois nú-
cleos temáticos. O primeiro discutiu os
Fundamentos de Compliance: Programa
de Integridade para autarquias Especiais
(a partir do Decreto nº 9.203/2017) e Es-
tratégias para os Conselhos Profissio-
nais. O segundo abordou a força do novo
pensamento aplicado à gestão pública.
Entre as atividades paralelas do Fórum,
os participantes também tiveram a opor-
tunidade de visitar vários stands: do CFA,
no qual foram apresentados produtos de-
senvolvidos pela autarquia como o Siste-
ma CFA de Governança, Planejamento
e Gestão Estratégica de Serviços Muni-
cipais de Água e Esgotos (CFA-Gesae)
e o Índice CFA de Governança Munici-
pal (IGM/CFA); do Instituto Publix; do
Conselho Regional de Administração do
Distrito Federal (CRA-DF), para conhe-
cer melhor o trabalho do Regional; e do
CRA do Rio de Janeiro (CRA-RJ), onde
tiveram acesso a todas as informações
do Encontro Brasileiro de Administração
(Enbra) que será realizado nos dias 6, 7 e 8
de agosto, no Rio de Janeiro.
galeria 28
29
cidadania 30
31
O PAPEL DO
CIDADÃO
cidadania 32
33
A revolução trazida
pela internet,
a necessidade
individual do
consumo, a
conscientização
acerca da necessidade
de contrapartida do
imposto pago, tudo
isso vem mudando
esse contexto.
Luiz Gustavo Gomes Andrioli,
coordenador geral de Controle Externo
do Tribunal de Contas da União
Além disso, a falta de confiança nos fazer com que o seu candidato ganhe”,
partidos políticos e nos sistemas ide- ressalta.
ológicos de uma forma geral faz com Essa falta de interesse do cidadão
que exista um número significativo de no processo político e na esfera públi-
pessoas que não votam ou que votam ca é também apontada por Andrioli.
em branco. “Essa também é uma ma- “Observa-se que, ainda hoje, votamos
neira de mostrar a sua desconfiança em determinado político e meses de-
com relação à política. Outro fenôme- pois sequer nos recordamos de quem
no interessante é que muitos cidadãos elegemos; esse fato por si só é uma
agora votam contra e não mais a favor. demonstração da pouca relevância
Ou seja, como não são atraídos por que atribuímos a esse processo. Isso
nenhum partido, eles vão votar para reflete na construção de políticas pú-
fazer com que o outro caia e não para blicas desconectadas da necessidade
cidadania 34
Participação
popular
Mesmo com todo o clima de descon-
fiança e insegurança, foi possível ob-
servar certo crescimento da partici-
pação popular no Brasil nos últimos
anos. Isso porque, desde a publicação
da Lei da Transparência (Lei Comple-
mentar nº 131/09) e, posteriormente,
da Lei de Acesso à Informação (Lei nº
12.527/11), percebeu-se um estreita-
mento da relação entre a sociedade e
seus representantes. “Hoje, gestores,
órgãos de controle e classe política
estão se dando conta da insatisfação
do cidadão em relação aos serviços
públicos oferecidos pelo Estado”,
pondera Andrioli.
Em algumas cidades brasileiras, temáticas e debates sobre criação Essa percepção de mudança de
é possível verificar a participação de políticas públicas, acompanhar comportamento da sociedade é obser-
dos cidadãos no processo de elabo- o plano diretor municipal, além de vada por Andrioli. “Tenho percebido
ração, gestão e avaliação das polí- obter informações importantes so- uma mudança em relação à partici-
ticas públicas. No Maranhão, por bre a administração da região. Em pação. O cidadão está se organizando
exemplo, o governo implementou termos mundiais, Chile e Coréia do e isso vem ‘pressionando’ gestores
a Plataforma Digital de Participa- Sul se destacam como exemplos de da esfera pública, inclusive dos ór-
ção Popular (participa.ma.gov.br). países nos quais a participação po- gãos de controle. No final de 2017, o
Pelo ambiente virtual, a sociedade pular vem crescendo bastante em presidente do Observatório Social
pode participar de conferências relação à gestão pública. do Brasil relatou para os ministros e
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
35
TECNOLOGIA
CONTRA A
CORRUPÇÃO
37
CORRUPÇ
O QUE FAZER?
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
41
PÇÃO:
fessor da Universidade Católica de
Brasília, Luís Otávio Teles Assump-
ção, essa não é uma questão recente e
vem desde a época da colonização do
país, quando da distribuição das capi-
tanias hereditárias. “Essa é uma ques-
tão histórica e cultural no Brasil. Por
isso, é um problema profundamente
enraizado em nossa sociedade e mais
difícil de ser combatido”, destaca.
Segundo Assumpção, a corrup-
ção – desde as menos graves, como
pedir um favor a um amigo que está
ocupando um cargo público – está
tão entranhada na sociedade que as
pessoas acabam praticando sem per-
ceber. “Nós escutamos muito sobre ‘o
jeitinho’. O jeitinho brasileiro é a ex-
governança 42
pressão da corrupção. É você não estar presente nesse modelo”, ressalta As-
seguindo uma norma formal”, pontua. sumpção.
O professor defende, ainda, que Diante do problema secular, a edu-
essas ações ilícitas são favorecidas cação é apontada como via de solução
pela herança rural, escravocrata e pa- por muitos especialistas, principal-
ternalista, muito forte no país. “Quem mente por dotar o cidadão de pensa-
dominou a sociedade brasileira por mento crítico. “Os investimentos em
mais de quatro séculos foi a figura do educação, ciência e tecnologia em paí-
coronel. Se observarmos o século XX, ses europeus são muito superiores aos
pode-se ver o quanto a República in- realizados no Brasil. São dados que
corporou essas tradições paternalis- demonstram que o desenvolvimento
tas”, pondera. de uma nação está associado também
“O jogo paternalista virou moeda à educação”, finaliza Luís Assumpção.
de troca. Por exemplo, eu faço uma
Governança
política social para determina-
do grupo e, em troca, eu que-
pública
ro voto. Essa troca de favores
está mais modernizada, mas
demonstra que aquele velho
voto de cabresto ainda se faz Em sua palestra “Governança Estra-
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
43
governança 44
Informe-se
dos de leniência – aqueles firmados um link para o registro de denúncias,
com pessoas físicas ou jurídicas que que direciona a pessoa para a Sala de
cometeram ato ilícito contra a admi- Atendimento ao Cidadão do MPF.
A Controladoria-Geral da União nistração pública e que concordaram Informações sobre corrupção
(CGU) e o Ministério da Transparên- em contribuir para as investigações, também podem ser encontradas no
cia, também entendendo ser a clareza trazendo fatos importantes para a site do Tribunal de Contas da União
de dados um dos agentes de combate captura de outros envolvidos. (TCU) – portal.tcu.gov.br/combate-
à corrupção no país, lançaram em ju- O Ministério Público Federal -a-corrupcao. O órgão tem o objetivo
nho deste ano o novo Portal da Trans- (MPF) também é outro órgão com de aprimorar a gestão pública. Por
parência – www.portaltransparencia. um portal dedicado a combater a cor- isso, reforçou a sua participação na
gov.br. O ambiente reúne informa- rupção – combateacorrupcao.mpf. detecção de fraudes. No site, é possí-
ções sobre gastos, receitas, servido- mp.br. No ambiente digital, é possí- vel acompanhar notícias sobre o as-
res e contratos do Governo Federal, vel encontrar informações sobre os sunto, assistir vídeos elucidativos e
além de expor dados detalhados sobre tipos de corrupção, as medidas para verificar qual a contribuição do órgão
emendas parlamentares aprovadas combater tal ilícito, além de notícias em casos de conhecimento nacional e
pelo Congresso Nacional e os acor- sobre o assunto. O site também possui internacional.
desigual-
dade 46
47
Faxina progra-
atenção aos ciclos de vida de um gru- que os administradores dominam, a
po, também são defendidas pela ex- gestão. O grande desafio é como vão
mática
-ministra. “Essas pessoas fazem parte contribuir para uma gestão multise-
de famílias que perderam a capaci- torial e para os Objetivos de Desen-
dade de sonhar, planejar, construir o volvimento Sustentável”.
Nos últimos anos, houve aumento próprio futuro”, diz. A ex-ministra acredita que a pola-
substancial no número de iniciativas O grande avanço nesses progra- rização social que o Brasil vive atual-
na área social, além da maior consciên- mas, segundo Engel, “depende de mente é uma das causas para essa difi-
cia de sua importância pela população. ações integradas nos territórios, em culdade. Ou seja, a falta de capacidade
Por outro lado, a pulverização das seus diversos aspectos, adaptados de grupos sociais interagirem com
iniciativas faz com que, muitas vezes, para a primeira infância, crianças, maior aceitação entre si, promoven-
não sejam alcançados os resultados jovens, adultos e idosos”. do ações comuns. “Estamos não só
esperados ou que tenham real efeti- vivendo uma sociedade fragmentada,
Desafios
vidade. Uma “faxina programática”, mas polarizada. Isso tem consequên-
portanto, é proposta pela ex-ministra cias na capacidade social de produzir
Wanda Engel. “É preciso que qualquer bens comuns, nos campos político e
nova proposta esteja baseada nas la- A gestão colaborativa e a interseto- econômico”, ressalta Engel.
cunas de um conjunto de ações que rialidade, mesmo que essenciais na O filósofo francês Gilles Lipo-
considero fundamentais, senão não redução da desigualdade, ainda não vetsky acredita que a sociedade
faz sentido”. têm sua aplicação clara na prática. atual vive uma segunda revolução
A prioridade, segundo ela, deve “Como envolver atores diferentes individualista que permeia todas as
ser dada aos programas de combate em torno de uma mesma agenda so- relações, incluindo as esferas pública
à desigualdade. “Há muitos grupos cial e pactuar objetivos e estratégias e política. Pensando nisso, ele acredi-
vulneráveis – quilombolas, indígenas, a longo prazo por diferentes setores?”, ta que a responsabilidade do Estado
população carcerária – e temos que dar questiona Engel. está em preparar o futuro para as no-
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
49
ECONOMIA DE
IMPACTO
51
A quarta Revolução Industrial, caracterizada pela força e a veloci-
dade das transformações promovidas pelas tecnologias, já está em anda-
mento e o cidadão pode ver seus reflexos no cotidiano. Esse cenário vem
mudando, inclusive, a forma como consumidores, empresas, instituições
e até governos atuam, utilizando novas plataformas. É nesse contexto que
surgem a economia digital e a colaborativa, que ditam novos modelos de
produção, comercialização e consumo.
O sucesso de empresas que facilitam o compartilhamento e a troca de
serviços prova que a adesão a essa tendência econômica global chegou
com tudo. Se você, alguma vez, chamou um Uber ou fez uma reserva pelo
Airbnb, já experimentou essa nova realidade.
As transações da economia colaborativa podem ser caracterizadas
pelo envolvimento de pessoas físicas e a eliminação de intermediários
e redução de custos de uma estrutura formal de comércio. Apesar de
ser relativamente pequena, com receitas globais estimadas em US$15
bilhões em 2014 pela Price Waterhouse Cooper, o crescimento tem sido
exponencial. A PwC estima que a economia colaborativa alcançará os US$
335 bilhões em 2025.
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
economia
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
colaborativa 52
Quem já trabalha com esse novo que busquem o aumento da produtivi-
modelo acredita que o ingrediente dade, da competitividade, do emprego
“transformação social” é a premissa e da renda.
para a economia compartilhada exis- Esse é um dos principais objetivos do
tir e que essa é uma tendência para um Movimento Brasil Competitivo (MBC):
“futuro que já chegou”. “A sociedade já ajudar o Estado a cumprir o seu papel de
pressiona os setores privado e público maneira eficiente. Desde 2016, o MBC
nesse sentido, ainda mais com o apoio lidera a coalizão Brasil Digital com parcei-
das ferramentas digitais, aplicativos de ros do setor empresarial para apresentar
celular e uso das redes sociais. Enten- prioridades para uma estratégia digital.
demos que esse processo é irreversível “As pesquisas demonstram que, se o Bra-
e que algumas nações mais desenvol- sil investir em tecnologias digitais, é pos-
vidas já partem do status colaborativo sível um crescimento de 0,5% do Produto
para desenhar planos políticos e de de- Interno Bruto ao ano”, afirma o presidente
senvolvimento social amplo”, afirma executivo do MBC, Claudio Gastal.
Gregório Salles, um dos idealizadores No intuito de fortalecer a economia
do MediPreço. pela via digital e traçar diretrizes e
O aplicativo gratuito foi desenvol- ações que possibilitem esse avanço, o
vido para pesquisar custos e encontrar presidente Michel Temer assinou, em
medicamentos mais barato. Por ele, é março, decreto para instituir a Estra-
possível consultar o preço de 25 mil re- tégia Brasileira para a Transformação
médios em 75 mil farmácias do país. A Digital (E-Digital). A intenção é pro-
ferramenta funciona a partir da tabela mover as mudanças necessárias no go-
do Ministério da Saúde disponível na in- verno, intensificando a digitalização na
ternet, que estabelece um “teto” para os prestação de serviços à sociedade para
valores, e já conta com mais de 300 mil simplificar o acesso. Um exemplo disso
usuários, com expectativa para atingir é o alistamento militar, que já pode ser
1milhão nos próximos meses. feito pela internet.
Os dados referentes a 2018 do Glo- Mas os benefícios são bem maiores.
bal Connectivity Index (GCI), estudo Além da melhoria dos serviços públi-
divulgado anualmente pela Huawei, cos, o investimento na digitalização
mostram que, quando se trata de co- da economia brasileira pode gerar um
nectividade e preparo para a economia impacto de até US$ 97 bilhões em 2020.
digital, o Brasil aparece na 44ª posição, Pesquisas apontam que aproveitar os
à frente de outros países da América La- recursos tecnológicos digitais nas áreas
tina como Argentina (55ª) e Colômbia da saúde, educação, agronegócio, in-
Claudio Gastal em palestra no Fogesp
(54ª), mas atrás do Chile, que ocupa o fraestrutura, mobilidade e nas expor-
33º lugar. Estados Unidos, Cingapura, tações pode reforçar em até US$ 1,36
Suécia, Suíça e Reino Unido estão, res- trilhão o PIB das 10 maiores economias
pectivamente, na liderança. do mundo em 2020. No caso do Brasil,
A economia colaborativa e a digital esse ganho pode chegar a um aumento
andam juntas, mas enfrentam alguns de até 0,5% ao PIB anual em relação ao
gargalos no Brasil, principalmente no crescimento já projetado.
setor público. Especialistas concordam “Esse tema é fundamental para qual-
que a prioridade das empresas deve ser quer país que busca o desenvolvimento
a digitalização de seus negócios e que o e precisa enfrentar uma economia cada
governo precisa estimular a difusão das vez mais interligada, interconectada
tecnologias digitais. Além disso, é ne- e mais presente na palma da mão dos
cessária uma articulação de programas cidadãos”, afirma Gastal.
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
53
Atuação no
Congresso
Com o objetivo de inserir de for-
ma efetiva o debate sobre Eco-
nomia Digital e Colaborativa no
Congresso Nacional, foi criada,
com o apoio do MBC, a Frente
Parlamentar Mista de Economia
Digital e Colaborativa, cujo rela-
tor é o deputado federal Thiago
Peixoto (PSD-GO).
Segundo ele, não é possível
imaginar uma lei única que regu-
lamente todo o setor da econo-
mia colaborativa. Os trabalhos
têm sido conduzidos no sentido
de traçar diretrizes amplas para
não dificultar a atuação de star-
tups já existentes ou atrapalhar a
criação de futuras.
“Não podemos, de forma al-
guma, piorar uma situação que já
não é boa. A legislação brasileira
é muito fechada em vários aspec-
tos e isso tem feito, inclusive, que
startups nascidas aqui migrem
para outros países que possuem
leis mais abertas, avançadas e
atrativas para a inovação. O pró-
prio Paraguai tem sido um destino
comum para essas empresas. Pre-
cisamos ter a cabeça mais aberta
para o momento que estamos
vivendo”, afirma o parlamentar.
Desde que a comissão foi ins-
talada, no ano passado, foram re-
alizados cerca de 20 encontros
para discutir o assunto com espe-
cialistas da academia, do governo,
da sociedade civil organizada, do
setor de tecnologia e com repre-
sentantes de empresas que tra-
balham com compartilhamento
de espaços, bens e serviços.
empreen-
dedorismo 54
O DESAFIO DE
EMPREENDER
NO BRASIL
Sebrae mostra que 42% das empresas
abertas no país sucumbem nos dois
primeiros anos. Desconhecimento de gestão
e altos impostos são possíveis responsáveis
POR GABRIELA ANDRADE
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
55
empreen-
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
dedorismo 56
Apaixonado por
então, resolvi que queria trabalhar
com isso”, relembra.
empreender
No entanto, a caminhada de Jés-
sica não é fácil e a maior dificuldade
é a falta de incentivo governamen-
Desde 2010, o administrador Rodri- tal, bem como a atual crise financei-
go Chiavenato, 39 anos, tem uma ra do país. “Ser empresária nos dias
franquia de utensílios culinários que de hoje é superar as burocracias,
comanda junto ao irmão e mais um sobreviver às adversidades e bus-
sócio, a Mundo Cheff. Ele conta que car incentivos privados. A melhoria
desde a faculdade se interessou em ter deveria vir primeiramente do go-
o próprio negócio. “Inclusive, meu tra- verno, em relação a economia e os
balho de conclusão de curso foi basea- impostos”, salienta.
do nos aspectos de consumo local de Apesar de todos os percalços, ela
uma franquia do ramo alimentício”, comanda a empresa há dois anos
lembra o pós-graduado em Gestão em conjunto com um sócio. Mesmo
de Varejo pela Fundação Instituto de com tantos entraves, Jéssica garante:
Administração (FIA). “Amo o que eu faço e não me vejo em
Chiavenato concluiu a gradua- outra atividade”.
57
SISTEMA
26° ENBRA
A próxima edição do evento mais importante da Administração brasileira
promete instigar participantes com temática reflexiva sobre a área
POR GIOVANNA CARVALHO
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
61
63
Sobre o
Encontro
Brasileiro de
Administração
O Encontro Brasileiro de Admi-
nistração (Enbra) tem a grande
missão de promover um espaço
para repensar a profissão. Tem sido
assim há 26 anos. É um evento con-
sagrado do Sistema CFA/CRAs,
referência em todo o país por ofere-
cer aos profissionais e estudantes
de Administração o debate sobre a
profissão que queremos.
O Enbra é realizado a cada dois
anos e, nesta edição, acontecerá
no Rio de Janeiro, estado que já foi
sede do evento outras duas vezes,
em 1986 e em 2012. De acordo com
Leocir Dal Pai, presidente do CRA-
-RJ, pelo histórico da autarquia
em organizar diversos eventos de
grande porte, com repercussões
nacionais e internacionais, a ex-
pectativa é manter o know-how,
apresentando ao público presente
novas formas de compreender o
mundo da Administração.
O último Enbra ocorreu em
2016, em Cuiabá (MT), e teve co-
mo tema principal “O impacto
das mudanças nas organizações”,
com discussões sobre governança
corporativa e outros tópicos como
sustentabilidade, criatividade, ino-
vação e planejamento.
Veja a programação
completa no site do evento:
enbra2018.cra-rj.adm.br
CFA 64
65
PERÍCIA Sobre a
capacitação
JUDICIAL
O objetivo principal da capa-
citação é mostrar como fun-
ciona a área de perícia judicial
no campo da Administração,
além das regras e procedimen-
tos técnico-científicos a serem
CFA oferece capacitação online e gratuita observados pelo profissional
de administração quando atuar
na área para profissionais de Administração como perito.
registrados nos CRAs conveniados A respeito do conteúdo do
curso, o participante terá infor-
POR GIOVANNA CARVALHO mações sobre a execução da pe-
rícia e seus procedimentos, pla-
nejamento, Termo de Diligência,
Laudo Pericial e Parecer Técnico.
Disponível também para
dispositivos móveis, o cur-
so online possui sete aulas e
exercícios práticos, com carga
horária de 10 horas. Ao final
da capacitação, o participante
receberá um certificado.
Ofertado por meio da UCA-
dm, o Curso de Perícia do Pro-
fissional de Administração é o
primeiro dentro do “Programa
CFA de Educação”, sendo gra-
tuito para os profissionais que
estiverem em dia com o CRA.
Os profissionais interessados
são citadas no Manual e na Capacita- nistrador judicial, onde será o gestor na devem procurar o CRA no
ção elaborados pelo CFA”, explicou o recuperação judicial de uma empresa. qual é vinculado e saber se a
administrador Francisco Carlos San- Ainda de acordo com o coordena- autarquia é conveniada à Uni-
tos de Jesus, coordenador da Cepaj. dor da Cepaj, para o profissional de versidade Corporativa para ter
O mercado de trabalho para um ad- Administração poder trabalhar no acesso as aulas.
ministrador na área de perícia é bem segmento da perícia judicial, ele preci-
vasto, segundo Francisco de Jesus. En- sa ser especializado na sua área e estar
tre tantas funções, o profissional está em dia com suas obrigações junto ao
habilitado para fazer cálculos nas varas seu Conselho Regional de Adminis- A UCAdm é aberta à toda
federais, estaduais, do trabalho, família tração (CRA). Além disso, a escolha do sociedade e tem a missão de
e criminal. Pode atuar em perícias de administrador para atuar como perito implementar ações com foco nos
estoque e materiais, na área de Docu- judicial é feita por um juiz togado, seja profissionais de Administração.
mentoscopia, Grafoscopia e como admi- federal, estadual ou do trabalho. Saiba mais em cfa.org.br
endereços
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO
DO ACRE (CRA-AC) DE MATO GROSSO (CRA-MT) REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
ANO 27 Nº 125 JULHO/AGOSTO 2018
Presidente: Adm. FÁBIO MENDES MACÊDO Presidente: Adm. HÉLIO TITO SIMÕES ARRUDA
Av. Brasil, nº 303 – Sala 201, 2º andar – Centro Empresarial – Rua 05 – Quadra 14 – Lote 05 – CPA – Centro Político e
66
Rio Branco – Centro – 69900-076 – RIO BRANCO/AC Administrativo – 78050-900 – CUIABÁ/MT
Fone: (68) 3224-3365 – 3223-3808 Fone: (65) 3644-4769
E-mail: craacre@gmail.com E-mail: cra.mt@terra.com.br
Home Page: www.craac.org.br Home Page: www.cramt.org.br
Horário de funcionamento: 7h às 16h Horário de funcionamento: 9h às 17h