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Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

PJe - Processo Judicial Eletrônico

21/08/2018

Número: 0701130-65.2017.8.07.0018
Classe: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Órgão julgador: 3ª Vara da Fazenda Pública do DF
Última distribuição : 16/08/2018
Valor da causa: R$ 5.000.000,00
Assuntos: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO, Improbidade
Administrativa, Dano ao Erário
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITORIOS (AUTOR)
RICARDO CARDOSO DOS SANTOS (RÉU)
CHINAIDER TOLEDO JACOB (ADVOGADO)
FLAVIO DIAS DE ABREU (RÉU)
FLAVIO DIAS DE ABREU (ADVOGADO)
FABIO GONDIM PEREIRA DA COSTA (RÉU)
MAIRA MAMEDE ROCHA (ADVOGADO)
ANDRE WALTER QUEIROZ GALVAO (ADVOGADO)
INTENSICARE GESTAO EM SAUDE LTDA (RÉU)
IGOR CAVAIGNAC RIERA (ADVOGADO)

Outros participantes
DISTRITO FEDERAL (INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
21514620 20/08/2018 Decisão Decisão
17:28
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS

3VAFAZPUB
3ª Vara da Fazenda Pública do DF

Número do processo: 0701130-65.2017.8.07.0018

Classe judicial: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (64) - DIREITO


ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO (9985)

AUTOR: MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITORIOS

RÉU: RICARDO CARDOSO DOS SANTOS, FLAVIO DIAS DE ABREU, FABIO GONDIM
PEREIRA DA COSTA, INTENSICARE GESTAO EM SAUDE LTDA

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Vistos etc.

Cuida-se de Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa com Pedido de Liminar, proposta
pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS, por meio da 1ª
Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde – PROSUS, em desfavor de 1) RICARDO CARDOSO
DOS SANTOS, Ex-Diretor Executivo do Fundo de Saúde do Distrito Federal - FSDF; 2) FLÁVIO
DIAS DE ABREU, Ex-Corregedor da Saúde do Distrito Federal; 3) FÁBIO GONDIM PEREIRA
DA COSTA, Ex-Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal; e 4) INTENSICARE GESTÃO
EM SAÚDE LTDA.

Narra o autor que a sociedade empresária Intensicare Gestão em Saúde Ltda., desde 2009, presta
serviços ao Hospital Regional de Santa Maria – HRSM, sem licitação. Naquele tempo, foi realizado
negócio jurídico com a Real Sociedade Espanhola de Beneficência – RESEB, então gestora do hospital.

O Distrito Federal assumiu a gestão do nosocômio e a Secretaria de Estado de Saúde contratou a


mencionada empresa por dispensa de licitação.

Ao longo do tempo foram firmadas várias avenças entre o ente federado e a pessoa jurídica requerida, a
última encerrada em agosto de 2014. Após essa data, não foi fechado novo acordo.

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A sociedade empresária demandada começou a apresentar notas fiscais mensais pertinentes ao pagamento
por 100 (cem) leitos, no importe de R$ 3.769.416,48 (três milhões setecentos e sessenta e nove mil
quatrocentos e dezesseis reais e quarenta e oito centavos), sem a cobertura contratual.

O Distrito Federal ampliou o objeto pactuado e a Intensicare Gestão em Saúde Ltda., ficou responsável
pelo Centro Obstétrico do Hospital Regional de Santa Maria mediante o Contrato nº 128/2012.

Contra esse ajuste o MPDFT ajuizou as Ações de Improbidade Administrativa nº 2014.01.1.140038-5[1]


em trâmite na 2ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal; a de nº 2014.01.1.185792-6[2] distribuída à
8ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal; e a de nº 2014.01.1.140033-6 para a 6ª Vara de Fazenda
Pública do Distrito Federal[3].

O processo administrativo nº 060.011.334/2001 preparatório para a licitação de leitos de UTI, teve 13


(treze) versões de projeto básico, mas foi arquivado.

Relata ganhos superiores a R$ 200.000.0000,00 (duzentos milhões de reais) pela Intensicare desde 2011,
com os ajustes firmados junto ao Distrito Federal.

Volta-se contra o processo administrativo nº 060.012.269/2014 autuado para pagamentos de notas à


sociedade empresária ré.

No relatório atinente à nota fiscal nº 206 emitida pela Intensicare, o autor consigna a existência de
prejuízos aos cofres públicos. Para tanto, destaca que a Intensicare informa a disponibilização para a
Secretaria de Saúde do Distrito Federal, independentemente de haver leito bloqueado.

Os autos ficaram suspensos até surgir a Lei Distrital nº 5.566, de 11/12/2015, a qual destinou créditos
orçamentários ao Programa de Trabalho alusivo a Serviços Assistenciais Complementares em
Saúde, UTI, com anulação de dotações da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Em 31/12/2015, Ricardo Cardoso dos Santos, então Diretor-Executivo do Fundo de Saúde do DF –


FSDF autorizou a emissão de nota de empenho para a quitação de serviços realizados de outubro a
novembro de 2014, sem cobertura contratual, a título de indenização, além de autorizar a liquidação e o
pagamento.

Da mesma forma, relatou o reconhecimento de dívida, publicado no DODF nº 249 e retificado no DODF
nº 250, no valor global de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).

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Em seguida, foram emitidas ordens bancárias, em 28/01/2016, à Intensicare no importe de R$
5.000.000,00 (cinco milhões de reais). Todavia, tal valor era insuficiente para o adimplemento das notas
fiscais nº 204 e 206 com o somatório de R$ 7.538.832,96 (sete milhões quinhentos e trinta e oito mil
oitocentos e trinta e dois reais e noventa e seis centavos).

Não foi juntado no citado procedimento nenhuma documentação comprovando o cumprimento da ordem
cronológica de pagamento. Mesmo assim, apenas em agosto de 2016 o atual Secretário de Saúde
determinou a auditoria desses pagamentos à Unidade de Controle Interno – UCI e a investigação pela
Corregedoria de Saúde.

Cita a representação do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal –
TCDF, questionando o Contrato de Gestão nº 01/2009.

Além disso, foi indagada a quarteirização promovida pela RESEB ao contratar a Intensicare – Contrato nº
21/2009 –, após ter sido declarada vencedora do Pregão Eletrônico nº 32/2009.

Mesmo com a extinção do aludido pacto, em 2010, o TCDF não apurou eventual prejuízo suportado pelo
Estado.

Não obstante, o Ministério Público de Contas ajuizou nova representação, porém, sem julgamento da
Corte de Contas Distrital.

Enfatiza a monta dos pactos fustigados, R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais), e dos seus
objetos – UTI. Contudo, não foi levada a cabo uma inspeção conclusiva abordando como e se os serviços
estavam sendo prestados.

Noticia a terceirização ilícita conquanto a execução dos serviços de UTI em hospital público, por meio de
pessoa interposta, é atividade fim e não é passível de terceirização.

Os serviços impugnados não são de prestação de equipamentos e gestão técnica, mas, prestação de mão
de obra, conforme as notas fiscais emitidas pela empresa ré.

Aduz a violação aos princípios da legalidade e impessoalidade, além da ordem cronológica de


pagamentos em decorrência do pagamento à pessoa jurídica ré sem a cobertura contratual.

Inobstante, a quitação das notas fiscais em tela não foi precedida da devida motivação.

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Nessa esteira, expediu Ofício Conjunto a Ricardo Cardoso dos Santos o qual respondeu sem muito a
acrescentar.

Enviou outro Ofício Conjunto ao atual Diretor Executivo do Fundo de Saúde reiterando os pleitos do
documento anterior. Foi enviada resposta prestando várias informações, dentre elas, os valores pendentes
de pagamento à Intensicare.

Sustenta a responsabilidade de Ricardo Cardoso dos Santos; Flávio Dias de Abreu; e Fábio Gondim
Pereira da Costa, pelo pagamento indevido das notas fiscais de nº 204 e 206 em 28/01/2016.

Ricardo Cardoso dos Santos é responsável porque autorizou pagamento indevido.

Fábio Gondim Pereira da Costa, por ser Secretário de Saúde à época, e deveria ter atuado para
impedir a consumação de tal falha.

Já Flávio Dias de Abreu, na qualidade de Corregedor de Saúde, tinha como incumbência comunicar
os fatos ao TCDF, pena de responsabilidade solidária, além do dever de atuar com vistas à
apuração tempestiva das faltas de que estava plenamente ciente.

De outro modo, assevera a violação ao princípio da economicidade.

Informa a existência de 100 (cem) leitos de UTI no Hospital Regional de Santa Maria, sendo 02 (dois)
bloqueados na UTI Neonatal e 18 (dezoito) na unidade adulta por falta de equipamentos, manutenção,
insumos e pessoal.

A Intensicare não estava oferecendo médicos diaristas, pelo menos para a UTI Adulto, em número
suficiente para cumprir a legislação sanitária vigente, nem mesmo para os leitos ativos.

Ressalta jornadas excessivas onde médicos da Secretaria de Saúde atuariam, também, no Hospital
Regional de Santa Maria, ou possível coincidência de turnos.

A Nota Fiscal nº 204 e parte da nº 206 foram saldadas sem qualquer análise referente à legitimidade das
despesas indiretas cobradas.

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Não houve desconto relativo ao lucro da operação, o qual deveria ser deduzido por não representar
contraprestação à Administração Pública e não deve ser revertido ao fornecedor.

Pede a procedência dos pedidos, com fulcro nos arts. 10 e 11 com as cominações do art. 12, todos da
Lei nº 8.429/92, para condenar: a) a suspensão dos direitos políticos dos três primeiros requeridos
pelo prazo de cinco a oito anos e à perda da função pública; b) a condenação de todos os réus: b.1)
ao pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; b.2) a proibição de contratar com o
poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de cinco anos;
b.3) ao ressarcimento de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) aos cofres públicos, ou outro que
vier a ser devido, em decorrência dos prejuízos causados, solidariamente.

Deu à causa o valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).

Juntou documentos (ID n° 5496141 a 5496177).

Na decisão de ID nº 5505764, determinei a Notificação dos requeridos.

Manifestação por escrito de Fábio Gondim Pereira da Costa (ID nº 5869821). Preliminarmente
aventa a inépcia da petição inicial por falta de justa causa, pois não há indícios suficientes da existência
de ato de improbidade. Ademais, inocorreu a individualização das condutas tidas como ímprobas.

No mérito, consigna a falta de dolo nos atos atribuídos pelo requerente, sendo impossível a sua
responsabilização objetiva por ato omissivo ou comissivo, em prejuízo ao erário ou em afronta aos
princípios da Administração Pública, não havendo liame fático-jurídico apto a sustentar a conclusão de
que, como Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal, deveria intervir para evitar falhas em
procedimento administrativo de contratação - aditivo ou prorrogações -, bem como nos atos que se
sucederam até o pagamento das notas fiscais emitidas pela sociedade empresária, ora ré, haja vista serem
atos praticados por terceiros.

Não existe dolo, levando-se em conta que o demandante limitou sua acusação à culpa in vigilando,
descaracterizada pela ausência de normativo obrigando-o a tal mister.

Pleiteia o acolhimento da preliminar de inépcia da peça vestibular ou, na órbita meritória, a


improcedência da presente ação.

Defesa preambular de Flávio Dias de Abreu(ID nº 6011582). Inicialmente aduz inépcia da petição
inicial por entender que não poderia estar na qualidade réu no polo passivo na lide.

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Foi nomeado para o cargo de Corregedor-Geral da Secretaria de Estado de Saúde em 06/06/2014 e
exonerado, a pedido, em 19/05/2015 para tratamento médico.

Na matéria de fundo, reporta que no processo administrativo nº 060.012.269/2014-SES/DF não há um


único ato de sua autoria e, portanto, inexiste omissão de sua parte.

O feito foi remetido à Corregedoria de Saúde em 28/10/2014, recebido em gabinete em 04/11/2014,


remetido em 10/11/2014, retornando em 11/11/2014 e despachado em 18/11/2014. Nesse período o
requerido gozava férias.

Agiu depois das constantes inércias das áreas-fim da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e condutas
inerentes à Intensicare Gestão em Saúde Ltda., ao fim no Relatório de Auditoria nº
04/2015/DISED/CONAS/SUBCI-CGDF, o qual foi comunicado ao Secretário de Saúde do Distrito
Federal.

O Relatório Técnico nº 214/2014-DFLCC/COR/SES-DF não é de sua lavra e sim de Márcio da Conceição


Gomes e foi acolhido superiormente por Francineide Rodrigues Ribeiro Marinho.

Já o despacho na Corregedoria de Saúde, de 18/11/2014 foi visado por Luiz Pinto Fernandes.

Houve determinações da Corregedoria de Saúde do Distrito Federal, no processo nº 060.012.269/2014,


ainda em novembro de 2014, direcionadas ao Subsecretário de Administração Geral e ao Subsecretário de
Atenção à Saúde, com determinações expressas para efetuar glosas e apurar certeza ao que se deveria
pagar e com o posterior retorno dos autos à Corregedoria, com o fito de instaurar processo administrativo
disciplinar para apurar responsabilidades.

A Nota Técnica nº 001/2016-GAB/SUAG/SES foi assinada pelo ordenador de despesas, Marcello


Nóbrega de Miranda Lopes, no processo administrativo nº 060.012.269/2014-SES/DF em fevereiro de
2016 e não em 2015, como apontado pelo requerente.

Tal processo foi aditado com as notas fiscais nº 204 e 206, empenhadas, liquidadas e pagas, voltando à
Corregedoria de Saúde em julho de 2016. Nessa data o Corregedor era Rogério Batista Seixas.

O órgão de controle interno na Secretaria de Saúde era a Unidade de Controle Interno – UCI/SES-DF, da
Controladoria Geral do Distrito Federal na Secretaria de Saúde.

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Tal unidade findou em ações contidas no Relatório de Auditoria nº
04/2015/DISED/CONAS/SUBCI-CGDF, comunicado ao dirigente máximo da SES-DF, o Secretário de
Estado de Saúde do Distrito Federal-SES/DF, pelo ofício nº 1171 da CGDF, de 27/07/2015.

Já as notas fiscais de nº 205 e 206 foram adimplidas em 2016. Dessa feita, não pode ser responsabilizado
pelos fatos delineados pelo Ministério Público.

Por derradeiro, pugna pela admissão da preliminar de inépcia; pelo não recebimento da ação de
improbidade ou, no mérito, pela improcedência dos pleitos autorais. Colacionados os documentos anexos
(ID nº 6011594 a ID nº 6012014).

Manifestação prévia de Ricardo Cardoso dos Santos (ID nº 6409133). Esclarece haver sido nomeado
para o cargo de Diretor Executivo do Fundo de Saúde do Distrito Federal em 24/03/2015 e tomou posse
em 06/04/2015, bem antes da data informada pelo autor, qual seja em novembro de 2015.

Explica a reestruturação ocorrida na Secretaria de Saúde em novembro de 2015. As atividades de


execução orçamentária e financeira eram realizadas pela Subsecretaria de Administração Geral – SUAG
sendo transferidas ao Fundo de Saúde em 26/11/2015.

Em 02/12/2015 ocorreu a publicação de portaria delegando a competência para atos de empenho,


liquidação, pagamento e ordem de despesas ao Diretor Executivo do Fundo de Saúde. As demais
atribuições foram mantidas na SUAG cumprindo a segregação de funções.

O Diretor Executivo do Fundo de Saúde do Distrito Federal, apesar de ser gestor do orçamento e dos
recursos do mencionado fundo, conjuntamente com o Secretário de Saúde e não era responsável pela
ordenação de despesas.

Não ocorreu o pagamento em ofensa à ordem cronológica. A simples quitação extemporânea não implica
em pagamento de valores ou serviços inexistentes.

As dívidas de todas as empresas foram reconhecidas em um único ato, sem preterição de qualquer ou
favorecimento de uma delas em detrimento das outras. Realizou-se um rateio das quantias
disponibilizadas a partir da lei, proporcionalmente ao devido pelo ente federado.

Discorre não ter havido individualização por parte do requerente das condutas praticadas pelos réus,
impossibilitando a sua defesa. Não existe nexo de causalidade entre o ato tido como ímprobo e, tão pouco,
atuou com dolo de lesão ao erário.

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Derradeiramente propugna pela improcedência dos pedidos da inicial, acostando documentos (ID nº
640914 a 6409210).

Manifestação da Intensicare Gestão em Saúde Ltda. (ID nº 6496108).

De início, alega a conexão com a ação civil pública em trâmite na 5ª Vara de Fazenda Pública do Distrito
Federal (autos de nº 2016.01.1.117304-4).

Aventa que ambas as lides possuem a mesma causa de pedir. Na mencionada ação o autor busca a
condenação da empresa ré à devolução dos valores percebidos em virtude dos serviços fornecidos ao
Hospital Regional de Santa Maria. Já nesta lide, é pleiteado o ressarcimento de parte das quantias
relativas aos serviços de saúde realizados.

A discussão presente nestes autos está contida no processo distribuído ao citado Juízo Fazendário,
devendo ser reunidos para decisão conjunta, nos termos do CPC.

Impugna o valor dado à causa, pois a quantia de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) não
corresponde ao conteúdo patrimonial em questão.

O somatório das notas fiscais de números 204 e 206 impugnadas são de R$ 7.538.832,96 (sete milhões
quinhentos e trinta e oito mil oitocentos e trinta e dois reais e noventa e seis centavos), o qual deve ser
conferido à demanda.

Na matéria de fundo, faz referência à ausência de conduta típica, porquanto não atuou visando lesar a
Administração Pública.

Rechaça a tese de terceirização ilícita, isso porque os serviços de saúde podem ser realizados mediante
contratos de gestão, por entes estranhos à estrutura governamental, de acordo com entendimento esposado
em julgamentos do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União.

De outra banda, as quantias concernentes ao acordo de gestão, cuja origem decorre de seus os serviços
efetuados, não podem ser considerados para os limites de gasto com pessoal instituído pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.

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Ao contrário, as verbas destinadas não impactaram negativamente o limite de gastos do Distrito Federal,
destinando recursos para a manutenção da saúde pública local.

Refuta a ofensa aos princípios da legalidade e impessoalidade por quebra da ordem cronológica
pagamentos.

Nega a ausência de sobre preço nos seus produtos. A realização dos seus serviços não constitui infração
ao princípio da legalidade, mas o cumprimento de ordem judicial exarada pela 8ª Vara da Fazenda Pública
do DF, nos autos de nº 2010.01.1.146485-8, onde foi determinada sua abstenção em retirar ou transferir
seus equipamentos e pessoal indispensáveis à manutenção dos serviços de UTI prestados no Hospital
Regional de Santa Maria.

As obrigações assumidas junto ao Distrito Federal limitaram-se ao fornecimento de mão de obra


necessária ao atendimento realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Santa
Maria, nos termos avençados, com o adimplemento de valor mensal fixo, independentemente da
quantidade de leitos disponíveis.

A manutenção e adequação dos leitos de UTI permaneceram sob a responsabilidade Estatal. Eventual
ausência de atendimento em todos os leitos em decorrência de bloqueios configura fato da administração,
equivalendo à força maior e excluindo a responsabilização do particular pela inexecução contratual.

Sob outro prisma, a complementação da mão de obra mínima necessária para o atendimento aos
normativos da ANVISA era obrigação da Secretaria de Saúde.

Destaca que a renovação e acordos emergenciais e a solicitação da continuidade dos seus serviços, à
míngua de cobertura contratual, não podem ser imputadas à sociedade empresária corré.

Trata-se de atos de gestão, cuja incumbência recai sobre os agentes públicos, isto é, os servidores da
Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.

Não aconteceu transgressão ao princípio da impessoalidade e à ordem cronológica de pagamentos.


Rememora não ter logrado êxito em receber pagamentos atrasados junto ao Distrito Federal, incluindo os
de exercícios pretéritos.

Reitera não ter praticado ato ímprobo, pois é cumpridora dos seus deveres contratuais regularmente,
praticando preço justo e abaixo da média de mercado, de acordo com auditoria realizada pelo Tribunal de
Contas da União, em representação ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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Inexistem evidências aptas a demonstrar culpa (culpa grave), dolo genérico ou específico, necessários
para ser inserida no polo passivo da causa.

Finalmente, postula o acolhimento das arguições agitadas, e sua exclusão da lide.

Carreou documentos (ID nº 6496198 a 6496500).

O DISTRITO FEDERAL foi notificado, entretanto, não se manifestou (Ids 5505764 e 5574077).

O Ministério Público exarou nota de ciência (ID nº 8228758).

Chamei o feito à ordem e, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 64 do NCPC, e determinei o retorno dos autos
ao Ministério Público para manifestação acerca da existência de conexão, levantada em sede de
preliminar, junto a 5ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal (processo nº 2016.01.1.117304-4),
inclusive quanto à inépcia da petição inicial e da impugnação ao valor dado à causa. Prazo de 15 (quinze)
dias (ID nº 8443014).

O Parquet pronunciou-se sobre as preliminares arguidas (ID nº 9357269).

Rebate a preambular de inépcia da inicial ventilada por Fábio Gondim Pereira da Costa. A exordial foi
clara ao delinear a conduta ou omissão de cada um dos requeridos e trouxe vasta documentação
demonstrando todo o alegado. Houve a descrição de atos ímprobos dos demandados.

Os réus Ricardo Cardoso dos Santos, Flávio Dias de Abreu e Fábio Gondim Pereira da Costa são
responsáveis pelo pagamento das Notas Fiscais nº 204 e 206, indevidamente em 28/01/2016.

Ricardo Cardoso do Santos autorizou o pagamento incorreto. Já Fábio Gondim Pereira da Costa era
Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal, na data do pagamento, e deveria evitar a consumação
de tal falha em obediência ao art. 105, parágrafo único, I, da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Flávio Dias de Abreu, como Corregedor de Saúde, deveria comunicar os fatos ao Tribunal de Contas do
Distrito Federal, pena de responsabilidade solidária. Ainda deveria atuar visando a apuração tempestiva
das faltas de que estava plenamente ciente, consoante a assinatura de seu despacho acostado como prova
dos autos.

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Repele a arguição de conexão levantada pela ré Intensicare Gestão em Saúde Ltda., relativa ao processo
de nº 2016.01.1.117304-4. Tal Ação Civil Pública cuida de obrigação de fazer e não fazer onde os
requeridos são o Distrito Federal e a empresa Intensicare.

O pleito foi proposto objetivando a regularização da situação precária dos serviços de terapia intensiva no
Hospital Regional de Santa Maria prestados pela requerida Intensicare. Intenta obrigar o Distrito Federal a
retomar a administração e o fornecimento de UTI no citado hospital.

Já a presente ação pretende a responsabilização de agentes públicos por atos de improbidade


administrativa. Há objetos diferentes, causa de pedir distinta e diversos demandados. Nessa linha, não
haveria a possibilidade de reunião dos feitos.

Por derradeiro, pugnou pelo prosseguimento da ação, rejeitando as preliminares agitadas.

Declinei da competência para a 5ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, suscitou conflito
negativo. O eg. TJDFT decidiu pela competência deste Juízo para processar e julgar a lide (ID nº
21239501).

Os autos vieram conclusos.

É O RELATÓRIO. DECIDO.

Cumpra-se o v. Acórdão que declarou este Juízo Fazendário competente para julgar o feito. Ratifico os
atos judiciais anteriores.

PRELIMINARES

DA INÉPCIA DA INICIAL

Da Inépcia Aventada por Fábio Gondim Pereira da Costa

O requerido Fábio Gondim Pereira da Costa levantou preliminar de inépcia da exordial pela ausência de
justa causa.

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Relembro que o termo ‘improbidade’ significa falta de probidade, desonestidade, atos contrários às
normas legais, morais e aos bons costumes, praticados por agentes públicos e por particulares em
colaboração, violando os princípios da Administração Pública.

De outra senda, aduzir ausência de justa causa, denota o assinalamento de inexistência da prática de
ato desleal e/ou desonesto contra a Administração Pública.

Nesta linha de entendimento, a justa causa guarda similitude com o interesse de agir - uma das
condições da ação - para o prosseguimento do feito.

Para tanto, não basta a simples indicação de prática de improbidade pelo requerente. É imperioso
que os fatos narrados estejam aliados a um acervo de provas apto a demonstrar sua verossimilhança.

Nesta esteira, no âmbito da ação de improbidade administrativa, o conjunto fático-probatório inicial deve
conter indícios razoáveis quanto à autoria e à materialidade.

Assim, o julgador poderá identificar a concreta participação dos agentes nos fatos, objetivando aclarar as
alegações iniciais.

Depois dessa verificação inicial, poderá, por fim, fundamentar o recebimento ou não da peça vestibular.

A propósito, o termo “indícios suficientes”, exprime uma condição de prosseguibilidade da ação.


Nessa etapa processual, não é exigida da parte autora a demonstração inequívoca de todas as evidências
para a condenação das partes adversas.

De forma diversa, o demandante tem o ônus da prova mitigado podendo colacionar fortes indícios
visando o início da instrução processual, pena de esvaziamento das demais fases do processo.

Dessarte, como se trata de juízo prévio de admissibilidade, cabe ao magistrado verificar a presença
de legitimidade das partes, do interesse de agir e da justa causa, componentes viabilizadores para a
propositura da ação.

Procedendo à apuração preliminar do cabedal probatório carreado, constato indícios mínimos suficientes
de condutas dolosas praticadas pelos notificados, em tese, incompatível com os princípios administrativos

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consubstanciando o elemento subjetivo do autor da conduta tida como ilícita – dolo ou culpa. Deste
modo, rechaço a preambular levantada.

Da Inépcia da Inicial Arguida por Fábio Gondim Pereira da Costa e Ricardo Cardoso dos Santos

Os requeridos Fábio Gondim Pereira da Costa e Ricardo Cardoso dos Santos também invocaram inépcia
pela falta de individualização das condutas tidas como ímprobas.

No tocante à inépcia da inicial, o artigo 330, §1º, do CPC estabelece:

“§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;

III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.”

Melhor sorte não assiste aos demandados neste ponto. A causa de pedir encontra-se bem explicitada,
delineando as condutas de cada notificado, principalmente aquelas atribuídas a Fábio Gondim Pereira da
Costa e Ricardo Cardoso dos Santos, culminando no ato de improbidade de pagamento indevido das notas
fiscais de nº 204 e 2016 em 28/01/2016.

Assim sendo, em atendimento ao princípio da adstrição, não há que se falar em inépcia da inicial,
quando a peça inaugural revela claramente a causa de pedir e o pedido, apresentando adequadamente a
narração dos fatos.

Por conseguinte, não há prejuízo para a defesa dos requeridos ou qualquer nulidade processual a ser
reparada. Portanto, repilo a preliminar apontada.

Da Inépcia Levantada por Flávio Dias de Abreu

De sua vez, Flávio Dias de Abreu alegou inépcia da exordial porquanto não concorreu para os supostos
atos de improbidade. Logo, não poderia ser réu nesta demanda.

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Inicialmente, cabe enfatizar que para a configuração de ato de improbidade administrativa é necessário o
preenchimento dos requisitos abaixo:

a) Sujeito passivo, sendo as entidades mencionadas no art. 1º da Lei 8.429/1992;

b) Sujeito ativo, ou seja, o agente público ou terceiro que induza ou concorra para a prática
de ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta;

c) Ocorrência de ato danoso descrito na lei, causador de enriquecimento ilícito (art. 9º), prejuízo ao erário
(art. 10) ou atentado contra os princípios da Administração Pública (art. 11); e

d) Elemento subjetivo, isto é, presença de dolo (art. 9, 10 e 11) ou culpa (art. 10).

Compulsando os autos, analisando os documentos, acostados, bem como as teses trazidas pelo autor e
pelo demandado verifico a ausência de qualquer conduta dolosa ou culposa praticada pelo notificado,
visando lesar deliberadamente o patrimônio público ou transgredir os princípios da Administração
Pública.

O requerido foi exonerado, a pedido, do cargo de Corregedor Geral da Saúde da Secretaria de Estado de
Saúde do Distrito Federal, conforme publicado no DODF de 19/05/2015 (ID nº 6011594, fl. 19).

Em 31/12/2015, foram autorizadas as notas de empenho para a quitação dos serviços médicos de UTI
fornecidos pela empresa Intensicare, no intervalo compreendido entre outubro e novembro de 2014, por
Ricardo Cardoso dos Santos.

Já as ordens bancárias no valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) favoráveis à sociedade


empresária demandada foram emitidas em 28/01/2016.

Na linha temporal traçada, o réu não ocupava o cargo de Corregedor de Saúde Distrital quando do
empenho e pagamento das notas fiscais objurgadas, como delineado alhures.

Neste contexto, seria injusto e desarrazoado imputar ao requerido as condutas consideradas ímprobas pelo
Ministério Público em razão de haver ocupado posto público de alta relevância na apuração de desvios na
área da saúde.

Num. 21514620 - Pág. 14


De mais a mais, quem exerce cargo correcional não possui onipresença ou onisciência de toda e qualquer
irregularidade perpetrada no seu raio de atuação.

De maneira diversa, deve exercer seu múnus público quando for provocado ou tomar ciência de
ilegalidades, dentro da sua esfera de competência, obedecendo aos princípios devido processo legal, do
contraditório e ampla defesa.

Posto isto, o plexo de fatos atribuídos ao demandado não é suficiente para comprovar indícios de intenção
dolosa ou culposa causando prejuízos ao erário ou violações aos princípios norteadores administrativos.

Destarte, não há de se falar em afronta aos artigos 10 e 11 da Lei nº 8.429/1992.

Assim já decidiu o eg. TJDFT em circunstâncias análogas:

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. PEDIDO CONDENATÓRIO POR


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. SITUAÇÃO JURÍDICA
DIVERSA. LEI 8.429/92, ARTIGOS 10, 11 E 12. PRÁTICA DE INFRAÇÃO RELATIVA À
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. O ART. 10 ADMITE A CONDUTA CULPOSA, O QUE NÃO
É ACEITO PELO ART. 11. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE DANO AO ERÁRIO.
RECURSO PROVIDO.

1. Não se encontrando os acusados na mesma situação jurídica, não se verifica nenhuma afronta ao
princípio da isonomia. Preliminar rejeitada.

2. A Constituição Federal tolera a concomitância das procuradorias e das consultorias jurídicas existentes
anteriores à Constituição. Tal circunstância leva a uma situação em que a subjetividade a respeito da
verificação do fato ou da conclusão jurídica que regula o mesmo fato, seja avaliada por diferentes
intérpretes legais das normas jurídicas e, assim, não se pode pensar que haverá unanimidade sobre todas
as questões jurídicas passíveis de interpretação.

3. O dolo ou a culpa do administrador público não se presume, por isso, no mínimo, deve estar
assentada em fatos indicativos da existência do dolo ou culpa do administrador público, mormente
quando o fundamento da causa de pedir está assentado no prejuízo patrimonial causado ao
patrimônio público pelo seu administrador tido por ímprobo.

4. As infrações relativas à improbidade administrativa, capituladas no artigo 11, caput, Lei nº


8.429/92, exigem a comprovação do dolo por parte de agente público, sendo que as do artigo 10
também aceitam a modalidade culposa na prática do ato, contudo, o prejuízo ao erário deverá
restar cabalmente comprovado.

5. Ausência de comprovação de enriquecimento ilícito. Ademais, o Ministério Público não trouxe aos
autos elemento que demonstrasse prejuízo aos cofres públicos. Nesse contexto, não há falar em
aplicação do art. 10 da Lei 8.429/92. A responsabilização com base no art. 11 da Lei nº 8.429/92 exige
dolo, não configurado no caso sub judice.

Num. 21514620 - Pág. 15


6. O ônus da prova consiste na conduta processual exigida da parte para que a verdade dos fatos por ela
alegados seja admitida pelo juiz. Há, em verdade, um simples ônus, de modo que o litigante assume o
risco se não provar os fatos alegados dos quais depende a existência do direito subjetivo que pretende
resguardar por meio da tutela jurisdicional.

7. Ainda que seja reprovável a conduta praticada por administradores públicos ao não observarem
princípios basilares que informam a Administração Pública, não podem eles vir a ser condenados por
improbidade administrativa se não houve a comprovação do dano que a conduta praticada causou ao
erário, por ser inadmissível no ordenamento jurídico pátrio a responsabilidade objetiva.

8. Recurso conhecido e provido.

(Acórdão n.1084818, 20150110459622APC, Relator: CARLOS RODRIGUES 6ª TURMA CÍVEL, Data


de Julgamento: 21/03/2018, Publicado no DJE: 27/03/2018. Pág.: 391/396)

DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. REJEIÇÃO PRELIMINAR DA


AÇÃO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIOS SUFICIENTES DA PRÁTICA DE ATOS
ÍMPROBOS. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. CONDENAÇÃO ANTERIOR À ENTIDADE
REPRESENTADA PELOS RÉUS. ART. 17, §8º, DA LEI 8.429/92. SENTENÇA MANTIDA.

1. A ação de improbidade administrativa pode ser rejeitada quando o juiz se convencer da


inexistência de ato de improbidade ou de indícios suficientes, nos termos do art. 17, §8º, da Lei
8.429/92.

2. Para a configuração do ato de improbidade administrativa, faz-se necessário a existência dos seguintes
elementos: a) sujeito passivo, que é uma das entidades mencionadas no art. 1º da Lei 8.429/92; b) sujeito
ativo, ou seja, o agente público ou terceiro que induza ou concorra para a prática de ato de improbidade
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta; c) ocorrência de ato danoso descrito na lei,
causador de enriquecimento ilícito para o sujeito ativo, prejuízo ao erário ou atentado contra os princípios
da Administração Pública; d) elemento subjetivo, isto é, presença de dolo ou culpa.

3. Recurso conhecido e desprovido.

(Acórdão n.1112045, 20160110970802APC, Relator: SEBASTIÃO COELHO 5ª TURMA CÍVEL, Data


de Julgamento: 25/07/2018, Publicado no DJE: 03/08/2018. Pág.: 389/392)

Neste diapasão, não resta outra alternativa senão rejeitar liminarmente a Ação Civil Pública por
Ato de Improbidade relativamente a Flávio Dias de Abreu da lide, tendo em vista a inexistência de
qualquer ato de improbidade praticado pelo réu, nos termos do art. 17, §8º, da LIA.

DA CONEXÃO

A empresa Intensicare Gestão em Saúde Ltda. alegou conexão relativa aos autos de nº
2016.01.1.117304-4 em trâmite na 5ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal.

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Entendo que restou decidida em decorrência do v. Acórdão do eg. TJDFT, o qual declarou este
Juízo competente para processar e julgar a contenda.

DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

Por derradeiro, a demandada Intensicare Gestão em Saúde Ltda. objetou o valor atribuído à causa,
postulando a sua modificação.

Assiste razão à empresa requerida. O autor deu à causa o valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de
reais).

Minudenciando os autos, percebo que a soma das notas fiscais de números 204 e 206 é de R$
7.538.832,96 (sete milhões quinhentos e trinta e oito mil oitocentos e trinta e dois reais e noventa e seis
centavos).

Neste sentido, acolho a impugnação e altero o valor da causa para R$ 7.538.832,96 (sete milhões
quinhentos e trinta e oito mil oitocentos e trinta e dois reais e noventa e seis centavos). Anote-se.

DO RECEBIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL (§ 9º DO ART. 17 DA LIA)

A jurisprudência é uníssona no sentido de que a petição inicial da Ação de Improbidade só será rejeitada
nos casos de notória inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da
via eleita (§ 8º, do art. 17, da Lei nº 8.429/92).

Nesse aspecto, a imputação dada aos demandados se ancora na prática de ato ímprobo em face de Ricardo
Cardoso dos Santos, Fábio Gondim Pereira da Costa e Intensicare Gestão em Saúde Ltda., pelo
pagamento indevido das notas fiscais de nº 204 e 206 em 28/01/2016.

Ricardo Cardoso dos Santos era, ao tempo dos fatos, Diretor Executivo do Fundo de Saúde do Distrito
Federal e ordenador de despesas concernentes aos fornecedores da Secretaria de Saúde do Distrito
Federal.

Porém, as inúmeras falhas evidenciadas demonstram o descumprimento das suas obrigações como gestor
público, consoante relato do Ministério Público.

Num. 21514620 - Pág. 17


Fábio Gondim Pereira da Costa ocupava o cargo de Secretário de Saúde do Distrito Federal quando
foram efetuados os pagamentos reportados na peça vestibular.

Na qualidade de chefe da pasta em comento, tinha condições de verificar e impedir tempestivamente o


pagamento da quantia elencada à empresa ré, caso constatasse erros ou falhas na execução dos serviços
médicos de UTI prestados pela também ré Intensicare.

Por seu turno, no que cinge à sociedade empresária Intensicare Gestão em Saúde Ltda., mediante
análise perfunctória, observo mostras da obtenção de vantagens de forma direta ou indireta, ante os
pagamentos das notas fiscais de nº 204 e 206 em 28/01/2016, amoldando-se à previsão do art. 3º da LIA.

Desta maneira, podem ser cominadas as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa aos
requeridos.

A questão merece um exame mais aprofundado levando-se em conta que podem ser imputadas as penas
contidas na Lei de Improbidade Administrativa, nos termos de seu art. 12, II.

Tendo em vista que se são indicados aos demandados improbidade administrativa por dano
culposo/doloso ao Erário, faz-se necessária a instrução processual para verificação tanto da
negligência/imperícia como do próprio prejuízo em desfavor do DF.

Nesse descortino, na órbita preliminar, impossível se fazer um exame completo do elemento subjetivo do
tipo, o dolo ou culpa[4], a violar normas legais nas hipóteses da LIA, como imputou o Ministério Público
nas condutas atribuídas aos requeridos.

Certo que, da prova dos autos, não é possível se concluir, de forma inequívoca, pela inexistência do ato de
improbidade, improcedência da ação ou inadequação da via eleita.

Em resumo, os fatos narrados merecem um exame mais aprofundado, tornando imprescindível a dilação
probatória sob o crivo do contraditório e ampla defesa.

Por conseguinte, repito, faz-se imperiosa a instrução processual para verificar se as partes requeridas
agiram, ou não, com dolo ou culpa para fins de tipicidade, configurando atos de improbidade
administrativa.

Num. 21514620 - Pág. 18


As jurisprudências do Colendo STJ e do Egrégio TJDFT delineiam os fundamentos para o recebimento da
inicial da Ação de Improbidade, sendo sua rejeição uma exceção, consoante os arestos abaixo:

PROCESSUAL CIVIL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PETIÇÃO INICIAL. RECEBIMENTO.


PRESENÇA DE INDÍCIOS DE COMETIMENTO DE ATO ÍMPROBO. IN DUBIO PRO
SOCIETATE. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. RECURSO
ESPECIAL NÃO PROVIDO. HISTÓRICO DA DEMANDA

1. [...]

5. Nos termos do art. 17, § 8º, da Lei 8.429/1992, a presença de indícios de cometimento de atos
previstos na referida lei autoriza o recebimento da petição inicial da Ação de Improbidade
Administrativa, devendo prevalecer na fase inicial o princípio do in dubio pro societate. Nesse
sentido: AgRg no REsp 1.306.802/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
5/12/2014, e AgRg no AREsp 459.202/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
25/6/2014.

6.[...]

7. Recurso Especial não provido.

(REsp nº 1655381/PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em


06/04/2017, DJe 25/04/2017)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.


RECEBIMENTO DA INICIAL. INDÍCIOS. VERIFICAÇÃO. PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO
SOCIETATE. SÚMULA 7/STJ.

1. Apresença de indícios do cometimento de ato de improbidade administrativa autoriza o


recebimento da petição inicial da ação destinada à apuração e sanção das condutas ilícitas.
Conforme o entendimento desta Corte Superior, essa fase processual é regida pelo princípio do in
dubio pro societate.

2. No caso, o acórdão recorrido estabelece a existência desses indícios. A afirmação do contrário demanda
o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 7/STJ.

3. Recurso especial não conhecido.

(REsp 1563455/GO, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/10/2017,


DJe 11/10/2017)

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. DECISÃO DE RECEBIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.


PRESENÇA DE INDÍCIOS DE MATERIALIDADE E AUTORIA. PRÁTICA DE ATO
IMPROBO. DECISÃO FUNDAMENTADA. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO
SOCIETATE.

1. Existindo indícios de cometimento de atos enquadrados na Lei nº 8.429/92, a petição inicial deve
ser recebida, não se mostrando necessário a existência de provas cabais do suposto ato tido como
ímprobo.

Num. 21514620 - Pág. 19


2. Havendo elementos suficientes nos autos que demandam dilação probatória, necessário se torna o
processamento da ação de improbidade administrativa.

3. Descabe, neste momento processual, a análise profunda de questões relativas ao mérito, devendo
se ater o magistrado aos indícios de materialidade e autoria dos atos de improbidade que
justifiquem o prosseguimento da ação.

4. A fundamentação concisa não deve ser confundida com ausência de motivos. Não se espera, na decisão
que recebe a ação de improbidade, robustez nos fundamentos utilizados pelo julgador, revelando-se
suficiente, ainda que de modo sucinto, o entendimento no sentido da existência de indícios da prática de
atos ímprobos imputados à parte requerida, como ocorreu na espécie, inexistindo, portanto, afronta ao
artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal.

5. Nesta fase de cognição sumária, prevalece o princípio do in dubio pro societate, de modo que o
interesse público seja efetivamente resguardado.

6. Recurso conhecido e desprovido.

(Acórdão nº 1067122, 07144114520178070000, Relator: GISLENE PINHEIRO 7ª Turma Cível, Data de


Julgamento: 13/12/2017, Publicado no DJE: 19/12/2017. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA - JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE - DECISÃO QUE RECEBE A PETIÇÃO
INICIAL - ART. 17, §§ 7º E 8º DA LEI 8.429/92 - INÉPCIA DA INICIAL - AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO - FALTA DE JUSTA CAUSA - INOCORRÊNCIA. (...)

2. Nos termos do art. 17, §§ 7º e 8º da Lei nº 8.429/92, a rejeição in limine da petição inicial da ação
de improbidade administrativa só deve ocorrer à luz de prova inequívoca da "inexistência do ato de
improbidade administrativa, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita", ante a
prevalência do princípio do in dubio pro societate e da necessidade de resguardo do interesse
público.

3. É assente na jurisprudência desta e. Corte que o juízo de admissibilidade na ação de improbidade


administrativa é um juízo sumário, preliminar, e que o feito deverá ser processado ante a presença
de indícios mínimos de existência do suposto ato ilícito, bem como de sua autoria.

4. Ante a presença de elementos indiciários suficientes ao juízo positivo de admissibilidade da ação


de improbidade administrativa, descabe a pretensão da recorrente em isentar-se das imputações
que lhes são dirigidas nesta fase processual, sendo necessária a regular instrução, sob o crivo do
contraditório e ampla defesa.

5. Recurso conhecido e desprovido.

(Acórdão nº 1011602, 20160020472734AGI, Relator: JOSAPHA FRANCISCO DOS SANTOS 5ª


TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 19/04/2017, Publicado no DJE: 08/05/2017. Pág.: 664/668)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. RECEBIMENTO


DA INICIAL. EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE MATERIALIDADE E AUTORIA. NECESSIDADE
DE ANÁLISE MAIS PROFUNDA DAS CONDUTAS. PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO SOCIETATE.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Num. 21514620 - Pág. 20


1. Arejeição da inicial em ação de improbidade administrativa é medida excepcional, somente
cabível quando demonstrado cabalmente nos autos a inexistência do fato ou da não ocorrência ao
dano ao patrimônio público, ou ainda, do enriquecimento ilícito ou da violação aos princípios da
administração pública, a depender da extensão da conduta ou dano.

2. Ajurisprudência deste E.TJDFT é no sentido de que para o recebimento da petição inicial


referente aos atos enquadrados na Lei n° 8.429/92, não é necessária a existência de provas absolutas
do ato supostamente ímprobo, bastando à existência de indícios da prática de tais atos.

3. A petição inicial reputa condutas ofensivas aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
transparência dos atos administrativos e de gestão responsável dos valores públicos, que, em princípio, se
submeteriam à regra prevista no art. 10, da LIA. Portanto, se a decisão agravada não padece de vício de
fundamentação, não se apresentam os vícios declinados pelo recorrente; bem assim, por outro lado, há
justa causa para a instauração do processo de improbidade administrativa.

4. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

(Acórdão n.1088173, 07128100420178070000, Relator: ROBSON BARBOSA DE AZEVEDO 5ª Turma


Cível, Data de Julgamento: 11/04/2018, Publicado no DJE: 24/04/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.


ADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. DEMONSTRAÇÃO
SUCINTA DAS RAZÕES QUANTO À EXISTÊNCIA DE JUSTA CAUSA. DECISÃO MANTIDA. 1.
A análise do recebimento das Ações de Improbidade, após a respectiva defesa preliminar, revela
juízo sumário, sem a obrigatória necessidade de exaurimento das questões suscitadas pela defesa,
sendo suficiente, portanto, a demonstração concisa das razões quanto à existência de justa causa.

2. A remissão feita pelo magistrado aos documentos constantes na inicial e às condutas praticadas pelo
réu não pode ser tida como justificativa para invalidar a fundamentação da decisão, notadamente quando
convencido acerca da tipicidade da conduta e da viabilidade da acusação.

3. Havendo indícios mínimos da prática de atos tipificados na Lei n.º 8.429/1992, expressamente
considerados pelo Magistrado ao admitir a Ação de Improbidade, deve prevalecer o princípio do in
dubio pro societate.

4. Agravo de Instrumento conhecido e desprovido.

(Acórdão n.1112807, 07012789620188070000, Relator: EUSTÁQUIO DE


CASTRO 8ª Turma Cível, Data de Julgamento: 01/08/2018, Publicado no PJe:
03/08/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Ante ao exposto, forte nessas razões, REJEITO LIMINARMENTE a presente Ação Civil Pública de
Improbidade Administrativa atinente a Flávio Dias de Abreu, ante a inexistência de qualquer ato
de improbidade praticado por este notificado, nos termos do art. 17, §8º, da LIA.

Num. 21514620 - Pág. 21


Outrossim, RECEBO A PETIÇÃO INICIAL, relativamente aos ora réus Ricardo Cardoso dos
Santos, Fábio Gondim Pereira da Costa e Intensicare Gestão em Saúde Ltda., e abro o prazo de 15
(quinze) dias para os requeridos ofertarem contestação, ficando assim citados a contar da data da
intimação por seu advogado no DJE, com fundamento no art. 17, §9º, da Lei nº 8.429/1992, consoante já
advertido anteriormente.

O DF não se manifestou, modo pelo qual dispenso a sua citação.

Intimem-se.

Brasília - DF, 20 de agosto de 2018 16:58:25.

JANSEN FIALHO DE ALMEIDA

Juiz de Direito

Documentos associados ao processo

Título Tipo Chave de acesso**


Petição Inicial - Ação Civil Pública
por Ato de Improbidade Petição Inicial 17021518460601000000005293333
Administrativa
DOC 1 Outros Documentos 17021518460681800000005293334
DOC 2 Outros Documentos 17021518460757900000005293335
DOC 3 Outros Documentos 17021518460833300000005293337
DOC 4 Outros Documentos 17021518460927800000005293338
DOC 5 Outros Documentos 17021518461000600000005293339
DOC 6 Outros Documentos 17021518461077800000005293340
DOC 8 Outros Documentos 17021518461150600000005293341
DOC 9 Outros Documentos 17021518461232500000005293343
DOC 10 Outros Documentos 17021518461318700000005293344
DOC 11 Outros Documentos 17021518461404200000005293345
DOC 12 Outros Documentos 17021518461479800000005293346
DOC 13 Outros Documentos 17021518461553200000005293347

Num. 21514620 - Pág. 22


DOC 14 Outros Documentos 17021518461641000000005293348
DOC 15 Outros Documentos 17021518461718700000005293351
DOC 16 Outros Documentos 17021518461801100000005293353
DOC 17 Outros Documentos 17021518461887300000005293355
DOC 18 Outros Documentos 17021518461998300000005293357
DOC 19 Outros Documentos 17021518462071900000005293358
DOC 20 Outros Documentos 17021518462155000000005293360
DOC 21 Outros Documentos 17021518462233500000005293362
DOC 22 Outros Documentos 17021518462331100000005293363
DOC 23 Outros Documentos 17021518462447000000005293364
DOC 24 Outros Documentos 17021518462529500000005293366
DOC 25 Outros Documentos 17021518462614500000005293367
DOC 26 Outros Documentos 17021518462703800000005293369
DOC 27 Outros Documentos 17021518462779900000005293370
Decisão Decisão 17021616243278500000005302675
Mandado Mandado 17021618131239400000005312166
Mandado Mandado 17021618165853400000005312253
Mandado Mandado 17021618204510400000005312396
Mandado Mandado 17021619012165800000005312680
Carta Carta 17021716224751200000005321812
Certidão Certidão 17021717512308200000005331895
PJE N°
Certidão 17021717504895500000005332009
0701130-65.2017.8.07.0018-MP
Certidão Certidão 17022015432691100000005350540
Solicitação de Remessa de Carta
Documento de Comprovação 17022015430627100000005350645
Precatória 1018694-2017
Diligência Diligência 17022114160326100000005369162
Diligência Diligência 17022215585563000000005396671
Diligência Diligência 17022218283987600000005403962
Certidão Certidão 17030316231182800000005480037
Diligência Diligência 17030819182724700000005540217
Habilitação em processo Petição 17031517370806500000005657295
PROCURAÇÃO FABIO GONDIM Procuração/Substabelecimento 17031517370881400000005657365
DEFESA PRELIMINAR Contestação 17031517433413300000005657530
Fábio Gondim - Defesa Preliminar
Petição 17031517430678900000005657697
em PDF
Petição Petição 17032312012657900000005796604
Manifestação por escrito.compressed
Petição 17032311503804800000005796616
(1)
DOC. 1 Documento de Identificação 17032311523306400000005796657
DOC. 2 Documento de Identificação 17032311530507900000005796691
Doc. 3 Certidão juntada aos autos Documento de Comprovação 17032311532344900000005796715
Doc. 4 Memo nº 553 2015 p UCI Documento de Comprovação 17032311540589100000005796740
Doc. 5 Relatorio TCA-2014-SESDF
Documento de Comprovação 17032311555134700000005796821
(1)
Doc. 6 Documento de Comprovação 17032311561630900000005796846
Doc. 7 dec 32598 2010 alterações Documento de Comprovação 17032311563607500000005796862

Num. 21514620 - Pág. 23


DOC. 8 Documento de Comprovação 17032311565996000000005796886
DOC. 9 Documento de Comprovação 17032311591798900000005796982
DOC. 10 Documento de Comprovação 17032312003283700000005797027
Manifestação de ciência Manifestação do MPDFT 17032416011818300000005836537
Habilitação em processo Petição 17041317350035500000006186450
contestação Contestação 17041317350405900000006186504
procuração-Dr Newton-Assinada Procuração/Substabelecimento 17041317350460200000006186512
DOC 01 - Necessidade
Outros Documentos 17041317350520100000006186519
suplementacao 2015
DOC 04 - Portaria 204-2007-MS Outros Documentos 17041317350576500000006186525
DOC 05 - Portaria 2238-2015-MS -
Outros Documentos 17041317350630100000006186534
Rede Urgencia e Emergencia DF
DODF-REC-DIVIDA-UTI Outros Documentos 17041317350808300000006186539
DODF-REC-DIVIDA-UTI-RETIF Outros Documentos 17041317350863700000006186541
PL 811-2015-Emenda Aditiva 7 Outros Documentos 17041317350919700000006186549
PL 811-2015-Emenda Aditiva 8 Outros Documentos 17041317350970400000006186553
PL 833-2015-Emenda Aditiva 7 Outros Documentos 17041317351098900000006186574
PL-2015-00811-PAR-002-CEOF Outros Documentos 17041317351168500000006186578
PL-2015-00811-REL-001-CCJ Outros Documentos 17041317351236000000006186581
Habilitação em processo Petição 17041918454695200000006271343
Manifestação Prévia (Parte I) Petição 17041918454748600000006271445
Manifestação Prévia (Parte II) Petição 17041918454812400000006271467
Doc 01 - Contrato Social e CNPJ da
Contrato social 17041918454867000000006271534
Manifestante
Doc 02 - Procuração Procuração/Substabelecimento 17041918454924900000006271546
Doc 03 - Petição inicial da ação civil
Outros Documentos 17041918454970100000006271580
pública nº 2016.01.1.117304-4
Doc 04 - Sentença exarada nos autos
Outros Documentos 17041918455033300000006271598
do processo nº 2010.01.1.146185-8
Doc 05 - Memorando nº 364-2016 Outros Documentos 17041918455088600000006271609
Doc 06 - Acórdão TCU 2612-2013 Outros Documentos 17041918455136200000006271625
Doc 07 - Contrato nº
Outros Documentos 17041918455183800000006271672
14-A-2011-SES-DF
Doc 08 - Contrato nº
Outros Documentos 17041918455245700000006271692
220-2013-SES-DF
Doc 09 - Atestado de capacidade
Outros Documentos 17041918455300600000006271707
técnica HRSM
Doc 10 - Memorando 537-2016 Outros Documentos 17041918455350600000006271733
Doc 11 - Decisão TCDF n.
Outros Documentos 17041918455401200000006271747
2189-2016
Doc 12 - Decisão 3716-2016 TCDF Outros Documentos 17041918455447800000006271753
Doc 13.1 - Principais peças do
Outros Documentos 17041918455497700000006271799
Processo nº 2014.01.1.143417-3
Doc 13.2 - Principais peças do
Outros Documentos 17041918455559800000006271832
Processo nº 2014.01.1.143417-3
Certidão Certidão 17052216543236700000006856217
ciência Manifestação do MPDFT 17071219570874100000007971151
Decisão Decisão 17072414320368700000008181905
Certidão Certidão 17072415065316200000008184480

Num. 21514620 - Pág. 24


Certidão Certidão 17082918063377300000008979876
Decisão Decisão 17083018434203500000009013419
Manifestação Petição 17090118275287800000009079646
Certidão Certidão 17091416051835700000009350561
Decisão Decisão 17091516334242400000009386375
Decisão Decisão 17092916074475200000009762353
Ciência Petição 17100616163122900000009955457
Ciência do Conflito Negativo Manifestação do MPDFT 17102515412165300000010412479
Ofício Ofício 17102709544068000000010420287
Certidão Certidão 17111417544544100000010939970
Ofício entre Órgãos
Ofício entre Órgãos Julgadores 18020915171700000000013028056
Julgadores
Despacho Despacho 18031913421966900000014282148
Certidão Certidão 18081416235362000000020437005
DECISÃO CONFLITO - Pje
Certidão 18081416235376400000020437757
0701130-65
Decisão Decisão 18081418290483400000020446513
Decisão Decisão 18081618264555800000020578608
Decisão Decisão 18081712255054200000020595699
Decisão Decisão 18081712255054200000020595699

[1]Em consulta ao sítio do Tribunal na Internet verifico que a ação foi julgada improcedente e confirmada
em 2ª Instância, já arquivada (20140111400385APO – 5ª Turma Cível).

[2]Ao pesquisar no site do eg. TJDFT constato a prolação de sentença que julgou parcialmente
procedentes os pedidos do autor, estando em sede de apelação.

[3]Após busca no sítio do eg. TJDFT observo que foi proferida sentença julgando parcialmente
procedente o pedido deduzido pelo requerente e dado parcial provimento pelo Tribunal
(20140111400336APO – 4ª Turma Cível).

[4] STJ – AGA 730230/PE; TRF – 5ª REGIÃO – AG 00143169020104050000.

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