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CDU: 631.87.634.3
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ....................................................................... 1
1. INTRODUÇÃO
1
Desde aquele ano o uso vem se expandindo para diferentes
culturas, especialmente citros, café e cereais (CAMARGO, 1996).
Há vantagens em substituir a adubação tradicional com
adubos sólidos pela adubação líquida? Diversos fatores devem
ser considerados, mas um dos mais importantes relacionando
interesses da indústria e do agricultor é a fonte de nitrogênio.
Os adubos líquidos usam Uran com freqüência, e este contém
partes equilibradas de nitrato (NO3-), amônio (NH4 +) e uréia.
O Uran permite o uso de fontes concentradas de N com
possibilidade de diminuição de possíveis perdas de N por
volatilização, em comparação com a uréia sólida usada
isoladamente ou em mistura de grânulos.
Outra alternativa de fornecimento de nutrientes é a
adubação foliar, que sempre foi entendida como complementar
à adubação via solo. Seu uso na citricultura tem sido
predominante para a aplicação de micronutrientes. Entretanto
a pesquisa nessa área é insuficiente, e a prática vem atropelando
a pesquisa, tendo como conseqüência as recomendações de
“coquetéis” de macro e micronutrientes para serem pulverizados
nas folhas. É possível substituir temporariamente adubação
via solo pela adubação foliar? A via foliar é mais eficiente que
a via solo no fornecimento dos diferentes nutrientes?
Essas são algumas questões importantes que pesam no
momento de decidir por uma ou outra forma de adubação. A
pesquisa proporciona parte das informações necessárias, mas
outra parte importante deve ser buscada pelos produtores na
observação e no monitoramento de seus próprios pomares.
2.1. Princípios
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fases, uma líquida e outra sólida, de fontes solúveis de um ou
mais nutrientes de plantas. As soluções claras têm a
concentração limitada pela solubilidade dos diferentes solutos
à temperatura ambiente, enquanto as suspensões permitem
maiores concentrações usando-se artifícios como a adição de
argilas e/ou agitação mecânica. As soluções claras podem ser
armazenadas, enquanto as suspensões, em repouso, sofrem a
separação das fases.
Se o processo de manutenção da suspensão não for
eficiente, no final da aplicação ocorrerá deposição de sólidos
no fundo do tanque, com conseqüente perda de fertilizantes.
Podem ser preparadas como suspensões, diferentes
fórmulas de uso na citricultura, como as conhecidas 10-10-10,
12-06-12, 20-05-20 (N-P2O5-K2O). Nas suspensões industriais a
argila é adicionada na proporção de 1 a 3% em peso. Entretanto,
quando são preparadas na fazenda não é comum a adição de
argila e, por isso, o período entre preparo e aplicação deverá
ser mais curto, no máximo dois dias, com agitação eficiente
(MALAVOLTA, 1993).
As formulações tradicionais nem sempre atendem as
necessidades, e é freqüente a elaboração de fórmulas para
situações específicas dos pomares. Nesse particular, as fontes
e os processos de preparação dos adubos líquidos permitem
maior flexibilidade em comparação aos sólidos.
Além dessa vantagem, BITTENCOURT & BEAUCLAIR
(1992) citaram outras como: facilidade de manuseio,
uniformidade da aplicação no solo, eliminação de problemas
de armazenamento e menores custos operacionais.
Não há estudos econômicos comparando adubação sólida
e líquida para a citricultura, no Brasil. No caso da cana-de-
açúcar, as avaliações feitas em usinas que preparam as próprias
formulações mostram economia da ordem de 15 a 20% para
cana planta e 30 a 40% para cana soca. Entretanto a aquisição
do adubo líquido aplicado que predomina na citricultura não
possibilita esse nível de economia. Atualmente o preço de
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uma tonelada de adubo líquido é mais alto que o
correspondente em adubo sólido, mas poderá haver vantagem
no transporte, armazenamento e aplicação.
2.2.1. Uréia
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entre os nitrogenados mais importantes produzidos no país,
uréia, sulfato de amônio, nitrato de amônio e nitrocálcio, a
primeira tem representado cerca de 74% do total de nitrogênio,
nos últimos anos (ANDA, 1998).
A capacidade industrial instalada no país garante que a
produção de uréia, comparativamente aos demais nitrogenados,
tende a se manter ou até se ampliar. As características físicas e
químicas da mesma, especialmente sua alta concentração em
N, lhe conferem também maior economia para transporte e
aplicação, inferior apenas à amônia anidra, cujo uso tem sérias
limitações técnicas, no nosso meio.
Entretanto a uréia para uso isolado ou em formulações
vem sofrendo restrições de recomendação por pesquisadores
que detectaram altas perdas de N por volatilização de NH3 da
uréia aplicada em superfície, nos pomares (CANTARELLA &
QUAGGIO, 1996). Há que se considerar ainda que as avaliações
de perdas de nitrogênio nas aplicações superficiais de uréia
têm mostrado resultados divergentes entre pesquisadores, pois
a volatilização do NH3 produzido é dependente de diversos
fatores ambientais. Sendo assim, ao par de elevadas perdas de
N também já foram observadas excelentes respostas de
diferentes espécies vegetais à aplicação superficial desta fonte
nitrogenada.
As dúvidas quanto à eficiência da uréia em pomares não
podem bani-la da citricultura, deixando os produtores privados
das vantagens econômicas dessa fonte concentrada. Há que
se procurar caminhos para utilizá-la, e um deles é a produção
de Uran para uso em formulações líquidas. Não que essa forma
elimine a possibilidade das perdas de NH3 por volatilização,
mas garante ao citricultor uma fonte de nitrogênio mista em
que a uréia em solução estará associada aos ions NH4 + e NO3-.
Por outro lado, trabalhos recentes mostram que parte do NH3
é captado pelas folhas, via estômatos, e o nitrogênio é assim
incorporado pelas diferentes espécies vegetais (MARSCHNER,
1995). Sabe-se também que a incidência de chuvas adequadas
após a aplicação minimiza as possíveis perdas de NH3.
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2.2.2. Nitrato de amônio
2.2.3. Uran
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2.2.4. Fosfatos de amônio (MAP e DAP)
2.2.6. Micronutrientes
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comuns fórmulas NPK acrescidas de 0,3% de B obtido com
adição de ácido bórico (17% de B). A demanda por fórmulas
com Zn e Mn é menor, pois a aplicação de ambos é mais
viável por via foliar.
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A mistura de Uran, MAP, DAP, e KCl pode proporcionar
diferentes combinações de N-P2O5 e K2O para citros, cuja
somatória em termos percentuais pode atingir 40%. As fórmulas
líquidas mais comumente usadas na citricultura têm sido as
seguintes: 14-07-14, 20-05-10, 15-10-10, 18-6-12, 15-15-10 e a
12-6-12. Nessas suspensões, a bentonita é a argila mais usada,
na proporção em peso de 1,5 a 2%.
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Foto 3. Detalhe da aplicação em faixa. Asa protetora, bico de
pulverização com defletor (gentileza de CARGILL Agrícola
S.A.).
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2.4. Eficiência relativa
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A adubação referencial nessa pesquisa foi a fórmula 12-
06-12 aplicada em três parcelas de 800 g/planta em faixas
laterais dos dois lados da planta. A análise estatística feita a
cada ano mostrou efeitos não significativos dos tratamentos
sobre a produção de frutos e, na diagnose foliar, efeitos
significativos apenas para o K, nos dois últimos anos.
É interessante observar que nos tratamentos com omissão
de fósforo (12-00-12) e com doses mínimas de N (1,2-06-12),
por quatro anos consecutivos, não houve redução de produção
com relação ao tratamento completo, bem como não houve
efeitos nos teores foliares desses nutrientes. Esses dados
mostram a capacidade das plantas cítricas, em pomares bem
conduzidos, de manterem a produtividade, na ausência de
adubação por períodos relativamente longos, às custas de suas
reservas e da ciclagem dos nutrientes no ambiente do pomar.
Apenas para o K as análises registraram desgaste nas reservas
das folhas que não afetou a produção, no período. É necessário
esclarecer, entretanto, que a produtividade do pomar ao longo
das quatro safras foi relativamente baixa em função de
condições climáticas desfavoráveis, principalmente quanto à
distribuição de chuvas. Mesmo assim, os dados obtidos
evidenciam a similaridade das fontes líquidas e sólidas para
os parâmetros avaliados.
Após quatro anos de adubações diferenciadas com as
fontes líquidas e sólidas, foram feitas também amostragens de
solo, a 0-20 cm de profundidade, no centro das faixas adubadas
em todas as parcelas, e os resultados estão na Tabela 2.
No início do experimento, a análise prévia de fertilidade
do solo, na faixa adubada a 0-20 cm de profundidade, mostrou
os seguintes valores: pH = 5,1; P = 52 mg.dm-3; mmolc.dm-3 (K
= 5,8; Ca = 15; Mg = 12; H + Al = 34) e V% = 49. Em maio do
segundo ano foi aplicado calcário dolomítico na dose de 2 t/
ha.
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Tabela 2. Análises de fertilidade do solo, em amostras a 0-20 cm de
profundidade nas faixas adubadas, no quarto ano, em
pomar de laranja Pêra. EECB, 1999.
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2.5. Fertirrigação
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Vol = A x N em que:
F x d
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os tempos maiores pode haver lixiviação, isto é, água e
nutrientes saem da zona de raízes.
3. ADUBAÇÃO FOLIAR
3.1. Princípios
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estruturas diferem entre as espécies quanto a espessura,
composição e organização de seus componentes, resultando
em maior ou menor resistência à passagem de soluções através
das mesmas.
As plantas cítricas e outras espécies como o cafeeiro
apresentam cutículas espessas e conseqüentemente baixas taxas
de penetração de solução, que são características desfavoráveis
à prática da adubação foliar (MARSCHNER, 1995).
As cutículas têm em sua composição misturas de ácidos
graxos e ceras com ação repelente a água e foram, em princípio,
sintetizadas como barreira contra as perdas de água e solutos
que chegam às folhas via vasos do xilema. Entretanto sabe-se
que a água e os solutos atravessam a cutícula, e a hipótese
mais recente é que a penetração deve ocorrer através de poros
hidrofílicos presentes na cutícula. A maioria desses poros têm
diâmetro inferior a 1 nm e apresentam cargas negativas fixas
que aumentam em densidade de dentro para fora da cutícula.
Essas estruturas explicam a passagem facilitada de pequenas
moléculas sem cargas, como a uréia (raio de 0,44 nm), e a
dificuldade de passagem de macromoléculas de quelatos
sintéticos, bem como a passagem mais rápida de cátions em
relação aos ânions.
A densidade de poros é maior na região ao redor das
células guardas dos estômatos, o que explica a absorção
diferencial entre as superfícies superiores e inferiores das folhas,
das soluções pulverizadas.
Um nutriente pulverizado nas folhas deverá atravessar
as barreiras externas de ceras, pelos, cutícula, parede celular e
membrana celular, atingindo o citoplasma das células da
epiderme e se translocando para outras células do mesófilo
ou, através do floema, para outros órgãos da planta. É evidente
que os nutrientes estando presentes na solução pulverizada
em diferentes espécies iônicas, moleculares ou quelatizadas
sofrerão efeitos diversos nessa trajetória. Um nutriente que
caminhe lentamente nesse percurso acumula-se próximo ao
local de aplicação, e sua utilização por via foliar será pouco
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eficiente. A melhor maneira de avaliar os diferentes nutrientes
com relação à mobilidade na via foliar é o emprego de
elementos radioativos. Esses estudos são limitados pela falta
de isótopos viáveis para alguns elementos e foram
desenvolvidos em pequeno número, especialmente em relação
às diferentes espécies vegetais. Em decorrência disso, há
dúvidas com relação à eficiência das diferentes fontes de
nutrientes e seus reflexos na prática da adubação foliar. Um
mesmo elemento é mais móvel quelatizado ou na forma de
sal? Qual é o efeito de íons acompanhantes e de moléculas
neutras na absorção e transporte dos diferentes nutrientes?
Questões como essas e tantas outras carecem de pesquisas
mais conclusivas que possam dar suporte às recomendações
de adubação. Novamente o agricultor deverá fazer sua própria
avaliação e seu próprio monitoramento dos pomares. A
adubação em citros, seja sólida ou líquida, entretanto, é
essencial (Fotos 5 e 6).
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simples, bastando seguir a recomendação de diluição (litros
por tanque).
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De um modo geral, nas formulações previamente
preparadas disponíveis no mercado, os macronutrientes
secundários, exceto o S e os micronutrientes, exceto B, Mo e
Cl, estão quelatizados.
A unidade de cada nutriente quelatizado tem preço mais
elevado em comparação aos sais, e procura-se compensar a
diferença de preço com recomendação de menor quantidade.
Em tese, o elemento quelatizado teria melhor aproveitamento
no processo de absorção foliar em comparação ao elemento
catiônico livre na calda de pulverização. A pesquisa já
comprovou que a absorção e o transporte de quelatos por via
foliar depende da natureza do quelante usado, e nem sempre
as empresas informam a esse respeito.
Por outro lado, não há pesquisa conclusiva sobre a
absorção diferenciada de sais e quelatos. A decisão de usar
um produto mais caro, em tese mais eficiente, de uso mais
fácil (apenas diluição) em relação a outro mais barato, para
ser usado em quantidade maior, cujo preparo exige pesagem
e diluição, fica a critério do agricultor. É importante usar
comparativamente as diferentes fontes, lembrando ainda que
não se devem aplicar os micronutrientes preventivamente, mas
sim após diagnóstico nutricional e dentro de um programa de
adubação pré-elaborado.
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A pulverização de uma solução aquosa em superfície
cerosa, repelente à água, provavelmente terá benefícios de
substâncias que promovam melhor contato e permanência da
solução na superfície das folhas. Surfatante é a denominação
genérica dada a diferentes substâncias que, de acordo com
suas propriedades, exercem efeitos espalhantes, molhantes,
adesivos, humectantes, dispersantes e emulsionantes
(CAMARGO & SILVA, 1975). Um mesmo surfatante reúne
diversas propriedades, e encontram-se no comércio diferentes
espalhantes - adesivos com especificação de uso. Além de
melhorar o tempo de contato de solução com a superfície
absorvente, a experimentação feita com outras culturas
demonstra que os surfatantes atenuam também as
“queimaduras” causadas pelo excesso de salinidade, verificadas
em determinadas situações.
Embora existam dados experimentais sobre efeitos
específicos de diferentes surfatantes para diferentes
composições de caldas na citricultura, são esperados efeitos
benéficos dessas substâncias, sendo aconselhável seu uso em
mistura de sais. A quantidade necessária geralmente é baixa,
da ordem de 0,1% a 2%, em volume, nas soluções ou
suspensões. A propaganda de algumas soluções comerciais
de quelatos indica a dispensa do uso de espalhante adicional,
sugerindo que a calda a ser diluída já contém os aditivos
indicados.
Outro fator importante a ser considerado no preparo da
solução de nutrientes é o pH. Os efeitos de maior ou menor
presença de H+ ou OH- na calda de pulverização afetam
diferentemente a absorção dos nutrientes. De um modo geral,
numa mistura de nutrientes, o abaixamento do pH dentro de
certos limites parece benéfico. Alguns quelantes orgânicos
acidificam a solução, e essa propriedade tem sido usada
comercialmente, seja na propaganda de quelatos de ácidos
orgânicos, seja na recomendação específica como acidificante,
por exemplo, a solução comercial do ácido 2 hidroxi 1-2-3
propano tricarboxílico.
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Na cultura do algodão, SNYDER, 1998, relatou benefícios
do tamponamento, na faixa de pH de 4 a 6, de soluções com
diferentes fontes de K (KNO3-K2SO4, KOH).
Também para o fósforo são esperados efeitos benéficos
do pH mais baixo, pois a espécie iônica H2PO4- predomina
em meios ácidos em relação a HPO42-, mais presente em meio
neutro ou alcalino. A pesquisa já demonstrou que o H2PO4- é
preferentemente absorvido por mecanismos ativos pelas células
vegetais, em comparação ao HPO42-.
Por outro lado, SHU et al., 1991, demonstraram que a
absorção foliar do boro é máxima na faixa de pH de 7 a 8.
Entretanto, como esse nutriente é pouco móvel nas plantas,
via floema, o mais indicado é aplicá-lo ao solo, na adubação
líquida, ou em solução de herbicidas.
Na prática, qual é o procedimento a ser adotado para
ajustar o pH da solução a ser pulverizada? Uma maneira simples
seria coletar uma amostra de solução pronta, por exemplo 0,5
L, e medir o pH com fita de papel indicador e adicionar
pequenas alíquotas do acidificante comercial (ex. ácido 2
hidroxi - 1, 2, 3 propano tricarboxílico) sob agitação, anotando
o volume gasto do ácido quando o pH desejado for atingido.
Calcula-se depois o volume necessário do ácido por tanque
(ex. 2.000 L).
Nos pomares em produção, gastam-se cerca de 12 litros
de calda por planta, devendo-se fazer pelo menos três
aplicações no período de setembro a março. A primeira
aplicação depende do início das chuvas, devendo ser feita no
florescimento após a queda das pétalas.
3.4. Formulações
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as soluções específicas para as diferentes situações encontradas
nos pomares.
Para auxiliar na preparação das soluções pode-se levar
em consideração o que já foi usado na citricultura em diferentes
situações, para evitar possíveis danos decorrentes das
pulverizações. Os riscos maiores são de causar queimaduras e
queda das folhas por salinidade, especialmente no uso de
macronutrientes, e sintomas de toxidade, mais comuns, na
adubação foliar, para os micronutrientes.
A seguir são apresentadas e comentadas algumas
formulações de macro e/ou micronutrientes encontradas na
literatura ou em folhetos comerciais de diferentes empresas,
indicadas para citros.
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O sulfato de zinco comercial tem 20% de Zn e é
recomendado para uso em solução com 0,3% a 0,5% do sulfato
ou 0,06% a 0,1% de Zn elementar. Isso significa que
preparando-se uma solução com sulfato de zinco a 0,5% aplica-
se quase 50 vezes mais do nutriente em relação à formulação
comercial em questão
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de 1:1 entre adubação foliar e adubação via solo. Por outro
lado, para o potássio as doses máximas aplicadas pela adubação
foliar recomendada corresponderão a 47 kg/ha de K20. A
relação N:K2O da fórmula foliar aplicada será 2,l7 : 1,00,
desfavorável para a nutrição potássica e contrariando a tradição
de se aplicar em adubação de citros uma relação N: K2O da
ordem de 1:1 a 1:0,8.
Cabe ainda observar que a proposta de substituição da
adubação do solo pela adubação foliar demanda tempo maior
de observação, pois, mesmo omitindo totalmente qualquer
adubação, as plantas poderão manter a produtividade durante
um certo tempo às custas de suas reservas e da ciclagem dos
nutrientes no pomar, especialmente quando as condições
climáticas limitam a produção.
a) Pré-florada
b) Pós-florada
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de cálcio + 2 kg de sulfato de zinco + 1 a 4 kg de sulfato de
manganês + 0,5 a 2,0 kg de ácido bórico + 10 – 50 g de
molibdato de sódio.
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Quando se propõe a usar coquetéis multinutrientes, deve-
se considerar também a inclusão de outros produtos.
É comum na citricultura o aproveitamento das
pulverizações de adubos para tratamento de pragas e doenças.
A química da mistura de macro e micronutrientes, pesticidas,
surfatantes, redutores de pH é pouco conhecida. A combinação
de interações químicas na calda com fatores de estresses
ambientais pode contribuir para efeitos fitotóxicos e até induzir
abscisão de folhas e frutos. FERGUSON et al. (1995)
recomendam que se reduza o número de componentes das
fórmulas e que as aplicações sejam feitas nas situações de
mínimo estresse ambiental. Não são aconselháveis portanto
as pulverizações em pré-florada se as plantas estão submetidas
por exemplo a um período de seca. Além dos efeitos citados,
a hidratação das cutículas das folhas é fundamental para a
absorção, e a eficiência da pulverização é mínima sob estresse
hídrico.
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A mobilidade do nitrogênio é mais alta que a do potássio
nos diferentes tipos de solo, especialmente naqueles com
valores maiores de capacidade de troca de cátions (CTC). Dessa
forma, quando se deseja um aporte mais rápido de K às plantas,
pensa-se na adubação foliar.
Com base nas informações citadas, surgiram indicações
de aplicação de diferentes fontes de K, especialmente o KCl e
o KNO3 em doses relativamente altas por via foliar, na
citricultura. Há pouca pesquisa para verificar efeitos em termos
de produção e qualidade dos frutos bem como a tolerância
das plantas cítricas às diferentes doses e fontes de potássio.
Na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro,
SP, BAUMGARTNER & SEMPIONATO conduziram um
experimento de adubação foliar com KNO3 em laranjeira Pêra,
nos anos de 1996 a 1998 (não publicado).
O experimento foi instalado em pomar de oito anos de
idade, em Latossolo Vermelho-Escuro de textura média, cuja
análise prévia de fertilidade, segundo metodologia de RAIJ &
QUAGGIO (1983), apresentou os seguintes valores: pH = 5,4;
M.O% = 1,9; P = 16 mg.dm-3; K = 1,5; Ca = 22,0; Mg = 13,0; H +
Al = 22,0 sendo esses últimos dados expressos em mmolc.dm-3.
O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com
três repetições. Cada parcela foi constituída por seis plantas
em linha, considerando-se como área útil as quatro plantas
centrais. Os tratamentos, em número de sete, consistiram na
combinação de doses de KNO3 (soluções a 2% e a 4%), com
freqüência de aplicação via foliar (1 a 3 vezes). O pH das
soluções foi ajustado a 5,5 empregando-se o ácido 2 – hidroxi
1,2,3 propanotricarboxílico. Em todos os tratamentos fez-se
ainda uma adubação rotineira via solo empregando-se a
fórmula sólida granulada 12-06-12 em 3 parcelas de 1 kg/planta,
em faixas laterais, nos dois lados da planta, por ocasião das
pulverizações foliares (meses de novembro, janeiro e março
de 1996 a 1998). Nas pulverizações foliares foram aplicados
12 litros de solução (2% e 4%) por planta, por aplicação.
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Todos os anos foram feitas amostragens de folhas para
fins de diagnose foliar coletando-se as terceiras e quartas folhas
de ramos com frutos, 12 folhas por planta, ao redor da copa,
no mês de março de cada ano.
Os dados de produção de frutos e de teores totais de N
e K nas folhas referentes ao último ano (safra de 1998) são
apresentados na Tabela 3
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Os dados sugerem que as plantas testemunhas estavam
se esgotando em potássio (teor foliar abaixo da faixa adequada),
e seria provável uma resposta das plantas em produção, à
pulverização foliar, nos próximos anos. Deve-se lembrar que
todas as plantas, inclusive as testemunhas, receberam adubação
NPK via solo, todos os anos. Por outro lado, não se avaliaram
possíveis efeitos da pulverização foliar sobre a população de
pragas, pois foram feitos os tratos fitossanitários normais.
A produtividade obtida foi relativamente baixa devido a
problemas climáticos (períodos longos de seca), e, nessas
condições, não são mesmo esperados resultados favoráveis
de complementação nutricional por via foliar. Todavia o
experimento mostrou aspectos de interesse prático. Pôde-se
verificar pelos teores foliares de K que o KNO3 é fonte eficiente
no fornecimento desse nutriente por via foliar e que a
concentração de KNO3 a 4% (80 kg por bomba de 2.000 L) foi
bem tolerada pelas plantas. Sabe-se, por exemplo, que o KCl,
nessa concentração, causa desfolha de plantas cítricas.
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Nessa solução, as presenças da uréia e do cloreto de
potássio visam favorecer a absorção dos micronutrientes.
A posição dos pesquisadores do Grupo Paulista é
favorável ao uso de sais (sulfatos de Zn e Mn), embora não
façam restrição clara aos quelatos. Consideram que o boro é
mais eficiente via solo, mas mantêm a recomendação via foliar,
ao menos na primeira parcela.
No caso do zinco, a recomendação é para aumentar a
concentração da solução para 0,50% em sulfato de zinco caso
se constate deficiência aguda.
O sulfato de zinco contém 20% em peso do
micronutriente. Gastando-se 12 litros por planta de uma calda
com 0,30% de sulfato de zinco, isso corresponderá ao
fornecimento de 7,2 g de Zn/planta/aplicação. Essa quantidade
aplicada é relativamente alta, considerando-se que uma planta
cítrica adulta contém no total cerca de 0,45 g de Zn e exporta
de 0,028 a 0,056 g por caixa de frutos (40,8 kg). Não há portanto
interesse em aumentar a concentração desse micronutriente,
como também dos demais, na calda de pulverização.
Como alternativa ao preparo de solução de
micronutrientes, há no mercado soluções prontas com
manganês e zinco quelatizados e mais o boro. Como exemplo
desse tipo de adubo foliar, uma das fórmulas comerciais, entre
outras, apresenta a seguinte garantia mínima em peso: Zn =
3%, Mn = 3%, B = 0,5%. A densidade dessa solução é de
1,2 g . cm -3, e recomenda-se aplicá-la na dose de 3L/ha, em
duas parcelas, na brotação e em janeiro/fevereiro.
Considerando-se o fornecimento de zinco dessa fonte,
nessa recomendação se estará fornecendo 0,36 g de Zn/planta/
aplicação. Comparando-se com a recomendação anterior de
solução de sais pode-se constatar que na forma quelatizada
aplicam-se 20 vezes menos do micronutriente por planta, por
aplicação.
Não há pesquisa conclusiva para auxiliar na escolha de
sais ou quelatos. As aplicações de sais pressupõem altas perdas,
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pois apesar das soluções serem bastante diluídas, cada
aplicação supre em mais de 10 vezes a necessidade total das
plantas (caso de Zn). Por outro lado, a recomendação de
quelatos pressupõe alta eficiência, pois em apenas duas
aplicações seria suprida em excesso a mesma demanda.
Outro aspecto interessante desses dados diz respeito ao
costume de aplicar rotineiramente Mn, Zn e B nos pomares,
sem avaliação de necessidade de correção. Os dados mostram
que os riscos de atingir níveis tóxicos mesmo com soluções
diluídas são reais.
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pode ser mais eficientemente feita por via foliar, em
comparação à via solo. O uso comparativo de diferentes fontes
e formas de aplicação de nutrientes deve ser feito na
propriedade, levando em conta as informações e
recomendações já disponíveis.
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4. LITERATURA CITADA
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GRUPO PAULISTA DE ADUBAÇÃO E CALAGEM PARA CITROS
(GPACC). Recomendações para adubação e calagem para
citros no Estado de São Paulo. 3ª ed. LARANJA.
Cordeirópolis, SP. 1994. 27p.
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Apoio:
CARGILL AGRÍCOLA S/A
Depto. de Fertilizantes
Tel.: (0xx16) 344-1117
Monte Alto -SP
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