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CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO | 1

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CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO DE ALAGOAS
Praça Marechal Floriano Peixoto, n°. 571.
Centro. Maceió/AL.
Fone: (0xx82) 3315-3630
www.cge.al.gov.br

Teotonio Brandão Vilela Filho


Governador

José Thomaz da Silva Nonô Netto


Vice-governador

Rosa Maria Barros Tenório


Controladora-geral do Estado de Alagoas

José Artur Justo


Superintendente de Auditagem

Ana Maria Azevedo Madeira de Abreu


Superintendente de Controle Financeiro

Simone Cedro Correia de Araújo


Superintendente de Correição Administrativa

Colaboração
Ricardo Brito Borges
Maria Pedro Azevedo Madeira de Abreu
Fleurange Gusmão Agra Costa
Larissa Helena Correia
Sandro Roberto de Mendonça Pinto

Redação
Lídia Silva de Barros Lima
Fernando Coelho de Carvalho
José Anilton Sampaio Torres

CONTATO DIRETORIA DE AUDITAGEM DE OBRAS - DIROB


Fone: (082) 3315-2188
e-mail: dirob@cge.al.gov.br
1ª edição

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SUMÁRIO

1. PREFÁCIO 6
2. APRESENTAÇÃO 7
3. INTRODUÇÃO 8
4. CONCEITOS BÁSICOS 9
4.1. Obra. 9
4.2. Serviços. 9
4.3. Obras, serviços de grande vulto. 9
4.4. Reforma 9
4.5. Reparo 9
4.6. Restauração 9
4.7. Serviços técnicos profissionais 9
4.8. Serviços de engenharia 10
4.9. Anotação de Responsabilidade Técnica - ART 10
4.10. Projeto básico 10
4.11. Projeto executivo 11
4.12. As built 12
4.13. Bonificação (ou benefícios) e Despesas Indiretas – 12
BDI
4.14. Custo Unitário Básico - CUB 12
4.15. Licenciamento ambiental 13
4.16. Memorial descritivo 13
4.17. Orçamento estimado 13
4.18. Cronograma físico-financeiro 13
4.19. Preço inicial 13
4.20. Medição 13
4.21. Data base 13
4.22. Reajustamento de preços 13
4.23. Realinhamento de preços 14
4.24. Serviço extraordinário 14
4.25. Execução direta 14
4.26. Execução indireta 14
4.27. Auditoria 15
4.28. Sinapi 15
4.29. Checklists 15

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5. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS LEGAIS 15
5.1. Legislação Federal 15
5.2. Legislação Estadual 16
6. CONCEITUAÇÃO DE OBRA PÚBLICA- Principais Características 16
7. PROCEDIMENTOS PRELIMINARES 17
7.1. Programa de obras 17
7.2. Estudo de viabilidade 19
7.3. Recursos orçamentários 20
8. PROJETOS 20
8.1. Fatores de risco em projetos 21
9. ORÇAMENTO 22
9.1. Planilha do orçamento básico 23
9.2. Fatores de risco nos orçamentos 23
10. LICITAÇÃO 24
10.1. Fatores de risco nas licitações 26
11. CONTRATAÇÃO 27
11.1. Alterações contratuais 30
11.2. Fatores de risco na contratação 33
12. EXECUÇÃO DO CONTRATO 33
12.1. Fiscalização da execução do contrato 34
12.2. Atribuições e responsabilidades do fiscal 35
12.3. Liquidação / Pagamento 37
13. ENCERRAMENTO DO CONTRATO 38
13.1. Recebimento de obras e serviços de engenharia 38
13.2. Fatores de risco no encerramento do contrato 39
13.3. Responsabilidade Civil 40
14. ACOMPANHAMENTO DOS PROCESSOS 40
14.1 Checklist de acompanhamento dos processos 40
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
16. LISTA DE SIGLAS 41

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6 | MANUAL DE OBRAS PÚBLICAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

I – PREFÁCIO
Esta é uma publicação das mais importantes para o funcionamento dos procedimentos administra-
tivos de Estado, no sentido de que a elaboração e tramitação de projetos públicos aconteçam dentro
da normatização legal exigida para a prestação de serviços de toda e qualquer ordem pública. O nosso
governo tem primado pelo compromisso com os princípios da boa administração, pautado no zelo
constante que é gerir a coisa pública, tendo como meta fundamental a ordem e o respeito às leis que
regem as questões de Estado.

A iniciativa de manuais que orientem e deem ao servidor público o norte legal de como proceder em seu
trabalho amplia não apenas o conhecimento, mas assegura, sobretudo, a eficácia e a agilidade desses
procedimentos, consolidando a determinação da nossa administração de fazer gestão com transpa-
rência e responsabilidade legal. A CGE tem tido um papel fundamental em nosso governo na orientação
devida das atividades de cada órgão de Estado.

Os quatro manuais disponibilizados para áreas específicas de trabalho, como Obras Públicas e Servi-
ços de Engenharia; Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar; Despesas Públicas; Orientações
e Procedimentos Administrativos Para Uma Boa Gestão; acompanham o curso de medidas e decisões
do nosso governo em viabilizar celeridade e eficiência no serviço público de Alagoas, de modo que, a
partir dessas publicações, teremos dado mais um passo valoroso nos critérios a ser seguidos interna-
mente na gestão de Estado.

Que seja esta obra de um conjunto tão significativo para a boa gestão, o nosso linear de conduta admi-
nistrativa, na certeza de mais um avanço na administração pública de Alagoas.

TEOTONIO VILELA FILHO


Governador do Estado de Alagoas

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II – APRESENTAÇÃO
Este Manual de Obras Públicas e Serviços de Engenharia integra uma série de documentos desta Con-
troladoria que versam sobre práticas relevantes da Administração Pública. Sua finalidade primordial
é a de transmitir aos servidores dos órgãos e entidades do Poder Executivo de Alagoas envolvidos
em procedimentos administrativos uma visão técnica simplificada e de fácil compreensão acerca dos
principais instrumentos formais empregados no preparo e desenvolvimento das atividades abordadas.

A execução de uma obra pública, similarmente a qualquer ato administrativo ou atividade de governo,
deve atender aos princípios da legalidade, isonomia, eficiência e economicidade, assim como à supre-
macia do interesse da sociedade.

Com escopo nesses fundamentos e para atingir os objetivos colimados, buscou-se aperfeiçoar o exer-
cício da função pública por meio de documento elaborado em linguagem simples e acessível, pertinen-
te a assunto que envolve uma legislação ampla e complexa.

Importa esclarecer, ainda, que a presente iniciativa não tem a pretensão de substituir o conhecimento
pleno da Lei das Licitações e dispositivos legais correlatos por parte daqueles que labutam diretamen-
te na área administrativa aludida, imprescindíveis ao sucesso das contratações públicas. Busca, tão
somente, ser um instrumento consultivo de fácil entendimento, adicional ao controle e informação, a
fim de que os procedimentos se efetivem contributivamente para a modernização e estabilidade da
infraestrutura pública do nosso Estado.

Consoante determinação do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, o Manual está, também,


ao inteiro dispor dos demais Poderes constituídos, assim como das prefeituras e câmaras municipais
alagoanas

ROSA MARIA BARROS TENÓRIO


Controladora-geral do Estado de Alagoas

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III – INTRODUÇÃO

Para o melhor desempenho de suas funções, a Diretoria de Auditagem de Obras – Dirob, órgão da Su-
perintendência de Auditagem-Supad, elaborou, para uso interno, um Manual de Auditagem de Obras e
Serviços de Engenharia, com base na legislação federal e estadual vigentes. Diante da eficácia do seu
emprego no exercício das atividades específicas demandadas pela Controladoria Geral do Estado de
Alagoas, o trabalho sofreu adaptações no seu enfoque, no que foi assessorado por consultoria técnica
especializada em administração pública e desenvolvimento institucional, a fim de possibilitar a cria-
ção de um instrumento simplificado de consulta voltado ao conjunto dos órgãos e entidades do poder
público estadual. Com essa destinação e coordenado pela Dirob, com a participação de técnicos de
outros setores da CGE, o documento contempla 10 (dez) etapas principais, subdivididas em descrições
sumárias do seu conteúdo básico. É apresentado, ainda, um fluxograma indicativo dos procedimentos
básicos para uma correta contratação e fiscalização de obras. Por último, foi anexado um cheklist de
acompanhamento dos processos, bem como Referências Bibliográficas.

LÍDIA SILVA DE BARROS LIMA


Diretora de Obras

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4 - CONCEITOS BÁSICOS

Para os efeitos deste Manual, consideram-se as seguintes definições:

4.1 - Obra.
Toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação realizada por execução direta ou indireta. (Lei nº.
8.666/93, art.6º, inciso I).

4.2 - Serviços.
Todas as atividades destinadas a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição,
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de
bens, publicidade, seguro ou trabalho técnico-profissional. (Lei nº. 8.666/1993, art.6°, inciso II).

4.3 - Obras, Serviços de Grande Vulto.


Aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea “c” inciso I do art. 23
da Lei nº. 8.666/1993.

4.4 - Reforma.
Alteração do espaço original ou anteriormente formulado, por meio de substituição, acréscimo ou retirada de materiais
ou elementos construtivos/arquitetônicos.

4.5 - Reparo
Ato de substituir ou repetir a aplicação de materiais ou componentes construtivos da edificação, pelo simples motivo
de deterioração ou danificação daquele anteriormente aplicado. Este não interfere nem altera o espaço originalmente
proposto.

4.6 - Restauração
Aplicada a objetos ou obras especificas com alguma importância histórica ou artística. Interferência que visa garantir a
recuperação e preservação de um determinado patrimônio cultural.

4.7 - Serviços Técnicos Profissionais


Consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a estudos técnicos, planejamentos

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e projetos básicos ou executivos; pareceres, perícias e avaliações em geral; assessorias ou consultorias técnicas; fisca-
lização, supervisão, gerenciamento de obras ou serviços, dentre outras. (Lei nº. 8.666/1993, art.13).

4.8 - Serviços de Engenharia

Segundo Resolução nº 218/73, de 29/06/1973 – Confea – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia,
as atividades relacionadas com os serviços de engenharia são os seguintes:

1) Supervisão, coordenação e orientação técnica; 2)Estudo, planejamento, projeto e especificação; 3)Estudo


de viabilidade técnico-econômica; 4)Assistência, assessoria e consultoria; 5) Direção de obra e serviço técnico;
6)Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; 7) Desempenho de cargo e função técnica;
8) Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; 9)Elaboração de orça-
mento; 10)Padronização, mensuração e controle de qualidade; 11) Execução de obra e serviço técnico; 12)
Fiscalização de obra e serviço técnico; 13) Produção técnica especializada; 14) Condução de trabalho técnico;
15)Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; 16) Execução de insta-
lação, montagem e reparo; 17) Operação e manutenção de equipamento instalado; 18 ) Execução de desenho
técnico.

4.9 - Anotação de Responsabilidade Técnica - ART

Anotação de Responsabilidade Técnica – É o registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia


- Crea, prévio à execução de qualquer serviço de Engenharia e Agronomia, objeto do contrato. Define, para os efeitos
legais, os responsáveis técnicos pela execução desses serviços. (Lei n°. 6.496, de 07 de dezembro de 1977, art. 1º e 2º e
Resolução nº 425, de 18 de dezembro de 1998).

4.10 - Projeto Básico


Conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço,
ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimi-
nares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento; e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes
elementos (inciso IX, art. 6º da Lei Federal nº. 8.666/1993):

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a) Desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos
constitutivos com clareza;

b) Soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de refor-
mulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) Identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas
especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo
para a sua execução;

d) Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições
organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) Subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia
de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) Orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos.

4.11 - Projeto Executivo


O Projeto Executivo é o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra (inciso X, do art.
6º da Lei nº. 8.666/1993), de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,
com todos os pormenores e detalhes do método construtivo e do orçamento, permitindo o conhecimento preciso do
custo real da obra. Inclui os projetos complementares: elétrico, hidráulico, de prevenção a incêndio.

O Projeto Executivo é elaborado após o Projeto Básico e, conforme o §2° do art. 9º, da Lei nº. 8.666/1993, deverá estar
em sintonia com este.

A Lei de Licitações (Lei nº. 8.666/1993 art. 7º, § 1º) admite que o Projeto Executivo seja elaborado concomitantemente
à execução das obras ou serviços, justificando a prudência, diligência e compromisso com a melhor utilização dos re-
cursos públicos, com fundamentação técnica sobre essa forma de contratação.

O Projeto Executivo deverá ser elaborado por profissionais ou empresas legalmente habilitadas pelo Crea local, com
assinatura em todas as plantas e emissão da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, nos termos da
Lei n°. 6.496/77.

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4.12 - As Built
Relação dos projetos elaborados pelo executor da obra durante sua execução, que retrate a forma exata como foi cons-
truído o objeto contratado.

4.13 - Bonificação (ou benefícios) e Despesas Indiretas – BDI


Na execução de uma obra, são identificados dois tipos de custos: os custos diretos e os custos indiretos. Os custos dire-
tos indicam os custos com insumos identificáveis e economicamente quantificáveis, em cada um dos serviços a serem
executados. Os custos indiretos representam a soma dos insumos não economicamente quantificáveis: administra-
ção central, administração local, custos financeiros, transporte de pessoal, custos comerciais e encargos fiscais. O BDI é
o percentual relativo às despesas indiretas que incidirão sobre a composição dos custos diretos. O valor é avaliado para
cada caso específico, pois depende das variações do local, tipo de obra e impostos gerais, incluindo, ainda, o resultado
ou lucro esperado pelo construtor.

O órgão público licitante deverá prever um percentual médio de BDI com base em dados usuais do mercado. Segundo
o Decreto nº. 3.962, de 4 de janeiro de 2008, os valores máximos de BDI em Alagoas seguem os seguintes percentuais:

I. No caso de Convite, até 25% (vinte e cinco por cento); e


II. No caso de Tomada de Preços e Concorrência, até 30% (trinta por cento).
O BDI depende de uma série de variáveis, destacadas algumas mais importantes:
• Tipo de obra – os custos indiretos podem variar de obra para obra;
• Valor do Contrato – o porte e a complexidade da obra;
• Prazo de execução – os custos indiretos são proporcionais ao prazo da obra, principalmente em relação aos
custos com o pessoal;
• Volume de faturamento da empresa;
• Local de execução da obra.·.

4.14 - Custo Unitário Básico - CUB


Indica o custo por metro quadrado de uma edificação, baseado em pesquisas de preços a cada mês. É publicado men-
salmente pelo Sindicato da Indústria da Construção – Sinduscon de cada região.

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4.15 - Licenciamento Ambiental


Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação
e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou poten-
cialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. (Resolução CONAMA nº. 237, de 19 de
dezembro de 1997).

4.16 - Memorial Descritivo


É a exposição descritiva dos projetos, das partes que os compõem e dos princípios em que se basearam, de modo que
se evidencie a compatibilidade entre as soluções apresentadas com o projeto básico e/ou executivo.

4.17 - Orçamento Estimado


É o levantamento das quantidades e preços dos serviços expressos em planilhas, elaborado com base no projeto bá-
sico.

4.18 - Cronograma Físico-financeiro


É a definição de como a obra será executada por etapas, compatibilizando o valor a ser desembolsado pela contratante
ao estágio em que se encontra a obra.

4.19 - Preço Inicial


É o preço contratado inicialmente para a execução de obras ou serviços.

4.20 - Medição
É a verificação das quantidades de serviços executados em cada etapa do contrato.

4.21 - Data-base
É o mês de referência do preço inicial para o cálculo do reajustamento de preços.

4.22 - Reajustamento de Preços


É o mecanismo pelo qual os preços contratados são alterados para compensar os efeitos das variações inflacionárias.

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4.23 - Realinhamento de Preços


É o mecanismo pelo qual são alterados os preços dos contratos para restabelecer a relação que as partes pactuaram
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração da obra ou
serviço, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico financeiro inicial do contrato. (Lei nº. 8.666/1993 art.65,
inciso II, alínea d).

4.24 - Serviço Extraordinário


É o acréscimo de serviço não constante dos elementos técnicos em que se baseou o contrato original, ou o serviço re-
sultante da alteração de projeto ou especificação, admissível no regime de preço global e no regime de preços unitários,
mediante celebração de termo aditivo próprio, na forma da lei.

4.25 - Execução Direta


A execução da obra é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios. (Lei nº. 8.666/93 art.6º,
inciso VII).

4.26 - Execução Indireta


O órgão ou entidade contrata com terceiros a execução da obra, sob qualquer dos seguintes regimes:

a) Empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;

b) Empreitada por preço unitário – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades
determinadas;

c) Tarefa – quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de
materiais;

d) Empreitada integral – quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as


etapas da obra, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao
contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em
condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi con-
tratada. (Lei nº. 8.666/1993 art.6º, inciso VIII).

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4.27 - Auditoria
Exame cuidadoso, sistemático e independente das atividades desenvolvidas em determinada setor, cujo objetivo é ave-
riguar se elas estão de acordo com as disposições planejadas e/ou formalmente estabelecidas previamente; se foram
implementadas com eficácia e se estão adequadas (em conformidade) à consecução dos objetivos.

4.28 - SINAPI
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi é um sistema de pesquisa mensal que
informa os custos e índices da construção civil e tem a Caixa Econômica Federal e o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE como responsáveis pela divulgação oficial dos resultados, manutenção, atualização e aperfeiçoa-
mento do cadastro de referências técnicas, métodos de cálculo e do controle de qualidade dos dados disponibilizados
pelo Sinapi.

4.29 - Checklists
São listas de verificações com itens a serem observados; tarefas a serem cumpridas, materiais a serem comprados, ou
seja, é uma lista onde se conferem todos os passos, atos e documentos necessários em cada processo.

5 - PRINCIPAIS DISPOSITIVOS LEGAIS


A legislação pertinente às obras e serviços públicos de engenharia, que serviu como embasamento legal para a instru-
ção deste Manual é a seguinte:

5.1 - Legislação Federal


• Constituição Federal;
• Lei Complementar nº 101/2000 - Normas de Finanças Públicas Voltadas para a Responsabilidade na Gestão Fiscal
(Lei da Responsabilidade Fiscal).
• Lei Federal nº 4.320/1964 - Normas Gerais de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balan-
ços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;
• Lei Federal nº. 8.666/1993 - Normas para Licitações e Contratos da Administração Pública;
• Lei Federal nº 9.605/1998 – Estabelece Sanções Penais e Administrativas Derivadas de Condutas e Atividades Lesivas
ao Meio Ambiente;
• Lei Federal nº 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa;
• Lei Federal nº 6.496/1977 - Anotação de Responsabilidade Técnica;

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• Lei Federal nº 5.194/1973 - Regula o Exercício das Profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá
outras Providências;
• Resolução nº 218/1973 – Confea; Resolução nº 361/1991 – Confea; Resolução nº 237/1997 – Conama; Resolução
nº 425/1998 – Confea;
• Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT;
• Outras Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama
• Outras Resoluções do Confea.

5.2 - Legislação Estadual


• Constituição Estadual;
• Lei Ordinária n° 5.237/1991 - Dispõe Sobre Licitações e Contratos Administrativos e dá Providências Correlatas;
• Lei Ordinária n° 6.161/2000 - Regula o Processo Administrativo no Âmbito da Administração Pública Estadual;
• Decreto n° 109/1993 - Regulamenta o Sistema de Registro de Preços de que Trata o art. 15, inciso ii, e § 3º da Lei
Federal nº. 8.666, de 21 de junho de 1993;
• Decreto n° 37.984/1999 - Institui a Comissão Permanente de Licitações de Obras e Serviços de Engenharia do Estado
de Alagoas – CPL/AL., e dá Outras Providências.
• Decreto nº4054/2008 - Regulamenta a Aplicação das Sanções Administrativas Previstas na Lei Federal nº 8.666, de
21 de junho de 1993, e no Decreto Estadual nº 1.424, de 22 de Agosto de 2003, e dá Outras Providências.
• Decreto n° 4.128/09 - Estabelece Normas Para a Composição do Preço Estimado das Obras e Serviços de Engenharia
do Estado de Alagoas e dá Outras Providências;
• Decreto nº 3.962/08 - Estabelece Normas Para a Composição do Preço Estimado das Obras e Serviços de Engenharia
do Estado de Alagoas e dá Outras Providências;
• Decreto nº 1.805/2004 - Modelos a Serem Utilizados Pelos Órgãos e Entidades do Poder Executivo Para Publicação de
Extratos de Contratos, Convênios e Seus Respectivos Termos Aditivos.

6 - CONCEITUAÇÃO DE OBRA PÚBLICA - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


A execução de obras e serviços de engenharia deve ser originada no planejamento do que se pretende executar. No
setor público, essa ação de planejamento se dá por exigência legal, pois é condição prévia para licitação e empenho da
despesa correspondente (vide art. 16, § 4º, da Lei Complementar nº 101/2000 – Lei da Responsabilidade Fiscal – LRF).
Toda obra e/ou serviço devem ser planejados, definindo: “por que fazer”, “o que pode ser feito”, “o que fazer”, “quando
fazer”, “como fazer”, “onde fazer”, “quanto gastar” e “como controlar”.

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As etapas de execução deverão ser adequadamente estudadas, planejadas e subdivididas de forma a cumprir não so-
mente seus aspectos legais e formais, mas resultados de boa qualidade, seguros, de preço justo e adequados à finali-
dade a que se destinam.

É diversificada a elaboração de um roteiro de ações ou de um fluxograma de participações institucionais na contrata-


ção de obras e serviços de engenharia em Alagoas, pois depende da autonomia e/ou capacidade operacional de cada
órgão ou entidade diretamente envolvidos. Importa, entretanto, que, além da análise jurídica, sejam cumpridos, da me-
lhor forma possível, os procedimentos preliminares, adiante discriminados, para o alcance de resultados objetivos.

O Fluxograma a seguir dispõe, de modo geral, as ações técnicas importantes para a contratação de obras e serviços
de engenharia.

7 - PROCEDIMENTOS PRELIMINARES

7.1 - Programa de Obras


O programa de obras é a definição pela Administração do conjunto de investimentos em obras e serviços de engenharia
para determinado período, considerando as prioridades elencadas. As obras deverão estar previstas, conforme o caso,
no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ou na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Deverão ser considerados os custos e prazos totais no programa de obras. Não se deve esquecer de agregar, nesses
custos iniciais, um valor que represente, também, o lucro (ou bonificação) da futura contratação, para ser obtida uma
dimensão mais próxima do que será efetivamente licitado na fase orçamentária.

A responsabilidade da gestão fiscal pressupõe:

• Ação planejada e transparente, com a prevenção de riscos e correção de desvios que afetem o equilíbrio das
contas públicas.
• Garantia de equilíbrio nas contas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas,
com limites e condições para a renúncia de receita e a geração de despesas com pessoal, seguridade social,
dívida, operações de crédito, concessão de garantia e inscrição em restos a pagar.

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A Administração Pública, busca através da ação planejada, a eficiência e a eficácia da gestão dos recursos, elementos
fundamentais para a gestão e a transparência das iniciativas governamentais, em especial aquelas ligadas aos inves-
timentos em obras e serviços.

7.1.1 - Plano Plurianual


O Plano Plurianual tem vigência por um período de quatro anos e estabelece:
• as diretrizes, os objetivos e metas para as despesas de capital e outras delas decorrentes; e,
• os programas de duração continuada.

O objetivo do Plano Plurianual é garantir a continuidade dos planos e programas instituídos pelo governo anterior.

7.2 - Estudo de Viabilidade


No planejamento são estabelecidos estudos e análises iniciais para definição do que será realizado e das característi-
cas básicas: dimensões aproximadas, padrão de acabamento, equipamentos, recursos humanos para a fiscalização,
mobiliários, usuários da obra, tipo de empreendimento, etc.

Avalia-se o custo-benefício da obra a fim de encontrar a melhor solução possível, definindo quais os métodos, os ma-
teriais, o local e o prazo de execução, entre outros componentes.

Essa avaliação deve apurar os impactos quantificáveis e as questões menos tangíveis, que afetam a qualidade de vida,
meio ambiente, valores estéticos, culturais, importância social e outras características da obra/serviço.

A escolha do terreno deve ser feita em consonância com o estabelecido no programa de necessidades e realizada antes
da elaboração dos estudos de viabilidade e dos projetos. Ao escolher um terreno, importa considerar, principalmente,
os seguintes aspectos: infraestrutura disponível (água, energia elétrica e vias de acesso), condições de ocupação da
região, acesso a fornecedores de materiais, disponibilidade de mão de obra, topografia, tipo de solo (necessários os
estudos de sondagens) e condições ambientais., lembrando que a execução de obra pública ou benfeitorias só ocorrer
em imóvel de propriedade de ente público.

É necessário, também, um estudo de viabilidade técnica com: o levantamento, a coleta, a observação, o tratamento e
a análise de dados de engenharia de natureza técnica, necessários à execução da obra. Quanto melhor a qualidade do
anteprojeto, melhores serão as regras para elaboração e contratação do projeto básico.

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Definido o orçamento preliminar, tem-se, aproximadamente, o custo de execução da obra. Assim, é estudada a viabili-
dade econômica, confrontando os recursos aplicados com os benefícios esperados da obra.

O estudo de viabilidade ambiental é necessário quando a obra pode causar impactos1 ao ambiente natural e social e
deverá ser realizado concomitantemente à avaliação prévia.

Ainda não se trata da Licença Ambiental Prévia (LAP), mas apenas de uma consulta preliminar, devendo ser feitas con-
sultas aos órgãos ambientais e verificações quanto à existência de lides judiciais.

7.3 - Recursos Orçamentários


A indicação do recurso próprio para a despesa é procedimento indispensável e deverá considerar ainda os aspectos e
elementos preconizados nos artigos 15, 16, 17 e 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

A despesa deverá estar instruída com a estimativa prevista no inciso I do artigo 16 da LRF e demonstrar a origem dos
recursos para o seu custeio, bem como comprovar que tal despesa não afetará as metas dos resultados fiscais previs-
tas no anexo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), referido no § 1º do artigo 4º.

Deverá haver uma previsão dos recursos necessários à obra e para os recursos para seu futuro funcionamento.

8 - PROJETOS

A obra é inicialmente demonstrada através de seus projetos, que deverão ser os mais explicitados e confiáveis possíveis.
A Administração Pública deverá designar, por meio de Portaria, um responsável técnico para elaboração dos projetos,
vinculando esse profissional a emitir as respectivas ARTs.

1
Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada
por atividade humana que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança, bem-estar da população, a biota, as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais, o patrimônio cultural, etc.

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Caso não conte com profissionais técnicos especializados, deverá ser realizada licitação para contratação de terceiros,
cabendo ao órgão público contratante a elaboração dos estudos iniciais e anteprojeto, definindo as características mí-
nimas necessárias ao dimensionamento da obra.

Os projetos deverão passar por uma compatibilização antes da execução da obra, para que haja uma harmonização
dentre os seus diversos aspectos: arquitetônico, estrutural, hidráulico, especiais, etc. Assim, é possível identificar pro-
blemas a serem corrigidos nos projetos, de forma a solucionar os conflitos.

Os projetos são elaborados em três etapas sucessivas: Estudo Preliminar, Projeto Básico e Projeto Executivo, já especi-
ficados nos itens 3.10 e 3.11.

As consequências de um projeto básico deficiente podem frustrar a execução/conclusão do objeto licitado, dadas as di-
ferenças entre o objeto licitado e o que será efetivamente executado. Esse fato pode provocar alterações no seu escopo
e, consequentemente, edição de aditivos, aumentando o custo inicial estimado e até a inviabilização da obra. Assim, o
projeto básico deve ser bem estudado, analisado e otimizado.

Os elementos essenciais do projeto básico são: orçamento detalhado ou analítico; memorial descritivo; caderno de
encargos ou especificações técnicas; plantas de localização do empreendimento; levantamento topográfico; plantas,
cortes e perfis da obra; projeto arquitetônico; estudos geológicos; projetos de fundações; projetos de estrutura (com
base também nos estudos de sondagem), projetos de instalações prediais, etc.; registro de Anotação de Responsabili-
dade Técnica - ART dos projetos, assinado por profissionais capacitados e habilitados pelo Crea; alvarás para construir;
e Licença Ambiental Prévia (LAP ou LP).

O projeto executivo é elaborado após o projeto básico e, conforme o §2° do art. 9º, da Lei nº. 8.666/93 deverá estar em
sintonia com este. Admite-se, entretanto, a execução concomitante, conforme já explicitado.

8.1 - Fatores de Risco em Projetos.


• Estudo de viabilidade técnico-econômico insuficiente ou inexistente;
• Não elaboração do projeto básico (Lei n°. 8.666/1993, art. 7º, § 2º, I);
• O projeto básico não foi devidamente aprovado pela autoridade competente (Lei n°. 8.666/1993, art. 7º, § 2º, I);
• Projetos, especificações e referências insuficientes (Lei n°. 8.666/1993, art 6º, IX, e Resolução do Confea nº
361/1991);

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• Ausência ou insuficiência de memorial descritivo (incluindo conjunto de materiais, equipamentos e técnicas de


execução); especificações técnicas, plantas, cortes e perfis do empreendimento; especificações técnicas das
composições dos custos unitários dos serviços; estudos geotécnicos (quando necessários), levantamentos
topográficos; projeto executivo (Lei n°. 8.666/93, art. 6º, X e 7º, § 1º);
• Não adoção de normas técnicas de saúde e segurança do trabalho;
• Ausência ou insuficiência de relatório de impacto ambiental para empreendimentos potencialmente modifi-
cadores do meio ambiente (Lei n°. 8.666/93, art. 12 e Resolução Conama n°. 001, de 23/01/86, art. 2º);
• Falta de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia – Crea do(s) autor(es) do projeto, o que inviabiliza a responsabilização por algum eventual erro téc-
nico (Lei n°. 6.496/77, art. 1º e 2º);
• Projetos desatualizados ou executados superficialmente em face da “urgência” em contratar;
• Não realização do “as built”.

9 - ORÇAMENTO

O orçamento básico é elaborado após a produção dos projetos, memoriais descritivos e especificações técnicas.

O orçamento é a avaliação do custo total da obra tendo como parâmetros os insumos praticados no mercado ou va-
lores de referência (tabelas de preços oficiais, como o SINAPI) e levantamentos de quantidades de materiais e serviços
(Orientação Técnica OT – 001/2006 do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas – IBRAOP).

Não podem ser incluídas no orçamento apropriações genéricas ou imprecisas, tais como verbas ou preços globais, nem
materiais e serviços sem quantidades ou preços.

O Orçamento contém:

a) Planilhas de Custos e Serviços, que deverão ter: discriminação de cada serviço, unidade de medida, quan-
tidade, custo unitário, custo parcial, custo total, representado pela soma dos custos parciais, e nome completo
do responsável técnico, seu número e registro no Crea e assinatura;

b) Composições de Custos Unitários: baseadas em coeficientes de produtividade, de consumo, aproveitamen-

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to de insumos e seus preços coletados no mercado, ou em tabelas oficiais de referência de custos. Deverá con-
ter: discriminação de cada insumo, unidade de medida, incidência desse insumo na realização do serviço, preço
unitário, custo parcial, e custo total do serviço representado pelo somatório dos custos parciais dos insumos;

c) Cronograma Físico-financeiro: representação dos serviços a serem executados pelo tempo definido para a
execução da obra. Ele demonstra o percentual físico e seu respectivo valor financeiro, devendo estar em acordo;
e

d) BDI - Benefícios e Despesas Indiretas: conforme já descrito anteriormente, percentual correspondente às


despesas indiretas (tributos, custos de administração central, despesas financeiras) e ao lucro, que junto com
os custos diretos (materiais, equipamentos, mão de obra direta aplicados à obra), resulta no preço final.

9.1 - Planilha do Orçamento Básico


O orçamento básico ou orçamento base estabelece o custo provável da obra. Deverá apresentar para cada item da
planilha de quantidades os respectivos preços unitários e a importância total, baseando-se em:

• Estimativa de quantidade de materiais e serviços;


• Coleta de preços realizada no mercado local ou região de execução dos serviços;
• Avaliação dos custos horários de equipamentos;
• Avaliação da Taxa de Leis Sociais (LS) em função das características do local de execução dos serviços;
• Avaliação da Taxa de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) em função do volume ou porte dos serviços e do
local de execução;
• Pesquisa dos índices de aplicação de materiais e mão de obra, considerando as condições locais ou regionais
de execução.

Improvisações ou suposições no orçamento poderão levar a resultados inesperados e prejudiciais à Administração e


ao “jogo de preços” ou “jogo de planilhas”, superestimando ou subestimando valores que restringem a competição no
certame e a economicidade do contrato.

9.2 - Fatores de Risco nos Orçamentos


• Custos unitários dos insumos superestimados em relação ao mercado;
• Custos unitários de itens não justificados em relação a produtividade da mão-de-obra, equipamentos e consumo de

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materiais;
• Encargos sociais: taxa não detalhada;
• BDI: taxa não detalhada e/ou parcelas não demonstradas;
• Quantidades de serviços sem demonstrativos que possibilitem verificar a sua adequação aos elementos do projeto
básico.

10 - LICITAÇÃO

Depois de finalizada a fase de planejamento e orçamento, inicia-se a fase da licitação propriamente dita.

Na licitação de obras, exige-se o cumprimento do art. 7º § 2º, incisos I a IV da Lei n°. 8.666/93, em que o procedimento
interno depende da aprovação de projeto básico pela autoridade competente, a existência de planilhas do orçamento
básico, a previsão de recursos orçamentários e a inclusão do objeto nas metas do Plano Plurianual.

Preenchidos os requisitos exigidos, enquadra-se o objeto na modalidade de licitação adequada, em função do valor
estimado, conforme art. 23 da Lei nº. 8.666/1993.

A Lei nº. 8.666/1993 define as modalidades de licitação em função do valor orçado e do objeto a ser contratado para
obras e serviços de engenharia:

• Dispensa de Licitação – para valores até R$ 15.000,00 (quinze mil reais), as obras e serviços de engenharia
estão dispensados da licitação. Esse valor passa para R$ 30.000,00 (trinta mil reais) no caso de licitações re-
alizadas por sociedades de economia mista, empresas públicas, autarquias e fundações enquadradas como
agências executivas.

• Convite – valores até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). A Administração, nessa modalidade, esco-
lhe um número mínimo de três interessados, cadastrados ou não, podendo estender a participação de outros
interessados não convidados, desde que manifestem interesse no convite em até 24 horas antes da data da
apresentação das propostas.

• Tomada de Preços – valores até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). É realizada entre as
empresas interessadas devidamente cadastradas ou que atenderem às condições exigidas no cadastramento

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até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.

• Concorrência Pública – valores acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). Nesta, qualquer
empresa interessada que atenda aos requisitos de qualificação poderá participar.

O § 5º da mesma lei aborda: “É vedada a utilização da modalidade ‘Convite’ ou ‘Tomada de Preços’, conforme o caso,
para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizarem
o caso de ‘tomada de preços’ ou ‘concorrência’, respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de
natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do execu-
tor da obra ou serviço”.

Se uma obra ou um conjunto de obras simultâneas ou sucessivas tiver valor estimado de mais de R$ 150.000.000,00
(cento e cinquenta milhões de reais), o procedimento de licitação será precedido de audiência pública, na forma do art.
39 da Lei nº. 8.666/1993.

O preâmbulo do edital define: a repartição interessada e seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da
licitação, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes.

A assessoria jurídica deverá analisar as minutas do edital e do contrato antes da publicação na imprensa oficial, a fim
de se evitar que sejam publicados com falhas ou ilegalidades (conforme reza o parágrafo único do art. 38 da Lei nº.
8.666/93).

O procedimento licitatório deverá atender aos seguintes aspectos:

a) Publicidade - cumprimento dos prazos de recurso em todas as fases;


b) Habilitação - envelopes devidamente lacrados, devendo todos ser rubricados antes de sua abertura;
c) Classificação - envelopes de propostas das empresas habilitadas, lacrados;
d) Impugnações e recursos - análises de impugnações e recursos;
e) Adjudicação e homologação - valor adjudicado X valor estimado; objeto adjudicado e homologado à empre-
sa vencedora do certame nas quantidades e valores propostos.

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O edital deverá atender aos seguintes aspectos:

a) Compatibilidade com as atividades da Unidade e autorização datada e assinada, com a modalidade de lici-
tação;
b) Modalidade, publicidade, garantias e apresentação das propostas;
c) Habilitação Jurídica;
d) Regularidade Fiscal;
e) Exigência para qualificação técnica, evitando a frustração do caráter competitivo da licitação, capacitação
técnico-profissional;
f) Elementos do edital;
g) Lei nº. 101/2000 (LRF);
h) Objeto;
i) Prazo de execução;
j) Orçamento, indicação de recursos orçamentários suficientes para a abertura da licitação;
k) Especificações técnicas e/ou normas de execução;
l) Critérios de avaliação e julgamento. A avaliação e julgamento das propostas são objetivos;
m) Minuta do contrato, que deve acompanhar os termos do edital.

10.1 - Fatores de Risco nas Licitações


• Não atendimento do art. 16 da LRF – acarretando o aumento da despesa;
• Qualificação econômico-financeira:
· Índices econômicos restritivos;
· Ausência ou defasagem dos estudos que comprovem as exigências da qualificação;
· Capital social mínimo incompatível com o limite fixado na legislação;
· Insuficiência da garantia exigida.
• Qualificação técnica:
· Exigência de quantidades mínimas nos atestados relativos à qualificação técnica profissional;
· Limitação de número de atestados ou contratos para comprovação da capacidade operacional da empresa;
· Avaliação restritiva dos atestados apresentados.
• Reajuste de preços: diferença entre os índices paramétricos nas equações de reajuste e os de serviços do orçamento
de referência;

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• Ausência de serviços na planilha de orçamento;


• Inexistência e/ou insuficiência de estudo de impacto ambiental nos casos necessários;
• Alteração das condições previstas no edital;
• Restrição do caráter competitivo dos proponentes na formulação de seus preços unitários; esses não poderão alterar
os coeficientes de produtividade adotados pela Administração;
• Modalidade de licitação incompatível com o disposto na Lei nº. 8.666/1993;
• Dispensa de licitação sem justificativa ou com justificativa incompatível com as disposições dos arts. 25 e 26 da Lei nº.
8.666/1993;
• Ausência da devida publicidade nas etapas da licitação;
• Ausência de exame e aprovação pela assessoria jurídica da Administração das minutas de editais de licitação, contra-
tos, acordos, convênios;
• Não conformidade da proposta vencedora com os requisitos propostos em edital e com os preços fixados por órgão
oficial;
• Exigências desnecessárias de caráter restritivo no edital, principalmente no que diz respeito à capacitação dos res-
ponsáveis técnicos.

11 CONTRATAÇÃO

Após a homologação e adjudicação do objeto da licitação pela autoridade competente, é celebrado o contrato adminis-
trativo para a realização das obras e serviços.

O contrato administrativo é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da administração pública e os particula-
res, acordando vontades para a formação de vínculo e a criação de obrigações recíprocas.

O contrato deve ser claro e preciso nas condições para sua execução, contendo expressamente os direitos e obrigações
das partes em conformidade com o edital de licitação e a proposta vencedora. Se decorrente de uma dispensa ou de
uma inexigibilidade de licitação, o contrato deverá atender aos termos do ato que os autorizou e à proposta aprovada.
O artigo 55 da Lei Federal nº. 8.666/1993 estabelece as cláusulas obrigatórias em todos os contratos, conforme trans-
crição abaixo:

“Art. 55 – “São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:


I - o objeto e seus elementos característicos;

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II - O regime de execução ou a forma de fornecimento;


III - O preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços,
os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV - Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento
definitivo, conforme o caso;
V - O crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da cate-
goria econômica;
VI - As garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - Os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - Os casos de rescisão;
IX - O reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77
desta Lei;
X - As condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XI - A vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do
licitante vencedor;”
XII – A legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII - A obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as
obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (VETADO)

§ 2º - Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas
domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede
da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6º do art. 32 desta Lei.

§ 3º - No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão aos órgãos incumbidos da


arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos,
segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.”

A exigência de garantias (caução em dinheiro ou caução em título da dívida pública, seguro-garantia ou fiança-bancá-
ria) não poderá exceder a 5% do valor do contrato no caso de obras simples e 10% no de obras de grande vulto. Essa
garantia é a contratual (não confundir com a garantia da proposta – que ocorre na fase da licitação) e será devolvida
depois de devidamente executado o objeto.

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Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas
da Lei Federal nº. 8.666/1993 e às cláusulas contratuais.

O contratado poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento (sondagens, fundações, impermeabilização
etc.), sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, até o limite admitido pela Administração, conforme dis-
põe o artigo 72 da Lei Federal nº. 8.666/1993.

O inicio dos serviços fica condicionado à existência dos seguintes documentos:

• ART dos responsáveis técnicos pela execução do contrato;


• Licença ambiental de instalação e operação, nos casos previstos em Lei;
• Alvarás de construção;
• Autorizações das concessionárias de luz, água e telefonia, bem como do corpo de bombeiros;
• Certificado de matrícula referente à obra junto ao INSS (CEI da obra);
• Ordem de serviço;
• Garantia de execução;
• Autorizações exigidas em obras com características especiais (ex: patrimônio histórico-cultural – IPHAN, Fu-
nai, etc.).

Os contratos possuem vigência limitada aos respectivos créditos orçamentários, mas no caso de obras e serviços de
engenharia, o contrato poderá ter seu prazo de vigência superior ao exercício financeiro, desde que a obra esteja con-
templada nas metas estabelecidas no Plano Plurianual ou se existir Lei autorizando sua inclusão (conforme disposto no
§5° do art. 5° da Lei Complementar n°. 101/2000 e no §1° do art. 167 da Constituição Federal).

A eficácia dos contratos e seus aditivos é obtida pela publicação de seus resumos na imprensa oficial. O Decreto Esta-
dual nº. 1.805, de 24 de março de 2004, estabelece os modelos utilizados pelos órgãos e entidades do Poder Executivo
do Estado para publicação de extratos de contratos, convênios e seus respectivos termos aditivos.

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11.1 - Alterações contratuais


As alterações contratuais são possibilidades admitidas para situações eventuais (imprevistas ou imprevisíveis), deven-
do ser bem fundamentadas e justificadas tecnicamente pela autoridade competente. Elas não devem ser utilizadas
para correção de projetos mal-elaborados: esses ensejam responsabilidade dos técnicos e ordenadores envolvidos.

Os contratos poderão ser alterados unilateralmente pela Administração, quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos, ou quando necessária a modificação do valor con-
tratual e/ou prazo de execução em decorrência de acréscimos ou diminuição quantitativa de seu objeto. Essas altera-
ções devem ser devidamente justificadas e realizadas por meio de termo aditivo, mesmo não modificando o valor do
contrato.

O termo aditivo deve ser formalizado com a assinatura das partes, e seu extrato deve ser publicado na imprensa oficial.

11.1.1 - Limites de Acréscimos ou de Supressões Contratuais


As alterações com objetivo de acrescer ou suprimir quantidade de algum item do contrato de obras e serviços devem
se limitar a 25% do valor inicial atualizado do item, no caso de construção e 50%, do valor inicial atualizado do item, no
caso de reforma.

Para acréscimos nos quantitativos de serviços já existentes em planilha orçamentária, deverão ser preservados os va-
lores unitários previstos na proposta de preço. Na inclusão de novos serviços, não previstos inicialmente na planilha de
preços, o órgão contratante deve praticar os preços do mercado, verificando a coerência dos valores dos insumos que
compõem esses serviços, para que não se paguem preços elevados

11.1.2 - Prorrogação Contratual


Há diferença entre os conceitos de prazo de execução e prazo de vigência do contrato. Prazo de execução é o tempo
necessário para a conclusão do objeto, já o prazo de vigência está relacionado ao contrato e à consecução de todas as
obrigações previstas no termo.

Segundo o §1º do art. 57 da Lei nº. 8.666/93, os prazos de execução poderão ser prorrogados pelas seguintes razões:

a) Alteração do projeto ou especificações técnicas;


b) Superveniência de fato excepcional ou imprevisível que altere as condições de execução do contrato;

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c) Interrupção da execução por ordem da Administração;


d) Diminuição do ritmo de trabalho por ordem da Administração;
e) Aumento das quantidades inicialmente previstas;
f) Impedimento de execução por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração; e,
g) Omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, tais como o pagamento.

O §2º do art. 57 da Lei nº. 8.666/93 estabelece que: “toda a prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e
previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato” e devem ser registrados no diário de
obras, conforme determina o §1º do art. 67, da Lei nº. 8.666/93.

Nos casos de impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado auto-
maticamente por igual tempo.

11.1.3 - Reajustes Contratuais


Reajuste é a majoração dos preços inicialmente contratados de forma a compensar os efeitos da inflação, ou elevações
de mercado, decorrentes de desvalorização da moeda ou aumento geral de custos durante o período de execução
contratual. O edital deve indicar o critério de reajuste, como a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data da
proposta ou orçamento até a data do pagamento de cada parcela.

O reajuste deve ser feito depois de decorrido um ano da apresentação da proposta ou orçamento (data base), conforme
determina a Lei Federal nº. 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, que dispõe sobre as medidas complementares ao Plano
Real.

O reajuste também pode ser feito por apostilamento, que não se confunde com o equilíbrio econômico-financeiro. A
apostila não necessita de publicação na imprensa oficial e pode ser utilizada nos seguintes casos:

a) Variação do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato;


b) Compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento;
c) Empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido;
d) Mudanças internas do órgão ou entidade que não afetem a relação entre contratada e contratante, como por exem-
plo, a mudança da fonte de recursos designada no contrato;

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e) Alterações formais do instrumento contratual, como na retificação do CNPJ ou do endereço da empresa contratada;
e
f) Demais casos que não alterem as bases contratuais.

11.1.4 - Equilíbrio Econômico-financeiro


Deve-se sempre restabelecer a equação econômico-financeira que as partes pactuaram inicialmente no contrato,
toda vez que ocorrerem fatos imprevisíveis ou previsíveis, de consequências incalculáveis, que alterem os preços e pra-
zos ajustados, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuito e fato do príncipe.

Tais circunstâncias encontram-se definidas na Lei 8883/1994 e no Direito Administrativo agrupam-se na chamada
“Teoria da Imprevisão”, conforme a seguir se resume:

- Caso Fortuito: acontecimento natural, imprevisível, irresistível que atrapalha o contrato (Art. 65, II, d);
- Caso de Força Maior: acontecimento humano, previsível ou não, irresistível que atrapalha o contrato (Art. 65, II, d);
- Fato do Príncipe: ação ou omissão da Administração cometida pela unidade administrativa contratante que, inci-
dindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda ou impede a sua execução. (Art. 65, II, d); Exemplo: medida
governamental, baixada pelo Governo Federal por ato do Presidente da República ou de autoridade por ele delegada,
que dificulta a importação de matéria-prima necessária à execução de todos os contratos no âmbito nacional, que
precisam dela para sua execução.
- Fato da administração: Ação ou omissão da Administração cometida pela unidade administrativa contratante que,
incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda ou impede a sua execução. É falta contratual cometida pela
própria autoridade contratante que atinge um contrato especificadamente (Art. 78, XII a XVI); Exemplo: a não entrega
do local da obra pelo gestor contratante.
- Ocorrências Imprevistas: situação existente antes da celebração do contrato que só foi detectada depois.

11.1.5 - Aditivo
O termo aditivo é usado para todo acréscimo ou supressão de objeto, serviços, prorrogações de prazos e para outras
alterações do contrato e devem ser numerados sequencialmente.

As alterações de projeto, especificações técnicas, cronograma físico-financeiro e planilhas orçamentárias, respeitado


o estabelecido em lei, deverão ser justificadas por escrito e autorizadas pela autoridade competente. Nas alterações
de especificações técnicas, é preciso atentar para a manutenção da qualidade, garantia e desempenho requeridos

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inicialmente para os materiais a serem empregados, observando-se a conveniência e necessidade dessas alterações.

11.2 - Fatores de Risco na Contratação


• Divergência entre a descrição do objeto no contrato e a constante no edital de licitação;
• Não vinculação do contrato ao edital de licitação, ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, e à proposta do licitante
vencedor, em desacordo com o disposto no § 1º do artigo 54 da Lei Federal nº. 8.666/1993;
• Ausência de cláusulas obrigatórias estabelecidas no artigo 55 da Lei Federal nº. 8.666/93;
• Subcontratação não admitida no edital e no contrato;
• Documentos fiscais faltantes ou vencidos (CND e FGTS);
• Emissão de nota de empenho extemporânea ou insuficiente para atender à despesa do exercício;
• Falta de estimativa de custo;
• Falta de despacho de autorização ou despacho extemporâneo (contrato verbal) e com efeitos financeiros retroativos;
• Classificação funcional / programática ou econômica inadequadas;
• Falta de pesquisa prévia de mercado;
• Contrato decorrente de procedimento licitatório irregular;
• Objeto do contrato não condizente com o objeto social da contratada;
• Preços contratados divergentes dos homologados;
• Garantias contratuais insuficientes;
• Falta de definição de penalidades e de sua gradação.

12 - EXECUÇÃO DO CONTRATO

É significativa a ocorrência de irregularidades na fase de execução dos contratos. A Lei nº. 8.666/1993 estabelece que
a execução do contrato deva ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo/subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribui-
ção. O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução
do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. As decisões e provi-
dências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas ao superior hierárquico em tempo
hábil para a adoção das medidas convenientes.

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12.1 - Fiscalização da Execução do Contrato

12.1.1 - Função da Fiscalização


A fiscalização é uma atividade que deve ser exercida de modo sistemático pelo contratante e seus prepostos, objetivan-
do a verificação do cumprimento das disposições contratuais, técnicas e administrativas, em todos os seus aspectos.

A função da fiscalização é exigir da contratada o cumprimento integral de todas as suas obrigações contratuais, se-
gundo procedimentos definidos no edital e no contrato e o estabelecido na legislação em vigor. Desde a elaboração do
projeto básico já devem estar previstas as normas de fiscalização do futuro contrato.

A fiscalização dos serviços executados é de competência e responsabilidade do órgão contratante, ao qual caberá:

a) Verificar se no seu desenvolvimento estão sendo cumpridos os termos do contrato, os projetos, especificações e
demais requisitos;

b) Autorizar os pagamentos de faturas, substituição de materiais, alteração de projeto;

c) Solucionar problemas executivos, assim como participar de todos os atos que se fizerem necessários para a fiel
execução dos serviços contratados.

A fiscalização efetiva-se no local da obra, através de visitas periódicas, tantas quantas forem necessárias para o acom-
panhamento de todas as etapas e se fazendo presente por ocasião da execução dos serviços de maior responsabilida-
de, atuando desde o inicio dos trabalhos até o recebimento definitivo das obras, sendo exercido no interesse exclusivo
do contratante, não excluindo nem reduzindo a responsabilidade da contratada, inclusive de terceiro, por qualquer irre-
gularidade. Concluída a obra ou serviço (objeto do contrato) em perfeitas condições, será recebida provisoriamente pela
fiscalização e pelo responsável pelo seu acompanhamento, que lavrará o termo de recebimento provisório.

A contratada fica obrigada a manter as obras e serviços em perfeitas condições de conservação e funcionamento, por
sua conta e risco, até ser lavrado o termo de recebimento definitivo.

Decorrido o prazo máximo de 90 dias após a lavratura do termo de recebimento provisório (art. 73, §3º, Lei nº. 8.666/93),

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se os serviços de correção das anormalidades porventura verificadas forem executados e aceitos pela comissão de vis-
toria, e comprovado o pagamento dos encargos referentes ao contrato, sobretudo a contribuição à Previdência Social,
será lavrado o termo de recebimento definitivo e liberada a caução ou garantia, se existir.

12.2 - Atribuições e Responsabilidades do Fiscal


O representante da Administração (fiscal) anotará em registro próprio (diário de obra) todas as ocorrências relaciona-
das com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superio-
res em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

As comunicações entre o representante da contratada e o representante da contratante serão sempre por escrito,
sem emendas ou rasuras, em duas vias, devendo o recebedor assinar e datar a segunda via que será arquivada pelo
remetente.

As responsabilidades do fiscal podem ser assim resumidas:

• Obter cópia da documentação da obra e manter, no canteiro de obras, um arquivo completo e atualizado conten-
do: projetos, especificações, memoriais, caderno de encargos, edital de licitação, orçamentos, contrato, proposta da
contratada, cronograma físico-financeiro, ordem de serviço, ARTs, instruções e normas da Administração sobre obras
públicas, correspondências, relatórios diários, certificados de ensaios e testes de materiais e serviços, protótipos e ca-
tálogos de materiais e equipamentos aplicados nos serviços e obras, etc;
• Recolher ART de fiscalização;
• Certificar-se da existência do diário de obra e visá-lo periodicamente, assim como avaliar as medições e faturas apre-
sentadas pela contratada;
• Acompanhar todas as etapas de execução e liberar a etapa seguinte;
• Elaborar relatórios, laudos e medições do andamento da obra;
• Comunicar ao superior imediato, por escrito, a ocorrência de circunstâncias que sujeitam a contratada a multa ou
mesmo a rescisão contratual;
• Promover reuniões periódicas no canteiro de serviço para análise e discussão sobre o andamento dos serviços e obras;
• Paralisar e/ou solicitar o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade com projeto, nor-
ma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do contrato;
• Verificar e aprovar os desenhos de “como construído” (as built) elaborados pela contratada, registrando todas as mo-
dificações introduzidas no projeto original, de modo a documentar fielmente os serviços e obras efetivamente execu-
tados;
• Emitir termo de recebimento provisório da obra.

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12.2.1 - Pontos de risco na fiscalização


• Diário de obra inexistente ou incompleto quanto aos registros necessários para caracterizar a conclusão das etapas
e fatos que interfiram no bom e regular andamento da obra, com a indicação de causa e responsável (Lei nº. 8.666/93,
art. 67, § 1º);
• Falta de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do responsável técnico pela obra e do responsável pela fiscali-
zação (Lei nº 6.496/77, art. 1º e 2º);
• Os materiais aplicados e os serviços executados não foram inspecionados pela fiscalização, com vistas a se constatar
o atendimento às especificações (lei nº. 8.666/93, art. 78, inciso I e II);
• O descumprimento das especificações da obra, pois a contratada pode aumentar seu lucro por meio da substituição
de materiais por outros de menor custo e pior qualidade;
• A utilização de artifícios para promover alterações substanciais no contrato sem extrapolar o limite de 25% (por exem-
plo, são aumentados significativamente os quantitativos de serviços concernentes às fases iniciais da obra, gerando
acréscimo superior a 25% no valor total do contrato, o que é evitado por meio da redução indevida de quantitativos de
serviços que serão executados apenas no final da obra);
• Medições de serviços não executados e superestimativas de volumes de serviços realizados, especialmente em con-
tratos por preços unitários, o que acarretará superfaturamento ou, no mínimo, antecipação de pagamentos;
• Pagamento de serviços não efetivamente executados (adiantamento);
• Ausência de documentos da obra no canteiro (projeto, especificações, memoriais, caderno de encargos, edital de lici-
tação, contrato, proposta da contratada, cronograma físico-financeiro, ordem de serviço, ARTs, instruções e normas da
Administração sobre obras publicas, etc.);
• Pagamento de serviços não aprovados pela fiscalização;
• Falta de comprovação, pela fiscalização, de serviços executados;
• Permuta indiscriminada de serviços e alteração de projeto sem manifestação da fiscalização;
• O contratado não manteve, durante a execução do contrato, todas as condições de qualificação técnica (instalações,
equipamentos e pessoal técnico) exigidas na licitação (Lei nº. 8.666/93 artigos 30 e 55);
• Descumprimento do cronograma físico-financeiro e do prazo contratual;
• Paralisação injustificada da obra ou serviços;
• Subcontratação de partes da obra fora do limite estabelecido pela Administração (Lei nº. 8.666/93, art. 72);
• Não realização do “as built” (como construído - projeto);
• Imprópria emissão dos termos de recebimento provisório (incompleto, fora do prazo, etc.);
• Recebimento de obra com falhas visíveis de execução.

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12.3 - Liquidação / Pagamento


A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

I. O contrato, ajuste ou acordo respectivo;


II. A nota de empenho;
III. Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

No caso de obras públicas e serviços de engenharia, essa comprovação deverá estar consubstanciada nas planilhas ou
boletins de medição, documentos que devem ser elaborados para evidenciar com exatidão os quantitativos dos servi-
ços executados, habilitando assim ao adequado pagamento a contratada de obras e serviços com execução parcelada
ou global.

Para que o fiscal do contrato certifique os serviços prestados e para que a despesa possa ser liquidada, alguns docu-
mentos devem ser entregues mês a mês com as medições:

• Nota fiscal/fatura;
• Medição;
• Cronograma físico;
• Matrícula CEI (primeira medição);
• Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP,
que corresponda à mão de obra envolvida na execução contratual (conforme alínea “a”, do inciso II, do art. 188
da IN MPS/SRP nº 03/2005), referente ao mês anterior;
• Guia da Previdência Social – GPS, que corresponda à GFIP dos empregados vinculados a matrícula da obra –
matrícula CEI fiscal (conforme alínea “a”, do inciso II, do art. 188 da IN MPS/SRP nº 03/2005), referente ao mês
anterior, caso não haja retenção na fonte;
• Certidões negativas de débito federais, estaduais e municipais.

Além dos documentos a ser entregues com as medições mensais, conforme mencionado, a última medição deve ser
acompanhada ainda dos seguintes documentos fornecidos pela contratada:

• Certidão negativa da matrícula CEI da obra;


• Termo de recebimento provisório da obra;
• Termo de garantia de eventual equipamento instalado;

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• Habite-se da obra.
Não existe hipótese legal possível para que seja realizado pagamento a maior com base em uma medição com quanti-
tativos que extrapolam aqueles efetivamente executados.

A Administração deverá certificar-se de que foram realizados os devidos destaques na nota fiscal/fatura – retenção dos
impostos, validade da nota fiscal, estar perfurada pela Prefeitura, rodapé com descrição da gráfica, AIDF (autorização
para impressão do talonário), sequência da numeração do talonário e data da impressão, dados da empresa, data e
assinatura.

12.3.1 - Fatores de Risco na liquidação/pagamento


• Pagamento de serviços não executados;
• Pagamentos de serviços executados, porém não aprovados pela fiscalização;
• Pagamentos de serviços relativos a contrato de supervisão, apesar de a obra estar paralisada;
• Antecipação de medições ou medição de serviços não previstos;
• Falta de comprovação e conferência pela fiscalização de serviços executados; divergências entre as medições
atestadas e os valores efetivamente pagos;
• Medições e pagamentos sendo efetuados com critérios divergentes em relação aos estipulados no edital de
licitação e contrato;
• Inconsistências e incoerências nos relatórios de fiscalização;
• Pagamento de valores acima do mercado para serviços executados em função de deficiências no orçamento
e avaliação dos preços das obras e serviços;
• Condições fiscais irregulares da contratada.

13 - ENCERRAMENTO DO CONTRATO

13.1 - Recebimento de obras e serviços de engenharia


Executado o contrato, o seu objeto será recebido, em se tratando de obras e serviços:

a) Provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assi-
nado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

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b) Definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado,
assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos
termos contratuais, observado o disposto no art. 69 da Lei n°. 8.666/93.

A Administração poderá dispensar o recebimento provisório nas obras e serviços de valor até R$ 80.000,00 (oitenta
mil reais), desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcio-
namento e produtividade. Quando o recebimento provisório for dispensado, o recebimento será feito mediante recibo.
Vale ressaltar que o artigo 76 da Lei nº. 8.666/93 determina que “a Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra,
serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.”

13.2 - Fatores de risco no encerramento do contrato


• Ausência de recebimento provisório das obras e serviços, pelos responsáveis por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado assinado pelas partes, em desacordo com o disposto no art. 73, inciso I, alínea “a”, da
Lei nº. 8.666/93;

• Ausência de recebimento definitivo das obras e serviços, por servidor ou comissão designada pela autoridade compe-
tente, mediante termo circunstanciado assinado pelas partes, após prazo de observação ou vistoria que comprovasse
a adequação do objeto aos termos contratuais, em desacordo com o disposto no art. 73, inciso I, alínea “b”, da Lei nº.
8.666/93;

• Descumprimento de condições descritas no edital de licitação e no contrato para o recebimento da obra;

• Descumprimento de prazos de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso,


previstos no contrato e em seus termos aditivos, em desacordo com o disposto no inciso IV do art. 55 da Lei nº. 8.666/93.
• Recebimento da obra com falhas visíveis de execução;

• Omissão da Administração, na hipótese de terem surgido defeitos construtivos durante o período de responsabilidade
legal desta;

• Não realização de vistoria dos órgãos públicos competentes para a emissão do habite-se e para as ligações definitivas
de água, luz, esgoto, gás, telefone, etc., quando pertinentes;

• Não providenciadas junto aos órgãos federais, estaduais e municipais e concessionárias de serviços públicos, a vistoria
e regularização dos serviços e obras concluídos.

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13.3 - Responsabilidade Civil


O contratado, mesmo emitindo o termo de recebimento provisório ou definitivo, possui responsabilidade civil pela per-
feita execução do contrato, conforme dispõe o artigo 73 § da Lei nº. 8.666/93.

“Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


(...)
§ ”2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra
ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela
lei ou pelo contrato.”

O artigo 69 da Lei nº. 8.666/93 prescreve algumas obrigações do contratado ocasionadas pelos danos causados resul-
tantes da execução ou de materiais empregados.

“Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total
ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução
ou de materiais empregados.”

14 - ACOMPANHAMENTO DOS PROCESSOS

14.1 - Checklist de acompanhamento dos processos


Com o objetivo de criar uma ferramenta eficaz e ágil para avaliar os processos, foi definido o uso de checklist por ser
uma ferramenta de fácil aplicação para acompanhamento dos procedimentos empregados, pela entidade, ou espe-
cíficos, obra a obra, diante das exigências legais. O modelo utilizado foi o da Advocacia Geral da União – Procuradoria
Geral Federal.

Será usado o método de avaliação pelo questionamento de SIM, NÃO e NÃO SE APLICA. A planilha vai indicar a página do
documento citado, assim como, um espaço para observações, quando necessárias.

São 5 (cinco) formulários de acompanhamento dos processos que anexos a este Manual:

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1.0 Licitação – Convite para obras e serviços de engenharia;


2.0 Licitação – Tomada de preços para obras e serviços de engenharia;
3.0 Licitação – Concorrência para obras e serviços de engenharia;
4.0 Dispensa de licitação para obras e serviços de engenharia;
5.0 Inexigibilidade de licitação para obras e serviços de engenharia;
6.0 Medições e pagamento das obras e serviços de engenharia.

15 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Manual de Procedimentos da Diretoria de Auditoria Geral. Secretaria de Estado da Fazenda. Diretoria de Auditoria
Geral. Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 20 de julho de 2009.

2. Manual de Licitações e Contratos de Obras Públicas da Secretaria do Estado da Fazenda de Santa Catarina, Abril/2009.
1ª edição. 2009.

3. Manual Técnico de Fiscalização de Obras Públicas e Serviços de Engenharia. Tribunal de Contas do Município de São
Paulo. Versão 01. 2005.

4. Manual de Orientação sobre Obras Públicas. Estado de Goiás. Goiânia, outubro de 2006. 1ª Edição.

5. Auditoria em Obras Públicas. Tribunal de Contas da União. Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscali-
zação de Obras e Patrimônio da União. Brasília, novembro de 2002.

16 - LISTA DE SIGLAS

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS


AIDF AUTORIZAÇÃO PARA IMPRESSÃO DO TALONÁRIO
ART ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
BDI BONIFICAÇÃO (OU BENEFÍCIOS) E DESPESAS INDIRETAS
CGE CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO DE ALAGOAS
CND CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

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CONFEA CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA


CPL COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
CREA CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA
CUB CUSTO UNITÁRIO BÁSICO
DIROB DIRETORIA DE AUDITAGEM DE OBRAS
FGTS FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO
FUNAI FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
IBRAOP INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
IPHAN INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
LAP LICENÇA AMBIENTAL PRÉVIA
LDO LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
LOA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
LRF LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
LS LEIS SOCIAL
OT ORIENTAÇÃO TÉCNICA
PPA PLANO PLURIANUAL
PT PAPÉIS DE TRABALHO
SINAPI SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL
SINDUSCON SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE ALAGOAS
SUCOF SUPERINTENDENCIA DE CONTROLE FINANCEIRO
SUCOR SUPERINTENDENCIA DE CORREIÇÃO ADMINISTRATIVA
SUPAD SUPERINTENDENCIA DE AUDITAGEM

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