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AULA 06
GRACIANO ROCHA
Introdução
A LRF foi editada num ambiente de reformas reclamadas por vários setores da
sociedade brasileira, após o final dos governos militares. Entretanto, desde a
redemocratização, o Brasil, como federação, enfrentava problemas econômicos
graves, dos quais a chamada “inflação galopante” podia ser indicada como o
principal.
O trecho da LRF que serve como “mapa” da LRF é o § 1º do art. 1º. Os itens
constantes desse texto são ampliados nas seções da Lei, com a fixação de suas
regras próprias. Vejamos a lei seca:
renúncia de receita;
concessão de garantia;
Gabarito: E.
Questão CERTA.
Previsão constitucional
I - finanças públicas;
(...)
(...)
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos
em lei complementar.
Questão ERRADA.
Abrangência da LRF
Outra disposição inicial da LRF diz respeito a quem está submetido às suas
regras e limitações.
A Lei utilizou um critério amplo para fixar sua “clientela”. Todos os órgãos de
todos os Poderes, fundações, autarquias, fundos, empresas estatais
dependentes, de todos os entes da Federação, devem observar as normas
estabelecidas na LRF. Ou seja, está abrangida toda a administração direta dos
entes federados e quase toda a administração indireta.
Questão CERTA.
Já temos uma boa noção sobre receitas correntes, mas é bom relembrar: são
as receitas arrecadadas normalmente pelos entes públicos, geralmente de
efeito aumentativo sobre o patrimônio público, e que se destinam,
tipicamente, ao custeio das atividades e serviços a cargo da Administração
Pública.
Cada ente federado terá suas próprias deduções, mas, nos prendendo ao caso
da União, a RCL é calculada da seguinte forma:
Gabarito: A.
No que se refere à LDO, determinou-se que essa lei tratasse dos seguintes
assuntos:
Gabarito: A.
• por sua vez, a LOA prevê a reserva de contingência como uma dotação
orçamentária, no montante instituído pela LDO, deixando-a
contabilizada, com recursos atribuídos, e pronta para eventual execução.
Questão CERTA.
• metas de inflação.
Assim, quando saem na mídia notícias sobre as “metas de inflação para o ano
que vem”, o PLDO deve ter entrado em discussão no Congresso.
Questão CERTA.
A) I, II, III
B) I, II
C) I
D) II, III, IV
E) I, II, III, IV
a) (VETADO)
(...)
(...)
Uma preocupação especial com a “rolagem” da dívida pública consta desse art.
5º da LRF. O refinanciamento da dívida, que já apareceria de qualquer modo
no orçamento, deve constar de forma separada, em nome da clareza e
publicidade da informação. É que esse dado representa a continuidade do
endividamento do ente público, o que limita, entre outras coisas, o
montante de recursos que não poderão ser aplicados em despesas que
beneficiem diretamente a sociedade.
Gabarito: B.
Execução orçamentária
Os principais trechos da LRF a respeito desse tópico são o art. 8º e o art. 13:
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias (...), o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas,
pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a
especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão
e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da
dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários
passíveis de cobrança administrativa.
Assim, logo após a publicação da LOA, num prazo de até 30 dias, faz-se
uma distribuição das despesas que os órgãos poderão executar
mensalmente, ao lado da distribuição bimestral da arrecadação prevista.
Com isso, a cada período, checa-se se o andamento da arrecadação poderá
suportar o calendário da despesa.
Lei 12.309/2010 (LDO 2011), Art. 69. Os Poderes e o MPU deverão elaborar e
publicar por ato próprio, até 30 (trinta) dias após a publicação da Lei
Orçamentária de 2011, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão,
nos termos do art. 8º da Lei Complementar nº 101, de 2000, com vistas ao
cumprimento da meta de resultado primário estabelecida nesta Lei.
Questão ERRADA.
Questão CERTA.
A) O cancelamento de despesas.
B) O aumento da receita.
C) A limitação do empenho.
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo
os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
Pelo lado da despesa, cada Poder, mais o Ministério Público, deve estabelecer a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso, sempre conforme o ritmo de arrecadação, para garantir a
sustentabilidade das liberações de gastos.
Gabarito: C.
O desconto se daria sobre o repasse mensal que o Executivo faz aos outros
Poderes, em obediência ao art. 168 da CF/88:
Questão ANULADA.
Como visto, a LRF dispõe que, para ser considerado responsável em termos
fiscais, cada ente federado deverá empreender esforços para efetivamente
arrecadar as receitas tributárias de sua competência.
O raciocínio por trás dessa “aliviada” no castigo aos entes federados é que a
população não poderia pagar um preço muito alto por causa da ação
irresponsável dos governantes locais. Assim, recursos relativos às áreas de
saúde, educação e assistência social continuarão sendo transferidos,
mesmo para entes que não tenham se esforçado para obter arrecadação
própria.
Gabarito: D.
Apesar de autorizada pela CF/88 (art. 153, inc. VII), a União ainda não
instituiu o imposto sobre grandes fortunas. Assim, o requisito para considerar-
se uma gestão fiscal responsável, no tocante à arrecadação da receita, está
descumprido no âmbito do governo federal.
Questão CERTA.
Renúncia de receita
Várias razões podem justificar essa decisão. Por exemplo, um município pode
conceder descontos sobre o IPTU relativamente às empresas que se
instalarem em seu território a partir de certa data. Renuncia-se a parte
da arrecadação para, ao mesmo tempo, aumentar a atividade econômica local
(o que vai resultar, futuramente, em maior arrecadação tributária).
Questão ERRADA.
Por outro lado, para renunciar a receita sem ter havido a previsão, na LOA, da
receita já diminuída, a alternativa é a obtenção, a partir de outra fonte,
dos recursos correspondentes para a compensação. Dispensa-se a
arrecadação de um lado para se obter o equivalente a partir de outro setor ou
atividade econômica. Perceba que, nesse caso, não se pode simplesmente
desprezar a previsão da receita feita pela LOA, diminuindo a arrecadação.
Questão CERTA.
Geração de despesa
Você já deve ter percebido que esse prazo de 3 exercícios aparece algumas
vezes na LRF. Aquela história da “ação planejada” que vimos logo no início da
aula se reflete, entre outras coisas, na observância dos efeitos de certos
fenômenos ou atos durante esse período.
Perceba também que a despesa criada ou ampliada deve ser compatível com
o PPA e a LDO, e ter adequação orçamentária e financeira com a LOA.
Questão CERTA.
Questão ERRADA.
Todas essas características das DOCC trazem alto risco para o equilíbrio
fiscal: trata-se de despesas que diminuem o patrimônio, que duram bastante
tempo e cuja execução não pode ser interrompida.
É por isso que a LRF traz tantas condições para a criação de DOCC. Vamos
esquematizá-las:
Questão CERTA.
Questão CERTA.
O § 7º do art. 17 evita que uma despesa seja criada para um período curto,
fugindo à classificação como DOCC, e, posteriormente, seja prorrogada.
Assim, estaríamos diante de uma DOCC camuflada, desobrigada de seguir
todas essas regras.
Questão ERRADA.
Para a LRF (art. 18), a despesa total com pessoal de um ente federado
abrange os seguintes itens:
Os limites de 50% ou 60% são, por fim, “rateados” entre os Poderes e órgãos
dos entes federados, cabendo a maior parcela ao Executivo (maior
empregador, como regra). Vejamos um quadro demonstrativo desse rateio:
Questão CERTA.
O art. 18, § 1º, da LRF firma que as despesas com terceirizados que exerçam
funções de servidores ou empregados públicos devem ser contabilizadas como
despesas com pessoal. Esse dispositivo da LRF se refere a uma situação
irregular, com observância ao disposto no Decreto 2.271/97 (“decreto da
terceirização”), mas que, enquanto ocorrer, deve atender à regra indicada.
Além disso, conforme o art. 19, § 1º, existem algumas despesas que devem
ser excluídas do cálculo da despesa total com pessoal:
Gabarito: E.
A LRF determina que seja considerado nulo de pleno direito o ato que
provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda às seguintes
exigências:
Além disso, os Poderes e órgãos dos entes federados não devem esperar que a
despesa com pessoal ultrapasse o limite máximo para fazerem alguma coisa. A
LRF também instituiu procedimentos de cautela, no tocante a esse assunto.
Gabarito: C.
C) Balanço Patrimonial.
D) Balanço Orçamentário.
E) Balanço Financeiro.
Uma disposição interessante diz respeito ao último RREO do ano: ele deve
trazer informações adicionais relativamente aos demais. Vejamos:
I - da limitação de empenho;
Gabarito: D.
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes
e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:
c) concessão de garantias;
(...)
(...)
Questão CERTA.
II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por
cento) do limite;
Dessa forma, o Poder Legislativo, que titulariza o controle externo, bem como
o sistema de controle interno de cada Poder, e mais o Ministério Público,
devem fiscalizar o cumprimento das normas da LRF, com prioridade aos temas
dos incisos do art. 59.
Questão CERTA.
Por fim, os Tribunais de Contas também devem verificar os cálculos dos limites
da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão relacionado no art. 20 da
LRF.
A questão acima é uma das mais polêmicas sobre o tema. A LRF dispõe que os
tribunais de contas devem alertar os Poderes/órgãos sempre que as despesas
com pessoal ultrapassarem 90% do limite fixado. O raciocínio do gabarito é
que 95% é mais que 90%, e, por isso, o alerta deve ser dado. Mas muita
gente não concorda com isso até hoje...
Espero que nossas aulas tenham sido claras e abrangentes o suficiente para
garantir um bom desempenho em nossa matéria.
GRACIANO ROCHA
RESUMO DA AULA
10. O Anexo de Metas Fiscais da LDO, criado por ordem da LRF, traz metas
que os entes públicos devem perseguir nos três exercícios seguintes,
relativas a receita, despesa, resultado nominal, resultado primário e
montante da dívida.
11. O Anexo de Riscos Fiscais da LDO, também criado pela LRF, discrimina os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas
públicas. Esses riscos se classificam em riscos orçamentários e riscos de
dívida.
19. Para a LRF, a despesa total com pessoal de um ente federado abrange os
seguintes itens: gastos com os ativos, os inativos e os pensionistas,
relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis,
militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas
pelo ente às entidades de previdência.
20. A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês
em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o
regime de competência.
21. A LRF determina que a despesa total com pessoal, em cada período de
apuração e em cada ente da Federação, não deve exceder os seguintes
percentuais da receita corrente líquida (RCL): União – 50%; Estados, DF e
Municípios – 60%.
27. O Poder Legislativo, que titulariza o controle externo, bem como o sistema
de controle interno de cada Poder, e mais o Ministério Público, devem
fiscalizar o cumprimento das normas da LRF, com prioridade aos temas
dos incisos do art. 59.
A) I, II, III
B) I, II
C) I
D) II, III, IV
E) I, II, III, IV
A) O cancelamento de despesas.
B) O aumento da receita.
C) A limitação do empenho.
C) Balanço Patrimonial.
D) Balanço Orçamentário.
E) Balanço Financeiro.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E C E C A A C C C B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C C C X D C C E E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C C E C C E C C E C
31 32 33 34 35
A D C C C