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1. Apresenta os sofistas como professores de retórica. Expõe a crítica de Platão ao ensino dos sofistas.

A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.


 Os sofistas são mestres da persuasão, ao contrário dos filósofos, que procuram a verdade;
 Os sofistas ensinam como fazer triunfar a opinião mais favorável ao orador, ao contrário dos
filósofos, que se dedicam à pesquisa do Bem e da Verdade.

2. Considere a proposição seguinte.


«Alguns seres vivos são animais».
Construa um silogismo categórico válido da primeira figura em que a proposição
apresentada seja a conclusão e o termo médio seja «vertebrados».
Indique o modo do silogismo construído.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
Exemplo:
Todos os vertebrados são animais.
Alguns seres vivos são vertebrados.
Alguns seres vivos são animais.
Indicação do modo do silogismo construído.
 No exemplo dado, o modo é AII.

3. Considere o argumento seguinte.


Todos os filósofos são sábios.
Nenhum sofista é filósofo.
Logo, nenhum sofista é sábio.
Identifique o tipo de falácia formal presente no argumento.
Justifique a sua resposta, mediante a enunciação da regra infringida e a explicitação da respetiva
infração.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Identificação correta da falácia formal: falácia da ilícita maior.
–– Justificação:
 Enunciação da regra – o termo maior não pode ter maior extensão na conclusão do que na
premissa,
ou seja, não pode estar distribuído na conclusão sem estar distribuído na premissa;
 Explicitação da infração da regra – o termo maior «sábio» está distribuído na conclusão e não está
distribuído na premissa maior.

4. Distingue, de uma forma clara e precisa, o imperativo categórico do imperativo


hipotético. Mostra que o imperativo categórico é o imperativo da moralidade.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Caracterização da ação moral em Kant: as ações com valor moral são feitas por dever, ou seja, nelas o
cumprimento do dever é um fim em si mesmo.
–– Distinção entre imperativo categórico e imperativo hipotético: o imperativo categórico envolve uma
obrigação absoluta ou incondicional e o imperativo hipotético é uma obrigação condicional.
–– Identificação do imperativo categórico como imperativo da moralidade: o imperativo categórico exige
que se cumpra o dever por dever (por simples respeito pela lei moral).

5. Analisa e compara os princípios fundamentais da moralidade em Kant e em Stuart Mill,


evidenciando compreensão do conceito de dever moral absoluto. Determina as implicações morais
destes princípios.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Caracterização do conceito de dever moral absoluto: os deveres morais absolutos são obrigações que
devem ser sempre cumpridas.
–– Explicitação do imperativo categórico como obrigação moral absoluta, em Kant: o imperativo categórico
exige conformidade da máxima da ação com a universalidade da lei; não admite situações em que seja
aceitável violar a lei moral, impondo, portanto, deveres morais absolutos.
–– Explicitação do princípio de utilidade, em Stuart Mill: o princípio de utilidade exige que das nossas ações
resulte a maior felicidade possível para o maior número possível de pessoas; admite situações em que
violar uma regra é aceitável, pelo que não há deveres morais absolutos, exceto a própria procura da
felicidade.

6. Exponha a tese empirista de Hume sobre a origem da ideia de conexão causal.


A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Apresentação da perspetiva empirista de David Hume: o conhecimento do mundo está limitado àquilo
de que temos experiência.
–– Esclarecimento da ideia de conexão causal: perante dois acontecimentos sucessivos, o primeiro dá
origem ao segundo, ou o segundo ocorre porque o primeiro existiu anteriormente.
–– Apresentação das razões pelas quais a ideia de conexão causal não pode ser adequadamente
justificada pela experiência: a experiência apenas pode revelar a sucessão e a conjunção constante de
acontecimentos, mas não nos dá a ideia de conexão necessária entre acontecimentos.
–– Explicitação do fundamento da ideia de conexão causal: é o peso do hábito que nos leva a crer que dois
acontecimentos que se sucedem ou que acontecem conjuntamente têm uma relação causal entre si.

7. Explicita, com clareza e rigor, a conceção indutivista de ciência e a crítica de Karl Popper a essa
conceção. Avalia a perspetiva indutivista, confrontando-a com a perspetiva falsificacionista de Karl
Popper.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Explicitação da conceção indutivista:
• as hipóteses científicas resultam de generalizações baseadas na experiência;
• as hipóteses científicas não podem ser objeto de uma verificação conclusiva, mas podem ser
confirmadas.
–– Explicitação da crítica de Karl Popper:
• o ponto de partida da investigação científica são os problemas e não a observação de factos;
• a observação de casos particulares não permite nunca confirmar uma hipótese ou uma teoria;
• o único objetivo dos testes empíricos é falsificar as hipóteses ou teorias, e não verificá-las;
• uma hipótese científica é aceite/corroborada enquanto não for infirmada.
–– Avaliação crítica da posição de Karl Popper e do carácter conjetural das teorias científicas .

8. Mostre por que razão a retórica sofística, para Platão, é uma forma de manipulação.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Caracterização da retórica segundo os sofistas:
•«arte» (techne) que permite persuadir o auditório pela palavra;
• discurso que confere poder àquele que a usa.
–– Apresentação das razões de Platão para considerar a retórica como uma forma de manipulação e não
uma «arte»:
• uma «arte» baseia-se num saber e tem em vista o Bem;
•a retórica representa uma mera simulação do saber, que visa o agradável e não o Bem.
9. Considere os termos seguintes.
Termo maior – «convincentes».
Termo médio – «oradores».
Termo menor – «políticos».
Construa um silogismo categórico válido da terceira figura, utilizando os termos apresentados.
Indique o modo do silogismo construído.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros equivalentes.
–– Construção correta de um silogismo válido da terceira figura, com os termos propostos, num dos
seguintes modos válidos: AAI, IAI, AII, EAO, OAO, EIO.
Exemplo:
Todos os oradores são convincentes.
Todos os oradores são políticos.
Alguns políticos são convincentes.
–– Indicação do modo do silogismo construído.
No exemplo dado, o modo é AAI.

10. Considere o argumento seguinte.


Todos os músicos são artistas.
Alguns artistas são pintores.
Logo, alguns pintores são músicos.
Identifique o tipo de falácia formal presente no argumento.
Justifique a sua resposta, mediante a enunciação da regra infringida e a explicitação da respetiva
infração.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros equivalentes.
–– Identificação correta da falácia formal: falácia do termo médio não distribuído.
–– Justificação:
• Enunciação da regra – o silogismo viola a regra segundo a qual o termo médio deve ser tomado
pelo menos uma vez em toda a sua extensão, ou seja, o termo médio tem de estar distribuído pelo
menos numa das premissas;
•Explicitação da infração da regra – o termo médio «artistas» não está distribuído nem na primeira
premissa nem na segunda premissa.

11. Stuart Mill afirma que «a utilidade é a fonte última das obrigações morais». Esclareça o conceito de
«utilidade», integrando-o na ética de Stuart Mill.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Esclarecimento da raiz hedonista do princípio da utilidade:
• uma ação é útil quando promove a felicidade;
• a felicidade consiste no prazer e na ausência de dor;
• a obrigação moral básica é que a nossa ação, nas circunstâncias em que ocorre, maximize a felicidade
para o maior número possível de pessoas por ela afetadas;
• os interesses de todos os afetados por uma ação devem ser tidos em conta de forma imparcial.
–– Explicitação da natureza consequencialista e utilitarista da ética de Stuart Mill:
• o princípio da utilidade é o único critério em que se baseia a avaliação moral de uma ação;
• o valor moral de uma ação depende das suas consequências (são moralmente boas as ações que
têm as melhores consequências possíveis).

12. Confronte as perspetivas de Kant e de Stuart Mill acerca da forma de resolver conflitos de
obrigações.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Apresentação dos aspetos da perspetiva deontológica de Kant relevantes para o problema da resolução
dos conflitos de obrigações:
• de acordo com a ética kantiana, há deveres absolutos (obrigações), que não admitem exceção;
• nos casos em que ocorrem conflitos de obrigações, a ética kantiana parece não dar uma resposta
satisfatória.
–– Apresentação dos aspetos da perspetiva consequencialista de Stuart Mill relevantes para o problema da
resolução dos conflitos de obrigações:
• a ética de Stuart Mill procura encontrar uma solução para os casos de conflitos de obrigações ao
propor a utilidade como critério de decisão moral;
• segundo Stuart Mill, devemos escolher a ação que maximize a felicidade da maioria das pessoas
envolvidas (ou que minimize a sua infelicidade).
–– Apresentação de um exemplo de conflito de obrigações:
• segundo Kant, salvar uma vida, quando esse ato está ao nosso alcance, e não mentir são deveres
absolutos; mas há casos em que, para salvar uma vida, é necessário mentir, como no caso das
pessoas que conheciam o paradeiro de judeus e tinham de mentir a quem os perseguia se quisessem
salvá-los; a solução da ética kantiana para o conflito de obrigações não é clara;
• segundo Stuart Mill, a solução seria claramente mentir, pois mentir é a ação mais útil.

13. Esclareça o papel da dúvida cartesiana no «conhecimento da verdade»


A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Explicação do carácter metódico da dúvida cartesiana.
–– Apresentação do critério cartesiano de verdade: a evidência como clareza e distinção das ideias.
–– Explicação do carácter radical ou hiperbólico da dúvida cartesiana.
–– Explicitação das razões para duvidar: os erros dos sentidos; a dificuldade em distinguir claramente o
sonho da vigília; a hipótese do génio maligno.
–– Identificação do cogito como primeiro princípio indubitável e fundamento do saber.

14. Redija um texto argumentativo em que discuta a perspetiva de Thomas Kuhn acerca do
desenvolvimento da ciência. Na sua resposta, deve:
• integrar os conceitos de «ciência normal» e de «ciência extraordinária»;
• apresentar uma posição crítica fundamentada.
A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
–– Explicitação do conceito de «paradigma»/«matriz disciplinar»: o paradigma é constituído pelas teorias
fundamentais aceites pela comunidade científica/inclui instrumentos, valores e pressupostos metafísicos.
–– Esclarecimento do conceito de «ciência normal»: neste período, a ciência desenvolve-se,
essencialmente,
como uma atividade de resolução de enigmas.
–– Explicitação das condições em que se abre um período de crise que pode conduzir a uma revolução
científica: perante a acumulação de anomalias/a incapacidade do antigo paradigma para resolver
anomalias persistentes, são propostos paradigmas alternativos/rivais/que competem entre si.
–– Esclarecimento do conceito de «ciência extraordinária»/«ciência revolucionária»: neste período, a
atividade científica consiste na procura, fora do paradigma, de soluções para as anomalias.
–– Tomada de posição crítica acerca do desenvolvimento da ciência, defendendo ou opondo-se a uma das
teses centrais de Thomas Kuhn. Por exemplo:
• o desenvolvimento da ciência é descontínuo: as novas teorias são teorias rivais, que substituem as
anteriores.
OU
• os paradigmas são incomensuráveis: as novas teorias não são melhores do que as anteriores, nem
constituem aproximações à verdade.
OU
• ao imporem-se perante as suas rivais, as novas teorias reorganizam todo o sistema de saber científico,
dando origem a um novo período de ciência normal.

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