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Denomina-se como Literatura Portuguesa toda produção literária escrita em língua portuguesa

por escritores portugueses. Por Literatura Lusófona, compreende-se toda produção em língua
portuguesa de diferentes países de cultura lusófona, entre eles o Brasil. Literatura Brasileira e
Literatura Portuguesa estabelecem uma enorme relação dialógica, visto que as primeiras
manifestações de nossa literatura ocorreram durante o período colonial.

Para compreender a Literatura Brasileira, sua história e origens, é imprescindível conhecer as


origens da Literatura Portuguesa, que influenciou e ainda influencia nossa produção literária.
Com origens no século XII, a Literatura Portuguesa teve seus primeiros registros em galego-
português, haja vista a integração cultural e linguística entre Portugal e Galícia, região na
península Ibérica que hoje pertence ao território espanhol.

Da integração cultural e linguística entre Portugal e Galícia (hoje território espanhol), surgiram
os primeiros registros da literatura portuguesa

Por questões didáticas, assim como na Literatura Brasileira, a Literatura Portuguesa foi dividida
em escolas literárias, cujos autores relacionam-se por aproximação estilística e ideológica:

Era Medieval

Trovadorismo: Primeiro movimento literário da língua portuguesa, o Trovadorismo surgiu em


um período no qual a escrita era pouco difundida, por esse motivo, os poetas transmitiam suas
poesias oralmente, na maioria das vezes cantando-as. Assim sendo, os primeiros textos
receberam o nome de cantigas, tradicionalmente divididas em cantigas de amor, de amigo,
escárnio e maldizer, representadas por nomes como Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de
Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes, entre outros.

Humanismo: Marcado pela transição do mundo medieval para o mundo moderno, o


Humanismo conduziu as artes ao Renascimento cultural. Na literatura, deu-se a consolidação
da prosa historiográfica, do teatro e da poesia palaciana. Seus principais representantes foram
Gil Vicente e Fernão Lopes.

Era Clássica
Renascimento: Inspirado na cultura clássica greco-latina, o Renascimento foi marcado pela
introdução de novos gêneros literários, entre eles os romances de cavalaria e a literatura de
viagens. Luís de Camões, Sá de Miranda e Fernão Mendes Pinto estão entre seus principais
representantes.

A obra épica Os lusíadas, de Luís de Camões, é considerada a principal expressão do


Renascimento português

Barroco: Surgido em um período de lutas de classes sociais e de crises religiosas, o Barroco


português foi marcado por uma linguagem que refletia os estados de tensão da alma humana,
permeada pelo rebuscamento e por figuras de linguagem de difícil compreensão. Seus
principais representantes foram o Padre Antônio Vieira, Frei Luís de Souza e Antônio José da
Silva.

Neoclassicismo: Caracterizado pela revalorização dos valores artísticos gregos e romanos, o


Neoclassicismo foi marcado também pela doutrinação estética e pela intensa criação literária.
À Arcádia Lusitana, academia literária de Portugal fundada em 1756, coube a tarefa de
restabelecer o equilíbrio na literatura, afastando-a dos exageros próprios do Barroco. Seus
principais nomes foram Manuel Maria Barbosa du Bocage, Curvo Semedo e José Agostinho de
Macedo.

Era Romântica

Romantismo: Marcado pelo subjetivismo, nostalgia, melancolia e combinação de vários


gêneros literários, o Romantismo português marcou o fim do Neoclassicismo, instaurando um
novo modo de expressão em Portugal e em toda a Europa. Seus principais representantes
foram Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis.

Realismo e Naturalismo: Surgidos como reação ao subjetivismo e idealismo presentes na


estética romântica, o Realismo e o Naturalismo português tiveram como principais
representantes os escritores Antero de Quental, Cesário Verde e Eça de Queirós.
Ao lado de Antero de Quental e Cesário Verde, Eça de Queirós foi um dos principais
representantes do Realismo português

Simbolismo: Opondo-se à estética realista, o movimento simbolista português iniciou-se com o


livro Oaristos, de Eugênio de Castro. Marcado pela idealização da infância e do campo em
contraposição à decadência do espaço urbano, o Simbolismo foi representado também por
Antônio Nobre e Camilo Pessanha.

Modernismo: O marco do Modernismo português foi a publicação, em 1915, da revista


Orpheu, responsável por veicular uma produção literária inovadora e irreverente influenciada
pelas concepções estéticas que circulavam à época em toda a Europa. Seus principais
representantes foram Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa.

Ao lado de Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa representou o Modernismo Português

Nos artigos apresentados logo mais abaixo, você encontrará explicações mais detalhadas sobre
cada uma das escolas literárias da Literatura Portuguesa acima citadas, seus principais
escritores e também curiosidades sobre a cultura lusófona. Bons estudos!

Esta é a Linha do Tempo com o resumo da Literatura Brasileira.

Para ver um resumo mais completo e explicativo, clique aqui.

Literatura Portuguesa

LITERATURA
Importante elemento da cultura lusófona, a Literatura Portuguesa teve início no século XII e
perdura como uma das mais importantes da literatura universal.

Luís de Camões, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa e Florbela Espanca estão entre os principais
representantes da literatura portuguesa

Luís de Camões, Antero de Quental, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Mário
de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Sophia de Mello Breyner Andresen e José Saramago são
alguns dos mais importantes nomes da história da Literatura Portuguesa. Das mãos desses
escritores nasceram célebres obras que compõem um inestimável legado para a cultura
lusófona.

Entende-se como literatura lusófona toda a produção literária escrita em língua portuguesa.
Unidos pelo idioma, Brasil e Portugal estabelecem uma interessante relação dialógica, fator
que permite que os escritores portugueses sejam bastante conhecidos e lidos em nosso país. A
literatura portuguesa influenciou sobremaneira a construção de nossa identidade literária,
visto que as primeiras manifestações da literatura nacional ocorreram durante o período
colonial. Portanto, conhecer as origens da literatura portuguesa é fundamental para
compreender a nossa própria literatura.

Os primeiros registros da literatura portuguesa datam do século XII. Em virtude da integração


cultural e linguística entre Portugal e Galícia que havia à época, esses registros foram feitos em
galego-português. Atualmente, a Galícia, região localizada na Península Ibérica, pertence ao
território espanhol, conforme nos mostra o mapa a seguir:

Os primeiros registros da literatura portuguesa foram feitos em galego-português em virtude


da integração que havia entre Portugal e Galícia.

Para melhor estudar e compreender a literatura portuguesa, ela também foi dividida em
escolas literárias, assim como a literatura brasileira, cujos autores encontram-se cronológica e
tematicamente agrupados:

Era Medieval

Trovadorismo: é considerado como os primórdios da literatura portuguesa, pois dele surgiram


as primeiras manifestações literárias. As cantigas são os principais registros da época,
tradicionalmente divididas em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer, representadas
por nomes como Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade,
Aires Nunes, entre outros.
“Pois naci nunca vi Amor

E ouço del sempre falar;

Pero sei que me quer matar,

Mais rogarei a mia senhor:

Que me mostr' aquel matador,

Ou que m'ampare del melhor (...)”.

(Nuno Fernandes Torneol - fragmento)

Humanismo: A transição do mundo medieval para o mundo moderno influenciou as artes e


proporcionou o Renascimento cultural. Na literatura, a prosa historiográfica, o teatro e a
poesia palaciana foram consolidados, tendo como principais representantes os escritores Gil
Vicente e Fernão Lopes.

“(...) Pois amor me quer matar

com dor, tristura e cuidado,

eu me conto por finado,

e quero-me soterrar (...)”.

(Gil Vicente – Fragmento)

Era Clássica

Renascimento: A introdução de novos gêneros literários e a inspiração na cultura clássica


greco-latina marcaram o período renascentista. Entre os novos gêneros, estavam os romances
de cavalaria e a literatura de viagens, que tiveram como principais representantes Luís de
Camões, Sá de Miranda e Fernão Mendes Pinto.

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança:


Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança:

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem (se algum houve) as saudades (...)”.

(Luís de Camões - Fragmento)

Barroco: Marcado por uma linguagem rebuscada, permeada por figuras de linguagem de difícil
compreensão, o período barroco foi marcado pelas lutas entre classes sociais e pelas crises
religiosas. Entre seus principais representantes, estão Padre Antônio Vieira, Frei Luís de Souza
e Antônio José da Silva.

O ingrato não só esteriliza os benefícios, senão também o benfeitor: esteriliza os benefícios,


porque os paga com ingratidões e esteriliza o benfeitor, porque vendo o benfeitor que se
pagam com ingratidões os seus benefícios, cessa, e não os quer continuar.

(Padre Antônio Vieira - Fragmento)

Neoclassicismo: Os principais representantes do período neoclássico, caracterizado pela


revalorização dos valores artísticos gregos e romanos, foram Manuel Maria Barbosa du
Bocage, Curvo Semedo e José Agostinho de Macedo. A esses escritores coube a difícil tarefa de
afastar os exageros do período barroco e restabelecer o equilíbrio na literatura.

“(...) A serena, amorosa Primavera,

O doce autor das glórias que consigo,

A Deusa das paixões e de Citera;

Quanto digo, meu bem, quanto não digo,


Tudo em tua presença degenera.

Nada se pode comparar contigo.”

(Manuel Maria Barbosa du Bocage - fragmento)

Era Romântica

Romantismo: O romantismo português marcou o fim do neoclassicismo, apresentando como


principais temas o amor, a nostalgia e a melancolia, proporcionando a combinação de vários
gêneros literários. No subjetivismo, nomes como Almeida Garrett, Alexandre Herculano,
Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis encontraram sua forma de expressão.

“Seus olhos - que eu sei pintar

O que os meus olhos cegou –

Não tinham luz de brilhar,

Era chama de queimar;

E o fogo que a ateou

Vivaz, eterno, divino,

Como facho do Destino (...)”.

(Almeida Garrett - fragmento)

Realismo e Naturalismo: Antero de Quental, Cesário Verde e Eça de Queirós são os principais
representantes do realismo e naturalismo português, movimento que negou o subjetivismo e
o idealismo tão presentes na estética romântica.

“(...) Os tristes, os deserdados, os pobres, os oprimidos, quando tudo lhes falta, o pão, o lume,
o vestido, têm sempre, no fundo da alma, uma cantiga pequena que os consola, que os
aquece, que os alegra. É a última coisa que fica no pobre. E então a cantiga vale mais do que
todos os poemas(...)”.
(Eça de Queiroz - fragmento)

Simbolismo: Corrente que se opôs à temática do realismo, o simbolismo teve início com a
publicação do livro Oaristos, de Eugênio de Castro. Nessa estética está presente a idealização
da infância e do campo. Seus principais representantes foram Antônio Nobre e Camilo
Pessanha.

Tua frieza aumenta o meu desejo:

fecho os meus olhos para te esquecer,

mas quanto mais procuro não te ver,

quanto mais fecho os olhos mais te vejo.

(Eugênio de Castro – fragmento)

Modernismo: Os principais nomes do modernismo português são Fernando Pessoa e Mário de


Sá-Carneiro, idealizadores da revista Orpheu, principal divulgadora dos ideais modernistas. O
modernismo rompeu com antigos padrões estéticos ao propor uma linguagem literária
inovadora.

“Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,


Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo (...)”.

(Fernando Pessoa – fragmento)

Logo mais abaixo você encontrará artigos sobre as principais escolas literárias da literatura
portuguesa, assim como seus principais representantes. Boa leitura e bons estudos!

Principais características da Literatura Medieval:

- Abordagem de temas religiosos: vida de santos, alma humana, moral cristã, existência de
Deus, passagens da Bíblia Sagrada, interpretações religiosas de aspectos cotidianos, etc.

- Influência da filosofia grega, principalmente dos filósofos Aristóteles e Platão.

- Textos escritos em latim.

- Livros feitos à mão e copiados (reproduzidos) pelos monges copistas.

- Usavam o pergaminho para escrever os textos.

- Os livros eram ilustrados com iluminuras (desenhos feitos nas margens).


- A partir do século XII, começam a ser escritos textos relatando feitos heroicos, guerras e
batalhas, Cruzadas e a vida dos cavaleiros medievais. Neste contexto, destaca-se o Ciclo
Literário Arturiano, que se refere ao Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

Trovadorismo

O trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII
e destacou-se pelas cantigas de amor, de escárnio, de maldizer e de amigo. Os mais
importantes trovadores deste período foram: Paio Soares de Taveirós, Dom Dinis e Dom
Duarte.

Principais escritores medievais:

- Boecio

- Geoffrey Chaucer

- Santo Agostinho

- Giovanni Boccaccio

- São Tomás de Aquino

- Paio Soares de Taveirós

- Dante Alighieri

Curiosidade:
- Robin Hood, um dos mais conhecidos heróis míticos medievais, surgiu na literatura popular
inglesa em 1375.

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