You are on page 1of 1

Ponto de Interesse Geológico: Ponta do Marisco – Praia de Geribá

41º55'
A quebra do Gondwana

41º52'
N Modelo simplificado da quebra de um continente
Mapa Geológico de 0
0
500 1000 metros
500 1000m

e abertura de um oceano
Armação dos Búzios O paleocontinente Gondwana O paleocontinente Gondwana existiu por Estágio 1:
60
40
20
20

40
60 (Palaios = antigo) mais de 300 milhões de anos, quando Crosta continental é estirada e começa a se fraturar e afinar no centro.
80

Oceano Atlântico começou a se quebrar em vários blocos Continente A + B


Praia da Armação

Litosfera
Crosta
Praia Brava
África
continentais. Uma destas quebras continental
Praia da Tartaruga ocorreu entre a América do Sul e a África,
20

60
40
há aproximadamente 130 milhões de fos
C
E ortm
nátg
a
inio
aen2
ct:reosteasoecpeaârn
aic
eam. dois. O magma basáltico que vem da astenosfera
América Índia

40 0
20

2
anos, no período Cretáceo. Esta fissura

60
80

80
60
Búzios

60

100
do Sul

40
40
20

20
Austrália
que deu origem ao oceano Atlântico crosta oceânica Continente B
Continente A
Antártica
Sedimentos apareceu na mesma região onde há 520 mar

Litosfera
80

22º46'
60
40
20 40 Rochas magmáticas milhões de anos ocorreu a colisão que Astenosfera
60
Diques de basalto
20

1 formou o Gondwana.

40
Praia de Manguinhos
40
60
Rochas metamórficas Ossotá
E s
cgeid
aoinm
3
o:eanla
tors
gaqu
e euv
mêamcd
ad
oesia
com
netisnoecnete
âsnic
coabsreem
forampala
. taforma continental.
Metassedimentar
rica em cálcio O Himalaia brasileiro já não existia como cadeia montanhosa pois centenas de milhões
Praia de Geribá 20
40
Metassedimentar
rica em alumínio de anos de erosão retiraram material destas montanhas depositando-o na Bacia do
vulcões ativos
80

Continente A sedimentos continentais Continente B


Paraná (a oeste). Com o início do processo de abertura do oceano Atlântico, estes
60

40
Metavulcânica crosta oceânica
2 60

Litosfera
20
Você está 40 Metaígnea oceano
40
60
aqui !!
20

Falha geológica
sedimentos passaram a se depositar nas recém-formadas bacias costeiras brasileiras.
22º47'

Mapa de Heilbron et al.(1982), modificado por Schmitt (2001).


Pontos de
Interesse Geológico 2
Levantou-se a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, mas nunca mais ergueram-se Astenosfera

montanhas tão altas como aquelas da época do Himalaia brasileiro.

Como nasce um oceano


Rochas e estruturas O nascimento de um oceano inicia com a quebra de um continente. A placa
litosférica continental é puxada lateralmente por forças divergentes (veja a figura
Na Ponta do Marisco, as rochas mais antigas são metaígneas, rochas metamórficas observá-los a olho nú. O basalto é uma rocha escura porque é formada por minerais acima). O primeiro estágio inclui o estiramento da crosta continental e o
que, antes de sofrerem o metamorfismo, eram ígneas. Apesar de não serem muito ricos em ferro e magnésio. Considerando que estes diques são mais novos do fraturamento. Forma-se uma grande depressão no meio do continente e a
água do mar começa a inundar as terras continentais gerando lagos salinos.
abundantes em Búzios, ocorrem em toda a Região dos Lagos. A foliação que as rochas metamórficas (pois cortam as mesmas) e que sua composição
A atividade vulcânica é intensa pois o estiramento da crosta continental faz
metamórfica é bem marcada nestas rochas claras e, caminhando pelo costão para mineralógica é mais rica em ferro e magnésio (semelhante à composição do com que a camada quente e fluída que fica abaixo da litosfera (a astenosfera) se
oeste (tome cuidado com o mar), pode-se ver as rochas metassedimentares típicas substrato oceânico), é muito provável que eles sejam manifestações vulcânicas aproxime da superfície. Este ambiente como um todo é chamado de rifte
de Búzios por cima. Estas rochas foram geradas durante a colisão Brasil-África, há da fase inicial de abertura do oceano Atlântico. No estágio 2 do modelo à continental. Um exemplo atual de um continente nesta fase de quebra é o grande
520 milhões de anos (veja placa na Ponta da Lagoinha). direita, o centro de geração de calor (astenosfera) estava próximo às bordas “Rift Valley” africano, na África Oriental.
Além destas evidências do Himalaia brasileiro, aparecem aqui rochas e estruturas continentais, logo as correntes de lava se infiltraram nas fraturas continentais No estágio 2, a divergência das forças continua e a crosta continental se parte
que provavelmente foram formadas na abertura do oceano Atlântico e separação gerando estes diques. formando dois continentes, agora separados por um oceano encaixado em uma
Brasil-África, quase 400 milhões de anos depois. As faixas verticais de rochas Algumas estruturas também podem estar relacionadas a este evento. Próximas grande fratura. A subida de material magmático quente da astenosfera gera uma
escuras, que cortam as demais, são diques de basalto, estruturas que se formam às paredes dos diques ocorrem fraturas verticais com estrias minerais oblíquas, série de erupções vulcânicas que formam um denso assoalho oceânico de
quando o magma (rocha fundida) penetra nas fraturas. O basalto é uma rocha ígnea resultantes do atrito entre os blocos. Estas fraturas são falhas tectônicas pois basalto, denominado crosta oceânica. As bordas continentais são levantadas
vulcânica, cristalizada a partir de um magma na superfície ou próximo à superfície apresentam movimento. As falhas se formaram quando o continente Gondwana formando montanhas. Um exemplo atual de um oceano em estágio de abertura
inicial é o Mar Vermelho que separa a Península Arábica da África Oriental.
da Terra. Como resfria rapidamente, seus minerais não crescem muito, sendo difícil começou a quebrar e se separar.
Se a divergência continua, o oceano se alarga e chega-se ao estágio 3, da
formação de um oceano maduro. O calor vindo da astenosfera fica restrito à
Dique de basalto com direção NE-SW. região oceânica central onde a atividade vulcânica intensa forma a Cadeia
Observe como ele secciona as rochas
metamórficas mostrando que é mais Mesoceânica. A medida em que as placas se afastam, mais frias ficam as bordas
jovem. Nas paredes externas do dique continentais (pois estão longe do centro de geração de calor) logo afundam e
observa-se mais fraturas e algumas
substâncias minerais que percolaram, são parcialmente recobertas pelas águas marinhas, formando a plataforma
como carbonatos e óxidos. Veja a foto continental. Um exemplo atual de um oceano maduro é o oceano Atlântico que
em detalhe na parede do dique à direita.
separa a América da África e Europa.
Xenólito
“A Terra levou alguns bilhões de anos para construir as rochas, os
Rocha
metamórfica minerais, as montanhas e os oceanos.
Vista da Ponta do Marisco com as rochas metaígneas.
Veja os diques de basalto marcados pelas setas. Estrias minerais na parede externa do dique de
Dique Proteja esta obra-prima !“
basalto, indicando um movimento ao longo das
fraturas laterais. Portanto a entrada deste magma
P R O J E T O
subvulcânico pode ter sido condicionada por falhas
geológicas (fraturas que apresentam movimento). CC A
A M
M II N
N H
H O
O SS
SECRETARIA DE ESTADO DE ENERGIA,

Dique de basalto no costão da Ponta


DA INDÚSTRIA NAVAL E DO PETRÓLEO G
G EE O
O LL Ó
Ó G
G II CC O
O SS
Contato entre duas rochas de do Marisco. O dique tem direção NE-
composição diferente, que fazem parte SW e secciona as rochas
Observe nesta foto o contato entre as rochas
do grupo das rochas metaígneas. metamórficas. Observe que ele pode
A rocha clara abaixo é uma
metaígneas (nos pés da professora) e as rochas
englobar pedaços inteiros das rochas TurisRio
Companhia de Turismo do
metassedimentares típicas de Armação dos Búzios DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS

drm@drm.rj.gov.br E stado do Rio de Janeiro


metagranitóide; a rocha verde escuro metamórficas mais antigas (veja as
(no penhasco à frente). Os dois grupos de rochas www.drm.rj.gov.br
acima é um anfibolito. Note a foliação faixas em branco). Estas porções de
apresentam a mesma orientação da foliação
metamórfica gerada pelas altas rocha antiga imersas em (*) Dados extraídos da Tese de Doutorado de Renata da Silva Schmitt (2001)
metamórfica, mostrando que foram deformados no
pressões e temperaturas. rochas magmáticas mais jovens são – Depto. de Geologia – UFRJ – bolsista CNPq
mesmo evento tectônico – a Orogenia Búzios.
chamados de XENÓLITOS. Elaborado por: Profa. Renata da Silva Schmitt English version in the back of this panel
Coordenação DRM-RJ: Kátia Mansur e Flavio Erthal

You might also like