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Operações no Norte da França

Avranches: Desesperada ofensiva da Wehrmacht

Avranches: Contra-ataque alemão em Mortain


Batalha e cerco de La Falaise
Guerra aérea na França

Primeiros dias de agosto de 1944. Enquanto numerosos efetivos americanos avançam na Bretanha em linha
reta para seus objetivos, outras unidades, a 79 a e a 90a Divisões, também americanas, lançam-se numa
arrancada direta para Le Mans, situada 120 km a sudeste do mesmo ponto de partida dos Aliados, no
"corredor" aberto em Avranches. As duas divisões faziam parte do 15 o Corpo, por sua vez integrante do 3 o
Exército aliado. Diante delas, para enfrentar seu avanço, desdobravam-se os efetivos do 81 o Corpo alemão,
agrupando a 708a Divisão de infantaria, a 9a Divisão Panzer, elementos da Panzer Lehr, elementos da 5 a
Divisão e um regimento de segurança.

O avanço americano seria realizado em linha reta, partindo de Avranches até chegar a Le Mans, objetivo
final. O setor norte da linha de ataque estaria coberto pelas unidades da 90 a Divisão, ficando a cargo da 79a
toda a área sul.

O primeiro assalto foi realizado no dia 2 de agosto de 1944. O objetivo da 90 a Divisão foi Saint Hilaire-du-
Harcouet, distante 20 km de Avranches, e a 79 a avançou sobre Fougeres, a 40 km do mesmo ponto. Vencidas
pelo peso das divisões atacantes, as defesas das duas cidades cederam depois de poucas horas de combate.
Saint Hilaire-du-Harcouet já na noite de 2 de agosto caía nos mãos dos americanos, ao tempo em que
faltavam 5 km para que Fougeres fosse alcançada e conquistada sem problemas. Assim, no dia 3, a linha
aliada estendia-se sem solução de continuidade entre os dois povoados, oferecendo ampla frente em
permanente avanço.

Os efetivos das duas divisões, sem dar tempo ao inimigo, quase sem descanso, retomaram o movimento
depois de assegurada a posse das duas primeiras cidades. A 90 a Divisão continuou pelo norte, coordenando
seu movimento com o da 79a, cujas unidades deslocavam-se ainda pelo sul. O próximo objetivo pelo norte
era Mayenne. Os 40 km que a separavam dos soldados do 357° Regimento da 90 a foram rapidamente
percorridos. Mayenne, metade do caminho para Le Mans, caiu no dia 5 de agosto, após a derrubada da
resistência alemã. Ao mesmo tempo os combatentes do 313° Regimento da 79 a chegaram pelo sul à cidade
de Laval depois de 50 km de marcha.

O avanço continuou em passos rápidos no dia 7 de agosto: Mayenne e Laval não tinham oferecido a menor
resistência.

Na manhã seguinte, finalmente, as vanguardas do 315° Regimento da 79 a Divisão iniciavam combates já nos
subúrbios de Le Mans. O cerco logo foi completado pelas unidades de todos os regimentos, e algumas horas
depois, às 5h da tarde, os americanos tomaram conta de praticamente toda a cidade. A missão estava
cumprida.

As duas divisões do 15o Corpo de Exército, apenas em sete dias, tinham avançado 130 km através do
território inimigo, destruindo toda a resistência imposta e alcançando seu objetivo com pleno êxito. O
reduzidíssimo número de baixas contrastava com a profundidade da penetração e com a enorme quantidade
de prisioneiros feitos. A 90a Divisão, por exemplo, sofrera ao redor de trezentas baixas, capturando mais de
1.500 soldados alemães nos primeiros dez dias de luta.

A causa do contraste entre os resultados foi a rapidez do avanço americano, que impedira aos alemães
organizar efetivamente os suas defesas.

O Alto-Comando do 3o Exército, de acordo com as palavras de um informe oficial, atuara na primeira


semana de agosto de 1944 como "a cabeça única de dois corpos diferentes". Seus dois corpos de exército,
com efeito, divididos em duas frentes, tinham avançado a um só tempo e em rumos diametralmente opostos.
Havia entre os dois, após uma semana de marchas e de lutas, uma distância de mais de 350 km; a 6 a Divisão
blindada, pertencente ao 8o Corpo, achava-se em Brest no dia 8, exatamente quando os combatentes do 15 o
Corpo chegaram a Le Mans.

O contra-ataque em Mortain

Mortain estava 30 km na direção leste de Avranches. Os alemães sustentavam ali sua linha de defesa, depois
de obrigados a recuar para o sul durante o avanço das divisões americanas que caíam sobre Le Mans. Para os
nazistas a zona de Mortain, defendida pelas 1 a, 2a e 3a Divisões SS Panzer, oferecia no dia 6 de agosto duas
evidentes possibilidades: a primeira, o risco iminente de verem-se num cerco cujo final seria imprevisível; a
segunda, a possibilidade do contra-ataque que permitiria reconquistar Avranches numa ofensiva através de
30 km de terreno inimigo. Obtendo-se resultado, estariam cortadas as linhas aliadas e separadas as forças
americanas na Bretanha das que ocupavam o resto da França.

A decisão do Alto-Comando foi imediata: a segunda possibilidade seria posta em prática sem demora. A
importância do contra-ataque ficou patenteada nas palavras com que Hitler referiu-se ao episódio: "A
definição da luta na França depende do êxito do ataque a Avranches... que modificará completamente a
situação...". A ofensiva, denominada Contra-Ataque de Avranches, deveria ser decisiva. Além disso
destinava-se a ser mais tarde a chave da ruptura da Operação Overlord.

O ataque

Os planos previam um ataque inicial com três divisões blindadas que se moveriam em direção oeste. A 116 a
Divisão SS Panzer avançaria de um ponto 8 km ao norte de Mortain, seguindo pela margem norte do rio Sée.
No centro do dispositivo, mais ao sul, a 2 a Divisão Panzer marcharia apoiada por dois batalhões blindados do
1o SS e da 116 a SS. No extremo sul finalmente, no setor de Mortain, a 2 a Divisão SS Panzer entraria em ação
reforçada pelo 17° Regimento SS Panzergrenadier.

Com a continuação do contra-ataque, caso tudo saísse de acordo, seriam acrescentados à investida os
combatentes da 1a Divisão SS Panzer, cujo única missão consistiria na captura final de Avranches. Um
batalhão Panzer Lehr teria a seu cargo diversas missões de patrulha e penetraria profundamente nas posições
inimigas ao sul do dispositivo.

Os comandos alemães, no dia 6 de agosto, julgaram a situação geral do ataque bastante favorável.
Receberam com relação ao fator tempo, vital para a operação, informes meteorológicos que não podiam ser
melhores: estavam previstos nevoeiros intensos pela manhã e tempo claro e aberto durante toda a tarde.
Condições ideais, portanto, para um ataque de surpresa.

O número de blindados que estariam participando oscilava entre 120 e 190 unidades. A Luftwaffe, quando o
tempo abrisse à tarde, daria apoio aéreo para o combate.

O contra-ataque estava marcado para começar às 2h do dia 6. Exatamente na hora em que se preparava para
ordenar o movimento, o SS-Obergruppenführer Paul Hausser recebeu um telefonema em seu posto de
comando. Funck, comandante do 47o Corpo Panzer, solicitava imediata suspensão do ataque. Dois fatores,
segundo declarou Funck, tornavam necessária essa medida: primeiro o avanço dos elementos do vanguarda
da 1a Divisão SS Panzer, que estava atrasada e somente se movimentaria às 23h. O ataque, se começasse no
momento marcado, não poderia contar com os efetivos da 1 a SS. Em segundo lugar o comandante da 116 a
Divisão SS Panzer, Generalleutnant Gerhard Graf von Schwerin, desprezando as ordens, não despachara o
batalhão de tanques que reforçaria a 2a Divisão Panzer.

Por fim, depois da preparação da artilharia, o ataque foi lançado mesmo sem a 116 a SS Panzer minutos
depois da meia-noite de 6 de agosto. A 2 a SS Panzer, cobrindo o flanco esquerdo, lançou-se dividida em duas
colunas de invasão. Rodeou a zona urbana de Mortain e tomou rapidamente a cidade. Em seguida,
continuando o avanço, seguiu em direção sudoeste para Saint Hilaire-du-Harcouet, 15 km adiante, sem
oposição de se fazer notar. Assim, ao meio-dia de 7 de agosto as tropas deram início aos trabalhos de
fortificação das posições situadas a meio caminho entre Mortain e Saint Hilaire. Cumpria, com isso,
totalmente, a sua missão de cobrir o flanco sul do dispositivo.

A 2a Divisão Panzer, no setor norte, sem contar com os prometidos blindados da 116 a SS, começou a
movimentar-se às primeiras horas do dia 7. Em sua marcha, arrastando as débeis unidades americanas que
lhe iam opondo resistência, atravessou a cidade de Le-Mesnil-Tove e chegou o Le-Mesnil-Adelee, distante 4
km da primeira. Alguns elementos trocaram então de rumo e dirigiram-se para o norte, para proteger o flanco
de um possível ataque inimigo. Deixando Le-Mesnil-Adelee para trás enquanto amanhecia o dia 7, os
soldados da 2a Panzer viram-se logo obrigados a deter o avanço: sem que se esperasse, encontraram o fogo
de uma resistência acentuada por parte dos americanos. Funck, diante do imprevisto, ordenou à 1 a Divisão
SS Panzer, no centro do dispositivo, que se deslocasse em apoio da 2 a Panzer ao norte. Não houve tempo, no
entanto. A extensão do frente atacada provocou uma dispersão das tropas alemães, já reduzidas desde o início
do contra-ataque, e isso veio agravar a situação. Os americanos submeteram-nas também a violento fogo de
artilharia e os alemães, diante disso, sem outra saída senão deter a marcha, viram-se impossibilitados de
seguir adiante.

A reação americana

O contra-ataque nazista, inesperado, apanhando de surpresa as unidades aliadas, adquirira ao primeiro


momento características de catástrofe para os americanos. A perda de Mortain significava um perigo. A
pequena cidade, de 1.600 habitantes, estava ao lado de uma importante posição estratégica: a Colina 317. O
valor deste acidente geográfico consistia na sua localização no meio da região que o circundava, pois dali era
possível a visibilidade num raio de ação que oscilava pelos 40 km. Isso proporcionava ao ocupante da Colina
317 uma posição tranqüila e segura.

No dia 6 de agosto, às 20h, quando se iniciava a contra-ofensiva alemã, o General Hobbs, da 30 a Divisão de
infantaria, assumiu a responsabilidade de defender a região. À meia-noite desse mesmo dia os pilotos de
observação americanos descobriram as primeiras formações do contra-ataque inimigo nos arredores de
Surdeval, a 8 km de Mortain.

Hobbs, notificado, decidiu reforçar a zona da Colina 317, a leste de Mortain. Já era tarde. Nos primeiros
minutos do dia 7, numa operação que encobria o verdadeiro objetivo do ataque, os alemães lançaram a 9 a
Divisão Panzer ao assalto de Mayenne, 40 km a sudeste de Mortain, tomando-a rapidamente. O truque deu
resultado, criando enorme confusão nas linhas americanas. Hobbs então deslocou as tropas da Colina 317,
enviando-as como reforço para a zona atacada, preparando-se ali para rechaçar o ataque alemão. Quando
compreendeu o logro, os alemães já tinham concentrado seus efetivos em Mortain e avançavam vencendo a
resistência aliada. O ataque golpeou diretamente a massa dos efetivos da 30 a Divisão americana e a Colina
317, defendida por um batalhão, foi rapidamente cercada e submetida o violento fogo. Hobbs, nessas
circunstâncias, defrontava-se com três problemas de importância igual: deter a penetração ao norte de
Mortain, bloquear o avanço para Saint Hilaire e recapturar Mortain para restabelecer contato com o batalhão
isolado na Colina 317.

A primeira providência foi ordenar ao Coronel Edwin M. Sutherland, do 119 o de Infantaria, acantonado a 12
km de Mortain, que se pusesse em marcha rumo leste, norte e sul, dividindo em três grupos as suas forças.
Deveria deter a investida nas cidades de Le-Mesnil-Adelee, 3 km ao norte, Juvigny, 6 km para leste, e
Romayny, próxima de Mortain ao sudeste.

Do norte, ao mesmo tempo, de Le-Mesnil-Tove em direção à parte média da cunha alemã (flanco direito do
dispositivo), avançou o 8° de Infantaria. As vanguardas alemães, profundamente intercaladas no território
aliado, ficaram aprisionadas assim pelo movimento de pinças do 8° Regimento pelo norte e do 119° pelo sul.

O principal obstáculo para os americanos ficara representado no entanto pela precariedade das comunicações
e pela desorganização das unidades isoladas umas das outras. As comunicações principalmente sofreram as
conseqüências da infiltração das patrulhas alemães, que atuavam contra mensageiros e postos de comando.
As linhas telefônicas foram cortadas a toda hora pelos grupos incursores.

A luta mesmo assim fora travada com admirável ardor por parte dos dois exércitos. O 823° Batalhão de
tanques conseguira destruir quatorze tanques alemães e dez veículos de tipos diversos apenas num dia. Um
batalhão do 117° Regimento por outro lado sofrera a perda de 350 homens no dia 7 de agosto.
Os relatórios americanos no final deste dia 7 informavam que as tropas já estavam "muito fatigadas... com
problemas de abastecimento não resolvidos... as linhas defensivas constantemente perfuradas pelo inimigo".
O combate na realidade terminara naquele dia com os americanos dispostos da mesma forma que no dia
anterior, depois do avanço alemão. Os alemães entretanto também tinham sofrido bastante as conseqüências
do combate. A artilharia aliada respondera-lhes com eficácia e sem limitar o fogo. A aviação principalmente
causara significativas perdas. Dez esquadrões de Tiphoons da RAF decolaram de aeródromos franceses para
realizar 294 missões sobre o região de Mortain. Dos setenta tanques com que os alemães iniciaram o contra-
ataque ficaram operando apenas trinta na noite do dia 7. Na manhã seguinte reduziram-se para vinte e cinco.
Os blindados alemães dispersaram-se para escapar à destruição causada pelos aviões e ficaram à espera de
reforços para renovar a tentativa de penetração nas posições americanas.

A luta em Mortain no entanto continuava.

A luta no norte

Na costa norte da Normandia, ocupando posições a 6 km de Caen, distribuía-se o 1 o Exército canadense.


Suas tropas lançaram um ataque em grande escala na direção sul, para Falaise, distante 30 km,
movimentando-se 24 horas depois de iniciado o contra-ataque alemão em Avranches.

Na região de Falaise, propícia ao emprego de blindados, a sólida construção dos povoados e a abundância de
bosques fechados proporcionaram aos defensores excelentes pontos de defesa. Diante dos canadenses
desdobravam-se a 89a e a 272a Divisões alemães e o 12° Regimento SS Panzer, formando duas linhas
defendidas em profundidade. A organização defensiva alemã estava constituída por quarenta canhões de 88
mm, diversas peças antiaéreas, destacamentos antitanque e canhões autopropulsados. O comandante do 1 o
Exército canadense, General Crerar, para perfurar as linhas inimigas decidiu lançar verdadeira chuva de
bombas com o auxílio da aviação. Os tanques, à frente de seus efetivos, avançariam logo depois e
investiriam contra as defesas alemães. Os soldados depois disso, conduzidos pelos canhões autopropulsados,
completariam o ataque.

Às 23h do dia 7 de agosto mais de mil aviões da RAF já estavam preparados para decolar dos aeródromos
franceses e atacar a zona de operações indicada. O bombardeio, terrível, foi um dos mais eficazes durante a
campanha apesar das más condições do tempo terem evitado que um terço dos aviões chegasse ao objetivo.
Em terra, durante o bombardeio, 720 peças de artilharia aliadas descarregaram projéteis sobre o inimigo
intercalando-os com milhares de bengalas luminosas que criaram um verdadeiro luar artificial. Duas divisões
de artilharia canadenses, orientadas pelas estranhas "luas" que flutuavam no céu, moveram-se na direção do
inimigo.

As colunas de blindados, em número de oito, avançaram atrás da artilharia precedidas por tanques com
mecanismos especiais para detonar minas e pelos grupos de sapadores que abririam passagem nos campos
minados. Aproximavam-se de Falaise pelo norte.

A marcha foi realizada velozmente à razão de quase cem metros por minuto. Essa rapidez torna-se espantosa
tendo em conta que o avanço foi realizado de noite, através de campos minados e sob fogo dos alemães. Os
blindados colidiam freqüentemente com os transportes de tropas por causa da confusão e da escuridão
reinante. As colisões não frearam contudo o ritmo da marcha. Nas primeiras horas do dia 8 de agosto, depois
de invadir as linhas inimigas, concretizando com isto o seu primeiro objetivo, os canadenses já estavam a
cinco quilômetros do ponto de partida.

Merece destaque o fato de que uma das duas divisões blindadas que os canadenses empregaram na luta, pela
primeira vez em combate, era integralmente formada por poloneses. Era a 1 a Divisão blindada polonesa,
constituída por elementos que tinham escapado da Polônia em 1939, chegando à Grã-Bretanha depois de
uma longa e penosa viagem através da Noruega, da Hungria, da França e de outros países. Alguns soldados
no entanto eram voluntários, de origem polonesa, recrutados na França em 1940. Formada a divisão, os seus
componentes foram para a Inglaterra, onde receberam treinamento especial para entrar em luta.

As duas divisões continuaram avançando durante os dias 8 e 9 de agosto. Já se achavam nesse último dia a
15 km do ponto de partida. A mesma distância era o que faltava ser percorrida até às imediações de Falaise.
Nessa mesma hora, 30 km a oeste de Caen, no setor de Caumont, o 2 o Exército britânico passou a fazer
pressão sobre as linhas alemães tentando chegar a Vire. Deveria ser o seu primeiro objetivo. Finalmente,
depois de repetidos combates conseguiram penetrar até 15 km da cidade no dia 1 o de agosto, preparando-se
aí para o assalto final.

A linha aliada a essa altura, embora irregularmente, estendia-se de Caen no nordeste até Avranches no
sudoeste.

O avanço dos britânicos em Caumont, parte média da linha, deveria fazer com que as operações nessa zona
constituíssem mais tarde o pivô da campanha no norte da França.

As operações em Mortain

No extremo norte da comprida linha de avanço ainda continuava a luta. Os alemães, esforçando-se em
Mortain para ganhar terreno rumo ao oeste, encontravam sempre a forte oposição dos exércitos americanos.
Contra-atacando violentamente no dia 12 de agosto, as unidades do 117° Regimento de Infantaria, no centro
do dispositivo, conseguiram obrigar os alemães a retirar-se abandonando Saint Barthelemy, localidade 3 km
ao norte de Mortain. Mais ao norte, em Le-Mesnil-Tove, o 8° de Infantaria e o 119° cortaram a cunha
introduzida pelos alemães entre os efetivos americanos, restabelecendo contato entre os tropas e isolando
importante força inimiga.

A estrada que ligava Mortain a Barenton foi também cortada pela 35 a Divisão, que se deslocara para o sul.
Isso permitia ameaçar a retaguarda das posições alemães. Finalmente, ao meio-dia de 12 de agosto um
violentíssimo contra-ataque dos americanos conseguiu romper o cerco que envolvia os sitiados na Colina
317. Em menos de uma hora toda a cidade de Mortain já estava novamente nas mãos dos Aliados. Os
vencedores pertenciam ao 120° Regimento da 30a Divisão de infantaria.

Os resultados da campanha foram elevados para os americanos. A 30 a Divisão perdera mais de mil homens
em seis dias. O mesmo número de baixas podia ser contado entre as unidades da 9 a Divisão. A 4a por fim
sofrera umas seiscentas baixas. As perdas alemãs, consideráveis, foram provocadas sobretudo pelos ataques
aéreos e pelo fogo da artilharia. Um regimento da 2 a Divisão Panzer foi completamente aniquilado nos
arredores de Le-Mesnil-Tove. A 1a SS Panzer perdera quase todos os seus tanques. O fogo da artilharia, dos
tanques e dos aviões dizimara os efetivos da 2a SS Panzer.

Quando se concluiu a batalha os campos e a cidade mostravam mais de cem tanques alemães destruídos,
espalhados por toda a parte. O informe com que os americanos documentaram a ação destacava que "o
inimigo... deveria abandonar seus esforços, pelas perdas sofridas, pelos ataques aéreos e pelo fogo da
artilharia".

O cerco pelo sul

O 315o Regimento da 79a Divisão ocupava no dia 8 de agosto, pelas primeiras horas do dia, a cidade de Le
Mans, 100 km a sudeste de Mortain. O General Haislip, comandante do 15 o Corpo a que pertencia a 79 a,
ordenou que fosse posta em prática a segunda parte da operação planejada: girar para o norte; atacar e ocupar
Alencon, a 50 km de distância e em plena retaguarda alemã. A cidade representava um entroncamento
rodoviário de importância vital para onde convergiam as estradas Rouen-Bordéus e Rennes-Paris.

Foi por esses dias que aconteceu algo que para os franceses teve uma importância muito especial. Por ordem
do General Patton a 2a Divisão blindada comandada pelo General Jacques Philippe Leclerc foi incorporada
aos efetivos do 15o Corpo. A unidade formada exclusivamente por franceses, equipada pelos americanos,
treinada na Inglaterra, atuara na África e depois, na primavera de 1944, transladou-se à Grã-Bretanha com o
objetivo de representar a França combatente na Operação Overlord. Preparada para combater na região de
Mortain, recebera por fim a ordem de dirigir-se para Le Mans, onde no dia 9 de agosto uniu-se aos efetivos
do 15o Corpo do General Haislip.

Os efetivos aliados, girando para o norte de acordo tom as instruções recebidas, viram-se com os flancos
descobertos em conseqüência do próprio movimento. O 106° Regimento de cavalaria foi designado para
protegê-los pela direita, ordenando-se à 80 a Divisão, recém-chegada à frente de batalha, comandada pelo
General McBride, que se deslocasse pelo setor esquerdo das tropas.
A zona a ser atacada pelo 15o Corpo ficou determinada pelo caminho que ligava Argenton a Le Mans, sendo
que o eixo do ataque terminaria num ponto situado 30 km ao norte de Alencon. O setor esquerdo da linha
ficou o cargo da 2a Divisão blindada francesa acompanhada pela 90 a Divisão, enquanto o setor oeste à direita
foi confiado à 5a Blindada e à 79a.

O eixo Le Mans-Alencon estava defendido pelo 81 o Corpo alemão formado pela 708 a e pela 9a Divisão
Panzer. Acrescentavam-se soldados remanescentes da Panzer Lehr e da 352 a, destruídas em combate.

As colunas aliadas entraram em marcha no dia 10 de agosto, caindo imediatamente sob fogo inimigo. O
movimento das tropas além disso viu-se prejudicado muitas vezes pelo congestionamento dos caminhos e
das passagens estreitas. Conseguiram contudo envolver a 9 a Divisão Panzer e avançar metade da distância
que faltava para Alencon. No segundo dia de marcha já tinham alcançado Perseigne, zona de bosques
distante 5 km a sudeste do objetivo. Os alemães teriam ali oportunidade paro prolongar a luta e resistir
eficazmente.

A artilharia então recebeu ordem de desfechar um ataque que limpasse a zona, ao tempo em que a força aérea
efetuaria um intenso bombardeio para desalojar os soldados que se defendiam nos bosques. Porém, antes de
produzir-se o ataque conjunto os alemães evacuaram os bosques e recuaram para Alencon. Os americanos,
então, prosseguiram. A aproximação foi realizada contornando a cidade. No dia 11 de agosto os Aliados
encontravam-se no flanco esquerdo preparando-se para iniciar o assalto. As unidades que formavam a coluna
direita do avanço no entanto, fugindo à luta, circundaram o povoado e avançaram no ataque de Argenton, 30
km de distância.

No dia seguinte, 12 de agosto, reinava completa confusão nas linhas alemães. Leclerc sentiu a oportunidade e
resolveu aproveita-la inteligentemente. Ordenou que seus franceses avançassem a toda velocidade até
alcançar o rio Sarthe, que cruzava a cidade. Foram capturadas intactas as pontes que permitiriam transpor
aquele obstáculo natural, facilitando com isso a investida.

Depois, já na cidade, os franceses a ocuparam sem que os alemães opusessem qualquer reação apreciável. As
forças alemães recuaram o grosso de seus efetivos para o norte onde deveriam reagrupar-se em nova linha de
defesa na localidade de Argentan.

A perseguição continuaria, pois Argentan, com as instruções que o General Patton comunicara a Haislip,
seria o próximo objetivo. Sério obstáculo apresentava-se porém diante do avanço para Argentan: os alemães
tinham fortificado posições na região de Ecouves, camuflando-as entre bosques de difícil penetração que
ofereciam oportunidade para uma defesa fácil.

As ordens de Haislip a Leclerc determinavam que a zona deveria ser flanqueado fazendo-se as tropas
circundarem os bosques pelo oeste. O general francês agiu porém de outra forma. Conseguiu avançar para
Argentan com as suas unidades divididas em três colunas: uma passou a oeste do bosque, outra através dele e
a terceira pelo leste. Convergiram depois na localidade de Ecouché, 10 km a oeste de Argentan. As primeiras
patrulhas francesas, que tinham evitado a luta em Alencon, chegaram aos arredores de Argentan no dia 13 de
agosto. Sentindo escassa resistência, infiltraram-se imediatamente na cidade conseguindo chegar ao centro.
Os tanques alemães no entanto caíram de surpresa sobre elas, obrigando-as a rápida retirada. O resto das
forças francesas e americanas começou igualmente a receber o castigo da artilharia alemã e viu-se também
obrigado a recuar.

Os alemães estavam em Argentan desde o dia 13 de agosto. As formações da artilharia, dando proteção à
infantaria e aos tanques da 1a SS e da 2a Panzer, foram as primeiras a entrar. Os demais efetivos juntaram-se a
elas no dia seguinte. Da 2 a Divisão Panzer entretanto chegara só a metade dos efetivos, pois o resto das
unidades viria no dia 15. Mesmo assim tiveram tempo para estabelecer uma defesa eficaz.

O avanço aliado, ao contrário do que se esperava, ficou interrompido diante de Argentan. A interrupção
porém era provocada pelo próprio Alto-Comando que procurava não arriscar suas unidades a baixas
desnecessárias como acontecera pouco antes.

A guerra aérea na França


O ataque às praias da Normandia era apenas o começo das operações destinadas segundo Eisenhower a
''destruir as forças armadas da Alemanha". O desembarque fôra concretizado no dia 6 de junho de 1944. A
fase inicial das operações em terra terminou em meados de julho com a vitória aliada na batalha pela cabeça-
de-praia. A segunda etapa, irrupção nos regiões ocupadas, viria logo depois.

O Alto-Comando, para facilitar a penetração no território alemão, resolveu efetuar uma operação que
diminuísse a capacidade defensiva do inimigo antes do movimento. Realizou-se para este fim uma
conferência entre os generais Bradley e Tedder e os representantes das forças aéreas no dia 19 de julho.
Ficou decidido que a força aérea deveria atuar previamente, lançada ao ataque dispondo de um poderio
esmagador. Acertaram também o Dia D e a Hora H para o ataque dos aviões que colaborariam no
enfraquecimento do exército inimigo.

Cumprindo as diretivas os aviadores começaram pouco depois a sua tarefa e repetiram seus ataques aéreos
mesmo depois dos forças terrestres entrarem em movimento.

A irrupção realizou-se de início na direção sul. Os Aliados conseguiram abrir já nos primeiros dias de agosto
um improvisado "corredor" de 30 km de largura até às vizinhanças de Avranches e pela estreita passagem
avançaram as unidades de infantaria, os blindados e os grandes comboios de abastecimento. Os limites da
linha, expostos às investidas dos alemães, apresentavam-se bastante vulneráveis. Foi necessário defender dia
e noite o "corredor". O perigo cresceu diante das freqüentes atividades da Wehrmacht, limitada até então a
operações defensivas. As missões de ataque direto, com os caças hostilizando as colunas blindadas em
movimento, começaram a partir de 2 de agosto e à noite entraram em ação os bombardeiros. Atacaram
Avranches e Pontaubault, conseguindo atingir em depósitos de munições até mesmo nas proximidades do
QG de Patton.

As estatísticas alemães a respeito são confusas. De acordo com os dados a Luftflotte III parece ter recebido
em julho e agosto de 1944 um total de 460 aparelhos Me-109 e 440 Fw-190, que compensavam a perda de
524 aviões apenas em julho. A Luftwaffe, em inferioridade numérica, evitou portanto formações em massa.
O Alto-Comando alemão sabia também que suas unidades, transferidas do frente oriental, não tinham a
experiência dos pilotos aliados. Contra a Luftwaffe havia finalmente a distância entre os bases dos aviões e a
linha de frente. Apesar de todas essas dificuldades os alemães realizaram um esforço considerável, chegando
à média de quatrocentas saídas diárias.

Depois do avanço aliado houve o contra-ataque em Mortain. Essa operação fôra objeto de demorados
estudos e minuciosa preparação em Berlim. Cinco divisões blindadas sob o controle do 5 o Exército Panzer
partiram para a luta obedecendo diretivas planejadas nos mínimos detalhes. Mantiveram o combate pelo
espaço de uma semana, mas seu destino já estava selado nas primeiras 24 horas.

A aviação aliada deu início às saídas para a destruição a curto prazo do inimigo no dia 7 de agosto, pois o
mau tempo impedira até ali a sua ação. No mesmo dia já podiam ser contadas 429 saídas. Os "Tiphoons",
além disso, fizeram 300 missões de combate e apoio. Quanto à intensidade dos ataques americanos, eis as
palavras do comandante da 2a Divisão Panzer, General von Lüttwitz: "Avançamos seis quilômetros com a
perda de três tanques. A 116 a Panzer apenas conseguiu avançar um trecho limitado... Os caça-bombardeiros
aliados surgiram de repente varrendo o céu. Vinham às centenas, disparando contra as concentrações de
tanques e veículos. Nada podíamos fazer contra eles. Então não tivemos como continuar avançando". Dizia
também um diário de guerra do 7 o Exército: "Tudo está paralisado pela ação dos caças inimigos, demasiado
enérgica. O ataque não irá para a frente... são muitos os aviões aliados e completa a ausência da nossa
própria aviação". O oficial de transportes acrescenta uma anotação declarando que "a intervenção aliada
impedira a integração das forças alemães até ao poder requerido para abrir uma brecha nas linhas inimigas".
Na noite do dia 7, Hausser determinou a continuação do ataque para "quando a situação aérea permitisse".
Mas a resistência dos Aliados em terra e a permanente missão de fustigamento realizada pelos seus aviões
não permitiria mais que os alemães cumprissem as ordens.

Na Colina 317, perto de Mortain, o batalhão americano sitiado sobreviveu com os abastecimentos e remédios
recebidos dentro de invólucros vazios de bombas de fumaça lançados pela artilharia e com os adicionais
jogados de pára-quedas pelos P-47 e C-47. Resistiu assim, evitando que a Colina 317 caísse nas mãos dos
alemães, até que as tropas americanas conseguiram romper o cerco e libertá-la.

O contra-ataque alemão acabou se constituindo numa verdadeira armadilha para os seus Panzers.
Von Kluge, alarmado diante da ameaça que se abria pelo norte e pelo sul, em Falaise e Argentan,
recomendou que se recuasse as tropas blindadas para a zona de Flers, mostrando que "se a dispersa linha de
frente continuar onde está... acabará destruída. Ficaremos rodeados pela superioridade total do inimigo e
ameaçados pelo seu esmagador poderio aéreo. Nossas unidades não poderão escapar". Hitler, obrigado a ver
a verdade dos acontecimentos, teve que permitir a retirada.

A preocupação dos chefes alemães com a pressão exercida em Caen tinha consistência. Montgomery, com
efeito, atacara no sul em direção a Falaise enquanto Patton virava suas unidades para o norte rumo a
Argentan. O general inglês além disso pedira à RAF o envio de aviões para bombardear as zonas situadas
nos flancos do projetado assalto. A operação aérea viu-se coroada de êxito apesar do mau tempo ter impedido
que atuassem 473 bombardeiros dos mil que levantaram vôo.

A 8a Força aérea americana apoiou 24 horas depois o segundo ataque às 13h do dia 8 de agosto. Dos 678
aviões enviados chegaram 492. Dessa vez aconteceram graves erros de identificação dos alvos e dois grupos
de doze aviões lançaram as bombas sobre as tropas canadenses nas cercanias de Caen. As baixas provocadas
pelo equívoco foram de 25 mortos e 131 feridos. No total a 8 a Força aérea perdeu nove bombardeiros pelo
fogo antiaéreo inimigo e mais de duzentos aviões voltaram avariados.

A luta aérea na França entretanto não parou aí. No dia 11 de agosto um esquadrão do 406 o Grupo de caça-
bombardeiros dispersou seus adversários mediante o emprego, antes nunca usado, de foguetes. Dois dias
depois, a 13, oito aviões do 363° Grupo avistaram vinte e cinco bombardeiros de mergulho inimigos e
puderam destruir oito. No dia 14 foi o vez dos alemães, com dezesseis caças, atacarem quatro P-47 do 405°
Grupo, perdendo três e destruindo as quatro máquinas americanas. No dia 15, pela manhã, as formações do
373o Grupo alvejaram a base alemã de Bretigny e umas delas, enfrentada por igual número de aviões, perdeu
cinco aparelhos. Outras unidades, no mesmo dia, encontraram oposição perto de Chartres e Cernay la Ville,
destruindo oito aviões em troca de quatro. No dia 16, apesar do mau tempo, um veterano esquadrão de oito
P-51 do 354° Grupo distinguiu-se enfrentando setenta bombardeiros Fw-109, derrubando dois aviões,
perdendo outro tanto mas pondo em fuga todos os demais. Num segundo encontro logo depois outro
esquadrão de oito lançou-se sobre vinte adversários nas proximidades de Mointenen. Os P-51 atacaram
vindos do alto porém mais sessenta aviões alemães vieram somar-se à luta. O combate durou quinze minutos
numa altura que ia dos 3.000 metros até quase ao nível do chão. Os americanos ao término venceram numa
proporção de 11 a 2.

No dia 19 de agosto os alemães atacaram uma coluna de abastecimento americana usando dezoito
bombardeiros de mergulho. Enviados rapidamente para a zona de luta, oito aparelhos do 371° Grupo de
caças entraram em combate com os atacantes.

Dois bombardeiros foram destruídos e os outros se dispersaram. Na tarde desse mesmo dia 19 os caças
alemães entraram em luta com um esquadrão do 406° Grupo sobre um campo de aterrissagem próximo da
cidade de Pontoise.

Acudindo em auxílio do primeiro, um segundo esquadrão americano fez com que a luta crescesse, tornando-
se mais ferrenha e demorada. Cinco P-47 foram perdidos pelos americanos, que derrubaram igual número de
adversários.

Os resultados demonstravam que os soldados alemães combateram com valentia e com agressividade,
faltando-lhes porém o adestramento necessário. Além disso só passavam à ofensiva se a superioridade
numérica evitasse a perda de suas escassas e portanto valiosas máquinas.

Para as já castigadas forças aéreas alemães, a conservação de seus bombardeiros e de seus aviões de caça era
imprescindível para poder fazer frente aos contínuos, e cada dia mais violentos, ataques das esquadrilhas
americanas, reforçadas constantemente com novas unidades. Quanto aos pilotos americanos, se bem que a
cobertura aérea mostrasse falhas em alguns casos, em linhas gerais souberam agir com notável eficácia.

Realizaram com êxito as missões de ataque e de proteção às tropas blindadas, colaborando para o sucesso
das operações. As forças terrestres confiavam cegamente em sua atuação, pois os pilotos aliados, claro,
fizeram bastante para merecer essa confiança. Todas as vezes que tiveram que enfrentar-se com a força aérea
alemã demonstraram não só perícia mas também audácia e coragem no combate.
Anexo
"Rendam-se!"
Depois alguns jornais disseram que a resposta dele foi: "Não nos renderemos enquanto houver munição para matar
alemães ou baionetas para furar suas barrigas!". Mas é possível que se tratasse de uma versão um pouco exagerada. O
caso é que um oficial alemão, mais ou menos às 6h e 30m, entrou nas linhas americanas acompanhado por um soldado
com bandeira branca. Cheio de formalidades informou ao Tenente Rochmiller, da Companhia E, e ao Sargento Wingate,
da G, que era um oficial da SS e que trazia condições honrosas de rendição para os americanos. Disse ainda que tinham
cercado o 20o Batalhão e capturado o Tenente Pike e um oficial de "uma estrela", além de muitos soldados.
Wingate imaginou que fosse o Coronel Hardaway e que os alemães tivessem confundido suas folhas prateadas com uma
estrela.
O alemão terminou dizendo que a posição americana não tinha mais esperanças de resistência e concluiu: "Sa não se
renderem antes das 20h serão feitos em pedaços!". É possível que as respostas tenham sido mais lacônicas. Alguns
disseram que os feridos que estavam perto do Tenente Kerley gritaram: "Não, Tenente! Não nos rendemos!".
O oficial alemão voltou para suas linhas. Nessa noite, quando os tanques atacaram, os soldados alemães gritavam
"Rendam-se!" enquanto acometiam. O combate parecia definido. O inimigo castigou sem cessar as posições
americanas. Quando não chegavam num ataque organizado, matavam o tempo enviando patrulhas de choque para
fustigar as posições. Assim os defensores não tinham descanso nem para respirar.
Os enfermeiros trabalhavam sem material e sem médicos. Mesmo assim iam cumprindo sua missão da melhor maneira
possível. Cavaram profundas trincheiras no centro da posição e ali deitavam os feridos. Mas as explosões lançavam
continuamente uma chuva de terra e escombros sobre eles. Aquilo não poderia durar muito...
As rações ficaram escassas. Cada homem, no dia 9, recebeu quatro quadrinhos de chocolate ração D e um de ração K.
Redbull, um índio apache que era observador da artilharia, conseguiu fazer algumas saídas e trazer galinhas, batatas e
repolhos que pôde roubar nas casas das vizinhanças. Mas tudo isso não poderia durar.
Quando tentou sair a quarta vez, Redbull foi apanhado por uma metralhadora alemã. Parecia o começo do fim. Ninguém
sabia bem o que fazer. Muitos já não falavam. Chegara a hora...
Mas durante o amanhecer do dia 12 de agosto surgiu de novo uma esperança. As pontas-de-lança da 30 a Divisão
começaram a desalojar lentamente os alemães das posições. A visibilidade era boa naquela manhã e por isso a artilharia
preparou uma cortina de fogo para proteger os atacantes. Os soldados sitiados correram a fazer algo para ajudar na luta.
Os feridos receberam mais terra do que nunca, pois ao fogo dos alemães acrescentava-se o das próprias forças. Depois,
sufocados e ameaçados de infecções, foram afastados e medicados pelas vanguardas da 30 a Divisão, quando
conseguiram desfazer o cerco e entrar até onde eles estavam.
Os jornais disseram depois que as primeiras palavras do Tenente Kerley, quando chegaram seus companheiros, foram
"Estou morto de fome e sono, mas acho que nunca me senti melhor....". E isto sim, poderia ser certo.

Ofensivas
"A principal tarefa do Comando do Oeste nos princípios de setembro de 1944 era evitar ou deter a retirada e estabilizar
a frente. Isso, diante da costumeira interferência do Comando Supremo, só foi conseguido em parte. O território da
Holanda, canto direito da frente principal, era para ser retido a qualquer custo em lugar de evacuar a maior parte do país
e estabelecer contato pela margem oriental do lago Yssel com a zona do Baixo-Reno.
As forças retiradas dali, totalmente desorganizadas, eram unidades reunidas ao acaso sob o nome de 19 o Exército.
Deveriam ter ficado, com toda a sua desintegração, o maior tempo possível no oeste, já que Hitler ordenara uma
ofensiva totalmente inútil e descabelada na direção do planalto de Langres, na retaguarda dos americanos, realizada
pelo peso integral do 5o Exército Panzer.
O 19o Exército deveria ter ocupado o mais cedo possível a linha da vertente ocidental dos Vosges-Belfort e uma vez ali
proceder à sua própria reorganização. Estaria então em condições de oferecer resistência ao lado do 1 o Exército que
ocupava posições ao norte de Lorena, no sul.
A maior parte de suas forças blindadas estava equipada inadequadamente para uma ofensiva e nem ao menos tinham
sido concentradas. Essas forças encouraçadas teriam sido mais úteis atrás da frente, no centro de gravidade, como
reserva para o contra-ataque. O grosso das tropas, como é evidente, devia ter sido deslocado para o norte do Moselle,
zona de Aquisgrã, onde foram tão tragicamente necessárias."
General von Rundstedt

Casamata não identificada


Quatro soldados americanos, ao entrar numa casamata capturada no dia 4 de outubro, surpreenderam-se ao ouvir a
campainha do telefone que comunicava as casamatas entre si. Conseguiram escutar uma conversa entre uma delas e
outra que servia de posto de comando da companhia. A linha foi utilizada durante as vinte e quatro horas seguintes a fim
de escutar-se as comunicações:
5 horas
- Casamata (não identificada) chama o posto de comando: senhor, de quatro homens, inclusive eu, dois já são baixas.
Trouxeram, além disso, um homem morto para minha casamata. Que é que eu faço?
- Mande evacuá-los... - O morto também?
- Lógico que sim! O morto também!...
6 horas
- É você, Heinrich?
- Sim. Como está a situação geral?
- Não se preocupe. (Baixa a voz a um tom confidencial.) Escute, o assunto está em movimento desde as 2h e 15m...
- Graças a Deus! Espero que tenham êxito!
10h e 30m
- Casamata 240 chama o posto de comando: senhor, contei oitenta tanques que vêm sobre a ponte e tenho uma baixa. Os
"Tommies" estão correndo para trás, mas os tanques continuam vindo.
- Você disse oito tanques?
- Não, oitenta! Vêm sobre a ponte numa coluna compacta.
- Malditos sejam! Pedirei uma barreira de artilharia!...
12 horas
-Tenente Hofner, comandante. Os americanos estão disparando bombas de fumaça ao longo de toda a linha. Acho que
preparam um ataque.
12h e 40m
- Casamata 240 ao posto de comando: recebemos fogo inimigo. Três dos meus homens estão gravemente feridos. Os
americanos, ao que parece, tratam de atacar a mina de carvão protegidos pela cortina de fumaça. Ficaremos aqui
enquanto for possível, mas... e depois?
14 horas
- Que fazemos agora? Os americanos passaram pela gente e já estão na casa de eletricidade!...
15h e 30m
- Senhor, estamos sendo metralhados da mina de carvão...
- Escondam-se no fundo.
16 horas
- Não consigo mais comunicar-me com o posto de comando. E vocês?
- Diabo! nós também não... Esses filhos da... fugiram sem nos avisar. Uns dez tanques estão se aproximando da casa de
eletricidade. Que é que devemos fazer?
- Sei lá!... Vamos tentar voltar para as nossas linhas quando escurecer. Agora é impossível.
A linha telefônica emudeceu depois das 20 horas.

Apesar de tudo
"O inimigo está lutando agora numa campanha defensiva em todas as frentes. Sua situação é tal que não pode mais
efetuar operações ofensivas. Deve impedir também a todo custo que a guerra entre numa fase de mobilidade. Não
possui recursos de transporte nem de combustível para poder manter operações móveis; seus tanques não poderiam
competir com os nossos numa batalha de movimento.
O inimigo atravessa uma situação péssima. Sofreu uma comoção tremenda e experimentou perdas fortíssimas em
homens e materiais. Não podemos de forma alguma dar-nos repouso ou ficarmos imóveis durante os meses de inverno.
É vital para nós que prossigamos as ações de modo a não dar tempo para que o adversário recupere-se e também para
que possamos desgastar ainda mais as suas forças. Teremos dificuldades com a lama, com o frio, com a falta de apoio
aéreo nos dias de mau tempo e assim sucessivamente. Porém, temos que continuar combatendo energicamente o
inimigo sem lembrar de nada disso"
Marechal Montgomery

Diário de Combate
Eis um fragmento do diário de combate de um oficial americano pertencente à 30 a Divisão de infantaria durante a
batalha da França:
"A renovação da ofensiva que o Marechal-de-Campo von Kluge e o comandante do 7 o Exército alemão estavam
organizando com tanto afinco no entardecer do dia 8 de agosto nunca se materializou. Por outro lado, tampouco se
realizou o previsto pelos americanos com respeito à retirada inimiga. A 30 a Divisão tentou, dia após dia, respondendo às
ordens do comando do Corpo, recuperar suas posições originais. A direção de seu avanço continuou bloqueada por
numerosas tropas e veículos alemães, considerados impotentes para reassumir as iniciativas mas muito capazes de
frustrar os ataques americanos cada vez menos impetuosos.
Numa terça-feira de agosto, no dia 9, o fogo da artilharia inimiga alcançou uma intensidade nunca experimentada. Os
projéteis de mais ou menos duzentos canhões vinham acompanhados pelo volume de fogo de metralhadoras, morteiros
e canhões de tanques, caindo diretamente sobre as posições americanas. Os "Nebelwerfer" estavam em ação. Um
observador aéreo, voando sobre o setor do combate, viu às 18h, numa rápida passagem, o fogaréu dos canhões de 42
baterias alemães. Nessa mesma noite, no lapso de uma hora, a artilharia de nossa divisão disparou tão rápido quanto era
possível um fogo cerrado contra trinta diferentes destacamentos de canhões que os observadores tinham localizado. No
dia seguinte, da mesma forma, atacaram vinte baterias em ação e mantiveram o fogo durante uma hora e meia.
Em toda a frente, acima e abaixo, a luta continuava entre as fileiras de arbustos. Perto da Colina 285, vestindo peças de
uniformes americanos, alguns alemães entraram numa horta ao começar o combate. Este grupo deu trabalho até não
poder mais, apoiando os repetidos ataques locais dos companheiros. A Colina 285, no dia 8 de agosto, dava a impressão
de estar por fim assegurada pelos americanos, mas na manhã seguinte recomeçou a luta para conservá-la.
O inimigo pouco a pouco foi sendo desalojado do que lhe restava de terreno naquela parte norte. Um projétil, porém,
caiu no campo onde um destacamento aliado estava em reunião e matou a maior parte dos oficiais, entre eles o Tenente-
Coronel Cornog, comandante. Os tanques do destacamento, destruído o seu comando, não puderam atuar com eficácia.
Outro regimento, o 33o blindado, atacou às 20h e com os tanques acabaram caindo sob fogo de metralhadoras durante a
noite. Durante dois dias abriram caminho com dificuldade, passaram de um objetivo limitado para outro. Estabeleceram
contato com o 39o Regimento no dia 11, formando finalmente uma sólida linha em toda a frente até o limite norte da
divisão.
No centro, fatigado pela luta, o 117o Regimento tentou voltar lentamente pela colina para capturar, quase sem êxito, o
povoado de Saint Barthelmy. O 12o Regimento, à sua direita, também ficou detido pelas compactas defesas alemãs. No
extremo leste, porém, o regimento que no dia 8 tomara Barenton estava agora combatendo para atravessar os tanques da
2a Divisão blindada pelos despenhadeiros ao norte da cidade. Tentava, com essa operação, irromper na retaguarda
inimiga. Eram guiados pelos complicados caminhos por um francês da força especial de Barenton, chamado
Barthoneuf, ex-soldado da Legião Estrangeira e membro da polícia local. Era um ávido caçador de alemães e foi quem
informou a respeito de muitas posições alemães, inclusive uma de 190 homens. Também, realizou com alguns amigos
um serviço de estafetas à incrível velocidade de 9,5 km/h.
O quadro geral da luta voltara a mudar desde a sexta-feira 12. O grosso das tropas alemães começou sua retirada para a
brecha de Falaise, deixando para cobrir a retirada a 1 a e a 2a Divisões Panzer. O ataque da 30 a Divisão no dia 13 de
agosto obteve êxito em toda a frente, conseguindo o mesmo que em Mortain. Nesse dia, enquanto o Coronel Birks
estava saudando seus homens de cima da Colina 314, o Coronel Johnson, do 117 o Regimento, encabeçava o avanço até
ao cemitério de tanques que era Saint Barthelmy."

A Defesa do Oeste
Teletipo.
Alto-Comando das Forças Armadas
9 de setembro de 1944.
1o) O Comandante-Chefe do Oeste assumirá o comando da defesa da Alemanha Oeste (incluído o "Muro do Oeste") e
de suas forças protetoras à 0 hora do dia 11 de setembro de 1944.
De acordo com o comando conferido, terá poder sobre o Chefe de Armamentos e Planejamento Militar para a
fortificação e defesa da Alemanha Oeste.
2o) Para este propósito ficam subordinados ao Comandante-Chefe do Oeste:
a) O Comando para construção de defesas no Oeste (Comandante da Área Fortificada Oeste 2 e Comandante-Geral de
Engenheiros).
b) Temporariamente, os comandantes militares dos Distritos VI, XII e V, além dos relacionados com equipamento,
construção e defesa das posições do Oeste.
3o) Provisoriamente o Chefe de Armamentos e Planejamento Militar assegurará a quantidade necessária de efetivos para
cumprir as ordens do Comandante-Chefe do Oeste no tempo estipulado.
4o) A medida que cheguem os contingentes do pessoal especializado o Comandante-Chefe do Oeste procederá à
substituição dos elementos requisitados ao Chefe dos Armamentos e Planejamento Militar. Os quartéis-generais dos
Distritos VI, XII e V procederão à substituição dos efetivos nas posições do Oeste por tropas exclusivamente
combatentes.
Ass.: Adolf Hitler
O radiograma que reproduzimos dá uma idéia da crescente preocupação do Alto-Comando das forças armadas alemães
diante do implacável avanço aliado na frente Oeste. As pontas-de-lança inimigas chegaram à fronteira alemã enquanto
se desmoronava o poder de Hitler na França.
A apressada construção de defesas ia acompanhada por mudanças muitas vezes imprevistas nos altos-comandos. A crise
acentuava-se e Hitler desconfiava de seus generais. Cada acontecimento tinha para o ditador nazista uma única
importância: a necessária procura de um culpado em quem pudesse jogar as culpas pelo fracasso.

Resistência
"Enquanto o mundo se admirava da rapidez do espetacular avanço de Patton para o Sena, o quase anônimo 1 o Exército
da Hodges era quem transpirava nos difíceis combates que encarniçadamente se processavam em torno do bolsão de
Falaise. O inimigo, apesar de sua situação desesperada, não desanimava facilmente. Até mesmo os comandantes de
nossas divisões admitiam o assombro diante da feroz resistência que os alemães opunham às tropas aliadas que
fechavam o cerco. Lembro-me de um dia em que achava-me inspecionando um batalhão de primeira linha, empenhado
contra o "bolsão", quando ouvi o comandante assegurar aos seus homens que "somente tinham pela frente homens de
segunda categoria". Um tenente, de aspecto abatido, os olhos pesados pela falta de descanso, olhou friamente o seu
comandante e disse:
- Meu general, parece que os alemães ainda não perceberam que são tão ruins como o senhor diz.
Durante a batalha de Argentan-Falaise, Patton calculava o seu êxito pelos quilômetros que avançava; Hodges o fazia
pela quantidade de mortos. Assim, pois, nenhum dos dois poderia afirmar ter sido melhor que o outro, porque suas
missões não podiam ser comparadas. Se a perda de vidas constitui, sem dúvida, um índice dos rigores e das penúrias do
combate, o 1o Exército pode sustentar que coube a ele a parte mais difícil de nosso avanço. Durante os dezenove dias
que durou o avanço do 3o Exército de Avranches ao Sena, o 1o Exército sofreu 19.000 baixas nos combates para
completar o cerco de Argentan. Suas perdas foram quase o dobro das experimentadas pelo 3o Exército que avançou pelo
flanco descoberto dos alemães."
Gen. Omar N. Bradley

O cerco de ferro
As coisas não andavam bem para os exércitos alemães. A poeira misturava-se à fumaça das explosões. Debaixo daquele
escaldante sol de agosto caía sobre as tropas uma torrente de bombas lançadas pelos Aliados. Nenhum comboio
arriscava-se se não fosse ainda noite. Incapazes de resistir, incapazes de se esconder, pequenos grupos de soldados
alemães encaminhavam-se às cegas para o leste. Usavam os caminhos secundários, viajando sempre que podiam de
noite. Mas era inútil. Mais tarde ou mais cedo viam-se cercados pelas chamas dos bosques incendiados, enquanto as
tropas aliadas os fustigavam pelos flancos.
A idéia de manter uma linha contínua e coerente já fôra há muito abandonada. As unidades regulares perderam toda
identidade entre si. Formavam-se agora pequenos grupos de choque e se lhes encarregava um setor para que agissem da
melhor forma que pudessem. Cozinheiros e telegrafistas lutavam junto a artilheiros sem canhões e aviadores sem
aeroplanos. Os tanquistas combatiam a pé, misturados a enfermeiros, oficiais de estado-maior e mecânicos. Não tinham
remédios nem tempo para enterrar seus cadáveres. Os hospitais de campanha iam desaparecendo uns depois dos outros.
Há muito tempo já não existia a possibilidade de se retirar a metade ou a terça parte do exército. Quase todos os
veículos estavam destruídos.
As pontes estavam cortadas ou completamente inutilizadas. Os chefes sobreviventes reuniram-se para estudar as futuras
ações. Que poderiam fazer? Render-se em massa? Um último esforço para salvar o que pudessem? Tudo era muito
incerto...
Fizeram uma votação. A última alternativa venceu por alguns poucos votos. As tropas estrangeiras os novatos, as de
segunda linha, os feridos e os completamente inúteis ficariam abandonados a sua própria sorte. As tropas das forças
blindadas e das SS subiram aos tanques e veículos que ainda sobravam e foram para o norte.
Os Aliados, nesse mesmo tempo, tinham fechado todas as saídas. Os alemães arremeteram contra as linhas americanas,
decididos a abrir uma porta nem que fosse por alguns momentos.
O setor desapareceu durante trinta e seis horas sob uma fumaceira intensa provocada pelas explosões. Uns poucos
tanques alemães puderam passar, mas imediatamente chegaram novos reforços para os americanos.
No fim do dia verificou-se que 60% das tropas alemães conseguiram escapar ao cerco. Mas, à custa de quê? Montões de
mortos, de veículos incendiados, cavalos feridos, ficaram sinistramente espalhados pelos campo, aqui e ali...

Cercados!
A situação, ao cair a noite, era desalentadora. Havia um grupo de soldados americanos no alto de uma colina. O
armamento era muito reduzido: uma bazuca, munição para nove cargas, um morteiro de 81 mm e algumas
metralhadoras.
Um tanque alemão aproximou-se a certa hora da colina, mas foi rechaçado. Por sorte dos defensores, vinha só.
Depois os alemães começaram a metralhar sistematicamente a colina e os americanos tiveram que correr
apressadamente encosta abaixo. Procuraram esconder-se numa casa dos arredores. Ficaram escondidos ali durante três
dias e três noites. Foram descobertos na manhã de 9 de agosto, mas apenas um foi capturado quando os alemães
derrubaram a porta. O resto escapou pela porta de trás. Foi uma fuga temporária, no entanto. O grupo acabou rodeado e
quatro soldados ficaram presos.
Uns ainda puderam escapar deslizando por um barranco. Esconderam-se num depósito de trigo durante um dia.
Alimentaram-se e quanto estiveram no depósito roubando cenouras e rabanetes de uma horta perto do lugar e um
francês que trabalhava num estábulo trazia água. Uma bomba incendiária destruiu o improvisado abrigo e tiveram que
abandoná-lo.
Correndo em ziguezague, acabaram chegando ao desvão de um hospital. Ali as coisas melhoraram momentaneamente.
Encontraram doces, pão, bolos e um presunto cru. Dali puderam observar os alemães cercarem depois o lugar. Porém, o
posto de observação improvisado numa varanda, viram também como os seus companheiros do 1 o Batalhão atacaram os
inimigos. Algumas horas depois, os alemães já em fuga puderam reunir-se por fim à sua unidade.

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